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Trabalho de Dispositivos e Redes de Sistemas Logísticos
Port Automation
Paulo Alexandre Mareco de Sousa
DRSL cadeira do curso
Mestrado em Eng. e Gestão Industrial
Professor Alberto Manuel Ramos da Cunha
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Dezembro de 2008
Resumo
Portos como os de Lisboa, Liverpool ou Roterdão, são plataformas logísticas de extrema
importância para as economias dos respectivos países, representado o papel principal no que
toca à troca internacional de bens físicos. No entanto, num futuro próximo, prevê-se que os
terminais marítimos percam a capacidade de se expandir muito mais do ponto de vista físico
(e.g. Porto de Lisboa), o que levará à incapacidade de corresponder às crescentes
necessidades de armazenamento devido ao boom no volume de trocas internacionais. A
solução para este problema passa por diminuir o tempo de permanência das unidades de
carga, com especial importância para contentores, reduzindo também o tempo necessário para
carregar e descarregar os navios de carga. O tema deste relatório trata especialmente de
identificar os diferentes tipos de tecnologias utilizadas para agilizar os processos logísticos
presentes nos terminais marítimos (Port Automation). Assim, proceder-se-á à explicação das
actividades envolvidas na interface envolvendo pessoas e cargas, bem como os meios de
transporte marítimos, ferroviários e rodoviários.
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Índice
Resumo
Pág.2
Portos
Pág.4
Fluxo de Informação
Pág.6
Tecnologias de Informação
Pág.8
Processos Pág.10 Integração de Sistemas Logísticos
Pág.13
OCR – Optical Character Recognition Pág.14 PDS – Position Detection System Pág.15 RTLS – Real-Time Location System Pág.16
Segurança Pág.18 Bibliografia Pág.19
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Portos
As nações cada vez mais se inserem no processo de comercialização internacional, cenário
este, fortalecido pelo movimento de globalização. A competitividade comercial de um país está
directamente associada aos seus custos de produção e comercialização. Neste contexto, a
eficiência na gestão da cadeia de fornecedores é altamente crítica, por possibilitar reduções de
custos em matérias-primas, componentes e produtos acabados. O aumento contínuo do
comércio entre nações, e a necessidade operacional de ligar eficazmente as diferentes cadeias
de fornecedores, faz do ambiente portuário um elemento crítico em todo este processo.
Historicamente a maioria dos portos mundiais apresenta um passado fortemente direccionado
com comércio. No entanto, as estruturas portuárias, tais como hoje as conhecemos,
começaram a tomar forma apenas no inicio do século passado. Foi preciso esperar ainda mais
meio século para que se desse inicio ao uso generalizado de contentores tal como hoje
fazemos.
Não foi só a disposição e os componentes portuários que evoluíram, também os meios de
transporte que dão vida aos terminais marítimos o fizeram. Registou-se, analogamente, o
evoluir dos transportes marítimos, com os cargueiros a suportarem um número cada vez maior
de contentores, e também da inclusão de meios de transporte ferro e rodoviários. Aliado a tudo
isto temos o factor humano, que passou a desempenhar um papel cada vez menor na interface
portuária. Com o evoluir das linhas aéreas perdeu-se a necessidade de recorrer ao barco para
viagens de longa distância, tendo-se reduzido esse registo apenas para a classe do lazer, onde
grandes paquetes utilizam ainda as estruturas portuárias para atracar.
Todas estas actividades carecem de supervisão e entrosamento. A gestão de um porto deve
assim ser algo minucioso e abrangente, que não só se preocupe com a rapidez e agilização
dos processos, bem como com regras e questões de segurança.
Figura 1 – Perspectiva do porto de Tilbury (Londres) no ano de 1970.
Os ambientes portuários devem continuar a ser encarados como plataformas logísticas
essenciais ao desenvolvimento económico, ao mesmo tempo que apresentam,
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constantemente, oportunidades para projectos e acções que visem o aumento da eficiência
operacional ao nível da redução de tempos, redução de custos, inovações e melhoria da
qualidade dos serviços prestados.
De notar, que deste ponto em diante, quando houver referência a movimentos de carga ou
mercadoria ficará implícito o movimento de pessoas. No entanto, quando houver a necessidade
de explicar algum ponto referente ao tráfego humano em terminais portuários, este será
referido de forma explícita.
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Fluxo de Informação A evolução dos estudos na área de logística sob o pressuposto mais amplo da gestão da
cadeia de abastecimentos (supply chain management ou SCM) trouxe uma compreensão mais
específica e detalhada das entidades envolvidas e dos relacionamentos entre estas. Hoje
compreende-se que a SCM não deve gerir apenas o fluxo físico de materiais, mas também os
de informação, pagamento e responsabilidades. Implementações bem sucedidas de SCM
requerem planeamento, suporte e controle destes quatro fluxos, a partir do fornecedor original
até o utilizador final.
No contexto do comércio internacional, que ocorre principalmente por via marítima, é evidente
a importância da gestão dos quatro fluxos já mencionados; descreve-se a seguir alguns
aspectos relacionados com cada um destes fluxos:
• Fluxo físico de material: receber carga do fornecedor; transportar de camião, comboio
ou recorrendo a uma combinação de ambos até a um porto; o terminal portuário
manipula a carga no seu parque de mercadorias; a carga é transportada do parque de
mercadorias do terminal para dentro do navio. Estas actividades repetem-se numa
sequência inversa no país de destino da carga transportada sob o desígnio de
movimentação de cargas importadas;
• Fluxo de dados: há diversas informações que transitam entre as diferentes entidades
envolvidas, dados da carga, dados de autorização, dados de pagamento, dados para
movimentação (de onde, para onde, equipamentos especiais, etc.), dados do porto,
dados do navio, entre outros;
• Fluxo de notas de pagamento: impostos e taxas governamentais são recolhidas nos
Portos de origem e destino, pagamentos dos prestadores de serviços envolvidos nas
operações, entre tantos outros pagamentos, onde muitos são pré-requisitos para o
início da operação de movimentação física subsequente;
• Fluxo de alternância de responsabilidades: dependendo da localização da carga ao
longo de seu trajecto há diferentes entidades com diferentes papéis e
responsabilidades sob a carga. A movimentação da carga ao longo de seu trajecto é
dependente do fluxo de dados, principalmente dos manipulados pela entidade que se
encontra como responsável pela carga.
Nas operações diárias do comércio internacional estes fluxos ocorrem simultaneamente e de
forma inter-relacionada e interdependente sob a forma de processos. No contexto dos Portos,
que é o objecto de estudo desta pesquisa, os processos portuários são divididos em dois
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grandes grupos: processos de movimentação física de cargas, também denominados como
processos operacionais, e os processos administrativos.
O ambiente portuário faz uso intensivo de dados, tanto os processos operacionais como os
administrativos são muito sensíveis à questão da informação. Para movimentar uma carga é
necessário ter a informação de onde ela se encontra, para onde dever ir, como ir, sendo a
soma de todos estes dados, considerados informações operacionais. Mesmo com a
disponibilidade de todas estas informações há a possibilidade de a movimentação da carga
não ocorrer, pois o processo também depende da averiguação da disponibilidade e status de
informações administrativas: autorização de entidades, averiguação de pagamentos, entre
outras. Resumindo, no ambiente portuário a correcta gestão de informação é tão crítica quanto
a gestão dos recursos físicos para a manipulação das cargas.
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Tecnologias de Informação Problemas nos processos portuários têm impacto directo na percepção do cliente final – o
importador e o exportador - quanto à qualidade dos serviços, estes verificam-se de forma
bastante simples e directa, através da constatação de atrasos na entrega da carga no local de
destino. A ocorrência de problemas acarreta descontentamento e perdas não apenas para o
cliente final, mas também para os clientes internos da cadeia portuária: armadores, agências
de navegação, terminais portuários, entre outras entidades.
Assistiu-se no decorrer da última década a grandes esforços nos grandes portos mundiais no
sentido de se aumentar a eficiência e qualidade dos serviços prestados. Estas acções surgiram
na forma de estudos e alterações de processos portuários; para isso apostou-se em projectos
de reestruturação radical, denominados projectos de reengenharia, ou business process
redesign (BPR), como também projectos de aperfeiçoamento de processos, ou business
process improvement (BPI). Os principais recursos utilizados para promover mudanças no
ambiente portuário são: alterações das leis que regulamentam a operação portuária,
reestruturação dos processos portuários, mudanças no comportamento e atitudes das
entidades envolvidas, e incorporação de novas tecnologias.
Figura 2 – Processos portuários.
No que diz respeito às eventuais mudanças tecnológicas, há muitas inovações a ser
implementadas em ambiente portuário. De entre as principais, e em termos de potencial para
inovação e mudança, destacam-se as tecnologias de informação (TI). Um bom ambiente de
gestão de informação é a base ideal para a integração de sistemas logísticos em qualquer
processo operacional de um terminal marítimo. Este tipo de tecnologia pode ser introduzido
através de um projecto de BPR, afectando a gestão total do porto em questão, ou
simplesmente introduzida através de um projecto de BPI, reestruturando apenas um processo
específico. Na Figura 2 apresenta-se alguns processos de relevo onde as TI representam uma
mais-valia de peso.
PROCESSO DE CHEGADA DE NAVIOS
PROCESSO DE CARGA E DESCARGA
DE NAVIOS
PROCESSO DE ARMAZENAGEM E
DESPACHO DE CARGA
POSICIONAMENTO DA CARGA
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Para concluir a análise das TI em ambiente portuário, de referir que os processos
administrativos, ou de entrega e recepção de carga, apresentam grande potencial em termos
de geração de ganhos de eficiência operacional. Como se trata de processos maioritariamente
informatizados, há muita probabilidade de se obter óptimos resultados com a aplicação
intensiva das TI, já que a principal característica destas é a capacidade para integrar dados
provenientes de todas as áreas do processo portuário, gerando informação com um alto nível
de precisão.
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Processos Os processos de preparação à chegada de navios envolvem o recebimento de dados sobre o
navio e respectiva carga, num período de tempo que se quer suficiente, para que o porto se
prepare para os processos de carga e descarga do navio da forma mais eficiente possível.
Entre os dados manipulados pelos sistemas de informação direccionados de forma a suportar
esta fase temos: capacidade do navio, horário previsto de chegada, carga a ser carregada e
descarregada, posição dos contentores no interior do navio, declaração para alfândega,
aptidões necessárias para o desembarque de cargas especiais e requisitos técnicos do
guindaste a ser utilizado no terminal portuário.
Figura 3 – Guindaste móvel.
A tecnologia da informação aplicada aos processos de carga e descarga de navios tem como
principal funcionalidade gerir a manipulação de contentores. Há duas actividades principais a
ter em conta: retirada de um contentor específico do navio, ou seja, o sistema obteve um
conhecimento prévio da sua carga e do seu destino, levando-o para um local no terminal, que
pode ser um local de armazenagem temporária, localizado no próprio parque do terminal, ou
directamente para um veículo de transporte, normalmente comboio ou camião. No sentido
oposto, temos a movimentação de um contentor específico, localizado na área do terminal,
para dentro de uma área específica do navio. Tanto os dados de identificação de contentores,
a ordem ou sequência dos contentores a serem manipulados, os equipamentos a serem
empregues nestas movimentações, as localizações de origem e destino de cada um deles, são
geridos por esta categoria de sistema de informação.
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Figura 4 – Pórtico a empilhar contentores no porto de Antuérpia.
O processo de armazenamento e despacho da carga envolve o planeamento de armazenagem
de contentores na área portuária, e o manuseio do contentor até um veículo de transporte que
o levará para uma localidade fora do ambiente portuário. Em portos com restrições de espaço
físico a contentores é uma operação bastante crítica, actualmente há portos a realizar um
armazenamento em alturas que chegam à de nove contentores. Se não houver algoritmos que
realizem cálculos para obter a melhor forma de empilhar contentores, o custo operacional do
porto é directamente afectado.
Figura 5 – Parque de contentores.
Tomando ainda o exemplo anterior, movimentar um contentor que está por baixo de uma pilha
de nove contentores implica 17 movimentações extra de contentores. Outro aspecto crítico
deste processo é o de gerir a entrada de comboios e caminhões no ambiente portuário, há
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portos que nas horas de maior movimentação chegam a gerir mais de 700 camiões por hora
(e.g. Porto de Santos, Brasil), com um tempo médio de 30 minutos de permanência em
ambiente portuário. Concluindo a descrição dos processos portuários fortemente assistidos
pelas TI, temos a informação da localização da carga e o seu status no que diz respeito à sua
situação alfandegária. Normalmente esta é a informação principal a ser monitorizada pelos
clientes e pelas entidades que os auxiliam no transporte de cargas marítimas. Estas soluções
informáticas ainda fornecem informações sobre a programação de chegada e saída de navios,
navios estacionados na região do porto, ocupação dos terminais portuários e outras
informações importantes para a comunidade portuária.
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Integração de Sistemas Logísticos Nesta secção do trabalho passamos a discutir as possibilidades de integração de sistemas e
dispositivos de apoio à logística. Tal com já foi referido, do aumento do comércio internacional
resultou, também, um grande aumento do tráfego de mercadorias nos terminais marítimos de
todo o mundo. No entanto, apesar da expansão física dos mesmos ser uma opção, esta será
sempre menos atractiva do ponto de vista financeiro quando comparada com a inclusão de
tecnologias que aumentem a eficiência e agilização de processos. Realizamos assim que,
contra a opção expansão geográfica temos o facto de os agentes físicos que definem a
arquitectura de um porto serem muito caros, como é o exemplo dos altos preços dos pórticos,
guindastes, veículos de transporte, estruturas alfandegárias e o próprio espaço a ocupar. Por
outro lado o investimento em sistemas e dispositivos de apoio à logística, apesar de
representar também um investimento avultado, este será sempre inferior e terá a seu favor o
facto de adaptar os processos de actuação para níveis mais eficazes aos presentes.
O aumento de eficácia levará não só a um maior processamento de mercadorias, como
também garantirá que essa quantidade maior de bens será direccionada de forma correcta ao
seu destino final e em maior segurança.
Figura 6 – Layout de um Terminal Marítimo
Na Figura 6, temos representado as principais áreas físicas de um terminal portuário, sendo
que as setas figuram como os diferentes fluxos de mercadorias que circulam no mesmo. O
Portão é o local onde é recebida a documentação e se procede à posterior entrada de
mercadoria ou contentores, que terão como destino o Parque de Contentores. No sentido
inverso, o Portão é também o local onde se dá a saída da mercadoria importada.
Parque de Contentores
Portão
C
F
S
Área de Exportação
Área de Importação
Zona de Atracagem
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Figura 7 – Camiões carregados a atravessar o Portão de um Terminal.
O Parque de Contentores, ou de Mercadorias, funciona como armazém de material a aguardar
o despacho e/ou meio de importação ou exportação.
A zona denominada por CFS (Container Freight Station) ou EC (Estação de Contentores), é
uma área que serve para carregar ou descarregar contentores. Esta secção pode localizar-se
dentro ou fora do terminal dependendo da autorização das autoridades alfandegárias.
As áreas de Exportação e Importação são locais próximos da Zona de Atracagem, e que se
encontram destinadas ao manuseamento de contentores ou outro tipo de carga, com destino a
outros portos ou recém-chegados ao terminal em questão.
Todas estas áreas podem estar abrangidas por um, ou mais, dos seguintes sistemas logísticos.
OCR – Optical Character Recognition
É sem dúvida um dos sistemas com maior índice de utilização nos dias de hoje, muito devido
ao facto de se recorrer a este meio para a identificação de contentores. Está normalmente
inserido em sistemas informáticos de controlo de operações portuárias, como por exemplo, o
Terminal Operating System (TOS), fornecendo a este a localização e status das mercadorias
previamente inseridas no sistema.
O OCR é um software com capacidade de captura e processamento de imagem de texto. Após
a captura da imagem, o OCR varre o campo da mesma com o intuito de identificar um padrão
de caracteres específico. Uma vez encontrado, o programa converte os caracteres presentes
na imagem em texto electronicamente editável, traduzindo-as de seguida para um código mais
fácil de utilizar, como por exemplo ASCII (American Standard Code for Information
Interchange).
Um sistema OCR com a finalidade de identificação de veículos e contentores pode ser
instalado em vários locais como o Portão, guindastes e outros meios de transporte, e tem como
requisitos os seguintes elementos:
• Sistema de aquisição de imagens de alta qualidade que fornecem diferentes
perspectivas do veículo e contentor;
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• Aplicação de processamento de imagens e reconhecimento das matrículas dos
veículos e contentores.
O processo de leitura do programa OCR tem como requisito um código alfa numérico com onze
caracteres, dos quais temos quatro letras nas primeiras quatro posições, sendo as últimas sete
preenchidas por números. Devem ainda existir dois números com a função de identificar a
origem do elemento alvo de identificação. Na Figura 8, tem-se um exemplo do que se acaba de
explicar.
Figura 8 – OCR aplicado a um contentor
As três primeiras letras do código identificador reconhecem a empresa transportadora, sendo a
quarta letra, “U”, utilizada na maioria dos contentores, apesar do programa não lhe reconhecer
qualquer significado. Os sete algarismos estão divididos no número de série do contentor (os
seis primeiros dígitos), cabendo ao último dígito a função de verificação.
PDS – Position Detection System Aliado à tecnologia OCR surge o sistema PDS. O PDS é uma ferramenta de localização de
entidades que recorre à tecnologia de DGPS (Differential Global Positioning System) para obter
as coordenadas de posição das mesmas, transmitindo os dados recolhidos através do sistema
de RDS (Radio Data System) aos controladores dessas entidades e para os sistemas de
gestão global que integram o PDS.
O que acontece é que, em ambiente portuário, não só é fundamental identificar o que se está a
movimentar, mas também é fulcral saber localizar com precisão a carga em questão. O mesmo
se pode aplicar aos meios de deslocação de mercadorias. Assim, se em cada meio de
transporte como por exemplo gruas, pórticos, empilhadores e camiões, for colocado um
sistema de localização por GPS (Global Positioning System), isto permitirá a cada equipamento
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obter posições e fazer o seu seguimento dentro do parque, podendo-se, de forma automática,
controlar a sua circulação e respectiva mercadoria.
O sistema de localização transmite por radiofrequência o registo em tempo real da posição do
meio de transporte em questão, fazendo uso da infra-estrutura de comunicações sem fios
disponível no parque. Isto permite conhecer com exactidão a posição de cada meio de
transporte, facultando o controlo dos percursos efectuados e dos tempos de operação.
Figura 9 - Antena DGPS
RTLS – Real-Time Location System
O RTLS surge como alternativa ao PDS. Neste caso a tecnologia utilizada é a de RFID (Radio-
Frequency IDentification) em vez de GPS. Este sistema mostra-se uma alternativa de valor ao
sistema PDS, já que, é bastante mais económico e requer menores configurações ao nível dos
sistemas integradores (TOS). Na Figura 11 podemos ver um exemplo de antenas de leitor
RFID. Esta tem como função localizar uma tag (Figura 10), previamente colocada no objecto a
localizar, e juntamente com outras duas antenas iguais, pelo método de triangulação
determinar a posição do já referido objecto.
Figura 10 – Tag de RFID
Assim, através do RTLS, o sistema adquire e colecciona informação de localização geográfica
que permita conhecer, em tempo real, a localização de mercadoria armazenada ou em trânsito
num parque fechado. O sistema permite obter informação sobre a mercadoria que é recebida
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ou expedida no parque e dá apoio à sua movimentação e a respectiva associação ao meio de
movimentação.
Figura 11 – Antenas RFID
Um conceito bastante utilizado em ambientes portuários, e relacionado com o RTLS, é o de
Track & Trace. Este utiliza, na maioria dos casos, a tecnologia de RFID para obter a
localização em tempo real das mercadorias, o que é uma mais-valia para as empresas
despachantes na hora de relatar aos seus cada vez mais exigentes clientes, o estado das suas
encomendas. No entanto, em portos onde se utilize o sistema RTLS, os sistemas de RFID
utilizados não são partilhados, e cabe normalmente a um outro prestador deste tipo de serviços
a responsabilidade de instalar o seu próprio material de triangulação e sistemas adjacentes.
Figura 12 – Algumas das empresas que usam o sistema Track & Trace
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Segurança
Nos dias que correm as preocupações com a segurança são uma questão indispensável. No
caso dos terminais marítimos as entidades responsáveis pela segurança são as entidades
alfandegárias. A estas cabe a função de inspeccionar as mercadorias que todos os dias
chegam aos portos, bem como as pessoas que por via marítima tentam entrar no país. No
entanto, apesar do controlo das pessoas estar quase reduzido à sazonalidade da chegada de
um navio de cruzeiro ao porto, o volume de contentores que chegam aos portos de todo mundo
tem vindo a aumentar a um nível elevado, o que torna a actividade alfandegária algo bastante
exigente. No entanto, apesar de tudo, foi só a partir da altura do 11 de Setembro que o governo
americano decidiu estabelecer metas para a fiscalização portuária. Em 2007 apenas 5% dos
contentores que deram entrada em solo americano foram sujeitos a inspecção. De forma a
contrariar este facto, o congresso anunciou medidas e estudos de tecnologias que passaremos
a citar, para que no ano de 2012 o numero passe de 5% para 100%. Espera-se que o resto do
mundo acompanhe esta tendência.
De forma conjugar as necessidades de fiscalização e de agilização das operações portuárias,
foi desenvolvida uma tecnologia que permite o scanning de contentores. Existem dois tipos de
tecnologias disponíveis no mercado, a radiografia por raios-Gama e a radiografia por raios-X. O
scanner é muitas vezes instalado na Área do portão, já que por apenas conseguir obter uma
imagem de uma secção vertical limitada, é necessário aproveitar o deslocamento do camião
para obter a componente horizontal no seu todo.
Figura 13 – Exemplo de scanner por raios-X
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Bibliografia
• Integrating ERP, Supply Chain Management and Smart Materials , Dimitris N. Chorafas, 2001, Auerbach Publishers
• http://en.wikipedia.org/wiki/Cargo_scanning, 5 de Dezembro 2008
• http://www.portautomation.com/index.htm, 28 de Novembro 2008
• http://pt.wikipedia.org/wiki/RFID, 30 de Novembro 2008
• http://www.track-trace.com/container, 4 de Dezembro 2008
• http://www.portek.com.sg/index.html, 25 de Novembro 2008
• http://www.surajinformatics.com/ports-automation.htm, 5 de Dezembro
• T. Thurston and Huosheng Hu, Distributed Agent Architecture for Port Automation, http://cswww.essex.ac.uk/staff/hhu/Papers/CSA-Oxford2002.pdf
• http://www.portsautomation.com/, 4 de Dezembro 2008
• http://www.portcities.org.uk, 4 de Dezembro 2008
• http://www.demagcranes-ag.de/en/Segments/Port_Technology_/index.jsp, 4 de Dezembro 2008
• http://www.sovereign-publications.com/index.htm, 4 de Dezembro 2008