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Faculdade de Economia Universidade de Coimbra Fontes de Informação Sociológicas Licenciatura em Sociologia Docente: Paulo Peixoto Coimbra, Janeiro 2005 Trabalho elaborado por: Lorena Monteiro Domingues 20042103

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Faculdade de Economia

Universidade de Coimbra

Fontes de Informação Sociológicas

Licenciatura em Sociologia

Docente: Paulo Peixoto Coimbra, Janeiro 2005 Trabalho elaborado por:

Lorena Monteiro Domingues 20042103

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Índice Páginas

1. Introdução---------------------------------------------- 1 2. Desenvolvimento-------------------------------------- 3

• Processo de pesquisa das fontes------------------------------ 4 • Estado das artes------------------------------------------------- 6

3. Ficha de leitura---------------------------------------- 11 4. Avaliação da página web----------------------------- 17 5. Conclusão---------------------------------------------- 19 6. Referências bibliográficas--------------------------- 20 7. Anexo I- Texto de suporte da ficha de leitura 8. Anexo II- Página web utilizada

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Introdução

A clonagem é um tema muito falado, controverso e mediático. É tanto assim que todos nós já ouvimos falar nela, embora muitos não saibam em que consiste. O seu processo, os seus objectivos, os maleficios e os beneficios que nos poderá trazer, as questões éticas e de identidade, se a clonagem terapêutica é boa ou má, se iremos conseguir habituarmo-nos à ideia de existirem clones nossos. Estas são algumas questões muito discutidas, mas existem muitas outras que semeiam a discórdia entre muita gente sobretudo entre a Igreja e a ciência genética. Com toda a sua polémica conseguiu despertar o interesse de muita gente inclusive dos jornalistas e dos retantes mass media mas continua a ser um grande mistério por desvendar para muitos indivíduos. Através da pesquisa feita dá para perceber a complexidade de fazer uma clonagem. Esta técnica foi divulgada com maior intensidade a partir de 1983, embora a primeira experiência deste tipo tenha ocorrido em 1952 com girinos. Depois começaram a ser clonados outros tipos de animais. Até que a 27 de Março de 1996, com uma técnica bastante inovadora, nascem Megan e Morag, duas ovelhas. Alguns meses mais tarde, a 23 de Fevereiro de 1997, nasce a Dolly. Recentemente a 27 de Dezembro de 2002 foi anunciado o nascimento do primeiro clone humano, Eva, pela empresa Clonaid, após este primeiro clone houve notícias de outros em diferentes países e “feitos” por outras empresas que se dedicavam a esta experiência, mas nunca foi revelada a identidade dos pais, pois isso poderia prejudicar a vida futura dos recém-nascidos, o que levou muitas pessoas a desconfiar da veracidade do nascimento de verdadeiros clones humanos, pois é uma técnicas bastante complexa, como já referi neste trabalho, e para muitos ainda impossível de realizar, mesmo para especialistas.

Com este trabalho pretendo tratar de alguns aspectos do tema em questão e ilucidar algumas dúvidas, se possível, pois este tema é muito vasto e não é possível realçar todos os seus ramos. Assim, indicarei algumas fontes de informação a que tive acesso em diversas bibliotecas e na internet, para quem tiver algum interesse em conhecer mais pormenores sobre o assunto. Porém será conveniente ter um conhecimento dos termos técnicos usados para uma melhor compreensão, embora tenha feito um esforço para pôr uma linguagem acessível e de fácil leitura.

Neste trabalho vou abordar as seguintes questões: O que é a clonagem? Qual a sua história?

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Diferença entre clonagem reprodutiva e não reprodutiva? Será algo eticamente correcto e quais as suas consequências?

Espero que, no final, consiga responder a estas questões de forma clara e concisa, com a ajuda de alguns livros e de sites da web especialmente escritos em português. Embora já existam bastantes sites portugueses, estes, a meu ver, ainda não estão muito à vontade no tema em questão uma vez que este tipo de experiência nunca se realizou no nosso país, pelo menos sendo do conhecimento público.

Este trabalho está dividido em três partes diferentes. A primeira parte é o desenvolvimento que por sua vez está subdivido em duas subpartes, processo de pesquisa de fontes e estado das artes. Na primeira é definido o modo como foi feita a pesquisa, as fontes que se utilizaram. Ou seja, são descritos todos os passos feitos para se conseguir o material desejado para pesquisar o tema pertendido. Na segunda é onde se faz um pequeno resumo tendo em conta as leituras e as fontes onde a informação foi encontrada. A segunda parte é constituída por uma ficha de leitura, que foi feita a partir de um capítulo de um livro. Na terceira e última parte encontra-se a avaliação de uma página da web que foi encontrda através de uma pesquisa booleana com o motor de busca Google . O site que escolhi para avaliar neste trabalho aborda vários aspectos da clonagem de uma forma clara, de modo a que qualquer pessoa sem conhecimento sobre o assunto consiga ficar ilcidada. Assenta especialmente num esquema bastante interressante que mostra como se clona, começando por falar da história do tema em questão, não se esquecendo de falar na ovelha mais famosa neste momento, a Dolly, menciona o “macaquinho transgênico” e claro a questão ética. Este site tem como principal defeito ter poucas ilustrações, mas tem uma secção bastante interresante chamada “Fale conosco”. As suas intenções são de informar, pois qualquer pessoa que tenha alguma curiosidade sobre o assunto, mesmo que não tenha qualquer conhecimento prévio, consegue entender o que é a clonagem. O principal objectivo deste trabalho não é desenvolver o tema em si, mas sim, demonstrar o que existe sobre o tema e, onde se pode encontrar. Por isso é muito importante fazer uma selecção rigorosa das fontes encontradas. Pois para fazer um bom trabalho é necessário saber “como pesquisar”, “ onde pesquisar” e “que pesquisar”, para assim conseguirmos retirar a informação mais correcta e importante para podermos informar quem ler o trabalho de uma maneira correcta.

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Desenvolvimento Ao escolher o tema clonagem para a elaboração deste trabalho sabia da dificuldade de encontrar pouca informação em livros escritos em português, mas sabia que na net iria ter o problema inverso. Ou seja, informação a mais, uma mais credível que a outra, sendo a maioria dessa informação de origem brasileira. Decidi começar a minha pesquisa pela Biblioteca da Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra onde só encontrei um livro sobre clonagem. Após este fracasso decidi ir até à Biblioteca Geral da Universidade de Coimbra e depois à Biblioteca Municipal de Coimbra onde a minha pesquisa evoluíu um pouco mais, e achei bastante informação sobretudo na última mencionada. Por fim, decidi ver na Biblioteca Municipal de Pombal o que poderia achar e encontrei alguns livros interresantes. Para finalizar a pesquisa fui à internet onde encontrei a maioria da informação utilizada neste trabalho, o que tive que fazer foi tentar distinguir a informação correcta da incorrecta. A clonagem como já foi mencionado é um tema bastante polémico que evolui a uma velocidade surpreendente. Quando esta tinha caído no esquecimento da maior parte da população surge a “bomba” do nascimento dos primeiros clones humanos o que traz de novo o assunto a debate. Pois o que antes não passava de um sonho, e que iria levar décadas ou talvez mais tempo para se realizar, de renpente era uma nova realidade que tinha vindo para ficar. Primeiro foi a fase dos girinos até Eva (humanos) e agora a nova moda é clonar os animais de estimação. Este tema joga com muitos sentimentos morais e éticos das pessoas, por isso não consegue manter-se escondido das críticas da sociedade. Embora outras pessoas concordem plenamente com a sua realização e até paguem valores exorbitantes para um dia poderem ser clonados, ou então clonar os filhos ou os animais de estimação, após a sua morte tendo esperanças que o clone será igual ao “original” tanto fisica como psicologicamente.

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Processo de pesquisa das fontes Nesta subdivisão do trabalho vou referir de onde e como retirei a informação recolhida e que se encontra neste trabalho. Ou seja, onde se pode obter a informação desejada e a que local corresponde. As minhas fontes são limitadas à internet e às bibliotecas. Vou começar por descrever a minha pesquisa realizada nas bibliotecas, pois as fontes lá encontradas são mais fiáveis e assim pode-se comparar com as encontradas na internet e assim ver as mais fiáveis. Nas bibliotecas é onde se encontra as fontes mais fiáveis e pertinente, pois nos livros a fiabilidade dos conteúdos é muito superior. Podemos começar pela Biblioteca da Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra, uma vez que a minha pesquisa começou lá, através do catálogo da biblioteca, onde pesquisei com os assuntos: “clonagem”, “ética”. Sendo o único livro sobre clonagem que encontrei “Clonagem Humana” (Atlan, et al. 2001), que mostrou ser bastante interessante sobre o tema em questão, pois é o assunto do livro, sendo analisado é visto por diferentes especialistas de áreas diferentes. Na Biblioteca Geral da Universidade de Coimbra existem regras bastante rigorosas, o que faz com que os alunos não tenham muito interesse em lá ir. Nesta biblioteca consegui encontrar mais livros mas o único que utilizei para este trabalho foi “Clones Humanos: a nossa auto-biografia colectiva” (Correia, 1999). Na Biblioteca Municipal de Coimbra houve um maior número de livros encontrados, mas só um me chamou a atenção que foi “A Investigação Portuguesa: desafios de um novo mistério” (Encontro de Investigadores Portugueses, 2001). Nesta biblioteca as pessoas foram muito simpáticas desponibilizando-se para qualquer tipo de ajuda necessária. Por último, a Biblioteca Municipal de Pombal onde também tive acesso a toda a informação desejada com bastante facilidade. Achei vários livros um dos quais também tinha encontrdo na Biblioteca Municipal de Coimbra que é “A Clonagem em Questão” (Khan e Papillon, 2000). Além deste livro interessei-me por dois outros que são “Genética Humana”(Borges-Osório e Robinson, 2001) e “Engenharia Genética e Biotecnologia” (Kreuzer e Massey, 2002). A internet é uma fonte de informação bastante cómoda onde podemos obter um grande número de informação rapidamente sem sairmos de casa, em muitos casos, o que faz com que se recorra bastante a este método. Mas como tudo também tem os seus defeitos, pois a informação pode conter imprecisões ou erros. Ela nos dá demasiada informação sendo impossivel ler

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toda a informação, por isso é necessário saber escolher correctamente as melhores e muita dela é desnecessária. Para nos ajudar a nossa tarefa temos o método de pesquisa avançada dentro dos motores de busca os operadores booleanos que nos ajudam a restringir a nossa pesquisa ao que realmente interessa.

A minha pesquisa não foi feita no mesmo dia porque de dia para dia a informação vai-se actualizando. Tentei várias formas de pesquisa. Pesquisando pela Google no método da pesquisa avançada colocando na pesquisa a palavra “clonagem” para começar dando-me 109000 páginas em português; a seguir coloquei as palavras “clonagem and ética” e deu 1020 resultados. Assim, as informações retiradas mais importantes são as seguintes: http://www.drauziovarella.com.br/artigos/clonagem.asp do Dr. Drauzio Varella (s.d.), fala da história da clonagem, de como se faz, da ovelha Dolly e do macaco transgénico.

http://www.dbio.uevora.pt/LBM/Foco/Hospedeiros/Hospedeiros.html#_Toc483862036 do Laboratório de Biologia Molecular da Universidade de Évora (1999), fala essencialmente de um trabalho com o título “Hospedeiro para clonagem –Molecular” de Mário Silva, disponível na página mencionada.

http://www.mct.gov.br/especial/clone01.htm do Ministério da Ciência e tecnologia brasileiro (2003), onde fala sobretudo da clonagem e da ética. http://www.radiobras.gov.br/ct/artigos/1999/artigo_130899.htm de Lygia da Veiga Pereira (1999), artigo originalmente publicado no jornal do Conselho Regional de Biologia de São Paulo, fala sobretudo da história da clonagem. http://www.cnecv.gov.pt/NR/rdonlyres/8EA5B11B-914D-4C81-B24F-DFEC00015EB0/0/P021Clonagem.pdf do Conselho Nacional de Ética Para As Ciências Da Vida (1997), que fala dos parecer éticos da Presidência do Conselho de Ministros. http://www.portugal-linha.pt/opiniao/RJunior/rj42.html de Roberto C. P. Júnior (s.d.), que fala da clonagem ética, fazendo referência à religião

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Estado das artes A esta altura do trabalho já se pode fazer um pequeno resumo do que se publicou, estudou e disse sobre o tema em questão. Afinal ainda não foi esclarecido o que é a clonagem. Por isso vou começar por aí. Para conseguir uma resposta a essa dúvida fui a livros científicos mas achei melhor escrever primeiro o significado que vem no “Dicionário de língua portugesa” da Porto Editora, uma vez que é bastante mais simples de uma forma bastante sucinta: “ s.f. BIOLOGIA processo de obtenção de indivíduos ou populações por reprodução vegetativa ou assexual de um único indivíduo; introdução de informação genética numa célula de modo a repetir essa informação (Do gr. Klón, “rebento”, pelo fr. clonage, “clonagem”).” (1999: 371). Já no livro “Genética Humana” de Maria Regina Borges-Osório e de Wanyce Miriam Robinson (2001), tem uma definição um pouco mais complexa mas de compreensão simples: “A clonagem do DNA consiste na amplificação selectiva de um fragmento ou sequência específica de DNA. Há dois tipos principais de técincas de clonagem de DNA in vivo e replicação de DNA in vitro, por meio de reação em cadeia de polimerase(PCR, do inglês: polymerase chain reaction).” (2001: 350 e 351) em “Genética Humana” de Maria Regina Borges-Osório e de Wanyce Miriam Robinson. Enquanto que no livro “Engenharia Genética e Biotecnologia” de Helen Kreuzer e Adrianne Massey (2002): “Um clone é uma coleção de indivíduos geneticamente idênticos totalmente derivados de um único pai. A clonagem é o processo de propagação desses indivíduos geneticamente idênticos. Os biólogos utilizam a palavra “clone” de várias maneiras,dependendo do que está sendo clonado.” (2001: 60). Também, Clara Pinto Correia (1999), em “Clones Humanos: a nossa auto-biografia colectiva” tem várias informações sobre este assunto podendo ser consultado. Assim como o livro “A Clonagem Humana” de Henri Atlan et al (2001) e o livro de Axel Kahn e Fabrice Papillon (2000), “A Clonagem em Questão”. Neste livro há uma referência à clonagem não reprodutiva que é a terapêutica e a clonagem reprodutiva. Na net existe informação bastante interessante sugerindo o site de Drauzio Varella (s.d.) que explica de uma forma bastante simplificada, mostrando um esquema que explica a forma como foi clonada a Dolly, e outro falando do macaquinho transgénico.

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Outro aspecto que merece toda a nossa atenção é saber como nasceu a clonagem, ou seja, qual a sua história, a sua origem, como nasceu. Esta dúvida tem resposta na página de Drauzio Varella (s.d.). Segundo ele tudo começou em 1839 quando Theodor Schwann criou a teoria celular. Esta teoria dizia que os organismos são formados por células que se organizam em tecidos. Ou seja, as células-filhas herdam as características das células-mães e depois se diferenciam para exercer as funções específicas. Em 1855, Rudolf Wirchow enunciou o conceito Omnis cellula e cellula que consistia em toda a célula vem de outra célula. Dez anos após esta descoberta o Monge George Mendel descreveu em ervilhas as leis fundamentais da hereditariedade que foram ignoradas até ao inicio do século XX. Em 1892, Hans Driesch esperou um ovo de ouriço do mar dividir-se pela primeira vez e separou as duas células, o resultado foi que cada uma formou uma larva de ouriço completa. Numa segunda experiência, esperou a divisão formar quatro células para depois separá-las, e o resultado foi o mesmo. Já em 1901, Hans Spemann separou duas células de um ovo de rã e obteve dois girinos. Em 1938 Spemann perguntou-se se o núcleo de uma célula de um adulto retém o mesmo potencial das células embrionárias. Passados 58 anos veio uma resposta afirmativa com o nascimento de Dolly. Em 1952, Robert Briggs e Thomas King surpreenderam a comunidade científica e todas as pessoas com séries de experiências nas quais testaram transferências de núcleos em uma espécie de rã denominada por Rana pipiens. Em 1962, John Gurdon retirou núcleos de células intestinais de sapos adultos, transferiu-os para óvulos não fecundados e clonou vinte sapos que chegaram à fase adulta aparentemente idênticos, com exceção de um deles de tamanho pequeno e de outro, estéril. Cinco anos depois, em 1977 pegou um óvulo de rã preta e nele inseriu o núcleo de células adultas de uma rã albina, nasceram 30 rãs albinas. Em 1995, Wilmut e Campbell haviam conseguido 244 transferências. Delas, 34 atingiram o estágio de desenvolvimento que lhes permitiu o implante no útero de ovelhas-mães adoptivas. Nasceram cinco carneiros, dos quais apenas dois sobreviveram até a vida adulta: Megan e Morag, os primeiros mamíferos clonados a partir de células diferenciadas, envelhecidas em cultura. Em 1996, nasceu Dolly, o primeiro mamífero clonado a partir das células de um adulto. Depois desta ovelha apareceu Eva, um humano, em 2002, o que para muita gente foi um autêntico escândalo. Nos nossos dias os cientistas dedicam-se à clonagem de animais de estimação, o primeiro foi um pequeno gato. Mas não se pode esquecer que a clonagem começou por ser mencionada na agricultura como por exemplo a enxertia.

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Pode se obter mais informações além da página de Drauzio Varella (s.d.), pode consultar nos livros acima citados. A clonagem como já foi mencionado assenta numa técnica muito complexa, como poderemos constatar já a seguir, embora o processo esteja explicado detalhadamente nos livros que referi no inicio desta subdivisão e na página web da Universidade de Évora, que também já foi mencionada neste trabalho. Achei melhor citar um excerto de Henri Atlan et al (2001) que nos explica como se faz a clonagem reprodutiva e a não reprodutiva de uma forma clara e resumida. “O primeiro tipo de clonagem, a clonagem reprodutiva consiste em fazer nascer um novo indivíduo por meio de uma técnica de transferência de núcleo. Trata-se de reproduzir organismos genéticos idênticos uns aos outros, transferindo o núcleo de uma célula somática para um óvulo enucleado, ou seja, ao qual foi extraído o núcleo.” (2001:15) “A clonagem não reprodutiva de organismos consiste em utilizar ou a mesma técnica de transferência do núcleo, ou outras técnicas de clonagem celular propriamente dita – o que significa uma produção de colónias de células geneticamente idênticas por meio de divisões sucessivas a partir de uma única célula. Estas técnicas podem aplicar-se a células embrionárias ou não, e ter como resultado a produção de mapas celulares ou de tecidos. Podem também produzir células que têm todas as potencialidades de um embrião, mas não se trata de o desenvolver até ao fim, até ao nascimento de uma criança. Voltaremos às perspectivas médicas oferecidas pelo desnvolvimento actual destas técnicas e aos diversos problemas éticos que se colocam a este respeito.” (2001:15)

Este livro tem mais informações além das citadas para quem tenha curiosidade sobre o assunto.

Por fim irei falar sobre ética, um assunto bastante discutido nestes últimos tempos. Em praticamente todas as fontes encontradas falavam neste tema, em geral todos têm uma certa preocupação com o desenrolar da história. Na página do Conselho Nacional de Ética Para As Ciências Da Vida (1997) existe um parecer ético sobre a clonagem. Muito interessante, uma vez que é feito pela Presidência do Concelho de Ministros portugueses. Outra página bastante interessante é a da Professora Lygia da Veiga Pereira (1999). Além dos livros mencionados que têm um parecer bastante interessante. Mas dou uma especial atenção outra vez ao livro “Clonagem Humana” mas desta vez relato um excerto de Nadine Fresco num debate com o título de “Aclimatação e eugenismo”. Em que ela diz o seguinte:

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“Apesar de tudo, não será verdade que os resultados da investigação biológica despertam uma certa imagem de horror e nos remetem para a ideia de melhoramento da espécie que, por sua vez, nos remete para a questão do eugenismo? Pense nas questões de despistagem de doenças, genéticas ou não. Sobre o que incide hoje a despistagem? E sobre o que incidirá amanhã? Qual deverá ser ou qual será o critério de selecção entre o que é viável e o que não é? Ao despistar, o que escolhemos fazer? E esta questão implicará uma outra: a que pessoas deveremos nós dar a possibilidade de viver ou de nascer?

A inquietação revelada pelas interrogações, pelas declarações de principio, pelas reflexões, parece-me estar ligada a uma versão contemporânea da problemática do eugenismo.” Fresco, apud Atlan et al; 2001:160. Estas reflexões de Nadine Fresco deixam-nos a pensar sobre as consequências da clonagem. Será que estamos a voltar ao Nazismo e esta técnica é uma maneira mais discreta de seleccionarmos as pesssoas que têm direito à vida, para assim conseguirmos ter uma sociedade perfeita.

A religião também tem a sua opinião a este respeito, como se pode demonstrar na página de Roberto C. P. Júnior. Mas existe os Raëlitas que consideram que todos os seres humanos foram “fabricados” por extraterrestres. Acreditando que eles têm uma tecnologia mais evoluída que a nossa e eles próprios se clonam para poderem viver mais tempo. Esta teoria está no livro “Clonagem Humana” de Axel Kahn e de Fabrice Papillon (2000).

A clonagem também nos traz várias dúvidas sobre a filiação do clone. No livro “Clonagem Humana” Marc Augé (Atlan et al, 2001) fala-nos dessa questão no seu capítulo intitulado: “Indivíduos sem filiação. Mas retirei um excerto do debate com o título: “Fabricar o parentesco” em que o autor diz o seguinte:

“Na experiência etnográfica, talvez o mais instrutivo seja a indicação clara de que a individualidade mais rica e mais forte se situa no cruzamento de numerosas linhas. A ideia fundamental é a de que não há identidade que se possa construir sem negociação com a alteridade. Podemos constatá-lo em contextos diferentes: uma identidade não existe sem ligação aos outros.

E é precisamente nesse ponto que surgem os problemas ligados à clonagem humana. Na origem destes problemas não estará apenas uma desorganização funcional que roubaria referências à filiação, mas também a própria construção da identidade individual, da identidade social que corre o risco de ser

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ferida. Há na imagem aterrorizadora da reprodução do idêntico um duplo aspecto: por um lado, há uma sobrecarga do laço de parentesco, pois há perturbações geracionais, o filho é irmão, a filha é irmã; e ao mesmo tempo, este laço é insuficiente o filho não é bem filho, nem a filha completamente filha.” (2001:137). É uma questão muito confusa mas talvez um dia consigamos obter

uma resposta concreta.

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Ficha de leitura Título da publicação: “A Clonagem em Questão” Autores: Axel Kahn e Fabrice Papillon Local onde se encontra: Biblioteca Municipal de Pombal Data da edição: 2000 Local da edição: Lisboa Editora: Instituto Piaget Título do capitulo ou Artigo: “A Clonagem Humana: Mito ou Realidade” Cota: 575-22 Número de Páginas: 129-152 Assunto: A clonagem de uma prespectiva ética. Palavras-Chave: “Clonagem” e “Ética” Data da Leitura: Dezembro de 2004

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Área Científica: Genética Notas sobre os autores:

Axel Kahn é engenheiro genético e director de invetigação no INSERM, é membro do Comité Consulivo de Ética, em França. Fabrice Papillon, jornalista, é um apaixonado pelas questões genéticas desde há vários anos. Estrutura:

O autor do texto começa por fazer um breve resumo em que aborda o assunto da clonagem humana pois existe muita gente que quer lutar contra a velhice, pois confunde-se “a reprodução de um código genético e a transmissão de um psiquismo...”. (2000: 129). Na primeira parte do capítulo “Os primeiros clones humanos da história” há uma referência às técnicas usadas para clonar, como a clivagem embrionária relembrando como são feitas. Em consequência dessa técnica, o autor relembra o primeiro “bébe-proveta”, Louise Brown. Pois é assim que se consegue uma fertilização in vitro. Esta técnica pode facilitar os diagnósticos pré-implantatórios, pois se é detectada alguma anomalia no embrião este já não é implantado. Mas para conseguir o diagnóstico é necessário sacrificar uma das células que poderia dar origem a um novo ser. Jerry Hall, no final de Outubro de 1993, com o aval do seu superior Dr. Robert Stillman, fez uma experiência com dezassete embriões humanos que tinham três pronuclei em vez de dois e por isso estavam condenados à morte. Ele decide cindir cada embrião em duas, três ou quatro partes e, assim verificou que cada parte obtida consegue se desenvolver, produzindo assim um embrião completo. Para que estas conseguissem se desenvolver foi necessário reconstruir o meio nutritivo. Após esta experiência decidiram destruir os embriões. Depois desta notícia ter sido publicada na primeira página do New York Times houve várias manifestações de vários países do mundo. Os governantes mundiais demonstraram o seu desacordo com o que tinha sido anunciado. Passado duas semanas o Times publica uma sondagem com a parceria da CNN, revelando que 75% dos americanos são hostis à clonagem humana e 77% são favoráveis a uma proibição provisória ou definitiva de toda a investigação médica sobre a clonagem. Entretanto os dois biólogos “sublinham ter escolhido embriões votados a uma morte certa, considerando que valia a pena tentar uma experiência útil, como a clivagem embrionária, antes de os destruir.” (2000: 134).

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Numa segunda parte denominada “Os limites experimentais da transferência de núcleo”, o autor faz referência ao escândalo que ocorreu com o nascimento de Dolly. Pois esta clonagem foi realizada com uma técnica mais evoluída, pois exige a fusão de um ovócito com um núcleo de uma célula que pode ser diferenciada. A revista Nature publicou a 27 de Fevereiro de 1997 o método útilizado na realização da clonagem da ovelha. O que evidência os limites de uma transposição da técnica para o ser humano. Ron James, director da empresa PPL Therapeutics, diz: “ainda que a clonagem humana possa vir a ser possível, seria necessário um imenso trabalho experimental antes de lá chegarmos”, apud Kahn e Papillon; 2000: 135. Para se obter a Dolly foi necessário duzentos e setenta e sete embriões o que seria um grande problema para conseguir um número igual ou superior se necessário de um ser humano. Pois uma ovelha pode produzir o seu primeiro ovócito maduro aos dois anos, enquanto que na mulher o período de maturação é dez vezes mais longo. Além deste obstáculo existem outros como a diferença fisiológica entre as duas espécies e, na mulher existe 50% de hipóteses de se obter uma fecundação em condições normais mas numa ovelha as hipóteses ultrapassam os 60%. Também é importante salientar que a fecundação in vitro, seguida do desenvolvimento embrionário em laboratório funciona melhor nos animais domésticos com uma probabilidade de 40% enquanto que nas mulheres é de 15%.

Na terceira parte “A ameaça da seita Raël”o autor fala-nos do Movimento Raëliano Internacional que é uma organização que se lançou oficialmente na corrida à clonagem humana usando a técnica que deu origem à Dolly. Este movimento está classificado como uma seita, que recenseia cento e sessenta e três organizações sectárias. Os Raëlitas acreditam na existência de extraterrestres. O seu fundador Claude Vorilhon, quando tinha vinte e sete anos, ao iniciar a sua carreira de jornalismo desportivo, teve uma revelação cósmica em Clermont-Ferrand:

“«Tinha estabelecido como objectivo ir até ao centro de Puy-de-Lassolas[...] Subitamente, por entre a bruma, apercebi-me de uma luz vermelha bruxuleante, e depois de uma espécie de helicóptero, que descia até junto de mim[...] Um disco voador! Há muito que acreditava firmemente na sua existência, mas nunca esperei chegar a ver algum. Tinha aproximadamente sete metros de diâmetro, era plano por baixo e cónico por cima, com cerca de dois metros e meio de altura[...] Abriu-se uma porta no aparelho e uma espécie de escadas desdobrou-se até ao solo[...] Apareceram dois pés, depois duas pernas» (Le Livre qui

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dit la vérité, pp.16 e 17). Surgiram então os extraterrestres, com a dimensão aproximada de um metro e vinte, de cabelos compridos e barbichas pretas, vestidos com fatos verdes, e com a cabeça nimbada de um halo de luz.” (2000:138).

Assim nasceu o Movimento Raëliano. Claude Vorilhon transformou-se no profeta dos “Elohim”, ou seja, “Aqueles que vieram do céu”. Após este encontro o jornalista decidiu escrever o seu primeiro livro le livre qui dit la vérité onde ele descreve o diálogo existente entre ele e os seus novos amigos. No livro ficamos a saber que foram eles que nos criaram e, que o autor está incumbido de passar a mensagem deles. Existem diversas representações raëlianas nacionais, como o Movimento Raëliano françês que tem uma implantação na Suiça e no Canadá, o Movimento Raëliano Internacional e um Movimento para a Geniocracia Mundial.

Os Elohim pregam por uma selecção pela inteligência, após delimitado o grau de inteligência de cada pessoa esse dado constaria no bilhete de identidade. O que se pode comparar com o nazismo. Esta comparação com o nazismo fez com que esta organização mudasse a sua sigla, segundo eles um conselho dado pelos Elohim. Nos nossos dias concentram-se essencialmente na ciência e tecnologias do futuro. O que os leva a pensar que a clonagem lhes irá dar uma vida eterna. Após o nascimento de Dolly, Raël envia um comunicado a várias agências da imprensa com o seguinte título: “Raël cria a primeira empresa de clonagem humana”. A fundação vai ser constituída por um grupo de investigadores anónimos da empresa Valiant Venture, Ltd., que puderam contar com a ajuda da Clonaid. Oferecendo ajuda “aos pais opulentos de todo o mundo”, o que acaba por entrar em contradição com os seus princípios. Para obter os seus serviços será necessário pagar uma quantia de duzentos mil dólares, mas por um serviço denominado por “Insuraclone” será necessário pagar cinquenta mil dólares, que fornecerá a amostra e armazenamento de células de uma criança viva para o caso em que ela morra se possa fazer um clone seu. A Drª. Brigitte Boiselier, directora científica da Clonaid, acha que o processo de clonagem é bastante simples uma vez que já foi descrito pelos escoceses. Considerando moral e eticamente que esta técnica só produzirá bébes rechonchudos, achando que as pessoas só irão preocupar-se com o assunto após anunciar-se o nascimento do primeiro clone. Achando este procedimento perfeitamente legítimo, pois os investidores estão à espera de um retorno do seu investimento. Esta investigadora acha que é o meio que influencia o comportamento que as pessoas têm, o que quer dizer que os Raëlistas estão erados quanto à sua intensão de viver eternamente mudando

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de corpo. Porém Claude Vorilhon acha que deve existir uma selecção natural para o homem não degenerar. Assim, com a clonagem poderá ser feita uma selecção de genes de forma a só existir seres perfeitos. E por fim a última parte “A tumultuosa promessa de Richard Seed” o autor salienta que a seita Raël considera que a clonagem humana pode ser uma prova da nossa criação “tecnológica”. Já Richard Seed afirmou na National Public Radio que iria clonar seres humanos para poder ajudar casais estéreis. Há vários anos que este físico trabalha no dominio da fertilização, já tendo escrito um artigo para a revista americana Journal of the American Medical Association. Em numerosas entrevistas afirmou estar 90% pronto para realizar clonagem humana. Tendo conseguido fundos e técnicos suficientes para montar a sua própria clínica nos Estados Unidos, “e talvez mais cinco ou seis no estrangeiro”. Numa entrevista à CNN explicou que: “Globalmente, repetiremos nos humanos um trabalho e um procedimento muito semelhantes àqueles que os escoceses anunciaram terem tido êxito” (2000: 149). Seed acredita que o processo será mais rápido. Acreditando que o “mercado” começará por se desenvolver graças aos 10 a 15% dos casais estéreis. Tendo já lhe solicitado ajuda quatro casais. Mas numa entrevista à BBC ele confessa “A clonagem humana é uma técnica de ponta, que permitirá prolongar a vida humana e melhorar a civilização” [...] “Vamos tornar-nos como Deus. A clonagem, ou reprogramação do ADN, é o primeiro passo importante neste sentido. Trata-se de uma filosofia muito simples.” (2000:150) O que se assemelha aos pensamentos Raëlistas. Robert Winston, especialista em fertilidade, declarou: “Penso que este homem é um desequilibrado, não podemos levá-lo a sério”(2000:150). Harrith Hasson, que trabalhou com Seed descreve-o como um homem brilhante. No dia seguinte a esta declaração a Casa Branca reiterava a sua oposição à clonagem reprodutiva humana. Ameaçando impedir Seed de continuar a sua investigação através da Agência Federal para o Controlo dos Produtos Alimentares e Farmacêuticos. O diário bitânico The Independent on Sunday de domingo 11 de Fevereiro de 1998 revela que estas experiências poderão se realizar na Grã-Bretanha. “Com efeito o governo considera que não é «hostil ao principio das técnicas de clonagem quando a investigação disser respeito ao tratamento de doenças graves hereditárias»”. (2000: 152). Concluindo este tema consegue dividir as opiniões públicas.

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Resumo: Com este capítulo os autores procuram analisar a clonagem de vários ângulos. Tentando prevenir os leitores sobre os problemas que poderam surgir com a evolução da clonagem. São mencionadas técnicas científicas como a clivagem embrionária. Embora este tema seja ainda um pouco “tabu” para a maioria da sociedade, não impede que seja um acto condenado por muitos e adorado por outros. O que faz com que haja indivíduos que se aproveitem desses sentimentos. Esta nova descoberta tem seus malefícios mas também tem seus benefícios, como por exemplo o de salvar várias vidas humanas, com a clonagem terapêutica. Referências Historico-Culturais:

O autor apenas fala numa seita “Os Raëlistas”comparando-a em alguns aspectos ao nazismo. Recursos de Estilo e Linguagem:

O texto tem uma linguagem acessível embora o autor use linguagem científica, o que facilita se tivermos alguns conhecimentos sobre o tema.

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Avaliação da página web Após várias dúvidas e hesitações resolvi escolher a seguinte página web para ser analisada e criticada:

http://www.drauziovarella.com.br/artigos/clonagem.asp O motor seleccionado para esta pesquisa foi o Google de onde a

página foi escolhida de entre 1020 registos. Escolhi esta página porque é bastante completa no sentido em que fala de bastantes aspectos diferentes. Aborda questões desde a história da clonagem até à questão ética. Por isso pode-se considerar um site generalista. A primeira questão importante para avaliar esta página é saber se é fiável ou não. Também é fundamental saber se a informação é relevante, ou seja, importante. Após responder a estas dúvidas vêm outras que nos vão ajudar a fazer uma avaliação mais rigorosa e profunda. Se tem autor e quem é? Qual a origem da informação? Qual a data da sua origem e se tem vindo a ser actualizada? A qualidade da informação? A finalidade do documento? O autor desta página é Drauzio Varella, médico cancerologista, formado pela USP. Nasceu em São Paulo, em 1943. Foi um dos fundadores do Curso Objetivo, onde lecionou química durante muitos anos, publicou vários livros tais como “Estação Carandiru” da Companhia das Letras que o fez ganhar o Prémio Jabuti de 2000. O que me faz acreditar na fiabilidade e credibilidade da informação. No site está uma secção chamada “Fale conosco” onde se pode enviar um e-mail ao seu autor. Falando das vantagens e desvantagens da clonagem.

O site escolhido é de origem brasileira usando o idioma português embora a ortografia seja em algumas palavras diferente. A informação contida na página não se restringe apenas ao Brasil, abordando outros países pois não se pode esquecer que a clonagem é um assunto polémico universal, embora alguns países sejam mais liberais que outros.

O site está actualizado na secção de entrevistas, embora não tenha conseguido ver a data da sua formação, pode se constatar que tem entrevistas recentes de 2004. Enquanto que a informação obtida sobre clonagem está um pouco desactualizada, uma vez que este tema tem conseguido se desenvolver a uma rapidez imperssionante, como, por exemplo, o nascimento de Eva, que conseguiu surpreender todas as pessoas, inclusive alguns cientistas.

O objectivo deste site é de informa,r de uma forma clara e sucinta, qualquer pessoa que esteja interessada em alargar os seus conhecimentos sobre o tema de uma forma bastante simples e acessível a qualquer pessoa. Porém nota-se que o site foi escrito por uma pessoa ligada à área das

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ciências naturais uma vez que são usados termos cientificos das ciências sociais.

A sua apresentação é bastante original e consegue chamar a atenção das pessoas sobretudo os desenhso e os esquemas apresentados, embora ache que as cores podiam ser mais apelativas, ou seja, cores mais fortes uma vez que as cores usadas eram um pouco escuras o que torna o site um pouco triste e melancólico. Embora ache que a escolha das cores tenha o propósito de mostrar aos leitores que é um tema que nos deixa bastantes dúvidas e ainda é obscuro nas nossas vidas. O esquema que mais me agradou foi o que mostra como a ovelha Dolly foi clonada.

Este site não tem nenhum público alvo pois, como já referi antes ele destina-se a qualquer pessoa que tenha curiosidade sobre o assunto. Consegue-se navegar facilmente no site, porque as páginas carregam rapidamente e o acesso à informação é rápido e eficiente, tendo a informação gratuíta.

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Conclusão Este trabalho foi bastante interessante pois o tema nos deixa muitas

dúvidas sobre o que é correcto ou não. Porém existe bastante informação sobre o tema o que me deixou um pouco perdida pois não sabia que informação deveria escolher. Mas é um tema que nos suscita bastante curiosidade pois fica-se sem saber o que pensar porque embora a clonagem pode trazer um grande perigo para a sociedade também nos traz grandes progressos na cura de algumas doenças tais como a leucemia.

Ao longo da investigação tive bastantes problemas, pois na pesquisa da net havia bastante ruído que teve de ser eliminado especificando o tema do meu trabalho até encontrar o que realmente me interessava. A escolha do capítulo do livro para fazer a ficha de leitura e da página web também me trouxeram alguns problemas pois hesitei bastante nas que seriam mais adequadas para o meu trabalho, mas após uma grande reflexão consegui escolher. Embora a página web não tivesse a data do seu “nascimento”. O estado das artes também foi um pouco confuso pois tentei resumir o mais possível toda a informação que consegui sobre o tema mas havia tanto para abordar que tive que escolher a informação obtida mais importante e correcta para assim resumi-la.

A informação pesquisada é um pouco incompeta, pois para ter uma compreensão completa sobre o tema é necessária uma pesquisa mais profunda, para assim conseguir tirar todas as dúvidas sobre o tema, sobretudo as que estão relacionadas com a ética e, não consegui encontrar dados estatisticos sobre o tema pois este é ilegal.

Por fim queria salientar que gostei muito de fazer este trabalho, pois aprendi imenso sobre o tema e sobre a complexidade das técnicas usadas. Além de ter aprendido imenso sobre o tema aprendi a pesquisar fontes de informação que não sabia como usar, o que me poderá ser bastante útil para a minha vida futura. Por estes motivos penso que o trabalho correu bem.

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Referência bibliográfica Atlan, Henry; Augé, Marc; Delmas-Marty, Mireille; Droit, Roger-Pol; Fresco, Nadine (2001), (orgs.) Clonagem Humana. Coimbra: Quarteto Editora. Borges-Osório, Maria Regina e Robinson, Wanyce Miriam (2001), Genética Humana. Porto Alegre: Artmed Editora. Conselho Nacional de Ética Para As Ciências Da Vida (1997), “Implicações éticas da clonagem”. Página consultada a 4 de Janeiro de 2005. Disponível em: http://www.cnecv.gov.pt/NR/rdonlyres/8EA5B11B-914D-4C81-B24F-DFEC00015EB0/0/P021Clonagem.pdf Correia, Clara Pinto (1999), Clones humanos: a nossa auto-biografia colectiva. Lisboa: Relógio de Água. Encontro de Investigadores Portugueses (2001), “A investigação portuguesa: desafios de um novo mistério”. Actas do II encontro de investigadores portugueses. Ponta Delgada: Universidade dos Açores. Júnior, Roberto C. P. (s.d.), “A clonagem ética”. Página consultada a 28 de Dezembro de 2004. Disponível em: http://www.portugal-linha.pt/opiniao/RJunior/rj42.html Kanh, Axel e Fabrice Papillon (2000), A Clonagem em questão. Lisboa: Instituto Piaget. Kreuzer, Helen e Massey, Adrianne (2002), Engenharia genética e biotecnologia. Porto Alegre: Artmed Editora. Laboratório de Biologia Molecular (1999), “Vectores da clonagem”. Página consultada a 2 de Janeiro de 2005. Disponível em: http://www.dbio.uevora.pt/LBM/Foco/Hospedeiros/Hospedeiros.html#_Toc483862036

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Ministério da Ciência e Tecnologia Brasileiro (s.d.), “Os clones estão entre nós. Estamos preparados?”. Página consultada a 27 de Dezembro de 2004. Disponível em: http://www.mct.gov.br/especial/clone01.htm Pereira, Lygia da Veiga (1999), “Clonagem: Fatos e Mitos”. Página consultada a 29 de Dezembro de 2004. Disponível em: http://www.radiobras.gov.br/ct/artigos/1999/artigo_130899.htm Porto Editora (1999), Dicionário de língua portuguesa. Porto:Porto Editora. Varella, Drauzio (s.d.), “A consciência e o clone”. Página consultada a 22 de Dezembro de 2004. Disponível em: http://www.drauziovarella.com.br/artigos/clonagem.asp

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Anexo I- Texto de suporte da

ficha de leitura

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Anexo II – Página web utilizada