A floresta urbanizada Geografia Regional IV - Amazônia Profa. Dra. Rita de Cássia Ariza da Cruz.
Trabalho de Geografia - Floresta das Araucárias
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O Bioma
Cada bioma tem fauna e flora características, inclusive espécies que só se encontram
em uma determinada região. Essas são chamadas endêmicas, como a araucária –
Araucária angustifólia –, que só ocorre na Floresta Ombrófila Mista. A Mata de
Araucárias é um dos ecossistemas mais ricos em relação à biodiversidade de espécies
animais, contando com indivíduos também endêmicos, raros, ameaçados de extinção,
espécies migratórias, cinegéticas e de interesse econômico da Floresta Atlântica e
Campos Sulinos.
A biodiversidade da fauna e da flora depende de muitos fatores, como o clima, que é
característico de cada região. Dependendo da latitude o clima se altera: dos pólos em
direção ao Equador as temperaturas se elevam, e combinando esse fator a outros, como
pluviosidade, tipo de solo e relevo, temos diferentes formas de vida, constituindo os
biomas terrestres. Podemos estabelecer limites para um bioma a partir da constituição
da vegetação clímax de cada um destes ambientes.
Existe um grande número de espécies que merecem atenção especial na região do
Planalto das Araucárias. Entretanto, a inexistência de publicações de levantamentos de
campo sobre a maioria dos grupos impede avaliações criteriosas sobre a situação da
fauna e flora e de seus hábitats na região.
A Fauna da Mata de Araucárias
Várias espécies na lista de animais que constituem a Fauna da Floresta de Araucárias
estão em extinção. Dentre os animais que constituem a Fauna da Floresta de Araucárias
estão:
A onça-pintada, a jaguatirica, o mono-carvoeiro, o macaco-prego, o mico-leão-
dourado, vários sagüis, e mais de 20 espécies de primatas, a maioria endêmica. A
preguiça-de-coleira, o caxinguelê, e o tamanduá, a famosa gralha azul, o papagaio
charão, grimpeirinho, bugio, gato mourisco, cutia, caranguejeira. Algumas espécies da
fauna, localizadas nos parques de conservação são o graxaim-do-campo (cachorro-do-
mato), a suçuarana, a gralha-azul, o pica-pau e o gavião.
Entre as aves destacam-se o jacu, o macuco, a jacutinga, o tiê-sangue, a araponga, o
sanhaço, numerosos beija-flores, tucanos, saíras e gaturamos.
Entre os principais répteis desse ecossistema estão o teiú (um lagarto de mais de 1,5m
de comprimento), jibóias, jararacas e corais verdadeiras. Numerosas espécies da flora e
da fauna são únicas e características: a maioria das aves, répteis, anfíbios e borboletas
são endêmicas.
Vegetação (Flora) - Floresta das Araucárias
A Floresta com Araucárias é caracterizada pela presença dominante do Pinheiro
Brasileiro, a araucária, árvore de tronco cilíndrico e reto, cujas copas dão um destaque
especial à paisagem. A araucária chega a viver até 700 anos, alcançando diâmetros de
dois metros e altura de 50 metros. No sub-bosque da floresta ocorre uma complexa e
grande variedade de espécies como a canela sassafrás, a imbuia (Ocotea porosa), a
erva-mate (llex paraguariensis) que se beneficia da alelopatia da Araucária.
Essa cobertura vegetal se desenvolve em regiões nas quais predomina o clima
subtropical, que apresenta invernos rigorosos e verões quentes, com índices
pluviométricos relativamente elevados e bem distribuídos durante o ano. A araucária é
um vegetal da família das coníferas que pode ser cultivado com fins ornamentais, em
miniaturas.
O Pinheiro-do-Paraná ou Araucária (Araucaria angustifolia) era encontrado com
abundância no passado, atualmente no Brasil restaram restritas áreas preservadas.
As árvores que compõem essa particular cobertura vegetal possuem altitudes que
podem variar entre 25 e 50 metros e troncos com 2 metros de espessura. As sementes
dessas árvores, conhecidas como pinhão (existe até a "Festa do Pinhão“, em Lages-SC,
que contribui para o desaparecimento desta espécie). Uma característica comum nos
pinheiros e que foi um dos fatores a contribuir para a quase extinção da espécie é a
“alelopatia”, ou, a tendência que essas plantas têm de inibir o crescimento de outras
plantas próximas a elas facilitando sua extração, os galhos do pinheiro envolvem todo
o tronco central. Os fatores determinantes para o desenvolvimento dessa planta é o
clima e o relevo, uma vez que ocorre principalmente em áreas de relevo mais elevado.
Outra particularidade das araucárias é a restrita ocorrência de flores, provenientes das
baixas temperaturas; além de não desenvolver outros tipos de plantas nas proximidades
dos pinheiros. Diante disso, a composição paisagística dessa vegetação fica
caracterizada principalmente pelo espaçamento entre as árvores, pois não existem
vegetais de pequeno porte que poderiam fazer surgir uma vegetação densa; essas são
compostas por florestas ralas.
Infelizmente, no Brasil, a proliferação das Araucárias está bastante comprometida e
corre sério risco de entrar em extinção, fato decorrente das atividades produtivas
desenvolvidas há várias décadas na região, especialmente na extração de madeira e
ocupação agropecuária, reduzindo a 3% a forma original.
A Araucária pertence à família das Coníferas (plantas gimnospermas – sem fruto –
presentes nas regiões temperadas) que é a espécie que atinge maior longevidade entre
todas as outras espécies de plantas. Outras plantas podem ser encontradas em uma
Floresta Ombrófila Mista.
Geralmente a Floresta Ombrófila Mista se desenvolve em locais com uma altitude
maior que 500 metros e menor que 800 metros, mas, em alguns lugares, podem ser
encontradas há altitudes de 1.000 metros.
Localização:
As Matas de Araucárias são encontradas na Região Sul do Brasil e nos pontos de
relevo mais elevado da Região Sudeste. Predomina-se nos Estados do Paraná e Santa
Catarina, região de clima temperado e chuvas regulares. O solo é de boa qualidade e
chega a ser fertilíssimo no norte do Paraná. Existem pelo menos dezenove espécies
desse tipo de vegetação, das quais treze são endêmicas (existe em um lugar específico).
São encontradas na Ilha Norfolk, sudeste da Austrália, Nova Guiné, Argentina, Chile e
Brasil.
A região das araucárias principia no primeiro planalto, imediatamente a oeste da Serra
do Mar, e estende-se pelos segundo e terceiro planaltos do Estado do Paraná e
Laranjeiras do Sul, com associações florísticas da araucária. O limite inferior destas
matas situa-se entre 500 e 600 m nos estados do Sul, sendo que ao norte este limite
situa-se algumas centenas de metros acima. O solo é de boa qualidade e chega a ser
fertilíssimo no norte do Paraná. Na primeira metade do século 20, a mata de Araucárias
ocupava 4.000.000 de hectares; hoje restam somente 200 hectares da mata original.
A região das araucárias sofreu a superexploração de suas florestas entre 1920 e 1960.
Houve descaracterização de sua flora e fauna, bem como sua alteração pela introdução
de espécies exóticas, em substituição às formações vegetais nativas. Atualmente, o que
sobrou do bioma está em Unidade de Conservação.
Localização da Floresta de Araucárias no Brasil
Parques
Existem dois parques contíguos que se localizam na divisa dos estados do Rio Grande
do Sul e de Santa Catarina, são eles o Parque Nacional dos Aparados de Serra e o
Parque Nacional de Serra Geral.
O Parque Nacional dos Aparados da Serra tem uma área superior a 10 mil ha
(hectares) e abriga dois cânions (Desfiladeiro ou cânion são os termos utilizados em
geomorfologia e geologia para designar um vale profundo com paredes abruptas em
forma de penhascos, geralmente escavado por um rio. São também chamados de
"garganta"): o do Itaimbezinho, uma magnífica sucessão de enormes rachaduras no
relevo ondulado das coxilhas resultantes de derrames basálticos ocorridos há mais de
130 milhões de anos, e uma parte do Cânion Faxinalzinho, cujo acesso é proibido.
No Itaimbezinho, os paredões verticais atingem 720 m de profundidade, 7 km de
extensão e 2 km de largura. Sua vegetação é composta por remanescentes de Mata
Atlântica, Floresta de Araucárias e Campos de Gramíneas.
Já o Parque Nacional de Serra Geral, criado em 1992, tem área de 17.500 ha (hectares)
e é dividido em duas porções separadas pelo Parque dos Aparados da Serra. Na porção
mais ao sul encontra-se a outra parte do Cânion Faxinalzinho e na porção ao norte
encontram-se os cânions de Malacara, Churriado e da Fortaleza, este último o mais
visitado, com paredões que alcançam 900 m de profundidade, 1500 m de largura e
extensão de 7,5 km.