TRABALHO DE PORTFÓLIO
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SISTEMA DE ENSINO PRESENCIAL CONECTADOEDUCAÇÃO FÍSICA
ALLAN FERNANDES DE SOUZA
TRABALHO DE PORTFOLIO
Arapiraca2015
ALLAN FERNANDES DE SOUZA
PRODUÇÃO TEXTUAL INDIVIDUAL
Trabalho apresentado ao Curso Educação Física da UNOPAR - Universidade Norte do Paraná, para a disciplina Filosofia da Educação e Pensamento Pedagógico, Organização do Trabalho Pedagógico, Psicologia da Educação e da Aprendizagem, Seminário da Prática II.Prof. Mari Clair Moro Nascimento, Adriana de Araújo, Carla Mancebo Esteves, Reinaldo Nishikawa, Taíse Nishikawa
Arapiraca
2015
INTRODUÇÃO
O presente trabalho tem por objetivo compreender a concepção
de educação nas tendências liberais e progressistas.
Segundo Luckesi (2005), a educação brasileira, pelo menos nos
últimos 50 anos, tem se identificado fortemente com as tendências liberais. Esta
influência não necessariamente é percebida por muitos professores. A pedagogia
liberal tem como fundamento a preparação do indivíduo para a sociedade, porém,
como uma visão restrita sobre as diferenças de classe.
A Educação no Brasil inicia-se pela tendência Liberal Tradicional,
que traz consigo a característica de valorizar exclusivamente um pretenso ensino
humanístico, os conhecimentos gerais necessários para que o aluno possa
alcançar, pelos seus próprios méritos, seu status enquanto pessoa. É notório que
estes conhecimentos, os conteúdos, os métodos aplicados, só não levam em
conta como desprestigiam a realidade sociocultural ou o cotidiano do aluno.
Entretanto, é que a Pedagogia Progressista não tem como ser
aplicada dentro de uma sala de aula de uma escola subordinada a uma sociedade
capitalista, então, na verdade ela existe muito mais como instrumento de
conscientização e reivindicação por parte de professores mais esclarecidos e
preocupados com os destinos da educação, do que como uma prática plausível de
ser aplicada cotidianamente no âmbito escolar.
DESENVOLVIMENTO
1. TENDÊNCIAS PEDAGÓGICAS LIBERAIS
A pedagogia liberal acredita que a escola tem a função de
preparar os indivíduos para desempenhar papéis sociais, baseadas nas aptidões
individuais. Dessa forma, o indivíduo deve adaptar-se aos valores e normas da
sociedade de classe, desenvolvendo sua cultura individual. Com isso as
diferenças entre as classes sociais não são consideradas, já que, a escola não
leva em consideração as desigualdades sociais. Existem quatro tendências
pedagógicas liberais:
1.1 TENDÊNCIA LIBERAL TRADICIONAL
Tem como objetivo a transmissão dos padrões, normas e modelos
dominantes. Os conteúdos escolares são separados da realidade social e da
capacidade cognitiva dos alunos, sendo impostos como verdade absoluta em que
apenas o professor tem razão.Sua metodologia é baseada na memorização, o que
contribui para uma aprendizagem mecânica, passiva e repetitiva.
1.2 TENDÊNCIA LIBERAL RENOVADA
A educação escolar assume o propósito de levar o aluno a
aprender e construir conhecimento, considerando as fases do seu
desenvolvimento. Os conteúdos escolares passam a adequar-se aos interesses,
ritmos e fases de raciocínio do aluno. Sua proposta metodológica tem como
característica os experimentos e as pesquisas. O professor deixa de ser um mero
expositor e assume o papel de elaborar situações desafiadoras da aprendizagem.
A aprendizagem é construinda através de planejamentos e testes. O professor
passa a respeitar e a atender as necessidades individuais dos alunos.
1.3 TENDÊNCIA LIBERAL RENOVADA NÃO-DIRETIVA
Há uma maior preocupação com o desenvolvimento da
personalidade do aluno, com o autoconhecimento e com a realização pessoal. Os
conteúdos escolares passam a ter significação pessoal, indo de encontro aos
interesses e motivação do aluno. São incluídas atividades de sensibilidade,
expressão e comunicação interpessoal, acentuando-se a importância dos
trabalhos em grupos. Aprender torna-se um ato interno e intransferível. A relação
professor-aluno passa a ser marcada pela afetividade.
1.4 TENDÊNCIA LIBERAL TECNICISTA
Enfatiza a profissionalização e modela o individuo para integrá-lo
ao modelo social vigente, tecnicista. Os conteúdosque ganham destaque são os
objetivos e neutros. O professor administra os procedimentos didáticos, enquanto
o aluno recebe as informações. O educador tem uma relação profissional e
interpessoal com o aluno.
2. TENDÊNCIAS PEDAGÓGICAS PROGRESSISTAS
A tendência progressista é o resultado da inquietação de muitos
educadores que, a partir da década de 60, suscitam uma discussão e
questionamentos em relação ao rumo que vem tomando a educação,
principalmente à escola pública, no que diz respeito à real contribuição desta para
a sociedade.
Essas discussões têm contribuído para mobilizar novas propostas
pedagógicas que apontam para uma educação conscientizadora do povo e para
um redimensionamento histórico do trabalho escolar público, democrático e de
toda a população (FUSARI e FERRAZ, 1992, p. 40).
2.1 TENDÊNCIA PROGRESSISTA LIBERTADORA
A pedagogia libertadora, também denominada pedagogia da
libertação, faz parte dos postulados centrais de Paulo Freire, a qual é conhecida e
pesquisada em diversas universidades ao redor do mundo. Esta pedagogia
propõe uma educação crítica a serviço da transformação social. O termo está
também associado à filosofia da libertação, de Enrique Dussel. Segundo Dussel, o
processo pedagógico passa pelo ser humano, que é agente da própria libertação.
A Pedagogia Libertadora utiliza "temas geradores", ou seja, os alunos são
alfabetizados com as palavras que usam no dia-a-dia, sempre associando o
processo de alfabetização com a vida.
2.2 TENDÊNCIA PROGRESSISTA LIBERTÁRIA
A escola progressista libertária parte do pressuposto de que
somente o vivido pelo educando é incorporado e utilizado em situações novas, por
isso o saber sistematizado só terá relevância se for possível seu uso prático. A
ênfase na aprendizagem informal, via grupo, e a negação de toda forma de
repressão, visam a favorecer o desenvolvimento de pessoas mais livres. No
ensino da língua, procura valorizar o texto produzido pelo aluno, além da
negociação de sentidos na leitura.
Esta pedagogia tem como objetivo moldar a personalidade do
alunopara atuar no sistema. Tem um caráter político também, masvoltado à
individualidade. Geralmente, esta tendência estápresente em associações, grupos
informais e escolasautogestionárias. Não é totalmente anárquica como o
nomepressupõe, pois o orientador, professor, trabalha como umconselheiro.
Nessa concepção, a idéia de conhecimento não é ainvestigação cognitiva do real,
mas, sim, a descoberta de respostasrelacionadas às exigências da vida social. O
seu calcanhar deAquiles é a ideologia que “O aprendizado é mais importante que
oconteúdo”, para isso, o aluno não é obrigado a comparecer outrabalhar em
conjunto, se não se sentir confortável.
2.3 TENDÊNCIA PROGRESSISTA CRÍTICO SOCIAL DOS CONTEÚDOS
Conforme Libâneo, a tendência progressista crítico-social dos
conteúdos, diferentemente da libertadora e libertária, acentua a primazia dos
conteúdos no seu confronto com as realidades sociais. A atuação da escola
consiste na preparação do aluno para o mundo adulto e suas contradições,
fornecendo-lhe um instrumental, por meio da aquisição de conteúdos e da
socialização, para uma participação organizada e ativa na democratização da
sociedade.
CONCLUSÃO
A prática educacional é permeada de condicionantes de ordem
sociopolítica que implicam variadas concepções de indivíduos, de sociedade e
consequentemente, diferentes pressupostos. As tendências pedagógicas foram
muito influenciadas pelo momento cultural e político da sociedade, pois foram
levados á adiante graças aos movimentos sociais e filosóficos, assim se formou a
pratica pedagógica do país.
Segundo Saviani, as bases filosóficas presentes na educação
brasileira no período de 1554 até 1971, identificou as tendências pedagógicas,
definidas como determinações gerais de uma teoria e correntes ou abordagens
pedagógicas. O autor distingui duas concepções de educação: Humanista
tradicional e humanista moderna. Sendo a primeira caracterizada pela educação
jesuítica representando o movimento de expansão colonialista português aliado a
ideologia católica da contra reforma. Neste contexto os jesuítas monopolizavam a
educação através da ação religiosa num processo de aculturação, uma vez que
havia a imposição da cultura dominante portuguesa sobre os indígenas. A
catequese, colonização e escolarização faziam parte do mesmo projeto
influenciado pela contra-reforma, na qual ciências e educação pública não eram
prioridade.
REFERÊNCIAS
LIBÂNEO, José Carlos, Tendências pedagógicas liberais;
TARGILIA, I.C Revista Veja e suas concepções de Língua e Ensino;
LIBÂNEO, José Carlos. Democratização da Escola Pública - A Pedagogia Crítico-
Social dos Conteúdos. São Paulo: Edições Loyola, 2002 - 18º ed.