Trabalho Engenharia Ambiental

7/29/2019 Trabalho Engenharia Ambiental

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UNIVERSIDADE REGIONAL INTEGRADA DO ALTO URUGUAI E DAS

MISSÕES – CAMPUS SANTO ÂNGELO

DECC – DEPARTAMENTO DE ENGENHARIAS E CIÊNCIAS DA

COMPUTAÇÃO

CURSO DE ENGENHARIA CIVIL

DISCIPLINA: ENGENHARIA AMBIENTAL

RESÍDUOS NA CONSTRUÇÃO CIVIL

RAQUEL KREUZBERG

WILLIAM WICHROWSKI SIPERT

Santo Ângelo, novembro de 2012.



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Resíduos na Construção Civil

por

Raquel KreuzbergWilliam Wichrowski Sipert

Trabalho apresentado à Disciplina de Engenharia Ambiental do Curso

de Engenharia Civil da Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai

e das Missões (URI- Campus Santo Ângelo) como requisito para

aprovação.

Professora: Janice Zulma Francesquett

Santo Ângelo, RS, Brasil

2012



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RESUMO

Tarefa do tipo Confecção de Relatório

Curso de Engenharia Civil

Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões

OS RESÍDUOS NA CONSTRUÇÃO CIVIL

AUTORES: R AQUEL KREUZBERG

WILLIAM WICHROWSKI SIPERT

PROFESSORA: J ANICE ZULMA FRANCESQUETT

Data e Local: Santo Ângelo, 06 de Novembro de 2012.

Através deste trabalho serão discutidos conceitos básicos de

sustentabilidade na construção civil tomando como foco a reciclagem de resíduos

proveniente de práticas construtivas. Partiremos do pressuposto de que a

construção civil é uma das atividades mais antigas que o homem vem realizando no

meio ao qual está inserido. Caracterizada pela grande alocação de recursos

naturais, a construção civil, é hoje, uma das áreas que mais causa impactos

socioeconômicos e ambientais.Os subprodutos gerados durante a prática das atividades construtivas são

de auto risco sendo que se reciclados possuem grande potencial de serem

transformados e em novos materiais construtivos.

Palavras-chave: Resíduos construtivos, entulhos, construção civil, poluição.



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SUMÁRIO

RESUMO ................................................................................................................................... 2 SUMÁRIO .................................................................................................................................. 3 INTRODUÇÃO .......................................................................................................................... 4

A CONSTRUÇÃO CIVIL NO BRASIL ............................................................................... 5 RESÍDUOS ............................................................................................................................. 6 CLASSIFICAÇÃO ................................................................................................................. 6 CONSUMO ENERGÉTICO .................................................................................................. 7 A PRODUÇÃO DE RESÍDUOS ........................................................................................... 8 PROBLEMAS AMBIENTAIS E SOCIAIS ........................................................................ 10 DESTINAÇÃO ..................................................................................................................... 11 DURABILIDADE ................................................................................................................ 11 GESTÃO DE RESÍDUOS ................................................................................................... 12 RECICLAGEM DE RESÍDUOS ......................................................................................... 12 EXPERIÊNCIAS E REUTILIZAÇÃO ................................................................................ 15 PAPEL MINICIPAL ............................................................................................................ 17 LEGISLAÇÃO ..................................................................................................................... 18

CONCLUSÃO .......................................................................................................................... 19 BIBLIOGRAFIA ...................................................................................................................... 20



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INTRODUÇÃO

Vivemos um período de grandes mudanças culturais e sociais relacionados

ao desenvolvimento sustentável, propiciados, graças à rápida ascensão dos meios

de comunicação em massa divulgando catástrofes e problemas ambientais. O

acesso à informação tem auxiliado esse processo evolutivo. Tal fato tornou possível

uma rápida mudança no cenário global, onde nos referimos à sustentabilidade e a

reciclagem. Segundo M. JOHN at.al. (2000, p.10), ‘’ A reciclagem é uma das

condições para atingir o desenvolvimento sustentável. Sob o ponto de vista da

cadeia produtiva na construção civil, a reciclagem de resíduos é uma das formas de

redução de seu impacto ambiental, um dos maiores da sociedade’’ . Sendo desta

forma, é importante resaltar a grande demanda energética e de matéria prima

utilizadas em nível global para a execução de obras públicas e privadas.

O modelo social ao qual estamos inseridos teve fundamentação histórica no

período compreendido entre os séculos XVIII e XIX, em um processo denominado

Revolução Industrial ocorrido na Inglaterra que em pouco tempo difundiu seus ideias

revolucionários por todo o planeta. A necessidade de aumentar a demanda produtiva

ocasionou a obrigação de transformações no espaço urbano das grandes cidades,

processo evidenciado na construção de grandes parques industriais e instalações

imprescindíveis à população. A partir deste momento a sociedade industrial passou

a ser considerada como uma mediadora na transformação da natureza para

melhorar os aspectos sociais ao qual o indivíduo está inserido. Surtindo desta forma

a necessidade da construção civil transformar o espaço natural. Nossa sociedade

sendo orientada por um sistema de consumo linear, onde após a matéria prima ser

extraída, transformada em bem de consumo e utilizada pelo indivíduo é descarta.

Ação que é válida tanto para bens de consumo descartáveis como duráveis, sendo

estes estradas, edifícios, viadutos, barragens e residências. Desta forma estamos

sendo norteados para a escassez da matéria prima e para destruição ambiental, já

que a natureza não consegue se recuperar na mesma proporção a qual a

exploramos. Faz-se necessário uma mudança brusca nos aspectos consumistas.



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Todas as transformações que nos são evidenciadas levam-nos a fazer uma

reflexão. - De que modo à alteração dos aspectos naturais pelas construções aliados

ao grande desenvolvimento sofrido pelo Brasil na área habitacional tem interferido

nos aspectos socioambientais? - Sendo o principal problema a grande quantidade

de resíduos e detritos produzidos durante e após os processos construtivos

interferindo no equilíbrio ecológico. Acentuando os problemas ambientais tais como,

aquecimento global, poluição dos recursos hídricos, aumento da produção de lixo e

consequentemente dos lixões e aterros, emissão de substâncias partículas, aumento

do buraco na camada de ozônio entre outros.

Todos os resíduos da construção civil são oriundos de demolições, obras de

renovação, reformas e pela construção de novas edificações, originários em razão

do desperdício que tem como causa a característica artesanal das práticas

construtivas. Segundo MARINHO (1991), no Brasil 98% das obras seguem métodos

tradicionais os quais causam grande produção de resíduos.

A CONSTRUÇÃO CIVIL NO BRASIL

Dentro dos aspectos sociais a função da construção civil é de caráter

transformador, ou seja, transformar o ambiente natural em um ambiente construído

suprindo os anseios dos indivíduos e cumprindo importante papel na realização de

diversas atividades.

O desenvolvimento econômico e diversos fatores sociais levaram o Brasil a

um período de grande aumento no número de obras civis, tanto de caráter público

quanto privado. Consequência de políticas públicas, programas do governo Federalpara atrair indústrias estrangeiras e necessidade de grandes obras civis para

atender os requisitos da Copa do Mundo de 2014, que se realizará em nosso país.

A demanda de materiais de construção tendo aumentado significativamente

nesse período também provocou o aumento da produção de resíduos no setor da

construção. Sendo que grande parte dos resíduos oriundos da construção são

descartados de forma errônea provocando danos ambientais e se desperdiçando um

potencial gerador de novas matérias primas.



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RESÍDUOS

Os resíduos da construção civil também são denominados pela sigla RCC,

são todos os resíduos originários de construções, reparos, demolições e também

resultantes da escavação e preparação de terrenos. Entre eles podemos citar restos

de tijolos, cerâmicas, concretos de diversos gêneros e classes, solos, rochas, tintas,

resinas, madeiras, forros, fiação elétrica, tubulações, pavimento asfáltico entre

outros.

Todos produzidos antes, durante ou após a prática construtiva. Os materiais

pertencem as mais variadas classes e entre elas podemos citar polímeros,

cerâmicos, metálicos e naturais.

CLASSIFICAÇÃO

Segundo o SINDUSCON, todos os resíduos advindos da construção civil

podem ser classificados nas seguintes classes;

Classe A: enquadram-se nessa classe, resíduos reutilizáveis ou

recicláveis como agrados, oriundos tais como de:

- pavimentação e de outras obras de infraestruturas, inclusive solos

provenientes de terraplanagem;

- edificações: argamassas, concretos e componentes cerâmicos como

tijolos, telhas, placas e revestimentos.

- processos de fabricação ou demolição de peças pré-moldadas em

concretos produzidos nos canteiros de obra.

Classe B: resíduos recicláveis para outras destinações, tais

como: papel/papelão, metais, vidros, madeiras e plásticos dentre outros.

Classe C: resíduos que até o momento não apresentam práticas

de reutilização, devido à falta de tecnologias ou aplicações econômicas

viáveis que permitam suas reciclagem e reutilização, tais como os produtos

fabricados com gesso.



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Classe D: constituída por resíduos perigosos oriundos de processos de

construção, tais como: óleos, vernizes, solventes, tintas, amianto ou aqueles

contaminados providos de reformas de clinicas radiológicas ou usinas

termonucleares.

CONSUMO ENERGÉTICO

A população mundial cresceu muito nos últimos anos, sendo que em

passamos de 2,5 bilhões de habitantes em 1950, para quase 7 bilhões em 2010.

Esse crescimento aliado ampliação econômica mundial torna evidente o fato dainsustentabilidade do modo de consumo linear sendo embasado no consumo de

energias sem a preocupação com a escassez.

Figura 01 – Sistema de consumo linear

O macro-setor da construção civil é caracterizando como sendo um dos

maiores do planeta produzindo bens de grandes dimensões físicas, como

consequência sendo o maior consumidor dos recursos naturais. Segundo JOHN

(2010, p. 26), o consumo de recursos naturais pela construção civil em determinada

região depende de fatores como: a taxa de resíduos gerados; vida útil ou taxa de

reposição das estruturas construídas; necessidades de manutenção, incluindo

manutenções que visem fornecer melhorias estruturais e corrigir falhas construtivas;

perdas incorporadas nos edifícios; da tecnologia empregada.



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A precisão de dados é difícil de ser obtida devido à vastidão dos métodos

empregados, entretanto para SJÖSTRÖM (1996) a construção civil consome entre

14% e 50% dos recursos naturais extraídos do planeta.

No Brasil as estatísticas são incertas, mas acredita-se que seja utilizado

mais de 210 milhões de toneladas de agregados por anos apenas para a produção

de concretos e argamassas. A fabricação de outros componentes não listados

aumentaria em muito esse número. O grande desafio para os governos, às

instituições de ensino que visam à formação de engenheiros e arquitetos e todos os

trabalhadores do ramo é sem sombra de dúvida a ampliação e melhoria do ambiente

construído com a aplicação de um volume inferior de recursos para a construção.

A PRODUÇÃO DE RESÍDUOS

A geração de resíduos sólidos pela construção civil é de amplo valor,

representando mais da metade dos resíduos totais produzidos nas áreas urbanas.

Estimando-se que a geração de resíduos na construção civil gire em torno de 450

kg/ano por habitante podendo variar de acordo com a região onde o individuo estáinserido e o poder econômico do mesmo.

Estudos desenvolvidos por PINTO (1993) mostram que 20% do montante

de material que entra em canteiros de obras são transformados em resíduos e

entulhos.

Segundo PINTO (1992) entre os principais fatores que determinam esse

desperdício estão:

Insuficiência de definições em projetos.

Ausência de qualidades nos materiais ofertados ao mercado.

Ausência de cotrole e mecanismos de controle na execução, que

acabam provocando; perda na estocagem e transporte ao canteiro de obra,

carência de controle geométrico; ausência de prumo, nivelamento e

planicidade na edificação, fatores que causam um acréscimo no consumo de

materiais para a recuperação da geometria.



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Mesmo o Brasil possuindo carências estatísticas, o entulho que sai dos

canteiros de obras brasileiros é composto segundo CAMARGO (1995) basicamente

por:

64% argamassas;

30% de componentes de vedação (tijolos e blocos);

6% de outros materiais (plásticos, concreto, pedra, areia e

metais);

A produção de resíduos na construção civil está associada diretamente ao

tipo de matéria empregado no canteiro de obra, durante a construção manutenção e

a demolição. Sendo que os resíduos originários da construção podem ser

provenientes de reparos, edificação e demolição caracterizando os conhecidos

resíduos de construção e demolição (RCD) também denominados entulho de obra.

Estudos revalos por PINTO (1999) estimam que nas cidades brasileiras as

atividades de canteiros de obras são responsáveis por aproximadamente 50% dos

resíduos de construção e demolição RCD, enquanto as atividades de manutenção e

demolição são responsáveis pela outra metade.

O valor da geração de resíduos depende de fatores como a intensidade da

atividade construtiva em cada país, o nível de tecnologia empregada, taxas de

desperdício e manutenção. Segundo LAURITZEN (1998) devem-se levar em

consideração desastres naturais e guerras que aumentam significativamente o

número de resíduos produzidos.

Citações de PINTO (1999) mostram que os principais produtos que podem

ser encontrados dentro do termo genérico de resíduos de construção e demoliçãopodem ser identificados como: (a) solos; (b) rochas; (c) concreto armado ou não; (d)

argamassas a base de cimento e cal; (e) metais; (f) madeira; (g) plásticos diversos;

(h) materiais betuminosos; (i) vidro; (j) gesso – pasta e placa; (k) tintas e adesivos; (l)

restos de embalagem; (m) resíduos de cerâmica vermelha, como tijolos e telhas; (n)

cerâmica branca, principalmente de revestimentos; (o) cimento-amianto; (p) produtos

de limpeza de terrenos, de proporções variáveis de acordo com a origem.



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A disposição irregular dos resíduos da construção civil é um fenômeno

mundial que produz efeitos não só ambientais, mas também na qualidade de vida

da população e nos cofres públicos.

PROBLEMAS AMBIENTAIS E SOCIAIS

A grande demanda por matéria prima e a produção de resíduos pela

construção civil causa não só impactos ambientais, mas também sociais. A

generalização do padrão consumista difundido pelos países ricos é insustentável

devido ao imensurável dano causado ao meio ambiente e aos indivíduos.Entre os danos causados pelo macro-complexo da construção civil tem-se a

poluição sonora e a emissão de material particulado respirável gerado em canteiros

de obra. Em relação à quantidade de detritos produzidos durante e após os

processos construtivos podemos citar a defasagem de aterros e lixões pelo grande

volume de material descartado. A poluição de mananciais hídricos é oriunda,

principalmente devido à dissolução de partículas tóxicas constituintes de aditivos

adicionados ao concreto para alterar suas características, entre eles acelerador depega para concreto e retardador de secagem e pela lavagem de caminhões

betoneira. A poluição do solo é gerada pela disposição de resíduos em ambientes

impróprios. Os danos atmosféricos provem da emissão de CO2 advindos da

produção do cimento Portland e cal. Dados definem que a cada metro cúbico de

concreto curado é liberado a mesma proporção de CO2 para o meio ambiente.

Todos os fatos acima citados influenciam na sustentabilidade social e na

manutenção dos sistemas ecológicos.

Os impactos sociais causados pela produção de resíduos na cadeia da

construção civil atingem principalmente as famílias de baixa renda, pois estas estão

mais propicias a residirem em locais de auto risco onde os materiais são

descartados erroneamente sem fiscalização e planejamento adequado, desta forma

tornando suscetível a difusão de vetores de doenças e insetos.

Além de todos os custos ambientais e sociais, há os custos referentes aos

problemas públicos causados pela disposição clandestina de resíduos em vias

públicas. O reaproveitamento desses dejetos poderiam gerar renda e empregos



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além de diminuir os impactos causados ao meio ao qual estamos inseridos.

Segundo PINTO (1992) a reciclagem de entulho tem, como principal objetivo,

transformar esses custos sociais em custos públicos ou privados, onde todos os

agentes que intervêm no processo de geração de resíduos de construção deverão

ser atingidos. Assim, pode-se inverter o processo, extraindo do próprio problema,

soluções para outras demandas, pela geração de materiais de baixo custo e boas

características.

DESTINAÇÃO

Os resíduos advindos da construção, reparos e demolições de casas,

empresas, barragens, edifício e obras afins têm como principal destino os aterros e

lixões. Quando saem dos canteiros de obras esses resíduos são depositados em

vias públicas ou em grandes caçambas, os conhecidos ‘’papa entulho’’, sendo de

responsabilidade do município, empresas privadas, proprietários e desenvolvedores

do projeto dar o destino adequado a tais materiais. Devido à falta de políticas

públicas na maioria dos municípios brasileiros e de agentes fiscalizadores esses

materiais são depositados erroneamente em ambientes propícios a proliferação de

insetos, animais e doenças, além causarem danos ambientais.

Grande parte é utilizada para a realização de terraplanagens, aterros em

terrenos íngremes e recuperação de ambientes erodidos. Sem uma análise da

composição dos constituintes químicos presentes nesta parcela de resíduos a

exposição ambiental e humana a riscos de contaminação é elevada.

DURABILIDADE

A produção de resíduos na construção civil está ligada diretamente a

durabilidade dos materiais empregados, já que a produção destes materiais se da

devido à necessidade de troca e reparos. A durabilidade dos artefatos construtivos é

gravemente afetada pela poluição atmosférica, sendo a corrosão do concreto, de

seus agrados e de materiais metálicos são fortemente influenciadas pelasconcentrações atmosféricas de CO2, SO2, NO3 e O3.



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Engenheiros e arquitetos devem levar em consideração na fase de

planejamento de seus projetos a durabilidade dos materiais empregados nas obras

para reduzir o impacto da geração de resíduos construtivos. Durante a etapa de

projeto é necessária à análise das reais necessidades e as possíveis complicações

que a utilização de determinados materiais podem provocar.

GESTÃO DE RESÍDUOS

Segundo PINTO (1997) na gestão de resíduos vigora uma hierarquia que

tem como objetivos:

Reduzir a geração de resíduo na fonte;

Reutilizar o resíduo;

Reciclar;

Incinerar recuperando a energia;

Depositar em aterros sanitários;

Formulação provavelmente baseada a partir de experiências com

resíduos sólidos municipais, onde a entidade pública acredita que a redução

do volume total de resíduos produzidos alude na redução dos danos

provocados pelos mesmos.

O conjunto de ações de gestão de resíduos deve ser cuidadosamente

analisado para serem adotados métodos de reciclagem viáveis as ações

ambientais, para que o processo de reciclagem e reinserção dos resíduos nomercado de consumo não cause mais danos do que sua produção intrínseca.

RECICLAGEM DE RESÍDUOS

A reciclagem de resíduos na construção civil, possuí vantagens econômicas,

ambientais e sociais visando economizar recursos naturais e econômicos.



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Reutilizando o entulho é possível chegar a matérias semelhantes a aqueles que

deram origem aos próprios resíduos.

MATTOS (1998) afirma que a indústria da construção civil por ser a maior

locatária de recursos naturais, também é a que possuí maior capacidade de reciclar

seus materiais.

Segundo PINTO (1992) os principais objetivos dos programas de reciclagem

são:

Melhoria do meio ambiente pela redução do número de áreas de

disposição clandestinas, consequentemente reduzindo os gastos da

administração pública com o gerenciamento de entulho;

Aumento da vida útil de aterros sanitários pela disposição

organizada de resíduos, formando bancos para utilização futura;

Aumento da vida útil de jazidas de matérias primas, na medida

em que são substituídos por materiais reciclados;

Produção de materiais de construção com baixo custo e auto-

desempenho; A maioria das experiências envolvendo a reciclagem de entulhos teve

início no cenário mundial após a Segunda Guerra Mundial nos países

Europeus. Movidos principalmente pela escassez de matéria prima para a

reconstrução das cidades devastadas os governos buscaram a solução para

suprir as necessidades de matéria prima e vencer a carência financeira. Desta

maneira eles moíam o entulho para reutilizá-lo nas novas obras.

A reciclagem de resíduos possui grandes vantagens potenciais do

ponto de vista da sustentabilidade, entretanto, deve-se tomar cuidado no

processo de análise do ciclo de vida destes materiais para que no

procedimento de reutilização e reimplantação em obras civis não tenham risco

de produzir contaminação ambiental. Já que um dos fatores de risco segundo

JOHN (2000) é a contaminação ambiental interna e externa das construções

que utilizam esses resíduos, seja pela contaminação da água, radiação ou

volatilização das frações orgânicas.



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De acordo com o trabalho desenvolvido por JOHN (2000) a mais

visível das contribuições ambientais da reciclagem de resíduos é a

preservação dos recursos naturais, prolongando a vida útil das reservas

energéticas e reduzindo a destruição da paisagem, flora e fauna. Atitudes que

devem ser tomadas mesmo onde os recursos naturais são abundantes como

medida preventiva.

YAMAMOTO (1997) explica que, em 1996 a substituição do clínquer

por cinzas volantes e escórias resultou numa economia energética de 28% na

indústria cimenteira nacional. Estudos do mesmo autor revela que a adição

destes mesmos materiais reduziu em 29% a emissão de CO2 pelas indústrias

cimenteiras no Brasil.

JOHN (1999) cita que, ‘’ a reciclagem pode diminuir os custos da

proteção ambiental, ou até mesmo viabilizar grau de proteção ambiental

superior, pois permite gerar valor a partir de um produto que antes geraria

despesas’’.

Durante o processo de análise para a reciclagem de resíduos devem-

se levar em consideração os fatores potenciais a seguir: Distância de transporte dos materiais;

Quantidade de energia necessária para sua viabilização;

Abundância ou não de material a ser reciclado;

Mercado consumidor para os futuros produtos;

Durabilidade e desempenho dos materiais reciclados;

Possíveis danos ambientais e sociais;

Custos;

Manejo do resíduo;

Caracterização do resíduo;

Análise química;

Caracterização microestrutural;

Seleção de alternativas tecnicamente viáveis;



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As políticas de incentivo a reciclagem tem crescido em muitos países,

fazendo com que os mesmos adotem condições para que ela aconteça. Ação de

incentivo governamental visa dar preferência a produtos feitos a partir de

resíduos que diminuam a quantidade de material descartado.

No setor industrial está cada vez mais difundido o termo sinergia que

se refere à maximização da reciclagem de resíduos promovendo o

desenvolvimento sustentável.

Além das vantagens já citadas da reciclagem de resíduos podemos ainda

mencionar a geração de empregos. Segundo JOHN (1999), a cada 100

empregos criados pela indústria de reciclagem são perdidos apenas 13 na

indústria de lixo.

Sendo assim, a reciclagem dos resíduos sólidos advindos do setor da

construção civil possui grande potencial gerador de empregos, produção de

novos materiais, redução de impacto ambiental e otimização das cidades com a

redução de entulhos nos centros urbanos.

EXPERIÊNCIAS E REUTILIZAÇÃO

Segundo JOHN (1999), a reciclagem de materiais de construção no Brasil

ainda é tímida, com a exceção da indústria do aço, alumínio e cimento.

Atraso que tem como causa os repetitivos problemas econômicos e os

problemas sociais que ocupam muitas discussões políticas deixando desta forma

pouco prazo para debate de problemas ambientais. Sendo desta forma, a questãoambiental no Brasil é tratada em longo prazo.

As experiências de reciclagem de maior sucesso em nosso país devem-se a

benefícios econômicos e influências das concessionárias de recolhimento de lixo. O

país se destaca nas adições minerais ao concreto, a reciclagem do alumínio, aço e

papel.

A indústria cimenticia brasileira utiliza aproximadamente 5 milhões de

toneladas por ano de escória de alto-forno, pneus e cinza volante como adições ao

concreto. O setor siderúrgico recicla mais de 6 milhões de toneladas de aço e sucata



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que são utilizados para reforços estruturais em concreto armado. Grande parte do

aço para construção civil é proveniente do processo de arco elétrico, que utiliza

como principal matéria prima à sucata do aço. Segundo JOHN (1999) o Brasil em

1997 economizou cerca de 6 milhões de toneladas de ferro e reduziu em 29% a

emissão de CO2.

Estudos revelam que os resíduos produzidos pela construção civil podem

ser transformados em diversos tipos de materiais e agregados, entre eles podemos

citar:

Agregados mistos (solo, cimento, areia, cerâmicas) para a

produção de pavimento asfáltico; Adições minerais ao concreto, caso da escória de alto-forno e

clínquer.

Produção de argamassas a partir da reutilização de agregados

dos campos de obra.

Produção de meio-fio com blocos de concreto apresentando em

sua composição resíduos provenientes de agregados;

Produção de tijolos solo-cimento coma adição de materiais

reciclados após o processo de moagem;

Pisos industriais apresentando fibras de aço e plástico,

produzindo o aumento à resistência mecânica e diminuindo a quantidade de

ferro a ser empregado;

Dos municípios brasileiros aqueles que se sobressai em aspectos de

reutilização de resíduos são: Santo André, São José dos Campos, Londrina, Belo

Horizonte, Ribeirão Preto e Ilha de Paquetá.

O Brasil hoje sofre coma carência de indústrias recicladoras de artefatos

da construção civil. Os municípios abrangem os poucos órgãos que tomam

iniciativa para a reciclagem desses resíduos.

A solução mais viável no momento devido à carência de indústrias

recicladoras é diminuir a produção de resíduos cabendo a cada um desempenhar o seu papel de forma ética e coerente.



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Segundo PINTO (1999), as atividades necessárias para a implementação de

programas de reciclagem são as seguintes:

1. Otimização das atividades de pequenos coletores de

resíduos;

2. Mudança na ação de agentes públicos no sentido de

atuar como instrutores e não como agentes penalizantes;

3. Melhoria na cadeia de informação deposição de resíduos

e reciclagem a fim de mudar os hábitos das pessoas envolvidas da

cadeia de construção;

4. Aplicação de serviços de recuperação ambiental em

áreas previamente degradadas;

5. Incentivos à reciclagem de resíduos e a utilização de

resíduos reciclados;

6. Definição de uma política de reciclagem e utilização de

materiais reciclados em obras públicas;

O drama enfrentado pelo setor de reciclagem de resíduos oriundos daconstrução civil se deve a falta de pesquisa sobre a influência nas propriedades dos

matérias com a adição de agrados reciclados. Sendo que o gesso se utilizado

produz a expansão volumétrica do cimento provocando fissuração e perda de

resistência à compressão.

PAPEL MINICIPAL

A prefeitura municipal da cidade de Três de Maio situada na região da

grande Santa Rosa, Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul, não possui uma

política efetiva de reciclagem de resíduos sólidos oriundos de obras civis. O

município se encarrega apenas com o recolhimento de resíduos urbanos, sendo que

após recolhidos são lançados em terrenos tanto públicos quanto privados para

aterramento sem nenhum cuidado com substâncias potencialmente perigosas.

Entretanto, nos últimos meses tal pratica está sendo realizada por uma empresa

privada, visto a contratação particular prévia dos serviços. Tal empresa fornece uma



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espécie de grande caçamba, popularmente chamada de ‘’papa entulho’’ que fica

presente na obra. Quando atingida a capacidade de recolhimento os resíduos são

destinados praticamente aos mesmos locais que a prefeitura faz o lançamento. O

valor da prestação de serviço é de R$ 70,00 a cada 3 dias não sendo cobrado pelo

volume total de resíduos produzidos. Para aqueles indivíduos que não possuem

condições de arcar com os custos a prefeitura faz o recolhimento dos entulhos, no

prazo de até 48h após o pedido. Departamento de meio ambiente e habitação não

ponderaram sobre tal assunto.

LEGISLAÇÃO

Na necessidade de se estabelecer um manejo adequado dos resíduos da

construção civil, resultou no estabelecimento da resolução nº 307, de julho de 2002,

pelo CONAMA, tendo como objetivo abranger os resíduos da construção civil,

materiais volumosos e resíduos inertes. Incluindo as diretrizes para projeto,

implantação e operação de áreas de triagem, reciclagem e aterros, também para o

estabelecimento de requisitos para os agregados reciclados que podem ser gerados

e sua aplicação em obras de engenharia.

Segundo o decreto de lei Nº 41820 e 41821 de 11 de agosto de 1958,

regulamenta a segurança na construção civil como também a utilização de matérias

pela construção civil.



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CONCLUSÃO

Está bastante claro que a extração desenfreada dos recursos naturais não é

sustentável e deve ser repudiada. É fundamental a substituição da forma de

consumo linear para a manutenção do bem estar social.

A construção civil é caracterizada pelo macro-setor que mais utiliza energia

e recursos naturais e deve sofrer profundas mudanças para se tornar possível odesenvolvimento sustentável, já que o grande problema causado é o número de

resíduos produzidos durante o desenvolver das atividades construtivas. Tendo em

vista os fatos apresentados durante o desenvolvimento do trabalho podemos resaltar

que a reciclagem é essencial para o desenvolvimento sustentável já que é

impossível reduzir à zero o número de detritos produzidos. Medidas devem ser

tomadas por governos e instituições de ensino para propiciarem uma educação

ambiental na reutilização de materiais e uma consequente mudança nos hábitosconstrutivos. Nós futuros engenheiros devemos ser pró-ativos e estas sempre à

busca de soluções viáveis e capazes de transformar o setor ao qual estamos

inseridos, difundindo o processo de reciclagem de resíduos advindos da construção

civil.



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BIBLIOGRAFIA

CAVALCANTE, J. R; Ensaios de avaliação para controle ambiental de material com

resíduos incorporados. Reciclagem e Reutilização de Resíduos como Material de

Construção. ANTAC, São Paulo, 1996.

JOHN, V. M.; Reciclagem de Resíduos na Construção Civil. São Paulo, 2000.

Tese (doutorado). Endereço:

http://www.reciclagem.pcc.usp.br/ftp/livre%20doc%C3%AAncia%20vmjohn.pdf

Acessado em: Novembro de 2012.

MARINHO, G.; Em Busca da Produtividade no Canteiro. São Paulo, 1991.

PINTO, T. P.; Manual de Gestão de Resíduos na Construção Civil. Brasília, 2005.

PINTO, T. P.; Metodologia para a Gestão Diferenciada dos Resíduos Sólidos da

Construção Urbana. São Paulo, 1999, Tese (doutorado).

PREFEITURA MUNICIPAL DE TRÊS DE MAIO, RS – Consulta no setor de obras

urbanas. Novembro, 2012.

CONAMA. Resolução 307. De julho de 2002.

YAMAMOTO, J. K.; Environmental Geosciences, ed. 4, EUA,1997.

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