Trabalho Eolica
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Índice
Introdução……………………………………………………………. pág. 2
Turbinas……………………………………………………………… pág. 3
Componentes de uma turbina eólica de eixo Horizontal…………….. pág. 6
Mecanismos de controlo……………………………………………... pág. 9
Aerogeradores………………………………………………......……pág. 10
Conversor AC/DC………………………………………………….. pág. 13
Qualidade da energia……………………………………………….. pág. 19
Aplicações dos Sistemas Eólicos………………………...…………. pág. 20
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1. Introdução
Acredita-se que foram os egípcios os primeiros a fazer uso prático do vento, em
torno do ano 2800 A.C, começaram a usar velas para ajudar a força dos remos dos
escravos. Eventualmente, as velas ajudavam o trabalho da força animal em tarefas como
moagem de grãos e bombeamento de água.
A energia eólica tem sido aproveitada pelo ser humano desde a antiguidade,
tanto para mover barcos, como para fazer funcionar engrenagens de moinhos. Nos dias
de hoje e devido cada vez mais à escassez dos recursos naturais, é utilizada como fonte
de energia eléctrica limpa e renovável. De facto, o crescimento da indústria ligada a esta
forma de energia tem sido, em alguns países, equiparável ao de tecnologias de tão
grande expansão como, por exemplo, os telefones móveis.
Na produção de energia eólica a energia passa por dois processos de conversão:
Rectificação de corrente alternada para corrente contínua, com a
finalidade de obter um armazenamento fácil, livre de efeitos indesejados
tais como harmónicas e outros efeitos parasitas.
Inversão de corrente contínua para corrente alternada, com o objectivo de
ajustar a frequência e as amplitudes de tensão, às impostas pela rede ou
pelo transporte.
Para entendermos melhor o nosso objecto de estudo, que é o funcionamento de
um rectificador de corrente alternada para corrente continua (A.C/D.C), procurámos
estudar o princípio básico de funcionamento de uma central eólica e algumas das suas
características.
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2. Turbinas
2.1 Rotores de Eixo Vertical
Em geral, os rotores de eixo vertical têm a vantagem de não necessitarem de
mecanismos de acompanhamento para variações da direcção do vento, o que reduz a
complexidade do projecto. Estes rotores também podem ser movidos por forças de
sustentação (lift) e por forças de arrasto (drag). Os principais tipos de rotores de eixo
vertical são Darrieus, Savonius e turbinas com torre de vórtices. Os rotores do tipo
Darrieus são movidos por forças de sustentação e constituem-se de lâminas curvas
(duas ou três) de perfil aerodinâmico, atadas pelas duas pontas ao eixo vertical.
Figura 1 - Turbina experimental de eixo vertical (SANDIA, 2006)
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2.2 Rotores de Eixo Horizontal
Os rotores de eixo horizontal são os mais comuns e grande parte da experiência
mundial está voltada para a sua utilização. São movidos por forças aerodinâmicas
chamadas de forças de sustentação (lift) e forças de arrasto (drag). Um corpo que
obstrui o movimento do vento sofre a acção de forças que actuam perpendicularmente
ao escoamento (forças de sustentação) e de forças que actuam na direcção do
escoamento (forças de arrasto). Ambas. Adicionalmente as forças de sustentação
dependem da geometria do corpo e do ângulo de ataque (formado entre a velocidade
relativa do vento e o eixo do corpo, ângulo de passo).
Os rotores que giram predominantemente sob o efeito de forças de sustentação
permitem, liberar muito mais potência do que aqueles que giram sob efeito de forças de
arrasto, para uma mesma velocidade de vento.
Os rotores de eixo horizontal ao longo do vento (aerogeradores convencionais)
são, predominantemente movidos por forças de sustentação e devem possuir
mecanismos capazes de permitir que o disco varrido pelas pás, esteja sempre em
posição perpendicular ao vento. Tais rotores podem ser constituídos de uma pá e
contrapeso, duas pás, três pás ou múltiplas pás (multivane fans). Construtivamente, as
pás podem ter as mais variadas formas e empregar os mais variados materiais. Em geral,
utilizam-se pás rígidas de madeira, alumínio ou fibra de vidro reforçada.
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Figura 2 - Turbina de eixo horizontal
Quanto à posição do rotor em relação à torre, o disco varrido pelas pás pode
estar a jusante do vento (down wind) ou a montante do vento (up wind). No primeiro
caso, a “sombra” da torre provoca vibrações nas pás. No segundo caso, a “sombra” das
pás provoca esforços vibratórios na torre. Sistemas a montante do vento necessitam de
mecanismos de orientação do rotor com o fluxo de vento, enquanto nos sistemas a
jusante do vento, a orientação realiza-se automaticamente.
Os rotores mais utilizados para geração de energia eléctrica são os de eixo
horizontal do tipo hélice, normalmente compostos de 3 pás ou em alguns casos
(velocidades médias muito altas e possibilidade de geração de maior ruído acústico) 1
ou 2 pás.
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3.Componentes de uma turbina eólica de eixo Horizontal
Neste caso vamos aprofundar o assunto numa turbina eólica de eixo horizontal,
as mais comuns. Na imagem da figura 3) podemos verificar que existem vários tipos de
turbinas eólicas que são diferenciadas pelo seu tamanho e formato da nacele ou do rotor.
As componentes de uma turbina eólica são inúmeras e complexas, por isso
vamos explicar apenas as principais de modo a que possamos entender para que serve o
conversor AC/DC.
3.1 As componentes da turbina podem ser divididas em três fases:
3.1.1 Pás, cubos e eixo
As pás são responsáveis por converter a energia cinética (do vento) em trabalho
mecânico, estas têm perfis aerodinâmicos de modo a rentabilizar ao máximo o seu
esforço, e a sua posição em relação ao eixo pode ou não ser controlada.
O cubo por sua vez suporta toda a estrutura das pás através de rolamentos de
fixação, este deve ser uma peça única e de grande robustez e elevada resistência dado
que também tem de acomodar os mecanismos e motores para o ajuste dos ângulos das
pás entre outros. Figura 5)
Figura 3)
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O eixo é responsável por um acoplamento do cubo ao gerador fazendo a
transferência da energia, é constituído por matérias de elevada resistência.
3.1.2 Nacele
É a carcaça montada sobre a torre, no seu interior estão situados todos os
componentes tais como, gerador, sistema de engrenagens, todo o sistema de controle,
etc. Podemos ver melhor na figura 3).
3.1.3 Transmissão e Caixa Multiplicadora
A transmissão engloba a caixa multiplicadora e tem como objectivo transmitir a
energia mecânica até à carga. Esta caixa de transmissão deve ser colocada entre o rotor
e o gerador de modo a adaptar a baixa velocidade do rotor à velocidade de rotação mais
elevada do gerador. Figura 4)
O gerador ou aerogerador, é o componente principal na turbina eólica a
finalidade deste é transformar a energia mecânica de rotação em energia eléctrica.
Figura 6)
Mas a integração dos geradores na energia eólica torna se um problema quando
existem vários factores que devemos ter em conta tais como:
Variações na velocidade do vento.
Variações no binário de entrada (uma vez que as variações de velocidade
induzem variações de potencia no eixo).
A exigência de frequência e tensão constantes na energia final produzida
para a rede.
E de fácil manutenção e instalação, devido as zonas isoladas e de difícil acesso
onde se encontram estas turbinas torna se necessário simplificar o nosso gerador.
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Figura 4). Mostra um gerador e a caixa de transmissão
Gerador Caixa de
Transmissão
Figura 5). O cubo na turbina
eólica
Figura 6). Aerogerador
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4. Mecanismos de controlo
Os mecanismos de controlo destinam-se á orientação do rotor, ao
controlo da velocidade, ao controlo da carga, etc. Nos aerogeradores mais
recentes podem ser utilizados um dos dois tipos de controlo aerodinâmico, o de
Stall control e o Pitch control.
O objectivo do controlo de velocidade é de fornecer mais ou menos
potencia á carga, em geradores assíncronos mesmo depois de ser feito este tipo
de controle a energia eléctrica segue com uma sequencia de harmónicas e efeitos
indesejados que precisam de ser tratados como vamos ver mais à frente.
4.1 Stall controlled
É um sistema passivo que reage á velocidade do vento, isto significa as
pás são fixas com um determinado ângulo de passo e não podem girar em torno
do eixo. É calculado um determinado ângulo em que quando as velocidades do
vento são superiores aos nominais existe um escoamento ou fluxo de ar em torno
das pás. Assim deste modo é controlado o aumento de potência do motor. Este
sistema têm as seguintes vantagens:
A não existência do controlo de passo, que torna toda a estrutura mais
simples e de fácil manutenção.
Auto-confiabilidade do controle de potência.
4.2 Pitch controlled
É um sistema activo que ao contrário do sistema Stall control necessita
de informação vinda do controlador do sistema. Sempre que a potência
nominal do gerador é ultrapassada devido ao aumento da velocidade do
vento, as pás do rotor giram em torno do eixo de modo a mudarem o seu
ângulo de passo com a finalidade de reduzirem as forças que produzem o
movimento das pás.
Figura 6).Exemplo do fluxo de
ar numa pá da turbina.
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5. Aerogeradores
Os aerogeradores podem ser síncronos ou assíncronos de velocidade constante
ou variável, a utilização do tipo de rectificador/inversor depende do tipo de aerogerador.
Para isso vamos ver os dois aerogeradores e aprofundar mais a o gerador assíncrono de
velocidade variável já que é este que utiliza o rectificador (AC/DC).
5.1 Aerogeradores Assíncronos de Velocidade variável
Figura 7). Neste caso podemos ver um esquema de um gerador assíncrono de
velocidade variável em que é utilizado um rectificador (AC/DC, o estudado) e
posteriormente um inversor (DC/AC).
Figura 8). Nesta figura podemos ver que existe apenas um conversor AC/AC. A
energia não chega a ser transformada em contínua e é injectada na rede em AC.
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Figura 9). Esquema eléctrico de um gerador com velocidade variável que usa um
conversor de frequência (DEWI, 2005)
A ligação ao sistema eléctrico é feita por meio de um conversor de frequência
electrónica, formado por um conjunto rectificador/inversor. A tensão produzida pelo
gerador síncrono é rectificada e a corrente contínua resultante é invertida, como controle
da frequência de saída sendo feito electronicamente através de tirístores. Como a
frequência produzida pelo gerador depende de sua rotação, esta será variável em função
da variação da rotação da turbina eólica. Entretanto, por meio do conversor, a
frequência da energia eléctrica fornecida pelo aerogerador será constante e sincronizada
com o sistema eléctrico.
Quando são utilizados geradores assíncronos, ou de indução, é necessário
fornecer energia reactiva para a excitação do gerador, que pode ser feita por auto-
excitação usando-se condensadores adequadamente dimensionados, de forma similar ao
caso do aerogerador com velocidade constante. Neste caso, deve-se ter em atenção que
os condensadores sejam ligados antes do rectificador, uma vez que o conversor de
frequência faz o isolamento galvânico do sistema, não permitindo a absorção de energia
reactiva externa, seja do sistema eléctrico ou de condensadores.
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Outra alternativa é o uso de geradores assíncronos duplamente alimentado, isto
é, com dois enrolamentos que apresentam velocidades síncronas diferentes. O uso de
enrolamento rotórico associado a uma resistência variável, em série, permite o controlo
da velocidade do gerador pela variação do escorregamento, mantendo a frequência
eléctrica do gerador no valor definido pelo sistema eléctrico ao qual o aerogerador está
conectado.
A ideia básica do aerogerador com velocidade variável é o desacoplamento da
velocidade de rotação e, consequentemente, do rotor da turbina, da frequência eléctrica
da rede. O rotor pode funcionar com velocidade variável ajustada à situação real da
velocidade do vento, garantindo um desempenho aerodinâmico maximizado. Uma
vantagem é a redução das flutuações de carga mecânica. As desvantagens são os altos
esforços de construção e a geração de harmónicas, associadas ao conversor de
frequência, que podem ser reduzidas significativamente com o custo de filtros que, por
sua vez, aumentam os custos.
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6. Conversor AC/DC
6.1 Ligação indirecta á rede eléctrica.
Nos Sistemas com ligação indirecta à rede a turbina pode funcionar com
velocidade variável produzindo corrente alternada com frequência variável.
Para estabelecer a ligação á rede são necessários sistemas de conversão de Potência
AC/DC e DC/AC.
Para além de permitirem o funcionamento da turbina a velocidades variáveis a
introdução da Electrónica de Potência permite o controlo da potência reactiva de modo
a melhorar a qualidade da energia na rede eléctrica.
Neste caso o conversor Electrónico de Potência é constituído por um rectificador
AC/DC seguido de um Inversor DC/AC, de modo a transmitir á rede uma tensão com
fase e frequência controlada.
6.2 Escolha do tipo de conversor a utilizar.
Um Rendimento elevado dos conversores reduz os custos de energia e reduz a
quantidade de calor a dissipar no conversor.
Para minimizar as perdas os elementos que constituem o conversor devem ser
exclusivamente os seguintes,
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Interruptores - Os interruptores são operados ciclicamente e servem para modificar as
interconexões do circuito. O interruptor ideal tem tensão nula quando está ON e
corrente nula quando está OFF.
Condensadores e Indutores - Os condensadores e indutores servem para realizar acções
de filtragem, regularizando o fluxo de potência, armazenando e fornecendo energia.
Transformadores - Os transformadores escalam as correntes e tensões. Adicionalmente
fornecem isolamento galvânico entre a fonte e a carga.
Escolha do Interruptor
Díodo - está no extremo inferior uma vez que não pode ser controlado. Os estados ON e
OFF dependem apenas da polaridade da tensão e da corrente aos terminais do díodo.
SCR e TRIAC - O desligar (OFF) acontece de modo não controlado como no díodo mas
o activar (ON) é comandado sob condições apropriadas do circuito e de uma acção de
controlo.
BJT, IGBT, MOSFET e GTO - ambas as comutações de estado são comandadas por
uma acção de controlo, novamente, sob condições apropriadas do circuito.
Escolha da frequência de comutação
Uma frequência de comutação superior implica o conversor de menor dimensão porque
é possível usar condensadores, indutores e transformadores menores para cumprir as
características do circuito.
Uma frequência de comutação superior implica, no entanto, um aumento das perdas
uma vez que o número de transições de estado por unidade de tempo aumenta.
Adicionalmente, os componentes tendem a aumentar as perdas a altas frequências assim
como as limitações do seu funcionamento. Como exemplo as capacidades parasitas nos
BJT.
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6.3 Exemplos de rectificadores AC/DC utilizados.
O principal problema dos aerogeradores com velocidade variável, principalmente para
baixas velocidades do vento, é o pouco rendimento que podemos retirar do gerador
devido á sua baixa potência em velocidades baixas. Tornando assim o sistema gerador
conversor pouco eficiente. O gráfico seguinte mostra esse mesmo efeito.
Eficiência versus potência do aerogerador.
Como se pode ver é o rectificador que tem mais peso no baixo rendimento do sistema,
Tornando-se deste modo o conversor AC/DC um órgão de dimensionamento muito
cuidado.
Não existindo uma escolha ideal para o rectificador AC/DC a utilizar na zona de maior
rendimento do gerador, podemos afirmar que qualquer rectificador de alta potência
convencional pode ser utilizado com rendimentos aceitáveis nessa zona. O problema
reside sim quando o vento abranda.
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6.3.1 Rectificador de controlo de fase.
Desenhado para ser eficiente e barato, no entanto apresenta grandes perdas no gerador.
Utilizado quando o aerogerador permanece numa ligação em triângulo.
Rectificador AC/DC controle de fase.
Trata-se de um Rectificador simples composto por 6 tíristores e um díodo de roda livre,
que permite uma nova malha impedindo assim correntes negativas DC.
Tem como vantagem que a energia não se desloca da zona DC para o gerador.
Como desvantagens: O gerador opera com cargas não simétricas, especialmente a
baixas velocidades. A corrente de fase é composta por altas harmónicas que aumentam
as perdas diminuindo assim o rendimento do conversor.
Posteriormente para controlar a corrente DC utiliza-se um conversor DC/DC Booster.
Conversor DC/DC Booster.
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6.3.2. Rectificador AC/DC Boost
Também um tipo de rectificador utilizado, de simples implementação e barato é o
AC/DC Boost. Também este e tal como o anterior pode ser utilizado para transmissão
de potência á rede, no entanto também apresenta pouca eficiência para baixo
rendimento do gerador (baixas velocidades).
Rectificador AC/DC Boost
O andar seguinte, destinado a manter a tensão constante pode ser do seguinte tipo.
Conversor DC/DC.
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6.3.3 PWM AC/DC Booster reconfiguravel.
Por ultimo apresenta-se um tipo de rectificador mais complexo que os anteriores mas
que aumenta a sua eficiência, em comparação aos outros casos apresentados,
nomeadamente para rotações baixas do aerogerador.
Rectificador AC/DC PWM.
Neste caso pode-se acompanhar a tensão variável de entrada, através do comando do
rectificador, com o envio da modulação.
Pode-se ainda tornar este tipo de rectificador ainda mais eficiente com uma modulação
de três níveis. Onde finalmente conseguimos aumentar a eficiência do conversor para
baixas tensões de entrada (pouca potência do gerado, menor rendimento).
Modulação de dois níveis versus 3 níveis.
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7. Qualidade da energia
A qualidade de energia no contexto da geração eólica, descreve o desempenho
eléctrico do sistema de geração de electricidade da turbina eólica onde qualquer
perturbação sobre a rede eléctrica, deve ser mantida dentro de limites técnicos ao nível
de exigência imposto pelo gerente de operações da rede. Para a maior parte das
aplicações de unidades eólicas, a rede pode ser considerada como um componente capaz
de absorver toda a potência gerada por estas unidades com tensão e frequência
constantes. No caso, por exemplo de sistemas isolados de pequeno porte, pode ser
encontradas situações onde a potência eléctrica fornecida pela turbina eólica alcance
valores compatíveis com a capacidade da rede. Problemas também podem ocorrer onde
a rede é fraca1, onde, neste caso a qualidade da energia deve ser uma das principais
questões a serem observadas sobre a utilização de turbinas eólicas (tamanho, tipo de
controle, etc.)
A tabela seguinte descreve os principais distúrbios causados por turbinas eólicas
na rede eléctrica e as respectivas causas que podem ser resumidas em condições
meteorológicas, do terreno, e especificamente sobre as características eléctricas,
Distúrbios Causa
Elevação/queda de tensão Valor médio da potência entregue
Flutuações de tensão
Efeito de sombreamento da torre
Erro de passe da pá
Erro de mudança de direcção
Distribuição vertical do vento
Flutuações na velocidade do vento
Intensidade de turbulências
Harmónicas
Conversores de potência
Condensadores
Controladores com tiristores
Consumo de potência reactiva Componentes indutivos ou sistemas de
geração
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É importante observar quando um determinado número de máquinas eólicas são
conectadas num parque, o nível de potência entregue por unidade pode variar, devido a
localização das máquinas no parque e ao efeito de “sombra” causado pelas turbinas a
montante àquelas que se encontrarem em fileiras mais afastadas em relação a direcção
do vento predominante.
O tipo de gerador utilizado (síncrono ou assíncrono) produz diferentes níveis de
flutuação nas variáveis eléctricas de saída. Isto pode ser verificado particularmente para
as unidades de grande porte, com potência superiores a 1 MW, visto que as de pequeno
e médio porte podem influenciar a rede apenas quando estão conectadas em grande
número. Devido aos baixos valores de escorregamento, geradores assíncronos
conectados directamente na rede eléctrica operando com velocidade quase constante
geram flutuações mais significativas do que geradores síncronos em velocidade
variável, conectados à rede via unidade rectificadora/inversora.
No caso específico de distribuições de harmónicas, considerado como um grave
problema para a manutenção da qualidade de energia, a principal fonte de harmónicas
são os conversores de frequência empregados para conectar os geradores eólicos à rede
eléctrica. Assim, os geradores eólicos assíncronos ou síncronos ligados directamente à
rede eléctrica não necessitam de maiores atenções neste aspecto.
8. Aplicações dos Sistemas Eólicos
Um sistema eólico pode ser utilizado em três aplicações distintas: sistemas
isolados, sistemas híbridos e sistemas interligados à rede. Os sistemas obedecem a uma
configuração básica, necessitam de uma unidade de controlo de potência e, em
determinados casos, de uma unidade de armazenamento. No âmbito do tema deste
trabalho, olharemos apenas para os sistemas de Grande Porte, interligados à rede e para
os sistemas Off-Shore.
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Pequeno Porte (≤ 10 kW) Intermediário (10-250 kW) Grande Porte (250kW-2MW)
8.1 Sistemas Interligados à Rede
Os sistemas interligados à rede utilizam um grande número de aerogeradores e não
necessitam de sistemas de armazenamento de energia pois toda a geração é entregue
directamente à rede eléctrica. O total de potência instalada no mundo de sistemas
eólicos interligados à rede soma aproximadamente 60 GW (WWEA, 2006) dos quais
75% estão instalados na Europa.
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8.1.1 Sistemas Off-shore
As instalações Off-shore representam a nova fronteira da utilização da energia
eólica. Embora representem instalações de maior custo de transporte, instalação e
manutenção, as instalações Off-shore têm crescido a cada ano principalmente com o
esgotamento de áreas de grande potencial eólico em terra. Este esgotamento é
apresentado principalmente pela grande concentração de parques eólicos nestas áreas e
pelas restrições ambientais rigorosas sobre a utilização do solo.
A indústria eólica tem investido no desenvolvimento tecnológico na adaptação
das turbinas eólicas convencionais para uso no mar. Além do desenvolvimento
tecnológico, os projectos Off-shore necessitam de estratégias especiais quanto ao tipo de
transporte das máquinas, respectiva instalação e operação. Todo o projecto deve ser
coordenado de forma a utilizarem os períodos onde as condições marítimas propiciem
um deslocamento e uma instalação com segurança.
Figura - Parque eólico instalado no mar do norte (Fonte: BRITSC, 2005)
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Conclusão
Concluímos que a produção de Energia Eléctrica nas Centrais
Eólicas pode passar por dois ou mais processos de conversão.
No caso dos Geradores Assíncronos podemos utilizar o esquema
Rectificador/Inversor ou apenas um conversor (AC/AC). A aplicação
destes esquemas depende do tipo de Gerador.
Os geradores aplicados para este esquema podem ser o anteriormente
referido (Assíncrono) ou Síncronos, de velocidade variável ou constante.
Á saída do gerador, a energia eléctrica sai com efeitos indesejados,
tais como harmónicas na frequência e na tensão. Estes efeitos devem ser
tratados para que posteriormente possam ser injectados na rede.