Trabalho escrito

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1. Introdução As mudanças na economia mundial, vivenciadas nas últimas décadas que culminaram com a globalização da economia, vêm sendo retratadas por muitos autores consagrados, estudiosos dessa transformação, como um período de transição da passagem de uma sociedade industrial para uma sociedade do conhecimento, onde recursos econômicos tradicionais (terra, capital e trabalho) juntam-se ao conhecimento racional de sua utilização, alterando sobremaneira, a estrutura econômica das nações e principalmente, a forma de atribuir valores ao ser humano, único detentor do conhecimento. Na sociedade do conhecimento esse novo fator de produção é fundamental para o sucesso das organizações, na Era Industrial preservavam-se as estruturas físicas, fundamentais ainda hoje no processo produtivo, mas não mais imprescindíveis, hoje as organizações devem ter a preocupação em preservar seu ativo mais valioso, o Capital humano. Em função disso, o objetivo desse trabalho precípuo em apresentar os principais conceitos, e o tratamento da mensuração do capital intelectual e a comparação entre os principais modelos utilizados. 4
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Page 1: Trabalho escrito

1. Introdução

As mudanças na economia mundial, vivenciadas nas últimas décadas que culminaram

com a globalização da economia, vêm sendo retratadas por muitos autores consagrados,

estudiosos dessa transformação, como um período de transição da passagem de uma

sociedade industrial para uma sociedade do conhecimento, onde recursos econômicos

tradicionais (terra, capital e trabalho) juntam-se ao conhecimento racional de sua utilização,

alterando sobremaneira, a estrutura econômica das nações e principalmente, a forma de

atribuir valores ao ser humano, único detentor do conhecimento.

Na sociedade do conhecimento esse novo fator de produção é fundamental para o

sucesso das organizações, na Era Industrial preservavam-se as estruturas físicas, fundamentais

ainda hoje no processo produtivo, mas não mais imprescindíveis, hoje as organizações devem

ter a preocupação em preservar seu ativo mais valioso, o Capital humano.

Em função disso, o objetivo desse trabalho precípuo em apresentar os principais

conceitos, e o tratamento da mensuração do capital intelectual e a comparação entre os

principais modelos utilizados.

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2. Capital Humano

Hoje em dia fala-se muito que vivemos na Era do Conhecimento e da Informação, que

o conhecimento é fundamental para a empregabilidade, que ele é que cria as grandes

diferenças entre graus de prosperidade e realização. Tudo isso é verdade. Porém, atente para o

trecho abaixo:

Bem-aventurado o homem que acha sabedoria, e o homem que adquire conhecimento.

Porque é melhor a sua mercadoria do que artigos de prata, e maior o seu lucro que o ouro

mais fino.

Capital humano são o conjunto de capacidade, conhecimentos, competências e

atributos de personalidade que favorecem a realização de trabalho de modo a produzir valor

econômico. São os atributos adquiridos por um trabalhador por meio da educação, perícia e

experiência.

Muitas das primeiras teorias econômicas referem-se como simplesmente como força

de trabalho, um dos três fatores de produção, e considerá-lo a ser um recurso fungível -

homogêneo e facilmente intercambiável. Outras concepções deste trabalho prescindem desses

pressupostos.

2.1 A origem do termo

AW Lewis é conhecido por ter começado o campo do Desenvolvimento Econômico e

consequentemente a ideia de capital humano, quando ele escreveu em 1954 o "Economic

Development with Unlimited Supplies of Labour." O termo "capital humano" não foi

utilizado devido a sua conotação negativa, até que foi discutido pela primeira vez por Arthur

Cecil Pigou: "Não há tal coisa como investimento em capital humano, bem como

investimento em capital material. Logo desde que este seja reconhecido, a distinção entre a

economia no consumo e economia no investimento torna-se turva. Pois, até certo ponto, o

consumo é o investimento em capacidade produtiva individual. Isto é especialmente

importante na ligação com as crianças:. para reduzir indevidamente as despesas com o seu

consumo pode inferiorizar muito a sua eficiência no pós-vida. Mesmo para os adultos, depois

de terem percorrido uma certa distância ao longo da escala de riqueza, de modo que nós

estamos para além da região de luxos e "desnecessários" confortos, um cheque para consumo

pessoal é também um cheque para investimento.

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O uso do termo na literatura econômica neoclássica moderna remonta ao artigo

"Investment in Human Capital and Personal Income Distribution" de Jacob Mincer, publicado

no The Journal of Political Economy, em 1958. Em seguida de T.W. Schultz, que também

contribuiu para o desenvolvimento do assunto. A aplicação mais conhecida da ideia de

"capital humano" na economia é a de Mincer e Gary Becker da "Escola de Chicago" de

economia. O livro de Becker intitulado Capital Humano, publicado em 1964, tornou-se um

padrão de referência por muitos anos. Nesta visão, o capital humano é semelhante aos "meios

físicos de produção", por exemplo, fábricas e máquinas: pode-se investir em capital humano

(via educação, formação, tratamento médico) em que uma das saídas depende, em parte, da

taxa de retorno sobre a posse de capital humano. Assim, o capital humano é um meio de

produção, em que um investimento adicional produz saídas adicionais. O Capital humano é

substituível, mas não pode ser transferido como terra, trabalho ou capital fixo. Teoria

moderna do crescimento vê o capital humano como um fator de crescimento importante.

Pesquisas recentes mostram ainda a sua importância para a democracia ou a SIDA.

2.2 Classificação

Capital humano é um ativo intangível, pois não é propriedade da empresa que a

emprega. Basicamente, o capital humano chega às 9h e sai às 05:00. Capital humano, quando

visto de uma perspectiva de tempo consome o tempo em uma das principais atividades:

1. Conhecimento (atividades que envolvam um funcionário),

2. Colaboração (atividades que envolvam mais de um empregado),

3. Processos (atividades voltadas especificamente para as atividades de conhecimento e

colaboração geradas pela estrutura organizacional tais como impactos silos, política interna,

etc.).

2.3 Ausência (férias anuais, licença médica, férias, etc.).

Risco quando o capital humano é avaliado pelo custo baseado na atividade através de

alocações de tempo torna-se possível avaliar o risco do capital humano. Risco do capital

humano ocorre quando a organização opera abaixo dos níveis de excelência alcançáveis. Por

exemplo, se uma empresa poderia razoavelmente reduzir erros e retrabalho (o componente

processual do capital humano) de 10.000 horas por ano para 2.000 horas com a tecnologia

viável, a diferença é o de 8.000 horas de capital de risco humano. Quando os custos salariais

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são aplicados a esta diferença (a 8.000 horas) torna-se possível financeiramente o valor de

risco do capital humano dentro de uma perspectiva organizacional.

2.4 O Risco do capital humano acumula-se em quatro categorias principais:

1. Atividades de ausência (as atividades relacionadas com os empregados que não aparecem

para trabalhar, tais como licença médica, a ação industrial, etc.) A ausência inevitável é

referida como Ausência Estatutária. Todas as outras categorias de ausência são chamadas de

"Ausências controláveis";

2. Atividades colaborativas estão relacionadas com o desperdício de tempo entre vários

empregados dentro de um contexto organizacional. Os exemplos incluem: reuniões,

telefonemas, formação de instrutores, etc;

3. Atividades de conhecimento estão relacionados aos gastos de tempo por uma única pessoa

e incluem encontrar / recuperar informações, pesquisa, email, mensagens instantâneas, blogs,

análise de informação, etc, e

4. Atividades processuais são de conhecimento e colaboração atividades que resultam do

contexto organizacional, tais como erros / retrabalho, transformação de dados manual, stress,

política, etc.

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3. Mensurando o capital Intelectual

Para que as empresas possam gerir eficazmente o capital intelectual da empresa e

maximizar o seu potencial de criação de valor torna-se fundamental, não somente sua

identificação e avaliação, mas também sua mensuração, que pode ser realizada por uma

parcela de valor gerada pelo capital intelectual dentro da empresa, ou ainda, por meio das

relações entre variáveis da empresa que conduzam a uma determinada quantia de capital

intelectual.

Objetivamente, Kaplan e Norton (1997) afirmam que o que não pode ser medido, não

pode ser gerenciado, mostrando a relevância de se identificar e mensurar os ativos intangíveis.

Se não for avaliado, mensurado, através de indicadores um elemento, não será possível a

identificação adequada de sua presença e nem será possível controlar sua evolução. A seguir,

são apresentados os principais métodos encontrados na literatura para a mensuração do capital

intelectual de uma empresa.

Para EDVINSSON e MALONE5 (1988, p.19), “é um capital não financeiro que

representa a lacuna oculta entre o valor de mercado e o valor contábil. Sendo, portanto, a

soma do Capital Humano e do Capital Estrutural”.

3.1 Capital Intelectual = Capital Humano + Capital Estrutural

Para esses autores, o Capital Humano corresponde a toda a capacidade, conhecimento,

habilidade e experiência individuais dos empregados de uma organização para realizar as

tarefas. Já o Capital Estrutural é formado pela infraestrutura que apoia o capital humano, ou

seja, tudo o que permanece na empresa quando os empregados vãos para casa.

Em seu livro “Capital Intelectual”, EDVINSSON e MALONE, comparam o Capital

Intelectual a uma árvore (1998: p.28).

[...] as partes visíveis da árvore, tronco, galhos e folhas,

representam a empresa conforme é conhecida pelo mercado e

expressa pelo processo contábil. Os frutos produzidos por essa

árvore representam os lucros e os produtos da empresa. As

raízes, massa que está debaixo da superfície, representam o

valor oculto, nem sempre relatado pela contabilidade. Para que a

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árvore floresça e produza bons frutos, ela precisa ser alimentada

por raízes fortes e sadias [...].

A metáfora é perfeita. Revela que existe uma realidade por detrás da aparência, que o

visível e o aparente são apenas um aspecto da realidade. E assim desmistifica o conceito de

valor. Se o capital intelectual representa a massa enterrada da raiz da árvore visível, ou,

usando outra imagem conhecida, o iceberg gigante escondido embaixo da superfície que se

encontra emersa; supondo que represente 2/3 ou mais do valor real das empresas, então nos

defrontamos não somente com uma distorção no setor de investimentos, mas com uma

verdadeira crise que se estende por toda a economia.

3.2 Modelo Skandia – Edvinsson e Malone

Desenvolvido por Leif Edvinsson é uma forma de mensuração do processo de criação

de ativos na empresa. Ele desenvolveu uma teoria do “Capital Intelectual” que incorpora

elementos de Konrad e do Balanced Score Card (Kaplan e Norton, 1992).

Nos modelos econômicos tradicionais se utiliza normalmente o capital financeiro

unicamente, porém a empresa sueca Skandia propôs o “Esquema Skandia de Valor”, onde se

propõe que o capital intelectual está composto por: Capital humano e capital estrutural, este

por sua vez se divide em: capital de cliente e capital organizacional.

A fim de avaliar o Capital Intelectual da empresa Skandia, Edvinsson e Malone (1998)

definiram um conjunto com dezenas de índices e indicadores, que permitissem mensurar o seu

desempenho e os agruparam em cinco áreas distintas, conforme relacionadas abaixo:

foco financeiro;

foco nos clientes;

foco nos processos;

foco na renovação e desenvolvimento;

foco humano.

A combinação dessas cinco áreas culmina em um relatório diferente, pois elas apontam

para diversos aspectos que dão o caráter dinâmico, por isso o relatório foi denominado de

Navegador.

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Os tipos de capitais em que o capital intelectual pode ser dividido, além dos básicos

(capital humano e capital estrutural), a saber: capitais de clientes, capitais organizacionais,

capitais de inovação e capital de processos, estão representados por áreas de foco. Essas áreas

representam a direção onde à empresa focaliza a sua atenção e delas provém o capital

intelectual.

Edvinsson e Malone (1998, p. 166) relatam que a fim de estabelecer uma equação que

traduzisse em um único número o Capital Intelectual, de modo que se pudessem realizar

comparações entre empresas à equipe fixaram os seguintes passos:

1. Identificar um conjunto básico de índices que possa ser aplicado a toda

sociedade com mínimas adaptações;

2. Reconhecer que cada organização possa ter um capital intelectual adicional que

necessite ser avaliado por outros índices;

3. Estabelecer uma variável que capte a não tão-perfeita previsibilidade do futuro,

bem como a dos equipamentos, das organizações e das pessoas que nela

trabalham.

3.3 Mapeamento de Competências

Competências são atributos pessoais que distinguem pessoas de alto desempenho de

outras, num mesmo trabalho. O mapeamento é dividido em duas competências a

comportamental e habilidades técnicas.

3.3.1 Comportamental

O Inventário Comportamental para Mapeamento de Competências é uma Lista de

Indicadores de Competências que traduz a conduta do Comportamento Ideal desejado e

necessário para que a Organização possa agir alinhada ao MVVE.

3.3.2 Técnicas

Conjunto de conhecimentos, habilidades e atitudes necessárias para desempenhar o

trabalho, em determinado contexto ou estratégia organizacional, o qual pode ser identificado

por meio de um comportamento observável.

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4. Vantagens da Mensuração do Capital Intelectual

Nos dias atuais, com um mercado extremamente competitivo, o sucesso de uma

organização está diretamente ligado a qualidade dos seus conhecimentos aplicado nos seus

processos empresariais. É de grande relevância à utilização do conhecimento residente na

organização para a criação de vantagens competitivas

Em relação às vantagens na mensuração do capital intelectual, MARTIN (2004)

aponta: aumento no potencial informativo da Contabilidade; redimensionamento patrimonial

da entidade (clareza e adequação); canalização correta dos recursos para investimentos em

capital humano e capital estrutural; facilitar a escolha do investidor; determinar de que

maneira uma melhor gestão do conhecimento ajudará à empresa a ganhar ou economizar

dinheiro e ainda, evitar danos e injustiças que uma avaliação patrimonial incorreta traz,

gerando lucros ou prejuízos indevidos.

MARR, GRAY E NEELY (2003) também identificam as razões pelas quais as

organizações estão buscando mensurar o seu capital intelectual, entre elas, a avaliação do

capital intelectual permite às empresas formularem suas estratégias, pois a mensuração ajuda

a organização a identificar suas competências corporativas e os melhores recursos para

aproveitar as oportunidades ; a avaliação dos indicadores de performance do capital

intelectual contribuem para as empresas avaliarem suas estratégias, ao mesmo tempo que as

executam; os indicadores do capital intelectual ajudam as organizações nas decisões de

desenvolver, diversificar e expandir seus recursos, como nos casos de alianças estratégicas,

aquisições; possibilita o uso de medidas financeiras juntamente com as medidas não

financeiras e permite a comunicação aos acionistas sobre os maiores concorrentes,

crescimento do mercado, volatilidade e perigos inerentes nas avaliações incorretas das

empresas e aumento do custo de capital.

No aspecto gerencial, o conhecimento do capital intelectual das empresas auxilia para

que as organizações possam se conhecer melhor, aperfeiçoando o processo de tomada de

decisões e consequentemente o aprimoramento referente à contabilização do ativo intangível.

4.1 Algumas vantagens apresentadas por ANTUNES (2000), são elas:

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- A empresa que conhece seu capital intelectual tem a possibilidade de identificar os recursos

necessários em ativos intangíveis, pois, não conhecendo, se torna impedida de executar um

planejamento estabelecido, resultando que seu planejamento estratégico seja publicado sem

possuir alguns elementos intangíveis, não tendo a certeza de que dispõe ou não de tais

recursos, comprometendo o seu resultado para o futuro;

- Através do conhecimento do capital intelectual, segundo ANTUNES (2000, p.122) “pode-se

distinguir as diferenças entre a criação de patentes, desenvolvimento de vários designers e

novos produtos, compreendendo as vantagens competitivas que cada um desses elementos

possui”;

- O conhecimento do grau de instrução dos funcionários impede o corte de pessoas com a

capacidade e know-how valiosos para a organização, como nos casos de Programa de

Demissão Voluntária que muitas empresas do setor público e privado adotaram nos últimos

anos.

As informações contidas no relatório de capital intelectual fornecem dados relevantes a vários

interessados, que são os gestores, acionistas, clientes e usuários da contabilidade.

Uma das principais finalidades dessas informações é a de promover um alto nível de

consciência das pessoas (funcionários das empresas) e de seu desenvolvimento com um

projeto organizacional mais amplo.

4.2 Limitações à Mensuração do Capital Intelectual

A mensuração do capital intelectual talvez seja um dos mais difíceis desafios a serem

vencidos pela Contabilidade.

A contabilidade tradicional e os modelos de relatórios de capital intelectuais

atualmente disponíveis, segundo DZINKOWSKI (1998) apresentam os seguintes desafios:

a) melhorar as ferramentas para gerenciar o investimento nas habilidades das pessoas, bases

de informação e capacidades tecnológicas;

b) estabelecer algum tipo de mensuração contábil que possa diferenciar empresas nas quais o

capital intelectual está sendo ativado versus empresas nas quais ele está sendo reconhecido

como despesa;

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c) ser capaz de mensurar, a longo prazo, o retorno sobre os investimentos nas habilidades das

pessoas;

d) aumentar a participação dos intangíveis nas demonstrações contábeis, de forma a suprir as

defasagens de informação entre os ativos tangíveis e intangíveis;

e) enfrentar a necessidade de maior transparência de informações sobre as empresas, tanto no

que se refere aos ativos tangíveis como em relação aos intangíveis.

Os problemas-chaves acima referidos podem, em geral, serem resumidos numa base

comum, e serem vistos como advindos da falta de transparência dos relatórios tradicionais.

As organizações não registram o capital intelectual, sendo este avaliado pelo mercado,

quando a empresa negocia ações na Bolsa de Valores. Os agentes de mercado estimam o valor

do capital intelectual, e atribui este valor através da valorização das ações da empresa.

Na Contabilidade tradicional, o capital intelectual não se enquadra, devido a variáveis

que não repercutem no resultado imediato da empresa, como por exemplo, citado por PAIVA

(1999), a lealdade da clientela, desenvolvimento da competência dos funcionários e a

satisfação dos mesmos. Estes correspondem a ativos de natureza intangível, que são a

categoria de mais difícil avaliação.

A falha da área contábil em se adaptar a um mundo em transformação não está

passando despercebida para os contabilistas, para os pesquisadores e para o mercado. E isto

implica que um conjunto de atenções seja exigido no sentido de buscar uma metodologia

adequada para mensurar o capital intelectual de uma organização.

JOHNSON & KAPLAN (1999), analisando os instrumentos contábeis disponíveis,

argumentam que, em geral, os sistemas de contabilidade gerencial nas companhias ocidentais

não mais fornecem todas as informações relevantes para o controle e tomada de decisões

corporativas. Estes autores, que se concentraram em um reexame da contabilidade gerencial,

constataram, no entanto, que ela tem uma excelente aplicabilidade na identificação de custos

de produção, mas que um amplo rol de elementos de informação fica descoberto,

particularmente no que tange a ganhos futuros derivados do capital intangível.

A situação ideal seria que todos os recursos que influenciam na capacidade de geração

de lucros de uma empresa deveriam ser registrados pela contabilidade, de forma que o

resultado de uma organização fosse atribuído somente aos recursos contabilizados, ao 13

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contrário do que ocorre atualmente. Na medida em que as empresas se sofisticam, a adoção de

procedimentos contábeis adequados à realidade conduzirá os demonstrativos contábeis a

expressar os ativos intangíveis em sua pertinente dimensão.

Porém, em face das limitações jurídicas, a contabilidade para fins societários (também

chamada contabilidade financeira) não tem a possibilidade de expressar o capital intelectual

nos relatórios ou demonstrações contábeis exigidos legalmente. Entretanto, a contabilidade

com finalidade gerencial pode e deve evidenciar os ativos intangíveis da empresa. Para tal,

pode utilizar-se de relatórios alternativos, do emprego de medidas subjetivas, do não

seguimento dos princípios fundamentais de contabilidade, dentre outras possibilidades, para

que tenha condições de informar aos usuários acerca deste valioso componente patrimonial

das empresas que constitui, atualmente, o capital intelectual. Diante dos fatos

mencionados, acredita-se que o modelo de contabilidade esperado deverá registrar

adequadamente o valor dos ativos intangíveis de forma concisa e significativa, com a

utilização de novas práticas contábeis e de novos conceitos mais criativos, adequando-se as

mudanças do mercado.

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5. Conclusão

Como apresentado, o capital intelectual é de grande importância para toda e qualquer

organização que almeja conquistar seus objetivos empresariais, pois o mesmo é um grande

diferencial competitivo.

Conclui-se que com um mundo extremamente competitivo e globalizado as

organizações buscam cada vez mais obter diferenciais competitivos e uma das melhores

ferramentas para essa conquista é a descoberta e retenção de seus capitais intelectuais, assim,

a gerar uma formação de um quadro funcional capacitado e alinhado com as estratégias da

empresa.

É de grande relevância a mensuração do capital intelectual, pois é necessário colher

informações sobre seus colaboradores, buscando identificar aqueles que possuem

competências essenciais e imprescindíveis para o sucesso organizacional.

Este trabalho foi de grande proveito para a equipe, onde ganhamos bastante

conhecimento sobre a temática, entendendo como funciona a mensuração do capital

intelectual e o quanto é relevante para nós futuros administradores. É de suma importância

está ciente deste tema tão atual, pois o mercado é extremamente competitivo e a solução para

essa diferenciação e alavancagem empresarial pode estar dentro da própria organização.

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6. Bibliografia

EDVINSSON, Leif; MALONE, Michael S.. Capital Intelectual: Descobrindo o valor real de

sua empresa pela identificação de seus valores internos. São Paulo: Makron Books, 1998.

KAPLAN, Robert S; NORTON, David P. A Estratégia em Ação, Balanced Scorecard.

Tradução de Luiz Euclides Trindade Frazão Filho. Rio de Janeiro: Campus, 1997.

ANTUNES, Maria Thereza Pompa. Capital Intelectual. São Paulo: Atlas, 2000.

DZINKOWSKI, Ramona. The measurement and management of intellectual capital: an

introduction. Trabalho comissionado pela International Federation of Accountants. Publ. em

1998. Disponível em: <http://ciberconta.unizar.es/ftp/pub/docs/IntellCapital>. Acesso em

2008.

JOHNSON, H. Thomas; KAPLAN, Robert S. A relevância da contabilidade de custos. Rio

de Janeiro: Campus, 1999.

MARR, Bernard; GRAY, Dina; NEELY, Andy. Why do firms measure their intellectual

capital? Journal of Intellectual Capital, v.4, n.4, 2003.

MARTIN, Willian Jhon. Demonstrating Knowledge value: a broader perspective on metricis.

Journal of Intellectual Capital, v.5, n.1, 2004.

PAIVA, S.B. O Capital Intelectual e a contabilidade: o grande desafio no alvorecer do terceiro

milênio. Revista Brasileira de Contabilidade. Brasília, ano 28, n.117, mai/jun 1999.

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