Trabalho FERNANDO PESSOA

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Patrcia Oliveira

[FERNANDO PESSOA](Na imagem: Fernando Pessoa descendo o Chiado, uma reproduo do Arquivo Histrico sobre o poeta)

ndice

Biografia de Fernando Pessoa....Pginas 3,4,5

Curiosidades....Pgina 6

Exemplos de poemas de Pessoa e dos seus heternimosPgina 7

Concluso....Pgina 8

WebgrafiaPgina 9

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Biografia de Fernando Pessoa Poeta, ficcionista, dramaturgo, filsofo, prosador, Fernando Pessoa , inequivocamente, a mais complexa personalidade literria portuguesa e europeia do sculo XX. Aps a morte do pai, partiu com sete anos para a frica do Sul onde o seu padrasto ocupava o cargo de cnsul interino. Durante os dez anos que a viveu, realizou com distino os estudos liceais e redigiu alguns dos seus primeiros textos poticos, atribudos a pseudnimos, entre os quais se salienta o de Alexander Search. Com dezassete anos, abandona a famlia e regressa a Portugal, com a inteno de ingressar no Curso Superior de Letras. Em Lisboa, acaba por abandonar os estudos, sobrevive como correspondente comercial de ingls e dedica-se a uma vida literria intensa. Desenvolve colaborao com publicaes (algumas delas dirigidas por si) como A Repblica, Teatro, A guia, A Renascena, Eh Real, O Jornal, A Capital, Exlio, Centauro, Portugal Futurista, Athena, Contempornea, Revista Portuguesa, Presena, O Imparcial, O Mundo Portugus, Sudoeste, Momento. Com Mrio de S-Carneiro e Almada Negreiros, entre outros, leva, em 1915, a cabo o projeto de Orpheu, revista que assinala a afirmao do modernismo portugus e cujo impacto cultural e literrio s pde cabalmente ser avaliado por geraes posteriores.

Tendo publicado em vida, em volume, apenas os seus poemas ingleses e o poema pico Mensagem, a bibliografia que legou contemporaneidade de tal forma extensa que o conhecimento da sua obra se encontra em curso, sendo alargado ou aprofundado medida que vo saindo para o prelo os textos que integram um vastssimo esplio. Mais do que a dimenso dessa obra, cujos contornos ainda no so completamente conhecidos, profcua em projectos literrios, em esboos de planos, em verses de textos, em interpretaes e reflexes sobre si mesma, impe-se, porm, a complexidade filosfica e literria de que se reveste.

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Dificilmente se pode chegar a snteses simplistas diante de um autor que, alm da obra assinada com o seu prprio nome, criou vrios autores aparentemente autnomos e quase com existncia real, os heternimos, de que se destacam - o seu nmero eleva-se s dezenas - Ricardo Reis, lvaro de Campos e Alberto Caeiro, cada um deles portador de uma identidade prpria; de uma arte potica distinta; de uma evoluo literria pessoal e ainda capazes de comentar as relaes literrias e pessoais que estabelecem entre si. A esta poderosa mistificao acresce ainda a obra multifacetada do seu criador, que recobre vrios gneros (teatro, poesia lrica e pica, prosa doutrinria e filosfica, teorizao literria, narrativa policial, etc.), vrios interesses (ocultismo, nacionalismo, misticismo, etc.) e vrias correntes literrias (todas por si criadas e teorizadas, como o paulismo, o intersecionismo ou o sensacionismo). Elevando-se aos milhares de milhares as pginas j publicadas sobre a obra de Fernando Pessoa, e, muito particularmente, sobre o fenmeno da heteronmia, uma das premissas a ter em conta quando se aborda o universo pessoano , como alerta Eduardo Loureno, no cair no equvoco de "tomar Caeiro, Campos e Reis como fragmentos de uma totalidade que convenientemente interpretados e lidos permitiriam reconstitu-la ou pelo menos entrever o seu perfil global. A verdade mais simples: os heternimos so a Totalidade fragmentada[...]. Por isso mesmo e por essncia no tm leitura individual, mas igualmente no tm dialctica seno na luz dessa Totalidade de que no so partes, mas plurais e hierarquizadas maneiras de uma nica e decisiva fragmentao. Avaliando a posteriori o significado global dessa aventura literria extraordinria revestem-se de particular relevo, como aspectos subjacentes a essas mltiplas realizaes e a essa Totalidade entrevista, entre outros, o sentido de construtividade do poema (ou melhor, dos sistemas poticos) e a capacidade de despersonalizao obtida pela relao de reciprocidade estabelecida entre intelectualizao e emoo.

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Nessa medida, a obra de Fernando Pessoa constitui uma referncia incontornvel no processo que conduz afirmao da modernidade, nomeadamente pela subordinao da criao literria a um processo de fingimento que, segundo Fernando Guimares, "representa o esbatimento da subjectividade que conduzir poesia dramtica dos heternimos, procura da complexidade entendida como emocionalizao de uma ideia e intelectualizao de uma emoo, admisso da essencialidade expressiva da arte" bem como "valorizao da prpria estrutura das realizaes literrias" (cf. O Modernismo Portugus e a sua Potica, Porto, Lello, 1999, p. 61). Deste modo, a poesia de Fernando Pessoa "Traou pela sua prpria existncia o quadro dentro do qual se move a dialctica mesma da nossa Modernidade", constituindo a matriz de uma filiao textual particularmente ntida medida que a sua obra, e a dos heternimos, ia, ao longo da dcada de 40, sendo descoberta e editada, a tal ponto que, a partir da sua aventura potica, se tornou impossvel "escrever poesia como se a sua experincia no tivesse tido lugar." (LOURENO, Eduardo, cit. por MARTINHO, Fernando J. B. - Pessoa e a Moderna Poesia Portuguesa - do "Orpheu" a 1960, Lisboa, 1983, p. 157.)

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CuriosidadesEra um homem magro, com uma figura esguia e franzina, media 1,73 m de altura. Tinha o tronco meio corcovado. O trax era pouco desenvolvido, bastante metido para dentro, apesar da ginstica sueca que praticava. As pernas eram altas, no muito musculadas e as mos delgadas e pouco expressivas. Um andar desconjuntado e o passo rpido, embora irregular, identificavam a sua presena distncia. Vestia habitualmente fatos de tons escuros, cinzentos, pretos ou azuis, s vezes curtos. Usava tambm chapu, vulgarmente amachucado, e um pouco tombado para o lado direito. O rosto era comprido e seco. Por detrs de uns pequenos culos redondos, com lentes grossas, muitas vezes embaciadas, escondiam-se uns olhos castanhos mopes. O seu olhar quando se fixava em algum era atento e observador, s vezes mesmo misterioso. A boca era muito pequena, de lbios finos, e quase sempre semicerrados. Usava um bigode americana que lhe conferia um charme especial. Quando falava durante algum tempo e esforava as cordas vocais, um dos seus pontos sensveis, o timbre de voz alterava-se, tornando-se mais agudo e um pouco monocrdico. Embora no muito dado ao riso, Fernando Pessoa tinha uma certa ironia e algum humor, sobretudo se estava bem disposto, o que acontecia algumas vezes quando os amigos mais prximos o desafiavam para jantares. Curiosamente libertava-se ento da sua timidez e gesticulava de um modo mecnico e repetitivo, deixando escapar um riso nervoso, s vezes irritante. Apesar de conviver com os amigos, no fundo nunca deixou de ser um homem neurastnico, solitrio e reservado, pouco dado a conversar com estranhos. No final da sua vida, a melancolia e uma exagerada angstia existencial predominavam. Da a tendncia para se isolar dos mais prximos e dos prprios familiares. No fundo, era um tmido introvertido, dado a fortes instabilidades de sentimentos e de emoes. Dotado de um carcter bastante complexo, era, apesar de tudo, um homem simples com uma grande inteligncia e de uma extrema sensibilidade... era reservado e no gostava falar de si nem dos seus problemas, protegendo o mais possvel a sua privacidade. Terrivelmente supersticioso, tinha momentos em que se comportava de uma forma enigmtica e misteriosa, a que decerto no seria alheia a sua velha atraco pelo oculto, o esotrico e a prpria relao metafsica que tinha com a vida. Sabe-se, tambm, que Pessoa tinha algumas fobias: no suportava que lhe tirassem fotografias, no gostava de falar ao telefone e tinha terror s trovoadas.in http://casafernandopessoa.cm-lisboa.pt/index.php?id=2246

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Exemplos de poemas de Pessoa e dos seus heternimos

Para ser grande, s inteiro Para ser grande, s inteiro: nada Teu exagera ou exclui. S todo em cada coisa. Pe quanto s No mnimo que fazes. Assim em cada lago a lua toda Brilha, porque alta vive Ricardo Reis Tabacaria No sou nada. Nunca serei nada. No posso querer ser nada. parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo. () Estou hoje perplexo, como quem pensou e achou e esqueceu. Estou hoje dividido entre a lealdade que devo Tabacaria do outro lado da rua, como coisa real por fora, E sensao de que tudo sonho, como coisa real por dentro. () lvaro de Campos

Apontamentos ntimos No sei quem sou, que alma tenho. Quando falo com sinceridade no sei com que sinceridade falo. Sou variamente outro do que um eu que no sei se existe (se esses outros). Sinto crenas que no tenho. Enlevam-me nsias que repudio. A minha perptua ateno sobre mim perpetuamente me aponta traies de alma a um carcter que talvez eu no tenha, nem ela julga que eu tenho. Sinto-me mltiplo. Sou como um quarto com inmeros espelhos fantsticos que torcem para reflexes falsas uma nica anterior realidade que no est em nenhuma e est em todas. Como o pantesta se sente rvore e at flor, eu sinto-me vrios seres. Sinto-me viver vidas alheias, em mim, incompletamente, como se o meu ser participasse de todos os homens, incompletamente de cada, por uma suma de no-eus sintetizados num eu postio. . S plural como o universo!" . Obra Potica de Fernando Pessoa 7

ConclusoPessoa era um ser humana complexo. O tempo, na poesia pessoana, um fator de desagregao, porque tudo efmero. Isso leva-o a desejar ser criana de novo. Pessoa sente a nostalgia da criana que passou ao lado das alegrias e da ternura. Chora, por isso, uma felicidade passada, para l da infncia. H uma nostalgia do bem perdido, do mundo fantstico da infncia, nico momento possvel de felicidade. Nas palavras do semi-heternimo Bernardo Soares: "O meu passado tudo quanto no consegui ser". Para Fernando Pessoa o passado um sonho intil, pois nada se concretizou antes se traduziu numa desiluso. Da o constante cepticismo perante a vida real e de sonho.

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