Trabalho final cibercultura

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INCLUSÃO DIGITAL-SOCIAL NAS FAVELAS Joice Pinto Henck Nathália Leite Rodrigues Pauline de Abreu Lima

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INCLUSÃO DIGITAL-SOCIAL NAS FAVELAS

Joice Pinto HenckNathália Leite Rodrigues

Pauline de Abreu Lima 

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RESUMO O presente trabalho busca apresentar um panorama

dos usos que moradores das favelas do Rio de Janeiro fazem da internet, sendo este um mecanismo de ascensão e inclusão digital-social, de relação entre moradores e deste com o asfalto, do encurtamento de distâncias, de divulgação profissional e pessoal e de geração de renda. Procura-se discutir como as tecnologias digitais, em especial as cibernéticas, podem contribuir com os problemas econômicos e sociais, propondo alternativas de aprendizado e conhecimento. Deste modo, a pesquisa se deu por analise a programas/espaços digitais governamentais ou não de favelas cariocas, e por reflexão crítica de entrevistas e de artigos disponíveis on line.

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Introdução:A nova dinâmica técnico-social da cibercultura instaura uma estrutura midiática ímpar na história da humanidade onde, pela primeira vez, qualquer indivíduo pode, a priori, emitir e receber informação em tempo real, sob diversos formados e modulações (escrita, imagética e sonora) para qualquer lugar do planeta.

(CIBERCULTURA: Alguns pontos para compreender nossa época, p.3)

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Muitos são os projetos que se propõem a ampliar o uso das tecnologias digitais, em especial, a Internet, e torná-las uma realidade em comunidades carentes, produzindo, assim, um dos caminhos à inclusão digital e, consequentemente, social. Entre eles, destaca-se o projeto desenvolvido em São Sebastião (DF), fruto da parceria entre os ministérios do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS) e do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MIDIC). São oito computadores ligados em rede, funcionando na sede da Associação dos Trabalhadores de Baixa Renda de São Sebastião (ATBR). Entre os visitantes mais assíduos estão os estudantes. Muitos deles têm, pela primeira vez, acesso à Internet.

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TECNOLOGIAS DIGITAIS E FAVELAS: UM CAMINHO O INCLUSÃO SOCIAL E

DIGITAL

As novas configurações socioculturais que foram impulsionadas pela convergência tecnológica, que se iniciou nos anos 70 e se consolidou nos anos 90, como a informática e as telecomunicações, deram nome a sociedade contemporânea: “Sociedade da Informação”.

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A realidade social e econômica das comunidades;

Necessidade de inclusão social; Mas, afinal, o que é inclusão social??

“A inclusão digital não é só ter acesso ou usar, mas também usá-lo de forma cidadã.”Salientamos, assim, a importância de ter projetos de inserção nas favelas levando-se em conta a capacitação e a apropriação dos meios:

  TIC não é uma variável externa a ser injetada de fora para produzir certos resultados numa realidade existente. Ela deve ser tecida de maneira complexa no sistema social e suas processos, do ponto de vista político, o objetivo de usar TIC com populações carentes não é superar a exclusão digital, e sim estimular um processo de inclusão social. Para atingir este objetivo, é necessário forçar na transformação, não na tecnologia (Starobinas, 2004).

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Ao buscarmos um panorama da inclusão digital nas comunidades cariocas, verificamos a inauguração do 78º Centro de Internet Comunitária em novembro de 2008 no morro Santa Marta. De acordo com o site do Governo do Estado do Rio de Janeiro, os moradores já têm acesso gratuito à internet banda larga e cursos de alfabetização digital:

O mais relevante nesse projeto é proporcionar as pessoas que nunca tiveram contato com o computador acesso livre e gratuito ao conhecimento dessa nova era, aos serviços eletrônicos, a terem e-mails, a se inserirem no mercado de trabalho através das vagas online, a criarem redes sociais e utilizar a internet para divulgar suas habilidades, história da comunidade e promover a interação (Paulo Coelho – presidente do Centro de Tecnologia da Informação e Comunicação do Estado do Rio de Janeiro – Proderj).

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Em paralelo a estes projetos, encontramos os moradores que criam a oportunidade de acesso aos demais moradores da comunidade com a criação de lan houses. Podendo ser improvisada na laje de casa, junto ao comercio que já possui, empreendedores das favelas de todo o Brasil viram na internet sua principal fonte de renda. São, comumente, lugares pequenos de 3x3m e com aproximadamente 10 computadores. Ali, a pessoa que se espreme está além das fronteiras estreitas demarcadas pelas paredes. Centros de acesso pago como este são a principal forma de conexão dos brasileiros das classes D e E à rede mundial de computadores: representam 48,08% do total, segundo dados do Comitê Gestor da Internet (CGI).

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Coordenador do Centro de Tecnologia e Sociedade da FGV-Rio, Ronaldo Lemos explica que existe uma carência de espaços de relacionamento nas favelas e que a lan house estaria preenchendo esta fenda. Além disso: esses espaços/ciberespaços estariam servindo para aproximar pessoas de favelas rivais, sendo forma de sociabilidade:

Isto está ganhando uma dimensão social importante. O pessoal tem usado para conversar com pessoas de morros vizinhos por sites de relacionamento. Você acaba fazendo amizade com uma pessoa que você via como inimigo e não é inimigo. Acaba furando as barreiras geográficas impostas pela guerra do trafico no Rio (Ronaldo Lemos em entrevista a G1, 2007).

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http://www.favelaeissoai.com.br/

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http://www.favelatemmemoria.com.br/

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http://www.rocinha.org/

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

Sabemos que as novas tecnologias aumentam as desigualdades sociais já existentes em países em desenvolvimento, como o Brasil, pois em um país que a taxa de analfabetismo atinge números absurdos há de se pensar como estas pessoas poderão lidar com máquinas que exigem certo conhecimento para serem manipuladas. Além disso, não se deve pensar a inclusão digital apenas como a posse de um aparato tecnológico, mas também como o indivíduo o utiliza de forma cidadã.

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A partir disso, podemos pensar que as políticas sociais devem organizar e criar meios que ajudem aos moradores de comunidades carentes a não só terem a facilidade de acesso a estas tecnologias digitais como também habitar este novo mundo no qual, na maioria das vezes, é apenas visitado por eles sem que haja a sua interferência como um emissor de opiniões e produtor de conhecimento/ informação.

Vale destacar, que a escola também entra nesta discussão tendo papel essencial para que se dê, de fato, a inclusão digital. Os professores devem estar preparados para lidar com estes aparatos já que todas as pessoas são afetadas por estes e, assim, encontrar novos métodos para levar para a sala de aula recursos que tornem a aula imersa no contexto tecnológico digital. Além disso, consideramos interessante a escola proporcionar ao aluno conhecimento básico dos programas/ softwares disponíveis nos computadores, como os programas que fornecem a criação de planilhas, pois serão fundamentais para que eles consigam se inserir no mercado de trabalho.

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Dessa forma, percebemos o quanto é necessário que se faça, efetivamente, para proporcionar aos cidadãos a significativa e plena inclusão digital; afinal, muitos moradores de comunidades carentes não têm acesso a um curso de informática, ficando assim impossibilitados de utilizar estas novas tecnologias, por exemplo. Ensinar como lidar com os programas/ softwares básicos deve ser visto como um dos passos para que se inicie a inclusão digital.

Podemos pensar, então, que a partir do momento que a comunidade carente, que possui uma vivência diferente desde sua arquitetura (urbanística, familiar, social) até aos usos dos meios e aparatos tecnológicos digitais em relação ao restante da sociedade, penetrar neste meio tecnológico abrirá uma importante janela para que seus moradores dessa possam ter mais um meio de troca entre eles e destes com o mundo.

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BIBLIOGRAFIA

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id_noticia=135 http://www.favelaeissoai.com.br/ http://www.favelatemmemoria.com.br/ MAIA, João e PRATA, Pedro. O terceiro setor em favelas do Rio de

Janeiro: A emergência de um novo modelo de trabalho comunitário. Rio de Janeiro: UERJ

http://www.psfsantamarta.com/ http://www.safernet.org.br/site/noticias/lans-invadem-favelas-

aproximam-inimigos-rio SORJ, B. e GUEDES, L.E. Internet na F@avela. Quando, quem,

onde, pra quê. Rio de Janeiro: Gramma e Unesco http://visaodafavelabr.blogspot.com/ http://www.overmundo.com.br/overblog/internet-no-santa-marta http://www.rocinha.org/