Trabalho Final Plano de Intervenção Charcot Marie Tooth
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Beja, 17 de Janeiro 2014
Discentes:
Adriana Ferreira, nº12963
Ana Azevedo, nº 12964
Célia Oleiro, nº 12611
Joana Pitas, nº 12622
Plano de Intervenção
Doença Charcot-Marie-Tooth
1
INSTITUTO POLITÉCNICO DE BEJA
ESCOLA SUPERIOR DE SAÚDE
METODOLOGIAS PLANEAMENTO E INTERVENÇÃO I
III Curso de Licenciatura em Terapia Ocupacional
Plano de Intervenção na doença
Charcot-Marie-Tooth
Docente: Maria da Guadalupe Almeida
Beja, 17 de Janeiro de 2014
Discentes:
Adriana Ferreira, nº12963
Ana Azevedo, nº 12964
Célia Oleiro, nº 12611
Joana Pitas, nº 12622
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LISTA DE ABREVIATURAS, ACRÓNIMOS E SIGLAS
AVD – Actividades de Vida Diária
CMTA- Charcot-Marie-Tooth Association
CMT- Charcot- Marie- Tooth
T.O – Terapia Ocupacional
3
ÍNDICE
INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 4
1- ENQUADRAMENTO TEÓRICO DA PATOLOGIA ........................................................................... 5
1.1- DEFINIÇÃO .......................................................................................................................... 5
1.2- ETIOLOGIA .......................................................................................................................... 5
1.3- SINTOMAS .......................................................................................................................... 6
1.4- DIAGNÓSTICO ..................................................................................................................... 6
1.5- PROGNÓSTICO .................................................................................................................... 7
1.6- TRATAMENTOS ................................................................................................................... 7
2- PLANO DE INTERVENÇÃO ........................................................................................................... 8
2.1- CONCLUSÕES DA AVALIAÇÃO ............................................................................................ 8
2.2- MODELOS TEÓRICOS ........................................................................................................ 10
2.3- OBJETIVOS GERAIS E ESPECÍFICOS ................................................................................... 10
2.4- ABORDAGENS DE INTERVENÇÃO ..................................................................................... 12
3- IMPLEMENTAÇÃO DA INTERVENÇÃO ...................................................................................... 13
4- ORGANIZAÇÃO DAS SESSÕES DE INTERVENÇÃO ..................................................................... 14
4.1- SESSÃO 1 .......................................................................................................................... 14
4.2- SESSÃO 2 .......................................................................................................................... 14
4.3- SESSÃO 3 .......................................................................................................................... 15
4.4- SESSÃO 4 .......................................................................................................................... 16
4.5- CONSIDERAÇÕES ESPECIAIS DAS SESSÕES ....................................................................... 16
5- CONCLUSÃO ............................................................................................................................. 17
6- BIBLIOGRAFIA ........................................................................................................................... 18
4
INTRODUÇÃO
No âmbito da Unidade Curricular Metodologias de Planeamento e Intervenção I, inserida
no 3º curso de Licenciatura de Terapia Ocupacional, foi-nos proposta a realização de um plano de
intervenção baseado na observação de um vídeo. Posto isto, decidimos optar por um vídeo onde
é possível visualizar uma criança de nove anos de idade com patologia de Charcot-Marie-Tooth,
envolvida em tarefas orientadas por uma Terapeuta Ocupacional.
Este trabalho tem como principal objectivo aprofundar conhecimentos, já leccionados
nesta unidade curricular, bem como adquirir novas aprendizagens que possam contribuir para
uma boa prática enquanto futuros Terapeutas Ocupacionais. Para a realização deste, recorremos
a artigos científicos, livros, dissertações disponíveis na Internet e a conteúdos programáticos
fornecidos pela docente.
No que diz respeito, à estrutura do trabalho este encontra-se dividido em quatro partes
respectivamente, o enquadramento teórico da patologia, o plano de intervenção, a organização
das sessões de intervenção e a conclusão. Na primeira parte iremos descrever a patologia, a sua
etiologia, os sintomas, o diagnóstico, o prognóstico bem como os tratamentos a apropriar. De
seguida, no plano de intervenção, identificaremos os pontos fortes e pontos fracos que podemos
observar no vídeo assim como, os objectivos gerais e específicos a desenvolver com a criança.
Relativamente, à organização das sessões de intervenção será exposto diversas actividades que
vão ao encontro dos objectivos.
Por último, iremos fazer uma conclusão onde reflectimos acerca das maiores dificuldades
sentidas ao longo da elaboração do presente trabalho assim como, da contribuição deste trabalho
para a prática futura.
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1- ENQUADRAMENTO TEÓRICO DA PATOLOGIA
1.1- DEFINIÇÃO
A patologia Charcot-Marie-Tooth, conhecida também como neuropatia sensorial ou
atrofia muscular peroneal, compreende um grupo de doenças que afectam os nervos periféricos.
Estes encontram-se exteriores ao cérebro e à medula espinhal, inervando para os músculos e para
os órgãos sensoriais. Esta patologia é caracterizada por uma desordem do sistema nervoso que
danifica os nervos periféricos, sendo designadas por neuropatias periféricas que provocam
fraqueza, deterioração muscular e diminuição da sensibilidade em alguns membros. Inicialmente,
esta doença causa fragilidade nos membros inferiores e posteriormente desencadeia-se uma
atrofia nos músculos da mão, provocando a perda de sensibilidade à dor e à temperatura.
Manifesta-se sobretudo nas mãos e/ou pés, podendo afectar todas as pessoas, todas as raças e
todas as etnias, atingindo cerca de 2,8 milhões de pessoas em todo o mundo.
1.2- ETIOLOGIA
Charcot-Marie-Tooth é uma doença genética caracterizada por uma desordem nos genes.
Deste modo, a causa mais comum desta patologia é a hereditariedade dominante, uma vez que é
passada de geração em geração, ou seja, filhos cujos pais possuem esta doença têm 50% de
probabilidade de a vir a desenvolver. Contudo, algumas causas podem ser derivadas à
hereditariedade recessiva dado que uma pessoa pode ser afectada mesmo quando os seus pais
não têm CMT devido a uma mutação durante o processo de produção dos óvulos ou dos
espermatozóides.
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1.3- SINTOMAS
Nos diversos tipos de Charcot-Marie-Tooth surgem alguns sintomas, normalmente antes
dos 20 anos, tais como:
Deformidade nos pés (pés arqueados);
Pé pendente (incapacidade de manter o pé na horizontal);
Marcha com os pés a arrastar;
Perda de massa muscular nos membros inferiores;
Dormência nos pés;
Dificuldades no equilíbrio.
Mais tarde, podem aparecer sintomas semelhantes a estes nos braços e nas mãos.
1.4- DIAGNÓSTICO
A avaliação neurológica desta patologia é executada por um especialista em neuropatia.
Nesta avalia-se o historial familiar do cliente e a condução nervosa realizada com testes genéticos
adequados, permitindo estabelecer o diagnóstico.
A realização de um exame físico demonstra-nos:
Dificuldade durante a marcha (em conseguir levantar o pé);
Dificuldade em efectuar a dorsiflexão da tibiotársica e outros movimentos do pé;
Reflexos profundos reduzidos ou ausentes (como por exemplo, o reflexo routiliano);
Perda do controlo muscular e atrofia (encurtamento dos músculos), inicialmente nos pés
e nas pernas e posteriormente nas mãos.
Os testes genéticos podem fornecer a causa exacta para a maioria das pessoas que
possuem esta patologia.
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1.5- PROGNÓSTICO
Geralmente a patologia CMT agrava-se com a idade, sendo rara a sua progressão rápida.
Pode causar fraqueza, dormência, dificuldade no equilíbrio e problemas ortopédicos,
progredindo, até atingir uma situação de incapacidade. A dor é também considerada uma causa
desta patologia, devido ao resultado directo da neuropatia (dor neuropática) e como
consequência dos problemas ortopédicos. Entre as inúmeras dificuldades destacam-se:
Incapacidade progressiva da marcha, devido à fraqueza, a problemas de equilíbrio e /ou
problemas ortopédicos;
Incapacidade progressiva na utilização as mãos de forma eficiente;
Diminuição da sensibilidade de algumas estruturas do corpo.
1.6- TRATAMENTOS
Até ao momento ainda não existem tratamentos que interrompem ou retardem o
progresso da patologia, no entanto ainda decorrem estudos com o objectivo de encontrar os
tratamentos adequados. A Terapia Ocupacional pode ajudar a manter a força muscular, bem
como promover a autonomia, aconselhando o cliente e familiares na escolha do equipamento
ortopédico que mais se ajusta às necessidades apresentadas, na adaptação de contextos, entre
outros.
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2- PLANO DE INTERVENÇÃO
2.1- CONCLUSÕES DA AVALIAÇÃO
Após a análise do vídeo, chegamos à seguinte conclusão:
Pontos fortes
Dados da avaliação
que justifiquem os
pontos fortes
Pontos Fracos
Dados da avaliação que
justifiquem os pontos
fracos
Praxis motora
Pontos fortes da
práxis motora:
Praxis baseado no
comando verbal;
Movimentos
sequenciais;
Planeamento
motor dinâmico;
A criança consegue
perceber o objectivo
pretendido pela
Terapeuta
Ocupacional, através
de comandos verbais,
e consegue realizar a
actividade, adaptado a
mesma às suas
necessidades.
A criança consegue
posicionar-se
correctamente no
desempenho das
várias actividades que
realiza.
Motricidade fina
Coordenação
Motora Bilateral
(por consequência
das deformidades
ósseas da patologia
Charcot-Marrie-
Tooth que se
manifestam no caso
em estudo)
A criança realiza todas
as actividades propostas
pela Terapeuta
Ocupacional, contudo,
apresenta falta de
precisão dos
movimentos realizados.
9
Motricidade global
Esta criança compensa
a falta de destreza
manual com
movimentos globais
do corpo, e com a
ajuda de tecnologias
de apoio, conseguindo
desta forma realizar as
tarefas, evidenciadas
no vídeo.
Por outro lado os
factores de controlo
postural como tónus
muscular,
estabilização do
tronco, e postura
sentada.
Motricidade Fina
Manipulação
unilateral da mão
Ao analisar as várias
actividades que criança
desempenha consegue-
se perceber que o seu
desempenho
ocupacional não está
adequado à sua
idade, sendo notório
principalmente nas
actividades em que o
caso em estudo alcança,
agarra , e larga os vários
objectos, e como é em
cada uma delas o seu
padrão de preensão e a
destreza.
Atenção
A criança parece estar
atenta às pistas
verbais da Terapeuta
Ocupacional
Força Muscular
Durante a actividade em
que a criança utiliza a
cana de pesca, pode-se
observar tem
dificuldades em
conseguir retirar o
“peixe” da extremidade
da cana utilizando o
membro inferior como
estratégia para o auxílio
na separação.
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2.2- MODELOS TEÓRICOS
O Terapeuta Ocupacional na preparação da intervenção deve considerar alguns Modelos
de Delineação e, por consequente, Modelos de Aplicação para a sua fundamentação na prática.
Os Modelos de Delineação vão caracterizar a abordagem da Terapia Ocupacional, estabelecendo
limites, orientando a abordagem em clientes e em situações específicas. Na sua composição
integram-se: Modelo Biopsicossocial, Modelo Cognitivo-Comportamental, Modelo de
Neurodesenvolvimento, Modelo de Reabilitação e Modelo Biomecânico. (Marques & Trigueiro,
2011).
2.3- OBJETIVOS GERAIS E ESPECÍFICOS
Objectivo Geral A - No prazo de 25 semanas pretende-se que a Ana seja independente na
alimentação, com recurso a talheres adaptados, em todos os contextos.
Objectivo Específico A1 – No prazo de 5 semanas pretende-se que a Ana consiga fazer
uma pega funcional nos talheres a utilizar, de forma independente com recurso a um
engrossador de cabos em qualquer contexto, pelo menos em 50% das vezes que lhe for
solicitado.
Objectivo Especifico A2- No prazo de 4 semanas, a Ana deverá ser capaz de utilizar o copo
com recurso a uma pega adaptada, de forma autónoma, durantes as principais refeições.
Objectivo Específico A3 – No prazo de 5 semanas pretende-se que a Ana consiga encher
uma colher e um garfo com conteúdo, de forma independente, com recurso a um cabo
engrossado em qualquer contexto, com uma taxa de sucesso de 50% das vezes.
Objectivo Específico A4 – No prazo de 6 semanas pretende-se que a Ana consiga cortar
alimentos com um garfo e uma faca de forma independente, com recurso a um cabo
engrossado em qualquer contexto utilizando rebordo no prato e um antiderrapante
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colocado por baixo do prato, com ajuda mínima do cuidador, pelo menos 3 vezes por
semana.
Objectivo Específico A5 – No prazo de 5 semanas pretende-se que a Ana consiga levar a
comida à boca sem verter de forma independente, com recurso a um cabo engrossado
em qualquer contexto, em mais de 90% das principais refeições.
Objectivo geral B – No prazo de 21 semanas pretende-se que a Ana seja independente no
Vestir, em todos os contextos.
Objectivo Especifico B1- No período de 6 semanas a Ana deverá ser capaz de abotoar,
metade dos botões de um casaco, utilizando um adaptador próprio, com ajuda mínima
dos cuidadores, pelo menos 4 vezes por semana.
Objectivo Especifico B2-No período de 8 semanas a Ana deverá ser capaz descalçar uma
meia elástica/larga (utilizando uma ajuda técnica adequada), com auxílio do cuidador,
pelo menos 2 vezes por semana.
Objectivo Especifico B3- No período de 7 semanas a Ana deverá ser capaz de descalçar os
seus sapatos, adaptados com atacadores em velcro, com recurso a uma ajuda técnica e
vigilância do cuidador, utilizando as 2 mãos, com sucesso pelo menos em 80% das vezes.
Objectivo geral C - No prazo de 20 semanas pretende-se que a Ana seja independente ao
Tomar Banho, com supervisão dos pais, em todos os contextos.
Objectivo Especifico C1- no prazo de 6 semanas pretende-se que a Ana consiga retirar o
gel de banho de uma embalagem tipo “pump”, e verter para esponja, pelo menos 90%
vezes que tomar banho, sem ajuda dos cuidadores.
Objectivo Especifico C2- No período de 8 semanas pretende-se que a Ana consiga lavar o
corpo, com recurso a uma ajuda técnica para facilitar a preensão da esponja de banho,
com supervisão e suporte verbal dos pais.
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Objectivo Especifico C3- Que no prazo de 6 semanas a Ana consiga abrir a embalagem do
champô do tipo “pump”, verter para a mão e levar até ao cabelo, pelo menos 4 vezes por
semana.
2.4- ABORDAGENS DE INTERVENÇÃO
As abordagens de intervenção definem-se como “estratégias específicas seleccionadas
para dirigir o processo de intervenção, baseadas nos resultados desejados pelo cliente, na
avaliação dos dados e na evidência” (Marques & Trigueiro, 2011).
Segundo o Enquadramento da Prática da Terapia Ocupacional, existem 5 abordagens de
intervenção: Criar/Promover, Estabelecer/Restabelecer, Manter, Modificar e o Prevenir. Na nossa
intervenção vão ser utilizadas as seguintes abordagens:
Criar, Promover – “Abordagem de intervenção que não parta do pressuposto de que
existe uma incapacidade no presente ou que existem condições que interfiram com o desempenho.
Esta abordagem é delineada de modo a promover um contexto mais rico e experiências de
actividade que melhorem o desempenho para todos os indivíduos, em contextos naturais de vida”.
(Marques & Trigueiro, 2011). Assim, vamos: criar actividades para aumentar a e motricidade fina;
Promover regulação emocional da criança e o aumento da auto-estima, autoconfiança (para que a
criança consiga lidar com as dificuldades encontradas ao longo de toda a intervenção);
Manter – “Abordagem de intervenção delineada para oferecer ao cliente o suporte que
lhe permitirá preservar as competências de desempenho, que voltou a adquirir, e/ou continue a ir
ao encontro das suas necessidades ocupacionais. O pressuposto é que, sem uma manutenção
contínua da intervenção, o desempenho irá decair e/ou as necessidades ocupacionais não serão
atingidas, resultando na afectação da saúde e qualidade de vida.” (Marques & Trigueiro, 2011).
Assim vamos: Preservar todas as competências inerentes ao cliente e aquelas que este vai
adquirindo ao longo da intervenção.
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3- IMPLEMENTAÇÃO DA INTERVENÇÃO
“As intervenções podem centrar-se num único aspecto do domínio como, por exemplo, num
padrão de desempenho específico ou em vários aspectos do domínio tais como padrões de
desempenho, competências de desempenho e contexto” (Marques & Trigueiro, 2011).
Existem vários tipos de intervenção, tais como: o Uso Terapêutico do Eu, o Uso
Terapêutico de Ocupações e Actividades, o Processo de Consultadoria, o Processo de Educação, o
Self-Advocacy.
No âmbito do caso em estudo, decidimos utilizar o Uso Terapêutico de Ocupações e
Actividades.
O Uso Terapêutico de Ocupações define-se como “ocupações e actividades seleccionadas
para clientes específicos e que vão ao encontro dos objectivos terapêuticos. Para utilizar
actividades e ocupações de forma terapêutica, o contexto ou contextos, os requisitos da
actividade e os factores inerentes ao cliente devem ser considerados relativamente aos objectivos
terapêuticos definidos. A utilização de tecnologias de apoio, aplicação de princípios de designe
universal e as modificações do ambiente suportam a capacidade do cliente no seu envolvimento
em ocupações.” (Marques & Trigueiro, 2011).
Tendo em conta o caso da Ana, decidimos abordar: Intervenção com Base na Ocupação,
com o objectivo de promover a concentração em ocupações significativas, que vão ao encontro
dos objectivos identificados (por exemplo: vestir e despir a roupa) actividades com propósito, na
qual a criança se envolve em actividades específicas, que têm como objectivo o desenvolvimento
de competências, de forma a promover o envolvimento ocupacional.
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4- ORGANIZAÇÃO DAS SESSÕES DE INTERVENÇÃO
SESSÕES DE INTERVENÇÃO
4.1- SESSÃO 1
Duração: 45 minutos
Nome da actividade: Brincar com areia e faz de conta
Materiais necessários: balde; areia; pá de brincar, plasticina de várias cores, garfo e uma
colher com cabo engrossado.
Objectivos terapêuticos: Treino da preensão palmar e da coordenação oculomanual.
Organização da actividade: Na actividade “Brincar com a areia”, a cliente deverá utilizar o
balde com areia, e de forma autónoma deve enche-lo várias vezes, com o auxílio da pá de
brincar. Esta actividade deverá durar cerca de 20 minutos. A segunda parte da sessão será
com a actividade “O Faz de Conta”, na qual o Terapeuta Ocupacional irá questionar a Ana
acerca de qual é o seu prato favorito e esta, posteriormente, deverá simular o aspecto
desse mesmo prato, através da utilização de plasticina, moldando-a e quando esta
considerar que tem o seu prato reproduzido, o Terapeuta deverá dar um garfo e uma
colher, adaptados com um cabo engrossado adequado, à criança, para que esta simule a
actividade de seleccionar o que quer comer, cortar e colocar.
4.2- SESSÃO 2
Duração: 45 minutos
Nome da actividade: Jogo dos cones
Materiais necessários: Cones de diferentes tamanhos e cores, um prato, uma faca e um
garfo
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Objectivos terapêuticos: Aumentar amplitude de movimentos e desenvolver a
coordenação oculomotora.
Organização da actividade: Na actividade “Jogo dos cones”, o cliente tem uma pilha de
cones ao seu lado, à esquerda ou à direita, e terá que passar para o lado oposto, com a
mão mais próxima (por exemplo: se os cones estão do lado direito da criança, esta deverá
utilizar a mão direita para transferi-los para o seu lado esquerdo), e antes de os pousar
tem que dar uma volta com o cone na cabeça. Quando passar todos os cones para o outro
lado, deverá repetir a acção mas para o lado contrário. Esta actividade deverá ter uma
duração de aproximadamente 5 minutos. Depois deve dar-se início à segunda parte desta
sessão, relativa a actividade “Comida à boca” a Ana, numa primeira fase deverá simular
que está a dar comida à boca de um boneco. Numa segunda parte da actividade, a cliente
tem que simular que está a comer uma refeição com garfo e faca, ambos adaptados com
um cabo engrossado e tem que, inclusive, levar o garfo à boca. Esta actividade deve ter
uma duração de aproximadamente 30 minutos.
4.3- SESSÃO 3
Duração: 30 minutos
Nome da actividade: “Vamos Vestir”
Materiais necessários: Computador, impressora e papel e jogo “Vamos Vestir”
Objectivos terapêuticos: Desenvolver a motricidade fina; Treino de AVD’s,
nomeadamente o vestir/despir e desenvolver Independência.
Organização da actividade: o terapeuta propõem que a criança realize o jogo “vamos
vestir”. A criança vai buscar o jogo ao local onde este tipo de material está guardado, e
senta-se no colchão para começar a actividade. O jogo “Vamos Vestir” consiste em
colocar as peças de roupa no cartão, vestindo o menino lá representado, seguindo a
sequência correcta. Esta actividade dura cerca de 10 minutos. Para finalizar a sessão, em
conjunto com o terapeuta, a Ana irá construir uma tabela, no computador, com a
sequência que deve seguir todos os dias, sempre que tiver que se vestir. Esta tabela será
para a Ana usar em todos os contextos, promovendo a sua independência nesta AVD.
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4.4- SESSÃO 4
Duração: 40minutos
Nome da actividade: Ir para a piscina
Materiais necessários: Piscina de bolas e brinquedos
Objectivos terapêuticos: Desenvolver a motricidade fina e desenvolver a autonomia
através do treino de AVD’s, nomeadamente o vestir/despir
Organização da actividade: o Terapeuta Ocupacional introduz a esta actividade
começando por dizer que deverá tirar alguma roupa, caso seja necessário, como o casaco
que a menina possa ter vestido, para que se sinta mais confortável na piscina, e tirar os
sapatos para não suja-la. Dentro da piscina a criança poderá procurar e encontrar
diversos brinquedos. Esta actividade terá a duração de cerca de 30 minutos, acabando
com o cliente a vestir novamente a roupa, seguindo a sequência correta, segundo a
informação adquirida em sessões anteriores.
4.5- CONSIDERAÇÕES ESPECIAIS DAS SESSÕES
Ao longo de todo o processo, é importante ter em conta vários aspectos relevantes neste.
Alguns destes aspectos passam pela constante permuta de informação com as pessoas relevantes
neste processo (família, professores, resto da equipa multidisciplinar, entre outros), pela
adaptação das actividades consoante as competências do cliente.
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5- CONCLUSÃO
Com a realização deste trabalho o grupo adquiriu imensos conhecimentos, não só no que
se refere à profissão na sua globalidade, como também em relação à patologia trabalhada.
A intervenção da Terapia Ocupacional dirige-se à promoção do desenvolvimento global da
criança, de forma a torná-la o mais autónoma possível. Assim, o terapeuta intervém num
conjunto de áreas ocupacionais que fazem sentido para a criança, mas também para a família ou
pessoas significativas. Ou seja, os objectivos iniciais a trabalhar serão as prioridades da criança e,
principalmente, da família.
Assim, e de acordo com o Enquadramento da Prática da Terapia Ocupacional, esta
profissão tem como objectivo “promover a saúde e a participação ao longo da vida, através do
envolvimento em ocupações” (Marques & Trigueiro, 2011).
Numa retrospectiva deste trabalho, podemos afirmar que os nossos maiores obstáculos
foram a construção dos objectivos e no planeamento das sessões de acordo Enquadramento da
Prática da Terapia Ocupacional: Domínio e Processo. Desta forma, o grupo dedicou algum tempo
na construção do plano de intervenção, de modo a ir ao encontro das necessidades e prioridades
do cliente, baseado em objectivos realistas. Independentemente deste facto, podemos afirmar
que este trabalho foi essencial para a percepção no processo da Terapia Ocupacional, ajudando-
nos na compreensão deste sendo um método de preparação para os estágios.
Percebemos realmente que ser Terapeuta Ocupacional também é ser criativo, ter ideias,
ter espírito crítico tendo em conta a população que trabalhamos e a respectiva faixa etária e ter
sempre em atenção os possíveis obstáculos que vamos encontrar para que possamos realizar uma
sessão sem grandes problemas e/ou interrupções.
18
6- BIBLIOGRAFIA
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http://www.bellybumboutique.com/
Berciano, J., Combarros, O. Hereditary neuropathies (2003) Current Opinion in
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Brown, R.E., Zamboni, W.A., Zook, E.G., Russell, R.C. Evaluation and management of upper
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Charcot-Marie-Tooth Syndrome (6 Janeiro 2014). Obtido de Trusted medical information and
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Marie-Tooth disease (14 Janeiro de 2014) disponivel em
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Facultad de Medicina (14 Janeiro de 2014) Enfermedad Charcot-Marie-Tooth obtido de
http://medicina.ufm.edu/index.php/Enfermedad_Charcot-Marie-Tooth
19
Hand involvement in children with Charcot–Marie-Tooth disease type 1A ( 14 Janeiro 2014)
disponivel em http://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0960896608006172?np=y
Jean Ayres, A. (2005). Sensory Integration and the Child, Understanding hidden sensory
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Kimmerle, M., Mainwaring, L., Borenstein, M. The functional repertoire of the hand and its
application to assessment (2003) American Journal of Occupational Therapy, 57 (5), pp. 489-498.
Marques, A., & Trigueiro, M. J. (2011). Enquadramento da Prática da Terapia Ocupacional:
Domínio e Processo. Porto: Livpsic.
Miller, M.J., Williams, L.L., Slack, S.L., Nappi, J.F. The hand in Charcot-Marie-Tooth
disease (1991) Journal of Hand Surgery, 16 (2), pp. 191-196
Neuromuscular Disorders ,Reliability of clinical outcome measures in Charcot-Marie-Tooth disease
disponivel em http://www.sciencedirect.com/science/ rticle/pii/ S0960896607007237
Vídeo no qual nos baseamos para a realização deste trabalho: http://www.youtube.com/
watch?v=ZDAzlG7H19Y
Este trabalho foi realizado de acordo com o antigo acordo ortográfico.