Trabalho ligas não ferrosas v1.0
-
Upload
michael4907 -
Category
Documents
-
view
56 -
download
0
Transcript of Trabalho ligas não ferrosas v1.0
UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ
Michael Kulczynskyj
LIGAS METÁLICAS NÃO FERROSAS – O ALUMÍNIO E SUAS LIGAS
CURITIBA
2011
Michael Kulczynskyj
LIGAS METÁLICAS NÃO FERROSAS – O ALUMÍNIO E SUAS LIGAS
Trabalho de Pesquisa apresentado ao Curso de Engenharia Mecânica da Faculdade de Ciências Exatas e de Tecnologia da Universidade Tuiuti do Paraná como requisito avaliativo para o 2° bimestre da Disciplina de Comunicação e Expressão III. Orientador: Professora Angela Helena Zatti
CURITIBA
2011
RESUMO
O presente trabalho visa entender alguns pontos do alumínio e suas ligas que pertencem a família de metais não ferrosos. O alumínio pode ser aplicado em diferentes situações, sendo necessário um entendimento sobre ele para que seja utilizado corretamente. Desta forma se busca compreender as propriedades, classificação, tratamentos e possíveis aplicações deste metal não ferroso e suas ligas. Foi realizado um levantamento teórico sobre o assunto para se obter as informações necessárias. O resultado desta pesquisa permite esclarecer as mudanças nas propriedades do alumínio que os diferentes tratamentos térmicos geram de tal maneira a auxiliar na escolha do tratamento para uma determinada aplicação desejada e compreender a nomenclatura utilizada para as suas ligas. Palavras-Chave: Alumínio. Metal não ferroso. Tratamento térmico.
LISTA DE FIGURAS
FIGURA 1 – CURVA DE ENVELHECIMENTO ......................................................... 11
LISTA DE TABELAS
TABELA 1 – LIGAS DE ALUMÍNIO TRABALHADAS .................................................. 8 TABELA 2 – LIGAS DE ALUMÍNIO FUNDIDO ............................................................ 8 TABELA 3 – ESTADOS OU TÊMPERAS DAS LIGAS ................................................ 9
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 6 2 ALUMÍNIO E SUAS LIGAS ..................................................................................... 7 2.1 CARACTERÍSTICAS GERAIS .............................................................................. 7 2.2 CLASSIFICAÇÃO .................................................................................................. 7 2.3 LIGAS TRABALHÁVEIS NÃO TRATÁVEIS .......................................................... 8 2.4 LIGAS TRATÁVEIS TERMICAMENTE ................................................................. 8 2.5 TRATAMENTOS TÉRMICOS ............................................................................... 9 2.5.1 Solubilização ...................................................................................................... 9 2.5.2 Recozimento para recristalização e homogeneização ..................................... 10 2.5.3 Teoria do endurecimento por precipitação ....................................................... 10 2.5.4 Superenvelhecimento ....................................................................................... 11 2.6 APLICAÇÕES ..................................................................................................... 11 3 CONCLUSÃO ........................................................................................................ 12 REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 13 GLOSSÁRIO ............................................................................................................. 14 ÍNDICE ANALÍTICO .................................................................................................. 15
6
1 INTRODUÇÃO
O presente trabalho visa apresentar alguns aspectos do alumínio e suas
ligas. O alumínio pode ser utilizado em diversas aplicações, mas é necessário
entender as suas características para que esta liga metálica não ferrosa possa ser
aplicada de maneira correta.
O objetivo deste trabalho é, através de um levantamento teórico, fornecer
informações sobre o alumínio e suas ligas esclarecendo questões que envolvam a
nomenclatura, tratamentos e aplicações. Espera-se que este documento auxilie na
tomada de decisão da utilização deste metal não ferroso em futuros projetos.
O texto sobre o alumínio e suas ligas está dividido da seguinte forma no seu
desenvolvimento: propriedades, classificação, ligas trabalháveis não tratáveis, ligas
tratáveis termicamente, tratamentos térmicos e aplicações.
7
2 ALUMÍNIO E SUAS LIGAS
2.1 CARACTERÍSTICAS GERAIS
O alumínio é um metal branco brilhante que sofre pouca influência do ar, ou
seja, possui excelente resistência a corrosão. É um dos metais mais abundantes da
crosta terrestre. O seu processamento é caro, mas é um metal de fácil reciclagem.
Pode atingir resistência mecânica similar a alguns aços na forma de ligas
(HIROUCHI, 2010).
Outras características são a baixa densidade, boa condução e reflexão do
calor, bom condutor de eletricidade e muita ductilidade (FIGUEIRÓ; GIUGLIANI,
2010).
A resistência mecânica do alumínio é baixa, tendo uma resistência de tração
de apenas 6kg/mm2 quando puro. A presença de impurezas metálicas no alumínio
comercial aumentam a sua resistência a tração em até 50% (UNISINOS, 2011).
2.2 CLASSIFICAÇÃO
As ligas de alumínio podem ser classificadas como trabalhadas ou fundidas,
conforme mostram as tabelas 1 e 2 a seguir.
Observando a tabela 1 as ligas trabalhadas da série 1XXX com designação
10XX indicam composições não ligadas. Os dois últimos dígitos indicam o teor
mínimo em porcentagem de alumínio. Como exemplo uma liga 1089 contém 99,89%
de alumínio na sua composição. Para as outras séries de 2XXX até 9XXX o segundo
dígito indica uma modificação na liga e os dois últimos dígitos indicam diferentes
ligas da série.
Em relação as ligas de alumínio fundidas da tabela 2, o primeiro dígito indica
a série da liga. A impureza específica da liga na série 1XXX é indica pelos dois
números subseqüentes. O último dígito separado por um ponto dos demais indica se
é fundido (zero) ou se é um lingote (um).
8
TABELA 1 – LIGAS DE ALUMÍNIO TRABALHADAS.
Designação da Série Elemento de Adição
1XXX 99% de Al (mínimo) 2XXX Cobre 3XXX Manganês 4XXX Silício 5XXX Magnésio 6XXX Magnésio e Silício 7XXX Zinco 8XXX Outros elementos 9XXX Série não usada
FONTE: UNISINOS, 2011.
TABELA 2 – LIGAS DE ALUMÍNIO FUNDIDO.
Designação da Série Elemento de Adição
1XX.X 99% de Al (mínimo) 2XX.X Cobre 3XX.X Silício com cobre e/ou magnésio 4XX.X Silício 5XX.X Magnésio 6XX.X Série não usada 7XX.X Zinco 8XX.X Estanho 9XX.X Outros elementos
FONTE: UNISINOS, 2011.
2.3 LIGAS TRABALHÁVEIS NÃO TRATÁVEIS
As ligas de alumínio apresentam encruamento proporcional ao grau de
trabalho sofrido. Uma determinada têmpera, condição ou estado da liga que informa
o grau de encruamento existente é fornecido por um símbolo convencional. As ligas
que não sofreram algum tratamento térmico são denominadas de “F”. Utiliza-se a
letra “O” para as ligas que sofreram tratamento térmico de recozimento e a letra “H”
para o encruamento em graduações diversas (UNISINOS, 2011).
2.4 LIGAS TRATÁVEIS TERMICAMENTE
As ligas quando submetidas a um tratamento térmico possibilitam que suas
propriedades mecânicas sejam melhoradas. Desta forma as ligas alcançam maior
9
resistência com pouca perda de ductibilidade quando comparadas a ligas não
tratadas termicamente (UNISINOS, 2011).
As letras “F” e “O” são utilizadas para as ligas tratadas termicamente com o
mesmo significado supracitado para as ligas não tratáveis. Nas ligas que sofrem um
tratamento térmico utiliza-se também a letra “T” e “W”. A letra “T” indica que a liga foi
temperada, onde o dígito subseqüente é o indicador das operações de tratamento
térmico que são especificados para liga.
A têmpera ou estado de uma liga de envelhecimento natural, designada pela
letra “W”, indica uma condição instável obtida pelo tratamento de solubilização, ou
seja, resfriando-se bruscamente a liga aquecida.
As têmperas e outros estados das ligas tratadas termicamente são
mostrados na tabela 3 a seguir.
TABELA 3 – ESTADOS OU TÊMPERAS DAS LIGAS.
SÍMBOLO INTERPRETAÇÃO
T1 Trabalhada a quente seguida de envelhecimento natural
T2 Trabalhada a quente seguida de trabalho a frio e envelhecimento natural
T3 Solubilizada, trabalhada a frio e envelhecida artificialmente
T4 Solubilizada e envelhecida naturalmente T5 Trabalhada a quente e envelhecida artificialmente T6 Solubilizada e envelhecida artificialmente T7 Solubilizada e superenvelhecida T8 Solubilizada, trabalhada a frio e envelhecida
artificialmente T9 Solubilizada, artificialmente envelhecida e
trabalhada a frio
FONTE: UNISINOS, 2011.
2.5 TRATAMENTOS TÉRMICOS
2.5.1 Solubilização
Solubilização é um tratamento térmico que tem como objetivo dissolver as
fases microscópicas simples ou intermediárias, encontradas na matriz de uma liga,
através do aquecimento ao campo monofásico inerente. A liga é mantida sob esta
temperatura até que se obtenha uma solução sólida homogênea (UNISINOS, 2011).
10
Na sequencia, através de resfriamento rápido, mantêm-se o estado
monofásico na temperatura ambiente. Solubilização é uma etapa que prepara a liga
para um tratamento de endurecimento por precipitação. Em conseqüência do
resfriamento brusco para temperar, produz uma solução supersaturada, estado
instável a temperatura ambiente.
2.5.2 Recozimento para rescristalização e homogeneização
No geral este tratamento é realizado em temperaturas entre 300°C e 400°C,
ocorrendo uma recristalização quase instantânea. Na sequencia é feito o resfriamento
em um forno com velocidade de 30°C por hora até 250°C e posteriormente um
resfriamento ao ar ambiente, obtendo-se maior ductibilidade (UNISINOS, 2011).
No caso de ligas trabalhadas, aplicam-se temperaturas menores quando o
grau de encruamento for menor.
2.5.3 Teoria do endurecimento por precipitação
Neste tratamento será utilizada a liga de alumínio 6463 como exemplo que tem
na sua composição o alumínio, o silício e o magnésio e, a precipitação ocorre na forma
Mg2Si, obtido de um processo de nucleação e crescimento.
Primeiramente devem haver zonas ricas em soluto formando regiões de
nucleação. A precipitação não ocorre sem uma nucleação, mas uma vez iniciada a
solução sólida pode perder os átomos de magnésio e silício através dos crescimentos
das partículas já formadas e pela formação de núcleos adicionais (UNISINOS, 2011).
A temperatura influencia na velocidade de precipitação. Para temperaturas
baixas o processo de precipitação é mais longo, devido a velocidade de difusão dos
átomos ser baixa. Para temperaturas altas a velocidade de difusão é alta, entretanto o
grau de supersaturação é menor, existindo uma temperatura ideal em que a velocidade
de precipitação é máxima.
O resultado obtido da precipitação da segunda fase é um endurecimento da
estrutura em decorrência da deformação do retículo cristalino.
Na ilustração a seguir temos uma representação gráfica da curva de
envelhecimento, onde pode-se observar que se as amostras permanecerem por um
longo período na precipitação ocorrerá uma redução da dureza, sendo esta situação
11
denominada de superenvelhecimento.
FIGURA 1 – CURVA DE ENVELHECIMENTO
FONTE: UNISINOS, 2011.
2.5.4 Superenvelhecimento
Observando a ilustração supracitada, sobre a curva de envelhecimento, a
continuação do processo de segregação por longos períodos de tempo, acarreta numa
precipitação real, havendo o amolecimento do metal, denominando-se este tratamento
de superenvelhecimento (UNISINOS, 2011).
O superenvelhecimento é obtido de um endurecimento inicial que passa por
um amolecimento, resultando na aglomeração do precipitado. Quanto maior a
temperatura mais rápido irá ocorrer o amolecimento.
2.6 APLICAÇÕES
O alumínio e suas ligas podem ser utilizados em diferentes segmentos da
indústria e produtos, como por exemplo:
Indústria aeronáutica: peças da fuselagem dos aviões, rebites, outros;
Indústria automobilística: peças, estruturas, rebites, outros;
Indústria de alimentos: recipientes para bebidas e conservas,
invólucros de uso doméstico;
Equipamentos gerais: condutores elétricos, trocadores de calor, tanques
para armazenamento de combustível, utensílios domésticos, outros;
Construção civil: perfis de alumínio.
12
3 CONCLUSÃO
Analisando as características do alumínio e suas ligas verificou-se que
existem tratamentos térmicos que podem alterar as suas propriedades de tal
maneira a possibilitar o uso deste metal em diferentes aplicações.
A classificação permite que o alumínio e suas ligas sejam identificadas
quanto a adição de outros elementos e os tratamentos térmicos aplicados a elas.
Desta forma o trabalho contribui para o entendimento do assunto quanto a
estes aspectos, sendo recomendado um detalhamento maior de cada um dos
tratamentos térmicos abordados.
13
REFERÊNCIAS
FIGUEIRÓ, Glaucia;GIUGLIANI, Eduardo. Ciência dos Materiais – Ligas Não Ferrosas. PUCRS, 2010. HORIUCHI, Lucas Nao. Materiais Metálicos – Ligas Não Ferrosas. UNIFACS, 2010. UNISINOS. Capítulo 11- Metais Não Ferrosos. Disponível em: http://www.exatec.unisinos.br/~fortis/arquivos/Capitulo11-Metais_Nao_Ferrosos.pdf . Acesso em 04 jun. 2011.
14
GLOSSÁRIO
Difusão = é um fenômeno de transporte de matéria onde um soluto é transportado,
devido aos movimentos das moléculas de um fluído, pelo movimento térmico de
todas as partículas a temperaturas acima do zero absoluto.
Ductibilidade = é a propriedade que representa o grau de deformação que um
material suporta até o momento de sua fratura.
Encruamento = é um fenômeno que modifica a estrutura dos metais, em que a
deformação plástica realizada abaixo da temperatura de recristalização causará o
endurecimento e aumento de resiliência do metal.
Nucleação = é o processo (natural ou artificial) da formação de cristais sólidos de
uma solução uniforme, ou seja, homogênea. Ela consiste de dois principais eventos,
a nucleação e o crescimento dos cristais ou crescimento molecular.
Recozimento = visa reduzir a dureza do metal, aumentar a usinabilidade, facilitar o
trabalho a frio ou atingir a microestrutura ou as propriedades desejadas.
Têmpera = refere-se a um resfriamento brusco.
15
ÍNDICE ANALÍTICO
ALUMÍNIO E SUAS LIGAS - 7 APLICAÇÕES - 11 CARACTERÍSTICAS GERAIS - 7 CLASSIFICAÇÃO - 7 LIGAS TRABALHÁVEIS NÃO TRATÁVEIS - 8 LIGAS TRATÁVEIS TERMICAMENTE - 8 Recozimento para recristalização e homogeneização - 10 Solubilização - 9 Superenvelhecimento - 11 Teoria do endurecimento por precipitação - 10 TRATAMENTOS TÉRMICOS - 9