Trabalho Maria Antonieta

5/27/2018 Trabalho Maria Antonieta

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PONTIFCIA UNIVERSIDADE CATLICA DO PARAN

ESCOLA DE ARQUITETURA E DESIGN

DESENHO INDUSTRIAL DESIGN DE MODA

JOSEANE APARECIDA CORDEIRO

MARIA ANTONIETA A CULTURA E A SOCIEDADE

CURITIBA

2012


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JOSEANE APARECIDA CORDEIRO

MARIA ANTONIETA A CULTURA E A SOCIEDADE

Trabalho apresentado disciplina deSociologia da Moda do Curso deGraduao em Desenho Industrial Design de Moda da PontifciaUniversidade Catlica do Paran, comorequisito parcial obteno de nota.

Orientadora: Professora Virginia Souza deCarvalho Borges Kistmann

CURITIBA

2012


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LISTA DE ILUSTRAES

Figura 1 Chegada a Corte Francesa ..................................................................... 6

Figura 2 Chegada ao Palcio .................................................................................. 7Figura 3 Casamento ................................................................................................ 8Figura 4 Objetos pessoais de Maria Antonieta ........................................................ 9

Figura 5 Espartilho .................................................................................................. 9Figura 6 Luxo ........................................................................................................ 11

Figura 7 Perido Rococ ....................................................................................... 12Figura 8 Leque ...................................................................................................... 13

Figura 9 Exageros com comida, sapatos e joias ................................................... 14Figura 10 Festas ................................................................................................... 14

Figura 11 Medindo vestido .................................................................................... 16Figura 12 Joia (Colar) ............................................................................................ 17

Figura 13 Sapato ................................................................................................... 18Figura 14 VogueMaria Antonieta ....................................................................... 19Figura 15 Palcio Petit Trianon ............................................................................. 19


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SUMRIO

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INTRODUO ........................................................................................................ 5

2 DESENVOLVIMENTO ............................................................................................ 63 CONCLUSO ....................................................................................................... 19

REFERNCIAS ......................................................................................................... 20


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1 INTRODUO

Este trabalho refere-se vida de Maria Antonieta, que se tornou parte da

cultura popular e tambm uma figura histrica, sendo tema de livros e filmes, ahistoria da rainha que foi culpada pela crise que o seu pas atravessava retratada

no longa metragem de Sofia Coppola, lanado em 2006 no festival de Cannes,

constitui-se em uma ferramenta que auxilia na visualizao dos acontecimentos e

costumes daquele tempo. O filme apresenta Maria Antonieta (Kirsten Dunst), uma

jovem adolescente de apenas 14 anos que enfrenta o desafio de abandonar sua

vida na ustria para casar-se com Lus XVI (Jason Schwartzman), herdeiro do trono

francs, como parte de um acordo entre os pases. (CINE DICA, 2012)Na corte de Versalhes ela envolvida em rgidas regras de etiquetas,

disputas familiares e fofocas insuportveis, sozinha e sem orientaes, num mundo

em que no se sentia confortvel. Como fuga, Maria Antonieta que logo se torna

rainha, cria um mundo parte, no qual vive suas fantasias e aproveita sua

juventude, parecendo alheia ao que acontece no pas. (ibid)

Alm de todos os seus infortnios, ainda existe a indiferena de seu marido,

pois seu casamento permanece sem ser consumado durante sete anos, causandopreocupaes e presso por parte de sua me, reforando que ela somente teria

elos com a famlia real francesa quando gerasse um herdeiro. Perturbada, busca

refugio na decadncia da aristocracia francesa. Com o nascimento de sua primeira

filha, ganha o Petit Trianon, uma espcie de corte particular, onde fica em suas

horas vagas e acaba se envolvendo num caso amoroso com Fersen (Jamie Dornan)

um Conde sueco, suas indiscries se tornam assunto da Frana.(ibid)

Aos poucos, conforme seu amadurecimento comea a encontrar seu caminho

como esposa, me e rainha, mas fora das paredes do palcio a revoluo Francesa

no podia mais esperar para explodir, a fria revolucionria atinge o palcio

obrigando-os a fugir, deixando claro o fim do reinado. (ibid)

Segundo alienado (2012) importante ressaltar que o filme somente uma

obra artstica e no um retrato histrico da poca nem da personalidade de Maria

Antonieta.

Este trabalho tem como objetivo discutir o conceito sobre as interseces

entre a moda, a cultura e a sociedade presentes na poca e na vida da rainha da

Frana.


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2 DESENVOLVIMENTO

A cultura entendida como um processo social de produo de significados

como ideias, valores, crenas, capazes de manter ou transformar aspectos dasnossas maneiras de viver. (SANTOS, 2005)

Segundo Canclini (1983, p.29), a cultura no somente um reflexo das

condies sociais. Ela tambm interfere no meio social de forma dinmica, sendo

capaz tanto de reproduzir quanto de modificar a maneira que a sociedade est

estruturada.

Com base nos textos e a analise do filme possvel perceber primeiramente

que a vida de Maria Antonieta era completamente diferente na ustria, o palcio eramais simples e ela era mais livre, ao se despedir da me, recebe algumas dicas

sobre as diferenas de costume. A cena que ela acorda na ustria, serve para

contrastar essa diferena, pois essa foi uma das muitas dificuldades enfrentadas em

relao cultura. (FILMES YOUTUBE, 2012)

Ao chegar divisa entre os pases, sua primeira atitude um gesto caloroso,

junto a condessa, pouco habituais a rigidez protocolar da corte francesa. Maria

Antonieta teve que se adequar moda da Frana, se desfez de qualquer objeto quelembrasse suas origens, at mesmo de seu cachorro, conforme a Figura 1. Agora

ela era uma francesa, mesmo assim ela ainda tinha a herana cultural do seu pas.

(ibid)

Figura 1Chegada corte francesa

Fonte: Filmes youtube, 2012.


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O primeiro encontro com a sociedade da corte na entrada do palcio, os

impactos culturais esto apenas comeando, a forma como recepcionada e a

decorao luxuosa causa estranhamento futura rainha, e mostra os gastos

exagerados e inteis da nobreza, Na imagem a seguir (Figura 2), a famlia real faz

um corredor no qual Antonieta passa e observada, os olhares que lhe so

lanados de avaliao e desconfiana.(ibid)

Figura2 Chegada ao palcio

Fonte: Screamyell, 2012

Segundo E universo, 2012

Aculturao o nome que se d ao grupo de fenmenos decorrentes docontato direto de integrantes de vrias culturas, ou seja, o processo deaquisio atravs do contato dos elementos culturais de um grupo com umacultura com elementos de um grupo de outra cultura. Pode ser tambmentendido como os processos pelos quais as pessoas aprendem os padresde comportamento do seu grupo social.

Quando a cerimnia do casamento acontece e Antonieta vira Delfina,

evidenciam algumas tradies como a dana, como mostra a Figura 3.

Figura 3Casamento

Fonte: Olhos grandes e abertos, 2012.


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Depois a beno e a noite nupcial, quando o casal j esta deitado, uma

entidade catlica acompanhada da famlia real de parentesco mais prximo,

abenoa a unio e cede lugar ao Rei, para dar a sua ultima palavra da noite a eles,

depois todos saem do quarto, fica claro a influencia da Igreja Catlica, sobre a vida

na corte. Pela manh, Maria Antonieta se depara com mais uma regra de etiqueta, a

condessa a acorda e dita as regras que ela ter de cumprir toda manh, ao acordar

ela deve esperar que algum troque sua roupa, a parente mais prxima do rei

quem tem direito de vesti-la. (ibid)

Para Laraia (2003, p.68), a cultura e uma espcie de lente na qual voc v o

mundo, uma cultura diferente pode causar espanto na sociedade por causa daspessoas que agem fora dos padres considerados normais.

De acordo com Santos (2005, p.15):

Os artefatos podem ser considerados como produtos culturais, uma vezque, so projetados e produzidos para dar sustentao s praticas sociaisvigentes podendo tambm contribuir para a transformao e a reelaboraosimblica destas mesmas praticas.

Para entender os artefatos desta forma preciso admitir que existem valores

culturalmente compartilhados na materialidade dos produtos, que o ser humano

utiliza em seu cotidiano. Ao aprimorarmos de um artefato, tambm estamos nos

aprimorando dos modos de pratica e dos significados a eles associados. Porm,

tanto estes modos de prtica quanto os significados so passveis de

transformaes, na medida em que esto ligadas as dinmicas sociais. (SANTOS,

2005)

Hbitos culturais envolvem artefatos. Os artefatos, como parte da nossa

cultura material, tambm contribuem para condicionar prticas sociais, maneiras de

pensar e formas de comportamento. (ibid)

As caractersticas dos vestidos de Maria Antonieta comunicam a sua insero

na sociedade em que est vivendo, pois exatamente o que transmite ao vestir-se

de tal maneira. Se a compararmos a uma criada do palcio, por exemplo, nota-se a

diferena que a roupa, como artefato, transmite, j que deduz posies na pirmide

da sociedade. (BBC, 2012)

Na poca os artefatos eram presentes na vida de Maria Antonieta, que no

repetia sapatos, nem vestidos, ambos bordados e enfeitados com laos, usava


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decotes, leno amarrado no pescoo e tambm era usado o panier, volume lateral,

com estrutura abaixo da saia. Como pode ser visto na Figura 4 (ibid)

Figura 4Objetos pessoais de Maria Antonieta


Um artefato muito usado na poca era o espartilho (Figura 5), que servia para

enfatizar a posio social. Essa pea ficava linda em quem a usava, porm sentir-se

bem com ela era impossvel, causava desmaios, incmodos e palpitaes

cardacas, e nem mesmo na gravidez era possvel deixar de usa-lo.

Figura 5Espartilho



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Segundo Ono (2006, p.30):

O objeto um elemento fundamental no contexto e ambiente em que vivemas pessoas e constitui uma referncia bsica no contato do indivduo com o

mundo, o desenvolvimento dos artefatos que compem a cultura material.

O objetivo fundamental de um objeto ou produto atender a uma ou mais

necessidades de seus usurios. As funes simblicas so ligadas a

comportamentos e motivaes psicolgicas, em que cada consumidor reage em

funo de referncias sociais e culturais. (ONO, 2006)

O consumismo caracterstico da sociedade de Versalhes, o prazer advindo da

aquisio de bens materiais, era como compensao de um vazio existencial, nas

cenas das compras de Maria Antonieta, especialmente na variedade dos sapatos e

roupas, as cores rosa e azul so evidencia, pois eram as cores preferidas dela.

Maria Antonieta se agarra ao luxo para conseguir o que quer, cria um vinculo aos

seus objetos pessoais para esquecer as preocupaes de no conseguir dar a luz a

um herdeiro. (FILMES YOUTUBE, 2012)

A utilidade de um objeto proporcional surpresa que produz dentro de um

determinado contexto. (FERRARA, 2006)

Enquanto algumas culturas produziam produtos despojados de enfeites e

aspectos suprfluos, outras faziam alteraes em seus produtos, acompanhando

tendncias de design e apresentando uma maior diversificao de modelos. (ONO,

2006)

Excessos era o que no faltava em Versalhes, Maria Antonieta apenas

usufruiu disso como desejou. A cultura material dessa poca na Frana era um

exagero e rechaava prontamente. No entanto, o filme de Sofia Coppola levou a

uma descoberta do quo deslumbrante e belo esse universo podia ser. Comomostra a Figura 6.


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Figura 6Luxo


Um dos fatores vinculados funo simblica a relao dos objetos com a

questo do status social. Hbitos de consumo indicam condies e status social.

(ONO, 2006)

Segundo Ono (2006, p.36), as relaes entre os homens so vistas como

relaes de poder, e a sociedade como a prpria estratificao do poder,

segundo Bourdieu isso reflete nas escolhas estticas e nos estilos de vida.


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Um simples objeto pode chegar a representar a identidade de uma pessoa, a

partir de sua esttica, de seu valor no mercado. (ONO, 2006)

As funes de uso so as caractersticas que o usurio espera de um produto

em termos de funo prtica. O desenvolvimento de mveis contribui muito para o

aparecimento de melhorias no conforto desses produtos. As funes de uso tambm

podem variar de acordo com aspectos culturais e sociais. (ibid)

Conforme cita Rybczynski em relao as mveis do perodo Rococ.

...os sofs eram largos no para servir a diversas pessoas, mas parapermitir os gestos largos, as pernas puxadas para cima, o brao cadopara trs, e para as roupas volumosas da poca.

Figura 7Perodo Rococ

Fonte: Boygirlsbest, 2012.

No sculo XVIII, final do perodo Barroco e inicio do Rococ, o artesanato era

muito valorizado, j que no havia produo em larga escala, os bordados dos

vestidos e sapatos eram muito apreciados principalmente por Maria Antonieta, osleques (Figura 8), tambm eram um artefato muito usado, dando um ar de

sensualidade mulher e como forma elegante de se refrescar. (INFINITO

PARTICULAR, 2012)

Quando o artesanato estende-se como a arte e a tcnica do trabalho manual

no industrializado, realizado por arteses e que escapa a produo em serie, tem

finalidade a um s tempo utilitrio e artstico. (NASCIMENTO et al. 2008)

Segundo Canclini (1983, p.62) a funo tradicional do artesanato produzirobjetos para o autoconsumo.


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Figura 8Leque

Fonte: Infinito particular, 2012.

Maria Antonieta buscava sua prpria identidade na Corte, como no foi aceita

facilmente pela Frana, assim comea se vestir de forma diferente.

Os conceito de identidade esto em estreita ligao com o homem moderno.

Estudos desenvolvidos sobre a formao histrico-social do sujeito e os processosque colaboraram para as mudanas e transformaes mostraram a relao existente

com a construo da identidade. (QUELUZ, 2008)

Com a globalizao as identidades nacionais sofrem outros efeitos, positivos

como a ampliao dos fluxos culturais, partilhando mesmas identidades, s vezes

no equilibrado e por outro lado, essa compresso deixa expostas as relaes

assimtricas de poder, trocas desiguais de cultura e provoca novas identificaes

locais. (ibid)Maria Teresa (me de Antonieta), com o casamento, tinha o objetivo de criar

uma aliana duradoura com a Frana (globalizao), que vivia entrando em conflito

com a ustria e outros membros do Sacro Imprio, mas para Maria Antonieta ser

realmente reconhecida como uma francesa ela precisava gerar um herdeiro de Lus

XVI. (EXPATRIADA DESESPERADA, 2012)

As intrigas na famlia da corte aparecem aos poucos e vo intensificando,

presses e comentrios sobre ainda no ter sinal de um herdeiro e consumao

total do casamento, comea da preocupao com os gastos com comidas, roupas,

joias, bebidas, jogos, idas e festas em Paris, tudo isso evidencia as mordomias de


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toda a nobreza, conforme Figura 9 e 10. O filme passa pelos assuntos discutidos

pela sociedade da corte, o povo francs sempre ignorado, as intrigas so

frequentes e a falta de ter oque falar dos nobres. (ibid)

Figura 9Exageros com comida, sapatos e joias.

Fonte: vcgooosta, 2012.

Figura 10Festas



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Segundo Bauman (2008, p.21), o anseio por identidade vem do desejo de

segurana, mas um sentimento ambguo porque hoje ser identificado de modo

inflexvel e sem alternativa algo cada vez mais mal visto.

De acordo com a Wikipedia (2012)

A identidade nacional por sua vez o conceito que sintetiza um conjunto desentimentos, os quais fazem um indivduo sentir-se parte integrante de umasociedade ou nao.

Ns passamos a viver em uma sociedade global, que gera a expanso do

consumo. (MEDEIROS et al. 2008)

Somos inseridos como consumidores, nesse supermercado cultural onde

somos confrontados com uma multiplicidade de diferentes identidades, com cada

uma das quais podemos nos identificar. (ibid)

Segundo Usina de letras (2012)

Identidade social a posio da pessoa, em relao posio dos demaisdentro da sociedade. Ao escolher uma profisso, religio, estado civil, etc.,o individuo est definindo a sua identidade social. E quais so as medidaspara se atribuir estes valores? Uma destas medidas a riqueza, que oacmulo de bens materiais, dinheiro, se algum tem mais dinheiro, temmais valor social.

Com a morte do Rei, iniciava-se um reinado de juventude. O povo esperava

de seu novo rei, paz, melhores condies, diminuio dos impostos e um sistema

judicirio mais justo, porem no sabiam que o soberano tinha pouco poder sobre

estes fatores. Enquanto isso Maria Antonieta saboreava essas novas sensaes,

transformou o palcio de Versalhes em um sonho, com reformas, jardins e quartos

luxuosos. A nica maneira que encontrou para fortalecer a sua posio e impor o

respeito como soberana absoluta, foi atravs de seu vesturio. (ARTE A PORTER,2012)

De acordo com o historiador Francs Philippe Perrot (1981) aponta que a

emergncia da moda ocorreu na Europa, aproximadamente 1700. (CRANE, 2006)

Nessa poca, a moda era de ostentao e poder, ou seja, mostrar sua

posio econmica, status social ou incluso cultural, por meios visveis e fceis de

serem interpretados por todos. (ibid)


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De acordo com Fraser (2001, p.171)

Podia-se argumentar plausivelmente que um dos deveres da rainha daFran, centro do mundo da moda e com fortes motivos comerciais para

assim permanecer, seria, cuidar para que a moda, florescesse, liderando-a

Por causa dessas mudanas no comportamento e no vesturio, surge a

primeira figura do costureiro o qual era responsvel por toda criao de seus

belssimos vestidos e acessrios (Figura 11). A partir de ento, tudo que a Rainha

usava na Corte de Versalhes era copiado pelo povo. Dando mais nfase nas

costuras.

Figura 11Medindo vestido


Gabriel Tarde desenvolveu a ideia de que a entrada da moda no pensamento

econmico e sociolgico moderno ocorreu atravs da necessidade de imitao do

ser humano. (CRANE, 2006)

Para Simmel a moda o resultado da necessidade de uma diferenciao de

classes superiores, como descreve bem Veblen, a necessidade de imitao dasoutras classes. (Ibid)

De acordo com Weber (2006) desde a Era de Lus XIV, os adornos eram

considerados smbolos importantes e indispensveis do traje real francs. Fitas,

bordados, metais preciosos, eram reconhecidos como efeitos de poder. Maria

Antonieta, sempre soube utilizar estes artifcios muito bem e nunca escondera sua

paixo por joias,suas formas seguiam ao padro estilstico da poca, o rococ, com

o abuso de formas sinuosas, alm de exaltar o minucioso trabalho manual de seusjoalheiros, pois eram peas especiais, feitas com extremo cuidado. Conforme Figura

12.


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Figura 12Joia (Colar)


A moda s existe porque os objetos, e em particular as roupas, tornaram-se

independentes da satisfao de uma necessidade fsica ou de uma utilidade

funcional imediata. (CRANE, 2006)

Entre tantos adjetivos e consideraes feitos a Maria Antonieta, a beleza, era

o fator mais incontestvel. Ainda havia dvidas se sua beleza continuaria, pois ao

chegar Versalhes, era muito jovem. Mas, ao contrrio dos olhos maldosos, ela

desabrochou, cresceu e tornou-se uma mulher bonita, imponente e de porte

invejvel. Mas no s a beleza, o que causava boa impresso do conjunto da rainha

era o porte, O modo como sustentava a cabea, a maneira de inclinar-se perante a

corte real, alm de seu andar gracioso. Seu andar era leve, seus movimentos davam

a impresso de que andava sem tocar o cho (FRASER, 2001)

Segundo socilogo francs Jean-Franois Amadieu, a aparncia influencia

numerosos aspectos da vida dos indivduos, especialmente seus sucessos e

fracassos. No entanto a aparncia pode ser modificada, e a viso idealizada dos

corpos. (CRANE, 2006)

Como tudo o que era relacionado moda, despertava pleno interesse em

Maria Antonieta, com os sapatos, no fora diferente.

A moda no tem origem em um desejo de diferenciar as classes, mas sim, de

atender suas vontades de estar dentro da moda. (GODART, 2010, p. 71).

No sculo XVIII, a moda completamente requintada e se refletia tambm no

estilo dos calados.(BOY GIRLS BEST, 2012)

Principalmente para as mulheres, os seus belos sapatos eram considerados

artigos que denotavam sua posio social na realeza, caso de Maria Antonieta, os


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sapatos de salto eram uma exclusividade, pois quanto maior o seu salto, maior o

prestgio. Assim como a colorao vermelha, que somente era utilizada por eles.

(ibid)

Um ponto importante a observar que as cores, os materiais ou ainda os

temas compem estilos na moda, da mesma maneira que os temas culturais, como

o futurista. (GODART, 2010, p. 71).

Os sapatos femininos eram na sua maioria, de salto alto, em cetim colorido ou

couro delicado, com adornos como fitas em ouro ou prata, ou tranados. Os

modelos eram em sua maioria botas de saltos robustos com fechamentos laterais,

como carreiras de botes ou cadaros. Alguns eram enfeitados com renda e

tambm com fivelas decoradas, normalmente com pedras preciosas. Conforme

mostra a Figura 13. (BOY GIRLS BEST, 2012).

Figura 13Sapato


No sculo XVIII, o desenvolvimento da indumentria europeia, atingiu o seu

ponto mais alto. Maria Antonieta foi uma grande incentivadora desta poca, criando

um estilo nico, sem seguir padres pr-estabelecidos, no tendo medo de

julgamentos nem contestaes. Foi alm do possvel, estabelecendo novos padres

de comportamento e cultura de seu tempo, ficando conhecida pelas roupas que

usava e seus penteados de tamanhos absurdos, conforme Figura 14. (BOY GIRLS

BEST, 2012).


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Figura 14VogueMaria Antonieta


A moda se caracteriza pela existncia das tendncias. As tendncias so

focalizaes do desejo, de capacidade e de escala variveis, que levam

numerosos indivduos a adotar, durante certo perodo, algumas atitudes ou alguns

gostos. (CRANE, 2006)

Ganhou de seu marido o Palcio Petit Trianon como pode ser visto na Figura

15, uma espcie de corte particular onde era ela que ditava suas regras e vontades.

Figura 15Palcio Petit Trianon


Passava l seus dias sem preocupao e protocolos do reino. Paralelo ao

luxo e as novidades na moda, a rainha comeara a viver uma vida mais simples, o

uso de maquiagem e p diminuiu, os penteados eram mais simples, como o uso de


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guirlandas de flores na cabea, essa tendncia de peas mais simples se refletiu

nos trajes da corte.

Em 1778, nasce a primeira filha do casal, que traz maior tranquilidade, e em

1781, Maria Antonieta d a luz ao to esperado herdeiro Lus Jos, assim conquista

todos seus sditos. A rainha havia comeado se relacionar com o sueco Fensen,

trocavam cartas confidenciais e se encontravam no Trianon, em consequncia da

guerra, Fensen parte para lutar no exrcito. (LEVER, 2004)

Apesar das culturas urbanas serem associadas com classe social, sua

utilidade em manter limites sociais entre as classes diminui medida que as

estruturas sociais urbanas passam por medidas drsticas e o controle sobre as

organizaes culturais urbanas e o poder de definir cultura transferido para elites

empresariais e entidades governamentais, mesmo os conglomerados miditicos se

expandindo para as dimenses mundiais, as estruturas sociais que apoiavam as

culturas urbanas no passado, esto sendo transformadas de maneira que ameaam

sua sobrevivncia de longo prazo. (CRANE, 2006)

Ao terminar o filme, Coppola mostra uma mulher que se recusa abandonar o

marido, e seguem juntos, as despedidas foram silenciosas, assim como o silencio

esta no palcio saqueado e vazio da ultima cena. Ao mesmo tempo em que o filme um acerta a aceitao simplista de uma viso histrica parcial ele tambm traz

apreo pela historia da humanidade. Dentre os procedimentos culturais que

possibilitam um pensamento distinto sobre o repertrio histrico da civilizao.


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3 CONCLUSO

O conjunto de contedo relacionado cultura e sociedade, evidenciado no

filme Maria Antonieta (Marie-Antoinette) de Sofia Coppola.A nobreza cortes chegou ao limite da extravagncia e esbanjamento, o rei

era completamente inapto para o cargo, o que resultou numa situao insustentvel,

cujas consequncias no poderiam ter sido diferentes. Qualquer que tenha sido o

fim de Maria Antonieta, o que conta que a ltima rainha da Frana, apesar de toda

imagem controversa que a tornou uma lenda, hoje reconhecida como um

importante personagem da historia da moda, desde que se reiventou para

demonstrar poder, atingiu tal destaque, que era copiada em tudo que usava, tantopor nobres quanto por burqueses, desta maneira, chapes, penteados e vestidos

usados por ela eram ponto de referncia para as mulheres pertencentes s classes

mais abastadas no s da Frana, mas de toda a Europa e mesmo Amrica. O que

Maria Antonieta fez em relao aparncia foi um chocante desvio de costume

corteso estabelecido.

Referindo-se ao desfecho trgico da rainha, at na morte afirmou vnculo

poderoso entre a moda e a cultura.Depois de muitos anos, Maria Antonieta ainda influncia a moda, gerando

incontveis lucros, seja por servir de inspirao para vitrines em grandes lojas das

principais capitais de moda ou pela aluso direta personagem histrica.


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REFERNCIAS

ARTE A PORTER. Figurinos do corao- Maria Antonieta por Sofia Coppola.

Disponvel em: . Acesso em: 03 dez. 2012.

BBC. Tesouros de Maria Antonieta vo a leilo em Paris. Disponvel em:. Acesso em: 02 dez. 2012.

BEG, Daniele. Figurinos de filme. Disponvel em:.Acesso em: 02 dez. 2012.

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FILMES YOUTUBE. Assistir- Maria Antoniet-Legendado-Online. Disponvel em:.Acesso em: 28 nov. 2012.

INFINITO PARTICULAR. Feminino plural-Um leque de opes. Disponvel em:

. Acesso em: 02 dez. 2012.

OLHOS GRANDES E ABERTOS. Frana: Maria Antonieta ftil ou malentendida?Disponvel em:.Acesso em: 02 dez. 2012.

SCREAMYELL. Maria Antonieta.Disponvel em:. Acesso em: 02 dez.2012.

USINA DE LETRAS. A identidade social. Disponvel em:.Acesso em: 03 dez. 2012.


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VOC GOOOSTA!. Maria Antonieta. Disponvel em:. Acesso em: 03 dez. 2012.

WIKIPDIA. Identidade Nacional. Disponvel em:

. Acesso em: 04 dez. 2012.

Bibliografia:

CRANE, Diana. Ensaios sobre moda, arte e globalizao cultural. So Paulo: Senac,2011.

FRASER, Antonia. Maria Antonieta: Biografia. Rio de Janeiro: Record, 2001. 571 p.

GODART, Frdric. Sociologia da Moda. So Paulo: Senac So Paulo, 2010.

LEVER, Evelyne. Maria Antonieta: A ltima rainha da Frana. Rio de Janeiro:Objetiva, 2002. 384 p.

MALDONADO, Toms. Cultura, sociedade e tcnica. So Paulo: Blucher, 2012.

MEDEIROS, Jusmeri; QUELUZ, Gilson. Havaianas: um artefato cultural dasidentidades brasileiras no mundo globalizado. In: Design e Identidade. V.2. Curitiba:Editora Peregrina, 2008.

QUELUZ, Marilda Lopes Pinheiro (org). Design e identidade. Curitiba: Editora Sol,2008.

WEBER, Caroline. Rainha da moda: Como Maria Antonieta se vestiu para aRevoluo. Rio de Janeiro: Zahar, 2006. 454 p.

Filmografia:

COPPOLA, Sofia. Maria Antonieta (MarieAntoinette). Estados Unidos, Japo eFrana. Columbia Pictures Corporation e Sony Pictures Entertainment, 2006, 123min. Drama.

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