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ELIAS, Norbert. A Sociedade dos Indivduos. Rio de Janeiro. Jorge Zahad. 1994 (p.13-60)IA sociedade, como sabemos, somos todos ns; uma poro de pessoas juntas. Mas uma poro de pessoas juntas na ndia e na China formam um tipo de sociedade diferente da encontrada na Amrica ou na Gr-Bretanha; a sociedade composta por muitas pessoas individuais na Europa do sculo XII era diferente da encontrada nos sculos XVI ou XX. (p.13)[...] Que tipo de formao esse, esta "sociedade" que compomos em conjunto, que no foi pretendida ou planejada por nenhum de ns, nem tampouco por todos ns juntos? Ela s existe porque existe um grande nmero de pessoas, s continua a funcionar porque muitas pessoas, isoladamente, querem e fazem certas coisas, e no entanto sua estrutura e suas grandes transformaes histricas independem, claramente, das intenes de qualquer pessoa em particular. (p.13)[...] Podem argumentar, por exemplo, que a finalidade da linguagem a comunicao entre as pessoas, ou que a finalidade do Estado a manuteno da ordem. (p.14)J o campo oposto despreza essa maneira de abordar as formaes histricas e sociais. Para seus integrantes, o indivduo no desempenha papel algum. (p.14)[...] Enquanto, para os adeptos da convico oposta, as aes individuais se encontram no centro do interesse e qualquer fenmeno que no seja explicvel como algo planejado e criado por indivduos mais ou menos se perde de vista, aqui, neste segundo campo, so os prprios aspectos que o primeiro julga inabordveis - os estilos e as formas culturais, ou as formas e instituies econmicas - que recebem maior ateno. (p.15)[...] Na cincia que lida com fatos dessa espcie, encontram-se, de um lado, ramos de pesquisa que tratam o indivduo singular como algo que pode ser completamente isolado e que buscam elucidar a estrutura de suas funes psicolgicas independentemente de suas relaes com as demais pessoas. (p.15)[...] Ningum duvida de que os indivduos formam a sociedade ou de que toda sociedade uma sociedade de indivduos. Mas, quando tentamos reconstruir no pensamento aquilo que vivenciamos cotidianamente na realidade, verificamos, como naquele quebra-cabea cujas peas no compem uma imagem ntegra, que h lacunas e falhas em constante formao em nosso fluxo de pensamento. (p.16)Na tentativa de superar uma dificuldade anloga, Aristteles certa vez apontou um exemplo singelo: a relao entre as pedras e a casa. Esta realmente nos proporciona um modelo simples para mostrar como a juno de muitos elementos individuais forma uma unidade cuja estrutura no pode ser inferida de seus componentes isolados. (p.16)Em nossos dias, a teoria da Gestalt descortinou mais a fundo esses fenmenos. Ensinou-nos, primeiramente, que o todo diferente da soma de suas partes, que ele incorpora leis de um tipo especial, as quais no podem ser elucidadas pelo exame de seus elementos isolados. (p.16)[...] Todos esses exemplos mostram a mesma coisa: a combinao, as relaes de unidades de menor magnitude - ou, para usarmos um termo mais exato, extrado da teoria dos conjuntos, as unidades de potncia menor - do origem a uma unidade de potncia maior, que no pode ser compreendida quando suas partes so consideradas em isolamento, independentemente de suas relaes. (p.16)[...] s pode haver uma vida comunitria mais livre de perturbaes e tenses se todos os indivduos dentro dela gozarem de satisfao suficiente; e s pode haver uma existncia individual mais satisfatria se a estrutura social pertinente for mais livre de tenso, perturbao e conflito. (p.17)[...] Considerados num nvel mais profundo, tanto os indivduos quanto a sociedade conjuntamente formada por eles so igualmente desprovidos de objetivo. Nenhum dos dois existe sem o outro. (p.18) Pois as pessoas estabelecem para si diferentes objetivos de um caso para outro, e no h outros objetivos seno os que elas se estabelecem. [...] Somente ao deixarmos os lemas para trs e superarmos a necessidade de proclamar diante de todos o que deveria ser a relao entre indivduo e sociedade, se nossa vontade prevalecesse, s ento que comearemos a nos dar conta da questo mais fundamental de saber o que realmente , em todo o mundo, a relao entre indivduo e sociedade. (p.19)[...] A relao entre a parte e o todo uma certa forma de relacionamento, nada mais, e como tal, sem dvida, j bastante problemtica. (p.19)[...] Com o termo "todo", geralmente nos referimos a algo mais ou menos harmonioso. Mas a vida social dos seres humanos repleta de contradies, tenses e exploses. (p.20)[...] Mas, se no a harmonia, ao menos a palavra "todo' evoca-nos a idia de alguma coisa completa em si, de uma formao de contornos ntidos, de uma forma perceptvel e uma estrutura discernvel e mais ou menos visvel. As sociedades, porm, no tm essa forma perceptvel. (p.20)[...] A ordem invisvel dessa forma de vida em comum, que no pode ser diretamente percebida, oferece ao indivduo uma gama mais ou menos restrita de funes e modos de comportamento possveis. (p.21)[...] Depende largamente do ponto em que ele nasce e cresce nessa teia humana, das funes e da situao de seus pais e, em consonncia com isso, da escolarizao que recebe. (p.21)[...] Entretanto esse arcabouo bsico de funes interdependentes, cuja estrutura e padro conferem a uma sociedade seu carter especfico, no criao de indivduos particulares, pois cada indivduo, mesmo o mais poderoso, mesmo o chefe tribal, o monarca absolutista ou o ditador, faz parte dele, representante de uma funo que s formada e mantida em relao a outras funes, as quais s podem ser entendidas em termos da estrutura especfica e das tenses especficas desse contexto total. (p.22)[...] Ao contrrio, as votaes e eleies, as provas no sangrentas de fora entre diferentes grupos funcionais, s se tornaram possveis, enquanto instituies permanentes de controle social, quando aliadas a uma estrutura muito especfica de funes sociais. Por baixo de cada um desses acordos cumulativos h, entre essas pessoas, uma ligao funcional preexistente que no apenas somatria. (p.22)[...] Assim, cada pessoa singular est realmente presa; est presa por viver em permanente dependncia funcional de outras; ela um elo nas cadeias que ligam outras pessoas, assim como todas as demais, direta ou indiretamente, so elos nas cadeias que a prendem. (p.23)[...] E a essa rede de funes que as pessoas desempenham umas em relao a outras, a ela e nada mais, que chamamos "sociedade". Ela representa um tipo especial de esfera. Suas estruturas so o que denominamos "estruturas sociais". E, ao falarmos em "leis sociais" ou "regularidades sociais", no nos referimos a outra coisa seno isto: s leis autnomas das relaes entre as pessoas individualmente consideradas." (p.23)

[...] Uma vez que esses grupos s conseguem conceber regularidades como sendo as regularidades das substncias ou de foras substanciais, eles inconscientemente atribuem s regularidades que observam nas relaes humanas uma substncia prpria que transcende os indivduos. (p.24)[...] Os outros, de olhos fixos na autonomia das relaes humanas, pensam na sociedade como algo que existe antes e independentemente dos indivduos; o grupo que acabamos de considerar, com seus interesses diferenciados, pensa nos indivduos como algo que existe antes e independentemente da sociedade. (p.25)[...] Nada, exceto uma explorao da natureza e da estrutura dessas prprias relaes, pode dar-nos uma idia da estreita e profunda medida em que a interdependncia das funes humanas sujeita o indivduo. (p.26)II[...] Mas apenas na sociedade que a criana pequena, com suas funes mentais maleveis e relativamente indiferenciadas, se transforma num ser mais complexo. Somente na relao com outros seres humanos que a criatura impulsiva e desamparada que vem ao mundo se transforma na pessoa psicologicamente desenvolvida que tem o carter de um indivduo e merece o nome de ser humano adulto. (p.27)Mesmo dentro de um mesmo grupo, as relaes conferidas a duas pessoas e suas histrias individuais nunca so exatamente idnticas: Cada pessoa parte de uma posio nica em sua rede de relaes e atravessa uma histria singular at chegar morte. (p.27)[...] O modo como essa forma realmente se desenvolve, como as caractersticas maleveis da criana recm-nascida se cristalizam, gradativamente, nos contornos mais ntidos do adulto, nunca depende exclusivamente de sua constituio, mas sempre da natureza das relaes entre ela e as outras pessoas. (p.28)[...] A partir do estudo do processo civilizador, evidenciou-se com bastante clareza a que ponto a modelagem geral, e portanto a formao individual de cada pessoa, depende da evoluo histrica do padro social, da estrutura das relaes humanas. (p.28)[...] A relao entre as pessoas comumente imaginada como a que existe entre as bolas de bilhar: elas se chocam e rolam em direes diferentes. Mas a interao entre as pessoas e os "fenmenos reticulares" que elas produzem so essencialmente diferentes das interaes puramente somatrias das substncias fsicas. (p.29)[...]A caracterstica especial desse tipo de processo, que podemos chamar de imagem reticular, que, no decorrer dele, cada um dos interlocutores forma idias que no existiam antes ou leva adiante idias que j estavam presentes. (p.29)[...] Mas o que aqui chamamos "rede", para denotar a totalidade da relao entre indivduo e sociedade, nunca poder ser entendido enquanto a "sociedade" for imaginada, como tantas vezes acontece, essencialmente como uma sociedade de indivduos que nunca foram crianas e que nunca morrem. (p.30)[...]No existe um grau zero da vinculabilidade social do indivduo, um "omeo" ou ruptura ntida em que ele ingresse na sociedade como que vindo de fora, como um ser no afetado pela rede, e ento comece a se vincular a outros seres humanos. (p.31)III[...] Quanto mais intenso e abrangente o controle dos instintos, quanto mais estvel a formao superegica exigida pelo desempenho das funes adultas numa sociedade, maior se torna, inevitavelmente, a distncia entre o comportamento das crianas e o dos adultos; quanto mais difcil se torna o processo civilizador individual, mais longo o tempo necessrio para preparar as crianas para as funes adultas. (p.32)[...] Os jovens que se preparam para uma gama cada vez mais variada de funes j no so diretamente treinados para a vida adulta, mas o so indiretamente, em institutos, escolas e universidades especializados. (p.33)[...]No raro se oferece ao jovem o mais amplo horizonte possvel de conhecimentos e desejos, uma viso abrangente da vida durante seu crescimento; ele vive numa espcie de ilha afortunada de juventude e sonhos que marca um curioso contraste com a vida que o espera como adulto. (p.33)Portanto, o avano da diviso das funes e da civilizao; em certos estgios, crescentemente acompanhado pelo sentimento dos indivduos de que, para manterem suas posies na rede humana, devem deixar fenecer sua verdadeira natureza. (p.33)[...]Nessa rede, muitos fios isolados ligam-se uns aos outros. No entanto, nem a totalidade da rede nem a forma assumida por cada um de seus fios podem ser compreendidas em termos de um nico fio, ou mesmo de todos eles, isoladamente considerados; a rede s compreensvel em termos da maneira como eles se ligam, de sua relao recproca. (p.35)[...] At mesmo a natureza e a forma de sua solido, at o que ele sente como sua "vida ntima",4 traz a marca da histria de seus relacionamentos - da estrutura da rede humana em que, como um de seus pontos nodais, ele se desenvolve e vive como indivduo. (p.36)IV[...] Estabelecemos distines entre "mente" e "alma", "razo" e "sentimento", "conscincia" e "instinto" ou "ego" e "id". Mas a ntida diferenciao das funes psquicas evocada por essas palavras no , vale reiterar, algo simplesmente dado por natureza. (p.36)[...] E, por mais nitidamente que nossos conceitos possam express-la, essa diferenciao s passa a existir aos poucos, mesmo nos adultos, com a crescente diferenciao das prprias sociedades humanas. Ela produto de um processo scio-histrico, de uma transformao da estrutura da vida comunitria. (p.36)[...] O que chamamos "instintos' ou "inconsciente" constitui tambm uma forma especfica de auto-regulao em relao a outras pessoas e coisas, apesar de ser uma forma que, dada a ntida diferenciao das funes psquicas, j no controla diretamente o comportamento, mas o faz atravs de vrios desvios. (p.37)[...]Aquilo a que nos referimos como "alma", ou como pertinente "psique", no outra coisa, na realidade, seno a estrutura formada por essas funes relacionais. (p.37)[...] Mas somente no homem a ampliao e a maleabilidade das funes relacionais so to grandes que cada ser humano necessita de vrios anos para moldar sua auto-regulao por outras pessoas - uma moldagem social que o faz assumir uma forma especificamente humana. (p.38)[...] As estruturas da psique humana, as estruturas da sociedade humana e as estruturas da histria humana so indissociavelmente complementares, s podendo ser estudadas em conjunto. Elas no existem e se movem na realidade com o grau de isolamento presumido pelas pesquisas atuais. Formam, ao lado de outras estruturas, o objeto de uma nica cincia humana. (p.38)[...] Justamente por essa razo, acionam-se na rede mecanismos automticos de mudana, transformaes histricas, que no tm origem no aparelho reflexo humano hereditrio, nem tampouco - vistos como um todo, tal como efetivamente ocorrem. (p.39)[...] Justamente por isso, o irrevogvel entrelaamento dos atos, necessidades, idias e impulsos de muitas pessoas d origem a estruturas e transformaes estruturais numa ordem e direo especficas que no so simplesmente "animais", "naturais" ou "espirituais", nem tampouco "racionais" ou "irracionais", mas sociais. (p.39)[...] Mas, sejam os limites da maleabilidade um pouco mais estreitos ou mais amplos, a situao fundamental permanece a mesma: o que decide qual lngua ser gradualmente depositada no aparelho de linguagem do indivduo a sociedade em que ele cresce. E os hbitos pessoais de fala, o estilo mais ou menos individual de discurso que o indivduo pode ter quando adulto, so uma diferenciao no interior do meio lingstico em que ele cresce. (p.40)[...]Cada criana, ao nascer, produto de um destino que tem uma dimenso natural e uma dimenso social- a histria de seus ancestrais, que se perde de vista na obscuridade dos milnios passados. (p.40)[...] Cada criana, ao nascer, produto de um destino que tem uma dimenso natural e uma dimenso social- a histria de seus ancestrais, que se perde de vista na obscuridade dos milnios passados. (p.41)V[...] A ordem social, apesar de muito diferente de uma ordem natural, como a dos rgos no interior de determinado corpo, deve sua prpria existncia peculiaridade da natureza humana. Essa peculiaridade consiste na mobilidade e maleabilidade especiais pelas quais o controle comportamental humano diferente dos animais. (p.41)Na base desses mecanismos e tendncias automticos de mudana social encontram-se formas particulares de relaes humanas, tenses de um tipo e intensidade especficos entre as pessoas. (p.42)Entre os bens que podem ser assim monopolizados, sem dvida se destacam os que servem para satisfazer as necessidades elementares, como a fome. (p.42)[...] Para que surja alguma forma dessa atividade econmica, essencial a interveno de funes superegicas ou prescientes que regulem as funes instintivas elementares do indivduo, sejam estas o desejo de alimento, proteo ou qualquer outra coisa. (p.43) [...] O que molda e compromete o indivduo dentro desse cosmo humano, e lhe confere todo o alcance de sua vida no so os reflexos de sua natureza animal, mas a inerradicvel vinculao entre seus desejos e comportamentos e os das outras pessoas, dos vivos, dos mortos e at, em certo sentido, dos que ainda no nasceram. (p.43)Essas foras reticulares encontram-se na raiz, por exemplo, da crescente diviso de funes, que tem importncia to decisiva no curso da histria ocidental, levando em determinado estgio utilizao da moeda, em outro ao desenvolvimento das mquinas e, com isso, maior produtividade do trabalho e a uma elevao do padro de vida de um nmero cada vez maior de pessoas. (p.44)[...] A nica coisa que mudou e se deslocou numa direo especfica foi a forma da vida comunitria, a estrutura da sociedade ocidental e com ela a influncia social sobre o indivduo e sobre a forma de ,suas funes psquicas. (p.45)VI[...] Mas a histria no , obviamente, um sistema de alavancas mecnicas inanimadas e automatismos de ferro e ao, e sim um sistema de presses exercidas por pessoas vivas sobre pessoas vivas. (p.47)[...] Quando pessoas ou grupos em livre concorrncia entram em conflito violento, sem dvida trabalham, queiram ou no, por uma reduo da esfera de competio, visando uma situao de monoplio, a despeito da freqncia com que esse processo temporariamente revertido, por exemplo, por alianas entre as partes mais fracas. (p.47)[...] So prescritas e limitadas pela estrutura especfica de sua sociedade e pela natureza das funes que as pessoas exercem dentro dela. E, seja qual for a oportunidade que ela aproveite, seu ato se entremear com os de outras pessoas; desencadear outras seqncias de aes, cuja direo e resultado provisrio no dependero desse indivduo, mas da distribuio do poder e da estrutura das tenses em toda essa rede humana mvel. (p.48)[...] Justamente o que caracteriza o lugar do indivduo em sua sociedade que a natureza e a extenso da margem de deciso que lhe acessvel dependem da estrutura e da constelao histrica da sociedade em que ele vive e age. (p.49)[...] E aquilo a que chamamos "poder" no passa, na verdade, de uma expresso um tanto rgida e indiferenciada para designar a extenso especial da margem individual de ao associada a certas posies sociais, expresso designativa de uma oportunidade social particularmente ampla de influenciar a auto-regulao e o destino de outras pessoas. (p.50)[...] E que, a rigor, o modo como uma pessoa decide e age desenvolve-se nas relaes com outras pessoas, numa modificao de sua natureza pela sociedade. (p.52)[...] Para dar apenas alguns exemplos, no estgio atual de desenvolvimento da autoconscincia, o indivduo deriva especial satisfao da idia de que deve tudo o que considera nico e essencial em sua pessoa apenas a si mesmo, a sua "natureza", e a mais ningum. (p.53)[...] O que chamamos "individualidade" de uma pessoa , antes de mais nada, uma peculiaridade de suas funes psquicas, uma qualidade estrutural de sua auto-regulao em relao a outras pessoas e coisas. (p.54)[...] Tambm por esse aspecto, gera-se a idia de que o ser humano individual, com todas as qualidades psquicas que o distinguem de outras pessoas, representa um cosmo autnomo, uma natureza parte que, originalmente, nada teve a ver com o restante da natureza ou dos demais seres humanos. (p.55)VII[...] Ao contrrio, o indivduo s pode ser entendido em termos de sua vida em comum com os outros. A estrutura e a configurao do controle comportamental de um indivduo dependem da estrutura das relaes entre os indivduos. (p.56)