Trabalho Sobre Impermeabilização (1)

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CENTRO DE CIENCIAS SOCIAIS APLICADAS - COMUNICAÇÃO, TURISMO E LAZER ARQUITETURA E URBANISMO IMPERMEABILIZAÇÃO CHARLINE CARELLI RICARDO BATISTA 1

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CENTRO DE CIENCIAS SOCIAIS APLICADAS - COMUNICAÇÃO, TURISMO E LAZERARQUITETURA E URBANISMO

IMPERMEABILIZAÇÃO

CHARLINE CARELLI

RICARDO BATISTA

Balneário Camboriú

2014

1

IMPERMEABILIZAÇÃO

CHARLINE CARELLI

RICARDO BATISTA

Disciplina de Tecnologia da Construção da Universidade do Vale do Itajaí, ministrado pela docente: Dra. Silvia Santos

Balneário Camboriú

2014

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Questões

1. O que é impermeabilização?

Impermeabilização é um conjunto de ações com técnicas construtivas, composto por uma ou mais camadas que consistem em isolar totalmente contra a ação de água, outros fluídos, vapores ou umidade a fim de proteger estruturas, podendo ser de três tipos.

1- Isolamento cimentícioArgamassa com aditivo modificadoArgamassa modificada com polímeroArgamassa poliméricaCimento modificado com polímero

2- Isolamento AsfálticoMembrana de asfalto modificado com adição de polímeroMembrana de asfalto elastoméricoMembrana de emulsão asfálticaMembrana de asfalto elastomérico, em soluçãoManta asfáltica

3- Poliméricos (membranas)Elastomérica de policloropreno e polietileno clorossulfonadoElastomérica de poliisobutileno isopreno (IIR) em soluçãoElastomérica de estireno-butadieno-estirono (SBS)Elastomérica de estireno-butadieno-estireno-ruber (SBR)PoliuretanoPoliuréiaPoliuretano modificado com asfaltoPolímero acrílico com ou sem cimentoAcrílica para impermeabilizaçãoEpoxídica

Segundo a norma da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) que rege a seleção e projeto da impermeabilização (NBR 9575/2003), há duas maneiras de barrar a entrada da água. Uma é com os chamados sistemas rígidos – em que a massa usada como reboco recebe polímeros, cristalizantes ou hidrofugantes e, dessa forma, evita que a água se infiltre nos poros do concreto. A outra, dos sistemas flexíveis, compõe-se de mantas (as famosas mantas negras de asfalto, que vêm prontas de fábrica) ou membranas moldadas na obra – ambas contam com asfalto em sua composição e formam uma camada sobre a superfície a ser protegida.

2. Quais as partes de um sistema de impermeabilização?

Um sistema de impermeabilização é dividido em camadas, são elas.

1-Camada de argamassa de nivelamento,

2- manta isolante podendo ela ser manta ou membrana asfaltica ou polimérica.

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3-camada de papel Kraft (camada de separação)

4-Camada de argamassa de proteção mecânica

5- Camada de tela hexagonal

6-Camada de proteção mecânica

3. Como deve ser o nível ou o caimento de superfícies impermeabilizadas?

Sempre maior que 1%.

4. Diferencie sistemas rígidos e flexíveis de impermeabilização. Onde cada um é aplicado?

Sistemas rígidos: Atendem as superfícies que não sofrem movimentação causada pela

variação de temperatura ou acomodação das estruturas – piscinas enterradas, por exemplo. Os

produtos desse grupo possuem cimento na composição o que produz uma “cristalização”

evitando assim a passagem de fluidos.

Hidrofugante: Este líquido confere à argamassa normal a propriedade de repelir a água .Trata-

se de um mecanismo químico que impede as gotas de ficarem pequenas o suficiente para

penetrar nos poros do concreto.

Fig 1: Hidrofugante

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Cristalizante: Depois de misturar um componente adesivo e um cimentício, a massa ganha

consistência de pasta e é aplicada sobre a superfície úmida. Essa umidade forma cristais

que,secos,bloqueiam a passagem da água.

Fig 2: Cristalizante

Argamassa polimérica: É do tipo bicomponente: um composto de cimento e uma emulsão de

polímeros. Este último ingrediente gera resistência e até um pouco de flexibilidade. Ela vira

uma camada que não deixa a umidade passar.

Figura 3: Argamassa Polimérica

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Sistemas flexíveis: Os impermeabilizantes do sistema flexível se adéquam melhor ao encolhe e dilata do substrato, pois possuem asfalto e polímeros em sua composição.Servem às lajes, às fundações do tipo radier e aos pisos de terrenos instáveis. Atenção ainda a duas subdivisões desse time: existem as mantas, que são produtos industrializados, e as membranas, que são moldadas na construção. Nas fotos abaixo, três tipos de produtos de sistema flexível. Não se espante ao encontrar uma terceira categoria, os semiflexíveis. Quase sempre será a argamassa polimérica, que na verdade é do grupo dos rígidos.

Membrana asfáltica (quente): Usa blocos de asfalto derretido a altas temperaturas (entre 180 e

200ºC) no canteiro de obras. Seu recheio é feito com estruturante (tela de poliéster) e a

espessura final varia entre 3 e 5 mm.

Fig 4: membrana asfáltica (quente)

Membrana asfáltica (fria): Há dois produtos com aparência de uma pasta preta: emulsões e

soluções. Os primeiros têm base aquosa e os segundos se diluem em solvente. Em alguns

casos, dispensam o estruturante.

Fig 5: Membrana asfáltica (fria)

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Manta asfáltica: Existe uma infinidade de tipos nas prateleiras. Elas variam quanto a

espessura, tipo de asfalto e de recheio. O mais comum para emprego em residências são

aquelas de 3 e 4 mm, com estruturante de poliéster.

Fig 6: Manta asfáltica

5. Diferencie sistemas moldados in-loco de sistemas pré-moldados de Impermeabilização.

Os sistemas in loco são os flexíveis à base de polímeros e asfalto e são utilizados nas áreas ou nos substratos de difícil acesso, onde se torna quase impossível a utilização de sistemas pré-fabricados. Entre os exemplos, estão calhas, ralos, fundações, estruturas enterradas, telhados e em áreas com muitos recortes etc.

Os sistemas pré-moldados são aqueles que já vêm pré-fabricados conhecidos como mantas, que podem ser aplicadas a frio ou a quente(com o auxilio de maçaricos), estas mantas geralmente são comercializadas em rolo ou por m2.São utilizados geralmente em lajes, piscinas,etc.

6. O que é um estruturante utilizado em sistemas de impermeabilização? Quais os tipos que podem ser utilizados?

Estruturantes são materiais fibrosos que tem a função de coligar toda a área isolada que é feita em partes(como se fossem retalhos)unindo-a e transformando-a em uma única peça evitando assim a passagem de fluidos. Como principais estruturantes podem-se incluir a tela de poliéster termo estabilizada, o véu de fibra de vidro e o tecido de poliéster.

7. O que é um projeto de impermeabilização?

A impermeabilização também deve ter um projeto específico, assim como osprojetos arquitetônicos, de concreto armado, das instalações hidráulicas e elétricas,entre outros. Esse projeto deve detalhar os produtos e a forma de execução dossistemas ideais de impermeabilização para cada caso numa obra. A NBR 9575/2003 diz que o Projeto executivo de impermeabilização deveconter:

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a) desenhos:• Plantas de localização e identificação das impermeabilizações, bem como doslocais de detalhamento construtivo;• Detalhes genéricos e específicos que descrevam graficamente todas assoluções de impermeabilização.b) textos:• Memorial descritivo de materiais e camadas de impermeabilização;• Memorial descritivo de procedimentos de execução;• Planilha de quantitativos de materiais e serviços;• Metodologia para controle e inspeção dos serviços;• Cuidados sobre a manutenção da impermeabilização.

8. Quais as partes das edificações que devem ser impermeabilizadas?

Calhas, ralos, fundações, baldrames,estruturas enterradas,lajes expostas ao tempo, telhados e em áreas com muitos recortes

9. Como a impermeabilização interfere no projeto arquitetônico das edificações?

Impermeabilizar não é só aplicar produtos químicos, mas sim dar a segurança da estanqueidade, por isso deve-se pensar em detalhes, usando as especificações corretas tanto em termos técnicos quanto atendendo às normas específicas. A falta do planejamento e conseqüente serviço feito desordenadamente podem ocasionar, entre outros, os seguintes problemas: • Re-trabalhos de instalações hidráulicas; • Enchimentos desnecessários; • Mudança no dimensionamento final dos acabamentos; 

• Manutenções e reparos futuros na própria impermeabilização, diminuindo sua vida útil. 

9.1 Identifique 10 pontos em que ocorre a interferência da impermeabilização no projeto arquitetônico. 1: Interferências com projeto de arquitetura

2: Interferências com projeto de paisagismo .

3: Interferências com projeto de estrutura

4: Interferências com projeto de hidráulica

5: Interferências com projeto de elétrica

6: Interferências com projeto de ar-condicionado

7: Interferências devido à qualidade dos materiais

8: Interferências devido à contratação dos serviços 8

9: Interferências devido à execução

10: Interferências devido à uso inadequado dos produtos

10. Como devem ser executadas as regiões de cantos entre parede e piso?

Deve ser feito um arredondamento com argamassa para evitar fissuras ou quebra do material estruturante.

11. Como deve ser executada a impermeabilização em ralos? Qual a distância mínima prevista dos ralos em relação às paredes?

Fig. 7 - Os ralos devem estar a 3 cm abaixo do nível do piso em um quadrado de 40cm x40cm, então coloca-se o impermeabilizante ao redor e na parte interna com uma distancia de 10cm da borda.unindo assim a parte do piso a parte interna da tubulação. Assim sendo a distância mínima entre a parede e o centro da tubulação de 20 cm.

Fig 7

12. Como deve ser executada a impermeabilização em platibandas?

Após a cama de regularização a camada de impermeabilizante deve ser passada desde o chão da parte interna subindo até seu limite de altura, sendo passada também em sua parte superior.

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Fig. 8

13. Como deve ser executada a impermeabilização em juntas de dilatação de estruturas?

Após a regularização são colocadas duas camadas de manta impermeabilizante sobrepostas (fig. 9), uma fazendo a ligação entre as duas lajes e a outra camada na sua respectiva laje, após isto é feita uma camada de proteção mecânica com uma tela hexagonal. Terminada esta etapa o piso é assentado com uma argamassa colante flexível, entre as duas lajes é colocado um tarugo de polietileno(fig.10) que é vedado com um selante elástomerico(fig.11,12)

Fig. 9

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Fig.10

Fig.11

Fig.12

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14. Nos banheiros, como deve ser executada a impermeabilização em piso e parede?

Deve ser feito o arredondamento dos cantos entre paredes e piso (fig.13), logo após o impermeabilizante deve se aplicado“subindo” na parede 25 cm para garantir uma melhor impermeabilização.(fig 14,15,16.)

Fig.13

Fig.14

Fig.15

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15. Como deve ser executada a impermeabilização em baldrames?

Deve ser executada com sistemas flexíveis de impermeabilização devido a presença de quinas, sua aplicação deve ultrapassar as partes superiores descendo sobre sua laterais.(fig.16)

Figura 16

16. Explique a diferença entre Mantas asfálticas, Membranas asfálticas e sistemas cristalizantes, falando sobre o produto, indicações de uso e forma de aplicação.

Manta Asfáltica

É um impermeabilizante pré-fabricado à base de asfalto modificado com polímeros estruturada com não-tecido de poliéster pré-estabilizado, ou filme de polietileno de alta densidade. A Manta Asfáltica  é bastante eficiente em altas temperaturas. O produto atende a norma NBR 9952 - Tipos I, II, III ou IV.   Campos de Aplicação

Impermeabilização de laje, terraço, piso, baldrame, banheiro, cozinha, área de serviço, sacada, floreira, muro de arrimo, calha, viga-calha, tanque, túnel, barragem, piscina, reservatório, canal de irrigação, açude, tanque de piscicultura, lagoa de acúmulo, talude, encosta em superfície de concreto ou diretamente sobre o solo.

Aplicação

Aplicar Primer sobre a superfície e deixar secar. A colagem da Manta Asfáltica é realizada através de aquecimento com maçarico. Para a sobreposicão da segunda manta, desenrolar a bobina paralelamente à primeira; deixar 10 cm de sobreposição; depois enrolar a bobina e então começar a aplicar a manta dos ralos para as cotas mais elevadas. Após teste de estanqueidade fazer o biselamento com uma colher de pedreiro aquecida.

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Para locais onde a manta ficará flutuante como em tanques e canais, fazer a colagem das mantas apenas nas sobreposições e engastar no próprio solo as pontas para a ancoragem.

Membranas asfálticas

As membranas asfálticas se destacam como um dos sistemas mais antigos utilizados no processo de impermeabilização e ainda hoje tem uma grande participação no mercado impermeabilizante e geralmente são utilizadas em impermeabilizações contra água de percolação, água de condensação e umidade proveniente do solo. As membranas asfálticas são regidas pela norma ABNT NBR 13724, que determina as características e requisitos necessários para garantir o desempenho do sistema. Tais sistemas podem ser classificados quanto à forma de aplicação, a quente ou a frio.

Campos de Aplicação.

As membranas aplicadas a frio são utilizadas na impermeabilização de áreas como: pequena laje horizontal ou abobadada, banheiro, cozinha, área de serviço, terraço, sacadas, etc. A aplicação destas membranas é feita seguindo os procedimentos de preparo da superfície (conforme ABNT NBR 9575), em seguida deve ser aplicado o primer asfáltico.

Aplicação: Estas membranas são classificadas como sistema impermeabilizante flexível moldados in-loco, ou seja, os produtos são aplicados em demãos alternadas de forma que forme uma membrana sobre o substrato.

Sistemas cristalizantes.

Sistema de impermeabilização por cristalização consiste de argamassas cimentícias com compostos químicos ativos que promovem a cristalização no concreto e consequentemente a impermeabilização da estrutura. Há uma argamassa para tratamento de juntas de concretagem, furos de tirante e bicheiras e outra argamassa para impermeabilização geral da estrutura de concreto. Esse é um dos sistemas. Os compostos de cristalização reagem com a pasta de cimento e água, formando cristais insolúveis que avançam pelos poros e fissuras, selando-os permanentemente contra a passagem de água e agentes agressivos. Tem como finalidade cristalizar os poros e capilares do concreto tornando-o permanentemente selado e protegido.

Se aplica somente a estruturas de concreto:

Confere ao concreto “impermeabilidade”, através de reações químicas que criam uma estrutura cristalina nos poros e nos capilares do concreto;

Impermeabilização com sistemas cristalizantes se torna parte integrante da estrutura de concreto;

Não se deteriora como as membranas, não pode ser rasgado, furado ou retirado da superfície;

Tem a vida útil da estrutura de concreto;

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Reagirá sempre que houver a presença de água;

Promove proteção alcalina do concreto e da armadura;

Não necessita de regularização para aplicação, tampouco arredondamento dos cantos;

Resiste a pressões negativas ou positivas (qualquer lado da estrutura), como em reservatórios de água, diques, piscinas, portos,estação de tratamento de água e esgoto ;

Aberto a difusão de vapor (permite a respiração do concreto);

Impermeabilização com sistemas cristalizantes não é tóxico;

Fácil de manusear por ser monocomponente;

Adapta-se facilmente às condições de cada projeto.

Aplicação:

Consistência de pasta fluida: aplicar o Penetron em uma ou duas demãos de acordo com as recomendações para aplicação manual ou por projeção. Quando são especificadas duas demãos, aplicar a segunda demão enquanto a primeira ainda estiver fresca. Consistência de pó seco (somente para superfícies horizontais). A quantidade especificada de Penetron é distribuída na forma de pó através de uma peneira e espatulada sobre o concreto fresco lançado uma vez que ele tenha atingido a pega inicial.

17. O que é uma emulsão asfáltica?

EMULSÕES ASFÁLTICAS (EMA)

Emulsão é definida como uma mistura heterogênea de dois ou mais líquidos, os quais normalmente não se dissolvem um no outro, mas, quando são mantidos em suspensão por agitação ou, mais frequentemente, por pequenas quantidades de substâncias conhecidas como emulsificantes, formam uma mistura estável (dispersão coloidal).

Emulsões asfálticas são dispersões de cimento asfáltico (CAP) em fase aquosa estabilizada com tensoativos. O tempo de ruptura depende, dentre outros fatores, da quantidade e do tipo do agente emulsificante e a viscosidade depende principalmente da qualidade do ligante residual. A quantidade de asfalto pode variar entre 60 a 70%.

A cor destas emulsões normalmente é marrom. Esta característica se transforma em elemento auxiliar para inspeção visual e constatação rápida das boas condições do produto. Após a ruptura prevalece a cor preta do CAP.

As emulsões asfálticas são utilizadas a frio, proporcionando ganhos de logística e redução de custos de estocagem, aplicação e transporte. Sua utilização é compatível com praticamente todos os tipos de agregados, obtendo ótimos resultados. Podem também ser aplicadas com agregados úmidos, sem necessidades de aditivos melhoradores de adesividade.

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As emulsões podem ser classificadas de acordo com o tipo de carga da partícula ou quanto ao tempo de ruptura.

Quanto à carga da partícula classificam-se em catiônicas e aniônicas. Quanto ao tempo de ruptura classificam-se em: rápida, média, lenta e controlada ou

instantânea.

18. O que é a imprimação em um sistema de impermeabilização?

Imprimação é a preparação do substrato com a aplicação de um promotor de aderência antes de se fazer a aplicação do produto impermeabilizante propriamente dito. A função desse promotor de aderência é penetrar nos poros reduzindo a permeabilidade do substrato e minimizando a possibilidade de pontos falhos na impermeabilização. Essa etapa do sistema impermeabilizante é descrita em manuais técnicos de fabricantes e prevista nas normas técnicas como a ABNT – NBR 9686 – Solução Asfáltica Empregada como Imprimação. Um trecho da ABNT – NBR 9574 – Execução de Impermeabilização descreve ainda a imprimação como sendo uma das etapas do sistema impermeabilizante.

19. Em que situações deve ser utilizado o isolamento térmico em um sistema de impermeabilização?

Em coberturas planas, e a aplicação de isolamento térmico numa cobertura plana efetuada na sua forma tradicional ou convencional comporta uma série de particularidades que poderão acelerar o desgaste do sistema de impermeabilização, uma vez que ao ser aplicado por cima do isolamento térmico, o sistema de impermeabilização encontra-se submetido a:

"Choque térmico", não só diário como também sazonal / anual. Danos mecânicos, em particular durante a fase de obra. Degradação por radiação ultravioleta. Degradação (também do isolamento térmico convencional) provocada por humidade

presente na parte inferior do sistema de impermeabilização e proveniente de chuva que ocorra durante a execução, da própria humidade dos materiais de construção ou de condensação intersticial.

Na cobertura invertida, ao inverter-se as posições relativas convencionais dos sistemas de impermeabilização e isolamento térmico, estando o isolamento térmico sobre a impermeabilização (fig. 5.01), a durabilidade de qualquer sistema de impermeabilização aumenta consideravelmente, ao serem suprimidos os efeitos prejudiciais acima mencionados.

20. Quais materiais podem ser utilizados como isolantes térmicos?

O melhor isolante térmico é o vácuo, mas devido à grande dificuldade para obter-se e manter condições de vácuo, é empregado em muito poucas ocasiões, limitadas em escala. Na prática se utiliza ar, que graças a sua baixa condutividade térmica e um baixo coeficiente de absorção da radiação, constitui um elemento muito resistente à passagem de calor. Entretanto, o fenômeno de convecção que se origina nas câmaras de ar aumenta sensivelmente sua capacidade de transferência térmica. Além disso o ar deve estar seco, sem umidade, o que é

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difícil de conseguir nas câmaras de ar.Por estas razões são utilizados como isolamento térmico materiais porosos ou fibrosos, capazes de imobilizar o ar seco e confiná-lo no interior de células mais ou menos estanques. Ainda que na maioria dos casos o gás enclausurado seja ar comum, em isolantes de células fechadas (formados por bolhas não comunicantes entre si, como no caso do poliuretano projetado), o gás utilizado como agente espumante é o que fica finalmente enclausurado. Também é possível utilizar outras combinações de gases distintas, mas seu emprego é muito pouco extenso.

Há vários tipos de materiais sólidos que podem ser bons isolantes, isso depende da utilidade dada, a temperatura de trabalho, ao local de instalação entre outros. Podem-se utilizar como isolantes térmicos: lã de poliéster, produzida a partir de garrafas pet, lã de rocha, fibra de vidro, hidrossilicato de cálcio, manta de fibra cerâmica, perlita expandida, vidro celular, poliestireno expandido, poliestireno extrudado, espuma de poliuretano, aglomerados de cortiça, etc.

Deve-se observar sempre que não existe isolamento térmico perfeito, ou, em outras palavras, todo material ou estrutura constituída por alguma composição de materiais sempre conduz algum calor.

21. O isolamento térmico deve ser utilizado sobre ou sob a impermeabilização? Diferencie os sistemas.

Vantagens do isolamento térmico feito sobre a impermeabilização:

Tradicionalmente, quando se deseja isolar termicamente a laje de cobertura de uma

edificação, o isolamento é feito por baixo da impermeabilização.

Esta prática é fundamentada no fato de que os materiais isolantes absorvem água e assim

perdem parte do seu efeito isolante.

A colocação da membrana impermeável por cima do isolamento térmico acelera o processo

de deterioração dos materiais que compõem a membrana, pois sujeita-a a grandes variações

de temperatura. Por este motivo, estudiosos do assunto vêm-se preocupando com o problema.

No Simpósio sobre a Tecnologia das Coberturas, no National Bureau of Standards, U.S.A.,

em setembro de 1977, procurou-se demonstrar o erro do procedimento tradicional e provar as

vantagens da execução do "Sistema Invertido", no qual o isolamento térmico é feito por cima

da impermeabilização.

Influência da temperatura nos materiais de impermeabilização:

As membranas impermeáveis são constituídas geralmente de materiais orgânicos, entre os

quais o betume - asfáltico que, transformado em asfalto oxidado, é o produto predominante.

Há outros materiais à base de polímeros, como plásticos e borrachas sintéticas, que

fundamentalmente são Hidrocarbonetos.

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Os impermeabilizantes inorgânicos são rígidos e não satisfazem às exigências de uma

membrana impermeável. Os asfaltos e plásticos sofrem deterioração acentuada quando

expostos ao sol, (raios infra - vermelhos e ultra - violetas), ao oxigênio, ao ozônio e às

variações de temperatura.

Um estudo apresentado no referido simpósio mostra que a degradação química do asfalto tem

como causa principal a oxidação e aumenta exponencialmente com a elevação da temperatura

- duplicada em cada 10ºC (P. G. Campbeli - J.R. Wright - P. B. Bowman, em "The Effect of

Temperature and Humidity on the Oxidation of Air-Biown Asphalts", Materials Research and

Standards, Vol. 2, Nº 12, ASTM, December, 1962, pg. 988).

Variações de temperatura na membrana impermeável:

Através de desenhos mostraremos a seguir as curvas de temperatura das lajes

impermeabilizadas de formas diversas e submetidas ao sol de verão.

Neles, as diversas camadas estão assim representadas:

a) revestimento de proteção;

b) membrana impermeável;

c) laje de concreto;

d) isolamento térmico.

Membrana impermeável colocada diretamente sobre a laje:

Neste caso a temperatura da membrana estará próxima à da laje, que é boa condutora de calor,

pois o gradiente do lado externo para o lado interno será relativamente pequeno.

:

Isolamento térmico por baixo da membrana:

Quando o isolamento térmico é colocado por baixo da membrana impermeável a curva da

temperatura tomará o seguinte aspecto:

3.3. Isolamento térmico sobre a membrana

No caso da colocação invertida, com o isolamento térmico sobre a membrana impermeável, a

curva da temperatura ficará assim:

Avaliação

Uma análise das três condições acima descritas, baseadas em condições de temperatura

durante o verão, mostra que a membrana sobre o isolamento pode atingir 60 oC e, no caso

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inverso, somente 25 a 30 ºC. Sem o isolamento térmico a temperatura da membrana poderá

atingir 50 ºC.

Considerando o efeito negativo do calor sobre as membranas impermeáveis, a demonstração

acima é suficiente para provar a necessidade do isolamento térmico por cima da membrana.

Efeito da água sobre os materiais isolantes térmicos:

Os principais isolantes térmicos para emprego em laje de cobertura são.

- Espuma rígida de poliestireno extrudada;

- Espuma de cimento ou concreto celular;

- Poliestireno expandido a partir de pérolas (densidade mínima necessária 25kg/m3);

- Argila expandida.

A espuma rígida de poliestireno extrudada marca "Styrofoam" é o único material isolante que

não absorve água. todos os demais materiais absorvem uma certa quantidade de água.

A simples absorção de água não diminui significativamente o efeito isolante do material, mas

o seu congelamento, que ocorre geralmente em países de clima frio (temperaturas abaixo de 0

oC), constitui problema relevante, pois provoca o arrebentamento do mesmo.

No Brasil, a maior preocupação é com as temperaturas elevadas. Já ocorreram casos, no Rio

de Janeiro, em que o poliestireno expandido derreteu-se sob a ação do calor.

Para se obter um bom isolamento térmico, é necessário estudar cada caso e escolher o

material e a solução que proporcionem o desempenho desejado.

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BIBLIOGRAFIA

SOUZA, J.C.S.; MELHADO, S.B. Diretrizes para uma metodologia de projeto deimpermeabilização de pisos do pavimento tipo de edifícios. In: CongressoLatino-Americano Tecnologia e Gestão Na Produção de Edifícios: Soluções Para oTerceiro Milênio, 1998, São Paulo.

REFERÊNCIAS

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impermeabilizacao/ Acesso em 29 de maio de 2014.

PINI. Disponível em: http://equipedeobra.pini.com.br/construcao-reforma/44/conhecendo-os-

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2014.

PETROBRAS. Disponível em:

https://brseguro.br-petrobras.com.br/wps/portal/portalconteudo/produtos/asfalticos/

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