Trabalho Sujeito Ficcional
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Disciplina: Teoria da Literatura IProfessora: Nabil AraujoAluno: Carlos Alberto Matalinares Salas
Santos Luis Alberto Brandão e Oliveira, Silvana Pessoa de. Sujeito, tempo e espaços ficcionais. 1era edição. Martin Fontes. São Paulo. 2001
Capitulo I. Sujeitos ficcionais
1. Vozes do texto.Duas instancias básicas da linguagem verbal: ENUNCIAÇÃO: que é o ato produtor da linguagem verbal ou a ação de produzir enunciados, e ENUNCIADO: que é o resultado o produto da enunciação.
Existe uma segunda distinção por fazer: SUJEITO DA ENUNCIAÇÃO e SUJEITO DO ENUNCIADO, as quais devem ser analisadas em dois contextos: quando o texto produzido não tem caráter ficcional é possível identificar o sujeito da enunciação com a pessoa que produz o texto: o autor. O sujeito do enunciado é aquele que representa a ação, aquele quem o enunciado faz referencia.
Nos textos ficcionais não é possível fazer tal correspondência. Existem dois níveis de enunciação: um nível ficcional cujo sujeito é o narrador e outra não ficcional cujo sujeito é o autor.
Existem muitas vozes no texto, mas todas elas são articuladas em conjunto por a voz do autor.
2. O olhar da narrativa.O narrador como enunciador de um discurso através de um ponto de vista. As teorias que refletem sobre o narrador de textos ficcionais destacam o relacionamento do narrador com as coisas e sua presença delimitando o campo perceptivo ao imprimir sua subjetividade na matéria narrada.
Associam-se duas classificações, a de Jean Pouillon sobre “visões da narrativa” e a de Gerard Genette sobre relação narrador - historia narrada. Gerando 3 tipos:
a) visão por detrás: é a visão do narrador onisciente que sabe tudo sobre os personagens. A esta visão corresponde o narrador heterodiegético, aquele que relata uma historia que não integra como personagem. As historias são narradas em terceira pessoa.
b) visão com: aquelas historias onde existe um narrador personagem que conhece o finge conhecer os personagens. A esta classificação corresponde o narrador autodiegético ou seja aquele que relata suas experiências como personagem central da obra.
c) visão de fora: aquele narrador que finge saber menos que os personagens. Descreve a ação dos personagens desde uma perspectiva distanciada evitando um
analise de juízo explicito. Corresponde o narrador homodiegético porque retira de uma historia da qual é personagem as informações que precisa para construir seu relato.
Todorov descarta a classificação por visões do narrador partindo que nenhuma existe em estado puro. Substitui a idéia da unidade de visão pela de variação dos modos e graus de intervenção no texto.
3. Autor, texto, leitor.
Biografismo: predomina o papel do autor desde o ponto de vista biográfico. Faz-se indispensável que antes de falar da obra se fale de quem a produziu. Tratava-se de encontrar a verdade da obra e para isso buscava-se suas causas na biografia do autor. Predominou até finais do século XIX.
Formalismo: predominam os textos. Acredita-se na autonomia dos textos. Não é importante o que o autor quis dizer senão o que o texto diz.
Imanentismo: na década dos 50s se radicaliza a idéia do formalismo com o decreto da morte do autor. A verdade não se encontra na intenção autoral e sem na estrutura da obra.
Importância do leitor como criador: implica o abandono da idéia de verdade única do texto, e se fala de verdades múltiples, as quais dependem do leitor e como a obra seja lida por ele. A sobre valoração do leitor pode gerar o risco de se pensar na obra como mera projeção da subjetividade de quem lê. Esse raciocínio não leva em conta o fato de que os textos atuam como estimulo a capacidade associativa do leitor, é dizer o texto ativa o leitor. Horizonte de leitura: a leitura como ação coletiva de uma sociedade. Deve ser ter em conta que todos nós compartilhamos formas de atribuir sentido ao mundo e ais textos por estar inseridos dentro de uma cultura.
O papel do autor: não no sentido biográfico, senão como um fato literário. Todo texto possui certa forma de arranjo e organização da linguagem que pode remitir a uma unidade de concepção. É dizer o autor se expressa através da obra.
A imagem do autor: o autor no desempenho de seu papel de escritor através da mídia.
4. Narrar-seToda referencia que o sujeito (o narrador) faz de si mesmo no texto, produz dissociação. Ao falar de si, ao pensar sobre si, ao escrever sobre si o sujeito se multiplica, é dizer perde sua unidade dentro do texto criando uma imagem de si mesmo.
5. Você leitorNarratário designa o sujeito para quem se narra, a quem se dirige o texto. Ele é resultado da ficcionalização do leitas sociedades produzem.or.
6. Idéias de pessoaUm personagem de ficção pode nos parecer mais o menos convincente, mais o menos semelhante aos seres que encontramos no mundo real. Isso indica que tendemos a perceber-la usando como molde nossa percepção de pessoa.Pode-se afirmar que a idéia de pessoa é uma construção social, e que, portanto, varia historicamente, manifestando-se de modo distinto em cada sociedade.A idéia de pessoa depende por tanto do imaginário social. Se cada sociedade veicula uma idéia diferente de pessoa, é de se esperar que tal diversidade se expresse nos textos que as sociedades produzem.
7. Máscaras em rotação.
Fernando Pessoa com a criação de autores, expressa a complexidade de reflexionar sobre a unidade do sujeito - autor. Ele utiliza a heteronímia na criação de autores fictícios com personalidade.
8. Seres de papel.
a literatura contemporânea tende a explorar o fato de que a personagem literária é um produto puramente verbal, um ser de papel a quem o narrador pode brincar de conceder autonomia.
9. Imagens do narrador.
a) O narrador da tradição oral.
Dois tipos de narradores: aquele que viaja e por isso tem muito que contar e o camponês sedentário que organiza sua experiência em forma de relatos e a transmite para a as gerações futuras.
b) O narrador – editor
Um dos papeis do editor é ser responsável pela organização de certo numero de textos, expondo as razões da publicação desse material em um prólogo. Outras vezes o editor declara reproduzir escrupulosamente um manuscrito encontrado em algum recanto perdido ou recebido em confiança, também é comum o editor recolher um relato oral.
c) O narrador pesquisador –detetive
Apresenta um narrador como detetive, recolhendo pistas a fim de desvendar mistérios.
d) O narrador copista
o copista é aquele que lê e escreve ao mesmo tempo. Ele reelabora os textos acrescentando seu discurso ao discurso alheio, com o qual queda modificado.