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Código Nome dos Autores/Co- autores/Orientador Tipo de trabalho Título do trabalho Palavras- Chave (3 a 5 palavras) Resumo C01002 Maria Aparecida Rita Moreira Comunicação Oral A presença negra na literatura brasileira: refletindo sobre adjetivação e critérios literatura negra, Lei nº 10.639, textos literários O artigo 26-A da LDB, parágrafo 2º apresenta a literatura como espaço de ensino da história e da cultura afro-brasileira. Essa alteração, datada de 2003, não serve de marco para que se pense uma literatura afro-brasileira; é possível encontrar muitas pesquisas sobre a presença do negro na literatura brasileira anteriores a essa Lei. É importante ressaltar que ao longo dos anos a literatura brasileira ganha diferentes contornos, diferentes autores se posicionam sobre sua adjetivação. No que se refere a textos literários de e sobre os negros, diversas nomenclaturas emergiram: literatura negra, literatura afro-brasileira, literatura afrodescendente e, Cuti (2011) ainda acrescenta, literatura negro- brasileira. Percebe-se, também, que diferentes critérios foram pontuados para identificar a literatura afro-brasileira: temática, ritmo, autoria, entre outros. Duarte (2011) apresenta cinco identificadores: temática, autoria, ponto de vista, linguagem e público alvo. Nesse sentido, este estudo pretende refletir sobre a adjetivação da literatura brasileira em textos que abordam a presença negra e os critérios que a caracterizam. Pensar uma literatura “negro-brasileira” (Cuti, 2011) e os parâmetros que auxiliam em sua construção pode ser um dos caminhos para que escritoras negras e escritores negros saiam do anonimato e se consolidem como escritoras e escritores brasileiros. C01003 Eliane Santana Dias Debus e Co-autora: Tatiana Valentin Mina Bernardes Orientadora: Eliane Santana Dias Debus Comunicação Oral A PRODUÇÃO LITERÁRIA DE ROGÉRIO ANDRADE BARBOSA PARA CRIANÇAS E JOVENS E A TEMÁTICA AFRICANA E FRO- BRASILEIRA Literatura Infantil e Juvenil. Temática africana e afro- brasileira. (Re) contos. A presente comunicação apresenta a pesquisa realizada coletivamente no ano de 2015/2016 pelos membros do Literalise - Grupo de Pesquisa sobre Literatura Infantil e Juvenil e Práticas de Mediação Literária em Educação Básica e Superior, do Centro de Ciências da Educação (CED), da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) sobre a produção literária para infância e juventude do escritor brasileiro Rogério Andrade Barbosa, em particular aquela que tematiza a cultura africana e afro-brasileira. O primeiro passo da pesquisa se deu com o levantamento dos livros publicados pelo autor, seguido da leitura, apreciação e resenha dos títulos, culminando com um encontro de formação com o autor, momento que possibilitou a realização de uma entrevista, oficina de contação de história e o compartilhamento das suas viagens e experiências. A análise e o estudo dos livros centraram-se na reflexão sobre as contribuições significativas que a produção literária do autor proporciona para a formação literária do leitor, e para a valorização e compreensão acerca das diferenças entre as pessoas e a diversidade étnico-racial, social e cultural presentes nas sociedades. Para auxiliar o estudo, consultou-se a legislação específica (Leis nº 10.639/2003 e nº 11645/2008), e as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico-Raciais e para o Ensino de História e Cultura Afro- Brasileira e Africana (2004). Como resultado, efetivou-se a resenha de 75 títulos, bem como entrevista e registro da formação realizada por ele junto ao Grupo que será publicizada em livro eletrônico ainda no ano de 2017. Constata-se que mapeamentos como estes, além de propiciarem a visualização do que se tem publicado sobre o tema, contribui para a formação de leitores mais críticos sobre a realidade que nos circunda. C01004 G Patrícia Adriane Elias Pisani (Autora - estudante de pós- graduação em Tecnologia) Profª Drª Marinês Ribeiro dos Santos (Co-autora - Professora Orientadora) Comunicação Oral CABELO E FEMINILIDADE S NEGRAS: UM ESTUDO DAS NARRATIVAS NA LITERATURA INFANTO- JUVENIL cabelo, gênero, raça, cultura material e literatura afro- brasileira. Este artigo apresenta as premissas de uma pesquisa em andamento sobre as articulações entre tecnologias de gênero e raça e narrativas sobre cabelos e feminilidades negras no âmbito da cultura material. Livros de literatura infanto-juvenil que apresentam meninas negras como protagonistas foram selecionados como artefatos a serem analisados, considerando-se que os mesmos materializam o conhecimento elaborado envolvendo assimetrias, estereotipias e resistências acerca da temática abordada na pesquisa. As narrativas apresentadas nos livros serão problematizadas levando-se em conta o contexto da produção literária afro-brasileira atual, influenciada pela lei nº 10.639/2003 e pelas políticas públicas resultantes da militância dos movimentos sociais negros, as especificidades da diáspora negra no Brasil e as reflexões epistemológicas quanto às tecnologias de gênero e raça. Os contos de matriz africana, nos quais a oralidade e a ancestralidade são de extrema relevância e as práticas sociais que permeiam sua mediação servirão como importante referencial de análise quanto às praticas discursivas empregadas nos livros estudados. O cabelo, entendido como elemento de constituição étnica para as feminilidades negras, será estudado como elemento simbólico que concede sentido à expressão de pertencimento racial. Nessa perspectiva, os tensionamentos entre as reflexões sobre o cabelo e a presença feminina negra nas narrativas, dar-se-ão por uma abordagem que investiga não apenas como a linguagem e a representação produzem sentido, mas como o conhecimento elaborado na literatura infanto-juvenil afro-brasileira descreve relações de poder, regula condutas, inventa ou constrói identidades e subjetividades e define o modo pelo qual estas narrativas são representadas, concebidas, experimentadas e analisadas. Pretende-se problematizar os processos de mediação destas formas discursivas, analisar os significados compartilhados, identificar categorias de representação e averiguar a influência destas assimetrias na reprodução ou superação de estereótipos das feminilidades negras. C01005 G IVANA BEATRIZ DOS SANTOS - AUTORAMARLI DE OLIVEIRA COSTA- ORIENTADORA Comunicação Oral EDUCAÇÃO, INFÂNCIA E LITERATURA: MENINAS NEGRAS E EXPERIÊNCIAS DE LEITURAS - EMEIEF OSWALDO HULSE, CRICIÚMA- SC Educação, Relações Raciais , Infância,Leitura. Este trabalho é o resultado parcial da pesquisa de mestrado que está vinculada ao Programa de Pós-Graduação em Educação – PPGE da Universidade do Extremo Sul Catarinense – UNESC, intitulada “Educação, infância e literatura: meninas negras e experiências de leituras EMEIEF Oswaldo Hulse, Criciúma- SC. É um estudo sobre crianças e com crianças. A investigação procura mostrar escolhas, sentimentos e reflexões diante de literatura específica oferecida pela EMEIEF Oswaldo Hulse, na cidade de Criciúma em Santa Catarina, para 6 meninas do 3º ano do Ensino Fundamental dos Anos Iniciais e que possuem como particularidade pertencer a identidade afro-brasileira. Como metodologia utiliza-se o Espaço de Narrativas, por compreender que as crianças são sujeitos de cultura. A ação pedagógica é apresentação e apreciação de algumas obras literárias utilizadas enviadas pelo Programa Nacional Biblioteca da Escola- PNBE que focam questões étnico-raciais associados à população negra. O motivo desse estudo deu-se porque a pesquisadora percebeu que o trabalho com alguns livros literários que chegam às escolas e abordam a questão África e a identidade afro-brasileira não fazem parte das práticas pedagógicas das professoras da referida escola.Como categorias de análise utiliza-se: infância e criança; leitura e literatura; educação e relações –étnico-raciais. Até o momento foi necessário revisitar os estudos em torno da educação dos/as negros/as no Brasil, discutindo o conceito de identidade. Os conceitos de leitura e literatura, evidenciando a história da literatura infantil. Realizou-se também um breve estudo acerca das críticas sobre as obras escolhidas quais sejam: “O cabelo de Lelê” de autoria de Valéria Belém; “Menina Bonita do Laço de Fita” de Ana Maria Machado; “Omo-Oba, histórias de princesas”, de Kiusam de Oliveira; e “Ana e Ana” da escritora Célia Cristina Silva.Palavras-chave: Educação, Relações Raciais , Infância,Leitura. Código EIXO 1: Literatura e demais produtos culturais para infância e juventude e a diversidade étnico-racial III COPENE SUL 2017 VERDE = GRATUIDADE CONCEDIDA 1 Versão: 01 de julho de 2017

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Código Nome dos Autores/Co-autores/Orientador

Tipo de trabalho

Título do trabalho

Palavras-Chave (3 a 5

palavras)Resumo

C01002 Maria Aparecida Rita Moreira

Comunicação Oral

A presença negra na literatura brasileira:

refletindo sobre adjetivação e

critérios

literatura negra, Lei nº 10.639, textos literários

O artigo 26-A da LDB, parágrafo 2º apresenta a literatura como espaço de ensino da história e da cultura afro-brasileira. Essa alteração, datada de 2003, não serve de marco para que se pense uma literatura afro-brasileira; é possível encontrar muitas pesquisas sobre a presença do negro na literatura brasileira anteriores a essa Lei. É importante ressaltar que ao longo dos anos a literatura brasileira ganha diferentes contornos, diferentes autores se posicionam sobre sua adjetivação. No que se refere a textos literários de e sobre os negros, diversas nomenclaturas emergiram: literatura negra, literatura afro-brasileira, literatura afrodescendente e, Cuti (2011) ainda acrescenta, literatura negro-brasileira. Percebe-se, também, que diferentes critérios foram pontuados para identificar a literatura afro-brasileira: temática, ritmo, autoria, entre outros. Duarte (2011) apresenta cinco identificadores: temática, autoria, ponto de vista, linguagem e público alvo. Nesse sentido, este estudo pretende refletir sobre a adjetivação da literatura brasileira em textos que abordam a presença negra e os critérios que a caracterizam. Pensar uma literatura “negro-brasileira” (Cuti, 2011) e os parâmetros que auxiliam em sua construção pode ser um dos caminhos para que escritoras negras e escritores negros saiam do anonimato e se consolidem como escritoras e escritores brasileiros.

C01003

Eliane Santana Dias Debus e Co-autora:

Tatiana Valentin Mina Bernardes Orientadora: Eliane Santana Dias

Debus

Comunicação Oral

A PRODUÇÃO LITERÁRIA DE

ROGÉRIO ANDRADE

BARBOSA PARA CRIANÇAS E JOVENS E A TEMÁTICA

AFRICANA E FRO-

BRASILEIRA

Literatura Infantil e Juvenil. Temática

africana e afro-brasileira. (Re)

contos.

A presente comunicação apresenta a pesquisa realizada coletivamente no ano de 2015/2016 pelos membros do Literalise - Grupo de Pesquisa sobre Literatura Infantil e Juvenil e Práticas de Mediação Literária em Educação Básica e Superior, do Centro de Ciências da Educação (CED), da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) sobre a produção literária para infância e juventude do escritor brasileiro Rogério Andrade Barbosa, em particular aquela que tematiza a cultura africana e afro-brasileira. O primeiro passo da pesquisa se deu com o levantamento dos livros publicados pelo autor, seguido da leitura, apreciação e resenha dos títulos, culminando com um encontro de formação com o autor, momento que possibilitou a realização de uma entrevista, oficina de contação de história e o compartilhamento das suas viagens e experiências. A análise e o estudo dos livros centraram-se na reflexão sobre as contribuições significativas que a produção literária do autor proporciona para a formação literária do leitor, e para a valorização e compreensão acerca das diferenças entre as pessoas e a diversidade étnico-racial, social e cultural presentes nas sociedades. Para auxiliar o estudo, consultou-se a legislação específica (Leis nº 10.639/2003 e nº 11645/2008), e as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico-Raciais e para o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana (2004). Como resultado, efetivou-se a resenha de 75 títulos, bem como entrevista e registro da formação realizada por ele junto ao Grupo que será publicizada em livro eletrônico ainda no ano de 2017. Constata-se que mapeamentos como estes, além de propiciarem a visualização do que se tem publicado sobre o tema, contribui para a formação de leitores mais críticos sobre a realidade que nos circunda.

C01004G

Patrícia Adriane Elias Pisani (Autora -

estudante de pós-graduação em

Tecnologia) Profª Drª Marinês Ribeiro dos Santos (Co-autora -

Professora Orientadora)

Comunicação Oral

CABELO E FEMINILIDADES NEGRAS: UM ESTUDO DAS NARRATIVAS

NA LITERATURA

INFANTO-JUVENIL

cabelo, gênero, raça, cultura

material e literatura afro-

brasileira.

Este artigo apresenta as premissas de uma pesquisa em andamento sobre as articulações entre tecnologias de gênero e raça e narrativas sobre cabelos e feminilidades negras no âmbito da cultura material. Livros de literatura infanto-juvenil que apresentam meninas negras como protagonistas foram selecionados como artefatos a serem analisados, considerando-se que os mesmos materializam o conhecimento elaborado envolvendo assimetrias, estereotipias e resistências acerca da temática abordada na pesquisa. As narrativas apresentadas nos livros serão problematizadas levando-se em conta o contexto da produção literária afro-brasileira atual, influenciada pela lei nº 10.639/2003 e pelas políticas públicas resultantes da militância dos movimentos sociais negros, as especificidades da diáspora negra no Brasil e as reflexões epistemológicas quanto às tecnologias de gênero e raça. Os contos de matriz africana, nos quais a oralidade e a ancestralidade são de extrema relevância e as práticas sociais que permeiam sua mediação servirão como importante referencial de análise quanto às praticas discursivas empregadas nos livros estudados. O cabelo, entendido como elemento de constituição étnica para as feminilidades negras, será estudado como elemento simbólico que concede sentido à expressão de pertencimento racial. Nessa perspectiva, os tensionamentos entre as reflexões sobre o cabelo e a presença feminina negra nas narrativas, dar-se-ão por uma abordagem que investiga não apenas como a linguagem e a representação produzem sentido, mas como o conhecimento elaborado na literatura infanto-juvenil afro-brasileira descreve relações de poder, regula condutas, inventa ou constrói identidades e subjetividades e define o modo pelo qual estas narrativas são representadas, concebidas, experimentadas e analisadas. Pretende-se problematizar os processos de mediação destas formas discursivas, analisar os significados compartilhados, identificar categorias de representação e averiguar a influência destas assimetrias na reprodução ou superação de estereótipos das feminilidades negras.

C01005G

IVANA BEATRIZ DOS SANTOS -

AUTORAMARLI DE OLIVEIRA COSTA-

ORIENTADORA

Comunicação Oral

EDUCAÇÃO, INFÂNCIA E

LITERATURA: MENINAS NEGRAS E

EXPERIÊNCIAS DE LEITURAS -

EMEIEF OSWALDO

HULSE, CRICIÚMA- SC

Educação, Relações Raciais ,

Infância,Leitura.

Este trabalho é o resultado parcial da pesquisa de mestrado que está vinculada ao Programa de Pós-Graduação em Educação – PPGE da Universidade do Extremo Sul Catarinense – UNESC, intitulada “Educação, infância e literatura: meninas negras e experiências de leituras EMEIEF Oswaldo Hulse, Criciúma- SC. É um estudo sobre crianças e com crianças. A investigação procura mostrar escolhas, sentimentos e reflexões diante de literatura específica oferecida pela EMEIEF Oswaldo Hulse, na cidade de Criciúma em Santa Catarina, para 6 meninas do 3º ano do Ensino Fundamental dos Anos Iniciais e que possuem como particularidade pertencer a identidade afro-brasileira. Como metodologia utiliza-se o Espaço de Narrativas, por compreender que as crianças são sujeitos de cultura. A ação pedagógica é apresentação e apreciação de algumas obras literárias utilizadas enviadas pelo Programa Nacional Biblioteca da Escola- PNBE que focam questões étnico-raciais associados à população negra. O motivo desse estudo deu-se porque a pesquisadora percebeu que o trabalho com alguns livros literários que chegam às escolas e abordam a questão África e a identidade afro-brasileira não fazem parte das práticas pedagógicas das professoras da referida escola.Como categorias de análise utiliza-se: infância e criança; leitura e literatura; educação e relações –étnico-raciais. Até o momento foi necessário revisitar os estudos em torno da educação dos/as negros/as no Brasil, discutindo o conceito de identidade. Os conceitos de leitura e literatura, evidenciando a história da literatura infantil. Realizou-se também um breve estudo acerca das críticas sobre as obras escolhidas quais sejam: “O cabelo de Lelê” de autoria de Valéria Belém; “Menina Bonita do Laço de Fita” de Ana Maria Machado; “Omo-Oba, histórias de princesas”, de Kiusam de Oliveira; e “Ana e Ana” da escritora Célia Cristina Silva.Palavras-chave: Educação, Relações Raciais , Infância,Leitura.

Código

EIXO 1: Literatura e demais produtos culturais para infância e juventude e a diversidade étnico-racial III COPENE SUL 2017

VERDE = GRATUIDADE CONCEDIDA �1 Versão: 01 de julho de 2017

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C01006G

Sara da Silva Pereira e Vanessa de Senia Carneiro Monteiro

Comunicação Oral

Fruição e magia: do silenciamento

à visibilidade negra na leitura

de livros de Literatura Afro-

brasileira na Educação

Infantil

Educação Infantil.

Literatura Infantil.

Literatura Afro-brasileira e Africana.

O presente trabalho retrata um projeto institucional desenvolvido pelo Centro Municipal de Educação Infantil Flor-de-Lis, em São José dos Pinhais, Paraná, tendo como foco central a Literatura Afro-brasileira e Africana no contexto da Educação Infantil. Por ter sido inaugurada há pouco tempo, a Unidade apresentava poucos materiais de leitura e o trabalho com a literatura ficava atrelado a condições de melhoria do acervo. A Literatura Afro-brasileira e Africana não era considerada, uma vez que não havia nenhum livro com esta temática. Procurando atender esta demanda, o projeto foi idealizado como forma de se garantir o estímulo à formação do leitor, o conhecimento e o contato das crianças com outras culturas, o respeito à diversidade e o desenvolvimento do interesse pela leitura literária, através do acesso à temática da cultura africana e afro-brasileira. Autores como REYES (2010), FONSECA (2012), ROSEMBERG (1985), DEBUS (2007), SOUSA (2001), SILVA (2015) contribuem amplamente com a fundamentação teórica da proposta realizada pela instituição. A metodologia utilizada para o desenvolvimento do mesmo foi a leitura e contação de histórias para crianças e adultos, a instrumentalização do corpo docente para continuidade do trabalho em sala de aula e a divulgação para a comunidade. O projeto ainda está em andamento, mas já mostra resultados profícuos, uma vez que o acervo da Unidade foi ampliado, contemplando a Literatura Afro-brasileira e Africana. Outro resultado positivo pode ser comprovado tanto pela riqueza das representações infantis quanto pela devolutiva dos demais envolvidos, que se materializa em forma de registros realizados através de imagens e textos, passando a compor o acervo documental da Unidade. A Literatura Afro-brasileira e Africana além de estímulo à formação de leitores propicia fruição, encantamento e magia na Educação infantil.

C01007Leandro Passos - autor

e orientador da comunicação oral.Luana

Passos - co-autor.

Comunicação Oral

Imagens mítico simbólicas que

narram: Literatura infanto

juvenil afro-brasileira

Lei 10.639/03. Literatura afro-

brasileira. Relações

étnico-raciais

A mudança nos artigos 26-A e 79-B da Lei 9394/96, Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), pela Lei 10.639/03 juntamente a Resolução CNE/CP 1/2004 - definidora das Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico-Raciais e para o Ensino de História e Cultura Afro-brasileira e Africana, formam, acrescidos do Parecer CNE/CP 3/2004, dispositivos legais no investimento para a afirmação da diversidade cultural e para a efetivação de uma Educação das Relações Étnico-Raciais, bem como são políticas de ação afirmativas em diferentes níveis e modalidades do sistema educacional brasileiro. No Brasil, são grandes os desafios lançados ao campo educacional e as instituições educacionais possuem um papel relevante na construção de uma sociedade mais justa e igual. Insere-se, nesta missão formativa, despertar o senso crítico de seus alunos, oportunizando lhes condições concretas para o exercício pleno de sua cidadania, num mundo globalizado, plural e em constante transformação. Na perspectiva da Lei Federal 10.639/03, a pesquisa intitulada A figura da sereia nos mitos, nas lendas e nos contos maravilhosos: um estudo étnico-racial, desenvolvida no período de agosto de 2015 a julho de 2016, teve como plano de trabalho a análise realizada por uma bolsista do Ensino Médio Técnico Integrado, conforme Edital 002/2015 PROPI Pró Reitoria de Pesquisa e Inovação/IFMS-CNPq, denominada “Estudos da sereia na modernidade”. A presente pesquisa, além de se voltar aos estudos daquelas narrativas, objetivou a divulgação das culturas afro-brasileiras e indígenas no Instituto Federal de Corumbá MS. A ação teve, como objetivo, o estudo da personagem sereia em diversos gêneros e tipologias textuais: narrativas de ficção, histórias em quadrinhos, texto publicitário, cinema, canção etc. A escolha desta personagem justificou-se pela sua presença nas diferentes culturas: europeia (branca), africana (negra) e americana (indígena). Para esta comunicação, entretanto, privilegiaremos os textos literários infanto-juvenil africanos e afro-brasileiros, destacando a relação texto verbal e imagem/ilustração. Sabe-se que o texto literário infanto-juvenil, além de se configurar de maneira lúdica, o que ressalta a poética da linguagem, traz, juntamente, o texto visual que, muitas vezes, torna-se o próprio elemento e estrutura da narrativa ou do poema. Logo, a imagem não apenas ilustra o conteúdo das obras, mas também torna-se o narrador, se o texto se faz prosa, ou o eu lírico, se o texto se realiza como poema. A ilustração, desta forma, é o resultado da soma de diversos códigos e intenções, como o desenho, a fala das personagens, o clímax e o desfecho narrativo, a estruturação dos versos e das estrofes etc. Segundo Corrêa (2008), em “Qualidade estética em obras para crianças”, a ilustração é uma das marcas que, simultaneamente, auxilia a distinguir o livro para adultos do livro para crianças e jovens. Há, pois, certa interação de maneira que o todo não é a soma das partes, mas, sim, uma configuração tomada em determinado momento da relação leitor, livro, na qual a imagem não é mais uma mera representação explicativa do texto escrito, uma vez que amplia as possibilidades significativas do verbal, enriquecendo-o significativamente.

Nome dos Autores/Co-autores/Orientador

Tipo de trabalho

Título do trabalho

Palavras-Chave (3 a 5

palavras)ResumoCódigo

EIXO 1: Literatura e demais produtos culturais para infância e juventude e a diversidade étnico-racial III COPENE SUL 2017

VERDE = GRATUIDADE CONCEDIDA �2 Versão: 01 de julho de 2017

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C01008G

CHAGAS, Jéssica Vicência das - Docente de Língua Portuguesa da

SED/SC e membro do Grupo de Estudos e

Pesquisa em Formação Cultural e Sociedade – GEFOCS do Programa de Pós-Graduação em

Educação da UNESC.SILVA, Alex

Sander da - Docente/Pesquisador do

Programa de Pós-Graduação em Educação

da Universidade do Extremo Sul Catarinense

– UNESC, líder do GEFOCS.

Comunicação Oral

NARRATIVA AUTOBIOGRÁFI

CA COMO POTENCIAL

FORMATIVO NA CULTURA NEGRA

Literatura Autobiográfica;

Formação Identitária;

Experiência; Memória Coletiva.

Este trabalho pretende analisar a narrativa autobiográfica e questões étnico-raciais em Doze anos de escravidão, a obra foi escrita por SolomonNorthup, um homem livre que foi escravizado. Buscar-se-á explicitar como a autobiografia pode contribuir nos estudos sobre as relações étnico-raciais. Bem como, pensar em que sentido a literatura autobiográfica negra pode auxiliar na formação da cultura negra. Considerando que as questões étnico-raciais estão diretamente ligadas à educação, sobretudo, a partir da lei 10.639/03 que consistiu na obrigatoriedade do ensino da história e cultura afro-brasileira e africana nas escolas, cabe a nós, professores, orientarmos formas de trabalhar essas questões como nossos alunos, gerando uma reflexão possível sobre a construção da própria identidade, a história e a cultura brasileira.Isto posto, a proposta do artigo é aproveitar a questão da obrigatoriedade do ensino da história e cultura da comunidade negra nos núcleos de educação básica e de ensino superior, a fim de articular o conhecimento e a valorização de histórias afro-descendentes no contexto da formação escolar. Parte-se então, do pressuposto de que se tomarmos os materiais literários disponíveis que se aproximam do tema das relações étnico-raciais podemos produzir reflexões sobre a necessidade da promoção da igualdade racial no ambiente escolar. Desse modo, estabeleceu-se como ponto de partida do artigo a aproximação entre a Literatura autobiográfica e as questões étnico-raciais.Em um primeiro momento faremos uma exposição dos principais pontos da obra escolhida como campo de análise. Em seguida, trataremos da literatura autobiográfica, mais especificamente, de passagens da obra Doze Anos de Escravidão.

C01010Renan Fagundes de Souza e Ione da Silva Jovino (orientadora)

Comunicação Oral

OLUBAJÉ: APRENDENDO E ENSINANDO

AS AFRICANIDADES – OLHARES

APÓS A ELABORAÇÃO DE UM CURSO DE EXTENSÃO

Africanidades; Formação de

professores/as; Curso de extensão;

Este trabalho tem como objetivo problematizar um curso de extensão intitulado Olubajé: aprendendo e ensinando africanidades, ministrado para professoras da rede municipal de ensino, na cidade de Ponta Grossa, Paraná. O curso contava com 80h divididas entre os encontros presenciais, as atividades de planejamento de um projeto de intervenção e o desenvolvimento da implementação de atividades nas escolas municipais de ensino fundamental I e (EMEF) centros municipais de educação infantil (CMEI) e foi realizado a partir de uma parceria entre a Secretaria Municipal de Educação de Ponta Grossa e o Núcleo de Relações étnico-raciais, gênero e sexualidade da UEPG. O curso foi dividido em 6 módulos, sendo 3 deles temáticos: literatura, presença negra no Paraná e brinquedos, brincadeiras e ludicidade afro-brasileira. Os outros 3 tratavam das discussão e acompanhamento das atividades de implementação do projeto na escola finalizando com um seminários para apresentação de atividades e produtos do projeto . Os princípios teórico-metodológicos foram pensando a partir das africanidades. Do ponto de vista teórico e metodológico compreendemos por africanidades, as heranças das culturas brasileiras que possuem as suas origens nas culturas africanas, como observa Silva (2005), entre outros. No Brasil, africanidades tem sido utilizada como uma categoria “que compreende e se compreende a partir do mundo cultural africano diaspórico na superação do racismo e na produção de uma nova regra de justiça social e felicidade subjetiva” (OLIVEIRA, 2014, p.31). Enquanto princípio teórico-metodológico implica e indica escolhas, posturas, procedimentos, ética, cosmovisão. Nesta apresentação, daremos prioridade para a discussão do processo de construção e desenvolvimento do curso, bem como para a reflexão sobre alguns produtos apresentados e desdobramentos que surgiram dessa parceria.

C01011Josiane Andrade e

Sanciaray Yarha Silva da Rosa e Lucimar Rosa

Dias

Comunicação Oral

Uma oficina de literatura Afro-

brasileira e seus impactos na prática de

professoras.

Formação Continuada –

Relações Étnico-Raciais -

Literatura Infantil

O objetivo desta comunicação é apresentar uma pesquisa em andamento sobre as práticas realizadas por professoras da educação infantil e anos iniciais do ensino fundamental com tema: literatura afro-brasileira, que foi trabalhado na modalidade oficina durante o curso de extensão: Diversidade étnico-racial: formação de professores, investigação e práticas realizado em parceria com a Secretaria de Educação do Munícipio da Lapa durante o ano de 2016/2017. A intenção foi identificar quais foram os livros escolhidos e se as escolhas literárias das professoras correspondiam a perspectiva trabalhada no curso que apontava a necessidade de apresentar às crianças livros nos quais a história e cultura afro-brasileira eram consideradas positivamente. Dessa forma, o estudo em andamento observar-se-á os efeitos desse trabalho no contexto educacional, uma vez que se faz necessário romper com discursos e representações discriminatórias, sobretudo no ambiente escolar que ainda reforça um panorama de branquitude normativa e enaltecimento das características europeias, e assim trazer novos cenários que valorizem a diversidade étnico-racial contribuindo para a construção de uma educação multicultural, bem como colaborar com a implementação da Lei 10.639/2003. Pois, há que ressaltar que o racismo e a falta de formação dificultam a educação de temas étnico-raciais nas escolas. Para tanto, utilizou-se a metodologia de análise de conteúdo de Bardin (1977), foram caracterizados os materiais recebidos, lidos os relatórios, separados aqueles que faziam alusão a literatura e posteriormente estes foram analisados à luz da produção acadêmica sobre literatura e relações raciais. Podemos concluir a partir dos dados analisados até o momento que as professoras selecionaram livros que contempla o protagonismo negro.

Nome dos Autores/Co-autores/Orientador

Tipo de trabalho

Título do trabalho

Palavras-Chave (3 a 5

palavras)ResumoCódigo

EIXO 1: Literatura e demais produtos culturais para infância e juventude e a diversidade étnico-racial III COPENE SUL 2017

VERDE = GRATUIDADE CONCEDIDA �3 Versão: 01 de julho de 2017

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C01013G

Ana Paula Freitas dos Santos e Priscila Bastos -

tutoraComunicação

Oral

Carolina Maria de Jesus e a “refavela”: a

literatura periférica no currículo e a cultura afro-

brasileira na sala de aula,

Identidade e pertencimento.

Ana Paula Freitas dos

Santos

Afrobetização. Carolina Maria

de Jesus.

O presente trabalho relata a realização de uma intervenção pedagógica realizada junto a uma turma de Ensino Médio de uma escola pública estadual do município de Porto Alegre, cuja temática foi a discussão sobre os conceitos de raça, etnia e empoderamento a partir de estudos acerca da escritora negra Carolina Maria de Jesus no currículo regular da disciplina de Literatura. A intervenção foi desencadeada tendo como base as proposições do Curso de Aperfeiçoamento UNIAFRO: Política de Promoção da Igualdade Racial na Escola – 3ª ed., oferecido pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) através do Centro de Formação de Professores (FORPROF) no segundo semestre do ano de 2016. Tomando como base os estudos de LOVORATI (2014), SANTOS (2012), dentre outros, procuramos compreender a potencialidade da ERER, para a implementação de um currículo de Literatura Brasileira que situe de modo protagonista e positivado a contribuição dos escritores/as negros nos diferentes períodos literários. Ao trabalhar especificamente a escritora Carolina de Jesus, e sua biografia, possibilitou-se aos alunos a construção de autobiografias e auto retratos onde suas histórias de vida foram valorizadas e determinantes para que eles pudessem experimentar um verdadeiro empoderamento.

P01001G

Aluno Alison Professora Rosa Maria Pereira

cortinazPôster

A Inserção da literatura afro brasileira no projeto toque

melanina

GEER toque de melanina,literat

ura afro-brasileira, lei

número 10.639

O grupo de estudo Toque de Melanina é formado por professores(as) e alunos(as) de uma escola pública do estado de Santa Catarina. O grupo se encontra semanalmente no intuito de dar visibilidade à Lei nº 10.639/2003 e as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico-Raciais (ERER) e para o Ensino de História e Cultura Afro- Brasileira e Africana. Para dar conta de combater o racismo dentro e fora do espaço escolar, o grupo estabeleceu como objetivo principal estudar e socializar a cultura afro-brasileira e africana, desmistificando estereótipos e buscando desconstruir a visão única (etnocêntrica) da história. Este pôster pretende apresentar as atividades do grupo, realizadas em reuniões do primeiro semestre de 2016, que tiveram como tema principal o levantamento de escritore(a)s afro-brasileiro)a)s. Nesse período, os participantes estudaram Machado de Assis, Lima Barreto, Solano Trindade, Cruz e Sousa e Maria Firmina dos Reis, analisando a biografia e algumas obras desses autores. Essa atividade resultou no (re)conhecimento do racismo velado que invisibillizou esses escritores e na percepção da importância deles dentro da nossa literatura.

P01002

Autora: LIMA, Kassia N. Montani de (UEPG)Co-

autora: CLARINDO, Paola C. Ditzel

(UEPG)Orientadora: JOVINO, Ione da Silva

(UEPG)

PôsterAfricanidades na

sala de aula: relatos de experiência

PIBID, Africanidades,

relatos de experiência, atividades temáticas.

Nosso trabalho tem como objetivo relatar as experiências vividas nas salas de aula, através do subprojeto PIBID Letras Português/Espanhol. Nosso eixo temático e ponto de partida é o conceito de africanidades, estudado através de Munanga (2014) e Silva (2005) e pelas Leis 10.639/03 e 11645/08, que tornam obrigatório o ensino nas escolas de história e cultura afro-brasileira e africana. Neste trabalho, vamos mostrar duas atividades realizadas em nosso projeto, uma do ano de 2016 e outra do ano 2017. A do ano de 2016, foi uma atividade planejada e realizada em uma turma de 7º ano de um colégio estadual da cidade, a qual visou trabalhar o tema memórias, em virtude das Olimpíadas de Língua Portuguesa. Para tal elegemos um texto biográfico da autora Conceição Evaristo e assim, primeiramente, apresentamos a escritora, pois é um princípio metodológico contar a história das coisas. Após foram feitas atividades de compreensão, e ao final, pedimos para que os discentes realizassem produções textuais sobre memórias do tempo em que frequentaram a escola de ensino fundamental I. E no ano de 2017, para dar início ao nosso subprojeto, pensamos em algo temático para apresentar os/as bolsistas e a temática do projeto aos alunos e alunas nas escolas. Em duplas, foi planejada a socialização a partir de uma brincadeira escolhida no livro “Brincadeiras africanas para a educação cultural” (CUNHA, 2016), chamada “Concentração ao número”, originária do Egito. Na atividade apresentamos a brincadeira e seu país de origem, para turmas de 6º e 7º anos. Nosso objetivo nesse trabalho é relatar as experiências obtidas por meioss dessas atividades e como lidamos com as africanidades como eixo norteador de nossa prática.

P01005

Josiane Gonçalves de Andrade e Sanciaray Yarla Silva da Rosa - Orientadora: Lucimar

Rosa Dias

Pôster

Uma oficina de literatura infantil afro-brasileira e seus impactos na prática de professoras

formação continuada-

literatura infantil- relações

étnico-raciais

O objetivo desta comunicação é apresentar uma pesquisa em andamento sobre as práticas realizadas por professoras da educação infantil e anos iniciais do ensino fundamental com tema: literatura afro-brasileira, que foi trabalhado na modalidade oficina durante o curso de extensão: Diversidade étnico-racial: formação de professores, investigação e práticas realizado em parceria com a Secretaria de Educação do Munícipio da Lapa durante o ano de 2016/2017. A intenção foi identificar quais foram os livros escolhidos e se as escolhas literárias das professoras correspondiam a perspectiva trabalhada no curso que apontava a necessidade de apresentar às crianças livros nos quais a história e cultura afro-brasileira eram consideradas positivamente. Dessa forma, o estudo em andamento observar-se-á os efeitos desse trabalho no contexto educacional, uma vez que se faz necessário romper com discursos e representações discriminatórias, sobretudo no ambiente escolar que ainda reforça um panorama de branquitude normativa e enaltecimento das características europeias, e assim trazer novos cenários que valorizem a diversidade étnico-racial contribuindo para a construção de uma educação multicultural, bem como colaborar com a implementação da Lei 10.639/2003. Pois, há que ressaltar que o racismo e a falta de formação dificultam a educação de temas étnico-raciais nas escolas. Para tanto, utilizou-se a metodologia de análise de conteúdo de Bardin (1977), foram caracterizados os materiais recebidos, lidos os relatórios, separados aqueles que faziam alusão a literatura e posteriormente estes foram analisados à luz da produção acadêmica sobre literatura e relações raciais. Podemos concluir a partir dos dados analisados até o momento que as professoras selecionaram livros que contempla o protagonismo negro.

Nome dos Autores/Co-autores/Orientador

Tipo de trabalho

Título do trabalho

Palavras-Chave (3 a 5

palavras)ResumoCódigo

EIXO 1: Literatura e demais produtos culturais para infância e juventude e a diversidade étnico-racial III COPENE SUL 2017

VERDE = GRATUIDADE CONCEDIDA �4 Versão: 01 de julho de 2017

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P01006G

Dryelin Aparecida Siqueira e André (Autores); Maria Aparecida Rita Moreira

(Professora orientadora)Pôster

Reflexos da África: Análise de um samba enredo

da escola de samba Unidos da

Coloninha

África; samba-enredo;

diversidade étnico-racial

Resumo: O presente pôster apresenta uma das atividades desenvolvidas pelo Grupo de Estudo Étnico-Racial Toque de Melanina, formado por professores(as) e alunos(as) da Escola de Educação Básica (E.E.B.) Aderbal Ramos da Silva, uma escola pública do estado de Santa Catarina. O grupo se reúne semanalmente no intuito de refletir sobre a Lei nº 10.639/2003 e suas Diretrizes. No início de 2017, quando da escolha dos temas a serem estudados, o grupo resolveu analisar os sambas-enredo da escola de samba Unidos da Coloninha, que se localiza no Estreito, nas proximidades da E.E.B. Aderbal Ramos da Silva. Em uma das reuniões do grupo, foram lidos três sambas que traziam temática africana. O samba-enredo escolhido para análise detalhada foi o de 2010, intitulado “África – do berço do mundo ao grande cenário do futebol”. Para essa atividade, o grupo leu textos que traziam a definição de samba-enredo e de estudos sobre o continente africano. Analisando a letra, os participantes perceberam que ela apresentava olhares diferentes sobre a África, falando do passado positivamente e lembrando a presença da África do Sul como cenário da copa de 2010. O samba-enredo fez com que os participantes do grupo refletissem sobre o continente africano, as contribuições da África para o mundo e a África do Sul como país de Nelson Mandela, símbolo de resistência africana, reconhecido mundialmente.

Nome dos Autores/Co-autores/Orientador

Tipo de trabalho

Título do trabalho

Palavras-Chave (3 a 5

palavras)ResumoCódigo

EIXO 1: Literatura e demais produtos culturais para infância e juventude e a diversidade étnico-racial III COPENE SUL 2017

VERDE = GRATUIDADE CONCEDIDA �5 Versão: 01 de julho de 2017

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Código Nome dos Autores/Co-autores/Orientador

Tipo de trabalho

Título do trabalho

Palavras-Chave (3 a 5

palavras)Resumo

C02002G

Autora - Tatiane Valéria R. de Carvalho Coautora -

Vanessa Maria Rodrigues Viacava

Comunicação Oral

A IDENTIDADE CURITIBANA E O

DISCURSO SOBRE A

INVISIBILIDADE DO NEGRO NA

CULTURA POPULAR DA

CIDADE

Análise do Discurso. Curitiba.

Identidade. Rap. Samba enredo.

RESUMO:Este trabalho tem por objetivo discutir a identidade curitibana problematizando a invisibilidade do negro nas manifestações culturais de Curitiba relacionadas ao universo afro-brasileiro:  o Carnaval e o Movimento Hip-Hop. Essas manifestações ocupam um lugar periférico no catálogo cultural da cidade, opondo-se a manifestações consideradas "autênticas e tradicionais", normalmente associadas à cultura europeia, devido a valorização dos imigrantes na construção de um imaginário curitibano europeu, forjado desde o Movimento Paranista de Romário Martins até a imagem da "capital ecológica" dos governos Jaime Lerner, no fim do século XX. A população que imagina Curitiba como cidade branca e europeia, ainda hoje, tem dificuldade em aceitar essas manifestações populares que evidenciam a multiculturalidade e a africanidade da capital paranaense. Ao observar algumas manifestações da cultura popular da capital paranaense, percebe-se que o discurso da cidade imaginada influenciou muitas gerações de crianças, entre elas as que vivem nas periferias e que hoje ocupam lugares de destaque no Hip-Hop e no carnaval curitibano. Entre esses jovens, destaca-se o rapper e compositor de samba enredo “Big” Ernani que em suas letras parece ter incorporado o discurso da Curitiba ecológica e branca. Assim, optou-se por apresentar, neste trabalho, o conceito de Identidade articulado à análise do discurso acerca do samba enredo e do rap curitibano, a fim de evidenciar como esse discurso europeizado foi incorporado por parte dos agentes dessas manifestações culturais, silenciando o discurso sobre a representatividade do negro na capital paranaense.    Obs.: Não foi possível inserir o resumo no campo específico, pois o espaço para inserção é insuficiente.

C02003G

Andressa Pinto da Costa (autora) e Dulce Mari da Silva Voss (orientadora)

Comunicação Oral

CAPOEIRA: PATRIMÔNIO IMATERIAL,

CULTURA AFRO-BRASILEIRA E IDENTIDADE

NEGRA.

Capoeira. Patrimônio Imaterial. Identidade

Negra. Cultura Afro-brasileira.

Esse trabalho apresenta resultados parciais de uma pesquisa na linha das teorias foucaultianas e da análise de discurso acerca das práticas da capoeira. O estudo foi feito com base em depoimentos de sujeitos praticantes, mestres, contra-mestres e instrutores dessa arte. Busca discutir a capoeira na contemporaneidade como uma prática que, ao mesmo tempo, conserva traços da ancestralidade e da história dos povos africanos e incorpora elementos de outras culturas. Defende que a capoeira possibilita compreender as identidades afro-brasileiras produzidas na interação com diferentes sujeitos que a praticam. Desse modo, não se pode falar numa identidade negra pura e na capoeira como uma marca da cultura africana, mas de uma arte da existência que é praticada por diferentes sujeitos construindo a cultura afro-brasileira a partir dos atravessamentos e das relações interculturais.

C02004 Carlos Alberto Silva da Silva

Comunicação Oral

Clementina de Jesus: Um corpo cultural negro na indústria cultural

Clementina de Jesus; Cultura

Negra; Indústria Cultura

A presente trabalho tem por objeto Clementina de Jesus: seu canto como resistência estética e política em meio à indústria cultural. A base teórica se fundamenta a partir dos estudos da cultura negra para localizar Clementina de Jesus na música popular brasileira como memória de uma africanidade dos tempos da escravidão que chega à indústria do entretenimento e à indústria fonográfica como um passado no presente, um velho no novo, uma tradição na modernidade. Para fazer este trânsito temporal, recorreu-se aos teóricos da cultura para embasamento sobre a diáspora negra e, consequentemente, sobre a cultura negra, com um olhar no afro-brasileiro.  Clementina de Jesus surge no mundo da indústria cultural apresentando uma parte do canto e da música negra marcada pelos processos colonizadores, escravistas e classistas, na história brasileira. Portanto, a resistência ao apagamento da história, que estrategicamente criou uma marca musical negra entre as demais culturas. O que nos leva a entender que Clementina de Jesus serviu, e ainda serve, como uma arma política na defesa da cultura negra. De certa forma, seu canto não se resumiu em trazer à cena uma oralidade dos tempos da senzala que estava de lado, correndo riscos de ser esquecida, ele serviu também como estratégia política de inserção na indústria cultural.

C02005 Manoel Gildo Alves Neto Comunicação Oral

DANÇA AFRO-BRASILEIRA DO/NO RIO GRANDE

DO SUL: Memórias da Dança Afro a

partir da experiência territorial.

Dança Afro; Desterritorializaç

ão; Memória; Dança Afro-

Gaúcha

O I Seminário de Dança Afro-Brasileira do Rio Grande do Sul, aconteceu nos das 10 e 11 de dezembro de 2016 em Porto Alegre-RS. Foi um espaço de aquilombamento de forças que pensam/fazem “Dança Afro” no Estado do Rio Grande do Sul. Pensado pelos artistas e produtores Rita Lendê e Manoel Luthiery, com objetivo de promover espaços de debate, sistematização e divulgação de memórias sobre a Dança Afro no estado, o evento articulou coletivos artísticos, grupos de dança Afro/Afro-brasileira, artistas independentes, estudiosos/pesquisadores e independentes interessados no tema das dança Afro/Afro-brasileira no/do Rio Grande do Sul, potencializando o protagonismo de artistas e educadores negras e negros e não negros sensíveis a causa, que desenvolvem trabalhos artísticos/pedagógicos com essa manifestação artística de motriz africana (LIGIERO, 2011). O Seminário não surgiu com características academicistas, e sim da proposição de artistas que ansiaram criar um espaço de fortalecimento da luta antirracista no campo das Artes Cênicas, em específico na Dança e de compartilhamento de saberes. Pós-produção sentimos a necessidade de fazer análises sobre a nossa proposta e compartilhar dentro da academia essa experiência de pensar/fazer Dança Afro, como um fenômeno artístico-cultural que vai da desterritorialização a multiterritorialidade (HAESBAERT, 2005) e às corpografias (CORREIA, 2012) negras que a instituem como rede de saberes do Rio Grande do Sul-Brasil-África e África-Brasil-Rio Grande do Sul. Este artigo visa disponibilizar reflexões que traçaram nos limiares e encruzilhadas do corpo (SILVA, 2012) como centro na construção de conhecimento produzido nesse espaço.

Código

EIXO 2: Arte e culturas afro-brasileiras e africanas III COPENE SUL 2017

VERDE = GRATUIDADE CONCEDIDA �1 Versão: 01 de julho de 2017

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C02006Raquel Silveira Rita Dias

(autora) Paula Corrêa Henning Orientadora

Comunicação Oral

Dança-afro: corpos

contadores de história

Dança-afro,Corpo, Racismo, Saberes-sujeitados

Problematizar as construções sobre ser negro no Brasil apresenta-se como um dos pontos cruciais desta proposta doutoramento, que discute o racismo na contemporaneidade, e para isto, trago em análise, a dança-afro, pois através da discussão sobre a dança-afro, torna-se possível deslocar algumas certezas construídas sobre a condição de ser negro no país e os olhares que se construiu, em consequência disso, para a dança-afro e suas manifestações. O envolvimento com a dança afro-brasileira, como experiência de movimento e linguagem corporal no Rio Grande do Sul, é falar do corpo negro (etnia negra) em seu cotidiano e pensar nossas velhas e novas histórias, a de trabalhadores escravizados inicialmente vindos do continente Africano, vivendo a diáspora, em região de clima frio. E também da condição pós-abolição da escravatura, marcada pela intensa imigração alemã e italiana. No movimento da diáspora africana e nos movimentos da dança afro-brasileira, estão presentes lutas, formas de resistências, religiosidade, saberes e fazeres que constituem a história dos afros rio-grandenses, fazendo em forma de movimento, a história do Rio Grande do Sul. O caminho metodológico terá como cenário dois grupos de dança-afro da cidade de Pelotas. Pretende-se fazer pesquisa documental a partir do acervo dos grupos e busca em jornais. Além da referida pesquisa, utilizaremos a técnica de grupo focal (GONDIM, 2003) para as entrevistas com integrantes bailarinos. A partir desta discussão nos lançamos em Foucault (2005, p. 11) pontuando a dança como “saber sujeitado”, isto é, saberes que estão a nossa volta, que foram construídos há longa data, mas que são ocultados, desqualificados, por vezes, não entram na ordem do dizível.

C02007Tulane Oliveira da Paixão Orientador: Abrahão de Oliveira

Santos

Comunicação Oral

EU CANTO SAMBA PORQUE

SÓ ASSIM EU ME SINTO

CONTENTE: O SAMBA COMO PRODUÇÃO DE CUIDADO DA POPULAÇÃO

NEGRA

samba; subjetividade;

população negra; psicologia; roda

de samba.

Para não individualizar e invisibilizar determinadas questões com as quais nos deparamos, torna-se fundamental atermo-nos à construção da problemática racial e do racismo e nos permitir aprender sobre como essa população estabeleceu práticas de cuidado que divergem essencialmente de muitos entendimentos que pautam a intervenção psicológica, que muitas das vezes preza pela individualização dos problemas, não considerando a construção subjetiva que a colonização engendrou e tampouco outras formas de conhecimento e modos de se relacionar com o mundo considerados ilegítimos pelo olhar crítico da ciência. Entendendo o racismo como uma produção que atinge cotidianamente a população negra, gerando efeitos na subjetividade do negro e na sua saúde mental como conflitos identitários, experiências de sofrimento, sentimentos de solidão e não pertencimento, o presente trabalho pretende pensar o samba e a roda de samba como um campo de produção de cuidado da comunidade negra. Tendo como disparador experiências em rodas de samba em conjunção com revisão histórica bibliográfica, documentos audiovisuais e dispondo das músicas como condutoras dessa viagem, o trabalho objetivou pensar como o samba por meio de suas composições e a roda como espaço de encontro constituem forças positivas de recomposição e ressignificação da experiência de ser negro.

C02008G Tatiane Melissa Scoz Comunicação

Oral

Narrativas e performances

urbanas: pensando

"espaço" a partir das práticas de

cantores e cantoras de rap em Blumenau.

Rap. Espaço. Identidade.

Performance. Blumenau.

Este trabalho é resultado de uma etnografia das práticas de rappers de Blumenau e sua relação com a cidade, centrada na noção “nativa” de “espaço”. As análises se referem aos sentidos atribuídos ao termo “espaço”, a quais “espaços” os rappers estão falando, e o que significa ter ou não ter “espaço” para o rap numa cidade cuja representação no imaginário social remete ao mito da fundação alemã. Compreender os sentidos de “espaço” implica levar em consideração os contextos de significação dessa categoria “nativa”, que parecem estar relacionados às produções musicais dos rappers; aos grupos de rap; aos usos que os rappers fazem da Internet e dos espaços físicos da cidade; aos modos de ser rapper; e ao sentimento de pertença à “periferia”. Assim, a partir do diálogo entre saberes “nativos” e a teoria acadêmica, a noção de “espaço” parece remeter a um complexo conjunto de ideias: espaço enquanto um ambiente físico; como oportunidade para os rappers divulgarem e comercializarem suas músicas; como “territórios de subjetivação”, ou seja, como um lugar construído pelas diferentes formas de inserção e exclusão social, pelas distintas demandas de pertencimento. Estas questões permitem conhecer os “espaços” que os rappers constroem e percebem, de certa forma, como sendo seus, e os diferentes usos, reapropriações e formas de identificações e diferenciações que os rappers elaboram nos lugares que ocupam e/ou habitam, criando uma cartografia do rap em Blumenau e afetando os próprios olhares sobre a cidade. Os rappers elaboram outra versão da história de Blumenau, a qual inclui o processo de favelização da cidade, e que contrasta com a história “oficial” sobre a fundação e colonização alemã. Essa outra versão da história pode ter reflexos sobre a argumentada falta de “espaço” para o rap em Blumenau.

C02009 Lisandra Barbosa Macedo Pinheiro

Comunicação Oral

O som dos terreiros:

religiosidade, música popular e

identidades.

Religiões Afro-Brasileiras,

Música Popular, Identidades

Muitas pesquisas apontam as influências da cultura musical africana na constituição da chamada ‘música popular brasileira’. Cultura musical essa que se configura como uma manifestação artística intrinsecamente ligada à sua religiosidade, fazendo parte de seu cotidiano e adquirindo caráter essencialmente sacro. Entendendo os significados da música para os povos de origem africana e os processos de constituição dos terreiros religiosos afro-brasileiros, que tem na musicalidade a essência da conexão com o sagrado, esta comunicação não parte exatamente das influências da religiosidade afro-brasileira na música popular para discutir os trânsitos e hibridismos latentes nas culturas afro-diaspóricas, mas sim do processo inverso, ou seja, a apropriação das canções comerciais e sua ressignificação por parte dos terreiros religiosos afro-brasileiros, que dão novas representações a estas canções, atribuindo teor sagrado nas canções gravadas por artistas populares, canções que nem sempre foram compostas para fins religiosos. É a partir desse pressuposto que se propõe uma análise da recepção das canções populares pelas comunidades de terreiro e como suas apropriações contribuem para atribuição de novos sentidos e valores simbólicos, necessários para a recriação de identidades e de afirmação de seus valores culturais.

C02010 Rossano Lopes Bastos Comunicação Oral

Patrimonio Cultural enquanto

aparelho ideológico de

estado

Patrimônio, cultura,

identidade, memória,negritud

e

Patrimônio Cultural vem ao longo do tempo se constituindo num campo de discuta e conflitos que caracteriza e espelha os campos de força da sociedade e do social. Neste apresentação estaremos abordando a temática do patrimônio cultural juntamente com os conceitos oriundo do pensamento marxista de Louis Althusser, em especial na sua abordagem sobre os aparelhos ideológicos de estado. A partir deste enfoque trazer uma reflexão para o caso Brasil e suas e problematizar a participação da cultura e do patrimônio afrodescendente.

Nome dos Autores/Co-autores/Orientador

Tipo de trabalho

Título do trabalho

Palavras-Chave (3 a 5

palavras)ResumoCódigo

EIXO 2: Arte e culturas afro-brasileiras e africanas III COPENE SUL 2017

VERDE = GRATUIDADE CONCEDIDA �2 Versão: 01 de julho de 2017

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C02011 Lucy Cristina Ostetto Comunicação Oral

POR ENTRE LINHAS E

FOTOGRAFIAS: RETRATOS DO

MUNDO/MODERNO/COLONIAL

:  Fotografia.  Arte. Rosana

Paulina. Colonialidade de

poder.  Decolonialidade.

Esta comunicação é parte do  projeto de doutorado que desenvolvo no programa de Pós-graduação em História na UFSC, na linha arte, memória e patrimônio. Meu objeto de estudo é a arte produzida pela artista negra Rosana Paulino em especial as exposições Parede de memória, Bastidores, Amas de leite e Assentamento por um viés decolonial. Compreendendo sua arte como estéticas decoloniais, as quais de acordo com Mignolo, Gomez (2012) são expressões dos sujeitos que vivem ou viveram as consequências do eurocentrismo. E que assumem a opção decolonial, quando se dão conta do lugar que habitam na matriz colonial de poder e percebem que estão hierarquizados (as) por uma máquina de produzir diferenças, a colonialidade. É quando se descobre que as feridas coloniais ainda não cicratizaram. Estão abertas e são vicerais! Assim, se assumindo intelectual e politicamente, usam sua arte para estabelecer  sua dignidade e para encontrar no mundo o lugar que a modernidade/colonialidade lhes roubou. É preciso descolonizar a estética para liberar a aithesis nos diz Mignolo (2012).    Assim, procuro refletir  aqui a obra Bastidores (1997).  Utilizando-se de fotografias do arquivo de sua família  Rosana Paulino constrói uma poética que expõe  “as feridas coloniais” presentes na sociedade brasileira, qual seja o racismo e  a subalternidade perpassada por questões de classe e gênero. Entrelaçando sua obra numa abordagem que expõe a colonialidade e se coloca como uma estética decolonial enxergamos sua poética como retratos do mundo/ moderno/ colonial/de gênero, nos permitindo também pensarmos sobre as fotografias como vestígios e “instantes de verdades” que contam histórias.

C02012G

Margareth Cristine dos Santos Teixeira

Comunicação Oral

projeto  afro-indígena. Vamos fazer valer a lei

n11.645/08. Uma questão de ética,

cidadania e justiça social.

Afro-indígena, arte, cidadania, justiça social, valorização

A área de atuação do projeto esta focada na Arte e cultura afro-indígena.  A conscientização de que todos independente das questões de credo, étnicas, política e gênero entre outros, merecem ser respeitados e valorizados nas suas escolhas permite romper com o silêncio. A diversidade existe, logo devemos repensar e rever nossos conceitos acerca dela evitando criar desigualdades, conflitos e padrões.         O projeto propõe a valorização e o aprofundamento da cultura africana e indígena, em especial a profícua participação do negro e do índio, e sua herança na construção da arte-brasileira e também social, a qual esteve renegada durante muitos anos por diversos motivos da elite dominante. Logo, por todas as necessidades e lacunas a serem preenchidas em relação ao conhecimento, valorização e resgate de identidade das etnias, a qual tentaram calar ou sufocar, torna esse projeto relevante. Sendo assim, busca-se o real crescimento dos afro-indígenas, das demais pessoas envolvidas, pois só valorizamos algo quando conhecemos e através deste, passamos a respeitar nossa herança, bem como a diversidade de culturas. O projeto atende os alunos do 8° e 9° anos do ensino fundamental da Escola Municipal Cipriano Porto Alegre em torno de 110 alunos. As características dos participantes do projeto é composto em sua maioria por adolescentes entre 12 a 14 anos.                 O projeto esta sendo desenvolvido em duas fases no decorrer do ano letivo em encontros semanais de noventa (90) minutos. A primeira etapa constituída de aulas teóricas (expositivas, dialogadas, apresentação de documentários e filmes), proporcionando uma reflexão contextual. A segunda parte consistirá em aulas práticas, possibilitando ao aluno a experiência de criar, vivenciar técnicas e formas de expressões artísticas fundamentados nas aquisições apreendidas ao longo do ano.

C02013G

João Alberto Rodrigues (autor) Lázaro de Oliveira

Evangelista (co-autor)Comunicação

Oral

Projeto SANKOFA - um curto circuito

nos discursos visuais sobre a

África

Cultura afro-brasileira; Ensino de Artes Visuais;

Estereótipos; Representação; Subjetividade.

O presente trabalho relata as atividades desenvolvidas junto a duas turmas de 8º ano da Escola Estadual de Ensino Fundamental Dr. Gustavo Armbrust, localizada na zona norte de Porto Alegre/RS. Tais atividades integram um projeto multidisciplinar mais amplo chamado Sankofa, que envolveu as disciplinas de Artes, Língua Inglesa e Ensino Religioso, em parceria com outro professor. A proposta aqui relatada (apresento o recorte da Arte) fundamentou-se, para além de minhas inquietações enquanto professor de Artes, nas proposições do Curso de Aperfeiçoamento UNIAFRO/UFRGS – 3ª Ed. O Projeto Sankofa subdividiu-se em quatro etapas: 1) inicialmente, na abordagem e conceitualização da presença da cultura afro-brasileira e africana em nosso país, da ancestralidade, do sincretismo e da desvalorização dessa cultura, finalizando com produções plástico-visuais; 2) em seguida problematizamos os estereótipos e pré-conceitos que existem em relação à África; 3) num terceiro momento realizamos uma visita-caminhada pelo Museu de Percurso do Negro em Porto Alegre e, por fim, 4) apresentamos o conceito e símbolo Adinkra de Sankofa, originário do povo Akan de Gana e Costa do Marfim a partir do qual construímos uma escultura coletiva de 2m x 1,7m, produzida a partir de arame, papelagem e estamparia. Dentre os principais objetivos do projeto estavam, principalmente, i) abordar e desconstruir visões e discursos estereotipados sobre a África e ii) colaborar para uma valorização da cultura afro-brasileira e da representatividade negra, na apresentação e contextualização da produção de artistas visuais negras e negros contemporâneas/os, do Brasil e África. E trata-se, também, de pensar a potencialidade do ensino de Artes Visuais para a ERER em um ambiente urbano como o nosso, repleto de imagens que veiculam discursos visuais nos mais diversos suportes e meios de comunicação e com os quais grande parte da população negra não se identifica, sendo visualmente marginalizada ou inferiorizada, incluindo no nível simbólico.

P02001G Everton Coelho de Matos Pôster

A prática do teatro como instrumento

pedagógico de combate  ao

racismo

Teatro, cultura negra,

diversidade

Como professor de História da Educação Básica, durante as atividades escolares, enfatizo a formação do povo brasileiro através da cultura negra, valorizando as contribuições desta etnia para a constituição da nossa cultura, com o objetivo de eliminar os estereótipos negativos, realizando ações afirmativas contra o preconceito racial. Em minha prática pedagógica, venho utilizando o teatro como uma ferramenta sobre as discussões raciais e sociais. Por meio desta ferramenta, nasaulas  discuto temas relevantes da realidade social com as/os estudantes. ,  Este recurso possibilita a troca de ideias e a exploração dos temas com liberdade e seriedade. O teatro é uma arte áudio visual da comunicação e um instrumento a serviço da educação e da transformação social, a partir do qual podemos construir conhecimentos, gerar discussões válidas e fazer com que o corpo discente reflita, de maneira que este possa sair das aulas com uma perspectiva reflexiva e questionadora do mundo social. O desenvolvimento deste projeto visa construir com o corpo discente a percepção da importância e influência da cultura africana em nossa atual sociedade, contribuindo na sua construção identitária, sendo ele negro ou não negro. Pretende-se, ainda, criar condições de possibilidade de compreensão do significado de respeito às diferenças culturais, identitárias, religiosas, políticas e sociais. Considera-se relevante trabalhar este assunto e trazer ao conhecimento da comunidade escolar o reconhecimento das matrizes africanas,  suas influências e os desafios de dialogarmos na perspectiva de uma sociedade que supere o racismo e as desigualdades sociais.

Nome dos Autores/Co-autores/Orientador

Tipo de trabalho

Título do trabalho

Palavras-Chave (3 a 5

palavras)ResumoCódigo

EIXO 2: Arte e culturas afro-brasileiras e africanas III COPENE SUL 2017

VERDE = GRATUIDADE CONCEDIDA �3 Versão: 01 de julho de 2017

Page 9: Trabalhos Aprovados - 01 de julho de 2017 - III Copene SUL Aprovados - 01 de julho de 2017.pdf · esta demanda, o projeto foi idealizado como forma de se garantir o estímulo à formação

P02002Jesse da Cruz     

Orientadora: Jeruse Romão

PÔSTER

Crianças, adolescentes e

jovens negros no Balé Bolshoi de

Joinville/SC: Presenças

visíveis, projetos e perspectivas de vida através da

dança.

Dança, Negro, Perspectiva

O Teatro Bolshoi é um das mais importantes referenciais de balé do mundo e foi considerado pela UNESCO patrimônio da humanidade. Desde o ano de 2000, Joinville, município de Santa Catarina, é a único lugar do mundo, fora a Rússia, que acolheu uma unidade/escola do Balé Bolshoi, da Rússia. Desde então, há 17 anos, ocorrem processos seletivos em que, largamente, crianças, adolescentes e jovens negros concorrem nos processos seletivos para uma vaga na escola de Joinville. O presente trabalho busca conhecer quais motivações levaram as crianças, adolescentes e jovens negros a concorrerem a uma vaga nessa escola e quais suas perspectivas a partir dessa experiência de educação através da dança.  Esse estudo em andamento pretende tornar visível esse contexto extremamente importante e que mereço abordagem por ser inovador no âmbito da dança brasileira.

P02003 Larise Piccinini Pôster

Discussão Étnico Racial no Curso

de Educação Física -

Bacharelado: um relato de

experiência vivida

Educação Física. Relações Étnico

Raciais e Diversidade.

Cultura

Este trabalho buscou problematizar, discutir e apontar elementos para uma intervenção pedagógica no curso de Educação Física quanto à temática étnico racial e diversidade cultural, bem como as possibilidades geradas a partir das discussões que buscaram superar a racionalidade e perceber com maior sensibilidade as questões sobre identidades/diferenças na perspectiva dos estudos culturais. O objetivo deste estudo é relatar a experiência de um trabalho realizado que promoveu reflexões sobre a temática étnico racial e diversidade cultural com acadêmicos do 3° período de Educação Física- Bacharelado. Também busca apontar possibilidades de abordar o assunto nos seus aspectos ético e estético promovendo maior sensibilização pela temática na sua totalidade e corporeidade. Os referenciais teóricos deste estudo se fundamentaram em Foucault (2012, 2014) e Hall (1997, 2011) para entender o conceito de cultura como prática de significação às concepções de discurso e suas inferências na produção da subjetividade, compreendendo os estudos culturais como teorias sensíveis às relações de poder, também para entender o currículo nos campos culturais. As conclusões mais relevantes do relato de experiência foram a percepção de que o espaço acadêmico deve ser um  espaço de (re) significação, (re) apropriação e, produção de nova(s) cultura(s) em espaços de experimentação e descoberta provocados pela problematizarão e contextualização da realidade vivida. Desta forma, o contexto acadêmico tem como responsabilidade abordar e articular uma formação na perspectiva multicultural, (des)estruturando pensamentos enraizados em uma  hegemonia cultural e desconstruindo atitudes de  discriminação e preconceito que reproduzimos na sociedade que ainda encontra-se imersa em uma prática excludente, racista e preconceituosa.

Nome dos Autores/Co-autores/Orientador

Tipo de trabalho

Título do trabalho

Palavras-Chave (3 a 5

palavras)ResumoCódigo

EIXO 2: Arte e culturas afro-brasileiras e africanas III COPENE SUL 2017

VERDE = GRATUIDADE CONCEDIDA �4 Versão: 01 de julho de 2017

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Código Nome dos Autores/Co-autores/Orientador

Tipo de trabalho

Título do trabalho

Palavras-Chave (3 a 5

palavras)Resumo

C03001

Bruna Gonçalves de Pádua Reis Co-autor:

Djiovanni Jonas França Marioto

Comunicação Oral

O terreiro de Candomblé como

território de memória,

resistência e formação de uma

Identidade Afrocentrada

Afrocentricidade – Candomblé –

Identidade Negra

O presente trabalho pretende identificar aspectos do paradigma da afrocentricidade, que surgiu no início da década de 1980 com a publicação do livro Afrocentricidade, de Molefi K. Asante. Como referência teórica, a Afrocentricidade vem sendo elaborada principalmente por estudiosos da diáspora de fala inglesa. Mas como linha de pesquisa e reflexão, se enquadra na abordagem afrocentrada, desenvolvida desde o século XIX por autores que não lhe atribuíam esse nome, se iniciou como uma forma de pensamento e orientação para investigação dessa história marginalizada, antes mesmo de ser cunhada por Asante como paradigma acadêmico. Os autores afirmam que o pensamento afrocentrico inclui tratados e depoimentos elaborados desde o século XVIII por africanos escravizados e cita exemplos, inclusive do Brasil, de agência dos africanos na própria narrativa relacionada com o pan-africanismo, a afrocentricidade se constitui nas ligações entre continente e diáspora. Asante ressalta que a ideia afrocentrica se refere à proposta epistemológica do lugar, uma vez que os africanos foram deslocados de forma cultural, psicológica, econômica e histórica, sendo importante que se avalie suas condições em qualquer país, com base em uma localização centrada na África e sua diáspora. Desse modo tentando entender o que move o sujeito afrocentrado, ou não, a procurar o terreiro de Candomblé, historicamente um território de resistência negra, conforme demonstrado na literatura utilizada, em conjunto tentando entender os significados que este local também poderia ter. Para isso, será feita uma análise acerca da bibliografia sobre o conceito de afrocentricidade, além de trabalho de pesquisa utilizando fontes orais coletadas por meio de entrevista em profundidade com os frequentadores do Candomblé.

C03002 Tairane Ribeiro da Silva Comunicação Oral

“O terror nosso de cada dia”: a

invisibilidade da população negra na ditadura civil-militar brasileira

Ditadura civil-militar; Comissão

Nacional da Verdade;

população negra; Intelectuais

negros

Tratar a temática da população negra do Brasil no pós-abolição é uma tarefa que requer muita paciência e persistência aos/as pesquisadores/as da temática, por conta das diversas lacunas continuam enraizadas nas narrativas historiográficas. No que tange a temática de ditadura civil-militar brasileira, a ausência de protagonismo negro ainda é aparente, o que acaba deslegitimando a trajetória de lutas e resistências de negras e negros no período. Nesse sentido, a presente pesquisa visa preencher esta ausência, abordando algumas características de sujeitos negros mapeados através do relatório da Comissão Nacional da Verdade (CNV), publicado no ano de 2014. O relatório serve como fonte principal da presente pesquisa, que foi realizada como trabalho de conclusão de curso em Licenciatura em História na Universidade Federal de Pelotas - UFPel. Assim, busca-se perceber o perfil dos/das militantes das organizações de resistência da época, bem como observar suas histórias relatadas no documento de pesquisa a partir de levantamentos de dados. Logo o objetivo desta comunicação é apresentar os resultados da pesquisa mencionada anteriormente, onde faço o levantamento de dados como: organizações que esses sujeitos participaram, quantidade de homens e mulheres, atuação profissional, nível de escolaridade, faixa-etária, quantos são mortos e desaparecidos. Em função da Comissão Nacional da Verdade não abordar os pontos elencados anteriormente, pretendo, também, apresentar produções e reflexões de alguns intelectuais negros que militavam e produziam na época da ditadura civil-militar, como exemplo de Lélia Gonzalez, Abdias do Nascimento e Clóvis Moura, afim de valorizar seus escritos enquanto sujeitos negros, corroborando com a contextualização feita sobre a situação da população negra na ditadura civil-militar na pesquisa.

C03003 Willian Robson Soares Lucindo

Comunicação Oral

Benedito Florêncio e a Oposição à

Imigração de Negros dos

Estados Unidos da América nas

Páginas da Imprensa Negra

Paulista

Imigração; Negros, EUA;

Brasil; Imprensa Negra;

Este trabalho tem por objetivo analisar os textos do jornalista negro Benedito Florêncio contra a imigração de negros dos Estados Unidos para o Brasil, em meados da década de 1920. Fundador do periódico Getulino e do Centro Literário dos Homens de cor, esse jornalista circulou por diversas associações de homens de cor da cidade de Campinas, como membro de diretoria e orador em sessões solenes, e escreveu entre os anos de 1923 e 1924 algumas notas sobre o projeto de imigração de negros dos Estados Unidos da América para o Brasil, colocando-se contra essa ideia. Em seus artigos sobre a condição de vida na América do Norte foi tema de diversos artigos, o ódio racial, a violência e a falta de direitos das populações negras são frequentemente citados para enfatizar a diferença de experiência das populações negras no Brasil e nos Estados Unidos da América. Por isso, temia que, junto com a imigração, a exclusão extrema e o ódio racial pudessem chegar ao Brasil, agravando a situação precária vivida pelos negros brasileiros, que conviviam com outra espécie de preconceito de cor/raça. Ele também escreveu artigos em que discordava enfaticamente da visão Robert Sengstacke Abbott, fundador e redator do Chicago Defender, sobre a ausência de preconceito de cor/raça no Brasil, inclusive o Getulino demonstrou que a argumentação dos políticos brasileiros contra a chegada de novas populações negras era sustentada pelo preconceito de cor/raça. Desta forma, Benedito Florêncio, bem como outros articulistas da imprensa negra, estabeleceu uma relação de alteridade entre os negros brasileiros e norte-americanos, mas também de solidariedade.

C03004Karla Leandro Rascke Orientadora: Profa. Dra.

Maria Antonieta AntonacciComunicação

Oral

CIDADANIA NO PÓS-ABOLIÇÃO: ASSOCIATIVISMO NEGRO EM

FLORIANÓPOLIS NO INÍCIO DO SÉCULO XX

História. Associativismo

Negro. República.

Florianópolis.

A presente comunicação pretende discutir a organização de diferentes associações negras em Florianópolis nas primeiras décadas do século XX, pontuando a participação de intelectuais negros do período na constituição destes espaços de sociabilidade. Com base em diferentes documentos (fotografias, matérias de jornais e estatutos) produzidos por e sobre estas associações, buscamos discutir os impactos da República na cidade, bem como os mecanismos criados por afrodescendentes para lidar com as transformações deste período. A luta por cidadania e novas expectativas no pós-emancipação envolvem demandas construídas por diferentes grupos negros organizados, pensando escolarização, relações de trabalho e possibilidades de uma vida melhor.

EIXO 3: Intelectualidade Negras III COPENE SUL 2017

VERDE = GRATUIDADE CONCEDIDA �1 Versão: 01 de julho de 2017

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Código Nome dos Autores/Co-autores/Orientador

Tipo de trabalho

Título do trabalho

Palavras-Chave (3 a 5

palavras)Resumo

C04002 Claudete Gomes Soares e Neuri José Andreola

Comunicação Oral

Integração de imigrantes

haitianos no oeste catarinense: raça

e relações de poder no Brasil

não mestiço

Raça, imigração, haitianos, oeste

catarinense, branquidade

Esta comunicação tem como objetivo apresentar os princípios e ideias norteadoras de uma pesquisa em andamento sobre a integração haitiana no Oeste Catarinense financiada pela FAPESC e desenvolvida por integrantes do NEABI-UFFS de Chapecó.  Como forma de organizar os caminhos da pesquisa, revisitamos as categorias preconceito de marca e preconceito de origem cunhadas por Oracy Nogueira e acionamos as categorias de estabelecidos e outsiders presentes na obra de Elias e Scotson “Os Estabelecidos e os Outsiders” (2000), unificadas na noção de interdependência grupal. Nessa comunicação apresentaremos uma análise da relevância das categorias de estabelecidos e outsiders para caracterizar as formas de sociabilidades derivadas de processos migratórios recentes no oeste catarinense, marcada pela presença de estrangeiros oriundos da diáspora negra. Identificou-se a partir da análise das relações de sociabilidades entre moradores locais e moradores estrangeiros (haitianos) em um bairro de trabalhadores da cidade de Chapecó-SC, relações de poder orientadas por interpretações e significações raciais, que garantem aos locais o lugar de estabelecidos e transformam os recém-chegados em outsiders. Com base nos dados coletados nesse estudo de caso em um bairro de trabalhadores, procura-se também problematizar se  a distinção entre preconceito de marca e preconceito de origem elaborada por  Oracy Nogueira ao problematizar as peculiaridades das relações raciais brasileiras quando comparadas aos EUA, se aplica nas relações entre moradores locais, majoritariamente brancos, e imigrantes haitianos, majoritariamente pretos na configuração racial do oeste catarinense, marcada pela reduzida intensidade da mestiçagem.

C04003G

Mayara Kesley Gomes Alves, (orientador) Igor

Vitorino da Silva

Comunicação Oral migra 70

História oral, biografia, negritude

Negros em Curitiba? A trajetória de vida de Ester Batista Alves e Pedro Alves Filhos nos anos 1970.Nas últimas décadas, há um florescimento nos estudos etno-raciais, em especial sobre afro- descendência brasileira, assim como a consolidação de política afirmativa para a população negra brasileira. Isso tem significado uma contínua releitura e ressignificação do lugar dos negros no passado e na historiografia brasileira.  Nesse contexto, esta comunicação oral apresenta as biografias de Ester Batista Alves e Pedro Alves Filho tendo como objetivo,  analisar suas lembranças e recordações sobre a suas condições de cor, bem como as estratégias sociais construídas para enfrentar a prática do racismo e da discriminação etno-racial. Para tanto, vamos destacar suas trajetórias de vida como migrantes na região metropolitana de Curitiba dos anos 1970.  A partir das investigações sobre a história do bairro Vila Amélia-Pinhais desenvolvido pelo projeto Extensão Historiadores do Futuro do Campus Pinhais-IFPR, descobriu-se os dois investigados que no ano xx casaram-se formando a família Alves, em seguida, partiram de em x de y com outros parentes para tentarem melhores condições de vida e trabalho no noroeste do Paraná e, em seguida, da região da cidade de Curitiba. Assim, a partir do referencial teórico da história oral e do campo dos estudos culturais foram colhidos (construídos) os depoimentos orais e analisados, reconhecendo-se os entrelaçamentos entre memória, tempo e subjetividade o que faz da trajetória biográfica desse casal uma oportunidade para a compreensão das tensões, negociações e conflitos, no plano da individualidade e vida privada, que envolviam a experiência da negritude num contexto de desigualdades socioeconômicas e etno-raciais. Até o presente momento de pesquisa tem se percebido que o trabalho, a valorização da família e a prática religiosa, mais que o enaltecimento da cor, foram usados  como estratégia social para atenuar os traumas impostos pelas práticas racistas e instituir um campo de valorização moral e social de sujeitos frente um mundo hostil, representando assim, uma das múltiplas e variadas ações acionadas pelos indivíduos e famílias negras para construírem “sentido para vida” numa sociedade que se hierarquiza pela cor.

C04005Azânia Nogueira

Orientador: Nazareno José Campos

Comunicação Oral

Terrirórios negros em Florianópolis

Territórios negros,

segregação racial

A partir dos dados do Censo de 2010, analisaremos os bairros onde se concentra a população negra em Florianópolis, procurando perceber de que formas as questões raciais se fazem presentes na distribuição socioespacial. A presença da população negra em Florianópolis foi investigada em diferentes tempos, com uma ênfase nos aspectos antropológicos e históricos. Nesta pesquisa, apresentaremos um olhar geográfico sobre a questão, considerando, portanto, aspectos da organização espacial e social. Em nossas análises demográficas, percebemos algumas “coincidências” em relação à decisões políticas que afetam diretamente bairros com população negra expressiva. Nesse sentido, se faz relevante destacar o papel do Estado na segregação espacial, pois através da existência ou ausência de políticas e investimentos públicos torna legítima a diferenciação do processo de acumulação que reproduz as classes sociais. O que podemos perceber na cidade é uma ausência de distribuição igualitária das conquistas sociais, onde a raça é um fator que determina a exclusão. A produção acadêmica que analise dados e construa informações que embase a ação do Estado é fundamental, nesse sentido, esperamos que este artigo venha a contribuir com a luta antirracista.

P04001Gabriel Ribeiro da Silva

e Lorena Almeida Gil (orientadora)

Pôster

Apontamentos e reflexões sobre a

família Silva Santos a partir do

século XX

família Silva Santos; pós-

abolição; população negra;

História Oral

As biografias na historiografia tradicional sempre foram produzidas sobre pessoas que constituíam socialmente um grupo em ascensão, excluindo outros indivíduos portadores de histórias. O trabalho desta comunicação tem a pretensão de apresentar um projeto de pesquisa que irá constituir biografias sobre negros e negras na Primeira República no planalto meridional brasileiro, compondo o período do pós-abolição. No Rio Grande do Sul, a investigação acompanha a história da família Silva Santos em suas cinco ou mais gerações, começando com o nascimento do patriarca Manoel Conceição da Silva Santos em 1831, filho de dois africanos legalmente casados, José da Silva Santos e Rosa da Costa Feijó. A partir do meio e fim do século XIX, Manoel se casa com a matriarca Maria José dos Santos, e ambos constituem o status de uma família negra livre que conseguiu uma estabilidade financeira, garantido bens imóveis na cidade de Pelotas na época. A partir de Maria e Manoel, as gerações posteriores mantiveram um padrão de vida equilibrado, destacando-se, já no meio do século XX, o deputado Carlos Santos, que se tornou o primeiro negro a ocupar o governo do estado. Essas análises concluem (e ainda deixa em aberto) a história da família em tempos remotos, sendo necessário agora traçar a atuação dos/as descendentes a datar já o fim do século XX e o início do século XXI. Portanto, o objetivo desta apresentação é conseguir observar o esforço dos/as antepassados/as na vida dos/as sucessores/as, enfatizando as diversas manifestações que fazem e fizeram parte de suas vivências, experiências e o modo como enfrentaram as questões do racismo institucional no pós-abolição na região em que viviam e vivem.

Código

EIXO 4: Questões urbanas e população negra III COPENE SUL 2017

VERDE = GRATUIDADE CONCEDIDA �1 Versão: 01 de julho de 2017

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P04002

Autoras: Taíse Staudt (apresentadora) e Vivian

Stefany Ribeiro.Orientadora:

Claudete Gomes Soares

Pôster

AS REPRESENTAÇÕES SOBRE A

PRESENÇA HAITIANA A PARTIR DAS MÍDIAS DA

REGIÃO OESTE CATARINENSE

Representações. Haitianos. Imigração. Negritude.

Branquitude.

O objetivo desta comunicação é apresentar  uma reflexão inicial sobre as interações sociais envolvendo imigrantes haitianos e brasileiros na região oeste de Santa Catarina a partir do ano de 2011,  por  meio da análise das representações sobre os imigrantes nos meios midiáticos da região. Essa investigação faz parte das atividades do projeto de pesquisa “Negritude e Branquitude: uma análise da integração haitiana no oeste de Santa Catarina” financiado pela FAPESC, que está em andamento e é vinculado ao Núcleo de Estudos Afro-brasileiros e Indígenas (NEABI) na Universidade Federal da Fronteira Sul - Campus Chapecó. Utilizou-se como método de pesquisa levantamento de reportagens e matérias em diversos meios de comunicação do oeste catarinense disponibilizadas online e o mapeamento de comentários de algumas dessas reportagens. O objetivo do levantamento é identificar as representações elaboradas e em disputa sobre a presença haitiana na região oeste catarinense. Por meio dos referenciais teóricos utilizados na pesquisa, que colocam em questão as relações de poder entre grupos (Elias e Scotson, 2000) e observações participantes em espaços de interação entre  brasileiros e haitianos, observou-se que o posicionamento, aceitação, resistência em relação à presença haitiana está condicionada a interesses diversos (empresários, trabalhadores, representantes políticos locais). Por meio desse levantamento pôde-se concluir que há o predomínio no material analisado de representações negativas mediadas por concepções xenófobas e racistas. As constatações obtidas possibilitam perceber como as noções implantadas culturalmente, de branquitude e negritude principalmente, influenciam na maneira em que são constituídas as representações sobre os imigrantes, e a maneira que suas ações e interações sociais são narradas nos meios midiáticos online da região.

P04003 Marielda Barcellos Medeiros Pôster

Centro Cultural Marrabenta/

Pelotas-Maputo

Educação, Cultura

Centro Cultural Marrabenta / Pelotas-MaputoFundado no dia oito de maio de 2016, o centro de cultura Afro brasileira, (conexão Brasil-Moçambique) é um espaço representativo das culturas e tradições africanas radicadas no Brasil (em especial no tocante às do sul do Brasil) em intersecção com a ontologia africana oriunda do berço da humanidade, o continente africano (em cotejo com a cultura ancestral dos povos Banto, Zulu, Xhosa etc.). A estrutura deste Centro Cultural foi construída coletivamente com as lideranças do movimento negro na cidade, Frente Negra Pelotense, Movimento Rastasul, Coletivo Horto do Capiroto, com representantes de Moçambique, entre outros coletivos, organizações e pessoas desvinculadas de entidades. Com o apoio e estreitamento de cooperação com representantes de Moçambique, o Centro não se restringe apenas a este país, estendendo o diálogo para diversos países que tem seus concidadãos aqui: seja com os intercambistas da África portuguesa (angola, cabo verde, Guiné- Bissau, Guiné Equatorial, São Tomé e Príncipe), seja com irmãos Senegaleses, Nigerianos, Haitianos e da Costa do Marfim que chegam com propósitos diferentes, mas que enriquecem a comunidade negra pelotense que mesmo tendo uma das maiores populações negras do estado, parece tão embranquecida devido aos poucos espaços de resistência e representação que possui. Embora este Centro tenha como eixo as questões relacionadas a Educação, Cultura e fortalecimento da comunidade negra pelotense a partir dos diferentes projetos desenvolvidos, enfrenta hoje os crivos do racismo que, neste momento nos fizeram interromper nossas atividades em um espaço físico (sala comercial) e darmos continuidade aos projetos de modo itinerante, pois a presença coletiva de negros em determinados espaços na cidade de Pelotas ainda é negada. MARRABENTA, gênero folclórico do sul de Moçambique, nome escolhido para este Centro Cultural.

P04004 Darlam Nascimento Pôster

LUGARES POSSÍVEIS DE

HOMENS NEGROS

DISSIDENTES DA

CISHETERONORMATIVIDADE

Raça-etnicidade; Sexualidade; Rede Social; Antropologia Urbana e da

Memória; Afroperspectiva

O trabalho focaliza na criação de uma rede social de homens [1] cisgêneros (pessoas que se identificam com o gênero designado no nascimento) e [2] transgêneros (pessoas que não se identificam com o gênero designado no nascimento) homossexuais e/ou bissexuais negros formados e/ou em formação no Ensino Superior e que vivem na cidade de Porto Alegre e/ou na Região Metropolitana, localizada no estado do Rio Grande do Sul. A abordagem consiste no conceito de rede egocêntrica como ponto de partida em um estudo de si, mas que atrelado ao conceito de Ubuntu se mobiliza em um estudo de nós para a formulação de tal rede e o entendimento de nossas dinâmicas. Inclui os diferentes níveis da realidade social dos sujeitos envolvidos e nossos marcadores da diferença, como visões de mundo, ideologias políticas, sexualidades, entendimentos de raça-etnicidade, gêneros, saberes e classes sociais. O presente trabalho operacionaliza, também, com conceitos de memória coletiva (jogos da memória) e um mapeamento das relações sociais dos interlocutores. Relaciona de maneira transdisciplinar a matriz antropológica (urbana e da memória) com as políticas públicas (entendido, aqui, como ideias e ações intencionais com fins e/ou objetivos materiais e/ou simbólicos que afetam a sociedade em geral e/ou parcialmente) em uma perspectiva multicêntrica (onde todos os atores envolvidos tem influência nas tomadas de decisão, elaboração, implementação e avaliação das políticas públicas de acordo com os seus próprios recursos), com o objetivo de traçar os itinerários urbanos dos sujeitos e as formas de viver a cidade, seus laços afetivo, políticos, seus entendimentos de problemas públicos e necessidades que urgem no meio urbano e nos seus espaços vividos (lugares do não, zonas de conforto, trajetos, casa, trabalho e estudos), através do método etnografia de rua que compõe o estudos da etnografia da duração.

P04005G

Autor e orientador do poster Juarez Tadeu de Paula Xavier  Co-autora Meiriane Jordão da Silva

Pôster

MULHER NEGRA E O

ENFRENTAMENTO

INTERSECCIONAL Raça, gênero e classe social: estudo de caso - Frente Feminina

do Hip Hop

mulher negra-hip hop -classe

social

Esta apresentação tem por finalidade estudar as inter-relações entre as categorias de raça/etnia, gênero e classe social, no arranjo criativo e cultural do Hip Hop, na cidade de Bauru-SP. Ela faz parte de uma pesquisa mais ampla sobre os processos de educação permanente para a diversidade cultural em cidades ocupadas por tecnologia analógicas e digitais, apropriadas pelos coletivos de jovens afrodescendentes.

Nome dos Autores/Co-autores/Orientador

Tipo de trabalho

Título do trabalho

Palavras-Chave (3 a 5

palavras)ResumoCódigo

EIXO 4: Questões urbanas e população negra III COPENE SUL 2017

VERDE = GRATUIDADE CONCEDIDA �2 Versão: 01 de julho de 2017

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Código Nome dos Autores/Co-autores/Orientador

Tipo de trabalho

Título do trabalho

Palavras-Chave (3 a 5

palavras)Resumo

C05002Rozana Teixeira, Tânia Mara Pacífico e Aloizio Muniz da Cruz Júnior

Comunicação Oral

A INTERSECÇÃO ENTRE GÊNERO

E RAÇA NO ESPAÇO DA EDUCAÇÃO

FÍSICA ESCOLAR E NO LIVRO DIDÁTICO

PÚBLICO DO PARANÁ

diferença, gênero, Lei 10.639/03,

representação sociaL

Rozana Teixeira- O objetivo deste artigo é apresentar uma discussão acerca da intersecção da diferença de gênero e pertencimento étnico racial no espaço escolar das aulas de Educação Física, do Colégio Estadual Maria Helena Teixeira Luciano, situado no Balneário de Shangri-lá, no município de Pontal do Paraná- PR, e ao mesmo tempo discutir o papel desempenhado pela negritude e pela branquidade no livro didático de Educação Física - Livro público do Paraná e de Língua Portuguesa, ao longo da primeira década de implementação da Lei 10.639/03 e, as influencias que esses papeis desempenham na construção da representação social de tais grupos pelos educandos do Ensino Fundamental e Médio da rede pública paranaense. Para tal, serão apresentados resultados de pesquisas datadas de, 2010, 2011 e 2012 em que foram realizadas análises da representação social da negritude, da branquidade e de gênero, apresentadas pelos livros didáticos, através de gravuras, fotografias, e enunciados, bem como a captura da fala e de desenhos produzidos pelos alunos sobre rememoração dessas representações sociais. O documento também fomenta o diálogo com os educandos sob o enfoque teórico da Representação Social em Moscovici (2004); Simbologia Thompson (2007); Gênero Loro (1997) e bell hooks (2000) usando como metodologia, uma entrevista semiestruturada, momento em que os alunos ilustram a intersecção da diferença de gênero e pertencimento étnico racial existente nas atividades práticas no espaço escolar da Educação Física.

C05003 Francine Costa Comunicação Oral

As Mulheres Caboclas do

Contestado (1912 – 1916) na Atualidade

Mulheres, Contestado,

História, Representação

Este texto faz parte de pesquisa apresentada ao programa do Mestrado Profissional em Ensino de História da Universidade do Estado de Santa Catarina e tem por objetivo refletir sobre as mulheres sertanejas inseridas na Insurgência do Contestado, e, trazer essa reflexão para as discussões acadêmicas, possibilitando articular e (re)significar historicamente o conflito do Contestado com o presente para promover desenvolvimento do conhecimento histórico na pesquisa historiográfica sobre o papel das mulheres sertanejas, como protagonistas no movimento, em uma abordagem focada na atuação das mulheres que abarque as diversas e singulares outras participações, até então, em grande maioria, silenciadas, as apresentando como uma janela para o mundo, como instrumento de empoderamento. Alguns autores já apontam para uma narrativa do Contestado onde as mulheres são sujeitos ativos no movimento, como Machado e Moutinho, que apresentam as mulheres inseridas nas disputas internas do movimento como protagonistas. Seguindo este caminho, esta abordagem possibilita uma leitura narrativa focada na representação das mulheres, sertanejas, caboclas, por entender que o caboclo do Contestado, como relata Thomé (2009), também são as negras e negros que desde a abertura dos caminhos dos tropeiros, participaram da formação do Contestado. A maior parte dos caboclos da Região, do tempo da Guerra do Contestado, era constituída por miscigenados de brancos com negros. Segundo a historiadora Abi-Ramia (2016), os descendentes dos sertanejos que participaram das lutas no Contestado sobreviveram em situação precária. Atualmente, boa parte da região onde aconteceram os enfrentamentos é especialmente carente. Dos municípios de mais baixo Índice de Desenvolvimento Humano no Estado, cinco se localizam nesta região e, conforme dados do Instituto de Pesquisa e Estatística Aplicada 12,9% da população feminina em Santa Catarina é autodeclarada negra, ou seja, mulheres sertanejas e caboclas descendentes do Contestado e, se faz necessário ouvir estas identidades silenciadas.

C05005 Maybel Sulamita de Oliveira

Comunicação Oral

Concursos de Beleza Negra: As

mulheres em espaços de

construção de identidades

negras na cidade do Rio de Janeiro

nas década de 1950 e 1960

Concursos; Negras;

Movimento Negro; Beleza;

A presente comunicação tem como objetivo discutir e abordar dois concursos de beleza negra realizados entre as décadas de 1950 e 1960 no Rio de Janeiro, o concurso "Boneca de Pixe” realizado pelo Teatro Experimental do Negro em 1950 e o “Miss Renascença” de 1962, a intenção do trabalho pretende aproximar dois espaços diferentes como representantes da cultura negra nesse período: o Teatro Experimental do Negro e o Clube Renascença. A partir dos dois espaços citados, percebe-se distanciamentos e aproximações nas estratégias contra a segregação e o racismo vivenciado pelo negro no Brasil e na luta pela afirmação da cultura e identidades negras. Na fronteira entre essas diferenças de discurso presentes nos dois espaços, os concursos de beleza negra ganham grande importância e destaque nas duas instituições, apresentando lugares e características se esperavam e eram buscados na mulher negra.Para falarmos tanto do Teatro Experimental do Negro quanto do Clube Renascença e suas trajetórias, se faz necessário pensar como nesse período a cidade do Rio Janeiro pode ser considerada como um grande polo de cultura negra, devido a diversas questões históricas ligadas tanto ao período escravagista como também a sua visibilidade política no território brasileiro, dessa forma a presença de distintos grupos ligados a essa temática perpassam a história da cidade, mesclando cultura, política, estética, patrimônio, religião e a luta contra a segregação dos negros. As duas instituições citadas também são reconhecidas como espaços de luta e organização do movimento negro reconhecidos na contemporaneidade, nesse sentido, estudos que dialogam com instituições negras fortalecem não só o conhecimento de uma parte da história pouco estudada, mas também entram em diálogos acerca da mulher negra dentro de espaços militantes, discutindo marcadores de padrões de beleza europeus, assim como comportamentos considerados femininos avaliados nas ganhadoras dos concursos "Boneca de Pixe”  “Miss Renascença”.

Código

EIXO 5: Corpo, gênero, sexualidades e interseccionalidades III COPENE SUL 2017

VERDE = GRATUIDADE CONCEDIDA �1 Versão: 01 de julho de 2017

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C05007 Thiago André Lisarte Bezerra

Comunicação Oral

Gênero, raça e representação na poesia afro-latina:

diálogos entre Brasil, Uruguai e

Costa Rica

literatura afro-hispânica,

literatura afro-brasileira, poesia feminina, vozes

mulheres

Considerando a proposta temática deste grupo de trabalho, o objetivo desta comunicação é, em linhas gerais, apresentar algumas proposições e reflexões sobre a literatura afro-latina de autoria feminina a fim de delinear como se efetiva, nestas produções, a articulação entre os discursos racial e de gênero em contextos afro-diaspóricos, evidenciando de que maneira o eu enunciador dos poemas representa seus pares sociais. Assim, tendo em vista a leitura da Antologia de poesia afro-brasileira, organizada por Zilá Bernd, e dialogando com os escritos de Sueli Carneiro, me proponho, em um primeiro momento, a apresentar conceitos-chave para esta discussão — como os de raça e gênero, por exemplo. Em seguida, pretendo relacioná-los à leitura e à análise de alguns dos poemas escritos por autoras afro-brasileiras — a saber: Conceição Evaristo, Miriam Alves, Ana Cruz e Esmeralda Ribeiro ¬— e afro-hispânicas, aqui representadas pelas figuras da uruguaia Virginia Brindis de Salas e da costa-riquenha Shirley Campbell Barr. Sob tal viés, o intuito é identificar como tais autoras constroem e afirmam a identidade da mulher afro-latino-americana e, concomitantemente, assinalar as estratégias discursivas empregadas por elas ao tematizar e representar, via criação e expressão literária, os aspectos característicos das dimensões identitárias que as constituem enquanto mulheres, negras e herdeiras da afro-diáspora. Deste modo, busco salientar a importância das vozes mulheres para legitimar a territorialidade latino-americana como espaço potencial de empoderamento do discurso negro. Por fim, como referenciais teóricos seminais para a presente pesquisa, menciono DAVIS (1981), CARNEIRO (2003), EVARISTO (2009), BERND (1987; 2011), JABARDO (2012) e PACHECO (2013), dentre outros.

C05008

Elisabeth Santos Natel Orientadores: Jose Ivo

Follmann                    Adevanir Aparecida

Pinheiro

Comunicação Oral

HIERARQUIA E PRIVILÉGIOS: ACONTECEM

AÇÕES REPARATÓRIAS

PARA A PROFISSIONAL

NEGRA, EM TRÊS

UNIVERSIDADES GAUCHAS?

Mulher negra. Mulher branca.

Saga. Resiliência. Lei

10639/03. Universidades

O objetivo deste artigo é compreender e analisar como se dá a ascensão ou não ao protagonismo das profissionais negras, em três ambientes universitários. Observa-se, conforme estudos realizados por pesquisadores brasileiros como: Sueli Carneiro (2011), John Land Carth (2011) e Nilma Lino Gomes (1995), pesquisas estatísticas e outras, ao longo dos últimos anos, que as mulheres negras e as mulheres brancas ascendem socialmente, por meio de suas certificações universitárias. Entretanto, mulheres negras e brancas estão alocadas nas empresas e instituições acadêmicas, sendo que a mulher negra não ascende, na mesma proporcionalidade, a cargos diretivos que a mulher branca. Tentando situar a trajetória da mulher negra, por exemplo, abre-se um leque além da etnicidade e da feminilidade, porque ser mulher e negra é viver uma história de sagas e resiliências. A implementação da Lei 10.639/03, bem como a Educação das Relações Étnico-Raciais faz-se necessária nos currículos dos cursos de graduação das universidades.  As universidades cabem rever a legislação no que tange ao Plano Nacional de |Implementação das Diretrizes Curriculares Nacionais para Educação das Relações Étnico-Raciais e para o Ensino de História e Cultura Afrobrasileira e Africana e, cumpri-lo. A desproporcionalidade entre mulheres negras e brancas alocadas nos estabelecimentos universitários será uma forma de discriminação institucional, em que a raça e o gênero estão funcionando como alavanca para esse tipo de racismo?

C05010SOUZA, Izabela

Fernandes. (autora). SOUZA, Angela Maria

(Orientadora).

Comunicação Oral

O empoderamento da mulher negra: uma prática de

mediação cultural através da arte.

Terra Vermelha, Feminismo, Mediação Cultural,

empoderamento.

Este artigo buscará refletir o papel da mulher negra enquanto mediadora cultural, que toma a arte como veículo e meio para contestar e tensionar as estruturas sociais racistas e patriarcais que nos cercam. Para tanto, utilizaremos como objeto de analise a montagem cênica “Terra Vermelha”, resultado de um trabalho de conclusão de curso em Letras- artes e mediação cultural, desenvolvido na Universidade Federal da Integração Latino-americana (UNILA) defendido em 2015. Esta montagem contou com a colaboração e constituição artísticas das performances Izabela Fernandes, Gabriela Fernandes, Laís Cabral, Juliana Zacarias e Anabel Vintimilla. O espetáculo Terra vermelha, simboliza o sofrimento dos povos latino-americanos enraizados e em rebelião dentro das entranhas que configuram seu corpo, especialmente o sofrimento e o empoderamento da mulher negra. Terra vermelha também vem a simbolizar a luta, a rebeldia, a coragem e a vontade de mudança. Essa terra resiste e fortalece seu povo posto em minoria, exposto a margem dos trânsitos oficiais e legitimantes. Nesse sentido, enquanto mulheres, especialmente negras, essa relação é mais estreita, uma vez que vivemos em um sistema patriarcal, machista e racista, que delimita políticas e ações que intervém diretamente na autonomia de nossos corpos. Compreendemos essas mulheres como sujeitos históricos, e para tanto, também consideramos as noções epistemológicas de gênero, raça e classe, através de uma abordagem feminista interseccional e decolonial. Nossa aproximação epistemológica acerca do feminismo entende, assim como Sueli Carneiro (2013), que ao politizar as desigualdades de gênero, o feminismo transforma as mulheres em novos sujeitos políticos. “Essa condição faz com que esses sujeitos assumam a partir do lugar em que estão inseridos, diversos olhares que desencadeiam processos particulares subjacentes na luta de cada grupo particular”. (CARNEIRO, 2013, p. 119)

C05011 PAULO TIEGO GOMES DE OLIVEIRA

Comunicação Oral

PELOS OLHARES SA SENTINELA: A

VIOLÊNCIA CONTRA A

MULHER NA PERSPECTIVA DE POLICIAIS MILITARES.

Gênero. Masculinidade. Violência de

Gênero. Policiais Militares.

Nesse trabalho buscamos compreender os significados e percepções acerca da violência praticada contra mulheres, em um recorte específico de gênero, sob os olhares das sentinelas: policiais militares que atuam no Serviço de Prevenção a Violência Doméstica da Polícia Militar na cidade de Belo Horizonte. Utilizando de metodologia qualitativa, oito policiais que atuam nesse serviço na capital mineira foram entrevistados seguindo um roteiro preestabelecido com questões abertas no ano de 2014. Em suas falas, os policiais militares expressam suas representações sobre as relações de gênero, a violência de gênero, seu papel na prevenção e no combate a essa forma de violência, bem como do papel que desempenham e da suposta eficácia das políticas públicas voltadas para esse tipo de violência. Analisando-se as entrevistas e partindo de arcabouços científicos que discutem teorias em torno de gênero, violência de gênero e masculinidade, obtivemos dados e resultados que identificam ou apontam para certa persistência e mesmo alguma naturalização da violência sofrida pela mulher, através das representações desses atores que atuam no cenário desse fenômeno social. Ressoa a impressão de que esses policiais seriam estigmatizados por parte de outros colegas policiais, uma vez que o serviço que desempenham no enfrentamento da violência doméstica não seria um “trabalho policial de verdade”. Destacam e observam certa falta de apoio institucional ao desempenho desse serviço. Finalmente, quando discutiram o que entendem ser os motivos que geram e mantém as mulheres em relações abusivas, eles apresentaram, muitas vezes, uma percepção na qual ao mesmo tempo em que eles às caracterizam como vítimas passivas, também as culpabilizam por permanecerem em relacionamentos abusivos, reforçando a hipótese inicial.

Nome dos Autores/Co-autores/Orientador

Tipo de trabalho

Título do trabalho

Palavras-Chave (3 a 5

palavras)ResumoCódigo

EIXO 5: Corpo, gênero, sexualidades e interseccionalidades III COPENE SUL 2017

VERDE = GRATUIDADE CONCEDIDA �2 Versão: 01 de julho de 2017

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C05012Angie Edell Campos

Lazo e Thais Rodrigues dos Santo

Comunicação Oral

REPRESENTACIÓN DE LA

MUJER NEGRA EN PERÚ Y

BRASIL

Mujer Negra; Representación social; Países

latinoamericanos

La presente investigación tiene el objetivo de analizar el contexto actual e histórico en el cual se desarrollaron las mujeres afrodescendientes en los países de Perú y Brasil, busca evidenciar la historia no contada y su relación con la representación actual de la mujer negra. Se utilizará un análisis comparativo basado en estudios documentados sobre el proceso histórico de las mujeres negras, así como de documentales que guardan los testimonios de sus experiencias de vida. La población afrodescendiente de Perú está denominada como una minoría étnica y/o cultural (8% de la población), así mismo en base a distintas organizaciones de la sociedad civil, es una de las poblaciones que se encuentran en situación de mayor vulnerabilidad, puesto que no se encuentran reconocidas en la Constitución del Perú. Las mujeres afroperuanas se encuentran envueltas en una triple exclusión, la de género, clase y etnia, a ello, se le suma un cuarto factor en el caso de la Juventud, exclusión generacional. Según el Censo del 2010 en Brasil, las mujeres negras eran un cuarto de la población brasileña- 50 millones de mujeres- de un total de 191,7 millones de brasileños(as). Así cada una de esas  mujeres tenga su propia experiencia de vida, las historias por el hecho de ser mujeres negras brasileñas se repiten. Conforme a la lógica colonial se depositan en esos cuerpos femeninos reglas sexistas y racistas que las violentan de diferentes formas y durante toda su vida. Tal como aparecen en los índices de violencia contra la mujer, así como en los relatos diarios de las experiencias de las mujeres negras. El estudio evidenció la constante representación de la mujer negra de forma hipersexualizada, cosificada, violentada y animalizada, la cual se fue reproduciendo a través del tiempo, estableciéndose como un hecho natural propio de determinados grupos raciales.

P05001 Carolina Cristina dos Santos Nobrega Pôster

Educação Física escolar: resistir para existir as

relações étnico - raciais e de

gênero

Educação Física.Gênero.Id

entidades Plurais.Relações étnico – raciais

Esse tema entende a Educação Física escolar como espaço de desenvolvimento e responsabilidade social para a valorização, reconhecimento, resistência e apropriação das identidades plurais em práticas socioculturais e políticas. O objetivo desse estudo foi verificar como a Educação Física, pode (por meio, da cultura corporal) promover o ensino das relações étnico-raciais e de gênero, igualmente, contribui e mobiliza o processo de legitimidade da Lei 10.639/2003 no âmbito escolar. Desse modo, a estratégia de ensino foi delineada pelo mapeamento inicial, o Planejamento e a escolha dos educandos na inserção do assunto Super – Herói, assim, contraria -se a concepção norte - americana nos desenhos animados, favorecendo a criatividade dos educandos no contexto multicultural e percebendo o corpo como texto nas diversas formas de expressão e comunicação entre as diferentes culturas na produção do conhecimento. A metodologia utilizada foi de natureza qualitativa, com base na pesquisa-ação e envolveu a participação de crianças do Ensino Fundamental I do ciclo de alfabetização (1º, 2º e 3º anos), de uma Escola Municipal de Ensino Fundamental (EMEF) localizada na cidade de São Paulo. Assim, essa proposta foi efetivada conforme o Projeto Político Pedagógico da instituição, com base na Avaliação Diagnóstica e concretizada no Projeto “Brincado de Super – Herói”, a partir do qual foram organizados os conteúdos para a aprendizagem na perspectiva da Educação para as Relações Étnicas – Raciais e de gênero num plano de ação interdisciplinar. Os resultados foram essenciais para compartilhar saberes e vivências, aproximando meninos e meninas através da aprendizagem cooperativa na compreensão da diversidade e no respeito às diferenças como sinônimo de igualdade. Portanto, desnaturalizando, desconstruindo a imagem negativa ocidental a respeito da cultura negra e da representação social da mulher.

P05002Vito Lãn Silva Orientador

do Pôster: Maria Paula Prates

Pôster

Estigma vezes três: os desafios de um estudo da

relação de pessoas negras

LGBT com drogas.

Raça-etnicidade, LGBT, drogas,

etnografia, psicologia social

Este estudo objetiva entender como operam os comportamentos de pessoas negras LGBT no que diz respeito às resistências em relação ao sofrimento gerado pelo que chamaremos de estigmas sociais. Parte-se da premissa que existe um processo de tripla estigmatização a partir de atravessamentos de raça, sujeitos LGBT e relações com drogas. Pretende-se, desde esse movimento analitico, apreender o histórico do sistema médico e jurídico que enxerga essas pessoas sob esse ângulo estigmatizador. Será feito mapeamento de como essas pessoas percebem sua saúde mental, em especial com relação às drogas, suas estratégias de redução de danos e suas redes de apoio. Considera-se necessária a produção de estudos que abordem de maneira interseccional estas vivências visto que as variáveis – raça, gênero, sexualidade – são comumente tomadas individualmente, de maneira separada, mostrando-se insuficientes para uma compreensão integral do contexto social no qual essas pessoas estão inseridas. Trata-se de uma pesquisa qualitativa, que se vale do método etnográfico, buscando uma conexão multidisciplinar sobretudo entre psicologia social e antropologia. O trabalho de campo se dará  junto ao “Coletivo Osunmaré”, composto exclusivamente por pessoas negras LGBT de Porto Alegre e região metropolitana, e junto ao qual o pesquisador possui inserção enquanto integrante e pesquisador. Busca-se um processo de aproximação e distanciamento reflexivo acerca do lugar a partir do qual se produz conhecimento. E com isso é intencionado visibilizar e discutir questões convergentes entre o que essas pessoas consideram “problema” e o que as políticas públicas a elas destinadas pelas diferentes agências tomam como ponto de partida e chegada para eficácia de suas intervenções. Serão utilizados diários de campo e entrevistas semiestruturadas, bem como analisados sob o viés da psicologia social e antropologia todos os materiais produzidos e advindos da interação com esse coletivo, tais como reuniões, encontros, escritos.

Nome dos Autores/Co-autores/Orientador

Tipo de trabalho

Título do trabalho

Palavras-Chave (3 a 5

palavras)ResumoCódigo

EIXO 5: Corpo, gênero, sexualidades e interseccionalidades III COPENE SUL 2017

VERDE = GRATUIDADE CONCEDIDA �3 Versão: 01 de julho de 2017

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P05003 Raquel Barbosa Pôster

O ensino da historia das mulheres na

educação infantil: abordagens possíveis

Infancia. Curriculo naa

Educação Infantil. Direitos das Mulheres.

Direito da Criança.

O Ensino da História da Luta das Mulheres na Educação Infantil: abordagens possíveis O presente pôster tem como objetivo relatar uma experiência desenvolvida em um Núcleo de Educação Infantil na cidade de Florianópolis referente ao Dia Internacional Da mulher. As Diretrizes Curriculares Nacionais da Educação Infantil (2010) indicam que as propostas desenvolvidas nesta etapa da educação básica devem estar comprometidas com a garantia da sua função sociopolítica. O documento define que as ações pedagógicas construam sociabilidades diversas daquelas pautadas em relações de dominação econômica, racial, etária, de gênero e religiosa.  Estes apontamentos das Diretrizes Nacionais produziram inquietações no nosso “fazer cotidiano em sala”: Como trabalhar junto com as crianças de modo comprometido com o rompimento das relações de dominação? Como trabalhar temáticas imbricadas em relações de dominação sem sermos excessivamente lúdico ou excessivamente “militante”? Somado a tantas perguntas, tivemos a necessidade de reafirmarmos que não consideramos as crianças pequenas incapazes de compreender as relações sociais, ou seja, apenas como um “mímico” que imita o que vê, e um “papagaio” que só repete o que escuta. A interpretação da criança como um ser que apenas reproduz as relações sociais permeia muitos discursos das profissionais atuantes com crianças diante de assuntos como racismo, preconceito de classe, ou de gênero.  Imersas nesse contexto, amparadas legalmente pelas Diretrizes, ao mesmo tempo inquietadas por essas  indagações, com mais incertezas do que certezas, construímos uma intervenção Pedagógica com as  crianças entre 3 e 5 anos. Apresentamos aspectos da história que culminaram na construção do “Dia Internacional da Mulher” utilizando como recursos didáticos imagens reais da história, envolvendo a presença da criança pequena nas fábricas, bem como as precariedades das condições de trabalho da mulher.  Alcançamos o objetivo de promover uma educação infantil que oferta o contato das crianças pequenas com temas da história mundial das mulheres trabalhadoras de sua luta pelos seus direitos e também pelos direitos das crianças.      1 Infância. Currículo na educação Infantil. Sociedade.

Nome dos Autores/Co-autores/Orientador

Tipo de trabalho

Título do trabalho

Palavras-Chave (3 a 5

palavras)ResumoCódigo

EIXO 5: Corpo, gênero, sexualidades e interseccionalidades III COPENE SUL 2017

VERDE = GRATUIDADE CONCEDIDA �4 Versão: 01 de julho de 2017

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Código Nome dos Autores/Co-autores/Orientador

Tipo de trabalho

Título do trabalho

Palavras-Chave (3 a 5

palavras)Resumo

C06001Alessandra Martich

Freitas Orientadora: Ione da Silva Jovino

Comunicação Oral

A teoria feminista nigeriana em Americanah (2012) de

Chimamanda Adichie

Feminismo negro.

Empoderamento. Escrita.

Feminista. Interseccionalida

de.

A intenção desse artigo é analisar e buscar as teorias feministas da África e Nigéria no romance de Chimamanda Ngozi Adiche Americanah (2012). A análise é resultado de uma parte do meu trabalho de conclusão de curso, assim como o estudo investigativo sobre as teorias feministas. Para efetivamente buscar estes feminismos, utilizamos as teorias feministas africanas e nigerianas, apoiadas em uma reflexão histórica sobre os motivos que as originaram. As intelectuais negras, Ogunyemi (2002), Hudson-Weems (2002), Ogundipe-Leslie (2002), Acholunu (2002) e Nnaemeka (2004), apresentam essas teorias que podem ser entendidas em Americanah e que é o principal objeto de análise. Por meio das teorias feministas anteriormente elencadas, iremos entender como Adichie constrói a personagem principal como mulher negra e empoderada. Além disso, como a protagonista ajuda a empoderar as outras personagens do romance. Também, veremos como o núcleo familiar e a desconstrução da única história estão presentes na narrativa. Adiche em Americanah reúne essas discussões e sintetiza o que já escreveu em outras de suas obras. Sobre o feminismo – não o nomeando, mas instigando para que o leitor o defina -, sobre a única história que temos sobre a África e principalmente sobre a Nigéria e sobre as incongruências que existem em viver noutro país de forma crítica e reflexiva. As reflexões que originaram esse artigo e o trabalho de conclusão de curso se originaram das pesquisas feitas no período em que participava do Projeto Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência do curso de Letras/Espanhol da Universidade Estadual de Ponta Grossa, em que o tema principal eram as africanidades brasileiras e letramento.

C06003G

Silvana Martins dos Santos

Comunicação Oral

feminismo negro: origem e base

histórica

feminismo negro, mulheres negras,

feminsmo

O feminismo é uma corrente de pensamento que traz como uma de suas concepções a igualdade entre os gêneros, usada como combustível inicial para o movimento. Na atualidade existem outras questões que foram surgindo a partir desse pensamento: O que seria igualdade de gênero? O que seria igualdade entre homens e mulheres? O que seria igualdade entre as mulheres? E quem são esses sujeitos que reivindicam o feminismo como ideologia? Advindo de diferentes lugares e com diversas formas repensar o mundo, hoje o feminismo chega a sua quarta onda, modificando suas reivindicações, e se multiplicando em diversos movimentos, diversos feminismos, que abrangem a luta das mulheres trans, das mulheres cis, das mulheres negras, o movimento Queer, a luta das mulheres trabalhadoras, e tantos outros, sempre com o intuito de fazer com que esses  sujeitos tenham direitos iguais. Uma dessas perspectivas deu origem ao Feminismo Negro, este trabalho tem como principal objetivo  compreendê-lo, através da analise da obra  das feministas norte americanas e brasileiras; e também da experiência de mulheres negras no ocidente.

C06004 Cristiane Mare da Silva Comunicação Oral

FEMINISMOS NEGROS:

EXPERIÊNCIAS DE MULHERES

NEGRAS NO BRASIL

CONTEMPORÂNEO -  1960-2015

Abordagens poéticas;

Experiências de Mulheres Negras;

Feminismos Negros, Brasil

contemporâneo.

A presente comunicação tem como objetivo analisar as experiências de mulheres negras no Brasil contemporâneo, especialmente entre 1960, data da primeira edição do livro Quarto de Despejo da escritora Maria Carolina de Jesus e, 2015, ano da realização em Brasília da Marcha das Mulheres Negras. Nele pretendem-se compreender as condições que configuraram discursos feministas negros, no ponto de encontro entre as lutas antirracistas e de emancipação feminina, suas pautas e diferentes modos de resistências, que parecem indicar fissuras de um mundo colonial, racista, sexista e patriarcal. Para tanto, vozes de mulheres de diversas linguagens poéticas, estarão em cena no sentido de pontuar o que suas performances são capazes de traduzir  e apreender. A partir de referências como Bell Hooks, Angela Davis, Lélia Gonzáles, Stuart Hall, Edouard Glissant, Ivy Guedes, busca-se igualmente refletir sobre as experiências e narrativas de si.  Evidenciar e negritar tais contribuições, representar essas mulheres, ainda se mostra como uma necessidade em nossa sociedade , pois na medida em que são evidenciadas também nos espaços acadêmicos, refuta-se a memória coletiva do não lugar das mulheres negras, de um imaginário que as coloca universalmente dentro do inenarrável. De acordo Conceição Evaristo (2010) “a literatura feita pelas pessoas do povo, ela rompe com um lugar pré-determinado”, aqui se acrescenta  as artes feitas por essas mulheres, pois as mesmas permitem que a reescrita de suas vidas e de sociabilidades se insiram nas histórias deste país, bem como, nas construções de mulheres negras como sujeitos.

C06005 Nathália Dothling Reis Comunicação Oral

Minha mãe trabalhou de

doméstica, eu trabalhei em casa de patroa branca e minhas filhas

também”: narrativas de mulheres da Comunidade

Quilombola Toca/Santa Cruz

Mulheres negras, interseccionalidade, feminismo

negro, comunidade quilombola,

trabalho doméstico.

Sabemos que o feminismo e as intelectuais feministas foram importantes na crítica à suposta objetividade da ciência. Em trabalhos como os de Donna Haraway percebemos que por trás da neutralidade científica esconde-se o Homem. Mas se nos atentamos para as experiências e críticas de mulheres e intelectuais negras e descoloniais, vamos ainda mais longe e podemos perceber que o próprio campo feminista precisa ser revisitado. A intelectual e feminista negra, Sueli Carneiro, considera que o movimento feminista brasileiro, apesar de ter tido importantes avanços, compartilhou da visão eurocêntrica e universalizante sobre as mulheres. Para ela a principal consequência disto foi a incapacidade de perceber as diferenças existentes no universo feminino e que as mulheres negras tiveram uma experiência histórica distinta à que predomina no discurso clássico sobre opressão contra mulher. Com isso, ela acredita que mulheres vítimas de outras opressões, além do sexismo, têm suas vozes silenciadas e, portanto, são invisibilizadas no feminismo. Através do trabalho de campo que tenho feito na Comunidade Quilombola Toca/Santa Cruz, no município de Paulo Lopes, em Santa Catarina, percebo, pelas narrativas das mulheres da comunidade, que a relação entre elas e as mulheres brancas da cidade vem se perpetuando desde a escravidão, quando as primeiras faziam todo o trabalho nas casas das segundas, cuidavam de seus filhos e ainda sofriam castigos. Desde os anos 70, as mulheres da Toca sempre trabalharam de empregadas domésticas nas casas das mulheres brancas de Paulo Lopes e isso continua de geração em geração. Através de intelectuais negras e descoloniais - como Lélia Gonzalez, Sueli Carneiro, bell hooks, Maria Lugones, Yuderkis Miñoso – pretendo mostrar como o próprio feminismo, os estudos feministas, e a categoria de gênero têm apagado as experiências de mulheres “outras”; das mulheres negras e não brancas e, no caso específico, de mulheres de comunidades quilombolas.

Código

EIXO 6: Feminismos negros III COPENE SUL 2017

VERDE = GRATUIDADE CONCEDIDA �1 Versão: 01 de julho de 2017

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C06007Fernanda da Silva

Chagas - Autora e Dennis de Oliveira - Orientador

Comunicação Oral

Pertencimento, amizade e autoestima:

Trajetórias de mulheres negras na ONG Odara em Pelotas/RS.

mulheres negras, movimento de

mulheres, cultura negra, ONG

Odara.

O presente trabalho tem como foco de estudo as mulheres negras integrantes da ONG Odara. Esta instituição foi fundada no ano 2000 e tem como objetivo valorizar a cultura negra na cidade de Pelotas/RS, através da dança e da percussão. Tal investigação foi realizada como trabalho de conclusão do curso de especialização em Psicologia Política da Escola de Artes, Ciências e Humanidade da Universidade de São Paulo/USP. Além das atividades artísticas e culturais, o grupo Odara atuou junto ao movimento negro da cidade, organizando ações sociais e políticas como as Marchas do Vinte de Novembro no município. A organização também atuou no apadrinhamento de uma instituição que acolhia meninas em situação de vulnerabilidade e promoveu um cursinho pré-vestibular para afrodescendentes. No decorrer dos anos de atuação o Odara já realizou oficinas e apresentações artísticas em diversos municípios do Rio Grande do Sul, também esteve presente em outros estados brasileiros, sendo eles São Paulo, Minas Gerais, Bahia e também no Distrito Federal, a organização ainda desenvolve suas atividades em um bairro localizado na periferia da cidade de Pelotas. O objetivo da investigação foi compreender a influência desse grupo na trajetória de vida de cinco mulheres negras, de 26 a 33, que participaram da ONG. Para embasar teoricamente a investigação, discutimos: a invisibilidade no negro no RS, movimento de mulheres, mulheres negras e o conceito de cultura negra. A metodologia utilizada foi história de vida, assim foram realizadas entrevistas semi-estruturadas que após análise destacamos algumas noções para compreender essas influências, sendo elas: pertencimento, criação de laços e elevação da autoestima das mulheres negras entrevistadas.

C06008Eveline Pena da Silva -

autora e Luzinete Simões Minella - orientadora/co-

autora

Comunicação Oral

Por uma epistemologia feminista negra

Epistemologia; Feminismo

Negro; Epistemologia

Feminista Negra.

O presente artigo é um recorte da tese “Estudantes negras cotistas: um enfoque feminista sobre gênero e raça no ensino superior brasileiro”, ainda em fase de escrita, a ser apresentada ao Programa de Pós-Graduação Interdisciplinar em Ciências Humanas da Universidade Federal de Santa Catarina. Objetivamos aqui, a partir de uma discussão teórico-metodológica, discutir a necessidade de construirmos e discutirmos epistemologias a partir de uma perspectiva feminista negra, ou seja, uma epistemologia feminista negra. Segundo Uma Narayan (1997) a epistemologia feminista considera as teorias dominantes sobre os diversos empreendimentos humanos, incluindo aquelas sobre o conhecimento, como unidimensionais e profundamente falhas, devido à exclusão e à representação incorreta da participação das mulheres, uma vez que suas experiências enquanto indivíduos e seres sociais, suas contribuições ao trabalho, a cultura e ao conhecimento, sua história e seus interesses políticos têm sido sistematicamente ignorados ou mal representados pelos discursos dominantes em diferentes campos. Tendo em vista que são os homens brancos da elite e seus representantes que controlam as estruturas de validação do conhecimento, as experiências das mulheres negras têm sido sistematicamente distorcidas ou excluídas do discurso acadêmico tradicional. Neste sentido, Patricia Hill Colins (2000) afirma que o pensamento feminista negro, enquanto pensamento especializado, reflete o conteúdo temático das experiências das mulheres negras. O que ocorre é que expressar esses temas e paradigmas não tem sido uma tarefa fácil, uma vez que essas mulheres precisam lutar contra as interpretações do mundo construídas a partir do olhar do homem branco. Nesta epistemologia alternativa, os valores estão no coração do processo de validação do conhecimento de tal forma que a investigação tem sempre um objetivo ético. Além disso, quando se torna politizada e conectada a um projeto de justiça social, ela pode formar uma estrutura para o pensamento e prática feminista negra.

C06009

ANGELA MARIA DE SOUZA -

COORDENADORA / ORIENTADORA DA

COMUNICAÇÃO ORALJULIANA ZACARIA - CO - AUTORES LAIS

CABRAL NECKEL - CO - AUTORES E JANAINA

DE JESUS LOPES SANTANA

Comunicação Oral

Yabá na Luta: o empoderamento da mulher negra

na tríplice fronteira

Mulheres, etno-racial, educação,

expressão artístico cultural, empoderamento.

Esse trabalho teve como proposta analisar os contextos de posicionamentos e reivindicações políticas voltadas para mulheres negras que atuam em distintos seguimentos na região das três fronteiras (Argentina, Brasil e Paraguai). Dividimos a pesquisa em dois eixos: a mulher negra na produção artístico/cultural e a mulher negra na educação. A iniciativa surgiu através do programa de fomento do Concurso de Beca de Investigación “Capitana Maria del Valle (2015) no diálogo entre duas instituição FLACSO (Faculdade Latino Americana de Ciências Sociais) – Argentina e ONU (Organização das Nações Unidas)Esta proposta de investigação teve como foco expor e situar a exclusão histórica e estrutural sofrida pela mulher negra em distintos espaços, construídos e constituídos socialmente. A proposta reflexionou como essas mulheres constroem suas identidades de resistências, empoderando-se e se fazendo presentes nos espaços e lugares antes negados pela dupla discriminação, de gênero e racial.É na busca por compreensão destes espaços, construídos por mulheres negras que esta investigação caminhou, com a proposta de observar etnograficamente este cenário no contexto de fronteira que reúne Brasil, Argentina e Paraguai a partir das cidade de Foz do Iguaçu, Puerto Iguazu e Ciudad del Este, respectivamente.A mulher negra na América Latina passou por processos históricos de imposição e negação de direitos e espaços, resultante do processo colonial escravocrata. A partir do momento que essas mulheres passam a questionar seus direitos, a participar e transitar pelos espaços antes inacessíveis, rompem com uma lógica e uma estrutura excludente, ainda presente no imaginário social no qual as representações construídas e reproduzidas, como a divisão social dos espaços e ocupações, se cruzam entre as noçõesde raça, gênero e classe.Partindo do contexto local, através do método etnográfico, este trabalho propõe a realização de uma reflexão mais ampla sobre os espaços de posicionamento de mulheresafro-latino-americanas que formam suas práticas de resistência e ressignificação num contexto de diáspora afro-latino americana.

Nome dos Autores/Co-autores/Orientador

Tipo de trabalho

Título do trabalho

Palavras-Chave (3 a 5

palavras)ResumoCódigo

EIXO 6: Feminismos negros III COPENE SUL 2017

VERDE = GRATUIDADE CONCEDIDA �2 Versão: 01 de julho de 2017

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C06010

Carol Lima de Carvalho - PUC/SP (autora) Maria

Antonieta Martines Antonacci - PUC/SP

(orientadora)

Comunicação Oral

PROTO-FEMINISMO NEGRO EM

SANTA CATARINA: UM ESTUDO DO ATIVISMO DE MULHERES NEGRAS NA

LUTA ANTIRRACISTA,

SEGUNDA METADE DO SÉCULO XX

Movimento de Mulheres Negras,

Feminismo Negro, AMAB,

Luta Antirracista.

O presente trabalho visa apreender aspectos do projeto de pesquisa intitulado “Proto-Feminismo Negro em Santa Catarina: Um Estudo do Ativismo de Mulheres Negras na Luta Antirracista, segunda metade do Século XX”, este propõe traçar aspectos de um diálogo em torno do papel das mulheres negras brasileiras na luta antirracista e feminismos no estado de Santa Catarina, mais precisamente Florianópolis. De acordo com Joselina da Silva (2014, p.35), no ano de 1980, um cenário de críticas a aspectos da sociedade e anseio por mudanças, o movimento de mulheres negras emergiu possibilitando debates sobre combate as violências raciais e de gênero. Nesse sentido, uma das organizações formadas por mulheres negras em Florianópolis intitulada Associação de Mulheres Negras Antonieta de Barros (AMAB) foi construída neste contexto, e as protagonistas deste projeto são suas integrantes. Por meio da leitura dos documentos de acervos pessoais e entrevistas a serem realizadas, o objetivo é identificar o que as fundadoras da AMAB compreendem sobre feminismo e de que forma elas se configuram, enquanto mulheres negras, na luta antirracista com pautas e ações destinadas às mulheres negras e educação. O intuito do projeto, portanto é analisar o papel dos movimentos de mulheres organizados em Florianópolis, pensando nas ressonâncias dos feminismos e a organização de mulheres negras diante do contexto da luta feminista e antirracista na cidade de Florianópolis na segunda metade do século XX.

Nome dos Autores/Co-autores/Orientador

Tipo de trabalho

Título do trabalho

Palavras-Chave (3 a 5

palavras)ResumoCódigo

EIXO 6: Feminismos negros III COPENE SUL 2017

VERDE = GRATUIDADE CONCEDIDA �3 Versão: 01 de julho de 2017

Page 20: Trabalhos Aprovados - 01 de julho de 2017 - III Copene SUL Aprovados - 01 de julho de 2017.pdf · esta demanda, o projeto foi idealizado como forma de se garantir o estímulo à formação

Código Nome dos Autores/Co-autores/Orientador

Tipo de trabalho

Título do trabalho

Palavras-Chave (3 a 5

palavras)Resumo

C07001 Jeruse Maria Romão Comunicação Oral

“Criança quando vem lá de

Aruanda, Iansã quem manda”: a

presença de Crianças e

adolescentes na Umbanda de

Almas e Angola(SC)

Educação, religião e

africanidades

A pesquisa em andamento e desenvolvida por uma integrante do Terreiro de Umbanda São Cosme e Damiao que observa, desde 2010,  a presença e lugares que as crianças e adolescentes ocupam no ritual de Umbanda de Almas e Angola e um terreiro no município de São José. Neste Copene,  apresentaremos a primeira etapa concluída da pesquisa, qual seja, aquela que caracteriza o grupo das crianças e adolescentes e aponta quais as suas percepções sobre o território religioso denominado terreiro.

C07003

Rafael Coutinho Paulo (Autor)Norma Soares Flores (Autor)Paulo Roberto Cardoso da Silveira (Orientador)

Comunicação Oral

A Religião de Matriz Africana na Fronteira-Oeste

do Rio Grande do Sul: Identidade e

Diversidade

Religião, Batuque,

Identidade, Terreiros

O presente trabalho tem como objetivo abordar de forma exploratória o desenvolvimento do Batuque no estado do Rio Grande do Sul, especificamente na região da fronteira-oeste, compreendendo sua significação na constituição de uma identidade negra e sua diversidade de culto. A Investigação realizada no escopo do curso de Especialização em História e Cultura Africana, Afro-brasileira e indígena da UNIPAMPA – Campus de Uruguaiana buscou contribuir com a sistematização de um conhecimento sobre a consolidação dos terreiros, relacionando o Batuque desenvolvido em território gaúcho com a diversidade observada nas diferentes regiões do território nacional, produzindo um material que sirva de referência para o trabalho em sala de aula e em outros espaços educacionais. Deste modo, pretende-se instrumentalizar os educadores para o cumprimento da Lei 10.639/03, combatendo os preconceitos e a discriminação étnico-racial. Metodologicamente, realizou-se uma revisão da literatura historiográfica, resgatando a origem do Batuque no Rio Grande do Sul e sua chegada na região em estudo; seguindo-se da visita aos diversos terreiros existentes na nossa cidade, coletando informações de suas vivências religiosas nas diferentes linhas de culto aos orixás. Deste modo, identificou-se elementos sobre a importância do sagrado e seu entendimento nos terreiros, gerando elementos que favorecem a desmistificação dos cultos de matriz africana e a necessidade de debates sobre a intolerância religiosa no contexto escolar. Percebe-se a identidade cultural negra como elemento unificador das práticas religiosas, mas também uma grande diversidade de culto entre os terreiros investigados e destes com a tradição preservada pelo Candomblé. Esta diversidade atribui-se a especificidade da construção do batuque como forma de culto aos Orixás oriunda de uma síntese de fragmentos culturais que o afasta dos cultos desenvolvidos inicialmente na Bahia e no Rio de Janeiro,  atrelada a uma variedade de “linhas” de culto associadas a diferentes nações africanas que aqui chegaram.

C07004G

Luis César Rodrigues JacintoDulce Mari da Silva

VossComunicação

Oral

A VIDA COMUNITÁRIA

DA BENZEDEIRA NEGRA DONA

SANTA: REDES DE

SOLIDARIEDADE NA REGIÃO DA CAMPANHA DO

RS

Palavras-chaves: Cultura Afro-

brasileira. Mulher Negra.

Religiosidade. Vida

Comunitária.

O artigo aborda a vida comunitária de Dona Santa, mulher negra benzedeira da região da Campanha Gaúcha (RS), a partir de relatos de outras mulheres que com ela conviveram e da análise de documentos, como Anais da Câmara Municipal de Bagé, fotos de família, samba de enredo feito em homenagem a ela. Esse estudo pretendeu problematizar valores culturais heteronormativos e excludentes em relação à cultura Africana e Afro-brasileira, dando vazão a uma história de vida até então não contada. Embasado nos Estudos Culturais e nas Teorias Pós-estruturalistas, adotou-se como metodologia de pesquisa a História Oral para a compreensão dos modos como se produzem identidades e diferenças culturais em âmbito local. A vida comunitária de Dona Santa representa uma experiência rica de hibridização cultural manifestada através de suas rezas e benzeduras e da realização da Festa Popular de São Cosme e São Damião, práticas que constituem a cultura afro-brasileira no contexto local, ainda presentes no imaginário social. Entende-se que o maior legado de Dona Santa está na rede de relações comunitárias solidárias construídas durante toda sua trajetória de vida, as quais revelam um misto de elementos culturais que preservam marcas da tradição popular  e africana e, ao mesmo tempo, incorporam valores e práticas da cultura brasileira.

C07005 Andresa Pereira Serpejante

Comunicação Oral

História e memória: a

evocação do passado como um dispositivo

para a construção de identidades

negras e afrodescendentes

em Curitiba no século XXI, a

partir da Lavação

História, memória e

identidade negra

A Lavação das Escadarias da Igreja Nossa Senhora do Rosário do Homens Pretos de São Benedito, é um evento religioso que ocorre em Curitiba e celebra o mês da Consciência negra, na igreja fundada por negros e libertos no ano de 1737. A primeira edição do evento foi no ano de 2009, como parte integrante do Festival Paranaense do Samba, tornando-se no ano seguinte, um evento a parte do Festival .Na comemoração, mais precisamente o início dela, há fala de representantes de vertentes religiosas como da comunidade Hare Krishna, dos muçulmanos, Igreja de Deus e da igreja católica. O discurso desses representantes, gira em torno do desejo de paz, tolerância e respeito ao sagrado. No que confere aos candomblecistas e umbandistas, é ressaltado que a presença afrodescendente na história da capital paranaense está materializada com a igreja do Rosário. Ao pesquisar A Lavação das Escadarias da Igreja Nossa Senhora do Rosário, que ocorre nas localidades de Curitiba em Novembro, pode-se perceber um esforço desses grupos religiosos e culturais que participam, do desejo de manutenção e existência dos grupos. Assim, a Lavação, é orientada como um mecanismo de mobilização em torno da crença e da cultura frente as tensões étnicas e identitárias na cidade em um espaço que, em determinado contexto representou a presença negra na cidade.

Código

EIXO 7: Religiosidades e identidades negras III COPENE SUL 2017

VERDE = GRATUIDADE CONCEDIDA �1 Versão: 01 de julho de 2017

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C07006Juliana Rodrigues e Sônia

Maria dos Santos Marques (Orientadora)

Comunicação Oral

Imigração Africana

Identidade e Estereótipo

Identidade; Estereótipo, Imigrante

Resumo: Este artigo apresenta análises parciais da pesquisa de mestrado em educação, em andamento. É um olhar sobre a identidade e sobre o estereótipo construído a partir de discursos. As representações vividas pelas sociedades, nem sempre foram às mesmas, as relações culturais indicam como alguns períodos da humanidade identificavam e construíam seus sujeitos. Desta maneira é possível olhar para a identidade negra no Brasil, e como são constituídos conceitos relacionados ao imaginário instaurado ao longo da história e consolidado pelas práticas sociais. Sabemos que os significados atribuídos ao patrimônio e à cultura sustentam as narrativas históricas que atribuem legitimidade aos sentimentos de pertencimento e identificação. Tendo em vista tais representações discutiremos os discursos produzidos e reproduzidos sobre o homem negro resultantes dos discursos coloniais, na formação de estereótipos, dos quais ainda hoje constitui um lugar ao outro, ao estranho. As maneiras de identificar o homem negro, presente na sociedade. O recolhimento de dados para subsidiar a pesquisa foi obtido através de entrevistas narrativas, com sujeitos imigrantes de diferentes países do continente africano, e que hoje residem em Francisco Beltrão. As entrevistas apresentadas pelos sujeitos foram criteriosamente transcritas e passaram pela análise de conteúdo. As categorias foram coligadas com autores que permitirão um diálogo com estes estudos como: Frantz Fanon, Hommi Bhabha, Stuart Hall, Albert Memmi. Estes nos permitem adentrar na discussão do sujeito em deslocamento que negocia maneiras de ser e existir diante de diferenças culturais.  Conclui que estes sujeitos são fixados por determinadas características, segundo suas crenças e seu pertencimento étnico, com o mesmo olhar do colonizador e colonizado, tais afirmações interferem diretamente na sociabilidade destes sujeitos.

C07008 Roselete Fagundes de Aviz

Comunicação Oral

O LUGAR SOCIAL DAS

MULHERES NAS MANIFESTAÇÕES DO CACUMBI

Cacumbi/Catumbi;

Religiosidade; Identidades; Invisibilidade;

Gênero

Tendo como ponto de partida as negras vozes dos quintais no contexto moçambicano e afro-brasileiro, esta comunicação faz parte do desdobramento e aprofundamento de uma investigação sobre a voz e a escuta, explorada em minha tese de doutorado sob o título, “Khilá: (Des)encontros da Voz na Travessia Brasil-Moçambique” (2012). Busco aqui explorar as manifestações do Cacumbi/Catumbi em Santa Catarina. Para tentar compreender tais manifestações é preciso também associá-las ao modo como foram abordadas nos estudos sobre as populações negras em Santa Catarina: sob a mais absoluta invisibilidade dos negros do Sul do Brasil. (Leite, 1986) chama a atenção para a invisibilidade histórica a que foram submetidas as comunidades negras no estado de Santa Catarina, inclusive no que se refere às suas manifestações socioculturais. É neste contexto que, o presente estudo tem como objetivo desvelar que o Cacumbi/Catumbi em Santa Catarina apresenta-se marcado por relações de gêneros: papel de mulheres e papel de homens a desempenhar fora e dentro da prática religiosa.  O que menos se divulgou ainda é que as mulheres negras tiveram uma grande contribuição na estruturação e organização dessas práticas. A tradição e a memória sobre as atividades realizadas por avós e mães, em outros tempos, marcam uma forte identidade feminina, principalmente para as mulheres mais velhas, como responsáveis pela valorização e relevância dos rituais ao desempenhar seu papel de protetora, conselheira, mediadora entre a família, a comunidade e a ancestralidade.

C07009 Hilton Fernando da Silva Pinheiro (autor)

Comunicação Oral

O Terreiro no Estatuto da

Igualdade Racial: entre o público e

o privado

História Terreiros SEPPIR

No início dos anos 2000 no Brasil, mais precisamente a partir de 2003,  ocorreram diversas modificações acerca das políticas de ações afirmativas para a população afrodescendente. Neste cenário os povos tradicionais de terreiro tiveram também contemplados em variadas modificações. Durante esse avanço das políticas promovidas pelo Partido dos Trabalhadores(PT), na figura do Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, verificamos o aparecimento de Secretaria e órgãos reguladores que enfocavam esta temática e a concretização de políticas públicas visando alterar o cenário que até então se encontravam. Nesta comunicação irei  trazer o que modificou efetivamente quanto ao discurso dos Terreiros e sua caracterização neste conjunto de leis, tomando por base da criação até a extinção da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (SEPPIR), o foco está sobre o Estatuto da Igualdade Racial e que simbolizou uma modificação efetiva no ambito das políticas e gerenciamento para a população afrodescendente no Brasil.

C07010Thaís Rodrigues dos Santos e Angie  Edell

Campos LazoComunicação

Oral

PRETOS-VELHOS:

REPRESENTAÇÃO DE

AFRICANIDADE

Pretos-Velhos; umbanda; religião de

matriz-africana

O Estado do Paraná apresenta algumas especificidades que auxiliam a reflexão dos atravessamentos étnico-raciais na sua construção e que de alguma forma esbarraram na constituição dos terreiros nas diferentes regiões paranaenses. O processo de formação, principalmente, urbano do Estado, foi acelerado no século XIX pelo investimento na imigração europeia, assim como em projetos urbanos que acompanhassem a ideia da Europa industrializada moderna. Em consonância a esse ideário em Curitiba, capital do Paraná, destacou-se a participação, na formação do Estado, de importantes intelectuais ligados às oligarquias locais, que contribuíram para a exclusão da parcela não-branca, negros e índios, da população paranaense. Esse contexto influenciou a construção dos Terreiros de Umbanda no Paraná, apesar das singularidades das Umbandas praticadas, percebemos que a maior referência aos municípios interioranos do Centro-Sul paranaense no que compete a formação na Umbanda está ligada a Curitiba. Pensando nisso, a presente pesquisa chama a atenção e se propõe a reflexão da relação atribuída por alguns filhos-de-santo a figura dos Pretos Velhos, enquanto referência única da matriz africana dentro do universo umbandista, problematizando algumas influências sociais, históricas e econômicas nas diferentes Umbandas e possíveis atravessamentos da relação única e linear do Preto-Velho com a matriz africana dentro do universo umbandista. A concepção do Preto-Velho é representada pelo estereótipo do negro escravizado, mas, que dentro dos rituais umbandistas essa imagem se defronta com a entidade evoluída ou em evolução, cuja vivência lhe fornece subsídios de força, resistência e luta, ao passo que se interpelam as imagens multifacetadas e altamente plásticas, que não correspondem, somente abnegação, simplicidade e humildade ligada à servidão. Sendo assim, entendemos que a leitura da cultura dos Pretos Velhos precisa ser vista, como “algo constantemente reinventado, recomposto, investido de novos significados e é preciso perceber a dinâmica dessa produção cultural.

Nome dos Autores/Co-autores/Orientador

Tipo de trabalho

Título do trabalho

Palavras-Chave (3 a 5

palavras)ResumoCódigo

EIXO 7: Religiosidades e identidades negras III COPENE SUL 2017

VERDE = GRATUIDADE CONCEDIDA �2 Versão: 01 de julho de 2017

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C07011G

Lázaro de Oliveira Evangelista

Comunicação Oral

Projeto Sankofa - Identidade e

Representatividade

Sankofa, Identidade e

Representatividade

A partir da constatação da necessidade de trabalhar com os estudantes do ensino fundamental das séries finais do 6º ao 9º ano com os conteúdo de Língua Inglesa e Ensino Religioso de forma contextualizada, dinâmica e significativa, o projeto buscou evidenciar no currículo escolar especificamente nestas duas disciplinas, um projeto inter/multidisciplinar que trabalhasse questões relativas a lei 10.639/03 e 11.645/08 através de ações pedagógicas que tornasse visível a participação do povo negro no Brasil como protagonista na formação da identidade nacional e sua representatividade positiva na sociedade, dando um novo significado do ser negro no Brasil. Estas ações pedagógicas permitiram que os estudantes aprendessem, respeitassem, conhecessem e valorizassem a história e a cultura afro-brasileira e africana como parte importante na construção da identidade nacional e suas influências no mundo, com efeito de proporcionar uma educação mais inclusiva, e de qualidade, na busca de uma sociedade justa e democrática. Vale ressaltar a grande influência dos conceitos defendidos pelo pesquisador e sociólogo Stuart Hall do ponto de vista de trabalhar com as questões voltadas para as identidades culturais, uma vez que entendemos que a identidade de um ser não é fixa ou imóvel, e que não somos capazes de encontrar verdades absolutas sobre as identidades. Deste modo, somos constituídos por representações, e é essencial termos a compreensão do mundo em que as mudanças acontecem, as culturas se misturam e as certezas são inconstantes. Baseado em um pensamento filosófico da etnia linguística dos povos Akan, Sankofa pode significar tanto a palavra na língua Akan, que se traduz ao português como "volte e pegue". Um dos símbolos do Sankofa é sum pássaro africano de duas cabeças. O pássaro tem uma cabeça voltada para o passado e outra cabeça voltada para o futuro.

C07012Ana Paula Evaristo Russi Orientadora:

Patrícia de Moraes LimaComunicação

Oral

Reflexões sobre a produção

científica sobre a infância nas

religiões de matriz africana

Educação. Infância.

Religiões de Matriz Africana.

Estado de Conhecimento.

O presente trabalho apresenta reflexões sobre a infância nas religiões de matriz africana a partir de uma pesquisa de estado do conhecimento, a qual foi realizada como etapa inicial de pesquisa de Mestrado no Programa de Pós-Graduação em Educação da UFSC, na linha Educação e Infância.A investigação de descritores relacionados aos temas infância e religiões de matriz africana foi efetuada em seis bases de dados diferentes, e os resultados foram examinados de forma a oferecer uma conjuntura da produção científica atual. Este desenho contextual foi confrontado com resultados de produções anteriores que também trazem um panorama da pesquisa científica envolvendo infância e religiões de matriz africana. Para além de uma análise científica das produções, o trabalho almeja a escolha de um repertório bibliográfico que circule pelas mais diversas áreas do conhecimento, operando como um princípio de movimento atualizador para estas pesquisadoras. Embora seja possível constatar um crescimento do interesse científico pela infância nas religiões de matriz africana, há que se considerar que a atenção dedicada ao tema ainda é reduzida e vem sendo movimentada principalmente pelos campos da Educação, Antropologia e Psicologia. Embora uma parte considerável dessas abordagens se compõe de abordagens etnográficas, ainda há uma primazia da abordagem do tema partindo de problematizações compostas no contexto escolar. Diante da importância em considerarmos, na concepção do foco de pesquisa, de onde estamos partindo e que direção pretendemos tomar, o ato de pesquisar nas bases de dados corrobora com tal concepção, uma vez que situa nossa pesquisa no panorama da produção científica, ao mesmo tempo em que sinaliza para onde podemos ir, ao indicar as demandas mais atuais.

C07013 Díjna Andrade Torres Comunicação Oral

Segredo de quarto de santo: o

sagrado dos símbolos em uma

casa de Candomblé sergipana

Candomblé; Símbolos; Segredo e Sagrado.

Esse ensaio não pretende dar conta de classificar todos os símbolos que poderiam justificar-se como sagrados ou secretos dentro de uma religião cuja infinidade de significados já denota a impossibilidade dessa categorização totalizante. O que pretendo aqui é tentar problematizar através de leituras sobre simbolismo e performance, como os símbolos que constituem uma categoria de segredo e sagrado operam dentro de um contexto específico, e de que forma, se há uma forma, eles transformam e constroem realidades através dos meios pelos quais são operados. Inicialmente, podemos tomar como ponto de partida uma discussão sobre como os diferentes símbolos são constituídos e qual é o caminho percorrido para chegar a uma interpretação ou significado do que esse símbolo é formado ou o que ele se propõe a fazer. Retomando o contexto inicial, que é o de rituais em que operam a noção de segredo e sagrado no Candomblé, é importante destacar que esta é uma religião cujos ritos, símbolos e rituais variam a cada casa, região, inclusive lideranças. O Candomblé é uma religião afro-brasileira oriunda de diversos elementos vindos de diferentes povos de países africanos como Nigéria, Angola, Togo, Benin etc. Essa congregação de ideias, ritos, rituais, foram convergidas em grupos que se uniram com ideais religiosos em comum, com o intuito de continuar as suas práticas e cultos às deidades africanas, e a esses cultos, denominamos de religiões afro-brasileiras, que, dentre elas, estão as casas e adeptos que os identificam como Candomblé. Neste sentido, a escolha que fiz foi por uma casa que se identifica como uma casa de culto de Candomblé, localizada em Riachuelo-SE, cuja zeladora ou mãe de santo tem 45 anos de prática religiosa no Candomblé, e 63 anos de idade.

C07014 Marcelo da Silva Comunicação Oral

Sentado na Canjira com Esù Caninana: por

uma etnografia do ritual de almas e

angola e umbanda na

região da Grande Florianópolis

Umbanda, Almas e Angola,

Conversão, Etnografia,

Florianópolis

Nos últimos anos houve um crescimento do números de casas de santo do ritual de almas e angola na região da Grande Florianópolis. Essa mudança na geografia das religiões de matriz africanas na capital catarinense e seus arredores, nos indicam que um movimento de ressignificação destas práticas religiosas, por parte de seus praticantes, fornecem índices importantes que visibilizam e acionam visões de mundo na diáspora, cujas socialidades entre adeptos e a cidade comunicam e potencializam de que forma negros engendraram cosmovisões que foram paulatinamente rompendo o jugo colonial e construindo no universo pós-colonial sua existencialidade. Quem é o cronista desta caminhada etnográfica é Esù Caninana, entidade conhecida como do "povo de esquerda", que descreve de que forma a tensão entre as transformações do ritual exercem sobre os que vivem no cotidiano tais mudanças.

Nome dos Autores/Co-autores/Orientador

Tipo de trabalho

Título do trabalho

Palavras-Chave (3 a 5

palavras)ResumoCódigo

EIXO 7: Religiosidades e identidades negras III COPENE SUL 2017

VERDE = GRATUIDADE CONCEDIDA �3 Versão: 01 de julho de 2017

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C07015Igor Luiz Rodrigues da Silva (Autor) e Cláudia

Cristina Rezende Puentes (co-autora)

Comunicação Oral

Um Encontro de Fé e Adoração as

Santas Almas: Percepção

Antropológica Entorno da

Representação dos Pretos Velhos no Grupo União Espirita Santa

Barbara- Maceió/ Alagoas.

Religião; Pretos Velhos;

Umbanda; Tradição e Identidade.

Este trabalho parte de reflexões da representatividade e do mistíssimo que gira em torno dos Pretos Velhos no terreiro de Umbanda “Grupo União Espirita Santa Barbara”, na cidade de Maceió, -Alagoas, de como as figuras de Vovó Maria Conga e Pai Joaquim, são construídas  pelas narrativas históricas dos mais velhos, em torno dos africanos escravizados e incorporadas no presente, para fazer ecoar senso de pertencimento e ancestralidade negra, como fatores que organizam e sistematizam a realidade dos filhos e filhas de santo dentro do espaço-ritual a partir das festas e feijoadas preparadas para louvar as Santas Almas. E quais os elementos simbólicos e temporais, que permitem a construção do respeito, da identificação, da perpetuação das tradições dentro do espaço sagrado e fora deles pelos mais jovens, como forma subjetiva e objetiva de sistematizar as suas próprias vidas? Assim, esse trabalho é construído a partir da própria realidade dos pesquisadores enquanto adeptos da religião, dialogando com o saber-fazer antropológico e os métodos de investigação próprios da disciplina, observação participante, pesquisa de campo, uso de recuso imagético e audiovisual, o que permite ter uma compreensão significativa e perceptiva dos sistemas culturais que são criados e recriados para buscar ir de encontro as representações de um passado distante e sagrado.

C07016 Sônia Cristina de Albuquerque Vieira

Comunicação Oral

O SANTO NEGRO

São Benedito- Devoção-

Irmandades-Igreja do Rosário

dos Homens Pretos

Este trabalho, pretende abordar a devoção a São Benedito, um santo negro, tal como se dá a partir de uma Irmandade (hoje extinta) dedicada a este santo, na Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos, construída por africanos escravos no século XIX, no bairro da Campina, em Belém, capital do estado do Pará onde ocorreu uma espécie de deslocamento  da devoção, em direção a um outro bairro,  do Jurunas, onde uma “irmandade” que teria sido fundada por membros dissidentes  da primeira, realiza,  já há quase 60 anos, o que é hoje uma grande festa católica –popular, dedicada a São Benedito na capital do Estado do Pará.

Nome dos Autores/Co-autores/Orientador

Tipo de trabalho

Título do trabalho

Palavras-Chave (3 a 5

palavras)ResumoCódigo

EIXO 7: Religiosidades e identidades negras III COPENE SUL 2017

VERDE = GRATUIDADE CONCEDIDA �4 Versão: 01 de julho de 2017

Page 24: Trabalhos Aprovados - 01 de julho de 2017 - III Copene SUL Aprovados - 01 de julho de 2017.pdf · esta demanda, o projeto foi idealizado como forma de se garantir o estímulo à formação

Código Nome dos Autores/Co-autores/Orientador

Tipo de trabalho

Título do trabalho

Palavras-Chave (3 a 5

palavras)Resumo

C08001

Paulino de Jesus Francisco Cardoso Co-autora: Lourdes Daiana

Ferriol Breternitz

Comunicação Oral

"POLÍTICAS PÚBLICAS NO

ENSINO SUPERIOR: A

IMPLEMENTAÇÃO DO

PROGRAMA DE AÇÕES

AFIRMATIVAS NA UNIVERSIDADE DO ESTADO DE

SANTA CATARINA"

ações afirmativas – ensino superior

- avaliação de políticas públicas

O presente estudo pretende analisar o processo de implementação do Programa de Ações Afirmativas na Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC), aprovado em novembro de 2009, e iniciado somente no segundo semestre de 2011, que se destina a incentivar o ingresso de pessoas fenotipicamente pertencentes à raça negra (enquanto categoria social), pessoas com deficiências e, oriundas das escolas públicas no ensino de graduação da universidade. Para tal, partimos da analise documental qualitativa através das atas e resoluções, disponibilizadas pela Coordenadoria de Assuntos Estudantis da organização, do Conselho Universitário e do Conselho de Inclusão, além das propostas encontradas no Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI). Temos interesse em como a Reitoria e Conselhos Superiores preparam a Universidade do Estado de Santa Catarina, enquanto um espaço de ensino superior, para a recepção de estudantes oriundos de grupos socialmente vulneráveis, na busca de compreender o desenvolvimento e, as estratégias adotadas pela administração central da universidade, em especial, Pró-Reitoria de Ensino (PROEN) e Pró-Reitoria de Extensão, Cultura e Comunidade (PROEX) e, pelos gestores no processo de criação do Programa de Ações Afirmativas (PAA), de modo a avalia-lo enquanto política de promoção da igualdade. Esta obra é parte da pesquisa “Balanço das Ações Afirmativas na Udesc (2011-2016)”, em desenvolvimento pelo Núcleo de Estudos Afro-brasileiro da Universidade do Estado de Santa Catarina (NEAB/UDESC), coordenada pelo Professor Doutor Paulino de Jesus Francisco Cardoso, do mesmo modo que deverá compor o trabalho de conclusão do curso (TCC) em Administração Pública da acadêmica Lourdes Daiana Ferriol Breternitz previsto para Novembro de 2017.

C08002 Mariah Amanda da Silva Comunicação Oral

A ausência da Lei 10.639/2003 no

curso de Licenciatura em Geografia: um

relato de experiência de

uma aluna cotista da Universidade

do Estado de Santa Catarina (2013 - 2016)

Udesc; Ações Afirmativas; lei

federal nº 10,639;

Geografia

Dentre as mais antigas pautas do movimento negro brasileiro, constam a escolarização de jovens e adultos e a inclusão de conteúdos que versem sobre a história e cultura africana e afro-brasileira nos currículos escolares e de instituições de ensino superior. No ano de 2003, para sanar algumas dessas demandas, foi sancionada a lei federal nº 10.639 que torna obrigatório o ensino de história e cultura africana e afro-brasileira nos espaços escolares; no ano de 2004, através do parecer 001 do Ministério da Educação, a obrigatoriedade passa a existir, também, para o ensino superior. No ano de 2012 é sancionada a lei federal nº 12.711/12 conhecida popularmente por lei de cotas, torna obrigatório que as instituições federais de educação superior vinculadas ao Ministério da Educação reservem, em cada concurso seletivo para ingresso nos cursos de graduação, por curso e turno, no mínimo 50% (cinquenta por cento) de suas vagas para estudantes que tenham cursado integralmente o ensino médio em escolas públicas, negros e indígenas. Tendo em vista as antigas e persistentes demandas dos movimentos sociais, considera-se esses, marcos importantes na luta antirracista. Pautando-se nessa legislação, o presente trabalho tem como objetivo apresentar um panorama do currículo do curso de graduação em Geografia (Licenciatura/Bacharelado) da Universidade do Estado de Santa Catarina, bem como estabelecer uma análise acerca da implementação (ou não) da lei federal nº 10.639/03 no currículo. Busca-se apontar em que medida os currículos mantém-se reafirmando a branquitude e em que medida há uma ausência de representatividade para os alunos e alunas negros que estão ingressão nesses espaços de construção de conhecimento, oriundos do programa de ações afirmativas da instituição.

C08003

Paulino de Jesus Francisco Cardoso

(Orientador) Daniela Rieg (Autor) Mariana Vitória

da Silva Penha (Co-autor) Thais de Lima Machado

(Co-autor).

Comunicação Oral

Ações Afirmativas no Sul do Brasil: Um Estudo Sobre

as Políticas de Acesso ao Ensino

Superior Públic

Ações afirmativas,

ensino superior, resoluções

O presente trabalho é fruto do projeto de pesquisa: Ações Afirmativas no Acesso ao Ensino Superior Público: A Experiência da UDESC (2011-2016), desenvolvida pelo grupo de pesquisa “Multiculturalismo: Estudos Africanos e da Diáspora” vinculado ao Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros da Universidade do Estado de Santa Catarina (NEAB/UDESC), sob coordenação do Professor Paulino Cardoso. Pretendemos discutir a implementação das Ações Afirmativas nas referentes universidades do sul do país: Universidade do Estado de Santa Catarina, Universidade Federal de Santa Catarina, Universidade Estadual de Londrina, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Universidade Federal do Paraná e a Universidade Federal de Pelotas. As Políticas de Ações Afirmativas foram criadas no bojo das lutas por igualdade por parte dos movimentos sociais negros, e no compromisso do governo brasileiro, apresentado na Conferência em Durban, África do Sul, de democratizar o acesso ao ensino superior através da adoção de cotas raciais. Buscamos, com foco nas resoluções, realizar uma análise dos atuais programas de ações afirmativas, enquanto política de promoção de igualdade racial. Estamos interessados em mapear, analisar e diagnosticar se as alterações realizadas nas resoluções pelas instituições encontram-se promovendo a equidade.

C08005 Dandara Manoela dos Santos

Comunicação Oral

AÇÕES AFIRMATIVAS: ASSISTÊNCIA ESTUDANTIL E PERMANÊNCIA

NA UFSC EM RELAÇÃO ÀS QUESTÕES

ÉTNICO-RACIAIS

ações afirmativas;

permanência; relações étnico-

raciais;

A intenção desse trabalho é discutir se as políticas de ações afirmativas têm sido acompanhadas por mudanças que assegurem a permanência de estudantes negros na universidade. Para isso, analisou-se documentos referente à assistência estudantil da Universidade Federal de Santa Catarina. A metodologia utilizada seguiu orientações da análise de conteúdo. Uma das primeiras constatações é que houve uma incorporação na retórica dos documentos de termos como: permanência, vulnerabilidade, acesso, o que pode significar uma intencionalidade em contribuir para melhorar as condições acadêmicas dos estudantes. Por outro lado, percebe-se que conceitos como: cotas, ações afirmativas e relações étnico-raciais, são pouco citados, o que sugere que a política de permanência assume características mais universalizantes do que focalizadas, já que o principal critério da assistência tem sido o econômico. Neste caso, os estudantes negros e negras, podem encontrar mais obstáculos na sua vida acadêmica, já que o racismo ultrapassa as questões de ordem financeira.

Código

EIXO 8: Ações afirmativas no ensino superior e protagonismo III COPENE SUL 2017

VERDE = GRATUIDADE CONCEDIDA �1 Versão: 01 de julho de 2017

Page 25: Trabalhos Aprovados - 01 de julho de 2017 - III Copene SUL Aprovados - 01 de julho de 2017.pdf · esta demanda, o projeto foi idealizado como forma de se garantir o estímulo à formação

C08006Tanara Forte Furtado -

autora e Gládis Kaercher - orientadora

Comunicação Oral

Conversando sobre a

racialidade e a produção das desigualdades

sociais

Racismo, ERER e Ações

afirmativas

Conversando sobre a racialidade e a produção das desigualdades sociaisO presente estudo procurou investigar as implicações do curso de aperfeiçoamento UNIAFRO/UFRGS acerca da fundamentação das ações propostas enquanto políticas públicas educacionais, bem como em relação à efetiva capacidade de mobilização e implementação destas ações pelos atores que estão na ponta do processo educacional: os/as professores/as e gestores/as escolares. Para tanto, analisaram-se um conjunto de postagens em ambiente virtual, sobre um questionamento especifico acerca das políticas de ações afirmativas. Amparados nos estudos de ANJOS (2008), LOPES (2000), PEREIRA (2011), dentre outros, constatou-se que os professores compreendiam as ações afirmativas como: 1) a deficiência e ineficiência da educação básica enquanto real problema a ser combatido 2)  as cotas raciais enquanto ação institucional discriminatória, como sendo racismo às avessas e, por fim,  3) uma tentativa de reparação histórica, após recuperar e considerar a trágica trajetória do povo negro brasileiro ao longo dos séculos. A partir da análise destes posicionamentos podemos concluir que este grupo específico de professores pôde ser tensionado pelas práticas pedagógicas de Educação Para as Relações Etnicorraciais, propostas nos diferentes módulos do curso, e a partir destes tensionamentos e da observação de manifestações racistas de seus pares e da comunidade escolar, contrários à realização de tais práticas pedagógicas, pôde viver e experiênciar o racismo. Foi desta experiência vivida, analisada com o apoio da equipe do curso através de chats, fóruns, aulas prsenciais, debates e oficinas, que tornou-se possível a modificação de seus posicionamentos quanto às ações afirmativas.Palavras-chave: Racismo, ERER e Ações afirmativas.

C08007 Luzinete Simões Minella Comunicação Oral

Cotistas raciais no ensino superior:

trajetórias, percepções sobre

preconceitos e projetos futuros

cotistas raciais; medicina; trajetórias;

preconceitos; gênero; projetos

futuros.

O artigo analisa as trajetórias universitárias de estudantes que ingressaram no curso de graduação em medicina da UFBA através das cotas raciais.  A metodologia da pesquisa incluiu a revisão bibliográfica sobre o tema, o levantamento de dados secundários sobre o perfil geral dos/as cotistas e a realização de entrevistas, entre janeiro e março de 2016,  com seis cotistas – três alunas e três alunos  – que cursavam diferentes fases do curso. No que se refere ao perfil geral e também do caso específico das/os entrevistados/as foram analisados os dados sobre origem, ocupação e nível de escolaridade dos familiares mais próximos. Quanto à trajetória no ensino superior das/os entrevistadas/os, foram explorados aspectos tais como as razões da escolha da carreira, as opiniões sobre o PAA, as percepções sobre preconceito e a participação na militância em grupos dentro e fora da Universidade. A análise dos projetos futuros centrou-se nas informações sobre as áreas de especialização pretendidas, as razões das suas escolhas, as metas acadêmicas, averiguando-se em que medida pretendem realizar a pós-graduação ou estudar no exterior. A pesquisa buscou ainda contemplar as percepções sobre os aspectos positivos da experiência e sobre o como avaliam as diferenças entre as trajetórias escolares dos seus pais e mães e as suas próprias. A triangulação dos métodos e a abordagem quantitativa e qualitativa, permitiram o diálogo entre os dados gerais sobre cotistas no curso, obtidos nas bases de dados da instituição, e os dados sobre as/os entrevistadas/os.  Na análise das trajetórias, tornou-se possível perceber algumas interferências de gênero nas escolhas, motivações e também nas percepções sobre preconceitos e sobre os projetos acadêmicos futuros.

C08008Daiane Fraciele Morais de Quadros Co-autora: Orientadora, profa. Dra. Ione da Silva Jovino

Comunicação Oral

DISCURSO E PODER: UM

OLHAR ACERCA DAS AÇÕES

AFIRMATIVAS NA UEPG EM 2013

Ações Afirmativas.

Política de cotas. Resolução UNIV N°17 de 09 de dezembro de

2013. Universidade Estadual de

Ponta Grossa.

Pretende-se apresentar um dos resultados da pesquisa de mestrado, desenvolvida no Programa de Pós-Graduação em Estudos da Linguagem, da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG). Cujo objetivo principal consiste em analisar os discursos e encaminhamentos presentes nos embates que resultaram na Resolução UNIV. Nº 17 de 9 de dezembro de 2013, da UEPG. Pois, a atual resolução, inicialmente, foi precedida de um intenso debate, que culminou na retirada das cotas para negros da instituição. Após manifestações públicas, o processo volta à pauta, foi promovida uma nova votação e elaboraram a atual resolução, que mantém a política de cotas para estudantes negros oriundos de escolas públicas. Afim de compreender os embates e as contradições, que culminaram nas alterações aplicadas no sistema de cotas implementado pela universidade, foi seguido o eixo teórico-metodológico da Análise Crítica do Discurso, para analisar alguns documentos como: áudios das reuniões, notícias, fotografias, panfleto, vídeo e uma cartilha sobre cotas, que a UEPG publicou em 2016. O foco principal deste trabalho, será a apresentação da contextualização desta pesquisa e seu objeto de estudo, utilizando como base teórica as pesquisas de Santos (2007), Iensue (2009), Carvalho (2005), Andrade (2010), Guimarães (1995), Silva (2009) e Nunes (2011), foi construído um panorama histórico, sobre o processo de implementação das políticas de ações afirmativas no Brasil e no estado do Paraná. Com base nos dados expostos pelas pesquisas de Plá (2009), Souza (2012), Glap et al. (2011) e nos documentos oficiais da UEPG, como a Ata n°6/2013 da reunião do Conselho Universitário e duas resoluções da universidade. Será abordado o processo de implementação do sistema de cotas, para afrodescendentes e estudantes oriundos de instituições públicas de ensino no contexto da instituição. Nas considerações finais, serão expostas algumas conclusões baseadas no panorama histórico apresentado e algumas conclusões que foram obtidas atualmente nesta pesquisa.

C08009 Lílian Amorim Carvalho Comunicação Oral

EDUCAÇÃO ÉTNICO-RACIAL:

A COR DO VESTIBULAR NO

PARANÁ

Currículo escolar;

educação étnico-racial; vestibular.

O conjunto de dispositivos legais com a lei federal 10.639/2003 que alterou a LDB/1996, o Parecer do CNE/CP 03/2004, e a Resolução CNE/CP 01/2004 institui e orienta o ensino obrigatório de história e cultura afro-brasileira e africana no currículo escolar. Com enfoque na implementação das diretrizes curriculares para educação das relações étnico-raciais, apontamos o vestibular como um indutor da inclusão dos conteúdos no currículo escolar e investigamos se os concursos das universidades públicas do Paraná no período de 2009 a 2015 apresentam esses conteúdos nas provas. De acordo com a Resolução CNE/CP 01/2004, o objetivo é reconhecer e valorizar as raízes africanas e indígenas de forma equiparada às demais raízes, europeia e asiática, que compõem a nação brasileira. Desa forma, a pesquisa foi realizada com procedimentos metodológicos quantitativos para análise de conteúdo a partir de categorias comparativas que permitiram demonstrar as assimetrias das diferentes matrizes curriculares que aparecem nas provas, bem como a predominância da matriz europeia ao longo de todo o período.

Nome dos Autores/Co-autores/Orientador

Tipo de trabalho

Título do trabalho

Palavras-Chave (3 a 5

palavras)ResumoCódigo

EIXO 8: Ações afirmativas no ensino superior e protagonismo III COPENE SUL 2017

VERDE = GRATUIDADE CONCEDIDA �2 Versão: 01 de julho de 2017

Page 26: Trabalhos Aprovados - 01 de julho de 2017 - III Copene SUL Aprovados - 01 de julho de 2017.pdf · esta demanda, o projeto foi idealizado como forma de se garantir o estímulo à formação

C08010G

Tautê Frederico Gallardo Marciel de Oliveira e

Dimas Floriani

Comunicação Oral

Encontro de Saberes na UnB

Encontro de Saberes,

Epistemologias, Diálogo

O projeto gestado na UnB, denominado Encontro de Saberes (ES), foi gestado em umaconjuntura político-acadêmica ligada a um processo de fomento científico aos InstitutosNacionais de Ciência e Tecnologia (INCTs), particularmente o Instituto Nacional deCiência e Tecnologia de Inclusão (INCTI). Neste sentido, o ES se propõe a estabelecerum diálogo entre as denominadas ciências ou epistemologias ocidentais e asepistemologias do Sul, ou saberes populares e tradicionais, por intermédio de umadisciplina acadêmica em que os mestres atuam ministrando aulas como professoresvisitantes em parceria com os professores orgânicos das instituições de ensino superior.O presente estudo visa compreender como ocorreu o estabelecimento institucional daproposta, particularmente na Universidade de Brasília, sua gênese étnico-racial ecultural; a articulação supra-acadêmica facultada pelo INCTI para enraizamento daproposta; e quais foram os efeitos, consequências e transformações intra-acadêmicasproduzidas por meio desse diálogo entre paradigmas de produção do conhecimento.Para interpretar este processo nos valemos de entrevistas com os coordenadores, daparticipação em eventos de divulgação e avaliação, bem como da análise de editais,portarias e documentos de aporte financeiro, concernentes ao Encontro de Saberes e aoINCTI. O projeto Encontro de Saberes apresenta um caráter inovador e de protagonismono cenário universitário e figura como um desafio interpretativo e de alteridade para asciências humanas e sociais. À luz dessas impressões nos valemos de teorias atinentes aomulticulturalismo e às chamadas epistemologias do Sul para compreender, interpretar eaprofundar o escopo sobre esta dinâmica acadêmico-social.

C08011

Ana Karolina Barbosa de Oliveira (autora); Ramón Sigifredo Cortés Paredes

(orientador)

Comunicação Oral

ESTUDO QUANTITATIVO DO INGRESSO

DE ESTUDANTES NEGROS (AS) NOS CURSOS

DE ENGENHARIA

DA UFPR

Ações Afirmativas;

Ensino Superior; Desigualdades Raciais; Cotas

Raciais;

O Brasil sofre com desigualdades sócio-educacionais que fazem com que o ensino superior público alcance, em sua maioria, apenas uma camada  restrita da população – alunos brancos, oriundos de escolas privadas e de famílias de classe média a classe alta –  como forma de democratização desses espaços surgiram políticas de ações afirmativas, entre elas, as cotas raciais, uma medida paliativa e emergencial para que negros e negras também tenham acesso a esse espaço de privilégio. Em 2005 a Universidade Federal do Paraná (UFPR) adotou um sistema próprio de ações afirmativas para alcançar um plano de metas que permaneceu em vigor, com algumas alterações, até o ano de 2013, quando a universidade deliberou a adoção do sistema de cotas previsto na lei federal 12.711/12. Em 2015 as metas proposta em 2005, pela UFPR, ainda não haviam sido alcançadas. Com o intuito de melhorar os índices de aprovação de negros e negras no vestibular, a UFPR passou aplicar as cotas também na primeira fase, avaliando de forma justa os alunos e alunas menos privilegiados. O presente trabalho busca analisar de forma quantitativa os efeitos dos diferentes sistemas de cotas raciais adotados pela UFPR no ingresso de negros e negras em cursos de engenharia. Foram analisados o número de alunos e alunas que prestaram vestibular e que ingressaram nos cursos de engenharia entre os anos de 2005 a 2016 fazendo um comparativo com o número de vagas ofertadas, número de inscritos, e os dados do vestibular de 2004, último ano do concurso sem a política de cotas. Foram considerados para fins de análise o gênero, cor, curso, turno e modalidade de concorrência. Apesar do crescimento abaixo da meta proposta pela própria universidade pode-se observar que o modo de aplicação dessas políticas vem mudando o perfil dos estudantes desses cursos.

C08012Andrea Maila Voss

Kominek e Ana Christina Vanali

Comunicação Oral

HISTÓRICO DA IMPLANTAÇÃO

DAS AÇÕES AFIRMATIVAS NA

UTFPR: da Documentação de

Implantação às Expectativas de seus Efeitos – Uma Leitura Preliminar

Política Afirmativa, Cotas

Raciais, Educação

Superior UTFPR

Após 129 anos da assinatura da Lei Áurea, que declarou extinta a escravidão no Brasil, os 350 anos do período de escravidão ainda ecoam na sociedade brasileira. Consequência do período escravocrata, que o usou como justificativa para a exploração, e ainda presente do Brasil contemporâneo, sobrevive o Racismo. Com a assinatura da Lei, milhares de negros libertos foram colocados na rua sem destino, apoio ou estrutura. O germe do racismo, plantado e regado durante os anos da escravidão, através dos sistemas jurídicos e religiosos encontraram, então, terreno fértil para crescer e se fortalecer. Graças à pressão dos movimentos sociais e da demanda gerada pela sociedade, são implantadas no país, Políticas de Ações Afirmativas, dentre elas o sistema de cotas raciais, com a intenção de corrigir desigualdades e reparar injustiças. O presente estudo tem por objetivo apresentar a implantação do sistema de cotas raciais em uma universidade federal específica: UTFPR (Universidade Tecnológica Federal do Paraná), através das documentações para sua implantação, das expectativas geradas por sua implantação e uma análise de suas perspectivas futuras. Este estudo constitui a primeira etapa de uma pesquisa mais ampla que visa identificar os impactos institucionais, possíveis obstáculos e novas demandas para a política de igualdade na instituição, em plena vigência atualmente.

C08013 Fernanda da Silva Lima Comunicação Oral

Igualdade na diversidade e a luta antirracista no Brasil: das políticas de

redistribuição às de

reconhecimento

Ações Afirmativas;

Direitos humanos;

Diversidade; Igualdade;

Reconhecimento.

Em pleno século XXI ainda é necessário lutar para que haja, no Brasil, uma sociedade livre do racismo, do preconceito e da discriminação racial. A temática que envolve a construção de uma política pública de igualdade racial capaz de assegurar os direitos humanos dos grupos raciais negros, sem dúvida, é medida emergencial, ainda que este tema seja desafiador, principalmente por ser multifacetado e complexo. O Brasil deu grandes passos em direção à desmistificação que circunda o tema das relações raciais, e reconheceu pela primeira vez o problema do racismo apenas neste século, tendo sido negligente durante mais de cem anos, desde a abolição da escravidão. As teorias raciais de cunho biológico – que acreditavam na hierarquização das raças –, as práticas eugenistas, o discurso da mestiçagem e por último o da democracia racial se fundem no imaginário coletivo, não como mitos e inverdades, mas são forjados no cotidiano de tão enraizados que ainda estão. Portanto, ao mesmo tempo em que o tema das relações raciais se descortina e sai da zona de invisibilidade, percebe-se em algumas situações o acirramento de tensões raciais. Logo o objetivo deste artigo é estudar a construção de políticas públicas de igualdade racial no Brasil a partir da dupla dimensionalidade do princípio da igualdade, que se materializa por meio de políticas públicas distributivas e políticas públicas voltadas ao fortalecimento das identidades e valorização das diferenças. Para isso é importante compreender a teoria das relações raciais e a luta antirracista em afirmação histórica; analisar o princípio da igualdade a partir de uma abordagem crítica dos direitos humanos; compreender os limites e possibilidades das políticas redistributivas e de reconhecimento. Nesta pesquisa será utilizado o método indutivo, envolvendo a técnica de pesquisa da documentação indireta, uma vez que o trabalho se baseia também em pesquisa bibliográfica e documental, e como método de procedimento, o monográfico.

Nome dos Autores/Co-autores/Orientador

Tipo de trabalho

Título do trabalho

Palavras-Chave (3 a 5

palavras)ResumoCódigo

EIXO 8: Ações afirmativas no ensino superior e protagonismo III COPENE SUL 2017

VERDE = GRATUIDADE CONCEDIDA �3 Versão: 01 de julho de 2017

Page 27: Trabalhos Aprovados - 01 de julho de 2017 - III Copene SUL Aprovados - 01 de julho de 2017.pdf · esta demanda, o projeto foi idealizado como forma de se garantir o estímulo à formação

C08014

Ivanilde de Jesus dos Santos Ferreira  - NUVIC/

ALTERITAS/UFSCProf.ª Drª. Joana Célia dos

Passos  - Orientadora – NUVIC/ALTERITAS/UFSC

Comunicação Oral

NEGROS E INDÍGENAS: DAS

POLÍTICAS DE AÇÕES

AFIRMATIVAS AO MERCADO DE TRABALHO

Ações Afirmativas.

Egresso. Mercado de

trabalho. Negros. Indígenas.

Entendemos que a sociedade brasileira vivencia ao longo do seu contexto histórico um quadro perpetuação de desigualdades social, educacional e racial. Compreendemos que as políticas públicas de ações afirmativas contribuem com a alteração do quadro de desigualdades educacionais no Brasil. A pesquisa a ser apresentada aqui trata do estado conhecimento de uma pesquisa, mas ampla e tem como objetivo compreender e analisar o impacto das ações afirmativas na vida profissional dos estudantes de ensino superior, negros e indígenas, egressos da UFSC – Universidade Federal de Santa Catarina (estudantes aprovados pelas ações afirmativas) no mercado de trabalho, analisando o período após as suas formaturas. A coleta de dados está ancorada na pesquisa qualitativa a partir da análise documental e entrevista. Buscou-se dialogar com os estudiosos Munanga (1999, 2003), Gomes, N. (2005), Passos (2012, 2013), Hasenbalg (1992), Dávila (2006), Osório (2008), Santos (2015), Minayo (2012) e Gomes, J. (2005). Os resultados parciais da pesquisa – ainda em andamento – indicam em que medida o mercado de trabalho tem absorvido os egressos das políticas de ações afirmativas, bem como contribui com a avaliação das políticas de ações afirmativas que se encontra em vigor nas universidades federais e institutos federais.

C08015EMIKO LIZ PESSSOA FERREIRA e JOANA CELIA DOS PASSOS

Comunicação Oral

Negros/as e indígenas

egressos/as das ações afirmativas

na pós graduação:

iniciando um percurso de pesquisa.

Negros/as e indígenas

egressos/as das ações afirmativas

na pós graduação: iniciando um percurso de pesquisa.

Resumo: O presente trabalho apresenta o estado da arte sobre a presença de estudantes indígenas e negros/as egressos/as das ações afirmativas em programas de pós-graduação. Este integra uma pesquisa mais ampla que pretende analisar o impacto das ações afirmativas na vida acadêmica (pós-graduação) de estudantes negros(as) e indígenas egressos das políticas de ações afirmativas. Neste sentido, busca-se investigar os índices de inserção de estudantes negros e indígenas egressos das políticas de ações afirmativas nos programas de pós-graduação, os programas de pós-graduação que oferecem a entrada por cotas e a legislação existente sobre cotas na pós-graduação. Para isso, foi realizada análise documental da legislação, editais de seleção de programas de pós-graduação e análise de pesquisas sobre egressos/as de ações afirmativas. Como referencial teórico tem se utilizado: Nilma, Kabengele, Passos, Santos, etc...

C08016

Morôni Nunes Fernandes Co-autores:

João Victor  Jung Doneda, Lyara da Silva Moschen e Orientador:

Paulino de Jesus Francisco Cardoso

Comunicação Oral

O Programa de Ações Afirmativas da Universidade

do Estado de Santa Catarina (UDESC): um balanço da

implementação (2011-2016)

Educação Superior, Política

de Ações Afirmativas,

UDESC, Santa Catarina

Nesta comunicação pretendemos apresentar o projeto de pesquisa: Ações Afirmativas no Ensino Superior Público: A Experiência da UDESC (2011 -2016). Construído com apoio da Pró-Reitoria de Extensão, Cultura e Comunidade e desenvolvida pelo grupo de estudantes bolsistas e voluntários vinculados ao Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros da Universidade do Estado de Santa Catarina (NEAB/UDESC), sob coordenação do Professor Paulino Cardoso, busca por meio da análise de dados sobre retenção, abandono e índices de aproveitamento de estudantes optantes e não optantes, diagnosticar a eficácia do programa de ações afirmativas da UDESC, enquanto instrumento de promoção de igualdade. Investigação de natureza quantitativa, na medida em que pretende sistematizar as informações de aproveitamento, retenção e abandono de estudantes optantes de ações afirmativas, entre 2011 e 2016.

C08018 FERNANDA NOGUEIRA Comunicação Oral

Políticas Afirmativas em Universidades

Federais do Rio Grande do Sul:

direções da produção científica e

movimentos internos ocorridos na UFRGS Pós Lei de Cotas

Políticas Afirmativas.

Cotas. Produção Científica.

Universidades Federais do RS.

UFRGS.

A política afirmativa nas universidades federais brasileiras é um movimento nacional incipiente dos anos 2000 e vem se consolidando desde a promulgação da Lei de Cotas (Lei Federal 12.711/2012) em todas as instituições desta esfera administrativa. Esta trajetória desenvolve-se em etapas com características peculiares. Após tornar-se obrigatória com a reserva de vagas de 50%, beneficiando estudantes de escolas públicas, com recorte de renda e cor/raça (pretos, pardos e indígenas), novos cenários acadêmicos em diversos aspectos surgem e tensionam a mudanças em contextos complexos de convivências, normativas administrativas e práticas pedagógicas, tradicionais nas instituições.Considerando as universidades federais gaúchas, muitas delas não possuíam qualquer política de ingresso e/ou permanência aos grupos por elas hoje beneficiados. Nestas a implantação das cotas ocorreu de forma gradual entre 2013 e 2015. A fim de conhecer as realidades que se desvendam nas instituições do Estado, e considerando o início de estudos de doutorado, pretende-se neste artigo conhecer as problematizações internas pesquisadas nas universidades pós lei de cotas, através da metodologia de Estado de Conhecimento (MOROSINI, 2001; MOROSINI&FERNANDES, 2014; MOROSINI, 2015), analisando a produção científica de teses e dissertações entre 2013 a 2016. Nesta direção, também são pesquisados movimentos internos ocorridos no mesmo período na Universidade Federal do Rio Grande do Sul – UFRGS, uma das instituições pioneiras nas ações afirmativas que completam dez anos em 2017, através da pesquisa em documentos, informações postadas em sites, registros fotográficos e entrevistas com servidores que protagonizaram tais movimentos.Como achados, as pesquisas aprofundam discussões, desvendam demandas e demonstram a necessidade de seu acolhimento e enfrentamento pela gestão das universidades. Movimentos internos pesquisados na UFRGS deixam clara a importância do protagonismo de estudantes, coletivos e grupos sociais na garantia de direitos já adquiridos e conquista de novos, pois diversas particularidades da política ainda estão em disputa.

Nome dos Autores/Co-autores/Orientador

Tipo de trabalho

Título do trabalho

Palavras-Chave (3 a 5

palavras)ResumoCódigo

EIXO 8: Ações afirmativas no ensino superior e protagonismo III COPENE SUL 2017

VERDE = GRATUIDADE CONCEDIDA �4 Versão: 01 de julho de 2017

Page 28: Trabalhos Aprovados - 01 de julho de 2017 - III Copene SUL Aprovados - 01 de julho de 2017.pdf · esta demanda, o projeto foi idealizado como forma de se garantir o estímulo à formação

C08019Paulino de Jesus

Francisco Cardoso, autor e Lourdes Daiana Ferriol

Breternitz, co-autor

Comunicação Oral

POLÍTICAS PÚBLICAS NO

ENSINO SUPERIOR: A POLÍTICA DE

AÇÕES AFIRMATIVAS NA UNIVERSIDADE DO ESTADO DE

SANTA CATARINA

: Políticas Públicas – Ações

Afirmativas – Avaliação de

políticas públicas –  UDESC.

O presente estudo pretende analisar o processo de implementação do Programa de Ações Afirmativas na Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC), aprovado em novembro de 2009, e iniciado no segundo semestre de  2011, que se destina a incentivar o ingresso no ensino de graduação da UDESC, de pessoas fenotipicamente pertencentes ao grupo racial negra, oriundas das escolas públicas e pessoas com deficiência. Nosso objetivo focado na analise documental qualitativa por meio do estudo das atas dos Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão, Conselho Universitário, Comitê de Extensão, Comitê de Inclusão, comissão de acompanhamento do PPA, bem como resoluções e outros atos que normatizam o Programa, busca compreender o desenvolvimento e as estratégias adotadas pela administração central da universidade , em especial, Pró-Reitoria de Ensino (PROEN) e Pró-Reitoria de Extensão,  Cultura e Comunidade (PROEX), responsáveis pela gestão da implementação,  na organização do concurso vestibular, orientação dos secretários acadêmicos nas unidades de ensino, concessão de bolsas acadêmicas (monitoria, extensão, apoio discente), criação e manutenção de programas de assistência estudantil, coordenação junto âs coordenações de centro do acolhimento de estudantes cotistas. Buscamos a avaliar o Programa, com foco na gestão,  enquanto política de promoção da igualdade. Estamos interessados, portanto, em como a Reitoria e conselhos superiores  preparam a instituição de ensino superior catarinense para  a recepção estudantes oriundos de grupos socialmente vulneráveis de grupos implementação. A investigação é parte da pesquisa Balanço das Ações Afirmativas na Udesc (2011-2016), coordenada pelo Professor Paulino de Jesus Francisco Cardoso, e deverá compor o trabalho de conclusão  do curso de Administração Pública da aluna Lourdes Daina Ferriol Breternitz.

C08020

Geysa Spitz Alcoforado de Abreu, Paulino de

Jesus Francisco Cardoso, Guilherme Luiz

Porte e Lyara da Silva Moschen

Comunicação Oral

PROGRAMA NOVOS

HORIZONTES: A UNIVERSIDADE NOS ESPAÇOS DE PRIVAÇÃO DE LIBERDADE

Extensão Universitária;

Ensino Superior; privação de liberdade;

O Programa de Extensão “Novos Horizontes: a universidade nos espaços de privação de liberdade”, vinculado ao Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros da Universidade do Estado de Santa Catarina (NEAB/UDESC), objetiva aproximar diferentes segmentos sociais; expandir as oportunidades de acesso e permanência no Ensino Superior; contribuir para a implementação de politicas de inclusão na UDESC para internos e egressos do sistema prisional de Santa Catarina. Está em andamento desde 2016. O Programa realiza processos de formação compartilhada com docentes, assistentes sociais e agentes penitenciários. Está em curso um processo de organização do acervo bibliográfico da Biblioteca do Complexo Penitenciário de Florianópolis e pretende-se desenvolver uma política de coleções para as Bibliotecas de todo o sistema prisional catarinense, a fim de apoiar as práticas educativas desenvolvidas junto aos apenados. O Programa organiza seminários que tem por objetivo apresentar e discutir resultados de pesquisas e experiências relacionadas à oferta de educação formal e não formal para as pessoas privadas de liberdade em estabelecimentos penais e impulsiona o cárcere como campo de ação acadêmica. A UDESC deve ser um agente no processo de fortalecimento de comunidades e grupos tradicionalmente excluídos dos seus direitos na busca pela universalização da Educação Básica e democratização do acesso a Educação Superior, cumprindo o seu papel social. É indiscutível a necessidade de políticas públicas e ações da sociedade que visem à ampliação de oportunidades educacionais que possam auxiliar na inserção social de presos e egressos, na prevenção e redução da violência na sociedade e a redução de pessoas encarceradas. Neste sentido, este projeto em desenvolvimento no NEAB, tem realizado ações no âmbito do ensino, da pesquisa e da extensão e deverá ter repercussões positivas dentro e fora da universidade.

P08001

Mariana Pereira Pedroso (Autora), Aline de Moura Rodrigues (Co-autora) e

Vitória de Freitas Cazuny dos Santos (Co-

autora)

Pôster

Balanta: Nenhum Cotista a Menos - Um relato sobre a

ocupação da reitoria da

UFRGS em 2016

Ações Afirmativas,

Balanta, Protagonismo

Neste relato apresentaremos um panorama das Políticas de Ações Afirmativas (PAA) em caráter de reserva de vagas na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), enfocando a mobilização e o tensionamento político e social pela garantia e continuidade das mesmas no ano 2016, organizada, empreendida e protagonizada em sua maioria por estudantes negres e indígenas que acessaram a universidade perpassados pela efetividade destas. Entendendo as vivências de corpos racializados não somente com potencial militante, mas também como potencial epistemológico. Neste relato do que foi e como se constituiu o movimento autodenominado Balanta apresentaremos o pensado e impensado desta experiência da qual todas as autoras fizeram parte. As aproximações, os tensionamentos políticos, tudo o que fez da ocupação da reitoria da universidade, um “akilombamento” daqueles que em grande parte só acessaram este espaço, a Universidade, por que em anos anteriores tiveram outros movimentos lutando pela implementação e desenvolvimento das ações afirmativas. O Balanta, frente a possibilidade de modificações na maneira como a UFRGS operacionaliza as PAAs, iniciou um processo de comunicação e difusão da informação para toda a comunidade acadêmica, chamando a discutir e estudar os processos burocráticos da universidade e os indicativos e pressupostos políticos das propostas de modificação. Esse movimento de luta pela garantia e continuidade de um processo que reverberou em aumento do número de estudantes negres, indígenas e de baixa renda no ambiente universitário, se desdobrou em um momento de se olhar nos olhos e ver representatividade, fortalecimento e muitos embates que só se fizeram possíveis pela convivência cotidiana, pela compreensão de que ainda que houvessem divergências, havia uma unidade que estava presente em todas as vozes e corpos que constituíram e constituem esse espaço. A ocupação não só trouxe resultados positivos diante a tentativa dos retrocessos, mas também ressignificou os vínculos entre os atores.

Nome dos Autores/Co-autores/Orientador

Tipo de trabalho

Título do trabalho

Palavras-Chave (3 a 5

palavras)ResumoCódigo

EIXO 8: Ações afirmativas no ensino superior e protagonismo III COPENE SUL 2017

VERDE = GRATUIDADE CONCEDIDA �5 Versão: 01 de julho de 2017

Page 29: Trabalhos Aprovados - 01 de julho de 2017 - III Copene SUL Aprovados - 01 de julho de 2017.pdf · esta demanda, o projeto foi idealizado como forma de se garantir o estímulo à formação

P08002

Ana Karolina Barbosa de Oliveira (autora); Ramón Sigifredo Cortés Paredes (orientador); Rosa Espejo

(co-orientadora)

Pôster

ESTUDO QUANTITATIVO DO INGRESSO

DE ESTUDANTES NEGROS (AS) NOS CURSOS

DE ENGENHARIA

DA UFPR

Ações Afirmativas;

Desigualdades Raciais; Ensino Superior; Cotas

Raciais

O Brasil sofre com desigualdades sócio-educacionais que fazem com que o ensino superior público alcance, em sua maioria, apenas uma camada  restrita da população – alunos brancos, oriundos de escolas privadas e de famílias de classe média a classe alta. Como forma de democratização desses espaços e por uma questão de justiça e reparação histórica surgiram políticas de ações afirmativas, entre elas, as cotas raciais, uma medida paliativa e emergencial para que negros e negras também tenham acesso ao ensino superior público. Em 2005 a Universidade Federal do Paraná (UFPR) adotou um sistema próprio de ações afirmativas para alcançar um plano de metas que permaneceu em vigor, com algumas alterações, até o ano de 2012, quando a universidade teve que adaptar sua política afirmativa ao  sistema de cotas previsto na lei federal 12.711/12. O presente trabalho busca analisar de forma quantitativa os efeitos dos diferentes sistemas de cotas raciais adotados pela UFPR no ingresso de negros e negras em cursos de engenharia. Foram analisados o número de alunos e alunas que prestaram vestibular e que ingressaram nos cursos de engenharia entre os anos de 2005 a 2016 fazendo um comparativo com o número de vagas ofertadas, número de inscritos e formas de ingresso tendo como referência anterior às cotas os dados do vestibular de 2004, último ano do concurso sem a política de cotas. Foram considerados para fins de análise o gênero, cor, curso, turno e modalidade de concorrência. Apesar do crescimento abaixo da meta proposta pela própria universidade pode-se observar que o modo de aplicação dessas políticas vem mudando o perfil dos estudantes desses cursos.

P08004

Carli Verona Carneiro e Carlos Alberto Silva da

Silva, Orientador do poster: Dr. Carlos Alberto

Silva da Silva

Pôster

O acesso e a permanência do

negro na Universidade Regional de Blumenau

Furb; Negro; Universidade;

Educação

O acesso e a permanência ao ensino superior são historicamente marcados pela exclusão de pobres e negros. A Lei nº 12.711/2012 que determina a reserva de vagas nas Universidades e Institutos Federais e o Programa Universidade para Todos (ProUni), Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (Reuni), além da ampliação de abrangência dos programas já existentes, como o Fundo de Financiamento Estudantil (Fies); são tentativas, entre outras, de reparar a invisibilidades desses sujeitos e garantir seu lugar no espaço acadêmico. As demandas por ações afirmativas geraram também a necessidade de registrar um dado importante do ingresso: a raça. Defendendo que o ensino superior é um direito e não um mérito, o presente trabalho investigou o acesso e a permanência dos acadêmicos negros ao ensino superior na Universidade Fundação Regional de Blumenau - FURB. Tal problemática – como se dá o acesso do negro ao ensino superior na FURB contemplando suas particularidades, - surgiu a partir de leituras e discussões no Núcleo de Estudos Afro Brasileiro - NEAB/ FURB. A pesquisa revisita os aspectos históricos e sociais do negro brasileiro e as Políticas de Promoção da Igualdade Racial no Brasil, em Santa Catarina e Blumenau. Buscou-se, a partir de entrevistas, revelar o olhar dos entrevistados sobre as políticas públicas existentes de acesso ao ensino superior e as dificuldades da aplicação da Lei 10.639/03 atualizada pela Lei 11.645/08 na FURB contribuindo assim para a sua efetivação.

P08006G

Cátia Simone Ribeiro Barcellos e Carla

Silva de ÁvilaPôster

Quando todo mundo quer ser

pardo, o que fazer? O controle social ao acesso das políticas de

ações afirmativas nas universidades

federais

Políticas de Ações

Afirmativas, Política de

Cotas, Negras/os e Indígenas

As Políticas de Ações Afirmativas e, especificamente a Política de Cotas, para ingresso de negras/os (somatório de pretas/os e pardas/os) e indígenas dentro das Universidades Públicas do Brasil, têm sido alvo de muitas discussões sobre quem são os sujeitos de direitos dessa política, tendo um expressivo número de candidatas/os consideradas/os fraudadoras/es pelos coletivos negras/os. O presente trabalho trata do relato de experiência vivido por duas professoras que fazem parte da Comissão de Controle na Identificação do Componente Étnico-Racial, visando à apreciação da autodeclaração prestada pelas/os candidatas/os que se autodeclaram negras/os ou indígenas nos processos seletivos na Universidade Federal de Pelotas, objetivando descrever o controle ao acesso dessas políticas que almejam a “reparação social” e a “justiça distributiva”. A metodologia utilizada está alicerçada na composição de bancas constituídas por diferentes membros como representantes da Universidade, da Ordem dos Advogados do Brasil, da Prefeitura Municipal de Pelotas e da sociedade civil, que se utilizam de suas vivências no Movimento Negro, dos seus estudos e ainda, da sua própria vida para terem autonomia e legitimidade ao longo do processo, para proceder o controle social da política, impedindo que pessoas não-negras acessem a vaga. O referencial teórico adotado baseia-se nos estudos das leis que regem tais políticas, nos Estudos Culturais e Pós Abolicionistas, bem como em estudos sobre a Educação e Relações Étnico-Raciais, que demonstram que o racismo existente na sociedade brasileira é de características fenotípicas e não por ascendência. Já temos resultados parciais na medida em que observamos que o processo tem sido pedagógico, no sentido de garantir um grande contingente de negras/os acessando as vagas e menos brancas/os que conscientes ou inconscientes tentam fraudar a lei. Pode-se observar também a necessidade de levar mais informações às escolas, principalmente das periferias, para que cada vez mais pretas/os, pardas/os e indígenas ingressem na Universidade.

Nome dos Autores/Co-autores/Orientador

Tipo de trabalho

Título do trabalho

Palavras-Chave (3 a 5

palavras)ResumoCódigo

EIXO 8: Ações afirmativas no ensino superior e protagonismo III COPENE SUL 2017

VERDE = GRATUIDADE CONCEDIDA �6 Versão: 01 de julho de 2017

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Código Nome dos Autores/Co-autores/Orientador

Tipo de trabalho

Título do trabalho

Palavras-Chave (3 a 5

palavras)Resumo

C09001Igor Luiz Rodrigues da Silva e Cláudia Cristina

Rezende PuentesComunicação

Oral

06 de fevereiro como um dia de

celebração a herança

Palmarina: os caminhos de lutas do Quilombo dos Palmares e seus significados para

a perpetuação das Tradições de Matriz Africanas

em Alagoas

Quilombo dos Palmares; Matriz

Africana; Diáspora;

Preservação e Identidade;

06 de Fevereiro – Honra e Reverência aos antepassados – Vigília ao extermínio do Quilombo dos Palmares é um evento cultural que remete aos participantes uma imersão in loco, vivenciando os passos históricos dos antepassados que constituíram o mocambo dos Macacos. Esse ano, em sua quarta edição consecutiva, reuniu mais de 200 pessoas incluindo religiosos, estudiosos, capoeiristas na madrugada do dia 06 de fevereiro, na Serra da Barriga, com diversos segmentos de matriz africana. Em um momento de reflexão e compreensão para a sociedade acerca do extermínio daquele que foi o maior quilombo das Américas. O objetivo deste trabalho é descrever como a diáspora negra se consolidou em terras alagoanas, através dos mais diversos guerreiros e guerreiras que para lá foram escravizados. A história do Quilombo dos Palmares, com suas heroínas e seus heróis repercute na história e na cultura local, a ponto de transformar uma cidade em referência na temática afro. Provocar a abertura e a ampliação de um campo discursivo sobre a visibilidade e a preservação da memória dos diferentes roteiros geográficos percorridos pelos negros e negras que participaram da constituição do Quilombo. Acreditamos que a construção de sinais provocadores de preservação da identidade cultural Palmarina, possibilitem a ampliação do conhecimento da história do herói nacional Zumbi dos Palmares e, consequentemente, visibilizando o Quilombo ao Brasil. O trabalho foi realizado através de participação e observação direta, recurso audiovisual e bibliografias pertinentes ao tema.

C09004G

EDIMARA SOARES- AutoraCLEMILDA

SANTIAGO NETTO-Co-autora

Comunicação Oral

EDUCAÇÃO ESCOLAR

QUILOMBOLA: FOTOGRAFIA

NO ENSINO DE GEOGRAFIA

Educação Escolar

Quilombola; Ensino de Geografia; Fotografia.

O artigo resulta de uma pesquisa no âmbito do Estado do Paraná sobre identificação, mapeamento das Comunidades Remanescentes de Quilombos/CRQs e Comunidades Tradicionais Negras/CTN, e posterior elaboração de políticas públicas, portanto, apresenta-se um recorte dessa pesquisa, cujas fotografias compõem o acervo das autoras. A Educação Escolar Quilombola é uma modalidade de ensino, recente no âmbito da educação nacional, considerando a aprovação da Resolução Nº 08/2012 que define as Diretrizes Curriculares Nacionais para Educação Escolar Quilombola na Educação Básica, e os séculos de invisibilidade e exclusão escolar dos/as quilombolas. A Educação Escolar Quilombola se estrutura e se desenvolve na perspectiva de conexão entre saberes tradicionais quilombolas e o currículo escolar, portanto, trata-se de pensar o currículo escolar sintonizado as dimensões históricas, culturais e sociais pulsantes nas CRQs e CTN. Nesse sentido, este artigo tem como objetivo principal contribuir com a implementação da Educação Escolar Quilombola na disciplina de Geografia, através do uso de fotografias. Trata-se de fornecer subsídios para prática pedagógica, na perspectiva de desvelar e interpretar espaços históricos/culturais até então ocultos no ensino da Geografia escolar. Entende-se que a Geografia ancora-se em conceitos fundantes para análise e compreensão dos fenômenos geográficos, tais como: lugar, paisagem, região, território, sociedade e natureza, diante disso, optou-se pelos conceitos de lugar e paisagem, visando uma consciência espacial dos fenômenos naturais, históricos e sociais que compõem o lugar e a paisagem quilombola. O uso das fotografias na perspectiva da Educação Escolar Quilombola no ensino da Geografia escolar, constituem-se em  instrumentos pedagógicos úteis à medida que contribuem para leitura do mundo a partir do seu mundo, para enfrentamento das condições ideológicas de dominação e subordinação cultural e econômica.

C09005Carolina Dos Anjos de

Borba e Fabiane Moreira da Silva (co-autor)

Comunicação Oral

EDUCAÇÃO QUILOMBOLA E/OU EDUCAÇÃO

ESCOLAR QUILOMBOLA NO COLÉGIO ESTADUAL QUILOBOLA

DIOGO RAMOS: ENTRE O

CONHECIMENTO ANCESTRAL E

AS PRÁRICA PEDAGÓGICAS

Educação Quilombola,

Ancestralidade, Escolarização

O presente trabalho tem por finalidade apresentar reflexões sobre educação escolar quilombola, prevista na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional e Resolução 08/2012 CNE/CEB, e as práticas pedagógicas observadas no Colégio Estadual Quilombola Diogo Ramos, no que tange ao conhecimento ancestral e sua interlocução com o ensino escolar. A comunidade João Surá localiza-se em Adrianópolis, entre os estados de São Paulo e do Paraná e protagonizou a demanda por uma educação diferenciada, tendo como alguns dos princípios basilares a referência à ancestralidade e fala dos mais velhos. Em especial no contexto quilombola, onde se faz necessária a interação do conhecimento científico com os conhecimentos da comunidade - sejam suas tradições, filosofias e organização social, os quais são tradicionalmente transmitidos pelos idosos - torna-se relevante questionar qual o espaço ocupado por estes atores no ambiente escolar. Assumindo o desafio de compreender o fazer pedagógico nesta modalidade educativa, realizamos investigação etnográfica para observar o trabalho realizado na escola e a relação estabelecida com a comunidade e seus velhos. Será ainda apresentado no Projeto Político Pedagógico do colégio, no que se refere ao chamado “Conselho dos mais velhos”, bem como a forma de educar que transborda os espaços escolares, levando em conta lutas e conquistas do quilombo João Surá. Sendo assim, o debate sobre modo de vida, fala dos mais velhos e educação compõe questões étnico-raciais fundamentais para construção do conhecimento intercultural.

Código

EIXO 9: Quilombolas, direitos e políticas públicas III COPENE SUL 2017

VERDE = GRATUIDADE CONCEDIDA �1 Versão: 01 de julho de 2017

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C09006 Gisely Pereira Botega Comunicação Oral

Entre o Quilombo e o Terreiro:

processos de socialização de

mulheres e crianças da Toca de santa Cruz, Paulo Lopes

(SC).

Quilombo. Processos de socialização. Terreiro de Umbanda.

Este trabalho apresenta um recorte de uma pesquisa de doutorado em Educação e tem por objetivo conhecer e apresentar processos de socialização entre mulheres e crianças moradoras da comunidade quilombola Toca de Santa Cruz do município de Paulo Lopes/SC. Os dados foram coletados a partir de uma abordagem etnográfica e inspirada em Geertz (1989), compreendo que a pesquisa percorreu os meandros de uma abordagem etnográfica que exigiu o estranhamento e a familiarização com a realidade pesquisada, uma vez que estranhar o familiar é condição essencial para apreender aquilo que é diferente de mim e que pode ensinar algo novo, e tornar familiar o que é diferente para compreendê-lo. Abraçar a etnografia como um território para o conhecimento do observado implica estabelecer relações, selecionar informantes, transcrever textos, levantar genealogias, mapear campos, manter um diário, e assim por diante. Neste texto, apresentarei registros do diário de campo produzidos através de observação participante em cerimonias religiosas de um terreiro de umbanda localizado fora do quilombo frequentado pelo núcleo familiar de uma Yalorixá quilombola. O que percebi é que nesse espaço do terreiro as práticas de socialização atuam sob relações intra-geracionais de modo que  os processos simbolizados pela cerimonia, bem como as vestes e os adereços ali partilhados, incidem como um complexo processo social que inscreve os(as) sujeitos(as) que ali estão. Mulheres e crianças em relações de mútua interdependência atualizam a ancestralidade, memória, tradição através de rituais onde o sagrado reúne a esfera conectiva da vida cotidiana com o tempo (passado, presente e futuro/além). Essa cosmogonia complexa incide sobre a cotidianeidade das crianças e das mulheres, pois é compreendida como uma construção simbólica que atua sobre os modos de existência na Toca de Santa Cruz.

C09007 Sílvia Regina Teixeira Christóvão

Comunicação Oral

Festa, música e memória na comunidade

quilombola de São Roque (SC) e os vetores de uma identidade

étnica como demarcação de

território e pertencimento.

Quilombo.Festa. Música.Memória.

Identidade.

O presente trabalho apresenta resultados parciais de uma pesquisa de mestrado. Tem como objetivo evidenciar e reconstruir a história de luta dos remanescentes do quilombo São Roque/ Pedra Branca, pelo reconhecimento do seu território, bem como a consolidação da sua identidade étnica. O Quilombo São Roque localiza-se entre o Extremo Sul de Santa Cataria (município de Praia Grande) e o Norte do Rio Grande do Sul (município de Mampituba). A música e a festa de São Roque são destacadas como elementos singulares, um fio condutor para narrar à história dessa comunidade; assim como, compreende-se que a música para eles é mais do que um momento de lazer, é estratégia, sinônimo de resistência, de pertencimento e de consolidação da identidade quilombola do grupo. A problemática que norteia essa pesquisa, menciona a festa e a música, como um componente que os diferencia, que contribui de forma positiva para o fomento da sua identidade étnica e de pertencimento ao território da Pedra Branca, em um contexto tensionado de manutenção de direitos. Enfatizamos neste trabalho a década de 1970-1980 devido aos acontecimentos que marcaram os espaços (geográficos, sociais e econômicos) da comunidade. Metodologicamente, baseia-se na História Oral, pesquisa qualitativa, revisão bibliográfica, trabalho de campo na comunidade e pesquisas em locais relevantes, ao ICMBio,(Instituto Chico Mendes da Bio Diversidade), ao (APERS – Arquivo Público do Rio Grande Do Sul, ao AHRS – Arquivo Histórico do Rio Grande de Sul. O elemento novo nessa pesquisa, esta nas entrevistas, evidenciamos a festa e a música como elementos que fomentam a reivindicação de sua identidade quilombola, enquanto um espaço-tempo intrinsecamente relacionado à rotina diária e enquanto um lugar de produção identitária, ligada a terra e ao trabalho. A música reverbera-se no corpo. O fenômeno de cantar  determinada canção desencadeia efeitos emocionais em alguns dos moradores da comunidade.

C09010Rosana Maria Rodrigues

de Paula Orientadoras: Judit Gomes da Silva e

Liliana Porto

Comunicação Oral

QUILOMBOS DA BARRA DO

TURVO (SP): CONTRIBUIÇÕE

S ANTROPOLÓGIC

AS E REPRESENTAÇÕES NA MÍDIA.

Quilombo, representação, territorialidade.

Essa pesquisa tem como proposta realizar uma análise das representações oficiais do ITESP/SP e da EAACONE das comunidades quilombolas do município de Barra do Turvo, região do Vale do Ribeira/SP. Este trabalho iniciou em 2015, por meio de uma observação de campo, que resultou em relatório intitulado “Uma análise dos processos identitários dos moradores das comunidades do Cedro e Ribeirão Grande”. Durante a etapa anterior foram coletados dados e realizadas entrevistas com objetivo de compreender o processo de transformação e reconhecimento de um grupo, que antes se autodenominava comunidade rural negra e passou a se identificar como quilombola. Processo este interpretado pelo próprio grupo como muito positivo. O presente estudo, por sua vez pretende comparar como os quilombos Cedro Ribeirão Grande / Terra Seca são retratados no site do Instituto de Terras do Estado /  Fundação Instituto de Terras do Estado de São Paulo "José Gomes da Silva" (ITESP - um canal institucional do governo de São Paulo) e no site Equipe de Articulação e Assessoria às Comunidades Negras - Vale do Ribeira (EAACONE - uma organização não governamental). Este trabalho, de caráter interdisciplinar, está sendo desenvolvido no grupo de pesquisa “Direitos, Políticas Públicas e Quilombolas: Reflexões sobre uma articulação complexa”, vinculado ao núcleo de estudos Afro-brasileiros (NEAB/UFPR). À análise dos documentos constantes nos sites será articulada leitura bibliográfica sobre a temática. Também serão retomadas as perspectivas de membros do grupo levantadas na etapa anterior, contrastando as representações externas a representações internas. A pesquisa pretende trabalhar com o conceito de territorialidade e representação. Assim, para compreendermos melhor a cultura quilombola buscamos o conceito da territorialidade para entender o espaço social. Segundo Paul Little (2002), “é o esforço coletivo de um grupo social para ocupar, usar, controlar e se identificar com uma parcela específica de seu ambiente biofísico, convertendo-a assim em seu território.” Os estudos sobre as representações sociais têm como objetivo compreender de que forma os quilombos são representados na mídia. Os produtos midiáticos como jornais, revistas, site, produções áudio-visuais, entre outros, são fontes importantes de informações, uma vez que registram histórias, memórias, documentos, imagens e demais elementos que compõem um acervo sobre um determinado contexto.

Nome dos Autores/Co-autores/Orientador

Tipo de trabalho

Título do trabalho

Palavras-Chave (3 a 5

palavras)ResumoCódigo

EIXO 9: Quilombolas, direitos e políticas públicas III COPENE SUL 2017

VERDE = GRATUIDADE CONCEDIDA �2 Versão: 01 de julho de 2017

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P09002 José Carlos Rodrigues Pôster

Projeto Quiolombo - Dignidade

Habitacional Quilombola

Quilombolas, Habitação, Mutirão,

Cogestão, Dignidade

PROJETO QUILOMBO: DIGNIDADE HABITACIONAL QUILOMBOLAJosé Carlos RodriguesO presente trabalho relata a experiência de construção de habitações por e para quilombolas, sob regime de mutirão e/ou construção assistida, contando com o apoio e assessoramento de técnicos, Arquiteto e Assistente Social, do Instituto de Assessoria às Comunidades Remanescentes de Quilombos -  IACOREQ, instituição do Movimento Negro do Rio Grande do Sul, que atua com o objetivo, entre outros,  de criar condições, junto a comunidades quilombolas, para implantação de políticas públicas. A política pública , aqui em pauta, é o Programa Nacional de Habitação Rural - PNHR.  Foram iniciados projetos em cinco comunidades quilombolas, no Rio Grande do Sul, estando um já concluído.  Esse foi executado em mutirão por cogestão pela Associação Quilombola do Limoeiro, representante legal do Quilombo do Limoeiro, localizado no município de Palmares do Sul/RS. Pela primeira vez, na região Sul do país, segundo a Gerência Executiva de Habitação – GIHAB, da Caixa Econômica Federal – CEF, uma Associação Quilombola teve autonomia na gestão de empreendimento habitacional.O projeto, discutido e aprovado por cada uma das comunidades contempladas, se constitui de unidade com 46,00m² - sala/cozinha conjugados, banheiro e 2 dormitórios, reservatório  de água de 1000 litros, equipamentos individuais para o destino dos efluentes domiciliares e acessibilidade, edificado no sistema construtivo convencional, seguindo as normas vigentes. A fim de remeter à raiz africana dos quilombolas, optou-se por aplicar arte de inspiração africana na fachada das casas, incluindo-se símbolo Adinkra, este à escolha de cada família de beneficiários.Na execução deste empreendimento, os ganhos têm sido imensuráveis, tanto para a comunidade quilombola, quanto para o IACOREQ com sua proposta de assessoria sem tutela.  Destaca-se o empoderamento de mulheres quilombolas como gestoras do empreendimento, na qualidade de  integrantes da direção da associação que representa a comunidade quilombola. O PROJETO Dignidade Habitacional Quilombola resulta, de um lado, de insistente busca da cidadania negra na construção de uma sociedade brasileira justa e, de outro, do compromisso do IACOREQ, entidade do Movimento Negro, com a população negra, em especial as comunidades quilombolas.Palavras Chave: Quilombolas, Habitações, Mutirão, Cogestão, Dignidade.

P09003

Marcia Gleise Barragan Goulart Coautora: Marta Iris Camargo Messias da

Silveira e CLOS, Dagoberto Alvim

Pôster

Quilombo Rincão dos Fernandes:

espaço de resistência e conhecimento

quilombo,resistência,história,direitos,comunidade

Este trabalho se assenta nas vivências das autoras junto ao quilombo Rincão do Fernandes – município de Uruguaiana-RS; segundo Dagoberto Alvim Clos (2011) , a comunidade foi reconhecida pela Fundação Cultural Palmares em 2010, em agosto de 2011 formou-se a Associação Quilombola Rincão do Fernandes, com o objetivo de lutar pelos seus direitos. Resgata-se a importante contribuição deste espaço de resistência histórica negra na formação do Rio Grande do Sul, especificamente do município de Uruguaiana. As autoras desenvolveram um conjunto de atividades junto ao quilombo, objetivando conhecer a localidade, através de uma metodologia orientada para levá-los/as a conhecer sua própria história, valorizando-a e re-significando-a (história oral, grupos focais, roda de conversas); foi efetivada uma revisão bibliográfica para complementação do resgate histórico da constituição do quilombo. Embora tenhamos dados do IBGE que comprovam que 54% da população brasileira é de origem negra: pretos e pardos, muitos não se reconhecem como tal, porque ao longo da história tiveram plantadas as ideias de que a cultura branca é superior e que os quilombolas por pressuposto são invasores de terras e preguiçosos. Essa falta de conhecimento de que existem regiões quilombolas em Uruguaiana, e da falta de conhecimento dos/as próprios/as remanescentes, nos levou a pensar uma proposta para que estes espaços fossem conhecidos e reconhecidos na sociedade. Assim, foram propostas visitas de alunos/da escola estadual CAIC, possibilitando o diálogo entre visitantes e visitados, resgatando a verdadeira história desta localidade, compreendendo como surge este espaço de resistência, como se deu o reconhecimento como “quilombo”. Reflete-se sobre o processo de organização em busca de políticas públicas, os conflitos e relações de cooperação com as diferentes instituições, enfatizando a relação dialética emancipação/empoderamento.

P09004

Maria Luísa Pereira Anderson e Mateus

Felipe Socha ORIENTADORA: Renilda

Vicenzi

Pôster

Terra e Cidadania na comunidade remanescente quilombola da Invernada dos

Negros, Campos Novos/Abdon Batista – SC

Quilombolas; ARQIN;

cidadania; terra.

Ao estudarmos o pós-abolição adentramos em espaços habitados por descendentes de homens que foram escravizados, chamados quilombos. Locais de interação sociocultural estabelecidos por indivíduos cuja ancestralidade remonta à sociedade escravista brasileira. O caso da Invernada dos Negros, comunidade quilombola rural localizada nos municípios de Campos Novos e Abdon Batista - SC, tem o início num testamento deixado pelo fazendeiro Matheus José de Souza aos seus oito escravos e três libertos, cujo acesso à terra é transmitido via testamento e articulada, posteriormente, por laços de parentesco, sociabilidade e religiosidade. Nos aproximadamente oito mil hectares de terra deixados pelo senhor, os quais jamais poderiam ser vendidos ou hipotecados, os herdeiros constituíram famílias e ao longo do século XX, acabaram “iludidos, enganados” por fazendeiros, empresas de celulose e profissionais liberais sendo assim obrigados à comercializa-las. Cerca de cem anos depois da escrita do testamento, os descendentes que resistiram e ainda permaneciam nas terras, iniciaram a luta pelo direito a propriedade de terra, com auxílio do NUER/UFSC (Núcleo de Identidades e Relações Inter étnicas) que mapeou a comunidade como um território negro, e verificou o início da busca por políticas públicas (moradia, saúde, educação, saneamento, luz, água, entre outros). No ano de 2003 houve a organização da Associação Remanescente de Quilombo Invernada dos Negros (ARQIN), cujo objetivo fora o cadastramento, a união e a luta por cidadania e o direito às terras, culminando em 2004 no reconhecimento pela Fundação Cultural de Palmares como remanescentes quilombolas. A pesquisa desenvolvida ocorreu com a investigação nos registros das 168 atas da ARQIN de 2003 à 2015. Nesta fonte elaborada pela comunidade conhecemos a forma como a comunidade debateu terra e cidadania, além da busca como grupo identitário a recuperação do que havia sido perdido ou tomado.

Nome dos Autores/Co-autores/Orientador

Tipo de trabalho

Título do trabalho

Palavras-Chave (3 a 5

palavras)ResumoCódigo

EIXO 9: Quilombolas, direitos e políticas públicas III COPENE SUL 2017

VERDE = GRATUIDADE CONCEDIDA �3 Versão: 01 de julho de 2017

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Código Nome dos Autores/Co-autores/Orientador Tipo de trabalho Título do

trabalhoPalavras-Chave (3 a 5 palavras) Resumo

C10002Magali dos Santos Gomes

- autor e Abel Ribeiro dos Santos - Orientador

Comunicação Oral

CONFLITOS DE IDENTIDADE: A QUESTÃO DO

BRANQUEAMENTO CULTURAL NA CRIANÇA

NEGRA

criança, branqueamento,

racismo.

A presente pesquisa tem como objetivo levantar possíveis questões referentes a negação da identidade negra no Brasil, principalmente no que diz respeito aos conflitos existenciais da criança negra e os aspectos que a faz negar sua identidade assumindo, assim, um branqueamento cultural. Com um olhar histórico, busca-se compreender os fatores do desenvolvimento social que levam a criança negra a negar a si mesma por meio do processo de miscigenação e dos convívios mais íntimos e que, de alguma forma, motiva-a a viver como pessoa branca, numa sociedade que tem uma forma de racismo cordial, ou seja, um racismo à brasileira.

C10003 Ione da Silva Jovino Comunicação Oral

Construção social da infância negra:

a criança  na Literatura infantil do final do século

XX

criança, infância negra, literatura

infantil

Nesta apresentação o que se prioriza é a discussão de como o período de 1980 a 2000 pode ser considerado como uma fase de grande efervescência da literatura infantil e porque isso carece de uma discussão pautada pela representação da criança e da infância negra. A revisão sobre o tema  indica a existência de obras inovadoras no mercado editorial do período,  no que tange à ressignificação da história e cultura africana e afro-brasileira. Todavia, a ênfase nestas se dá, principalmente, às formas de representação das personagens negras, sem recortes específicos de faixa etária, ao mesmo tempo em que se aventa como positividade o fato de aparecerem personagens com diferentes faixas etárias. Cabe então, revisitar esse período de transição para problematizar as seguintes questões: o que essas obras enunciam e/ou revelam sobre os rompimentos de estereótipos de representação crianças negras? Quais rupturas acenam?  Que concepções de infância emergem dessas obras, tendo em vista o leitor pretendido?  A construção social da infância se esforça por  trazer indícios de mudanças nas visões que os adultos têm das crianças, considerando que a produção material e simbólica analisada (o livro infantil) é sempre sobre e para a criança e nunca de sua autoria. Tal apontamento se relaciona diretamente a uma das especificidades dos estudos sobre infância: o recolhimento e análise dessas produções sobre as crianças. O desafio que se impõe é a necessidade de entendimento de como se dá, no plano da produção das obras, das temáticas propostas, as inovações que deram origem a mudanças significativa nas formas de representação de personagens negras que se consolida no final dos anos 1990, início dos anos 2000. Alem do levantamento e mapeamento, apresentaremos a discussão do  material para a construção de uma contextualização para o problema e depois  para a concepção do referencial teórico-metodológico.

C10004

Roberta Regina Chaves Veloso, Petronilha

Beatriz Gonçalves e Silva e Lucimar Rosa

Dias

Comunicação Oral

Educação das Relações Étnico-

Raciais em Instituições

Educacionais

Estado da Arte, Educação das

Relações Étnico-raciais, Produção

Acadêmica

O presente trabalho é parte de um projeto denominado ―Estado da Arte – Educação das Relações Étnico-raciais que teve como objetivo realizar levantamento quantitativo e qualitativo de produções bibliográficas sobre as relações étnico-raciais na educação, abrangendo todas as etapas de ensino, desde a educação infantil até o ensino superior. As publicações são referentes aos anos de 2003 a 2014, sendo que foram coletadas nos periódicos das categorias qualis A1 até a B5, e também de teses e dissertações publicadas no mesmo período. O recorte deste trabalho é referente a Educação das relações étnico raciais nas instituições educacionais, a análise das produções é voltada para a inserção do parecer que propõe as Diretrizes curriculares para a educação das relações étnico raciais na obrigatoriedade do ensino de história da África e cultura  Afro-brasileira, e da lei 10.639 de 09 de Janeiro de 2003, nas modalidades de ensino, as práticas de professoras a respeito das relações étnico-raciais, e a influência do racismo e do etnocentrismo na escola e no processo de aprendizagem. Para realizar a análise buscou-se realizar um levantamento quantitativo para apresentar o perfil das publicações desta área, como por exemplo, o ano e região das publicações dos trabalhos, as revistas que mais tratam do assunto, qual a prevalência de gênero nas produções acadêmicas, quais as instituições que produziram mais pesquisas, sujeitos, temas recorrentes, e principais referenciais teóricos ancorados na Antropologia, Sociologia da Infância e Estudos Culturais. Os resultados finais desta análise apontam que há um crescimento significativo de pesquisas entre os anos de 2010 a 2014 que tratam deste tema e os sujeitos mais recorrentes são professores e alunos da educação básica considerando-se a escola como principal espaço para combater a discriminação racial.

C10005Tânia Aretuza Ambrizi

Gebara e Marina Gonçalves Ribeiro

Comunicação Oral

Educação para as relações étnico-

raciais e a implementação da lei 10.639/03 nos Colégios de

Aplicação do Brasil: o estado

do conhecimento a partir das

atividades de ensino, pesquisa

e extensão universitária

Estado da arte; produção

acadêmica nos Colégios de Aplicação;

educação para as relações étnico-raciais

Esta pesquisa em andamento consiste na elaboração de um “estado da arte” ou “estado do conhecimento”, referente às ações de ensino, pesquisa e extensão universitária que tematizam a educação para as relações étnico-raciais a partir da perspectiva da Lei n.º 10.639/03. O campo da pesquisa são os Colégios de Aplicação (CAps) vinculados às Universidades Federais do Brasil, atualmente totalizam dezessete instituições, que têm como finalidade desenvolver, de forma indissociável, atividades de ensino, pesquisa e extensão com foco nas inovações pedagógicas e na formação docente. Trata-se de uma pesquisa de caráter bibliográfico, com o desafio de conhecer, mapear e analisar a produção acadêmica desenvolvida e registrada formalmente por meio de projetos de pesquisa, extensão e ensino, em setores que fazem parte da organização administrativa e pedagógica dos CAps, tais como: Núcleo de Apoio à Pesquisa (NAPq), Centro de Extensão (CENEX) e setores pedagógicos de cada instituição escolar. Especificamente nos setores pedagógicos de cada CAp são analisados os Projetos Político Pedagógicos institucionais a fim de conhecer as formas de atendimento à lei 10.639/03. A investigação pretende aprofundar a reflexão sobre as relações étnico-raciais no sistema de ensino federal, buscando sistematizar e compreender os processo de implementação da Lei n.º 10.639/03 e suas Diretrizes Curriculares. Ainda é uma lacuna conhecer o que está sendo produzido sobre a temática da educação para as relações étnico-raciais nos colégios federais, espera-se que os resultados possam contribuir para a construção de um panorama sobre as práticas de ensino, pesquisa e extensão que ocorrem em âmbito nacional.

Código

EIXO 10: Educação, relações étnico-raciais e infâncias negras III COPENE SUL 2017

VERDE = GRATUIDADE CONCEDIDA �1 Versão: 01 de julho de 2017

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C10006G

EDUARDA SOUZA GAUDIO

Comunicação Oral

INFÂNCIA NEGRA E

EDUCAÇÃO INFANTIL NO

BRASIL: BREVES

REFLEXÕES

INFÂNCIA NEGRA -

EDUCAÇÃO INFANTIL - RELAÇÕES

ÉTNICO-RACIAIS - POLÍTICAS PÚBLICAS

Esse trabalho é um recorte de uma pesquisa de mestrado que investigou as relações sociais entre crianças e com adultos quanto às diferenças étnico-raciais numa instituição de Educação Infantil pública. O artigo busca apresentar alguns aspectos históricos que caracterizaram a consolidação das discussões sobre crianças e infância, evidenciando a história das crianças no Brasil escravocrata, na tentativa de compreender o processo de idealização e construção das instituições infantis brasileiras. Para esse artigo elegemos destacar a trajetória histórica das crianças no contexto do Brasil escravocrata que delimitava a população infantil em dois grupos: a criança da casa-grande e a criança escrava. Ao destacar a história das crianças negras procuramos evidenciar a presença da política de branqueamento como influência no processo de construção das concepções sobre a infância no Brasil. As discussões sobre as crianças brasileiras surgiram pautadas em relações de desigualdade entre as meninas e os meninos de pouca idade, no que diz respeito à classe social, gênero, raça e etnia. Os impactos que esses fatores causam na vida das crianças são grandes, já que quando convivem nessa realidade de discriminação, têm a percepção de que negros, brancos e índios devem ocupar lugares socialmente diferentes. Ao analisar esse processo histórico, percebemos que as concepções construídas acerca das crianças e da infância brasileira foram permeadas por perspectivas médicas e higienistas, jurídicas e religiosas que contribuíram para diferenciar a criança rica da criança pobre. De acordo com Kuhlmann (2002) as circulações de ideias acerca das crianças ocorreram através de diferentes organismos e instituições, com uma articulação em torno de três aspectos principais: “produção da nação moderna, da caracterização da pedagogia e da criança como objeto de conhecimento, e do papel da educação como meio ordenador da sociedade.”

C10007Doutora Lucimar Rosa Dias e Co-autor: Cintia

CardosoComunicação

Oral

MOVIMENTOS DE

RESISTÊNCIAS NEGRAS

INFANTIS NO CIBERESPAÇO

: Criança Negra, Resistência, Ciberespaço, Movimento

Negro.

RESUMOEste artigo problematiza um fenômeno que estamos identificando no Brasil e intitulamos de resistências negras infantis. Tomamos o conceito de Resistência desenvolvido por Giroux (1986) e as ideias de Hall (1997) sobre Representações. Para coleta do material privilegiamos informações sobre crianças negras que circularam em diferentes meios de comunicação a partir dos princípios da etnografia virtual conforme nos apresentam Gebera (2008). Foram encontradas seis crianças com idade entre 04 e 13 anos cuja atitude de empoderamento teve repercussão em âmbito nacional. Destas, três serão apresentadas neste artigo. Nossa análise para compreender as vozes dessas crianças tomou a perspectiva da Sociologia da Infância que concebe a criança como um ator social, bem como, nos amparamos em autores do campo dos estudos das relações étnico-raciais e infância no Brasil para melhor entendermos seus significados. O que encontramos nos aponta que a expressão das lutas empreendidas pelos Movimentos Negros tem também ocupado o espaço alternativo da comunicação virtual com isso entra em cena ativistas cada vez mais jovens dentre estes também crianças pequenas. Acreditamos que a tecnologia tem sido utilizada pelos ativistas negros e negras possibilitando ações de empoderamento que se espalham rapidamente por diferentes pontos do país, por meio do ciberativismo, isto é, um novo ativismo que tem levado a constituição de uma Cibercultura (LEVY, 1999) que pode propiciar novas representações da população negra que se contrapõe aquelas consolidadas pelo colonizador na nossa cultura e outros acordos de significados que estão sendo gestados.

C10009 Anelise Silveira Cardoso Comunicação Oral

OS POEMAS DE OLIVEIRA

SILVEIRA COMO ESTRATÉGIA DE

ENSINO DE GEOGRAFIA DO RIO GRANDE DO

SUL.

identidade, geografia, educação

étnicorracial

O presente estudo que encontra-se em andamento busca, estratégias de visibilização positiva através dos poemas de Oliveira Silveira de alunos negros que apresentam –se em situação de defasagem escolar . Neste sentido, o objetivo geral do trabalho centra-se  em problematizar o racismo e a evasão e retenção quanto aos estigmas raciais no ambiente escolar. Assim, construir possibilidades de ações cotidianas, através do ensino de geografia , ressaltando os aspectos culturais da negritude gaúcha. A pesquisa está sendo realizada em duas turmas do Programa Trajetórias Criativas, em desenvolvimento na escola Estadual Rafaela Remião localizada na zona leste de Porto Alegre. Na primeira etapa da pesquisa, foi elaborada uma revisão bibliográfica com autores que tratam temas como educação antirracista após será realizada a coleta de dados referentes a reprovação e evasão de alunos negros participantes do Programa Trajetórias Criativas. Após, será a atividade com os poemas de Oliveira Silveira na qual serão relacionados com o conteúdo geográfico. A última etapa será a de gabinete com a análise dos resultados obtidos.

C10012Tania Aparecida Lopes

(Autora) e Wilker Solidade da Silva (Co-autor)

Comunicação Oral

REFLEXÕES SOBRE A PRÁTICA

DOCENTE FRENTE À

EDUCAÇÃO DAS RELAÇÕES

ÉTNICO-RACIAIS

Docência. Lei 10.639/2003. Diversidade

racial.

Defendendo a Lei 10.639/2003 é referência para a concretização de uma pedagogia decolonial na ação docente, o presente trabalho apresenta apontamentos  reflexivos sobre a relação entre a prática docente e a temática étnico-racial, utilizando para isso os relatos de observação de uma formação ofertada a professoras/es da rede municipal de ensino do estado do Paraná. Os dados obtidos nos indicam que, em maior ou menor escala, os professores conhecem direcionamentos possíveis para se solucionar situações de tensão no que se refere a discriminação e preconceito racial em sala de aula. Entretanto, a ausência de um debate sobre essa realidade nos cursos de formação inicial, bem como a inexpressiva realização de formações continuadas pelas redes de ensino estado, inviabiliza uma prática docente voltada a criticidade no que se refere a diferença e a diversidade étnico-racial brasileira.

C10013G

Maria de Fátima Monteiro Alves, Cláudia Moscarelli

Corral e Luis César Rodrigues Jacinto

Comunicação Oral

UMA EXPERIÊNCIA PEDAGÓGICA

COM A HISTÓRIA, A

CULTURA AFRO-BRASILEIRA E AFRICANA NO

CURRÍCULO DA ESCOLA DE

CAMPO

Palavras-chaves: Lei 10.639/03,

Prática Docente, Currículo,

Cultura Afro-brasileira.

Este artigo consiste em uma reflexão sobre as experiências e os saberes construídos por um integrante do Movimento Negro, no Brasil, tendo como foco a luta pela construção de uma educação para a diversidade étnico-racial e ações afirmativas no período de 1.998 até o presente momento. Apresenta aspectos da história do Movimento Social Negro, que nos permitam observar temas relacionados à importância da educação e da luta pela reavaliação do papel do negro na história do Brasil e como foi importante o processo de constituição deste movimento social para a criação da Lei 10.639/03, que tornou obrigatório o ensino de História e Cultura Afro-brasileira nas instituições de ensino básico. Trata o campo de formação do sujeito-professor, como ele introduz as questões étnico-raciais e suas implementações curriculares. Ao analisar a prática do sujeito-professor de uma escola do campo, apresenta como ele associa sua vivência da militância à prática docente, caracterizando esta pesquisa como qualitativa do tipo estudo de caso. Os resultados foram obtidos através da Análise de Conteúdo de Bardin, sugerindo quatro categorias de análise oriundas da entrevista e observação da sua prática pedagógica. Conclui-se que quando um currículo é elaborado e potencializado no cotidiano escolar, torna-se um relevante articulador das questões sociais, econômicas, culturais e históricas que permeiam tal problemática.

Nome dos Autores/Co-autores/Orientador Tipo de trabalho Título do

trabalhoPalavras-Chave (3 a 5 palavras) ResumoCódigo

EIXO 10: Educação, relações étnico-raciais e infâncias negras III COPENE SUL 2017

VERDE = GRATUIDADE CONCEDIDA �2 Versão: 01 de julho de 2017

Page 35: Trabalhos Aprovados - 01 de julho de 2017 - III Copene SUL Aprovados - 01 de julho de 2017.pdf · esta demanda, o projeto foi idealizado como forma de se garantir o estímulo à formação

C10014 Josiane Beloni de Paula e Elison Antonio Paim

Comunicação Oral

VER NÃO BASTA, TEMOS QUE OLHAR – PRÁTICAS DE RESISTÊNCIAS

NEGRAS NA ESCOLA

Práticas de resistências,

negro, decolonizar.

VER NÃO BASTA, TEMOS QUE OLHAR – PRÁTICAS DE RESISTÊNCIAS NEGRAS NA ESCOLAEste trabalho é parte da tessitura da pesquisa de uma tese de doutorado intitulada: Andarilhagens das práticas de resistências negras na escola, no evento “Poder Escolar” em Pelotas-RS. O qual tem o intuito de trazer a tona práticas que vem sendo desenvolvidas nas escolas, as quais já estão sendo divulgadas por este evento, na forma de apresentações e anais deste, não mais só visualizando o racismo em nossa sociedade, mas com a perspectiva de criar caminhos, brechas, como uma saída para a reversão de uma ordem opressora (BENJAMIN, 2012) para erradicar o preconceito impregnado no imaginário social ao longo de nossa historia colonial. A pesquisa será realizada com analise de entrevistas realizadas com os professores/educadores, os quais realizam estas ações em suas salas de aulas, após rastreados dos anais do evento. Também com a discussão da interculturalidade (WALSH, 2017) na valorização de múltiplos saberes, outras formas de ser e estar no mundo, visando decolonizar os pensares e saberes. Neste sentindo a estudiosa Walsh fomenta um processo em construção, de uma pedagogia decolonial, baseada na práxis propositiva, não só denunciativa e para inspirá-la dialoga com os referenciais de Paulo Freire e Frantz Fanon, referentes à consciência do oprimido e a necessidade de retomada da humanização dos povos subalternizados. Dessa forma, saindo de um único modo de vida global, definido por alguns, para todos, o qual define as práticas sociais, visualizando e experienciando maneiras não reconhecidas pelo sistema vigente, mas que possibilitam viver de forma autêntica e plena de suas oportunidades. Sendo assim, vai se delineando os pensares, dialogando com autores, criando saberes para a constituição da pesquisa, que por aqui vem se construindo.Práticas de resistências, negro, decolonizar.

P10001G Sara da Silva Pereira Pôster

A educação das relações étnico-

raciais na Educação Infantil:

em foco a formação

continuada do grupo de trabalho

Educação Infantil. Relações

étnico-raciais. Formação

continuada.

O artigo é fruto de um projeto institucional desenvolvido em um Centro Municipal de Educação Infantil em São José dos Pinhais, no Paraná, tratando da formação continuada do grupo de trabalho, voltada à Educação das Relações étnico-raciais. O projeto nasceu da necessidade de subsidiar práticas pedagógicas que promovam a inclusão da história e cultura afro-brasileira e africana, uma vez que este trabalho não era desenvolvido pelos profissionais da Unidade. A abertura dada pela sanção da lei 10639/2003 demanda que a proposta pedagógica contemple ações promotoras de igualdade racial na construção de uma educação antirracista, o que requer conhecimentos específicos para trabalhar com a temática. A formação continuada, neste contexto, torna-se questão primordial, uma vez que para consolidar tais práticas é preciso conhecer o que preconizam os documentos oficiais para a Educação Infantil num constante diálogo com as contribuições da Sociologia da Infância e as pontuações feitas por diferentes autores que difundem a temática étnico-racial. Baseado nas contribuições de autores como MELLO e KRONBAUER (2008), OLIVEIRA (2011), GOMES (2005), CAVALLEIRO (2001), SILVA (2001), DIAS (2007), o projeto tem a pretensão de contribuir com a construção de práticas afirmativas na educação das relações étnico-raciais. Dentre as metodologias utilizadas estão: a leitura, reflexão e debate de textos sobre a temática, a tematização da prática, compartilhando práticas de ações afirmativas e a disponibilização de materiais para a realização do trabalho. O projeto encontra-se em andamento, mas alguns resultados já podem ser sinalizados: abertura de espaço para discussão das relações étnico-raciais, ampliação do acervo de materiais para se trabalhar com a temática, envolvimento e inclusão da temática nas sequências desenvolvidas por algumas profissionais. A construção de uma Educação infantil que promova a igualdade só será possível com engajamento e mobilização. Por conseguinte, a difusão de trabalhos voltados à temática é parte importante neste processo.

P10003G

Nanci Alves Da Rosa e Orientadora: Carmen

Lucia Fornari Diez Coorientadora: Mareli

Eliane Graupe

PôsterGENEALOGIA DA (IN)VISIBILIDADE

NEGRA LAGEANA

Genealogia. Diáspora negra.

Identidade. (In)visibilidade.

Racismo.

O presente trabalho retrata um projeto institucional desenvolvido pelo Centro Municipal de Educação Infantil Flor-de-Lis, em São José dos Pinhais, Paraná, tendo como foco central a Literatura Afro-brasileira no contexto da Educação Infantil. O projeto foi idealizado como forma de se garantir o estímulo à formação do leitor, o conhecimento e o contato das crianças com outras culturas, o respeito à diversidade e o desenvolvimento do interesse pela leitura literária, através do acesso à temática da cultura africana e afro-brasileira.  Sendo assim, a questão do texto literário surge bem delineada no documento, que fundamenta a Literatura Afro-brasileira como contribuição para a noção de pertencimento, descartando textos de cunho utilitário e primando pela fruição e o prazer pela leitura. A Educação Infantil, primeira etapa da Educação Básica, tem o papel social de cuidar e educar crianças de 0 a 5 anos, tendo sua organização curricular em campos de experiências. Por este viés, a Literatura é uma das experiências oferecidas para que a criança tenha contato com a linguagem oral e escrita e está presente desde as práticas com os bebês, permeando todo o trabalho desenvolvido nesta modalidade de atendimento. Autores como REYES (2010), FONSECA (2012), ROSEMBERG (1985), DEBUS (2007), SOUSA (2001) contribuem amplamente com a fundamentação teórica da proposta realizada pela instituição, que mesmo em andamento, já mostra resultados profícuos. Fato este que pode ser comprovado tanto pela riqueza das representações infantis quanto pela devolutiva dos demais envolvidos, que se materializa em forma de registros realizados através de imagens e textos, passando a compor o acervo documental da Unidade.

P10004G

Priscila Guadalupe dos Santos Guterres Pôster

Ritmos Afrobrasileiros na

sala de aula

Educação, diversidades,

ritmos afrobrasileiros

A presente intervenção, visando contemplar a diversidade de ritmos afrobrasileiros,  é feita em minha prática docente, com crianças na faixa etária que compreende de 10 a 14 anos de idade em turmas do Segundo Ano do Segundo Ciclo de formação da Rede Municipal de Porto Alegre. Para tanto, a docente pesquisa com as crianças e executa em instrumentos musicais como: nos atabaque run, pi e le, nos agogos e nos xequeres os ritmos de Ijexa, de Barravento, Congo de Ouro, Congo de Maculele, Samba. Desta forma, pretende-se abordar as contribuições das diferentes etnias dos povos Africanos. Prática que perpassa o respeito às diferenças  culturais e de formação do povo brasileiro.

Nome dos Autores/Co-autores/Orientador Tipo de trabalho Título do

trabalhoPalavras-Chave (3 a 5 palavras) ResumoCódigo

EIXO 10: Educação, relações étnico-raciais e infâncias negras III COPENE SUL 2017

VERDE = GRATUIDADE CONCEDIDA �3 Versão: 01 de julho de 2017

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P10005G Patrícia da Silva Pereira Pôster

TERRITORIALIDADE E

ANCESTRALIDADE: A

PRESENÇA DOS GRIOTS EM

SALA DE AULA.

Griots-Educadores, UNIAFRO/UFRGS,

territorialidade afrocentrada.

Este trabalho apresenta as análises iniciais dos dados referentes ao Curso de Aperfeiçoamento UNIAFRO/UFRGS – Promoção da Igualdade Racial na Escola – 1ª e 2ª Edições (2013/14) no Módulo II, da Professora Drª Cláudia Pires/Geografia/UFRGS, intitulado “Território, significações etnoculturais e educação”. Este curso foi direcionado para Professores de Escolas Públicas do RS, de forma gratuita. Fiz parte da equipe, acompanhando os alunos e Tutores na realização das atividades, avaliações e debates na plataforma Moodle. O curso teve como proposta o compartilhamento de materiais, que propunham a reflexão do cotidiano na escola e comunidade escolar, ampliando o olhar pedagógico e relações com personagens e artefatos do contexto cultural afrobrasileiro, no intuito do cumprimento da Lei 10.639/03, a partir da educação dos Educadores, de forma emancipadora estruturante. A escolha por este Módulo deu-se pela temática dos Griot’s, Mestres dos Saberes, tema de minha Dissertação, preconizados aqui como guardiões da memória de seus territórios, de suas comunidades religiosas, de suas famílias. A proposta foi de que, após a leitura e debate do texto-base do módulo, os Professores identificassem pessoas negras na comunidade escolar, com mais de 50 anos, que se dispusessem a vir conversar com seus alunos, contar suas experiências escolares, convivência com outros alunos negros e brancos, suas relações sociais e conflitos raciais, que constituíram sua formação como cidadão. A ideia central era mapear a vida desta personagem, mostrando iconograficamente aos alunos os cenários vivenciados, e as relações marcantes e conflituosas, centrando nos meios de superação. Com esta experiência, os Professores puderam adquirir subsídios, com a colaboração de pessoas próximas à rotina escolar, sendo mediadores de ações emancipatórias reestruturantes e reparadoras para o povo Negro. Assim, os relatos dos Griot/Griotes, além de marcantes socialmente, foram desencadeadores de mudanças pedagógicas significativas com as crianças destas turmas.

Nome dos Autores/Co-autores/Orientador Tipo de trabalho Título do

trabalhoPalavras-Chave (3 a 5 palavras) ResumoCódigo

EIXO 10: Educação, relações étnico-raciais e infâncias negras III COPENE SUL 2017

VERDE = GRATUIDADE CONCEDIDA �4 Versão: 01 de julho de 2017

Page 37: Trabalhos Aprovados - 01 de julho de 2017 - III Copene SUL Aprovados - 01 de julho de 2017.pdf · esta demanda, o projeto foi idealizado como forma de se garantir o estímulo à formação

Código Nome dos Autores/Co-autores/Orientador

Tipo de trabalho

Título do trabalho

Palavras-Chave (3 a 5

palavras)Resumo

C11001BEATRIS DE MORAES PINTO e CO-AUTORA:

ALINE LEMOS DA CUNHA DELLA LIBERA

Comunicação Oral

“ISSO ESTÁ DE BOM TAMANHO

PRA COMUNIDADE QUE A GENTE

ATENDE”: Educação

Antirracista na Educação de

Jovens e Adultos

Educação de Jovens e Adultos,

Educação antirracista, Racismo.

Mesmo com um número expressivo de estudantes negros em turmas de Educação de Jovens e Adultos (EJA), por vezes, as problematizações envolvendo as questões étnico-raciais são desconsideradas no cotidiano da sala de aula. Acreditamos ser necessário e urgente realizarmos reflexões sobre a existência ou não, de propostas efetivas para educação antirracista na EJA. A Lei nº. 10.639/03 orienta que a discussão sobre a História e Cultura Afro-brasileira seja feita, porém como são discutidas as questões cotidianas? Este trabalho, de abordagem qualitativa, apresenta o estudo de caso de uma Escola Estadual situada no Município de Porto Alegre que possui, no seu corpo discente, um número expressivo de estudantes negros e, alguns deles, residentes em uma comunidade quilombola. A partir da questão “Quais são as ações para uma educação antirracista desenvolvidas em uma escola da rede estadual, considerando as orientações presentes no Estatuto da Igualdade Racial?”, buscamos contribuir com reflexões acerca das propostas pedagógicas para a modalidade EJA envolvendo tais temáticas. A fundamentação teórica, foi elaborada a partir do pensamento de Kabenguele Munanga, Nilma Lino Gomes e Rosane de Almeida Pires. Também organizamos nossas análises, a partir da Lei nº 12.288/10 - Estatuto da Igualdade Racial, documento que apresenta as diretrizes para a efetivação de propostas de educação antirracista na Educação Básica (incluindo a modalidade EJA). Foi possível verificar que existiram algumas iniciativas de educação antirracista sendo desenvolvidas na Escola estudada, mas que, por questões diversas, dentre elas o racismo naturalizado, estas não foram reconhecidas, nem levadas adiante. Além dessa questão, também foi possível perceber o desconhecimento dos docentes sobre o Estatuto da Igualdade Racial e suas propostas para a escola, expressando a necessidade de maior divulgação do mesmo. Acreditamos que, para além do reconhecimento deste documento, também é necessária a problematização sobre o lugar da escola na luta por igualdade.

C11002Odair de Souza e Orientador: Elison

Antônio PaimComunicação

Oral

A decolonialidade e a

interculturalidade como processo

estruturante para aplicação da Lei 10.639/2003 em

sala de aula

interculturalidade, educação, Lei 10.639/2003, quilombola,

decolonialidade

Esta comunicação pauta-se numa pesquisa em desenvolvimento no programa de mestrado Profissional em Ensino de História na Universidade Federal de Santa Catarina (Profhistória-UFSC). Como professor da Educação Básica no município de Paulo Lopes no qual está localizada uma terra quilombola Santa Cruz. Os estudantes desta comunidade estudam na única escola estadual do município – Frederico Santos. Seja no ensino fundamental inicial, final ou médio. Ao longo dos anos percebemos que estes estudantes, tanto meninos quanto meninas, dificilmente conseguem frequentar além do nono ano. Buscamos compreender por que estes estudantes não dão continuidade aos estudos. Pretendemos na interface com as memórias e experiências destes estudantes discutir as possibilidades e (im) possibilidades da aplicação da lei 10.639/2003 em sala de aula a partir de uma proposta intercultural procurando contemplar a todos e a todas no conjunto da diversidade a partir das Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnicorraciais e para o Ensino de História e Cultura Africana e Afro-brasileira. Metodologicamente pretendemos a partir das aulas de História desenvolver atividades que estimulem a participação destes estudantes a se colocarem com sujeitos do processo educativo por meio de narrativas de suas memórias e experiências do ser estudante em uma escola que não valoriza a diversidade. Além disso, trabalharemos com entrevistas semiestruturadas em que os estudantes possam nos narrar o que é ser estudantes quilombola numa escola que não valoriza a diversidade. Nos pautamos na decolonialidade como uma possibilidade epistemológica radical para o rompimento com os saberes eurocêntricos e a partir destes estudos focarmos “saberes outros”, como o dos quilombolas e afro-brasileiros. Neste sentido, dialogaremos com os pensadores como Walter Mignolo, Aníbal Quijano, Katherine Walsh, Maldonado Torres, Ramon Grosfoguel, entre outros.

C11003G

Carina Santiago dos Santos

Comunicação Oral

A EDUCAÇÃO DAS RELAÇÕES ÉTNICO-RACIAIS E O ENSINO DE

HISTÓRIA NA EDUCAÇÃO DE

JOVENS E ADULTOS DA

REDE MUNICIPAL DE

FLORIANÓPOLIS (2010 – 2015):

DESDOBRAMENTOS NA EJA

CENTRO MATUTINO

Educação das Relações Étnico-Raciais. Ensino

de História. Educação de

Jovens e Adultos.

No presente resumo tem-se por objetivo apresentar os resultados da dissertação fruto da primeira turma do Mestrado em Ensino de História – ProfHistória na Universidade do Estado de Santa Catarina – UDESC e seus iniciais desdobramentos práticos através da aplicação das atividades propostas neste estudo e primeiras análises dos resultados. Na dissertação, há uma compreensão acerca dos desafios e limites da articulação da Educação das Relações Étnico-raciais, a História e Cultura Africana e Afro-brasileira e a Educação de Jovens e Adultos (EJA) da Rede Municipal de Florianópolis, além de uma apresentação mais específica do campo de pesquisa: núcleo EJA Centro I Matutino. A partir deste estudo foi elaborado um material de orientação para professores e gestores da EJA, de modo a contribuir na implementação da política de diversidade étnico-racial. A experiência na docência, as problemáticas, documentos pedagógicos e os textos elaborados pelos estudantes, entre 2010 e 2015, bem como questionários aplicados com estudantes e o corpo docente, foram fontes para o presente estudo. O guia foi estruturado em três eixos a partir das problemáticas mais frequentes mobilizadas pelos estudantes do núcleo: História da cidade, África/Cosmovisão e Sociedade. Esperamos que os resultados da investigação possibilitem vivências educacionais pautadas na pluralidade e na promoção da igualdade. No ano de 2017, o material passou a ser utilizado com os estudantes da EJA Centro I Matutino em atividades de leitura dirigida e como fonte para problemáticas de pesquisa relacionadas e, a partir de então, as primeiras análises estão sendo realizadas acerca dos impactos do material e entendimento dos estudantes sobre as temáticas propostas.

Código

EIXO 11: Educação, relações étnico-raciais e juventudes negras III COPENE SUL 2017

VERDE = GRATUIDADE CONCEDIDA �1 Versão: 01 de julho de 2017

Page 38: Trabalhos Aprovados - 01 de julho de 2017 - III Copene SUL Aprovados - 01 de julho de 2017.pdf · esta demanda, o projeto foi idealizado como forma de se garantir o estímulo à formação

C11004

IZAQUE PEREIRA DE SOUZA, ADILSON DE AMORIM (AUTOR) e TERESA KAZUKO TERUYA (AUTOR)

Comunicação Oral

A EDUCAÇÃO ENTRE A

NEGAÇÃO E O DIREITO: UM OLHAR SOB A PERSPECTIVA DOS JOVENS

NEGROS ATENDIDOS NO

CAPS-AD DA CIDADE DE

CASCAVEL/PR.

EDUCAÇÃO. NEGRITUDE. INCLUSÃO. CAPS-AD.

Pesquisas na seara educacional vem demonstrando que o percentual de jovens entre 18 e 24 anos no ensino superior no Brasil bateu recorde em 2013; chegou a 16,5%, frente os 10,5% de 2004. Mesmo assim, os dados mostram que dos alunos que ingressaram em 2013 neste nível de escolaridade apenas 54,3% chegaram ao final dessa fase escolar. Esta taxa de evasão altíssima – alocada  de forma bastante pontual no universo de jovens de 15 a 17 anos - foi estudada pela Unesco que concluiu que mais de 50% destes jovens tem em comum o seguinte perfil: negros, oriundos de famílias chefiadas por mulheres e com renda per capita inferior a 2 salários mínimos. Ou seja, o motivo pelo qual abandonam os estudos quase sempre se resume a ajuda no sustento da família.  Não por acaso este perfil é o mesmo dos jovens vitimados em homicidios na periferia e/ou das famílias que se beneficiam dos programas de transferência de renda. O presente trabalho busca compreender, a partir da realidade apresentada aos técnicos do Centro de Atendimento Psicossocial – CAPSad – em Cascavel/PR, a condição de heterogeneidade vivenciada pelos jovens negros na busca pelo seu protagonismo. Considera, para tanto, as diversas expressões da Questão Social que são apresentadas aos profissionais do CAPS por esses jovens e que são enfrentadas por estes cotidianamente no construto de sua identidade pessoal e social bem como as dificuldades enfrentadas por estes jovens que, embora considerados “sujeitos de direito” vêem seus direitos serem constantemente espoliados.

C11005G

Tiago Vargas da Silva (Autor) e Taiara Soiani

Viana Ribeiro (Co-autora)

Comunicação Oral

Clubes Sociais Negros e a

Educação das Relações Étnico-Raciais: descrição

de momentos históricos da Sociedade Floresta

Montenegrina

Educação; Relações Étnico-Raciais, Clubes Sociais Negros; Promoção da

Igualdade Racial.

A partir da criação da Secretária Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial da Presidência da República – SEPPIR, nos anos 2000 iniciou-se o processo de regulamentação de diretrizes para a promoção da igualdade racial na política educacional brasileira. Neste mesmo período Clubes Sociais Negros começaram a organizarem-se coletivamente de modo a terem mais força para que suas demandas fossem contempladas no Plano Nacional de Promoção da Igualdade Racial – PLANAPIR. Considerando esta relação histórica o presente trabalho trata de um Clube Social Negro do interior do Rio Grande do Sul, mais especificamente, da Associação Comunitária e Beneficente Floresta Montenegrina (Sociedade Floresta Montenegrina) que se localiza no município de Montenegro/RS. O objetivo desta pesquisa é contribuir para a efetiva implementação da Lei nº 10.639/2003 através da descrição de diferentes momentos históricos da Sociedade Floresta Montenegrina. O material de pesquisa é composto por documentos físicos e digitais, reportagens de meios de comunicação e em mídias digitais e entrevistas com dirigentes da Sociedade Floresta Montenegrina. A análise do material de pesquisa possibilitou a descrição de três momentos históricos que podem contribuir para prática pedagógica da História e Cultura Afro-brasileira em sala de aula: (a) as primeiras décadas de funcionamento da Sociedade Floresta Montenegrina como espaço de resistência e sociabilidade; (b) os anos de 1980 em que ocorre o envolvimento da Sociedade Floresta Montenegrina com o Movimento Negro; (c) anos 2000 em que a Sociedade Floresta Montenegrina troca de nome passando a chamar-se Associação Comunitária e Beneficente Floresta Montenegrina, se reorganiza administrativa e economicamente e começa a desenvolver ações e projetos sociais voltados a comunidade.

C11006Emerson Darcy Bueno e

Orientadora: Ione da Silva Jovino

Comunicação Oral

Cotas raciais nas universidades: qual a visão e

significados dado por estudantes do ensino médio de

escolas privadas?

Cotas Raciais, Escola Privada,

Racismo

Este resumo tem como objetivo apresentar uma pesquisa em andamento, que visa compreender discursos sobre relações raciais de alunos e alunas de ensino médio de escolas privadas na cidade de Ponta Grossa, Paraná. Tendo como compreensão de que as relações sociais carregam significados em suas práticas, e que determinados sujeitos exercem um papel relevante ao  reproduzir crenças, atitudes e ideologias, que em sua maioria caracterizam em atitudes e comportamentos racistas, excludentes e discriminatórios, pretende-se observar como jovens, em fase de prévia de ingresso na universidade dão significados à temas como cotas raciais no ensino superior. É necessário saber quais suas concepções acerca de temas importantes que encontrarão (ou não) dentro da academia, como racismo e políticas de cotas raciais, bem como as leis que regem essas discussões. O trabalho em fase inicial, será desenvolvido no Mestrado em Estudos da Linguagem da Universidade Estadual de Ponta Grossa. É importante discutir temas relativos às questões raciais com jovens estudantes prestes a entrar na universidade, pois as pesquisas com ingressantes no ensino superior apontam para a necessidade de debates sérios na sociedade brasileira como um todo, a fim de ampliar as visões únicas parciais, estereotipadas que muitas pessoas apresentam sobre a questão. Talvez isso se deva não à falta de informação sobre o tema, mas a falta de discussão das mesmas, que muitas vezes chegam somente pelos meios midiáticos mais conhecidos e com maior alcance e influência sobre determinados grupos sociais. Nesta apresentação, daremos prioridade a discussão das referências que poderão sustentar a revisão de literatura sobre a temática. Especial atenção será dada ao levantamento temático sobre as pesquisas com estudantes de ensino médio que tenham como foco a compreensão do modo como dão significados às cotas raciais. O entendimento sobre a escola como sendo um espaço constituído também pelas relações sociais entres discentes, bem como toda comunidade escolar, e que que seus agentes exercem grande papel na reprodução  de ideologias fundamentadas em concepções de preconceito, fazendo com que suas práticas sejam continuas também dentro da universidade.

Nome dos Autores/Co-autores/Orientador

Tipo de trabalho

Título do trabalho

Palavras-Chave (3 a 5

palavras)ResumoCódigo

EIXO 11: Educação, relações étnico-raciais e juventudes negras III COPENE SUL 2017

VERDE = GRATUIDADE CONCEDIDA �2 Versão: 01 de julho de 2017

Page 39: Trabalhos Aprovados - 01 de julho de 2017 - III Copene SUL Aprovados - 01 de julho de 2017.pdf · esta demanda, o projeto foi idealizado como forma de se garantir o estímulo à formação

C11008 Camila da Silva Santana Comunicação Oral

JUVENTUDES NEGRAS NO RIBEIRÃO DA

ILHA - FLORIANÓPOLIS/SC: MARCAS E IDENTIDADES

Juventudes Negras.

Identidade negra. Educação.

Este trabalho, inserido na área da educação e formação docente, aborda a categoria “juventudes” (DAYRELL, ABRAMOWAY), partindo do princípio de que não definimos apenas uma juventude – considerada pelo Estatuto da Juventude entre 15 e 29 anos –, mas que há uma pluralidade. A pesquisa foca nas juventudes negras e suas identidades e sociabilidades. O mapeamento da produção acadêmica selecionou pesquisas que buscam refletir acerca das juventudes negras e seus percursos de vida, visando compreender o que estes jovens estão produzindo nos espaços de sociabilidade e entender as suas linguagens. Para isso, consultou-se a  Biblioteca de Teses e Dissertações (BDTD). o banco de dados da Associação Nacional de Pós-Graduação em Educação (ANPED), os Observatórios da Juventude sediados na UFMG e na UF. A partir desse levantamento construiu-se um quadro de conhecimentos como base da análise sobre as teses, dissertações e artigos com a temática “juventudes negras” no Brasil. O levantamento organizou as pesquisas com as seguintes abordagens: juventude negra e cultura; Juventude Negra e sociabilidade, juventude negra e linguagens, juventude negra em Santa Catarina. Neste momento, foram priorizados como procedimentos de pesquisa a revisão bibliográfica e a análise de documentos. Dialogou-se prioritariamente com os seguintes autores: Nilma Lino Gomes (2005), Juarez Dayrell (2003) e Helena Abramoway (2005). Os resultados da análise dos trabalhos contribuem para ampliarmos o olhar acerca da temática, pois este assunto ainda é pouco debatido em nossa sociedade e certamente as pesquisas realizadas contribuem com a construção de uma sociedade mais igualitária, principalmente para as juventudes. Percebemos a necessidade de trabalhar e debater essa temática nas instituições escolares, nas universidades e na sociedade como um todo.

C11011Patrícia Magalhães Pinheiro e Elison

Antonio Paim

Comunicação Oral

Relações étnico-raciais e ambiente

escolar:  implicações da lei

11.645/08 na formação de

professores/a de  Ciências

Biológicas na Universidade

Federal de Santa Catarina

Preconceito e discriminação étnico-racial,

Interculturalidade, Políticas públicas.

Este resumo se relaciona a fase inicial da minha pesquisa de doutorado onde realizo o exercício de compreender o complexo processo de implementação do dispositivo legal 11.645/08. Esta lei torna obrigatório o ensino da história e cultura afro-brasileira e indígena nos estabelecimentos de ensino fundamental e médio, sejam eles privados ou públicos. A escola reflete o modelo social no qual está inserida, isso significa que nela estão presentes e sendo reproduzidas e reinventadas práticas de desigualdades social, racial, cultural e econômica. A vivência da diversidade étnico-racial no espaço escolar exige que professores/a e gestores/a concebam a escola como um campo de lutas e a pedagogia uma forma de política cultural voltada para um projeto de cidadania, democracia e emancipação. Isso significa movimentar valores, crenças e culturas consideradas como verdades, significa tensionar com práticas pedagógicas na tentativa de desconstruir concepções colonialistas, racista, conservadoras e excludentes que banalizam e tornam insignificantes práticas sociais, culturais e históricas seculares. Desta forma, minha hipótese se relaciona a crença de que através do processo de (re)conhecer a história e a cultura afro-brasileira e indígena, e portanto, a efetiva participação desses povos na construção da sociedade brasileira, haja o melhor entendimento das relações étnico-raciais presentes em nossa vida cotidiana, tomada de consciência, compreensão de perspectiva histórica, análise crítica da realidade, incentivo à luta antirracista e antidiscriminatória. Partindo dessa conjectura, pretendo investigar como se dá o processo de efetivação da lei 11.645/08 no âmbito da formação superior de professores/a de Ciências Biológicas da UFSC, buscando compreender quais esforços estão sendo tomados para que esse dispositivo legal saia, em definitivo, do papel e alcance a práxis política e emancipadora que existe em seu bojo. Para tal pretendo me apoiar na pesquisa bibliográfica e documental, bem como em entrevista como formas de construir os registros que serão analisados a posteriori.

C11012 Sandra Santos Costa e Carla Rosane Bressan

Comunicação Oral

Serviço Social e  questão  racial no

Brasil: A percepção  dos

jovens do Centro Cultural Escrava Anastácia a partir

do seu pertencimento étnico-racial

Raça; Racismo; Serviço Social; Juventudes;

Relações raciais

Esta  pesquisa teve por objetivo  analisar a percepção dos jovens em suas atividades cotidianas a partir o seu pertencimento étnico-racial.  Foi utilizada  da  abordagem  qualitativa, de natureza exploratória, principalmente através da observação participante com uso de registro em diário de campo, cartazes e produção escrita dos jovens quando da realização de oficinas pedagógicas , realizadas a partir do " projeto de intervenção" vinculado ao período de estágio em Serviço Social. Durante este projeto  utilizou-se materiais audiovisuais, introdução da temática e roda de conversa com participação de um coletivo negro. Posteriormente    foram elaborados e apresentados pelos jovens trabalhos manuais (colagem, desenhos, rimas). Esta pesquisa nos permitiu concluir que a percepção do cotidiano dos jovens do grupo étnico racial negro estão permeadas por práticas e ações racistas expressadas e percebidas cotidianamente nos diferentes espaços e relações. Esse mesmo grupo também visualiza o que causa o pertencimento étnico racial branco, traduzido em “vantagens” e “privilégios”. Para o jovem pertencente ao grupo étnico racial  branco, a percepção não foi evidenciada em suas vivências diárias em relação ao seu pertencimento  racial. Alguns relataram situações de discriminações, porem desconectado da pertença racial. No entanto, jovens brancos percebem o que causa o pertencimento étnico racial do negro, e está relacionado à exclusão, ao racismo e  a discriminação.  Entretanto, uma posição mais questionadora  não foi evidenciada nem entre os brancos em relação aos privilégios do seu grupo em detrimento das desvantagens do grupo negro, e nem entre os próprios negros em relação ao seu grupo, já que relataram constantes situações de discriminações e ações racistas no seu cotidiano vivenciada pelo coletivo.

C11013Raquel Silveira Rita Dias (Autora) e Lucia Maria Vaz

Peres (Orientadora)

Comunicação Oral

UM ENTRECRUZAM

ENTO NA FORMAÇÃO DA PROFESSORA-

NEGRA: PERCURSOS DE UMA PESQUISA AUTOBIOGRÁFI

CA

Mulheres Negras,

Educação, Autobiografia

Esta pesquisa realizou-se no programa de pós-graduação, em Educação, nível mestrado, da UFPel, na temática que trata das relações entre Educação, Imaginário e Representações Simbólicas. O trabalho trata de uma investigação autobiográfica que possuí como aportes teóricos, os estudos do imaginário. As reflexões que este trabalho se propõe; às idéias-forças (MORIN,1995) que envolvem e constituem o universo feminino da mulher negra. Ele possibilitou que autora reexaminasse sua própria história, trazendo para este trabalho as múltiplas pertenças que compõem, a constituição da professora negra, a partir do olhar das mães-mulheres que com ele ajudaram a tecer na trajetória.Portanto esta pesquisa buscou, sobretudo, desvelar a constituição da professora negra: mulher-negra, filha de criação de uma família de origem alemã.Este desvelamento se deu a partir das narrativas das mães-mulheres que fazem parte desta trajetória. Sendo os sujeitos de pesquisa as: minhas duas mães de criação, a avó materna e mãe biológica, entretecida com o olhar da autora sujeito-pesquisadora.É uma pesquisa de cunho qualitativo e autobiográfico, cujo material foi à memória e a reconstituição da minha história de vida.Nessas narrativas emergiram alguns núcleos de sentido, como ressonâncias de suas falas, todas instituidoras da história da professora negra que sou. São eles: família de mães-mulheres, o espaço-casa-Igreja e o silenciamento (REIS DA SILVA, 2000).

Nome dos Autores/Co-autores/Orientador

Tipo de trabalho

Título do trabalho

Palavras-Chave (3 a 5

palavras)ResumoCódigo

EIXO 11: Educação, relações étnico-raciais e juventudes negras III COPENE SUL 2017

VERDE = GRATUIDADE CONCEDIDA �3 Versão: 01 de julho de 2017

Page 40: Trabalhos Aprovados - 01 de julho de 2017 - III Copene SUL Aprovados - 01 de julho de 2017.pdf · esta demanda, o projeto foi idealizado como forma de se garantir o estímulo à formação

C11014G

Shyrlene Bezerra dos Santos

Educação, relações étnico-

raciais e juventudes

negras.

E d u c a ç ã o , relações étnico-r a c i a i s e j u v e n t u d e s negras.

E d u c a ç ã o , relações étnico-r a c i a i s e j u v e n t u d e s negras.

Educação, relações étnico-raciais e juventudes negras.

P11001Sabrina de Souza Silva, Eliane Oliveira Rubim e

Fernanda da Silva Chagas

PÔSTERColetivo Negada – Facção Cultural

Anti Racista

Movimento, Social, Racismo,

Ações Afirmativas,

Negada.

Este trabalho tem por objetivo relatar parte das experiências de sujeitxs que integram a trajetória do Coletivo Negada, atuante de 2011 à 2015 na cidade de Pelotas, no Rio Grande do Sul. Coletivo de estudantes negros e negras que esteve inserido inicialmente no meio acadêmico, e que gradualmente foi abrindo possibilidades e espaços de diálogo entre a comunidade negra, instituições de ensino, mídias alternativas e movimentos sociais, onde no decorrer destes quatro anos construiu ações que difundiam e informavam a respeito da luta contra o racismo, através de atividades educacionais e culturais, baseadas em perspectivas e experiências de empoderamento, emancipação e libertação da comunidade negra em uma cidade de herança presente da cultura escravagista. Entre as ações anti racistas que pretendemos compartilhar estão os “afrocines” (cine clube com temática negra), as campanhas pró cotas raciais (#COTASSIM), aulas públicas sobre as leis 10.639, e 12.711, os “Agostos Negros” (evento de mobilização mundial contra a perseguição e criminalização da luta anti racista), o programa de rádio Escambo (vinculado à Rádio Com 104.5 FM, rádio comunitária, mantida por movimentos sociais da cidade). Também a experiência de visitar escolas de ensino básico, em regiões periféricas, com o intuito de difundir e debater sobre cotas e ensino de histórias, artes e culturas africanas e afro-brasileiras. Ademais da participação e construção de eventos quilombolas, acampamentos afros, encontro de estudantes negrxs, e formação docente à professores da rede pública. E por fim, compartilhar nossa experiência de abrir e manter uma Casa de Cultura Afro Autônoma (ZAT DO NEGADA) durante oito meses, onde se manteve atividades voltadas para crianças e adolescentes, como atividades de educação contra-cultural antiracista, grupo de leituras e debates, horta comunitária e produções de subsistências, além de biblioteca afro, e demais eventos de difusão da cultura e resistência negra.

P11002

Julio Corcino Rodrigues Mota Junior (Autor),

Djiovanni Jonas França Marioto (Co-Autor) e

Josafá Moreira da Cunha (Orientador)

Pôster

Educação para as Relações Étnico

Raciais no Paraná: A

aplicabilidade da Lei 10.639/03 nas

instituições escolares

paranaenses

Educação, Lei 10.639/03,

Paraná, étnico-raciais

A discussão referente a questões étnico-raciais, dentro da educação básica, tem como objetivo a construção da identidade histórico-social negra e africana, e no Paraná, estado com uma grande miscigenação racial, está problematização começa após a homologação da lei 10639/2003, no qual muitas escolas ainda não conseguiram implementar em seus respectivos currículos essa temática. Por isso este presente trabalho visa apresentar estudo teórico em conjunto com resultados obtidos da pesquisa realizada pelo Ministério Público do Paraná e conjunto com Universidade Federal do Paraná  referente a Educação das Relações Étnico-Raciais ERER, da forma que está sendo aplicada e se estão cumprindo com que determina a Lei, essa pesquisa foi realizada em 3417 escolas paranaenses da educação básica (Conveniadas, Estadual, Municipal e Particular), no qual foi enviado um questionário para cada escola, sendo respondido pela equipe pedagógica, que era responsável por realizar a devolutiva das ao MPPR, para que após a UFPR desse início a análise dos dados e criação do relatório, foi utilizado o software SPSS 20 na análise das variáveis, para que assim fosse possível a construção do relatório, referente a situação do ERER, dentro das instituições escolares no Paraná. Sendo analisado que majoritariamente das escolas paranaenses cumprem com o que está determinado com a lei, possuem equipes internas que realizam discussões sobre questões relacionadas à diversidade, mesmo que o espaço para o debate apenas ocorra em datas comemorativas como é o caso do dia 20 de novembro e nas semanas culturais, com atividades artísticas e resgate histórico, e é importante salienta que ainda existem escolas que mesmo após quatorze anos da implementação da lei, não conseguiram implantar em seus currículos a temática racial.

P11004Orientadora: DIAS,

Lucimar Rosa e Bolsista: Arica, Thalita Carlota

Pôster

Implementação da Lei 10.639/03: O que dizem as pesquisas em

Educação

Estado da Arte; Relações Étnico-

Raciais; Implementação

da Lei 10.639/03; Educação;

Este trabalho é parte do projeto “Educação e as Relações Étnico-Raciais: o Estado da Arte” que pretende reunir, categorizar e analisar publicações de temáticas das relações étnico-raciais na educação; o aumento das pesquisas apresenta informações sobre a inclusão da população negra na área da educação. Foi realizado levantamento de teses e dissertações e periódicos qualis entre 2003 a 2014, que tratassem de temas relacionados ao projeto. Neste trabalho, o recorte restringiu-se a materiais com ênfase na implementação da lei 10.639/2003, sobre a inclusão do ensino de história e cultura Africana e Afro-brasileira nas instituições de ensino fundamental e médio, públicas e privadas. Através da análise de resumos foi feita coleta de dados, como região, ano das publicações, gênero dos autores, temáticas recorrentes e referenciais teóricos. A partir desses dados, foram traçados perfis sobre a produção na área. Há mais mulheres pesquisando as temáticas, cerca de 68% nas teses e dissertações e 38% nos artigos; a região com mais publicações foi a Sudeste, com 37% dos artigos e 42% das teses e dissertações, essa foi a localidade com mais universidades envolvidas; o ano com mais publicações foi o de 2010, com 16 periódicos e 2011 com 12 teses e dissertações. Dentro deste recorte, a predominância do assunto pesquisado foi sobre perspectivas da implementação da lei, como as dificuldades enfrentadas pelos docentes, no que diz respeito a materiais de trabalho e práticas de ensino para tratar o assunto, além de ressaltar as dificuldades provindas do ensino superior, que raramente oferecem formação apropriada para o ensino de história e cultura africana. A concentração dos estudos é dentro ensino fundamental, sendo a coleta de informações com professores e alunos, por entrevistas e questionários, o que oferece um debate sobre as diferentes percepções dos sujeitos sobre o sucesso e/ou insucesso da implementação da lei.

Nome dos Autores/Co-autores/Orientador

Tipo de trabalho

Título do trabalho

Palavras-Chave (3 a 5

palavras)ResumoCódigo

EIXO 11: Educação, relações étnico-raciais e juventudes negras III COPENE SUL 2017

VERDE = GRATUIDADE CONCEDIDA �4 Versão: 01 de julho de 2017

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P11005

Carolina Corbellini Rovaris, Nanci Alves da Rosa (co-autora) e Plínio Gustavo Lombardi (co-

autor)

Pôster

Núcleo de Estudos Afro-

Brasileiros Negro e Educação em

Extensão: as ações do NEAB/

UNIPLAC em 2015-2016

NEAB, atividades de extensão,

história africana e afro-brasileira.

O Núcleo de Estudos Afro-brasileiros Negro e Educação - NEAB/UNIPLAC, atuante na Universidade do Planalto Catarinense em Lages/SC, desde o ano de 2000, vem desenvolvendo pesquisas sobre a educação e a memória do povo afrodescendente da região serrana. O referido Núcleo atua também em atividades de extensão com cursos que visam tratar da inclusão da História e Cultura Africana e Afro-brasileira no currículo oficial das redes de educação pública e privada da cidade de Lages.Com o intuito de oferecer ao público acadêmico, professores, egressos e gestores educacionais, um melhor aprofundamento da história e historiografia das populações de origem africana no passado e na sociedade atual, o NEAB desenvolveu durante os anos de 2015 e 2016 atividades de extensão que discutiram a temática por meio de palestras e minicurso, os quais serão apresentados neste trabalho.A primeira atividade realizada foi a palestra com exibição do audiovisual “Que terreiro é esse?”. O documentário foi produzido em Lages e mapeia os terreiros da cidade, apresentando suas práticas e seus aspectos sagrado, social, institucional e burocrático. O objetivo da atividade era discutir com a comunidade sobre a presença das religiões de origem africana em Lages e os estereótipos existentes acerca delas.A segunda atividade realizada foi a palestra com o professor Dr. Paulino de Jesus Francisco Cardoso, abordando o tema de Educação das Relações Étnico-Raciais e o Ensino Superior. Esta tinha como intuito discutir com professores e acadêmicos das licenciaturas da UNIPLAC a importância da discussão das relações étnico-raciais em sala de aula.A última atividade foi o Minicurso de Estudos Africanos e Afro-brasileiros, destinado aos acadêmicos de licenciatura e professores da educação básica. Com esta ação, tínhamos como proposta ampliar o conhecimento e proporcionar um espaço para debate acerca das culturas Africana e Afro-brasileira, com enfoque especial à lei 10.639/2003.

P11006G Cristiane Dias PÔSTER

PDL - desenvolvimento de jovens líderes empreendedores

sociais e promotores dos

direitos humanos.

Jovens, Empreendedores

, líderes

O jovem negro precisa entender a importância do papel de ser líder na sua comunidade e que sua personalidade, suas escolhas, suas atitudes e seu caráter é que vão transformar suas intensões em ações concretas que possibilitem uma mudança significativa no cenário em que a maioria deles se encontra, pois ao assumir o papel de líder de uma comunidade este jovem estará assumindo uma responsabilidade onde as ações positivas os afastarão deste cenário onde a vulnerabilidade social e a falta de perspectivas de um futuro promissor é muito grande. O Programa de Desenvolvimento de Jovens Lideres, tem como objetivocausar a transformação do indivíduo e do seu meio, dando oportunidade aos jovensdas comunidades de mostrarem sua realidade, seus anseios e necessidades asociedade e, em contra partida a Universidade por meio do Projeto lhesproporcionará vivencias, momentos que possibilitem ampliar seu conhecimento edesenvolverem sua habilidade de liderança para que estes se tornem agentes demudança no meio onde vivem, esta troca de experiências torna factual o propósitode aliar a teoria a pratica no processo de ensino e aprendizagem, com a participaçãodos acadêmicos e professores na construção e execução do projeto.

Nome dos Autores/Co-autores/Orientador

Tipo de trabalho

Título do trabalho

Palavras-Chave (3 a 5

palavras)ResumoCódigo

EIXO 11: Educação, relações étnico-raciais e juventudes negras III COPENE SUL 2017

VERDE = GRATUIDADE CONCEDIDA �5 Versão: 01 de julho de 2017

Page 42: Trabalhos Aprovados - 01 de julho de 2017 - III Copene SUL Aprovados - 01 de julho de 2017.pdf · esta demanda, o projeto foi idealizado como forma de se garantir o estímulo à formação

Código Nome dos Autores/Co-autores/Orientador

Tipo de trabalho

Título do trabalho

Palavras-Chave (3 a 5

palavras)Resumo

C12001

Daniella Camara Pizarro (Autora), Paulino de

Jesus Francisco Cardoso (Co-autor) e Amabile Costa (Co-

autora)

Comunicação Oral

Biblioteca e Cidadania

Igualdade racial. Acesso à

Informação. Bibliotecas Prisionais. Cárcere.

Programa de Extensão

Universitário - "Programas

Novos Horizontes".

Constata-se que dentro da população carcerária, a grande maioria é composta de cidadãos negros que provêm das periferias nas quais, sem nenhuma novidade, prevalece-se a desigualdade de oportunidades e de acesso à informação. A partir do direito à educação nos estabelecimentos penais e da perspectiva da reintegração social dos apenados, este trabalho tem por objetivo refletir sobre o papel das Bibliotecas em penitenciárias como promotoras de cidadania e da igualdade racial. A organização destes espaços de informação e memória contempla o desenvolvimento de uma política de coleção e acervos, a formação de leitores/as e o apoio às atividades educativas e organizacionais. Dentro da área de Comunicação e Informação, a Biblioteconomia volta-se para suprir às necessidades informacionais da sociedade; e dentre estas demandas, destaca-se os ambientes de privação de liberdade. Por parte da universidade, firma-se o comprometimento na ação formativa de um/a bibliotecário/a apto para atuar nessas ambiências e trazer à luz as potencialidades e possibilidades do pleno desenvolvimento humano e de uma sociedade equânime. Nessa direção, o Programa de Extensão "Novos Horizontes: a Universidade nos espaços de privação de liberdade" desenvolvido pelo Núcleo de Estudos Afro Brasileiros - NEAB da Universidade Estadual de Santa Catarina - UDESC apresenta como justificativa para esta reflexão, a presença obrigatória de bibliotecas em todas as unidades penais brasileiras, expressa no artigo 21 da Lei de Execuções Penais – LEP, nº 7.210 de 11 de julho de 1984. Em uma alteração da LEP, no ano de 2011, a Lei Nº 12.433 relata os direitos e deveres dos/das reenducandos/das através da remissão da pena através do estudo (a qual se inclui a leitura) em regime fechado ou semi-aberto. E ainda, em 2015, endossa-se dentro da LEP, o ensino médio nas prisões conforme Lei nº 13.163.

C12003G

SOLANGE APARECIDA LANNER e RAFAELA DE

ÁVILA FARIAS BORDIGNON

Comunicação Oral

Grupo de Estudos DESCONSTRUINDO CONCEITOS

Grupo de Estudos

DESCONSTRUINDO

CONCEITOS

Precisamos desconstruir, o Estigma Preconceituoso reproduzido, não somente na escola, mas na sociedade como um todo pois muitas das descriminações tanto quem comete como quem sofre,estão subjulgadas a reprodução social que precisa ser desconstruida.

C12004

Autor/orientador: Geysa Spitz Alcoforado de Abreu.

Co-autores: Guilherme Luiz Porte; Paulino de

Jesus Francisco Cardoso; Lyara da Silva

Moschen.

Comunicação Oral

PROGRAMA NOVOS

HORIZONTES: A UNIVERSIDADE NOS ESPAÇOS DE PRIVAÇÃO DE LIBERDADE

Direitos Humanos. Educação Superior.

Educação de Jovens e Adultos.

Educação Prisional.

O programa de extensão “Novos Horizontes: a universidade nos espaços de privação de liberdade” vinculado ao Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros da Universidade do Estado de Santa Catarina (NEAB/UDESC), objetiva aproximar os segmentos sociais e expandir as oportunidades de acesso e permanência no Ensino Superior, contribuir para a implementação de politicas de inclusão na UDESC para internos e egressos do sistema prisional de Santa Catarina. Visa desenvolver processos de formação para docentes, assistentes sociais e agentes penitenciários, se propõe a organizar o acervo bibliográfico e desenvolver uma política de coleções para a Biblioteca da Penitenciária de Florianópolis localizada no bairro Agronômica, a fim de apoiar as práticas educativas. Fomenta, também, seminários que tem por objetivo apresentar e discutir resultados de pesquisas e experiências relacionadas à oferta de educação formal e não formal para as pessoas privadas de liberdade em estabelecimentos penais e impulsiona o cárcere como campo de ação acadêmica e também a participação social visando à reinserção social com diretrizes sócio educativas.  A UDESC deve ser um agente no processo de fortalecimento de comunidades e grupos tradicionalmente excluídos dos seus direitos na busca pela universalização da Educação Básica e democratização do acesso a Educação Superior, cumprindo o seu papel social. É indiscutível a necessidade de políticas públicas e ações da sociedade que visem à ampliação de oportunidades educacionais que possam auxiliar na inserção social de presos e egressos, na prevenção e redução da violência na sociedade e a redução de pessoas encarceradas. Neste sentido, este projeto visa desenvolver ações no âmbito do ensino, da pesquisa e da extensão, e deverá ter repercussões positivas dentro e fora da universidade.

C12006 Paulo Tiego Gomes de Oliveira

Comunicação Oral

Violência escolar em Belo

Horizonte: da glória ao caos no

Liceu.

Ambiente escolar, Cútis, Preconceito,

Sexo Biológico.

Os dados ora trabalhados e apresentados nessa pesquisa são resultado do projeto de doutorado construído para apresentação ao certame do Programa de Pós-graduação: Conhecimento e Inclusão Social em Educação da Universidade Federal de Minas Gerais no em 2016, especificamente para a linha de pesquisa Educação, Cultura, Movimentos Sociais e Ações Coletivas. O trabalho identifica quais grupos étnico-raciais figuram como vítimas e autores mais recorrentes dos eventos de Defesa Social (crimes e contravenções) que ocorrem e são noticiados no ambiente escolar das instituições de ensino público municipal e estadual em Belo Horizonte, especificamente, nos anos de 2014 e 2015. Sustenta-se o panorama empírico utilizando a metodologia qualitativa e quantitativa. São temais abordados, a educação e diversidade étnico-racial, violência, sujeitos, direitos humanos e políticas de segurança pública. O arcabouço teórico comporta discussões variadas em torno da dimensão escolar e dos fenômenos sociais que se constroem nesse ambiente. Para melhor discutir as questões que refletem as dinâmicas e interações sobre os discursos antirracistas, cita-se a obra de Kabenguele Munanga (1994) e quanto as estratégias de atuação e identidades étnicas é utilizada a obra de Nilma Lino Gomes (2002) e sobre o aspecto da segurança pública cita-se Silvia Saldanha Corrêa et al (2008). Tais autores permitem analisar os dados com visão macro, no território da capital mineira. Por fim, os resultados revelam que é urgente discorrer sobre a realidade constatada tecendo relações com a pratica e comportamento racista ou preconceituoso, permitindo identificar certa persistência e até mesmo naturalização da violência, mesmo no ambiente escolar.

Código

EIXO 12: Segurança pública, violência e racismo III COPENE SUL 2017

VERDE = GRATUIDADE CONCEDIDA �1 Versão: 01 de julho de 2017

Page 43: Trabalhos Aprovados - 01 de julho de 2017 - III Copene SUL Aprovados - 01 de julho de 2017.pdf · esta demanda, o projeto foi idealizado como forma de se garantir o estímulo à formação

P12001Sabrina de Souza Silva, Suelen Amorim Ferreira

e Tainara SantosPôster

Combate ao Racismo na Universidade

Federal de Santa Catarina através

de coletivos estudantis negros no ano de 2016: uma descrição

densa.

Palavras-chave: Virada

Antirracista, Racismo, Ações

Afirmativas, UFSC.

Mediante aos constantes ataques racistas, um grupo de estudantes negros da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), posicionou-se e realizaram diversas ações nos campus. Em 25 de outubro de 2016, foram feitas suásticas na sala utilizada pelos mesmos para atividades coletivas e grupos de estudos, denominada ‘Sala Quilombo’, como também, agressões dentro do campus por grupos autonominados fascistas. A partir de tais atos foi idealizada e realizada a Virada Antirracista, a fim de denunciar e publicizar total repúdio a estas ações, onde ainda em meio ao evento, ocorreu agressão física por parte de um aluno branco, da mesma universidade, para com duas estudantes negras que participavam das intervenções, confirmando todo radicalismo racista vigente. Através de tais feitos buscamos fazer uma análise pontual e descritiva tornando público o debate do racismo, não tão velado, no cenário acadêmico, viabilizando ações coletivas que foram programadas como forma de resistência, repúdio e denúncia, fomentando o combate ao racismo. Para elaboração e execução da virada antirracista foram feitas reuniões, mobilizações de pessoas negras, estudantes ou não, em diversos ambientes, a fim de discutir assuntos como alternativas à grade curricular acadêmica, mesas redondas com estratégias de Combate ao Racismo estrutural dentro e fora da Academia, Permanência, Presença negra em espaços de destaque, procedimentos e canais efetivos de Denúncia em situações de racismo, injúria racial e fraudes de ações afirmativas, saúde psicológica e atividades afro-culturais. Sendo assim reiteramos o compromisso de toda a sociedade no combate ao racismo e reflexões através das ações coletivas elaboradas sobre os impasses que permeiam as relações raciais dentro da Universidade.

P12003Luana Pereira da Costa - autora. Orientadores ainda

em definição.Pôster

Mulheres Negras e abstenções em

relação à Lei Maria da Penha

abstenção, lei maria da penha, mulheres negras,

redes estatais

Esta pesquisa objetiva investigar as motivações das mulheres negras vítimas de violência doméstica e familiar, residentes nos Bairros Restinga e Cruzeiro em Porto Alegre, que se abstém de acessar a rede estatal de enfrentamento da violência contra a mulher, no âmbito da Lei Maria da Penha. O presente resumo corresponde ao Anteprojeto de Dissertação de Mestrado, ainda em construção, no Programa de Pós Graduação em Sociologia - UFRGS e está em sua fase exploratória. A importância do tema justifica-se, uma vez que é essencial que se volte os olhos para a intersecção entre etnia e Lei Maria da Penha, principalmente com pesquisas quantitativas recentes que alertam para os altos índices de vitimização negra nos números de feminicídios. É urgente que a produção de conhecimento vá além de transformar as mulheres negras em dados estatísticos. Para o trabalho exploratório, parte-se de uma perspectiva interseccional, com base em referenciais teóricos da Sociologia e da Sociologia Jurídica, de correntes político-filosóficas como o Feminismo Negro  e de discussões epistemológicas antirracistas, sem descartar o apoio em produções teóricas de outras áreas do conhecimento, notadamente a Psicologia, a Antropologia e as Políticas Públicas. Sua metodologia será através de análise documental das atas de atendimentos nos Serviços de Informação à Mulher (SIMs) - espaços de multiplicação de informações legais organizados pelas lideranças comunitárias dos bairros; acompanhamentos dos atendimentos dos SIMs através de pesquisa de campo exploratória; e revisão bibliográfica dos marcos teóricos a partir da perspectiva lançada acima, a fim de assentar os principais referenciais teóricos e a problemática da pesquisa.

Nome dos Autores/Co-autores/Orientador

Tipo de trabalho

Título do trabalho

Palavras-Chave (3 a 5

palavras)ResumoCódigo

EIXO 12: Segurança pública, violência e racismo III COPENE SUL 2017

VERDE = GRATUIDADE CONCEDIDA �2 Versão: 01 de julho de 2017

Page 44: Trabalhos Aprovados - 01 de julho de 2017 - III Copene SUL Aprovados - 01 de julho de 2017.pdf · esta demanda, o projeto foi idealizado como forma de se garantir o estímulo à formação

Código Nome dos Autores/Co-autores/Orientador

Tipo de trabalho

Título do trabalho

Palavras-Chave (3 a 5

palavras)Resumo

C13002 Carolina Cavalcanti do Nascimento

Comunicação Oral

Educação e Racismo

Ambiental em Foco

Desigualdades Raciais,

Educação Ambiental, CTS

Na presente comunicação pretendemos discutir as implicações da ciência e da tecnologia sobre o Racismo Ambiental, bem como apresentar uma proposta pedagógica que possibilite a articulação entre a Educação Científica e Tecnológica e a Educação Ambiental, considerando as demandas das Diretrizes Nacionais para a Educação das Relações Étnico-Raciais e Ensino de História e Cultura Afro-Brasilera e Africana. Partimos do pressuposto da necessária articulação entre dois fenômenos sociais: a crise ambiental. e as desigualdades raciais. Assim sendo, apresentaremos inicialmente uma articulação teórica entre a perspectiva da Ciência, Tecnologia e Sociedade (CTS) e a problemática ambiental e, em seguida, problematizaremos as diferentes maneiras que a crise ambiental vem marcando de forma desproporcional grupos étnico-raciais historicamente desfavorecidos, em especial  povos indígenas e afrodescendentes – configurando o que se entende por Racismo Ambiental. Além dessa proposição teórica, a comunicação apontará para a necessidade de fomentar práticas pedagógicas que atinjam a interface entre a Educação Científica e Tecnológica e a Educação Ambiental, considerando os aspectos étnicos-culturais na relação entre os sujeitos e o meio ambiente, especificamente as diferentes relações com a água e as consequências de sua escassez, poluição e má distribuição entre as populações. Neste sentido, será apresentado o projeto “Sobre a Face das Águas: uma fonte de inspiração pedagógica sobre o tema água”, desenvolvido em 2016 pela Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC) e subsidiado pelo Projeto Água do Programa de Apoio à Produção de Material Didático para a Educação Básica – uma parceria entre a Agência Nacional das Águas (ANA) e Coordenadoria de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES).

P13001

Larissa Ribas dos Santos (Autora), Rosa Espejo (Co- Autora) e

Ramón Cortés Paredes (Orientador do Pôster)

Pôster

Análise e perfil das alunas

negras ingressadas entre os anos de 2013 e 2016 do curso

Engenharia Mecânica na

UFPR

Engenharia, Racismo,

Feminismo, Negras

A Lei nº 12.711/2012 implementada a partir do ano 2012 veio a consolidar a política afirmativa adotada pela Universidade Federal do Paraná em 2004, implementando entre suas vagas cotas afirmativas para alunos negros. Neste estudo focalizamos uma análise das condições da inserção de mulheres negras no curso de Engenharia Mecânica, curso que tradicionalmente ocupa suas vagas por alunos homens. Considera-se importante fazer o seguimento de quem são essas mulheres e quais as dificuldades que enfrentam de forma de registrar de forma histórica suas vivencias e percepções como minorias nos espaços de ensino superior. Para tanto se fez um mapeamento das alunas negras ingressadas no curso nos últimos quatro anos (2013 – 2016), a partir de dados fornecidos pela Universidade Federal do Paraná. A metodologia utilizada considerou a aplicação de entrevistas estruturadas para algumas das estudantes negras que pertencem a população estudada, assumindo-se o compromisso de manter em sigilo suas identidades. Os dados solicitados consideravam questões como renda, cotas, percepção de racismo e machismo dentro da instituição. Foi observado neste estudo que para estas alunas não foram relevantes construtos de preconceito racial, mas relataram em seus depoimentos que tendiam a situações de inferioridade por seres mulheres, revelando entraves e conflitos nas relações de corte sexista ou de gênero. Considera-se que os dados obtidos possam ser discutidos e refletidos na articulação com os movimentos sociais que promovem identidade para essas pessoas, como o movimento feminista e movimentos negros, na busca de caminhos de consolidação e empoderamento de suas escolhas como alunas negras de um curso de engenharia mecânica na Universidade Federal do Paraná.  Sugere-se, como continuidade de esta pesquisa um estudo mais aprofundado voltado as questões raciais que “não” aparecem nesta pesquisa.

EIXO 13: Negros(as), ciências exatas e tecnológicas III COPENE SUL 2017

VERDE = GRATUIDADE CONCEDIDA �1 Versão: 01 de julho de 2017

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Código Nome dos Autores/Co-autores/Orientador

Tipo de trabalho

Título do trabalho

Palavras-Chave (3 a 5

palavras)Resumo

C14001G João Heitor Silva Macedo Comunicação

Oral

A Influência da Ferrovia no Clube Treze de Maio - Santa Maria - RS

Ferrovia - conflito - negro

A influência de Edward Palmer Thompson sobre a historiografia brasileira é significativa e abre um novo horizonte à pesquisa histórica do pós-abolição ao apresentar um novo tipo de fonte historiográfica. A metodologia de pesquisa histórica apresentada por Thompson alça os “de baixo” ao papel de protagonistas históricos e traz à tona realidades cotidianas de negros e negras que não faziam parte da História tradicional. Por séculos relegada à margem da sociedade e da História brasileira, a população negra passa a ser retratada não mais como objeto, mas como agente da História. A referência de Thompson influenciou este estudo sobre a Sociedade Cultural Ferroviária Treze de Maio,  o qual propõe uma análise das atividades desenvolvidas pelos membros dessa agremiação sob a perspectiva do conflito de classes e das manifestações culturais desenvolvidas e sobre como essas manifestações ajudaram a manter a identidade negra no pós-abolição. O estudo das atas da Sociedade em seu período de auge, ente os anos 40 e 80, revela uma complexa rede de relações pautadas por tensões e afirmações inerentes ao período, as quais encontram eco dentro da agremiação. A estratificação social característica do Brasil republicano pós-abolição apresenta um novo perfil da classe trabalhadora brasileira, que, em Santa Maria, se consolida com a instalação da malha ferroviária e a absorção, por parte da Viação Férrea, de um contingente significativo de trabalhadores negros. Reflexos dessa nova configuração socioeconômica da cidade se materializam na Sociedade Cultural Treze de Maio, desde a sua origem, e, mais tarde, explodem em tensões classistas que colocam em oposição, dentro da Sociedade, duas categorias de sócios: os “particulares” e os “ferroviários”.

C14002

Izabel Espindola Barbosa, autor. Eliane Quincozes Porto, autor. Adilce Teresinha Flores

Woiciechoski, autor.

Comunicação Oral

A invisibilidade afro-brasileira no município gaúcho

de São Borja: formas de

reações através da educação

São Borja, NEABI,

invisibilidade, educação, memória

No segundo semestre de 2016, a pedido do Conselho Municipal de Educação do Município de São Borja - RS , buscou-se alternativas de implementação da lei 10.639/2003 nas escolas, principalmente nos anos inicias do Ensino fundamental. Entre muitas reuniões, encontros e atividades colaborativas, percebeu-se a necessidade de uma capacitação dos professores. Com intuito de lançar a ideia, em 22/11/2016 foi proposto a realização do curso com início em 2017. O início do ano garante que a proposta seja realizada, e assim avaliada e aperfeiçoada, durante todo o ano letivo, não restringindo os objetivos apenas a uma data simbólica. O Curso de Formação Continuada:"Africanidades: desconstruindo a invisibilidade afro-brasileira" foi organizado pelo Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros e Indígenas (NEABI) do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia (IFFAR) - Campus São Borja, o qual assumiram o compromisso com o desenvolvimentos das ações: - Trabalho de desconstrução de estereótipos. - (Re) estabelecimento dos vínculos do continente africano com a Cultura brasileira. - Desenvolvimento da curiosidade acerca do tema, proporcionando a complementação futura desta formação. - Estímulo para a tolerância, a memória, a oralidade tão presentes na filosofia africana. Fornecimento de subsídios para, com acompanhamento do NEABI, os cursistas desenvolvam ações efetivas em suas escolas, visto que trata-se de atividade multidisciplinar. A investigação visa demonstrar a necessidade de apoio e integração de grupos e instituições, neste caso o NEABI e o IFFAR, para promover a efetivação dessas ações no interior do Rio Grande do Sul, estado que necessita desconstruir e reparar sua própria história.

C14003 Carla Brito Sousa Ribeiro

Comunicação Oral

A Mão Afro-Brasileira de

Emanoel Araújo moldando o

Museu Afro Brasil: O desdobramento

de novas montagens

artísticas em suas exposições

arte afro-brasileira;

curadoria; Museu Afro Brasil;

Emanoel Araújo

A proposta que aqui segue visa apresentar os resultados preliminares da abordagem etnográfica do Museu Afro Brasil (SP), ainda em andamento. Adotada como metodologia para elaboração da dissertação de mestrado pelo Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social da UFSC, o período de realização do trabalho de campo etnográfico teve início em 3 de fevereiro e está previsto para se estender até 26 de maio de 2017.“A Mão Afro-Brasileira” foi uma das exposições que precederam e inspiraram a criação do Museu Afro Brasil por Emanoel Araújo. A trajetória institucional do museu se confunde com a biografia de seu diretor, já que foi a partir da coleção particular de Emanoel, com mais de 1100 objetos em diversos suportes e formatos, que foi constituído o acervo do museu. Relatar a experiência de vivenciar a rotina dessa iniciativa museológica singular por si só já renderia diversos aspectos de relevância para a promoção de debates sobre arte afro-brasileira, patrimônio cultural no contexto da diáspora e memória afrodescendente. No entanto, proponho uma abordagem centrada no aspecto que faz do museu uma iniciativa singular: suas exposições com montagens artísticas que se desdobram. Emanoel Araújo é quem assina a curadoria, um consagrado artista baiano, negro, homossexual, atualmente diretor do Museu Afro Brasil, escultor, gravador, produtor cultural e editor de obras, dentre outras diversas facetas. O Museu Afro Brasil não se encaixa nas tipologias existentes. O discurso institucional traz à tona o fato de que este museu não é apenas um museu de arte, nem tampouco um museu histórico, museu nacional ou museu etnográfico. Trata-se de um esforço, para evidenciar a contribuição negra na história do Brasil, narrada em primeira pessoa, com a ajuda de diversos artistas brasileiros ou não, contemporâneos ou não, negros ou não, que possuem suas obras expostas e inseridas no discurso do museu, ajudando a compor imagens e questões sobre as identidades negras diaspóricas.

Código

EIXO 14: Memória e patrimônio negro no Sul do Brasil III COPENE SUL 2017

VERDE = GRATUIDADE CONCEDIDA �1 Versão: 01 de julho de 2017

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C14004G Patrícia da Silva Pereira Comunicação

Oral

A TRADIÇÃO AFRICANA DOS

GRIOT’S: DO MALI AO BRASIL,

DE “BOCA-OUVIDOS”...

POSSIBILIDADES NA

EDUCAÇÃO ANTIRRACISTA!

Pedagogia Griot. Infâncias. AfroSul/

Òdómọdé.

A pesquisa, apresentada em minha Dissertação, investiga o modo de produção de novos Griot’s, a partir de atividades realizadas com as crianças participantes das Oficinas “Semeando a História”, na ONG AfroSul/Òdómọdé, na cidade de Porto Alegre/RS. Investigo como os modos de ser Griot influi diretamente nas atividades, nos discursos, nas relações entre as crianças, e destas com os adultos, subjetivando-as num modo de ser criança e de viver suas infâncias afrocentrado. Discuto os diferentes modos de ser criança a partir do contexto da criança africana, branco-europeia, indígena e afrobrasileira, e como a formação étnico-cultural da população brasileira fundamenta tais diferenças e as caracteriza. Constituo o modo de ser afro-gaúcho, um afrobrasileiro produzido na convivência e relações instituídas no espaço geográfico do estado do Rio Grande do Sul, a partir das diferentes etnias historicamente aqui residentes. Apresento a cultura Griot, a partir da concepção da cultura malinesa de Hampaté Bâ, sua ressignificação pelo Grupo Grãos de Luz Griô/Lençóis/Ba, e como foi reorganizada e interpretada pela ONG em questão e seus Griot’s. Evidencio as diversas atividades propostas às crianças, a partir das conversas, de uma oralidade basilar, que entremeia as propostas e materializa as aprendizagens. Nestas infâncias múltiplas, e suas contribuições na produção destes novos sujeitos, crianças que percebem o mundo em sua diversidade e multiplicidade cultural e étnicorracial, encerra-se o desejo de ampliação das ações pensadas e planejadas para a manutenção das culturas ancestrais, potencializando a continuidade das tradições, em especial, dos Mestres dos Saberes e da Pedagogia Griot. Ao final do trabalho, apresento as perspectivas dos Griot’s do local, e sua preocupação com a disseminação da bagagem cultural e histórica acumulada até este momento. E enfatizo aqui, a possibilidade de expansão desta Pedagogia, em especial na educação escolar, tendo os Professores o papel de Griot-Educadores.

C14005

Paulino de Jesus Francisco Cardoso (orientador), Amabile

Costa (autora)Franciéle Carneiro Garcês da Silva

(co-autora) e Gisele Karina dos Santos de

Souza (co-autora)

Comunicação Oral

BIBLIOTECA DE REFERÊNCIA

NEAB/UDESC E A

PRESERVAÇÃO DA

DIVERSIDADE ÉTNICO-RACIAL

EM SANTA CATARINA

Biblioteca. Africano. Afro-

Brasileiro. Informação.

No presente trabalho apresentaremos um breve histórico dos 14 anos da Biblioteca de Referência NEAB/UDESC, que é um projeto de extensão vinculado ao Programa Memorial Antonieta de Barros, do Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros, da Universidade do Estado de Santa Catarina. A Biblioteca de Referência possui como objetivo preservar e disseminar informações sobre os aspectos culturais, sociais, econômicos e educacionais dos africanos e afro-brasileiros em Santa Catarina, bem como visa promover o conhecimento e incentivar o ensino consciente e respeitoso acerca da diversidade étnico-racial e cultural do Brasil. Neste artigo, iremos descrever as ações realizadas pela Biblioteca durante o ano de 2016 e analisaremos os impactos dessas atividades para a preservação dos aspectos que envolvem as populações de origem africana em Santa Catarina.

C14006 Tiago Rosa da Silva Comunicação Oral

Garotos da Batucada:

aspectos do carnaval negro em Bagé-RS no

pós-abolição

Carnaval; Negro; Pós-abolição;

Associativismo; Bagé

No pós-abolição, a cidade interiorana de Bagé viu o florescimento de uma dezena de entidades negras, com destaque para os cordões, ranchos, blocos carnavalescos, clubes sociais e uma liga de futebol. Foram diversos os blocos carnavalescos negros que atuaram na cidade no período momesco, ganhando destaque entidades como o Vamos de Qualquer Jeito; Bambas da Cidade; Garotos da Batucada; Piratas do Amor; Os Zíngaros, dentre diversos outros blocos. Também destaca-se a grande quantidade de Clubes Sociais Negros que existiram na cidade, dentre eles o Zíngaros, Palmeiras, Aurora Social Clube e Saca-Rolhas. Estes espaços proporcionavam a vivência desses sujeitos pautados por solidariedades, buscando solidificar as bases para melhor (sobre)viver numa sociedade demarcada racialmente. Com relação ao período do carnaval, diversas entidades negras colocavam seus blocos na rua e nos salões da cidade, construindo espaços de socialização e ganhando diversos prêmios de destaques. Assim, o objetivo desta comunicação é o de apresentar para a comunidade de pesquisadores alguns apontamentos sobre a importância do carnaval negro bageense no pós-abolição, levando em conta as representações destas entidades na imprensa local. A metodologia para este trabalho é, principalmente, a História Oral. Nessa análise, ganhará destaque o Bloco Carnavalesco Garotos da Batucada, entidade que surgiu no ano de 1945 e durou até meados dos anos de 1960. Trata-se de grupo composto por sujeitos que frequentavam o Clube Social Negro Os Zíngaros, o qual possuía bloco, que ganhou destaque no cenário carnavalesco local ao adotar desfiles luxuosos e manter certa rigidez no que diz respeito ao ingresso de pessoas na entidade. A partir deste grupo, busca-se perceber algumas características do carnaval negro em Bagé no pós-abolição.

C14007G Julio Cesar da Rosa Comunicação

Oral

MEMÓRIA, ASSOCIATIVISM

O E CONSTRUÇÃO

IDENTITARIA: OS CLUBES

“NEGROS” DE LAGUNA-SC NA

PRIMEIRA METADE DO SÉCULO XX (1930-1950)

História, sociabilidade, identidades, memória e

Laguna

O presente trabalho anseia apresentar resultados parciais dos estudos sobre as sociedades recreativas “União Operária” e “Cruz e Sousa”, construídas por afrodescendentes em Laguna, Santa Catarina, no período pós-Abolição. Tal estudo é parte da minha investigação para elaboração da dissertação de mestrado, intitulada: Sociabilidade e Territorialidade: a construção de clubes e/ou sociedades de afrodescendentes em Laguna (1903 a 1950); e que pretende, por sua vez, apreender aspectos das experiências de afrodescendentes, em especial nos espaços de sociabilidade, na região sul de Santa Catarina. Procuramos entender qual era o significado de ser “mulato” e de ser “preto” para aqueles homens e mulheres naquele contexto, e o que os levou a silenciar e/ou ocultar uma identidade étnico-racial.  Compreendendo os embates e os problemas em relação à memória, acreditamos que a mesma pode evidenciar experiências de tempo que, evocadas pela mediação do entrevistador, trazem histórias de pessoas comuns que a historiografia tradicional invisibilizou e/ou ignorou no transcurso dos processos históricos. Nosso objetivo, além de visibilizar a população negra de Laguna/SC, é analisar as tensões entre sujeitos classificados e autodeclarados mulatos e pretos, pessoas com uma mesma ascendência africana, mas que não se identificavam como uma “raça”. As tensões geradas entre esses grupos sociais permitem pensar a desnaturalização da noção de “raça”, possibilitando, dessa forma, perceber que “afrodescendente” e “negro” não são sinônimos tampouco “termos isentos”.

Nome dos Autores/Co-autores/Orientador

Tipo de trabalho

Título do trabalho

Palavras-Chave (3 a 5

palavras)ResumoCódigo

EIXO 14: Memória e patrimônio negro no Sul do Brasil III COPENE SUL 2017

VERDE = GRATUIDADE CONCEDIDA �2 Versão: 01 de julho de 2017

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C14008 Mônica do Nascimento Pessoa

Comunicação Oral

Memórias do Marabaixo:

Veredas sobre o patrimônio

cultural afro-brasileiro

Diáspora. África. Marabaixo. Educação

Pretende-se com este trabalho dar ênfase ao patrimônio cultural afro-brasileiro e fazer uma reflexão sobre sua invisibilidade, temática tratada, por muito tempo, especialmente dentro da lógica produzida por uma memória branca e europeia. Para esta análise, serão utilizadas entrevistas de D. Benedita Guilherma, de 89 anos, dançadeira do Marabaixo. Daniela Ramos, sua neta, e Laura Ramos, dançadeira e militante do movimento negro. O Marabaixo, dança remanescente da diáspora atlântica, é nomeada manifestação cultural pelos afrodescendentes em Macapá. Essas práticas, danças e cantigas, são conduzidas por instrumentos de percussão, e traduzem-se em mecanismo potente para, a partir de um educação étnico-racial proposta pelas dançadeiras, discutir a sobre a história da cidade de Macapá, cotidianos e tensões sociais, envolvendo discussões acerca do patrimônio cultural afro-brasileiro. Objetiva-se neste trabalho, a partir de memórias que traçam percursos de afrodescendentes, abordar sobre as tensões sociais dessas populações no passado, e, na contramão dessa lógica, enfatizar como sujeitos históricos, no presente, instigam diversas identificações culturais forjadas para resistir, se redefinir e demarcar territórios negros. Para esta análise, utilizaremos a metodologia da História oral, com as memórias de dançadeiras do Marabaixo, os jornais de 1940 que retratam o momento da saída dos afrodescendentes da Vila de São José e estudos bibliográficos sobre patrimônio cultural e sociedade.

C14010 Fernanda Mara Borba Comunicação Oral

O patrimônio arqueológico da diáspora africana

no Brasil

Patrimônio Cultural,

Arqueologia, Diáspora Africana

Esta comunicação busca apresentar uma discussão sobre o patrimônio arqueológico da diáspora africana por meio dos principais estudos elaborados no continente americano e no Brasil, discorrendo sobre as descobertas e as abordagens desenvolvidas no âmbito desse campo. Em um levantamento sobre sítios e coleções arqueológicas, percebeu-se que muitas regiões brasileiras apresentavam um grande potencial de informações para pesquisas focadas no tema da escravidão ou da diáspora africana. E ainda, que muitos espaços de guarda como museus e universidades contemplavam artefatos que careciam de estudos com esta abordagem, sem havendo necessidade, muitas vezes, de novas escavações. O desenvolvimento do estudo levou em conta uma abordagem fundamentada nos pressupostos teóricos e metodológicos da arqueologia da diáspora africana. Essa linha deriva dos estudos arqueológicos que investigam a escravidão de africanos e afrodescendentes no Novo Mundo, passando a contemplar a dispersão desses grupos fora da África por meio de migrações variadas. Sendo o patrimônio arqueológico resultado da interação de populações, de espaços e de atividades diversas, esse novo termo – arqueologia da diáspora – apresenta um caráter mais plural, pois fornece inúmeras possibilidades de investigação. Sob o foco do conceito em tela, as pesquisas arqueológicas investigaram áreas de quilombos, residências urbanas, fazendas e engenhos, assentamentos de escravizados e negros livres, igrejas e cemitérios, levantando aspectos como as configurações espaciais, a cultura material e os hábitos desses grupos. Considerando a pouca expressividade dos estudos da materialidade africana e afrodescendente no campo patrimonial, a perspectiva arqueológica apresenta diferentes fontes de análise e interpretações a respeito dos vestígios da diáspora, permitindo um outro olhar para o campo do patrimônio arqueológico. Salienta-se que essa discussão integrou duas pesquisas no âmbito da arqueologia e do patrimônio cultural, desenvolvidas entre 2011 e 2014 junto à Universidade da Região de Joinville (Univille), com financiamento do CNPq, Capes e convênios universitários e municipais.

C14011 Ângela Pereira Oliveira Comunicação Oral

O vocabulário racial nas páginas

da imprensa negra sulina

Racialização, Imprensa Negra,

O Exemplo, A Alvorada

O presente estudo tem por objetivo discorrer a respeito do emprego de palavras de sentidos racializados através de dois periódicos de imprensa negra do Rio Grande do Sul. Essa abordagem abarca a pesquisa desenvolvida pela autora em sua dissertação. Os jornais utilizados como fontes são O Exemplo e A Alvorada. O Exemplo nasceu no ano de 1892, na cidade de Porto Alegre e suas atividades só foram finalizadas no ano de 1930. Já o segundo jornal, A Alvorada, era editado na cidade de Pelotas, situada na região sul do Rio Grande do Sul. Ele foi fundado em 1907 e finalizou as suas atividades no ano de 1965. Ambos os jornais não tiveram circulação constante, por conta de problemas financeiros. No que se refere ao recorte temporal, essa proposta foca no período de 1920 a 1935. Ao se apropriarem da imprensa e fazerem uso dela, os redatores da imprensa negra participaram do debate sobre os sentidos da cor e da raça que estavam sendo pautados nesse período. O uso do vocabulário racial implicava em critérios de seleção, escolhas e predileções acionados pela cor e pela nacionalidade, por exemplo. Refletir sobre a historicidade de conceitos racializados possibilita compreender alguns dos problemas existentes ainda hoje que são resultantes do impacto que as crenças raciais exerceram sobre a sociedade. Para o campo que se dedica aos estudos de emancipações e pós-abolição é importante entender quais eram as lógicas conferidas pelos sujeitos envolvidos nos processos. Nesse sentido, esse estudo tentar fazer alguns apontamentos sobre a maneira na qual os integrantes da imprensa negra se manifestavam em relação a teorias raciais e práticas racistas.

C14013 Andresa Pereira Serpejante

Comunicação Oral

Sociedade 13 de Maio:Sociabilidad

e, identidade  Negra em Curitiba

no século XIX

Curitiba, sociabilidade e

identidade Negra

O século XIX, foi marcado por grandes transformações, entre estas, a implementação de leis que visavam extinguir lenta e gradativamente a escravidão, assim como inúmeros movimentos abolicionistas que foram ganhando cada vez mais espaços nas discussões sobre o tema. No caso do Paraná, essa movimentação antiescravista começou a tomar expressão em 1870 após a Guerra da Tríplice Aliança com o Paraguai. Conta deste século, o surgimento dos primeiros Clubes sociais negros no Brasil, entre eles a Sociedade Floresta Aurora fundada em 1872, em Porto Alegre, o Clube dos Escravos do Brasil criado em 1881, em São Paulo e a Sociedade 13 de Maio fundada em 1888, em Curitiba. Estes, tinham por objetivo dar assistência aos trabalhadores que não tinham reconhecimento perante o poder público. Para além disso, esses os Clubes e Associações, também eram destinados a ajudar na libertação dos cativos, dentre essas formas de ajudas, temos por exemplo, a compra de alforrias e a alfabetização de homens e mulheres. A Sociedade 13 de Maio em Curitiba, surge nesse período pré-abolição, mais precisamente seis dias antes da promulgação da Lei Áurea. A fundação desse espaço de sociabilidade, está vinculada as diversas formas de estratégias de visibilidade negra e inserção social, em um contexto imerso na tensão em torno das discussões raciais, abolição e a imigração.

Nome dos Autores/Co-autores/Orientador

Tipo de trabalho

Título do trabalho

Palavras-Chave (3 a 5

palavras)ResumoCódigo

EIXO 14: Memória e patrimônio negro no Sul do Brasil III COPENE SUL 2017

VERDE = GRATUIDADE CONCEDIDA �3 Versão: 01 de julho de 2017

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C14014 ELISON ANTONIO PAIM Comunicação Oral

ENTRETECENDO MEMÓRIAS E HISTÓRIAS DA/

NA ILHA DE SANTA

CATARINA: os afrobrasileiros nas aulas de

história

Memórias, Experiencias,

Ensino de História, História

afrobrasileira

Esta comunicação integra a pesquisa Escola e patrimônio cultural: entretecendo memórias e histórias da/na ilha de Santa Catarina financiada pela Fapesc. A Ilha de Santa Catarina é um território com vasto patrimônio cultural material (casarios e vilas coloniais, igrejas, monumentos, praças, ponte, arte rupreste, terreiros, armações baleeiras, fortalezas...) e imaterial (rezas, festas de origem africana e açoriana, benzimentos, alimentação…). Considerando esse contexto, nosso questionamento central refere-se a como as questões da cidade, da memória e do patrimônio estão presentes nas aulas de História da educação básica e de jovens e adultos? Nosso objetivo foi investigar os diferentes saberes, fazeres e experiências amalgamadas na produção do conhecimento histórico escolar e também, identificar como a cidade, a memória e o patrimônio são agenciados na produção dos saberes escolares a partir da investigação do trabalho docente em instituições públicas de educação básica. Este é um estudo de natureza qualitativa, desenvolvida principalmente pelo emprego da análise documental e coleta de narrativas orais, conforme os procedimentos apropriados no tratamento destes tipos de fontes. Trabalhamos concomitantemente em diferentes frentes para a coleta das informações documentos e entrevistas. 1) os documentos e Políticas Públicas de Educação como a Proposta curricular para a Rede Pública Estadual de Ensino de Santa Catarina, a Proposta Curricular para a rede municipal de Ensino, as Diretrizes para a EJA-Florianópolis. 2) levantamento da produção das universidades catarinenses. 3) entrevistas com professores das escolas. Neste momento enfatizamos como as problemáticas étnico raciais estão presentes ou não nas aulas de História pela voz de professores que narram suas experiências ao trabalhar com histórias africanas e afrobrasileiras. Evidenciam-se experiências diversas no tratamento de histórias afrobrasileiras em aulas na Educação Básica.

C14016 Zâmbia Osório dos Santos

Comunicação Oral

Territórios negros: do centro de

Desterro para os morros

Territórios negros, Cidade,

Desterro, Exclusão

A presença negra em Santa Catarina é negada em vários momentos da história e em diferentes espaços, desde a afirmação de que nestas terras não houve escravidão, até afirmações da “pouquíssima” presença negra na população catarinense. Mas os negros existem, e infelizmente, só ficam visíveis à toda a ilha de Florianópolis nos festejos de carnaval, quando os morros do complexo da Caixa encontram com o asfalto. A proposta de roteiro histórico Territórios negros torna possível perceber a presença afrodescendente na ilha de Santa Catarina, e compreender os caminhos que trilharam nos diferentes espaços da cidade de Desterro. A partir da análise da legislação municipal das primeiras décadas das administrações republicanas, em todo o Brasil, é possível perceber um processo de exclusão social e espacial ao longo das transformações do espaço urbano. O marco inicial, o ano de 1888, com a abolição da escravatura, seguindo 13 marcos espalhados pela cidade, e a data final na década de 1930 com os batuques na Reduto do Samba ,que fundam a primeira escola de samba, Protegidos da Princesa Isabel, falam sobre as ocupações, aspirações e vivências da comunidade negra na ilha. Reconstruir a memória está além de uma questão turística ou patrimonial, trata-se de  resistência histórica, de visibilidade social e problematização, com consequente destruição, de uma visão branqueada e homogênea de ser catarinense e construção de novas narrativas sobre Santa Catarina e a cidade de Florianópolis, outrora Desterro. A própria escolha pelo nome Desterro, marca uma outra forma de encarar a história da cidade e evocar memórias e vivências.

P14001

Miguel Delmar Rita Dias (autor), Raquel Silveira Rita Dias (co-autora) e Drª. Cristhianny Bento Barreiro (Orientadora)

Pôster

A HISTÓRIA DO GRUPO

LANCEIROS NEGROS:

narrativas que perpassam a trajetória do

movimento negro em Pelotas

Movimento Negro, Lanceiros

Negros, Narrativas,

Descolonização

Esta pesquisa de mestrado procura investigar a história do grupo Lanceiros Negros. Grupo este que fez parte do movimento negro da cidade Pelotas entre os anos de 2000 a 2006. A partir do relato dos integrantes pretende-se investigar a importância deste grupo para o desenvolvimento pessoal e profissional dos participantes. O grupo Lanceiros Negros desenvolveu trabalhos nas periferias da cidade, como oficinas de artes no ASEMA (Apoio Socioeducativo em Meio Aberto).  O ASEMA era um serviço da prefeitura de Pelotas e ofereciam atividades para as crianças em situação de vulnerabilidade social no turno inverso da escola. No recorte desta pesquisa escolheu-se trabalhar com os integrantes que participaram das atividades no ASEMA. O problema de pesquisa caracteriza-se na seguinte questão: Qual seria a contribuição do grupo Lanceiros Negros para a subjetivação dos seus integrantes? Utiliza-se a metodologia de pesquisa narrativa junto com a metodologia de pesquisa anti-racista. O objetivo destas metodologias de pesquisa são muito semelhantes e : [...] Parte do desafio de descolonizar a investigação acadêmica, consiste em quebrar a noção convencional de autoridade etnográfica (DEI, 2008). O que o autor chama a atenção é de extrema relevância para uma pesquisa que trabalhe em uma perspectiva anti-racista, esta metodologia de pesquisa escolhe abertamente uma lógica de descolonização das ações metodológicas na pesquisa cientifica. O que significa descolonizar? Primeiramente é dar a condição de colocar-se como autor da escrita, como protagonista da sua existência. A pesquisa ainda está em fase de coleta dos dados, mas já foi possível perceber que os grupos organizados do movimento negro são importantes para a subjetivação dos sujeitos, para o enfrentamento ao racismo tanto no campo coletivo quanto individual. O resultado desta pesquisa poderá possibilitar um aporte para uma reflexão sobre o desdobramento teórico-prático e conceitual das possíveis influências das organizações negras para a narrativa dos sujeitos envolvidos.

P14003Neiva Krewer e

Orientador: Drª. Renilda Vicenzi

Pôster

Liberdade e visibilidade aos negros e pardos do Sul:Campos de Palmas/PR

1867-1888

cativos; campos de Palmas;

alforria

Liberdade e visibilidade aos negros e pardos do Sul :Campos de Palmas/PR 1867-1888 Neiva Krewer A historiografia que abrange a região Sul do Brasil utilizou-se do mecanismo de invisibilidade para com a população africana e seus descendentes, até aproximadamente a década de 1980, tentando demonstrar que o negro teria sido uma presença rara e inexpressiva nessa região devido à ausência de um grande sistema escravista voltado para a exportação como ocorreu em outros locais. Essa afirmação era ressaltada para demonstrar que a identidade étnica da região sul, no âmbito nacional, era sua “branquitude” e europeização.Porém, ao consultar os documentos desse período  pode-se constatar a presença e as relações estabelecidas de homens escravizados, o que nos leva a problematizar novas pesquisas que contribuem com a historiografia recente e ressaltam a história, memória e patrimônio das populações negras, principalmente no Sul do país. O trabalho que estamos desenvolvendo busca compreender a relação entre escravidão e liberdade nos Campos de Palmas/PR, onde a presença escrava estava diretamente associada à manutenção da economia, sociedade pastoril e de subsistência, investigando quem eram os indivíduos que receberam e porque recebiam alforria. As fontes utilizadas são 56 cartas de alforria que concederam 66 liberdades, 9 liberdades pelo Fundo de Emancipação e 6 pela Lei dos Sexagenários, entre os anos 1867 e 1888. Além desses registros cartoriais, buscamos informações nos registros eclesiásticos (batismo, casamento e óbito) para compreender a trajetória e as relações desses sujeitos ligados à escravidão, e que por muito tempo ficaram “invisíveis” e  também foram negados nos Campos de Palmas, que abrangia um território de aproximadamente 40.000 Km².

Nome dos Autores/Co-autores/Orientador

Tipo de trabalho

Título do trabalho

Palavras-Chave (3 a 5

palavras)ResumoCódigo

EIXO 14: Memória e patrimônio negro no Sul do Brasil III COPENE SUL 2017

VERDE = GRATUIDADE CONCEDIDA �4 Versão: 01 de julho de 2017

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P14004Ailyn Amanda Rojas

Covalski e Orientadora: Drª Renilda Vicenzi

Pôster

OS GRIOTS NA ÁFRICA

OCIDENTAL: memória de imigrantes

africanos na cidade de

Chapecó - SC

memória; griots; imigrantes

senegalese.

Nossa sociedade é fortemente marcada pela cultura da escrita. Armazenamos todo o nosso conhecimento com palavras impressas (ou digitalizadas) e ensinamos nossos descendentes a ler e escrever como forma de capacitá-los para acessar essas informações, bem como produzir novos registros. Contudo, esta não é uma prática universalizada, a cultura da oralidade está presente na história de muitas sociedades como principal forma de adquirir e transmitir conhecimento, exigindo-se, para tal, um constante exercício da fala, da audição e da memória. Na parte ocidental do continente africano, esta transmissão de conhecimentos se deu, historicamente (e com reminiscências nos dias atuais), através dos griots: indivíduos conhecidos como portadores de histórias, canções e tradições. Eles são os responsáveis por repassar, através da oratória e da musicalidade, os ensinamentos fundamentais de sua cultura, sendo, assim, conhecidos como a tradição viva da África. Porém, com a progressiva expansão dos valores e da cultura europeia ocidental pelo mundo, as tradições regionais foram minguando e perdendo sua força de continuidade perante essa dominação eurocêntrica ocorrida dentro de seu próprio território. Ou seja, em uma determinada região onde os saberes gerais, a História e as genealogias familiares foram sempre transmitidas pela fala, os prejuízos acarretados pela imposição da normatização da escrita são incontáveis. Nesse sentido, este pôster tem o intuito de analisar o papel e a história destes griots a partir da memória de imigrantes senegaleses refugiados na cidade de Chapecó (SC). No desenvolvimento da pesquisa verificou-se, a partir da memória destes sujeitos, as inúmeras possibilidades de se (re)pensar a história da África Ocidental, porém, com o devido enfoque dado aos griots, é possível conhecer e analisar a importância destes tradicionalistas, abordando o tema sob uma nova perspectiva.

Nome dos Autores/Co-autores/Orientador

Tipo de trabalho

Título do trabalho

Palavras-Chave (3 a 5

palavras)ResumoCódigo

EIXO 14: Memória e patrimônio negro no Sul do Brasil III COPENE SUL 2017

VERDE = GRATUIDADE CONCEDIDA �5 Versão: 01 de julho de 2017

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Código Nome dos Autores/Co-autores/Orientador

Tipo de trabalho

Título do trabalho

Palavras-Chave (3 a 5

palavras)Resumo

C15001

Renata Schlickmann (Autora), Gabrielle Dutra

(Co-autora) e Ana Carolina Marquevicz

(Co-autora)

Comunicação Oral

A Branquitude no Projeto

Observatório de Educação das

Relações Étnico-Raciais do NEAB/

UDESC: Uma análise das ações

realizadas no município

catarinense de Águas Mornas.

Lei 10.639/03; Águas Mornas; Branquitude;

Relações Étnico-Raciais.

O Projeto Observatório de Educação das Relações Étnico-Raciais, sob coordenação do Prof. Paulino de Jesus Francisco Cardoso é desenvolvido pelo Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros da Universidade do Estado de Santa Catarina (NEAB/UDESC), vinculado ao Programa Memorial Antonieta de Barros, se caracteriza como um projeto de extensão universitária, que tem como intuito auxiliar no monitoramento da implementação da Lei Federal 10.639/03 - a qual instituiu, em todos os níveis de ensino, a obrigatoriedade de inclusão da História e Cultura Africana e Afro-brasileira nas instituições de educação básica do país - por meio de suporte técnico e pedagógico aos/às gestores/as responsáveis pelas redes públicas de ensino do Estado de Santa Catarina. A intencionalidade do projeto é a criação de programas de diversidade étnico-racial na educação que contemple formação de professores/as, aquisição e produção de material didático, estudos, pesquisa e fortalecimento institucional. Para tanto, foi firmado acordo de cooperação com a Secretaria Municipal de Águas Mornas, resultando em diferentes ações advindas do projeto no intuito de monitorar como está sendo realizada a implementação da Lei Federal 10.639/03 no município. Foram aplicados e analisados questionários diagnósticos, analisado o Projeto Político Pedagógico do município, realizado oficinas de formação, aplicados e analisados questionários sobre as oficinas. Isto possibilitou a visualização sobre o entendimento que as/os gestoras/es e professoras/es possuem a respeito da legislação, demonstrando qual a implicação da branquitude para a manutenção do panorama encontrado no município.

C15002

Davi Akintolá Ferreira de Oliveira (autor), Tulane Oliveira da Paixão (co-

autora) e Abrahão de Oliveira Santos

(orientador)

Comunicação Oral

A questão negra e o pensamento

social nas publicações das

revistas de Psicologia

Psicologia; Relações Raciais;

Pensamento social

Algumas práticas e saberes psicológicos têm se aproximado da realidade social, política, econômica e cultural do país, porém, o patrimônio da diversidade cultural do país ainda não está sendo devidamente considerado. Como consequência, as (os) profissionais de psicologia ainda não compreendem a importância das questões étnico-raciais, e vem tratando de maneira homogênea a população do ponto de vista das suas origens e da questão racial. Embora tenha se voltado para a singularidade dos sujeitos, o racismo institucional têm dificultado as pesquisas, as produções de conhecimentos, a divulgação e a distribuição de informações a respeito da modulação que a racialização imprime aos processos de subjetivação brasileira, em especial o sofrimento da população negra. Nesse sentido, o projeto almeja analisar e estudar a publicação de artigos que enfoquem as questões étnico-raciais nas revistas de Psicologia. Além disso, observou o modo como as pesquisas divulgadas dialogam com o pensamento social brasileiro e como esses objetos de pesquisa são contextualizados na ordem social local. Os resultados parciais dos periódicos com classificação Qualis A1 e A2 do ano de 2010 – apontam para o uso predominante e generalizado de referenciais bibliográficos internacionais. Outro ponto importante é que, da amostra total, menos de 25% dos artigos abordam a questão social dentro de suas problemáticas e, quando abordam, o fazem a partir de autores e referenciais estrangeiros, não trazendo a singularidade histórica brasileira. Outro fator merece destaque, apenas 5% da amostra analisada diz respeito ou aborda a questão negra. Os resultados de tal estudo poderão dar direções para os investimentos de pesquisa no campo da Psicologia do país e tornar assim a categoria dos psicólogos mais participativa em relação à produção de estudos e pesquisas acerca do grave problema social que representa o sofrimento em decorrência da questão racial.

C15005Eliziane Tamanho de Oliveira e Orientadora:

Claudete Gomes SoaresComunicação

Oral

BRANQUITUDE E PODER NAS

RELAÇÕES ENTRE

MORADORES LOCAIS E

IMIGRANTES HAITIANOS: FALANDO DE

RAÇA NO OESTE

CATARINENSE

Brasileiros. Haitianos.

Branquitude. Racismo.

Universidade Federal da

Fronteira Sul.

Os fenômenos determinantes da pesquisa estão associados a uma forte migração de estrangeiros Haitianos para o Brasil, especificamente no município de Chapecó, para fins de trabalho e estudo – e a implantação do Pró Haiti (Programa de Acesso à Educação Superior da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS) destinada exclusivamente a haitianos na região. Pretende-se identificar com esse trabalho as autorrepresentações e recognição entre os estabelecidos (brasileiros) e outsiders (haitianos) na UFFS- Chapecó, com base no processo de construção do negro, visto que as relações raciais no Brasil são desiguais, desde os aspectos limiares da construção do Brasil até os dias atuais, identificado na branquitude uma forma de poder simbólico e econômico que sempre foram renegados aos negros e usufruído por brancos na sociedade. Dessa forma, conjectura-se que as relações entre os estabelecidos brancos e os recém-chegados negros estrangeiros haitianos sejam permeadas por mecanismos de poder desigual com base na cor na UFFS em Chapecó. A cidade é caracterizada por uma forte predominância de brancos desde a colonização até a contemporaneidade, pois contava com 76,68% da população branca em 2010. As análises estão relacionadas com as táticas da pesquisa qualitativas com observações participantes, entrevistas e grupos focais entre os estudantes haitianos e estudantes brasileiros da UFFS. Dessa forma, a finalidade deste projeto é investigar as peculiaridades que ocorrem nas diferentes socializações entre os grupos de brancos e não brancos, bem como as características que entremeiam essas relações de sociabilidade no espaço universitário e na cidade, com base nessas percepções desses sujeitos sociais.

C15006Stela Maria Moreira Rosa (Autor) e Pâmela Cristina

dos Santos (Co-autor)Comunicação

Oral

Branquitude e racismo:

contribuições da ERER na

subjetividade dos/as estudantes da

graduação do curso de

pedagogia da UFSC

Branquitude,  Racismo  e

Educação para Relações Étnico-

Raciais

O trabalho objetiva debater a importância da inclusão de temáticas da Educação para Relações Étnico-Raciais (ERER) nos currículos dos cursos de graduação para o combate ao racismo e construção de relações sociais que assumam e incorporem as diferenças  entre  grupos raciais/étnicos como constitutivas da democracia. Nesse sentido, as reflexões de Frantz Fanon (1968)   contribuem para romper com a noção do essencialismo identitário e denunciar a construção de identidades inferiorizadas que constitui o pensamento racista e impacta na construção da subjetividade do/a negro/a e do/a branco/a e nas relações de poder. Já estudiosos/as que se debruçam sobre a temática da branquitude têm contribuído para desvelar como as relações sociais estão estruturadas pela ideia de raça. O estudo decorre do estágio docência, realizado em três turmas do curso de pedagogia da UFSC, na disciplina Diferença, Estigma e Educação, nos anos de 2015 e 2016. Na coleta de dados, aplicou-se questionários semiestruturados com as turmas e entrevistas com sete dos/as estudantes do referido curso, considerando os marcadores identitários de classe, raça, gênero e geração. Para sistematização e análise, utiliza-se a análise de conteúdo temática e categorial (BARDIN, 2010), que permite focalizar a importância das palavras,  dos silêncios, do contexto e das circunstâncias nas quais a mensagem é vinculada. Consubstanciada nos Estudos Decoloniais, partimos do pressuposto de que a sociedade brasileira é tributária do processo social de racialização imposto pela empreitada colonial eurocêntrica, que inferiorizou negros/as e indígenas e continua operando no cotidiano. Assim, para contribuir com a análise da referida temática, estabeleceu-se diálogo com diferentes campos: Sociologia, Estudos de Relações Raciais e Educação e Relações Raciais.

Código

EIXO 15: Psicologia, racismo e branquitude III COPENE SUL 2017

VERDE = GRATUIDADE CONCEDIDA �1 Versão: 01 de julho de 2017

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C15008Pamela Cristina dos

Santos (Autora) e Gisely Pereira Botega (Co-

autora)

Comunicação Oral

O quesito raça/cor na estatística produzida por um

serviço de Proteção e

Atendimento  Especializado a

Famílias e Indivíduos

(PAEFI/CREAS).

Raça/Cor; Serviço PAEFI; Violência Racial.

O presente artigo tem como objetivo refletir sobre a produção de dados estatísticosreferentes ao quesito raça/cor, do ano de 2016, realizados por psicólogos e assistentessociais de um serviço de Proteção e Atendimento Especializado a Famílias e Indivíduos(PAEFI) situado dentro do Centro de Referencia de Assistência Social (CREAS) de uma cidade do Estado de Santa Catarina. O trabalho relaciona-se ao projeto de pesquisa Mapeamento da Rede de Proteção, Defesa e Controle Dos Direitos: identificação damalha conceitual risco e vulnerabilidade na infância coordenado pelo Núcleo Vida eCuidado: estudos e pesquisas sobre violências (NUVIC/CED/UFSC). Nosso interesse foi mapear e analisar como as marcações de raça/cor aparecem nas estatísticas produzidas mensalmente pelos profissionais deste serviço, os quais priorizam uma abordagem de trabalho psicossocial frente os direitos violados de crianças, adolescentes e suas famílias, ou seja, exploração e abuso sexual, violência física, psicológica e/ou negligência, discriminação por orientação sexual e racial. Para isto, utilizamos uma metodologia baseada numa pesquisa documental (Pádua, 1997). Tal pesquisa trata-se de materiais autênticos caracterizando-se como uma fonte “rica de dados” (GIL, 2002,p.62-3).  Os resultados apontam para uma ausência desta marcação quantitativa nas estatísticas sugerindo um processo de invisibilidade diante as questões raciais que podem produzir violências em diferentes contextos. Sugere-se problematizar como este serviço vem ou não cruzando dados de classe, gênero, geração e território e, de como,estes contribuem para pensar a dinâmica psicossocial da violência racial.

C15010G

Mariana Probst, Co-autora Sandra Fontes, Co-autora

Tamna Amandio e Orientador Prof. Paulino

de Jesus Francisco Cardoso

Comunicação Oral

Projeto Observatório de Educação das

Relações Étnico-Raciais do 

NEAB/UDESC: Uma análise acerca da

branquitude e suas  implicações

na política de aquisição de

acervo bibliográfico da

Escola  de Educação Básica

Júlio da Costa Neves.

Lei 10.639/03; Biblioteca Escolar;

Branquitude;  Relações Étnico-Raciais; Acervo Bibliográfico.

Em ação desenvolvida no âmbito do Projeto de Extensão Universitária Observatório de Educação das Relações Étnico Raciais, vinculado ao Programa Memorial Antonieta de Barros do Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros da Universidade do Estado de Santa Catarina – NEAB/UDESC, foi realizado o levantamento no acervo da biblioteca da Escola de Educação Básica Júlio da Costa Neves, instituição pública estadual de Santa Catarina. Compreendendo a biblioteca como um instrumento de disseminação de informações, que podem contribuir para a implementação da Lei Federal 10.639/03 e das Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana, os critérios estabelecidos para o referido levantamento bibliográfico foram: Abordagem de temas relacionados às culturas Afro-Brasileiras, Africanas e Indígenas; Autoras/es e/ou protagonistas negras/os na literatura infanto-juvenil. Foram selecionados livros de literatura infantil, infanto-juvenil e clássicos, livros de apoio às/aos professoras/es e demais publicações relacionadas à questão étnico-racial. Durante a realização deste levantamento e de outras ações realizadas através do projeto, observamos que a Branquitude, compreendida como lugar de privilégios e manutenção de poder, é um conceito estruturante nas relações escolares. Desta forma, este artigo tem por objetivo fazer uma reflexão sobre a política de aquisição de acervo, o levantamento de materiais referentes à temática, sua exposição e manipulação no interior da biblioteca, relacionando à análise dos questionários diagnósticos aplicados às/aos professoras/es e à responsável pela organização da biblioteca. A referida reflexão foi realizada a partir de uma visão crítica sobre as implicações da Branquitude, buscando, portanto, compreender as dinâmicas sociais que permeiam a escola, tendo como foco a biblioteca escolar.

P15001Margoth Mandes da Cruz (Autora); SILVA, Graziela

Lucchesi Rosa da (Orientadora)

Pôster

A psicologia enquanto

instrumento de manutenção do

racismo no início do século XX

psicologia racial; racismo;

historiografia; cientificismo;

eugenia;

O presente trabalho, produto parcial de pesquisa em andamento, objetiva analisar, a partir de investigação historiográfica da Psicologia, sob os fundamentos do materialismo-histórico-dialético, o papel da Psicologia na manutenção do racismo no final do século XIX e início do século XX, com foco nos estudos produzidos pelo eugenismo. Segundo a literatura historiográfica, foi na transição do século XIX ao século XX que se iniciaram estudos psicológicos de caráter científico correspondentes à demanda de reconhecer e avaliar a população brasileira para que se investigasse possibilidades de modernização do país almejado pós período abolicionista. Este Projeto de Nação foi reconhecidamente institucionalizado, no período em que predominaram as concepções higienistas e eugenistas, momento notoriamente marcado pelos estudos psicológicos derivados da Medicina, Educação e Direto, os quais contribuíram, dentre outros fatores, na elaboração e aplicação de técnicas psicométricas. Tais estudos praticados com fim de controle social foram propulsores para o cientificismo da Psicologia e sua autonomização enquanto ciência e profissão. Ante o exposto, podem-se identificar os estudos raciais nesses processos, na manutenção do racismo da época e o modo pelo qual estes estudos contribuíram para o trajeto sucessor da Psicologia. Para tanto, foi realizado levantamento histórico sobre o lugar do negro pós-abolição e os estudos raciais, permeado pelo movimento eugênico e pelo início da democracia racial, articulado com cenário político-econômico; posteriormente, elaborou-se uma revisão dos estudos promovidos pelos principais pesquisadores historiográficos que examinam a construção da Psicologia no Brasil, realizando um recorte sobre seu papel na atuação das ciências e perspectivas raciais. Os resultados apontam que dentre as produções de estudos psicológicos da época houve uma demanda específica para o controle das pessoas negras, legitimando discursos raciais por meio do caráter científico.

Nome dos Autores/Co-autores/Orientador

Tipo de trabalho

Título do trabalho

Palavras-Chave (3 a 5

palavras)ResumoCódigo

EIXO 15: Psicologia, racismo e branquitude III COPENE SUL 2017

VERDE = GRATUIDADE CONCEDIDA �2 Versão: 01 de julho de 2017

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P15002Margoth Mandes da Cruz

(Autora) e Emanuel Gonsalves Negrão (Co-

autor)Pôster

Proibicionismo: A Política de drogas e o extermínio da população negra

Saúde Mental, Encarceramento, Proibicionismo,

Política Criminal.

A presente pesquisa tem como objeto o aumento expressivo nos números referentes ao encarceramento, entendido como um fenômeno social do capitalismo contemporâneo, intimamente relacionado a mudança da lei 11.343/06, e a seletividade do sistema penal Identificamos a prevalência de discursos proibicionistas quanto a aplicação e formulação de políticas de drogas Esta pesquisa tem o intuito de analisar a construção e a aplicação da lei e seus impactos no encarceramento tendo como elemento central de análise seus impactos na população negra, realizando o recorte racial e suas especificidades, buscando investigar o processo de construção social do proibicionismo brasileiro de maneira interdisciplinar, a partir do enfoque na perspectiva da Psicologia Social e da criminologia crítica.A Política Nacional de Drogas sofreu alterações nas últimas décadas principalmente no apagamento do limiar entre Saúde Mental e Segurança Pública. Por um lado, o olhar integral de usuários que sofrem pelo uso prejudicial de substâncias psicoativas pelo outro a criminalização do comércio de substâncias psicoativas proibidas perante a lei. Contudo, dados apontam que a população destas áreas e apresenta um grande contingente de população negra, assim como outras áreas de populações vulneráveis, um dado que é calcado no histórico racial brasileiro. Nesta pesquisa apresentamos dados que constatam o aumento do encarceramento assim como a delimitação do seu perfil populacional. Quanto ao um breve histórico das políticas proibicionistas, apontamos seus limites e contradições, bem como a construção racializada dos destinatários das políticas proibicionistas na seara da segurança Pública e Saúde Mental, buscando-se compreender a relação entre o aumento do encarceramento e a mudança de lei sobre drogas pelo viés das questões raciais.

Nome dos Autores/Co-autores/Orientador

Tipo de trabalho

Título do trabalho

Palavras-Chave (3 a 5

palavras)ResumoCódigo

EIXO 15: Psicologia, racismo e branquitude III COPENE SUL 2017

VERDE = GRATUIDADE CONCEDIDA �3 Versão: 01 de julho de 2017

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Código Nome dos Autores/Co-autores/Orientador

Tipo de trabalho

Título do trabalho

Palavras-Chave (3 a 5

palavras)Resumo

C16001G Ana Júlia Pacheco Comunicação

Oral

"A DESCOBERTA DA ÁFRICA": RELAÇÕES

DIPLOMÁTICAS E POLÍTICA

EXTERNA DO BRASIL PARA A

ÁFRICA NAS PÁGINAS DA

REVISTA VEJA (1969-1985)

África; Brasil; Diplomacia; Relações Externas;

Revista Veja.

Na década de 1970, o governo brasileiro, sob Regime Civil- Militar instalado em 1964 começou a construir um projeto de organização social para o país. Do ponto de vista político, o governo brasileiro procurou se fortalecer economicamente com novos parceiros comerciais, e viu nos recém países africanos independentes promissoras possibilidades. Na esfera da política externa o continente africano foi uma das regiões que ganhou atenção da diplomacia brasileira militar. A imprensa brasileira, em especial as revistas semanais, oriundas do amplo processo de modernização da imprensa, sobretudo dos jornais diários na década de 1950 e 1960, atuaram informando os acontecimentos nacionais e internacionais por meio da publicação de notícias imediatas e na formulação e intermediação de projetos de interesses públicos e governamentais. Publicada a partir de 1968 pela editora Abril, a Revista Veja passou a produzir jornalismo no Brasil, veiculando em suas páginas temas relacionados aos universos da política, da economia e do social, tornando-se um importante veículo de produção de informação no mercado editorial do país até hoje. Entre suas páginas estão publicadas também notícias que narrarão episódios do diálogo entre o Brasil e os países africanos, este trabalho propõe-se portanto, analisar esses materiais e investigar os sentidos retóricos, ideológicos, políticos e estratégicos, atribuídos nesse conjunto de notícias e entender qual o papel da veiculação dessas narrativas e imagens na construção desse novo projeto de Brasil.

C16002 Vinícius Pinto Gomes Comunicação Oral

"Bakin! Baliba! Samboune!

Apoya! Abounket!": a

ancestralidade e cosmovisão wolof

nos filmes La Noire de... e

Emitai de Sembène

Ousmane. (África Ocidental, Anos

1960-1970).

Ancestralidade; Cosmovisão;

Estudos Africanos;

Cinema Africano; Sembène

Os filmes de Sembène Ousmane constroem narrativas significativas para compreender a História da África e podem ser ferramentas que auxiliam seu ensino no Brasil. O cineasta passou boa parte de sua carreira, consolidada no século XX, produzindo filmes que reescrevessem a imagem dos homens e mulheres do continente africano, apresentando suas culturas sem os estereótipos construídos pelos não africanos e em especial a resistência dessa população contra o colonialismo. As duas produções aqui trabalhadas são muito próximas temporalmente, sendo La Noire de... de 1966 e Emitai de 1971, contemporâneas a  vários movimentos de independência que aconteciam na Costa Ocidental africana. Nesse sentido, o trabalho aqui proposto vai em  busca de analisar a forma com que o diretor se relaciona com a ancestralidade e a cosmovisão do grupo étnico do qual pertencia, os wolof nos dois primeiros longas-metragens de Sembène,. A partir disso, utilizando a história do filme e os aspectos estéticos, buscaremos perceber como o diretor constrói essa narrativa e a maneira com que a sua câmera apresenta esse aspecto cultural da ancestralidade muito presente nas várias sociedades de África. Assim, analisaremos a fonte tendo como metodologia as discussões produzidas no campo dos estudos pós-coloniais e decoloniais, dialogando com a produção de intelectuais africanos, tanto no entendimento do contexto, como na analise da cinematografia. Para tanto, algumas perguntas podem ser lançadas: como os ancestrais são representados nos dois filmes? De que forma os ancestrais participam na sociedade? Elas aparecem dentro do cotidiano ou em momentos específicos? Essas questões e outras que possam surgir ao longo da pesquisa podem nos ajudar a compreender de que forma essa cosmovisão é organizada e se faz presente na vida dos africanos e africanas.

C16003 Victor De Carli Lopes Comunicação Oral

A LUTA ANTI-COLONIAL

AFRICANA E O ENSINO DE

HISTÓRIA NO BRASIL

Lei 10.639/03; Luta Anti-colonial

Africana; Memória e Identidade; Ensino de História

Em 2003 foi aprovada no Brasil a Lei 10.639 que pauta pela obrigatoriedade do ensino de História e Cultura Afro-brasileira nos currículos da Rede de Ensino do país, a fim de dilatar as narrativas que permitem a inclusão e empoderamento de grupos outrora marginalizados na narrativa histórica nacional. O presente artigo parte da vontade de responder porque o estudo do movimento anti-colonial africano pode auxiliar na aplicação da lei supracitada e consequentemente no empoderamento do povo negro. A partir de uma metodologia dialética será apresentado o contexto de libertação africano, isto é, as diferentes formas de levantes dos países africanos frente às suas metrópoles coloniais, e como esse período fornece narrativas de agência que permitem encarar os africanos não somente como objetos da história, mas como atores e protagonistas da mesma. Os intelectuais, líderes políticos, correntes ideológicas, políticas e filosóficas surgidas nesse contexto servem para demonstrar o quão fértil e plurais eram as ideias no continente e a força que ele possuía, indo de encontro com uma lógica de apatia, fraqueza e subserviência frente aos seus colonizadores. As teorias que excluem a agência negra na África são as mesmas que desvalorizam e invisibilizam a agência negra no Brasil ontem e hoje, sendo assim, destacar a força negra no continente africano é também destacar a força negra no Brasil. Dessa maneira, este trabalho se justifica tanto socialmente quanto academicamente com base na apresentação de experiências que contribuam para o fortalecimento da identidade afro-brasileira e na criação de ferramentas que possibilitem cada vez mais uma educação que permita questionar as estruturas de manutenção da subalternidade e apagamento sistemático das narrativas do povo negro.

C16004 Mônica do Nascimento Pessoa

Comunicação Oral

A VOZ E A ANCESTRALIDADE DO GRIÔ NA DIÁSPORA: O

LUGAR DA ORALIDADE NAS

SOCIEDADES DA ÁFRICA OCIDENTAL

Oralidade, Tradição,

Cultura, World Music

Na África ocidental quando um ancião morre é uma biblioteca que é queimada, já dizia o griô Tierno Bokar. Dentro dessa perspectiva, no palmilhar dos caminhos da África ocidental, no Malí, alicerçamos este trabalho. Pretende-se compreender os papéis dos “griots”¬¬- músicos, artesãos, e contadores de histórias, sábios das sagas e trajetórias, identificando suas práticas, e buscando os fios históricos, a partir do “atlântico negro”,– análise fundamental para colocar em voga as memórias como forma de sociabilidades, para adaptar e fortalecer seus vínculos culturais. Busca-se entender o significado da oralidade e da memória, que utiliza a voz para externalizar saberes e viveres, entendido como “tradição oral” nas sociedades africanas. São modos de enxergar o mundo, fora dos tentáculos coloniais, que por muito tempo inspiraram visões errôneas e exóticas sobre continente em questão. Entendemos os griots no movimento da diáspora – como agentes de memória que mudam no tempo e no espaço, capazes de sofrer diversas mudanças, culturais e sociais, produzindo novas formas de reafirmação. Como estudo de caso, será analisado a inserção na World Music, do descendente direto do imperador do Malí, o cantor Salif keita, conhecido como a voz dourada de África, para pensar em aspectos da oralidade presente nas práticas contemporâneas. Em que medida essas práticas revelam outros modos de ser e estar no mundo? Problemática que terá como suporte metodológico de análise, a obra literária “Amkoullel, o menino fula”, de Amadou Hampaté Bâ, refletindo sobre a literatura pós-colonial e os “entre-lugares”, enveredados pela cultura africana para romper com o pensamento colonial.

Código

EIXO 16: História da África e da Diáspora III COPENE SUL 2017

VERDE = GRATUIDADE CONCEDIDA �1 Versão: 01 de julho de 2017

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C16007Sherol Santos e José

Rivair Macedo - Orientador

Comunicação Oral

História da África e cultura Afro-brasileira no currículo de

História: propostas de

trabalho.

Ensino de História - História

da África - Lei 10.639

A construção de uma estrutura metodológica e conceitual que inclua a história da África e a cultura afro-brasileira nos currículos de História nos Anos Finais do Ensino Fundamental busca atender uma demanda dos professores da área de História nascida a partir da Lei 11.645/2008. Esta legislação, em vigor desde o ano de 2008, altera a Lei 9.394/96 (Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – LDB) para incluir no currículo a obrigatoriedade da temática História e Cultura Afro-Brasileira e Indígena. Esta alteração, indicada no parágrafo 1º da referida lei atinge claramente os currículos da disciplina de História, e social e internamente espera-se que os professores de história dominem a priori os conhecimentos necessários a temática, forçando muitas vezes a produção de programações e materiais a serem vinculados dentro da escola de forma pouco ou nada refletida. É neste ponto que acredito que meu trabalho pode ser inserido e encontra justificativa para sua execução: instrumentalizar diretamente os professores da área de História para o trabalho com as temáticas relacionadas à História da África, cultura afro-brasileira e seus desdobramentos nas salas de aula do ensino fundamental.A intenção principal desse trabalho é fornecer um caminho, sem grandes fórmulas mágicas ou salvadoras; fornecer subsídios mais sólidos e específicos para o saber e fazer docente nas áreas de História no ensino básico que possa contemplar uma educação anti-racista e inclusiva.

C16008Kátia Marlowa Bianchi, Ferreira Pessoa e Maria Cândida Melo Pereira

Comunicação Oral

Nem lá, nem cá: O Sentimento de Não Pertença de

Afro-descendentes e Indianos de Pele Escura Presente

em O País         Sem Chapéu  de Dany Laferrière  e

Aguapés de  Jhumpa Lahri.

Pós-colonialismo, Não Pertença, Estranhamento

Cultural.

O estudo das literaturas de países pós-coloniais tem estado em evidência nos dias atuais e é possível dizer, que começou a alcançar o seu boom a partir das duas últimas décadas ao ser enfocada em cursos, seminários, congressos e pesquisas. Todavia, se considerar a relevância que possui no contexto acadêmico atual, as discussões acerca da temática continuam sendo um tanto escassas. Nessa perspectiva, a posição de docentes e pesquisadores da área incita a realização de estudos condizentes com a importância de propostas que promovam a sua exposição e a valorização de seu caráter estético. Desse modo, este trabalho tem por objetivo destacar o sentimento de não pertença presente nas narrativas O País sem chapéu de Dany Laferrière (haitiano) e Aguapés de Jhumpa Lahr (indiana). Apesar dessas se desenrolarem em países, culturas e línguas diferentes possuem em comum a condição de ex-colonizados marcada principalmente, pelos sentimentos dos personagens Vieux Os de O País sem Chapéu e Subhash  de Aguapés de não pertencer a lugar nenhum. Ou seja, estrangeiros no país dos outros (Canadá, Estados Unidos) e no seu de origem e criação (Haiti e Índia). Essas observações se dão sob a ótica das teorias de Edward Said, Frantz Fanon,  e G. Spivak. Assim, Nem cá, nem lá é como se sentem as personagens, tornaram-se híbridos com a sensação de pertencer a dois lugares e simultaneamente a nenhum.  Eles se encontram num entre lugar semelhante aos zumbis da narrativa de Laferriére que estão mortos, mas também estão vivos. Portanto, ex-patriados tanto em um país quanto em outro, pois a sua pele escura os torna diferentes no estrangeiro, sem contudo torná-los semelhantes na terra natal.

C16009Carla dos Santos

Custodio e Orientador da Comunicação Oral: Donizete, Antonio

Comunicação Oral

O agir das Candaces na

antiga civilização Kush desmistifica

o lugar inferior imposto às

mulheres negras e produz novos

campos de subjetivação, saber e poder.

Candaces, Protagonismo,

África, Memória, identidade.

Há escrita que hora se apresenta tem como intenção resgatar a figura da mulher negra e de seu protagonismo, buscando retomar a história da África como aporte para discussões em torno de questões sobre a figura feminina e o perigo da história única enquanto pratica legitimadora do pensamento etnocêntrico e das ações racistas O acesso a diversos processos de criações de saberes permitiria a fluidez do conhecimento, mas a disponibilidade dos aparelhos escolares nos fornece muitas vezes à produção de intelectuais do ocidente provocando limitação da busca de entendimento e estrategicamente naturalizando a ideia de universalidade de apenas um campo de saber. A aplicação histórica da representação do corpo negro discursivamente dissemina as marcas dos valores sociais por via dos estereótipos criados a partir do fenótipo estabelecendo ideias falsas de um especifico grupo social à negritude, deste modo à figura da mulher negra é naturalmente distinguida como pertencente à inferioridade, marginalidade em todos os ambitos da vida social. A história de as Candaces oferece-nos, assim, a oportunidade de revisitar as questões em torno da lógica do sistema patriarcal, invisibilidade, esquecimento e negação do dominante diante as memórias e lembranças contributivas dos povos étnico-raciais do continente africano em particular a ação da mulher negra e possibilitando desconstruir paradigmas colonizadores em torno das noções de gênero e raça. Busca-se com esse relato a provocação para reflexão de novos campos de subjetivação, saber e poder e contribuir, portanto, para construção da memória e do pensamento do povo e da identidade feminina afro brasileira a partir da leitura e critica á produção da escrita da historia e do pensamento africano.

C16010

Mariana Schlickmann e Orientador: Prof. Dr. Paulino de Jesus

Francisco Cardoso

Comunicação Oral

O Brasil da ditadura e a África

do Sul do Apartheid:

comparações e aproximações

História, História da África e Diáspora, História do

Tempo Presente

Durante décadas a África do Sul foi a maior parceira comercial do Brasil entre os países africanos, mesmo em pleno auge do regime de Apartheid, que legitimava a institucionalização da segregação racial. Porém, ao mesmo tempo, o Estado brasileiro se empenhou desde os anos 1930, na construção de uma imagem do país como símbolo de convívio harmônico entre as raças, de modo a forjar uma civilização mestiça. Deste modo, este artigo busca compreender a relação entre estes dois países, em um recorte temporal delimitado entre 1964 e 1979.

C16011

Paulino de Jesus Francisco Cardoso (orientador), Ticiane

Caldas de Abreu (autora) e Carol Lima de

Carvalho (co-autora)

Comunicação Oral

O ENSINO DE HISTÓRIA DA ÁFRINA EM

DUAS INSTITUIÇÕES

DE ENSINO  SUPERIOR: UMA

ANÁLISE DA DISCIPLINA

HISTÓRIA DA ÁFRICA

História da África, Curso de

História, UNIASSELVI, Lei 10.63903,  Santa

Catarina.

O presente trabalho é fruto do projeto de pesquisa: “O Ensino de Históriada África em Santa Catarina: questões e perspectivas” desenvolvida pelo grupo depesquisa “Multiculturalismo: Estudos Africanos e da Diáspora” vinculado ao Núcleode Estudos Afro-Brasileiros da Universidade do Estado de Santa Catarina(NEAB/UDESC), sob coordenação do Professor Paulino de Jesus FranciscoCardoso. Nesta investigação, por meio do mapeamento e análise dos diferentescomponentes curriculares dos cursos de História (graduação e licenciatura) dasUniversidades Públicas, Comunitárias e Privadas do Estado de Santa Catarina,busca-se construir um diagnóstico do ensino de História da África em SantaCatarina. No presente estudo focamos nosso trabalho na análise de entrevistas comos docentes Graciela Fonchi, do Centro Educacional Leonardo da Vinci(UNIASSELVI) e Francisco Alfredo Braun Neto, da Universidade do Vale do Itajaí –(UNIVALI). Procuramos desvendar aspectos da formação, condições de trabalho,conteúdo ministrado de História de África, enfatizando aspectos historiográficos emetodológicos.

Nome dos Autores/Co-autores/Orientador

Tipo de trabalho

Título do trabalho

Palavras-Chave (3 a 5

palavras)ResumoCódigo

EIXO 16: História da África e da Diáspora III COPENE SUL 2017

VERDE = GRATUIDADE CONCEDIDA �2 Versão: 01 de julho de 2017

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C16013 Maíra Pires Andrade Comunicação Oral

Qual África ensinar? A História das Áfricas nos

relatórios finais de estágio

supervisionado do curso de História da UDESC (2000

– 2015)

História da África; Lei 10.639/03; Racismo

Esta pesquisa tem como objetivo investigar quais são as representações sobre a História das Áfricas e das populações de origem africanas que são apropriadas e expressas pelos estudantes do Curso de graduação em História da UDESC na condição de estagiários na disciplina de Estágio Curricular Supervisionado. Isto é, irei verificar quais os sentidos e abordagens dado a História das Áfricas pelos estudantes na posição de professores em escolas de Educação Básica, buscando perceber como estes se apropriam das orientações da Lei 10.639/03 e quais foram ás mudanças e permanências depois da regulamentação desta normativa. Portanto, minha pesquisa busca compreender as apropriações dos indivíduos em relação a História das Áfricas a partir de dois níveis:  primeiro a apropriação dos alunos da graduação como estagiários e  segundo a apropriação dos estudantes da escola. Para o alcance desses objetivos, utilizarei como fonte histórica os Relatórios finais de estágio da disciplina de Estágio Curricular Supervisionado da UDESC, selecionando uma amostragem de 25 relatórios a partir do recorte temporal de 2000 a 2015. Como aporte teórico usarei autores como Fanon, Quijano e Mbembe para pensar a colonialidade e o racismo na atualidade e Hall para mobilizar o conceito de representação. Nesse aspecto, irei abordar os trechos dos relatórios em que a África ou as populações de origem africana são invisibilizadas, são vistas a partir de um viés eurocêntrico, ou apresentaram uma visão que se direcionava a uma perspectiva positiva e descolonizada em relação a estas populações. Atentarei também nos relatórios executados depois da implementação da Lei 10.639/03 nas novas posturas, conteúdos e categorias que a partir deste marco passam a ser inseridos no Ensino de História. Este artigo é um recorte de uma dissertação em desenvolvimento na UDESC na área de História do Tempo Presente.

Nome dos Autores/Co-autores/Orientador

Tipo de trabalho

Título do trabalho

Palavras-Chave (3 a 5

palavras)ResumoCódigo

EIXO 16: História da África e da Diáspora III COPENE SUL 2017

VERDE = GRATUIDADE CONCEDIDA �3 Versão: 01 de julho de 2017

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Código Nome dos Autores/Co-autores/Orientador

Tipo de trabalho

Título do trabalho

Palavras-Chave (3 a 5

palavras)Resumo

C17003 Taíse Staudt e Vivian Stefany Ribeiro

Comunicação Oral

AS REPRESENTAÇÕES SOBRE A

PRESENÇA HAITIANA A PARTIR DAS MÍDIAS DA

REGIÃO OESTE CATARINENSE

Palavras chave: Representações.

Haitianos. Imigração. Negritude.

Branquitude.

O objetivo desta comunicação é apresentar  uma reflexão inicial sobre as interações sociais envolvendo imigrantes haitianos e brasileiros na região oeste de Santa Catarina a partir do ano de 2011,  por  meio da análise das representações sobre os imigrantes nos meios midiáticos da região. Essa investigação faz parte das atividades do projeto de pesquisa “Negritude e Branquitude: uma análise da integração haitiana no oeste de Santa Catarina” financiado pela FAPESC, que está em andamento e é vinculado ao Núcleo de Estudos Afro-brasileiros e Indígenas (NEABI) na Universidade Federal da Fronteira Sul - Campus Chapecó. Utilizou-se como método de pesquisa levantamento de reportagens e matérias em diversos meios de comunicação do oeste catarinense disponibilizadas online e o mapeamento de comentários de algumas dessas reportagens. O objetivo do levantamento é identificar as representações elaboradas e em disputa sobre a presença haitiana na região oeste catarinense. Por meio dos referenciais teóricos utilizados na pesquisa, que colocam em questão as relações de poder entre grupos (Elias e Scotson, 2000) e observações participantes em espaços de interação entre  brasileiros e haitianos, observou-se que o posicionamento, aceitação, resistência em relação à presença haitiana está condicionada a interesses diversos (empresários, trabalhadores, representantes políticos locais). Por meio desse levantamento pôde-se concluir que há o predomínio no material analisado de representações negativas mediadas por concepções xenófobas e racistas. As constatações obtidas possibilitam perceber como as noções implantadas culturalmente, de branquitude e negritude principalmente, influenciam na maneira em que são constituídas as representações sobre os imigrantes, e a maneira que suas ações e interações sociais são narradas nos meios midiáticos online da região.

C17004 ROBERTO JARDIM DA SILVA

Comunicação Oral

DANÇO LOGO EXISTO, PENSO LOGO EXISTO: DEMOCRACIA

RACIAL OU MITO DA

DEMOCRACIA RACIAL SOB UMA NOVA

CONFIGURAÇÃO NO

PROGRAMA ESQUENTA?

Relações étnico-raciais.

Representação das pessoas

negras na mídia. Mito da

democracia racial.

Branqueamento

O objetivo deste trabalho é analisar a representação das pessoas negras no programa de televisão da Rede Globo, “Esquenta”, verificando se este consegue promover ou motivar reflexões acerca das desigualdades étnico-raciais no Brasil, que vão para além do senso comum (ou reproduzem), pois a falsa ideia de igualdade racial no Brasil é opressora e silenciadora das diferenças sociais causadas pela racialização das relações sociais. Este programa de televisão foi analisado porque a mídia é um importante mecanismo de veiculação e enraizamento da forma como os negros são representados na sociedade brasileira. Para esta análise foram usados os referenciais teóricos Frantz Fanon, Joel Zito de Araújo e Foe Knolo. Parte-se da hipótese de que os estereótipos sobre a população negra estão tão enraizados também nos meios de comunicação, que as tentativas deste programa, cujo objetivo seria romper com a ideia de desigualdade racial (entre outras desigualdades), muitas vezes fracassam, pois, estão permeadas pelas ideias de democracia racial e de branqueamento. A partir da análise concluímos que o programa não promove uma discussão de fato transformadora acerca das relações raciais, pois, não consegue romper com o mito de democracia racial e com a ideia de branqueamento, sendo o rompimento com esses dois paradigmas de construção da sociedade brasileira, condição necessária para se promover uma discussão étnico-racial transformadora acerca das desigualdades raciais no Brasil.

C17005G

Izaque Pereira de Souza, Welington Junior Jorge e Teresa Kazuko Teruya

Comunicação Oral

MÍDIA E NEGRITUDE: O

USO DOS FILMES NA

DESCONSTRUÇÃO DE

ESTEREÓTIPOS

Identidade. Mídia. População

Negra e Educação.

A referência à população negra brasileira ainda se constitui a partir de estereótipos que foram fixados a partir de processos históricos e em sua formação social. Isso porque a cultura eurocêntrica, dada sua condição hegemônica, acaba por colocar a cultura negra em uma condição subalterna desde os tempos da escravidão reduzindo-a a elementos pejorativos ou de pouca expressividade. Ao estigmatizar o outro – neste caso a população negra – se desconsidem suas contribuições para a construção social, econômica, política e cultural do Brasil, reforçando os estereótipos que reforçam e/ou inferiorizam o sujeito, colocando-o em posição de desvantagem e fraqueza o que pode se dar por meio de diversos artefatos, dentre eles os culturais. Dentre os artefatos culturais que nos cercam e contribuem para fixar nossa identidade, podemos citar os filmes. O presente trabalho busca analisar a contribuição dos filmes na desconstrução de estereótipos da população negra bem como as possibilidades de problematizar essas questões nos ambientes escolares por compreendermos os filmes pedagogias culturais que possibilitam essa desconstrução na escola. Partiremos do pressuposto da Lei 10.639/03 (que inclui a obrigatoriedade da História e Cultura Afrobrasileira na rede de ensino) e da Lei 13.006/14 que traz a obrigatoriedade da exibição de filmes de produção nacional no componente curricular complementando a integração da proposta pedagógica da escola. Assim, analisaremos a contribuição dos filmes na identidade da população negra na perspectiva dos Estudos Culturais, tendo como referencial teórico Tomaz Tadeu da Silva (2014), Kathryn Woodward (2014), Stuart Hall (2003; 2014; 2015), Douglas Kellner (2001), Elí Fabris (2008), Elizabeth Ellsworth (2001) e Zygmunt Bauman (2005).

C17006 CLARICE FORTUNATO ARAUJO

Comunicação Oral

MULHERES NEGRAS NA

MÍDIA: INVISIBILIDADE, ESTEREÓTIPOS

E EMPODERAMEN

TO

MULHER NEGRA. MÍDIA. ESTEREÓTIPO. EMPODERAME

NTO

O nosso passado é racista, sexista e elitista. À vista dessas idiossincrasias, as relações sociais pautadas por essa cultura reverberam na história de todos nós, direta ou indiretamente. Nesta perspectiva, a proposta deste trabalho é discutir a escassa presença de mulheres negras na mídia, refletir sobre a gênese desta exclusão, estritamente vinculada à manutenção compulsória de padrões estéticos elitistas. Neste mesmo paradigma, é preciso destacar que os meios de comunicação moldam a memória pública/social. Na sua tessitura, vida, cultura e arte estão ligadas por um mesmo fio condutor, de forma que, retoricamente ambos se entrelaçam. É neste sentido que se entende o papel dos veículos de comunicação para a manutenção de opressões sociais. Precisamente, no Brasil, o racismo midiático fica evidente quando observamos o seguinte paradoxo: a população brasileira é majoritariamente negra e a população representada na mídia é predominantemente caucasiana. As discussões propostas serão fundamentadas na perspectiva da teoria pós-colonial porque tais estudos buscam entender os efeitos da colonização que marcaram, de forma distinta, tanto colonizador como colonizado; em outras palavras, a crítica pós-colonial propõe uma perspectiva de escrita contra-hegemônica, de resistência aos modelos universalizantes. Com isso, pretende fortalecer as políticas de emancipação das literaturas dos povos oriundos do processo de colonização. Apesar da condição de opressão histórica, as mulheres negras, incansavelmente, protestaram por igualdade de direitos, mesmo tendo seu grito silente.  Outrossim, paulatinamente, estas mulheres optaram por se associar para transformar a dor da opressão em luta política. Por fim, as reflexões propostas são de extrema importância para o avanço das estratégias políticas que visam reparar a grande distância socioeconômica entre brancos e negros no Brasil, sobretudo da mulher negra, que está nas esferas mais baixa da pirâmide social.

Código

EIXO 17: Mídia e negritude III COPENE SUL 2017

VERDE = GRATUIDADE CONCEDIDA �1 Versão: 01 de julho de 2017

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C17007 Deivison Moacir Cezar de Campos

Comunicação Oral

Na batida da diáspora: uma

análise midiática da chegada do Rap na black

music brasileira

Black Music; Rap;

Materialidades da Comunicação;

insolência.

O artigo investiga os elementos insolentes e algumas propriedades materiais de músicas gravadas no período em que o Rap insere-se como referente da atualização da chamada Black Music brasileira. Os objetos empíricos são as músicas Mas que linda estás, gravada pelo grupo Black Júnior (1982), e Nome de Menina, do rapper Pepeu (1989), propostas aqui como marcos reflexivos desse período e do processo de tradução do Rap. As duas músicas foram produzidas para as pistas de dança e demonstram a transição entre o Soul e o Rap. O estudo das materialidades aponta para as marcas de gênero e de produção das gravações, avançando nas indicações de circulação e consumo (JANOTTI JR., 2008). Apesar de compartilharem o endereçamento, as marcas e condições de produção das gravações afetam sua potência estética e política. Os códigos do afro estão presentes de maneira diferente nas gravações, o que abre espaço para uma leitura insolente, que se trata de um modelo heurístico a partir da noção de duplo (CAMPOS, 2016). O modelo está em desenvolvimento na pesquisa em que este estudo está inserido e baseia-se nos africanismos que constituem as culturas afro-atlânticas. Possui, desta maneira, potência descolonizadora, ou seja, consiste numa crítica à modernidade racialista que leva em consideração a memória e a experiência dos povos discriminados (FANON, 2005).

C17009 Gioconda Ghiggi Comunicação Oral

RELAÇÕES RACIAIS NOS LIVROS DOS

CURSOS TÉCNICOS NA MODALIDADE A

DISTÂNCIA

Relações Raciais, Material

didático, Educação a

distância, Cursos Técnicos

Os livros se constituem como uma das mídias mais utilizadas na modalidade a distância (ABRAEAD, 2008) e são importantes na mediação do processo de aprendizagem. Considerando tal relevância o presente trabalho discute as relações étnico-raciais nas iconografias dos materiais didáticos, mais especificamente nos livros digitais, que servem de suporte para os/as estudantes na modalidade a distância. O objetivo desta pesquisa foi analisar as relações étnico-raciais nas imagens presentes em quatro livros de quatro componentes curriculares dos cursos técnicos, subsequentes, na modalidade a distância, ofertados pelo Instituto Federal do Paraná. Compreendemos a necessidade de tal discussão, visto os documentos legais (Lei nº 9.394/1996, Resolução CNE nº 06/2012, Resolução CNE/CP nº 01/2004) e a importância da inclusão da temática racial na educação como uma das formas de combate às situações de discriminação presentes, tanto nas instituições educacionais, quanto na sociedade brasileira. As principais referências utilizadas foram as pesquisas de Muller (2015), Rosemberger et al. (2003), Pacífico (2011) e Silva (2008). Para a pesquisa utilizamos a seguinte metodologia: analisamos os livros e contabilizamos as imagens que apresentavam alguma forma ou traços humanísticos, que foram classificadas nas categorias cor-raça e sexo, também foram considerados os contextos onde estas representações estavam inseridas. Entre as conclusões alcançadas, com base nos dados levantados, temos a pouca representação imagética de negros e negras nos quatro livros analisados. Avaliamos a necessidade de mais investimento, sobre a temática das relações étnico-raciais, na formação e orientação dos/as envolvidos/as no processo de elaboração dos materiais (os/as professores/as conteudistas, os/as responsáveis pela iconografia, os/as responsáveis pelo desenho educacional, entre outros).

P17001 Cíntia Mara da Luz PôsterCampanha -

Pretinhosidades : Santa Cruz

também é negra

mídia, racismo, infância,

A autoafirmação do sujeito negro, gerando um sentimento de pertencimento e empoderamento é uma das ferramentas, utilizadas pelos movimentos e agente socais para combater o racismo. A campanha intitulada “Pretinhosidades”, tem como slogan “Santa Cruz também é Negra” foi lançada em julho de 2016, na cidade de Santa Cruz do Sul, que é conhecida no estado gaúcho como como um dos principais locais de imigração alemã, vem de encontro a esta autoafirmação, empoderamento e pertencimento da comunidade negra local, que ajudou a construir a cidade e não se sente representada na mídia local. A invisibilidade do negro é o mecanismo mais eficaz de perpetuação do racismo no Brasil, a não documentação da representatividade do negro é uma técnica de manter esta inviabilidade. O projeto foi construído por negras e negros de Santa Cruz, em movimento autônomo, com a participação de parceiras não negras que atuam cotidianamente na luta contra o racismo e a discriminação a fim de sensibilizar a comunidade de Santa Cruz do Sul sobre o quanto as nossas crianças estão ausentes dos espaços de projeção e visibilidade. A campanha visava ressaltar a importância da marcante presença de estereótipos, que colocam os descendentes germânicos como um ideal a ser alcançado, coloca, consequentemente, os indivíduos que não se enquadram em um patamar de tratamento (institucional ou pessoal) como de segunda classe. Sendo, “as crianças negras e brancas, neste contexto, cotidianamente expostas a estes padrões e “aprendem”, deste cedo, quem é digno e quem não; quem é belo e que não é, qual cabelo “é bom” e qual cabelo “é ruim”. O movimento negro motivados pelo fato de que as representações de beleza, sucesso e inteligência são quase sempre vinculadas a modelos e padrões que remetem a herança dos imigrantes europeus na cidade, criou a campanha reação a estes padrões impostos.

P17002Suelen Amorim Ferreira, Shandi Gomes Sant´Ana e

Eliane DebusPôster

O Boletim ABIODUM: uma contribuição para

Educação das Relações Étnico-Raciais no PET de Pedagogia/

UFSC

Abiodum, Educação das

relações étnico-raciais, PET Pedagogia

O boletim Abiodum teve seu primeiro número publicado e publicizado (formato impresso e digital) no ano de 2011, de lá para cá circularam 8 edições (última em 2015), retomando suas atividades no ano de 2017. O nome do Boletim, de origem ganesa, significa “nascido em tempo de guerra” e  com ele se busca evocar a força da coletividade e a necessária ação de trazer para o cenário de debate a presença dos povos negros e indígenas; na logo, os traços de fundo, grafismo, criados por distintos grupos dos continentes sul-americanos e africano e a forma, uma esfera como movimento, que se “abre” em um espaço para acolhida. O boletim é uma realização do subgrupo Educação das Relações Étnico-Raciais, do PET de Pedagogia/UFSC. Ele congrega em suas páginas sínteses de pesquisas, entrevistas com educadora(e)s, sugestões de filmes, músicas e livros com foco na temática da cultura africana e afro-brasileira e indígena. Para a sua produção e divulgação são utilizados meios Eletrônicos e impressos. Nós, do PET/Pedagogia, como membros de uma comunidade acadêmica, voltada para a educação, nos preocupamos com a promoção,  reconhecimento e valorização da identidade, da cultura e da História de grupos humanos que historicamente são relegados a um plano inferior na hierarquia social.Desse modo, com as diferentes edições deste boletim pretendemos expressar nossa intenção em intervir no contexto social, pela reflexão na universidade, nas escolas de Educação Básica, na comunidade e em tantos outros espaços da coletividade, sobre a figura diversa dos seres humanos, com suas construções plurais e ao mesmo tempo tão singulares.

Nome dos Autores/Co-autores/Orientador

Tipo de trabalho

Título do trabalho

Palavras-Chave (3 a 5

palavras)ResumoCódigo

EIXO 17: Mídia e negritude III COPENE SUL 2017

VERDE = GRATUIDADE CONCEDIDA �2 Versão: 01 de julho de 2017

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Código Nome dos Autores/Co-autores/Orientador

Tipo de trabalho

Título do trabalho

Palavras-Chave (3 a 5

palavras)Resumo

C19003Juliana Zacarias e

Orientadora: Angela Maria de Souza

Comunicação Oral

Mediação Cultural, artes e

danças afro/africanas: através

de um olhar periférico

contemporâneo.

Empoderamento, mulher negra,

mediação cultural,

performances.

Através das ferramentas das "letras-artes e mediação cultural" na região da fronteira, empoderei a mim e outros corpos, por meio de encontros com a dança e cultura de Guiné Conacri localizada no oeste africano, com o projeto do programa "Mais Cultura nas Universidades", intitulado " Entendimento e prática da História, ritmos e danças afro- latinas e afro-caribenhas", pensado e projetado para dialogar de forma artística na luta contra o racismo. O memorial descritivo proposto aqui mostra os registros de produções que trazem em seus conteúdos, um diálogo com as artes de populações que expressam elementos culturais dos povos negros que segue na resistência como: canto, mitos, simbologias, cenas, cortes, performances, curtas e recitais. O trabalho é o registro da trajetória e da formação de uma mediadora cultural negra, seus desafios, êxitos e avanços alcançados de forma coletiva, através de métodos renovadores.  As oportunidades nos espaços de poder são historicamente negadas a população negra, especialmente a mulher negra. Nesse sentido, a presença e atuação da mulher negra, enquanto mediadora cultural age na desconstrução e no combate a esses esteriótipos, que em suas ressignificações, criam paralelos e diálogos com a comunidade negra e não negra da cidade. Atuando na quebra de paradigmas instaurados na formação das sociedades desde o período colonial, onde historicamente e majoritariamente, o branco tem usufruído das capacidades de agir e pensar sobre o bem estar e viver dos privilegiados "cidadãos de bem". O intuito desse trabalho vai mais além, quando se propõe a prática da cultura negra como forma de dizer não as repreções, a morte ou prisão de jovens negros dá periferia, a mudança do quadro de que " preta serve somente para ocupar os pequenos cargos", em contra partida a superação e o autoconhecimento.

C19004Cauane Gabriel Azevedo

Maia (autora) e Miriam Hartung (orientadora)

Comunicação Oral

O Protagonismo das Mulheres Negras em

Florianópolis: Uma Análise Através do Conceito de

Intersecção entre Raça e Gênero

Mulher Negra; Raça; Gênero;

Interseccionalidade.

O objetivo da pesquisa é discutir o protagonismo das mulheres negras em Florianópolis através das narrativas das residentes do Morro do Monte Serrat, localizado na região central da cidade, por meio da análise interseccional de raça e gênero. A intenção é, também, amparar a pesquisa em epistemes desenvolvidas por intelectuais negras, especialmente, provocando o deslocamento da perspectiva eurocêntrica e colonial, colocando as  residentes da comunidade  no centro do debate, uma vez que são sistematicamente negligenciadas pelas estruturas sociais e institucionais. A evidência do contexto histórico em que surge o conceito de interseccionalidade e de que modo se desenvolve no Brasil, elucidando as contribuições teóricas acerca da temática e como contribuem para compreender o cenário das mulheres negras no país, uma vez que os indicadores socioeconômicos desta população sugerem os reflexos da dominação ocidental eurocêntrica ao longo dos séculos se reelaborando por meio do racismo, machismo, patriarcado e heterossexismo.

P19001Jade Alcântara Lôbo e

Orientadora: Angela Souza

PôsterNa fronteira:

Mulheres Negras nas Artes

mulheres negras; negritude; produção

artístico-cultural; etnografia

Na fronteira: Mulheres Negras nas Artes,é uma Pesquisa de Iniciação Científica que ultrapassa os limites do Estados-nação, buscando refletir sobre as populações afrodescendentes nos espaços de fronteira, a partir da cidade de Foz de Iguaçu nas relações estabelecidas com as cidades de Ciudad del Este - Paraguai e de Puerto Yguazú – Argentina. A mulher negra na/da fronteira, possui papel político que marca as ações da população negra na região e a partir desta perspectiva pretende-se especificar este olhar da pesquisa em direção às distintas formas de atuação destas mulheres, especificamente na produção artístico-cultural compreendendo o processo de atuação destas para a construção de seu posicionamento enquanto mulheres negras na região. A primeira parte do projeto foi de pesquisa bibliográfica sobre negritude, mulheres negras, arte e educação (Gonzales, 1983, Hooks, 2008, Gomes, 1996, Davis, 1981, etc). Em seguida, através do método etnográfico, buscou-se os primeiros contatos com as mulheres negras da região, a partir de seus espaços de atuações. Percebendo a situação de falta de apoio em que vivem estas artistas, a proposta é estabelecer uma relação mais aproximada destas mulheres com os espaços de educação - escolas da periferia da cidade. Para isso, as ações estão sendo realizadas no Colégio Estadual Arnaldo Busatto, buscando atuar no empoderamento das estudantes negras artistas.

P19002Djiovanni Jonas França Marioto e Julio Corcino Rodrigues Mota Junior

Pôster

Olhar colonial: Contribuições da

antropologia Afrocentrica sobre

o fazer antropológico no

brasil

Antropologia colonial,

Descolonização da antropologia, Afrocentrismo,

Educação, Antropologia

Africana

Esse estudo se refere a uma descolonização do saber dentro da UFPR, mas especificamente dentro da antropologia. Para com isso quebrarmos as barreiras do saber eurocentrado dentro da academia, trazendo autores africanos, invisibilizados a partir de uma história singular. O local dos autores Africanos dentro das leituras obrigatórias, contidas tanto nas matérias obrigatórias como optativas se tornaria o problema empírico de pesquisa, o problema teórico de pesquisa se encontra na formação eurocêntrica da antropologia, e a partir disso como poderíamos pensar em uma contribuição de autores Afrocentrados para a constituição do olhar antropológico. Concomitante ao problema traz-se os objetivos gerais pretendidos alcançar com esse estudo, o qual, seria levantar a discussão sobre a formação eurocêntrica da antropologia na UFPR através dos autores africanos ausentes nas disciplinas, propondo um novo olhar para o ensino da antropologia, em conjunto com a ressignificação do papel da África (saindo de objeto, para se tornar sujeito). Após a definição dos objetivos pode-se traçar o método central de análise, o qual, gira entorno da verificação do currículo e das matérias ofertadas no curso de antropologia nessa faculdade, tentando encontrar disciplinas sobre a África, ou textos com autores africanos dentro dos planos de aula montados para cada mateira, tudo isso feito a partir de uma verificação minuciosa e uma posterior tabulação e análise quantitativa a partir de variáveis estatísticas. Logo após essa verificação iniciara uma segunda fase do projeto, que seria a parte qualitativa, pensando como esses antropólogos afrocentricos poderiam realmente contribuir para uma formação mais plural e menos colonial da antropologia.

Código

EIXO 19: Pretas e Pretos nas encruzilhadas da antropologia III COPENE SUL 2017

VERDE = GRATUIDADE CONCEDIDA �1 Versão: 01 de julho de 2017

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P19003 Amanda Medeiros Oliveira Pôster

Trançando experiências:

autoetnografia, escrevivências,

de(s)colonização e Antropologia

autoetnografia, descolonização, feminismo negro, relações raciais,

antropologia

Neste trabalho reflito acerca do pensamento de feministas negras afro-diaspóricas antropólogas e não-antropólogas para pensar a autoetnografia enquanto abordagem teórico-metodológica de(s)colonizadora que desestabiliza certezas de uma supremacia branca-patriarcal-colonialista-ocidental-capitalista presentes na Antropologia e possibilita escrevivenciar um ser no mundo além do experenciado por antropólogos/as branco/as. Os estudos das relações raciais são marcados por um pensamento de pesquisadores/as brancos/as em relação ao que eles/as entendem ser como “o problema do negro”, e isso não é diferente no que diz respeito a Antropologia. No contexto brasileiro, a Antropologia foi institucionalizada por acadêmicos/as brancos/as enquanto uma antropologia feita “em casa”, ou seja, construiu o/a Outro/a no próprio contexto nacional, pesquisando principalmente populações indígenas e negras.  Ao romper com a suposta neutralidade, a autoetnografia permite a possibilidade de se produzir um conhecimento que não ignora a experiência de vida da/o antropóloga/o, mas assume enquanto realidade epistêmica. Essa produção de conhecimento não é dissociada de ramificações políticas, mas sim um compromisso de quem é “sangue do sangue e a carne da carne daqueles que vivem sob o Véu”.

Nome dos Autores/Co-autores/Orientador

Tipo de trabalho

Título do trabalho

Palavras-Chave (3 a 5

palavras)ResumoCódigo

EIXO 19: Pretas e Pretos nas encruzilhadas da antropologia III COPENE SUL 2017

VERDE = GRATUIDADE CONCEDIDA �2 Versão: 01 de julho de 2017

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Código Nome dos Autores/Co-autores/Orientador

Tipo de trabalho

Título do trabalho

Palavras-Chave (3 a 5

palavras)Resumo

C20001 Antonio Donizeti Fernandes

Comunicação Oral

“A FERIDA ABERTA DO

TALHO FUNDO NA CARNE DO

MAPA QUE SEPARA

AMÉRICAS E ÁFRICA”:

TELEOLOGISMO E MANUTENÇÃO

DA ORDEM SOCIAL

ensino-aprendizagem;

desafricanização; reafricanização; eurocentrismo, afrocentricidade

Conforme mostra a história das relações étnico-raciais e de classes sociais, a herança africana que guardamos em cada um de nós por nos apresentar tão familiar e resistente, dado os nossos gestos, sentimentos estéticos e maneiras de ser e de viver. Mesmo com as políticas em favor da vinda de imigrantes europeus; desafricanização dos costumes e higienização social das províncias no final do século XIX. Ainda assim essas medidas do Estado, não fariam secar “a ferida aberta do talho fundo na carne do mapa que separa Américas e África”. O processo mais longo da história do Brasil, advindo com o escravismo, marcaria a nossa formação e o nosso entendimento enquanto comunidade imaginada a partir do modelo de subalternização e das contradições próprias das relações de produção mantidas pelas desigualdades e hierarquizações definidas conforme o fenótipo das pessoas ocupadas nesse processo. Daí entender-se e não causar estranheza essas referências, de há muito, tidas como práticas regulatórias e de uso comum, tanto em nossa navegação social como em nosso ensino-aprendizagem. A partir da ideia de resgate das ciências humanas e das humanidades através das perspectivas africanas, apresento aqui revisão de leitura buscando dar entendimento à crítica ao eurocentrismo tendo em conta as questões relativas aos conceitos de afrocentricidade e de colonização do saber das ciências sociais. Retomo, em específico, a crítica ao teleologismo e sua presença nas ciências sociais, bem como a ideia de manutenção da ordem social como juízo de valor na tentativa de marginalização da história e da diáspora africana.

C20002G

Ana Paula Martins e Orientador: Sérgio Luis do

NascimentoComunicação

Oral

A construção do pensamento

eurocentrado e a (in)visibilidade da Filosofia Africana

(in)visibilidade, filosofia africana,

Ubuntu, pensamento

eurocentrado.

O assunto abordado neste trabalho consiste na (in)visibilidade da Filosofia Africana. Esta (in)visibilidade pode ser vista como uma consequência do desenvolvimento da filosofia predominantemente eurocêntrica e que é muito presente no ambiente acadêmico e uma herança do período escravista, cujos negros não eram visto como seres humanos dotados de razão. A partir dessa problemática, será explorado como se desenvolveu o pensamento eurocentrado e como isso se perpetuou como padrão dentro da filosofia, delimitando como filosofia apenas teorias que se enquadram neste padrão europeu consolidado. O objetivo consiste, primeiramente, em sanar a dúvida sobre a existência da Filosofia Africana, a começar com uma breve apresentação da existência de uma Mitologia Africana, posteriormente será exposto sua estrutura filosófica e a legitimidade do estudo do pensamento filosófico africano, e por fim, a Filosofia e Ética Ubuntu, evidenciada por Mogobe B. Ramose. A análise da (in)visibilidade da Filosofia Africana será feita a partir de um recorte teórico do George Wilhelm Friedrich Hegel, filósofo alemão muito influente na filosofia. Hegel também deu sua contribuição para que a filosofia se desenvolvesse apenas com base nos ideais do continente europeu, negligenciando tanto a filosofia africana como toda a cultura do povo negro. A pluralidade de correntes filosóficas devem ser preservadas e explicitadas no ambiente acadêmico e também escolar, para que assim, a forte estrutura europeia presente desde os primórdios da filosofia, possa ser desconstruída, abrindo portas para outras manifestações de pensamentos, na medida em que a filosofia tem como significado amor a sabedoria e a Filosofia Africana, em específico, a Ubuntu também é uma forma de sabedoria. Portanto não há motivos explícitos para que essa corrente continue esquecida.

C20003 Cristiane Mare da Silva Comunicação Oral

A POÉTICA DA ESPERANÇA:

SENTIDOS POLÍTICOS NAS MEMÓRIAS DE

NELSON MANDELA

Memória, Biografia, África do Sul, Nelson

Mandela,e Políticas

decoloniais.

O estudo que ora apresento desenvolveu-se no Programa de Pós-Graduação em História, da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo e tem por objeto textos biográficos e autobiográficos do sul africano Nelson Mandela, que nos permitem apreender momentos e enunciados, orientadores da luta pela igualdade, do exercício da tolerância e a defesa dos direitos humanos, não apenas na África do Sul, mas por toda parte onde existam conflitos raciais e coloniais inerentes à enxpansão do Hemisfério Ocidental. Interessa-me, particularmente, identificar as táticas e caminhos discursivos construídos nas narrativas biográficas nas representações de Nelson Mandela. As obras apresentadas são: Mandela A luta é a minha vida, organizado pelo Fundo Internacional de Defesa e Auxílio de 1989, a primeira edição é de 1978 em inglês; Mandela Retrato Autorizado, 2007; Os Caminhos de Mandela Lições de vida, amor e coragem, 2010, cujo autor é Richard Stengel; Mandela: Conversas que tive Comigo, 2010 Fundação Nelson Mandela; Nelson Mandela Longa Caminhada até a Liberdade, 2012 (autobiografia), apreendendo Mandela em suas tradições sul-africanas. Por meio da leitura de autores como Franz Fanon, Achille Mbembe, Hampaté Bá, Anibal Quijano, Jeanne Marie Gagnebin e Sabina Loriga, procuramos compreender como Madiba, por meio de uma releitura de suas tradições, inventou um fazer político que tornou possível a transição do Regime do Apartheid para Democracia na África do Sul. O problema que elaborei como estruturante para o trabalho remete ao que a África tem a nos ensinar na produção de vias políticas decoloniais, em especial através da experiência do líder sul-africano Nelson Mandela em suas práticas governamentais.

C20005 Ivo Pereira de Queiroz Comunicação Oral

FANON E ANCESTRALIDADE AFRICANA:

SINAIS DE APROXIMAÇÕES

estralidade. Cosmovisão

Africana. Fanon. Territórios Negros.

A presente reflexão ocupa-se com este problema: o engajamento de Fanon no processo revolucionário anti-colonial, na África, significou também uma incorporação da Ancestralidade Africana? Com efeito, o tema da Ancestralidade ocupa um lugar de destaque nas diversas lutas de enfrentamento do racismo. Ora, a intenção de incluir Fanon neste debate se justifica devido à relevância daquele pensador para o aprofundamento da consciência negra e a superação do racismo no tempo presente. Contudo, observa-se que, devido à sua formação intelectual no contexto francês e a militância no processo de libertação da Argélia e outros países africanos, abre margem ao debate acerca da intervenção dele naqueles processos, onde a dúvida alterna-se entre a possibilidade de Fanon operar europeizando a realidade africana com que se defrontava e/ou se o contato direto com a realidade dos povos o teriam levado a africanizar o teor de suas teses. Respeitadas as limitações desta comunicação, o objetivo geral do trabalho consiste em discutir se Fanon teria recebido alguma influência da Ancestralidade Africana. O texto produz um levantamento de sistematizações do conceito de ancestralidade africana a partir do conceito de Ancestralidade, de Eduardo Davi de Oliveira, da ideia de Quilombismo, exposta por Abdias Nascimento, da reflexão sobre Africanidades, comunicada por José Carlos Gomes dos Anjos, bem como o conceito de Afroperspectividade, apresentado por Renato Noguera e também a noção de Territórios Negros, conforme tese de 1996, apresentada ao XII Congresso Nacional do Movimento Negro Unificado – MNU. A partir destes aportes, serão identificados os elementos comuns à Ancestralidade Africana neles contidos, para, em outro momento, analisar alguns escritos de Fanon, dentre eles, Os Condenados da Terra, em busca de aproximações.

Código

EIXO 20: Filosofia africana e o pensamento da afrodiáspora III COPENE SUL 2017

VERDE = GRATUIDADE CONCEDIDA �1 Versão: 01 de julho de 2017

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C20006Abel Ribeiro dos Santos - co-autor e Ivo Pereira

de Queiroz - autorComunicação

OralFANON, ÁFRICA

E O SER HUMANO

África. Colonialismo.

Fanon. Libertação. Ser

humano

O presente estudo tem este problema como guia: a partir do engajamento revolucionário, qual a percepção de Fanon sobre África e o ser humano? A argumentação contextualiza a chegada de Fanon na Argélia, para exercer as funções de psiquiatra no hospital de Blida-Joinvile, após completar os estudos superiores na França. Passados três anos de dedicação aos pacientes do hospital, Fanon demitiu-se do cargo e se engajou na luta revolucionária, tornando-se membro ativo da Frente de Libertação Nacional (FLN). Desde então, produziu variados textos nos quais foi tecendo uma percepção da África e do ser humano. O objetivo deste trabalho é identificar em textos do livro Em defesa da revolução africana a visão de Fanon sobre a África e o ser humano. Desde o período de atuação no hospital de Blida-Joinvile, quando passou a tomar conhecimento da realidade vivida do povo argelino, duramente atingido pelo brutal colonialismo francês, Fanon experimentou a dialética do processo militante, onde teoria e ação corrigem-se reciprocamente. Neste sentido, parte-se do pressuposto de que assim como influenciou à militância argelina e de outros países africanos em luta libertadora, Fanon foi influenciado pelo relacionamento com pessoas naqueles enfrentamentos. Consequentemente, os textos que escreveu no calor da luta expressavam muito daquilo que constituía a dinâmica da conquista da liberdade. Portanto, a reflexão contida neste trabalho cuidará de recolher algumas sínteses elaboradas por Fanon, particularmente naquilo que se refiria à África e ao ser humano. O procedimento metodológico dar-se-á pela pesquisa bibliográfica. Os textos selecionados serão considerados na perspectiva histórica e passarão por uma análise discursiva. À imitação do procedimento de Fanon em sua escrita, num primeiro momento, levanta-se o problema a ser examinado, em seguida descreve-se o fenômeno, identificando os elementos factuais que permitam compreender o foco da discussão. Posteriormente, submete-se o conteúdo a análise. As inferências recebem destaques ao final. Portando, do ponto de vista metodológico, expõe-se o fenômeno para, adiante, analisar a matéria e se inferir o conceito.

C20009 Sergio Luis do Nascimento

Comunicação Oral

SOBRE TEORIAS DE RAÇA NO

PENSAMENTO SOCIAL

ruptura - Ideologia - Racismo

O presente artigo utiliza as estratégias ideológicas de Thompson (1995) ajudam na  construção simbólica que políticos e intelectuais lançaram sobre a marcha civilizatória tendo como referencial a Europa frente ao continente africano e aos seus descendentes considerados por esses como “incivilizados sem história”. Como ferramenta de apoio nesse artigo utilizaremos o conceito de legado sobre como a nossa elite de intelectuais e de políticos substanciou uma ideia de nação e uma construção da identidade nacional que negava a contribuição e a herança dos africanos e de seus descendentes da diáspora. O conceito de ruptura da continuidade aborda em que medida e circunstancias o signo desse imaginário permanece no constructo social que atribui aos descendentes do continente africano não possuírem anterioridade histórica.

Nome dos Autores/Co-autores/Orientador

Tipo de trabalho

Título do trabalho

Palavras-Chave (3 a 5

palavras)ResumoCódigo

EIXO 20: Filosofia africana e o pensamento da afrodiáspora III COPENE SUL 2017

VERDE = GRATUIDADE CONCEDIDA �2 Versão: 01 de julho de 2017

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CódigoNome das/dos

proponentes da Oficina

Título da Oficina Apresentação da Oficina Objetivos da Oficina Conteúdos da Oficina Metodologia da Oficina

OF001

Tatiana Valentin Mina Bernardes, Zâmbia Osório

e Eliane Santana Dias

Debus

BONECAS ABAYOMIS:

UMA HISTÓRIA DE TRADIÇÃO, RESISTÊNCIA E

FEMINISMO NEGRO

Intenciona desenvolver com o grupo de participantes ações voltadas ao conhecimento de diferentes histórias relacionadas á literatura de temática africana e afro-brasileira, em particular aquelas que tem a representação feminina.

A proposta consiste em dialogar as possibilidades que os livros de literatura de temática africana e afro-brasileira e a leitura literária podem apresentar para a promoção de ações afirmativas e ampliação de propostas antirracistas nas Instituições de Educação.

A finalidade é retomar este cenário de tradição, resistência e força da mulher negra e apresentar possibilidades para a leitura de diferentes histórias às crianças de diversas idades e permitir a (re) construção da memória e das identidades, e a valorização da diversidade cultural e histórica do povo brasileiro. A Diversificação e ampliação de propostas e ações para desenvolver com as crianças na escola favorecem a conscientização e o conhecimento de outras histórias sobre nossa cultura, que na nossa visão é fundamental para o trabalho didático–pedagógico que atravessa os caminhos da História, da Literatura e do Conhecimento.

Iniciaremos a oficina com a leitura de algumas narrativas e posteriormente faremos algumas problematizações em relação à importância da literatura para o conhecimento de diferentes culturas e histórias, e na promoção de debates e questionamentos contra o racismo. Em seguida proporemos à confecção das bonecas Abayomis, a construção das bonecas se constitui de um trabalho artesanal, com pedaços de tecidos pretos e colorido, o brinquedo se forma a partir de nós e tranças, as amarrações são feitas sem costura e não há demarcação da face (olhos, nariz e boca) para demarcar o reconhecimento das diversas etnias africanas. As Abayomis são bonecas-brinquedo que eram confeccionadas pelas mulheres na época da travessia de negras e negros escravizados do continente africano para o Brasil e serviam para acalmar as crianças.

OF002

Joseane Pinho Corrêa, Danuza

Meneghello, Valmir Ari Brito e

Edson Sioff

Capoeira na Roda e na Vida: Fundamentos da Capoeira Angola

Palmares de Mestre Nô

A origem da Capoeira é afro-brasileira. Foi criada pelos descendentes africanos num contexto sócio-político-econômico brasileiro. Nasceu como desejo e luta pela liberdade dos negros cativos no Brasil Colônia, que viviam sob um regime de escravidão intenso e que fizeram do corpo sua arma para superar a condição de oprimido (AREIAS, 1983).A Capoeira permaneceu viva durante toda a história brasileira graças aos mestres e seus discípulos, mesmo no período em que foi proibida esteve presente nas ruas, terreiros, quintais, largos e praças, encantando e cantando a história de sofrimentos e alegrias do mundo oprimido. Narrando a história que os livros didáticos tentaram apagar, mas que permaneceu viva no coro, nas rodas, ao som do atabaque e do berimbau.Podemos denominar a capoeira como uma manifestação cultural afro-brasileira. A capoeira possui vários sentidos e significados, uma filosofia de vida. Na medida que os capoeiras conhecem mais a sua história, estes percebem-se na sociedade e têm uma consciência mais crítica em relação a mesma. A capoeira, uma manifestação cultural que se caracteriza por suas múltiplas dimensões, é ao mesmo tempo dança, luta e jogo. Dessa forma, mantém ligações com práticas de sociedades tradicionais, nas quais não havia a separação das habilidades nas suas celebrações, característica inerente à sociedade moderna. Ainda que alguns praticantes deem prioridade ora à sua face cultural, a seus aspectos musicais e rituais, ora à sua face esportiva, à luta e à ginástica corporal, a dimensão múltipla não é deixada de lado. Em todas as práticas atuais de capoeira, permanecem coexistindo a orquestração musical, a dança, os golpes, o jogo, embora o enfoque dado se diferencie de acordo com a singularidade de cada vertente, mestre ou grupo. (BRASIL, 2014, p.19).Aprender a capoeira é conhecer a história de um povo, de quem sofreu a opressão. É lutar na roda e na vida por uma sociedade mais justa. Seu ensino é uma ferramenta poderosa na educação popular, fortalecendo ainda mais o sentido político dessa arte-jogo-luta de resistência. Como sujeitos da história e criadores da nossa cultura, é possível romper com o processo de descaracterização que a capoeira vem sofrendo, aceitando a concepção de que é uma manifestação cultural afro-brasileira de grande expressão e capacidade de transformação social.

Difundir a Capoeira, sua filosofia, história e prática, enquanto manifestação cultural afro-brasileira, dentro de uma perspectiva de resgate às suas raízes, para o rompimento do processo de descaracterização cultural que vem sofrendo.

Fundamento da Capoeira: história, movimentos básicos, jogo, música, instrumentos musicais, roda e filosofia.

Aula prática e teórica sobre os fundamentos da capoeira.

OF004 Jesse da Cruz Dança Popular Brasileira

Trabalho em relação a cultura afro-indigena por meio da corporeidade, resgatando as bases e movimentações raizes associado a contemporaneidade, fomentando e valorizando a cultura popular brasileira.

1 - Aproximar a dança popular brasileira na comunidade; 2 - Desmestificar através do corpo ações e informações embraquecida; 3 - Resgatar a sintonia e diálogo das ações corporais; 4 - Fomentar a cultura popular Brasileira

Dança Afro; Carimbó; Lundu;

Oficina prática de dança: 1 - Aquecimento com movimentos pelvicos e contrações; 2 - Ritual de chegancia; 3 - Bases Indigenas para Carimbó; 4 - Conto do BOTO (Lundu).Apropriação do movimento;Estudo da corporeidade; Relação (chão, música e corpo)

OF006

Isabel Cristina Ribeiro Rosa, Edson Arantes

Santos Pereira e Marcelo Luiz

Percussão ARAMEFÁ

O grupo Ojinjé entende que o patrimônio cultural afro-brasileiro é elemento primordial de sua identidade e da diversidade cultural, podendo também se tornar importante fator de desenvolvimento sustentável, de promoção do bem-estar social, de participação e de cidadania. Nesta perspectiva, traz a oficina denominada “Percussão ARAMEFÁ”, que tem como prerrogativa valorizar a cultura afro-brasileira como o conjunto de manifestações culturais do Brasil, por serem estas invisibilizadas e desvalorizadas enquanto cultura, devido ao racismo enraizado na sociedade brasileira. Ademais, consiste na realização de oficina cultural de ritmos tradicionais afro-brasileiros com canto e percussão, por meio  dos principais símbolos da cultura afro-brasileira que caminha por diferentes meios sociais, possibilitando o fortalecimento das tradições de Matriz Africana, e assim contribuir para a superação de práticas racistas e de discriminação.

Preservar e valorizar a cultura afro-brasileira por meio do resgate do valor da herança cultural associados à música, à dança e à arte ampliando as oportunidades para as pessoas que compõem a diversidade e resgatando o acervo imaterial de cultura brasileira;Realizar oficinas de ritmos musicais tradicionais afro-brasileiros que tenham como desdobramento o alcance social necessário aos seguimentos em situação vulnerável construindo com os alunos instrumentos percussivos utilizados nos ritmos tradicionais brasileiros preservando assim a identidade cultural;Através da música, possibilitar também por meio da prática da dança afro-brasileira, que os alunos adquiram um processo de identidade cultural e cidadania autônoma trabalhando a auto-estima dos participantes das oficinas, para que os mesmos possam fazer suas considerações positivas no relacionamento social.

Diferentes ritmos e manifestações culturais afro-brasileiras que utilizam a percussão. Músicas afro-brasileiras, sua importância e história

A metodologia será baseada em uma abordagem integradora na qual procura a integração entre o discurso musical afro-brasileiro dos/as alunos/as e do/a professor/a. A proposta busca se adequar ao contexto sócio-cultural e educacional, respeitando as experiências musicais trazidas pelos alunos, conectando-as às referências trazidas pelo/a professor/a. Em um segundo momento, realizar a integração dos diversos instrumentos de percussão, possibilitando aliar a diversidade instrumental com os interesses didático-pedagógicos, agregando um repertório musical afro-brasileiro maior aos participantes. A intenção é trazer aos alunos a compreensão das características dos mais variados ritmos e manifestações da cultura Afro Brasileira, que constituem o universo da percussão, assim como as características de cada instrumento.

OF007GAlexandra Alencar e

Margarete VieiraXirê: sentidos

criados no fazer

A proposta é desenvolver uma série de atividades corporais que remetem as características arquetípicas dos orixás, propondo desta forma um fomento a uma noção de bem estar calcado por valores afrobrasileiros como respeito à ancestralidade, à religiosidade, à oralidade, à coletividade, dentre outros. Segundo Cacciatore (1998), o termo xirê significa ordem em que são tocadas cantadas e dançadas as invocações aos orixás, no início das cerimônias festivas ou internas dentro das religiões de matriz africana.

- Fomentar uma noção de bem estar pautado em valores afrobrasileiros;- Apresentar e experienciar práticas culturais negras, por meio da dança, como coco de roda, maracatu nação de baque virado, samba e afoxé; - Trabalhar o protagonismo e empoderamento por meio da relação de corpos;

- Caracterização de alguns orixás presentes nas religiões de matriz africana; - Histórico de práticas culturais negras no Brasil como afoxé, coco de roda, maracatu nação de baque virado e samba; - Práticas corporais pautadas nos arquétipos de alguns orixás presentes nas religiões de matriz africana; - Dança de algumas práticas culturais negras presentes no Brasil como afoxé, coco de roda, maracatu e samba;

Apresentar os conteúdos da vivência priorizando a oralidade, a experiência e o formado circular, priorizando desta forma outras formas de transmissão de conhecimento;

OF008G Marcelo da Silva

Samba e Ancestralidade:

para além de um gênero musical

A oficina Samba e Ancestralidade é o repensar de uma prática sociomusicorporal que no início do século XX, a partir da gravação do samba "Pelo Telefone", de Donga em 1917 seguiu um itinerário que o deslocou de seu poder mobilizador na diáspora, o enclausurando dentro de um conceito de gênero musical e de entretenimento. Esta oficina busca reestabelecer este caminho como metáfora sonora que toca o corpo, mas não o corpo ocidental cuja mente se encontra separada. Por meio do exercício musical, das práticas sonoras em grupo, iremos reatualizar o potencial ritmico da consciência produzida pela visão de mundo negro-africana, numa perspectiva pós-colonial.

1) Reorganizar por meio da prática sociomusicorporal o modo como nos construímos a partir de uma perspectiva pós-colonial. 2) Perceber de que forma negras e negros produzem agências no sul do Brasil a partir destas musicalidades. 3) romper com o discurso imigracionista de colonização europeia4) analisar de que forma as sonoridades dos negros no sul do Brasil produzem uma linguagem, uma fala que reestabelece uma ancestralidade.

O samba de partido, o samba antes do samba. Lundus, modinhas e maxixes. O paradigma carioca ou o samba que "deu certo”. Porque do túmulo do samba Performances do samba no sul do Brasil. Entre as batidas e sonoridades no Brasil

Serão utilizados instrumentos musicais, como violão e cavaquinho, além de outros percussivos como atabaques, pandeiros, tamborim e agogôs. ela (oficina) funciona como uma grande vivência musical que nos reorganiza sociomusicorporalmente.

OFICINAS III COPENE SUL 2017

VERDE = GRATUIDADE CONCEDIDA �1 Versão: 01 de julho de 2017

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CódigoNome das/dos

proponentes do Minicurso

Título do Minicurso Descrição do tema a ser tratado do Minicurso Principais tópicos do Minicurso Metodologia de ensino do Minicurso

MC001 Aline Lemos da Cunha Della Libera

"Ser presa, estar presa": conceitos a problematizar no cotidiano de

mulheres negras apenadas no Rio Grande do Sul.

Este minicurso tratará do aprisionamento feminino, com ênfase nas mulheres negras, a partir dos relatos de atividades de pesquisa e extensão em uma Penitenciária Feminina. Problematizará dados relacionados à população carcerária feminina no Rio Grande do Sul: cor/raça, escolaridade, profissionalização, dentre outros. Abordará, também, uma análise de conceitos relacionados ao encarceramento feminino e às prisões cotidianas de mulheres negras em comunidades empobrecidas.

•Mulheres negras e encarceramento: h i s tó r i as de l u tas e res i s tênc ia •O encarceramento feminino negro e a violência urbana•Dados da população carcerária feminina no Rio Grande do Sul•Pesquisa e extensão: o cotidiano de uma penitenciária feminina gaúcha•“Todas mulheres, todas p resas ” : desafiado ra so ro r i dade – apontamentos de feministas negras.

Exposição d ia logada com uso de recursos audiovisuais (projetor multimídia). Roda de conversa sobre os temas abordados na exposição. Avaliação do minicurso por meio de atividade coletiva.

MC002 Azânia Nogueira Elaboração de Projeto de PesquisaCompartilhar metodologias de pesquisa com o objetivo de contribuir no processo de elaboração de projetos de pesquisa, considerando estrutura, conteúdo e desenvolvimento.

Os principais tópicos são os próprios elementos estruturadores de um projeto de p e s q u i s a : - R e v i s ã o b i b l i o g r á fi c a (metodologias e base de dados)- Tema e questão norteadora (O olhar da área da ciência dos participantes acerca dos temas de interesse; limites e possibilidades epistemológicas)- Definição de objetivos- Argumentação e justificativa- Elementos do desenvo l v imen to da esc r i t a em s i (Introdução, conclusões iniciais, etc)

A partir da análise de projetos, abordaremos os tópicos mencionados acima

MC003 Rossano Lopes Bastos Patrimônio enquanto aparelho ideológico de estado

Patrimônio Cultural vem ao longo do tempo se constituindo num campo de discuta e conflitos que caracteriza e espelha os campos de força da sociedade e do social. Neste apresentação estaremos abordando a temática do patrimônio cultural juntamente com os conceitos oriundo do pensamento marxista de Louis Althusser, em especial na sua abordagem sobre os aparelhos ideológicos de estado. A partir deste enfoque trazer uma reflexão para o caso Brasil e suas e problematizar a participação da cultura e do patrimônio afrodescendente. Assim, buscar ampliar as possibilidades de protagonismo dos negros e seus marcadores de referencia.

Patrimônio Cultural, memória, identidade, território, cultura e manifestações culturais e sua proteção e fomento.

Explanativa, provocativa e debatedora a partir dos conceitos vinculados e explicados.

MC005G Luis César Rodrigues Jacinto

SOCIALIZANDO AS FORMAÇÕES PEDAGÓGICAS NA PERSPECTIVA

DA LEI 10.639/03 NA REGIÃO CAMPANHA DO RS: DEZ ANOS DE

EXPERIÊNCIAS E VIVÊNCIAS

As peculiaridades das formações de professores da região campanha do RS (convergências e divergências, apoios institucionais e parcerias, outros relatos.

Apresentação das experiências( abrangência e público alvo), as dificuldades encontradas, as resistências e os resultados.

Roda de conversa para otimização da socialização.

MC006G João Heitor Silva Macedo A Museologia Social como forma de empoderamento negro

O objetivo é apresentar as práticas museológicas desenvolvidas pelo Museu Comunitário Treze de Maio em Santa Maria e como elas tem  contribuído através de sua museologia social para a construção de uma nova identidade do negro em Santa Maria e demostrar que relações podem ser estabelecidas entre a Museologia e a lei 10.639.

- Museologia e Patrimônio;- A Museologia Social;- O Dialogo da Museologia social com o Movimento Negro;- a aplicação da Lei 1 0 . 6 3 9 a t r a v é s d a M u s e o l o g i a ; - Possibilidades e ações desenvolvidas.

O Minicurso usará a metodologia de aula expositiva e debatida e a interação com os cursistas através do uso de recursos didáticos como vídeos, áudios, exposições permitindo assim debates e interação através de perguntas e análises.

MINI CURSOS III COPENE SUL 2017

VERDE = GRATUIDADE CONCEDIDA �1 Versão: 01 de julho de 2017