trajss-111222111540-phpapp01 (1)

30
REFLEXÕES SOBRE A TRAJETÓRIA DO SERVIÇO SOCIAL Texto elaborado em agosto/2006, por Maria de Fátima Matos Cardoso e Cristhiene Montone Nunes Ramires, com a finalidade de resgatar momentos da trajetória do Serviço Social, visando destacar a Metodologia utilizada e possíveis estratégias de

description

REFLEXÕES SOBRE A TRAJETÓRIA DO SERVIÇO SOCIAL Texto elaborado em agosto/2006, por Maria de Fátima Matos Cardoso e Cristhiene Montone Nunes Ramires, com a finalidade de resgatar momentos da trajetória do Serviço Social, visando destacar a Metodologia utilizada e possíveis estratégias de Intervenção Social. ANDRAUS, ROSA CECÍLIA. Olhando para o Serviço Social numa perspectiva interdisciplinar. BAURU/S.PAULO, EDUSC, 1996.BACKX, SHEILA DE SOUZA. Serviço Social reexaminando sua história., Rio de Janeiro, ED.CJ, 1994.CADERNOS ABESS NO. 3. A metodologia no Serviço Social. S. Paulo, Cortez Editora, 1995___ NO. 4. Ensino em Serviço Social: Pluralismo e formação profissional. S. Paulo, Cortez Editora, 1991___ NO. 2. A metodologia no Serviço Social. S. Paulo, Cortez Editora, 1989.

Transcript of trajss-111222111540-phpapp01 (1)

  • REFLEXES SOBRE A TRAJETRIA DO SERVIO SOCIAL Texto elaborado em agosto/2006, por Maria de Ftima Matos Cardoso e Cristhiene Montone Nunes Ramires, com a finalidade de resgatar momentos da trajetria do Servio Social, visando destacar a Metodologia utilizada e possveis estratgias de Interveno Social.

  • BIBLIOGRAFIAS ANDRAUS, ROSA CECLIA. Olhando para o Servio Social numa perspectiva interdisciplinar. BAURU/S.PAULO, EDUSC, 1996.BACKX, SHEILA DE SOUZA. Servio Social reexaminando sua histria., Rio de Janeiro, ED.CJ, 1994.CADERNOS ABESS NO. 3. A metodologia no Servio Social. S. Paulo, Cortez Editora, 1995___ NO. 4. Ensino em Servio Social: Pluralismo e formao profissional. S. Paulo, Cortez Editora, 1991___ NO. 2. A metodologia no Servio Social. S. Paulo, Cortez Editora, 1989.

  • CONTINUANDO...FALEIROS, VICENTE DE PAULA. Estratgias em Servio Social. S. Paulo, Cortez Editora, 1997.NETTO, JOS PAULO. A formulao da perspectiva modernizadora: Arax, Terespolis, Sumar e Alto da Boa Vista. In: Ditadura e Servio Social Uma anlise do Servio Social ps 64, 2 edio, So Paulo, Cortez Editora, 1994.RICHMOND, MARY ELLEN. Diagnstico Social. Traduo: Dr. Jos Alberto de Faria. Lisboa, Instituto Superior de Higiene Dr, Ricardo Jorge, 1950

  • O SURGIMENTO DA ASSISTNCIA SOCIAL SISTEMATIZADAA partir da segunda metade do sculo XIX se inicia na Europa uma Assistncia Social com um esboo de tcnica e organizao, mas ainda de forma caritativa e no profissional.

  • Em 1899, funda-se na Alemanha a 1a. Escola de Servio Social do mundo; inicia-se o processo de secularizao da profisso, ou seja, para o Servio Social as explicaes religiosas do mundo so substitudas por explicaes cientficas.

  • As Damas de Caridade que auxiliavam os pobres acreditavam que a situao de pobreza era culpa do modo de viver e de ser de seus sujeitos e bastava uma simples ajuda inicial e alguns conselhos para que encontrassem os rumos dos benefcios do capitalismo.

  • Como o pobre sempre tem muitos filhos, era necessrio tambm pensar na famlia, da surge o trabalho com as famlias, com as crianas e adolescentes e na rea de higiene.

  • No incio do sculo XX, Mary Ellen Richmond, passa a estudar e investigar seriamente o meio social em que as pessoas vivem, atravs das Entrevistas, Conversas, Visitas Domiciliares, Observando, anotando e fazendo Relatrios para obter um Diagnstico e descobrir as possibilidades da pessoa vir a desenvolver sua personalidade e como conseguir a ajuda do meio para isso.

  • OS MTODOSO SERVIO SOCIAL DE CASO INICIADO POR MARY ELLEN RICHMONDO SERVIO SOCIAL DE GRUPO CRIADO NO PS GUERRAO DESENVOLVIMENTO DE COMUNIDADE, CRIADO NA FASE DESENVOLVIMENTISTA DO NOSSO PAS

  • SURGIMENTO DA PROFISSO NO BRASILA profisso de assistente social, remonta a dcada de 30, onde encontramos um momento de transio em nossa economia que, paulatinamente, est passando do modelo agro-exportador, com o caf como principal produto, para o modelo industrial.

    Nesse cenrio, destaca-se a Igreja Catlica que, preocupada com as questes sociais, j desencadeava aes de assistncia social atravs dos movimentos dos leigos, passando a maior vigor ao seu trabalho organizativo , desencadeando processo de formao de pessoal especializado para desenvolver seu apostolado pessoal. nesse contexto, inspirado pela AO Catlica e Ao Social que surgem as primeiras escolas de Servio social

  • E mais... As primeiras Escolas

    1936 de So Paulo1937 do Rio de JaneiroA formao dos primeiros profissionais se d por influencia europia, atravs do modelo denominado franco-belga, que tomando por base o princpio tomista de salvar o corpo e alma , fundamenta-se num postulado de servir ao outro.

  • QUEM PRATICA ASSISTNCIA SOCIALEstado e Igreja dividem ento suas tarefas: o primeiro impe a paz poltica (com toda violncia necessria) e as Igrejas Catlica e Protestante ficam com o aspecto social: trata-se de fazer caridade.

  • 1945- O mundo passa a receber influencia do pensamento norte-americano,bem como o Servio Social.Na formao profissional,tm grande importncia os contedos das disciplinas de psicologia e sociologia, interpretando o desenvolvimento como resultado de capacidades individuais e culturais, e adotam o principio da neutralidade das cincias.

    Com isso, a formao do assistente social brasileiro enfatiza a instrumentalizao tcnica,valorizando-se o mtodo e abandonando os princpios do neotonismo para seguir os pressupostos funcionalistas da sociologia. Surge importado dos E.U.A os mtodos de:Servio Social de Casos;Servio Social de Grupo; Organizao de Comunidade.

  • A prtica do Assistente Social nessa fase desenvolvimentista toma uma forma tcnica e fundamenta-se na busca da neutralidade, frieza e distanciamento dos problemas tratados e no aprimoramento dos mtodos.PRESSUPOSTOS PROFISSIONAIS

  • Nas dcadas de 50 e 60 a preocupao formar assistentes sociais com bases cientficas.

    Inicia-se uma sistematizao das atividades profissionais: planto, triagem,acompanhamento, aconselhamentos e a chamada prtica burocrtica to discutida at os dias atuais.

  • 1960 Surge a primeira crise ideolgica em algumas escolas de Servio Social.O mundo passa por grandes modificaes, principalmente na Amrica Latina, a partir da Revoluo Cubana, questionando as estruturas capitalistas, se mostra ao continente como possibilidade de desenvolvimento alternativo na transformao da sociedade, em substituio desenvolvimentista adotada at ento.

  • Essa convulso poltica acompanhada pelas cincias sociais, atravs da introduo do marxismo, comea a questionar a dependncia externa, principalmente a norte-americana, atravs do enfoque dialtico.Assim, o Servio Social comea a perceber a dimenso poltica de sua prtica, e o modelo at ento vigente, baseado numa viso funcionalista do indivduo e com funes integradoras, deixa de satisfazer s exigncias da realidade latino americana que passava por transformaes scios-polticas-econmicas.

  • MOVIMENTO DE RECONCEITUAOO modelo importado do Servio Social tornou-se inoperante, e inicia-se um processo de ruptura terico-metodolgico,prtico e ideolgico,iniciando assim o chamado:

    Movimento de Reconceituao reconhecido como um salto qualitativo dado pelos profissionais , principalmente por assumirem uma posio poltico-ideolgica, percebendo a dimenso poltica da prtica profissional bem como a busca de uma compreenso global da realidade

  • A partir de 1965, o Servio Social com feies latino-americanas, comea a questionar a posio e a situao poltica. No Brasil com o arrocho salarial, a represso e o AI5, as coisas tomam rumos diferentes dos demais pases Sul Americanos. Questiona-se, sobretudo a prtica do Servio Social cujo objetivo era o de reproduzir a ideologia burguesa, capitalista e exploradora.

  • O Servio Social passou a chamar-se Trabalho Social e seu mtodo de trabalho pautava-se a partir de ento no materialismo dialtico.Os atores com os quais tradicionalmente trabalhava o Servio Social vo mudando de pobres, mulheres, doentes, idosos, crianas, adolescentes, para sujeitos polticos, cidados, participantes de pequenos e grandes movimentos, que se configuram como movimentos sociais.

  • Os movimentos sociais assumem dimenses impensadas no incio do sculo e imprime ao cenrio nacional um conjunto de foras polticas contestatrias que assume formas de: movimento de mulheres, negro, homossexuais, sem terra, organizaes sindicais que vo se globalizando e saindo do mbito bairrista para contextos nacionais e at internacionais. Veja-se: O Frum Social Mundial.

  • Servio Social: Prxis e Princpios O exerccio do Servio Social, s pode ser compreendido hoje, na perspectiva, da reinveno do cotidiano, da iniciativa, fruto da crtica social e do dimensionamento das estratgias poltico-profissionais, em sintonia entre saber tcnico e competncia poltica.

  • PRINCPIOS ESCOLHAS...Reconhecimento da Liberdade (Autonomia, emancipao e plena expanso individual).Defesa intransigente dos Direitos Humanos e recusa do autoritarismo e do arbtrio.Consolidao da Cidadania, garantindo os direitos civis, polticos e sociais.

  • Defesa do aprofundamento da Democracia, enquanto socializao da participao poltica.

    Eqidade e Justia Social, em prol da universalidade de acesso a bens e servios.

    Eliminao de todas as formas de preconceito, com respeito diversidade e incentivo participao de grupos socialmente discriminados.

  • Pluralismo, quem vem a ser o respeito s correntes profissionais democrticas existentes e suas expresses tericas, em busca do constante aprimoramento intelectual.

    Projeto Profissional vinculado ao processo de construo de uma nova ordem societria, que combata a explorao de classe, etnia e gnero.

  • Articulao dos Movimento Sociais, de outras Categorias Profissionais, que partilhem os princpios mesmos do Cdigo de tica do Servio Social.

    Compromisso com a qualidade dos servios prestados populao e com o aprimoramento intelectual na perspectiva da competncia profissional.