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Audiência Publica realizada em 02 de abril de 2015 – São Paulo - SP
TRANSCRIÇÃO DO AUDIO E VIDEO DA AUDIÊNCIA PÚBLICA
REALIZADA NO DIA 02/04/2015, NO CEU JAÇANA,
EM SÃO PAULO - SP
ASSUNTO: Audiência Pública – Objetivo de discutir questões
relacionadas ao Licenciamento Ambiental das Obras para controle
de inundações da Bacia do Córrego Paciência. Resolução nº. 69 /
CADES/2002
DATA DA APRESENTAÇÃO: 02/04/2015 – Horário: 18h00.
LOCAL: CEU Jaçanã, localizado a Rua Antonio Cesar Neto, 25 –
São Paulo – Capital.
COMPOSIÇÃO DA MESA DIRETORA:
Representante CADES1: Claudete de Carvalho.
Representante da Secretaria do Verde2: Júlio Cezar dos Reis.
Representante da SIURB3: Delson Lapa.
Representante da Empresa Ampliari Natureza e Sociedade4:
Antonio Carlos de França.
SR. JÚLIO CEZAR DOS REIS: Boa noite a todos! Em nome do
Secretário de Meio Ambiente da Prefeitura de São Paulo, Sr.
Wanderley Meira do Nascimento, que infelizmente por uma questão
de agenda não pôde comparecer, eu gostaria de dar como abertos
os trabalhos dessa Audiência Pública, que tem como objetivo
discutir as questões relacionadas ao Licenciamento Ambiental das
Obras de controle de inundações da Bacia do Córrego Paciência.
Essas obras são obras que são um anseio da população já algum
tempo estão sendo licenciadas lá no Departamento de Controle
Ambiental do Município e por uma questão legal é necessário fazer
1 Coordenadora Geral C A D E S - Conselho Municipal do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável.
2 Diretor do Departamento de Controle da Qualidade Ambiental – DECONT - Secretaria do Verde e Meio Ambiente do
Município de São Paulo. 3 Secretaria de Infraestrutura Urbana e Obras do Município de São Paulo.
4 Empresa responsável pelo Estudo de Impacto Ambiental e Relatório de Impacto Ambiental.
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essa Audiência Pública para levar a população do local as
informações referentes a obra, eu passo agora a palavra para a Drª
Claudete Carvalho que vai apresentar a mesa e vai dar início aos
trabalhos.
SRª CLAUDETE DE CARVALHO: boa noite a todos e todas, sou
Claudete de Carvalho sou coordenadora geral do CADES da
Secretaria do Verde e Meio Ambiente, essa Audiência Pública é
regida pela Resolução nº69 do CADES/2002, que adota os
seguintes procedimentos: a primeira é a formação da mesa pelo
representante do Presidente, a exposição dos trabalhos, e a
exposição dos trabalhos, o público presente deve seguir as
seguintes regras para manifestação: primeira regra as entidades da
sociedade civil têm cinco minutos pra cada exposição, no máximo
de trinta minutos; a manifestação dos presentes dois minutos pra
cada exposição, manifestação das autoridades cinco minutos pra
cada exposição, os inscritos terão direito a uma única manifestação
observada a ordem da inscrição. Nós temos aqui à esquerda uma
mesa que a partir de agora recebe as inscrições dos oradores, tá!
Então quem quiser falar, pode se dirigir à mesa. Neste momento
chamaremos então, já está aqui entre nós, o empreendedor do
Estudo de Impacto Ambiental e Relatório de Impacto Ambiental o
Sr. Pedro Luis de Castro Algodoal representante da Secretaria de
Infraestrutura Urbana – SIURB começamos então com a
apresentação do Pedro, aqui com a gente na mesa nós temos
também, o Sr. Antonio Carlos França que é da Empresa Ampliari
que foi a responsável pelo Estudo de Impacto Ambiental e Relatório
de Impacto Ambiental e temos também o Delson Lapa de SIURB.
Começamos então com o Pedro Luis. Nesse momento dissolvemos
a mesa e começamos com a apresentação.
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SR. PEDRO LUIS DE CASTRO ALGODOAL: “boa à noite a todos,
então a gente vai começar essa Audiência Pública, com a
apresentação de um vídeo, que tem uma maquete eletrônica da
obra e acho que facilita a compreensão, depois eu faço a minha
apresentação e o França faz a parte ambiental, então eu queria
pedir pra iniciar a projeção do vídeo.”
É iniciada a projeção do vídeo:
”Projeto de Controle de Cheias da Bacia do Córrego Paciência.”
SR. PEDRO LUIS DE CASTRO ALGODOAL: “bom agora eu vou
iniciar a apresentação do projeto, talvez alguns já tenham vindo em
Audiências Públicas anteriores, essa tem um caráter mais de
Audiência Ambiental, mas a apresentação do projeto a gente tem
que fazer também porque é a própria compreensão do
empreendimento que vai ser feito, né! Pode seguir:
É iniciada a apresentação dos slides:
Primeiro slide: aqui é uma contextualização, a gente tá na Bacia, a
Bacia do Córrego Paciência, é uma Sub Bacia do Córrego Cabuçu
de Baixo que faz divisa entre São Paulo e Guarulhos.
Próximo slide: aqui é a posição geográfica dele na cidade de São
Paulo.
Próximo slide: e aqui é a situação atual, a gente tem uma situação
de um Córrego muito confinado pelas construções, pela
urbanização da área, como vocês sabem, e com várias restrições,
aqui é uma rua que passa, que cruza o Córrego, com uma
travessia, com umas seções, o Córrego passa por essas células
que ficam embaixo da rua e nisso para lixo, a seção não flui, a água
fica represada e o resultado (tá fraquinho, más), e o resultado
dessas obstruções é que a água fica retida no canal e produz essas
inundações. Em laranja vocês veem as margens do Córrego
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atingidas pela grande inundação que acontece ali por conta dessa
redução de capacidade de escoamento das águas. A linha azul que
vocês veem, eu não consigo apontar aqui porque não está
funcionando (ah! tem uma outra mais forte, essa está melhor)
então, por conta dessa redução da capacidade de escoamento do
Córrego a gente tem essas manchas aqui em laranja, que são
diretamente relacionadas com o Córrego e você tem o Cabuçu de
Cima também, ele tem seus problemas de alagamento, essa área
aqui junto do Córrego, próximo da divisa com Guarulhos é muito
baixa e sofre com as enchentes do Cabuçu de Cima, então nessa
parte aqui se confunde, enchente do Paciência com a enchente do
Cabuçu de Cima, um prejudica o outro, e o resultado é essa
enchente que atinge muito essa área de jusante.
Próximo slide: então aqui mais umas fotos dessa situação, de
redução de capacidade, aqui então têm trechos com maior
capacidade, e trechos muito confinados, essa, todas essas
residências, esse entulho que se acumula, segura as águas e não
permite o escoamento.
Próximo slide: aqui eu tô dando uma amostra dos estudos que são
feitos pra fazer o reservatório, fazer o projeto de uma solução pra
isso, então a gente parte para um diagnóstico, isso daqui é uma
representação de todo o Córrego, nessa linha debaixo aqui é uma
representação do fundo do Córrego, e essa linha aqui de cima é
uma representação das margens do Córrego, mais ou menos, onde
estão as casas junto do Córrego. Você vê que pelos cálculos
hidráulicos da vazão do Córrego, você vê que a linha d’água, que é
essa em azul, ela tá acima das margens em vários trechos, o pior é
o trecho, esse trecho aqui, que é o trecho de jusante que chega no
Cabuçu de Cima. Aqui é uma planilha onde são apontadas pra
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várias chuvas de projeto, a gente chama “chuva de projeto” é uma
chuva que é uma chuva crítica, que a gente estuda, pra que a
solução de engenharia não seja compatível com uma chuva muito
intensa, então caindo uma chuva dessas aqui em vermelho estão
todos os, as, os locais onde a seção do Córrego não comporta a
vazão dessa chuva, então causa as inundações. Você vê que tem
vários, vários números aqui em vermelho, têm números da ordem
da metade dessa, quer dizer, a vazão que passa é a metade da
vazão que chega, então essa vazão, que a gente chama de vazão
excedente, fica no Bairro, atingindo as casas.
Próximo slide: a partir desse diagnóstico é construída uma
solução, que nesse caso, foi constituída por um reservatório de
detenção, a canalização do Córrego, e daí a recomposição das
margens com paisagismo e ampliação do sistema viário. Os
objetivos dessa intervenção são principalmente, controle das
cheias, a melhoria da mobilidade urbana, e a readequação
ambiental, quer dizer, você vai melhorar atender as enchentes e vai
promover uma, a obra tem uma intervenção que causou um impacto
na região, mas, isso tudo vai ser reconstruído de modo a devolver
uma área valorizada sob o aspecto hidráulico, viário e ambiental.
Então esse projeto tem os seguintes elementos, que depois eu vou
falar com mais detalhe: um reservatório, uma canalização, obras de
microdrenagem, que são as bocas de lobo que a gente põe nas
ruas pra receber essas águas, principalmente nas vias novas, o
sistema viário com paisagismo e ciclovia, e as travessias, medidas
de preservação e compensação ambiental e o trabalho social. Quer
dizer, tudo isso, essa parte de preservação e de compensação
ambiental vão ser definidas no processo de licenciamento ambiental
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e o trabalho social ele é fruto das áreas onde vai ter remoção de
famílias.
Próximo slide: isso, então essas intervenções que eu mencionei
elas estão aqui no mapa, estão representadas, as canalizações
aqui em roxo, você tem um trecho aqui intermediário, esses em
azul, são trechos onde o Córrego já está canalizado, e a obra
proposta não vai ter intervenção pra esses trechos, quer dizer, vão
ser mantidas as canalizações existentes nestes trechos,
principalmente neste trecho do Maria Paula, e esse trecho do
Paciência, aqui em amarelo é o reservatório, e aqui em laranja é o
limite da Bacia. Por que, que a gente coloca nessas intervenções
um reservatório? E por que, que ele é projetado nessa posição? Eu
vou explicar que é o seguinte: primeiro que a gente tem o Cabuçu
de Cima, se a gente faz uma canalização do Córrego, sem, tira
todos os obstáculos, hoje tem muitos obstáculos no Córrego, como
eu mostrei anteriormente, que retêm as águas, então essas águas
ficam retidas nessa Bacia, na prática isso funciona como se fosse
um piscinão, então hoje essas enchentes, elas protegem um pouco
a área de jusante, que é a área mais próxima da divisa com
Guarulhos. Se a gente tira todos os obstáculos, e libera a água pra
chegar mais rápido naquela região, vocês imaginam o que vai
acontecer, a gente vai ter inundações mais graves naquela região
próximo da divisa com Guarulhos, próximo da Fernão Dias, então
isso a gente não pode fazer, arrumar um lado, e prejudicar o outro.
Outra coisa, pra gente fazer todas as águas correrem em direção a
região da Fernão Dias, a gente teria que fazer um canal muito
grande, você imagina que toda essa água que fica retida precisa
passar rapidamente pra não causar inundações, e você fazer um
canal muito grande nesse trecho aqui ele implica em maior número
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de remoção de famílias e maior desapropriação, então o piscinão
ele tem um papel duplo, de evitar que, o agravamento das
enchentes aqui na região do Cabuçu de Cima, e também ele reduz
o número de famílias que terão que ser removidas, então a posição
dele aqui é estratégica, porque ele é no início dessa confluência
principal que tem o Córrego nestes trechos aqui que a gente não
tem graves problemas de enchente, o trecho pior de enchente é
esse daqui, e ele está posicionado exatamente numa posição onde
ele dá proteção a toda essa área de montante, então aqui só pra
lembrar, a água escoa daqui pra cá, e daqui pra cá, então a gente
tem aqui, e aqui não tá representado o Cabuçu de Cima.
Próximo slide: aqui é uma representação esquemática da obra de
canalização, como ela vai ser feita, a maior parte do trecho é uma
canalização aberta, aqui é uma representação da vala que vai ser
escavada pra executar essa canalização, depois que a vala, que a
canalização tiver sido completada, então você tem o Córrego, aí
você escava essa vala, essa parte aqui em laranja, você escava, aí
você faz a obra de canalização reaterra e implanta as outras
melhorias que é o sistema viário e o paisagismo.
Próximo slide: em alguns trechos, não aqui não aparece, tá vendo
aqui, por exemplo, é o trecho final, que vai ter uma, um, a gente
chama de talude vegetado, mas é só um pedaço pequeno, a maior
parte vai ser o canal em concreto com a reconfiguração e
requalificação das margens.
Próximo slide: aqui é uma representação típica da seção do
projeto, aqui a Fernão Dias, é o trecho próximo do Cabuçu de Cima,
que seria uma seção nesse trecho aqui, onde você tem o canal, o
paisagismo, a ciclovia, e a via que vai fazer dar apoio a Julio Buono
e a Avenida do Sanatório.
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Próximo slide: aqui a gente seguindo, se afastando da Fernão
Dias, você tem em azul aqui o canal, em cinza aqui a nova via que
vai dar esse apoio, em verde a gente tem essas áreas que vão ser
sobradas remoções e desapropriação, que vai ser objeto de um
plantio de árvores e de, onde for possível, equipamento de
recreação.
Próximo slide: aqui continuando a gente tem o trecho do
reservatório, a gente vindo aqui ainda da Fernão Dias a gente tem
este trecho aqui, no mesmo padrão a gente tem a via, o canal e os
trechos de paisagismo (volta, por favor), então aqui é o reservatório
já com os equipamentos reinstalados no lugar onde eles funcionam
hoje, esse trecho aqui já tá canalizado o Córrego, por isso, vocês
não vêm, ele não aparece aqui nesse trecho porque ele já tá
canalizado sob a avenida, então esse trecho tem pouca
intervenção.
Próximo slide: aqui tem um trecho onde provavelmente vai surgir
uma pracinha aqui no meio, entre o canal se afasta do viário, vai
permitir uma urbanização, uma área de lazer maior, aqui também
você tem o canal e o sistema viário. Vocês vêm que da maneira
como a obra foi concebida você tem uma, uma, como é que chama,
uma requalificação do ambiente urbano, hoje o Córrego é como se
ele fosse uma ferida na cidade porque que é uma coisa que tá
poluído, com enchentes, e acaba degradando a região, com essa
obra você consegue requalificar isso, né!
Próximo slide: aqui é a do Maria Paula, ele tem um trecho grande
já feito, ele vai ser completado com a canalização desse trecho, e
desse trecho, nessa obra do Maria Paula, não vai, vai ser só uma
obra hidráulica, não vai ter o viário que estava previsto só pro
Paciência.
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Próximo slide: aqui enfocando mais o reservatório, o reservatório
hoje tá, vai ser construindo nesta área que hoje é ocupada pela
SAVIC, e daí ele vai ser construído e todo o equipamento que tá lá
vai ser devolvido pra população.
Próximo slide: aqui é uma representação que a gente chama de
“hidrograma”, hidrograma é a representação da chuva, quando
começa a chover, esse salto aqui nesse gráfico é a cheia, vocês
que sofrem o fenômeno da enchente, vocês devem perceber que é
uma coisa muito rápida, de repente começa a subir, subir, subir e
enche tudo e depois também se esgota rapidamente, mas esse
período que fica cheio ele é muito intenso, é um pico muito grande
de enchente. Aqui em pontilhado, esse gráfico tem várias curvas,
porque são várias chuvas, chuvas mais intensas e menos intensas,
então é a representação dessas chuvas, e aqui na verdade é a
representação da vazão de quanto a água corre pra cada chuva,
não é! E aqui em pontilhado vocês podem ver em dois pontos é o
efeito que o reservatório produz nessa vazão do Córrego, então
antes do reservatório você tinha um pico de cheia até aqui, com o
reservatório, a vazão cai pela metade, menos da metade. Aqui esse
gráfico representa a saída do reservatório, bem nesse ponto, e esse
gráfico aqui já é próximo do Cabuçu de Cima, é a foz do rio, então
nesse trecho perto da foz do rio o efeito do reservatório é menor,
mas ele é muito significativo também, então isso mostra que todo o
trecho do Paciência, ele está protegido pelo reservatório, com essa
colocação dele naquela posição que eu expliquei anteriormente.
Aqui está representado o reservatório sem a tampa, então a gente
pode ver que o Córrego ele passa por aqui, aqui chega o Maria
Paula, aqui chega o Paciência e ele segue por aqui. Quando vem a
onda de cheia, vocês viram pelo filminho, que a água ao invés de
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seguir essa cheia, seguir lá causando estrago aqui pra cima, ela vai
ser direcionada e vai descer por essa rampa aqui pro reservatório,
então vai passar só até um determinado nível de água que passa
pra baixo, o restante, essa alta aqui da cheia, essa parte mais
crítica da cheia, ela é toda direcionada pro reservatório, e ele foi
dimensionado pra receber toda essa água, pra começar ele vai
receber durante todo o período da cheia, de modo que, quando
começar a baixar o nível e acabar a chuva, ele ainda vai ter
capacidade pra receber água, e ele controlou de uma forma eficaz a
cheia protegendo toda a região de jusante, passada a cheia
funcionam esses equipamentos aqui, que são as bombas, como
vocês viram no filme também, essas bombas esgotam o
reservatório que vai estar pronto, esgotado, para uma próxima cheia
proteger de novo a população. Aqui é uma representação
esquemática em corte do reservatório, então aqui é a tampa, aqui
são as paredes, elas são feitas assim inclinadas porque a altura é
muito grande e é uma maneira de viabilizar o custo dessa obra.
Próximo slide: aqui é uma, um exemplo, de um reservatório que foi
entregue, acho que foi no ano passado, foi feito pelo Governo do
Estado na Zona Sul, é o reservatório do Córrego Olaria, um afluente
do Pirajuçara, é só uma demonstração, acho que vocês conhecem
o Piscinão do Pacaembu, também que ele é fechado, a gente nem
percebe que ele tá ali. O caso do Olaria também, isso daqui
embaixo é um piscinão, a única coisa que se percebe na superfície,
que embaixo tem um piscinão é essa rampa de acesso, que
também vai ter no nosso caso, do Paciência, uma rampa de acesso
pros caminhões efetuarem a limpeza do reservatório.
Próximo slide: aqui são os dados gerais da obra, você tem um
custo da obra, um montante de desapropriação, remoção, uns
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custos adicionais, então é uma obra realmente bastante impactante
em quinhentos milhões de reais.
Próximo slide: aqui é um esquema de toda a tramitação do
processo pra gente conseguir viabilizar a obra, então a gente tem
que, a Prefeitura tem que atacar em várias frentes pra conseguir
viabilizar, então aqui na Caixa Econômica Federal, a gente tem que
viabilizar a fonte de recursos, então a Caixa examina toda a
documentação do projeto, dos documentos de licitação, o
orçamento, custo, tudo é auditado pela Caixa e o projeto executivo,
todas essas etapas inclusive a execução da obra são
acompanhadas pela Caixa. Os estudos ambientais também, que
são examinados através de um licenciamento ambiental, que é o
processo que a gente está dando sequencia hoje com essa
Audiência Pública, que é uma etapa do processo de licenciamento
ambiental, e é um processo que vai ser tratado agora na sequencia
pelo França. A desapropriação também, a gente tem que tratar, já
foram publicadas, foi publicada a DUP pra execução dessa obra, a
gente tem toda uma sequencia de encaminhamento dessas
desapropriações, e isso vai ser feito a medida do andamento dessa
obra, então todas essas tratativas que estão apresentadas aqui de
uma maneira muito resumida, são as tratativas necessárias pra
gente viabilizar um empreendimento grande como esse, mas que a
cidade merece, o Bairro merece esse investimento da Prefeitura.
Último slide: é isso que eu queria apresentar, depois eu estou
aberto pra gente esclarecer as discussões. Eu passo em seguida a
palavra pro França que vai apresentar o...“
SRª CLAUDETE DE CARVALHO: obrigada Pedro! O Pedro então
ele fez agora a apresentação do projeto técnico referente às obras
para controle de inundações da Bacia do Córrego da Paciência,
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quero lembrar à todos que as inscrições ainda estão abertas,
pedimos agora então ao Sr. Antonio Carlos França responsável
pela elaboração dos Estudos de Impacto Ambiental e Relatório de
Impacto Ambiental pra que faça a sua apresentação em 30 minutos.
SR. ANTONIO CARLOS DE FRANÇA: “boa noite a todos, queria
agradecer aqui a presença de todos, sei que muitos aqui estão
interessados no processo e é evidente, é uma obra, e como tal ela
tem toda uma sequencia a ser realizada, mas, também traz um
conjunto de consequências. Como já foi anunciado aqui, meu nome
é Antonio Carlos de França, eu represento aqui uma equipe de
aproximadamente uns 45 a 50 técnicos que realizaram o estudo,
então é uma responsabilidade muito grande estar representando
essa grande equipe aqui, e queria dizer à vocês, que o maior
desafio em uma Audiência Pública, é conseguir, em 30 minutos,
fazer de forma sintética uma apresentação de um estudo que
demanda muitos meses e muitos técnicos, e por outro lado também,
as pessoas que aqui estão elas têm que ter um esforço muito
grande pra poder, em 30 minutos, conseguir compreender o
conjunto de todo esse estudo, então é um desafio pra nós, e um
desafio pra vocês, vamos ver se a gente consegue avançar nesse
processo.
É iniciada a apresentação dos slides:
Primeiro slide: bom a Ampliari é uma empresa que tem mais de
quinze anos no mercado, nós temos um conjunto de valores e
missão e a nossa, a área de atuação nossa, é de licenciamento
ambiental, gestão ambiental de empreendimentos, e prevenção e
administração de crises.
Próximo slide: aqui só a titulo de demonstração pras pessoas, os
principais clientes com os quais nós já trabalhamos ou continuamos
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a ter clientes trabalhando pra eles, fazendo projetos de
licenciamento, gestão, e às vezes, até mesmo administração de
crise.
Próximo slide: e finalmente a gente queria primeiro buscar uma
resposta, o que é um EIA/RIMA? O EIA/RIMA ele tá preconizado,
ou seja, é algo que está lá constituído na legislação, para que? É
um estudo que deve ser feito pra que você possa examinar qual é o
tipo de empreendimento que está sendo feito? Quais são as
principais consequências e impactos que ele pode provocar, tanto
ambiental quanto, ambiental, social positivo ou negativo? E ele tem
que, ao final do estudo, chegar a uma conclusão, se é viável, ou
não o empreendimento a luz de trazer mais benefícios, ou se ele se
torna inviável, na medida em que ele traz um conjunto de malefícios
pra sociedade e para o ambiente. E como é que se faz um Estudo
de Impacto Ambiental? Como é que nós trabalhamos a questão do
Estudo de Impacto Ambiental? A coisa mais importante pra você
fazer um Estudo de Impacto Ambiental é você conhecer o
empreendimento, toda essa apresentação que o Pedro acabou de
fazer aqui é uma caracterização do empreendimento, quando a
gente estuda, qual é o tipo de empreendimento ele já nos auxilia
muito, nos dá pistas, de quais são os principais impactos que estão
associados a implantação e a operação desse empreendimento no
futuro. Desse modo, a caracterização do empreendimento então,
nos auxilia a direcionar o nosso levantamento sob a legislação
incidente, ou seja, qual o tipo de leis que você tem que verificar em
função do tipo de empreendimento? Pra você não ferir direitos, não
ferir uma serie de conjunto junto a sociedade, na questão do próprio
ambiente também, e principalmente identificar também, projetos
colocalizados, ou seja, a canalização desse Córrego, como já foi
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colocado aqui pela descrição do Pedro, ela permite com que possa
a ter intervenção, de maneira mais contundente. A própria SABESP
já vem realizando obras pra fazer todo, implantar todo o coletor de
esgoto na região e isso vai contribuir pra você melhorar a própria
qualidade de água no futuro, a canalização vai permitir isso, por
que? Porque vai abrir espaço pra que você possa colocar rede
coletora em paralelo aí ao canal do próprio Córrego. Além disso,
nós fazemos a elaboração do diagnostico socioambiental da
situação, ou seja, entendendo qual é o tipo de empreendimento,
nós vamos buscar através de dados secundários, ou seja, de
bibliografia, quais são as informações que existem sobre a região,
sobre a área que nós vamos estudar aonde vai ser implantado o
empreendimento, aí nós fazemos isso, pro meio físico, pro meio
biótico e pro meio socioeconômico. Depois de conhecer
previamente através de bibliografia, de estudos, de informações
existentes, nós temos que fazer um trabalho de campo, pra buscar
complementar dados, que a gente já tem alguns, mas nós vamos a
campo pra complementar os dados, e fazer uma atualização que a
gente chama de situação atual, ou seja, você tem que ir a campo
pra conhecer a realidade local também, e isso foi feito também nos
nossos estudos. Feito isso, nós temos uma metodologia de
avaliação de impactos que a gente vai apresentar um pouco mais à
frente de forma resumida, se faz a avaliação dos impactos, e se
estabelece quais são os principais programas e planos ambientais
que devem mitigar, compensar e potencializar os impactos que são
decorrentes da própria implantação e operação do
empreendimento. Por fim, nós fazemos um prognóstico com a
implantação do empreendimento, a adoção dos programas
ambientais, nós temos um prognósticos que nos permite uma
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consideração final acerca do nosso estudo pra determinar, pra
gente chegar a conclusão, se o empreendimento é viável ou não. E
aí nós finalizamos o trabalho que vem a ser o Relatório de Impacto
Ambiental, que é uma síntese do EIA, de todo esse esforço de
trabalho, de mais de sete, oito meses de trabalho, que é um estudo,
um resumo simplificado, mas não é algo que a gente deixa de
colocar as informações centrais, mas com uma linguagem mais
coloquial, ou seja, uma linguagem que qualquer cidadão, ao ler
esse texto, tem condições de ter um entendimento, a gente deixa de
usar uma linguagem tecnicista, muito técnica, e passa a trabalhar
uma linguagem no RIMA, pra que todo mundo possa ter acesso e
ter um entendimento do estudo.
Próximo slide: bom como já foi colocado aqui, os objetivos centrais
do empreendimento é: na identificação de área de inundação pra
desenvolver um projeto de intervenção de macrodrenagem, o que
vem a ser isso? Eu já tenho um problema de enchente de muitos e
muitos anos, de muita reclamação que já existe ao longo desses
anos todos, então se faz um estudo hidrológico pra conhecer a
região como um todo e entender qual a melhor forma de intervir pra
você minorar, reduzir o máximo possível os efeitos de uma
enchente na região. Então são os riscos, e as principais razões de
inundação, como já foi colocado aqui, eu tenho; uma urbanização
imensa em toda a bacia hidrográfica, que nós vamos ver mais à
frente, isso leva a uma impermeabilização do solo, o que vem a ser
impermeabilização do solo? Antes essas áreas, elas tinham
vegetação natural, quando chovia, essa vegetação retinha parte das
chuvas durante um período, com a colonização, ou seja, com o
processo de loteamento, e as pessoas vieram morar pra cá, foi
retirando essa vegetação, e aí o que aconteceu? Você não tem
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mais a retenção da água durante um tempo, quando chove toda
água que cai encima de telhado, encima de calçada, encima de rua
pavimentada, o que acontece com ela? Ela vira enxurrada e
rapidamente ela vai pra dentro do rio, e o rio tem uma calha, que
não aumenta, essa quantidade de água de forma muito rápida
provoca inundação. Essas águas vão parar nas partes mais baixas,
que são planas, e isso leva necessariamente a inundação, e uma
coisa importante, como eu não tenho mais retenção das águas, não
existe nenhum mecanismo hoje, que segure parte dessas águas
que cai da chuva, e escorre, e vai pra dentro do rio muito rápido, por
isso, a necessidade de você fazer um projeto como esse.
Próximo slide: então aqui, a estrutura do projeto, como já foi
colocado aqui; um reservatório fechado no Córrego do Paciência, ali
nas proximidades da desembocadura do Maria Paula, são nove
trechos de canalização do Córrego do Paciência, em torno de
quase quatro km, a canalização aberta, canalização também de três
trechos do Córrego Maria Paula, que dá entorno de um km de
extensão, e a implantação de um novo sistema viário de 4.260
metros, ou seja, quase 4 km, quase 4 km e meio de uma nova
avenida, e a implantação de projetos paisagísticos onde é possível
que a população possa utilizar essas áreas pra poder fazer lazer,
recreação, coisa do gênero.
Próximo slide: aqui rapidamente só pra demonstrar, essa aqui é
uma imagem, uma fotografia, uma imagem do google, mostrando
aqui toda a superfície completamente tomada de casas, enfim de
edificações que tem supermercado, escola, postos de saúde,
residências, tudo o mais, e aqui nós temos a calha do Paciência, e
aqui a calha do Córrego Maria Paula.
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Próximo slide: aí uma questão importante, nossa formação
enquanto cidade, sempre esteve associada a rios, os primeiros rios
que os antigos moradores que chegaram em São Paulo e se
fixaram foi, o Rio Tietê, o Tamanduateí e uma parte do rio
Pinheiros, a partir dos anos trinta, com o processo de
industrialização crescente em São Paulo, São Paulo se tornou um
polo de atração nacional, e o que aconteceu? A cidade passou a
crescer, foi se intensificando o uso junto aos principais rios, mas
também, sobre toda a extensão de São Paulo, chegando a essa
grande mancha urbana hoje, que ocupa quase oito mil km
quadrados. O Pedro mencionou aqui que só a Bacia do Paciência é
entorno de cinco km, aproximadamente cinco km, a cidade de São
Paulo hoje que está quase toda urbanizada é entorno de mil e
quinhentos km quadrados, aí o que acontece? Essa expansão da
cidade de São Paulo ela foi realizada, quase que sempre, sem
nenhum planejamento. O primeiro Plano Diretor que nós vamos ter
no Brasil é a partir de 74 na cidade de São Paulo, é o primeiro
Plano Diretor, que é o plano que ajuda a normatizar como é que a
cidade tem que crescer, quais são as condições pra que você possa
ter vetor de crescimento para um lado, como é que as vias tem que
ser, como é que as calçadas, os recuos de identificações, moradias,
como é que você protege Córregos, áreas verdes e tudo o mais,
isso não existia até a década de 70. A única coisa que existiu de
planejamento a partir dos anos 50 foi o Plano de Avenidas pra
expansão urbana de São Paulo, que na verdade. a 23 de maio,
aquela região do Ibirapuera, tudo o mais, então essa foi a primeira
grande intervenção planejada do poder público em São Paulo, e
principalmente a partir de 74, com a inauguração da linha do Metrô
norte-sul, nós temos uma valorização ao longo desse canal, dessa
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linha, e uma indução, ou seja, uma atração cada vez maior de
população para as áreas próximas ou a montante, mais distantes do
Terminal, tanto de Santana de um lado, como do Jabaquara de
outro, na cidade de São Paulo. E nós chegamos em 2000, a
tendência, a partir dos anos 2000, quando a gente estuda a região
de São Paulo, principalmente a região metropolitana, você vai ter
uma redução da expansão de áreas periféricas, áreas cada vez
mais distantes do centro, e aí você começa a ter um outro processo,
que é um processo de verticalização, ou seja, as áreas que estão
consolidadas, elas passam a ter prédios, deixam de ter casas em
grande parte da região de São Paulo e da região metropolitana
também. Aqui este gráfico mostra que de, 1872 até 1950, você tem,
chega a dois milhões de pessoas, dessa década até o ano de 2012,
nós pulamos pra quase doze milhões de pessoas só na cidade de
São Paulo, significa o que? Que nós temos um crescimento, para
um território que não cresce, ou seja, mais gente no mesmo lugar.
Próximo slide: aí aqui de novo, a gente quer mostrar, você tem
essa mancha, isso tudo que está aqui em cinza, são áreas
ocupadas por casas, por moradias, por estabelecimentos
comerciais, industriais, vias, ruas, avenidas. Aqui nós temos a
Cantareira, o Parque Estadual da Cantareira, que por ter terrenos
muito mais íngremes, as suas encostas são muito mais
acidentadas, elas dificultam a ocupação, então foi o que restou, na
verdade, com cobertura vegetal, mas é muito pouco, se a gente
observar em relação a essa área toda que chega aqui até o Rio
Tietê, portanto, todas as águas que caem daqui elas vão chegar até
o Tietê, esse aqui é o Córrego Cabuçu de Cima que ele nasce pra
cá, e o Paciência desce aqui, justamente como estava falando
antes na questão do próprio projeto. Então veja, hoje está sendo
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necessário fazer uma intervenção no canal aqui do Paciência, e
alguns trechos do canal do Maria Paula, onde nós tivemos que
entender um pouco como está essa condição hoje de ocupação e
também estabelecer um limite pra se fazer o estudo onde a Bacia
Hidrográfica se torna uma coisa essencial. Por que a Bacia
Hidrográfica é algo importantíssimo em um empreendimento como
esse? Aqui nós temos o limite da Bacia Hidrográfica, que é esse
polígono em verde aqui, o que significa? Essas são as áreas mais
altas que a gente encontra: topo de morro, pico de colina, coisas do
tipo, e as águas que caem, as chuvas quando caem aqui, elas
correm daqui pra dentro, toda a água aqui cai pra dentro aqui, vem
pra cá, e elas vão preferencialmente para os lugares mais baixos,
que é onde dá o canal dos Córregos. Como eu tenho pouca
permeabilidade, como eu não tenho mais estruturas que segurem
as águas no período de chuvas, o que acontece? Essas águas
descem muito rápido, e aí provocam enchentes lá embaixo, porque
a água desce rápido pra cá, quando chega aqui no Cabuçu, o
Cabuçu também vem trazendo água de monte pra cá, pra cair no
Rio Tietê, ele segura a saída dessa água aqui, e aí é isso que
provoca a enchente, a enchente sempre começa da parte mais
baixa e vem subindo até um limite.
Próximo slide: pra fazer esse estudo a gente tem que determinar
as áreas de influência, ou seja, quais são os impactos, quais são as
extensões territoriais que podem ocorrer, ou não, impactos em
função do empreendimento, tanto positivo, quanto negativo? Então
eu tenho uma área de influência indireta, que é aquela que a gente
quase não percebe os impactos, dificilmente, mesmo os positivos
ficam mais difíceis de você conseguir enxergar, conseguir ver qual a
interferência na vida das pessoas, no ambiente, e coisas do gênero.
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Então para o meio físico biótico, nós trabalhamos a Bacia do
Córrego do Paciência, e pra questão socioeconômica nós
trabalhamos as três Subprefeituras: Santana/Tucuruvi,
Jaçanã/Tremembé e Vila Maria/ Vila Guilherme, por que? Porque os
territórios destas três Subprefeituras chegam, o limite delas, o limite
de seus territórios, chegam até a Bacia do Paciência e do Maria
Paula. Pra questão da gente enxergar um pouco mais próximo da
obra, quais os tipos de impactos podem trazer um transtorno ou
outro, ou trazer um benefício maior ou outro, a gente tem a área de
influencia direta, que a gente compreendeu essa área, como aquela
que está a duzentos metros de cada lado do rio, ou seja, eu tenho o
fundo do rio aqui, o Córrego, duzentos metros pra cá, e duzentos
metros pra lá, a gente estabeleceu como área de influência direta, é
aquela que pode ao longo da implantação e da operação, conseguir
enxergar mais, perceber mais, se tem alguns sintomas a mais dos
impactos, tanto positivos, quanto negativos, na implantação e
operação do empreendimento. E a área diretamente afetada, ou
seja, aquela onde vai ocorrer a implantação do empreendimento é
onde você vai verificar a incidência dos impactos tanto na
implantação como na operação.
Próximo slide: então aqui pra ilustrar, essa figura aqui ela
representa o território das três Subprefeituras que já falei
anteriormente, então a gente teve que fazer um estudo das
características sociais e econômicas das três Subprefeituras, aqui
nesse limite é a área de influência direta que é a Bacia Hidrográfica,
e aqui um detalhe, é o que nós estamos chamando a área de
influência direta do empreendimento, que é aquela faixa de
duzentos metros pra cada lado, o rio tá aqui, o Córrego tá aqui,
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duzentos metros pra cá, duzentos metros pra cá, então esse
polígono aqui é a área de influência direta do empreendimento.
Próximo slide: bom, o que a gente analisou o diagnóstico? Nós
analisamos na questão do meio físico, as condições metereológicas
do clima, que é uma coisa central, importante pra gente saber,
qualidade do ar, geologia, geomorfologia, solos, a parte de
geotecnia, a parte de recursos hídricos, a hidrogeologia,
principalmente a caracterização da qualidade das águas, tanto
superficiais, como as águas subterrâneas dessa região, e a questão
de ruído e vibração. Então nós fizemos o levantamento bibliográfico,
também estivemos em campo fazendo medições de ruídos,
verificando coleta de água, e verificando também as condições das
margens do rio.
Próximo slide: o que nós conseguimos detectar nesse diagnóstico
nosso? Primeiro, do ponto de vista de clima, todo mundo aqui sabe
de cor e salteado, que o período de chuvas, inclusive o nosso está
acabando, nós começamos com chuvas no período de outubro,
novembro, e a gente vai até março, abril tendo chuvas ainda, são as
chamadas chuvas que ocorrem no período de verão, e elas têm
uma característica muito importante. Elas ocorrem com uma
frequência pequena, mas com uma intensidade muito grande, ou
seja, as pancadas de chuva de verão, elas se caracterizam por
aquelas pancadas de uma, duas horas de chuva, com muita água e
depois para, e justamente é um volume muito grande, numa área
como essa que nós temos, não só nessa Bacia, mas em outras
também dentro da cidade de São Paulo, você acaba tendo um
processo de inundação, por que? Muita água e em pouco tempo
escorrendo rapidamente, você tem um processo de erosão e de
assoreamento no canal dos rios, por que? Como não tem uma
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canalização, e essa área que tá o rio hoje, é uma área que, do
ponto de vista geológico, é uma área que está em formação, é uma
área que é formada por sedimentos, na geologia se diz, o
quaternário, ou seja, uma área muito recente que foi material que foi
sendo trazido, levado por chuvas, ao longo de milhares de anos, e
foi formando essas várzeas, e elas são pacotes de sedimentos que
formaram solos que não são muito consolidados, muito permeáveis,
inclusive. E com um aquífero muito raso, ou seja, se alguém mora
próximo do rio, ou na várzea do rio, sabe, que se você fura um poço
um metro e meio, dois metros, três metros, você encontra água e
isso, dá um potencial de contaminação, então, por exemplo, um
posto de gasolina, uma oficina mecânica, se não tem um tratamento
adequado lá do que eles usam, pode infiltrar essa água, porque o
tipo de solo é muito suscetível, é muito permeável, ele permite a
descida de fluídos, de líquidos.
Próximo slide: com relação a vegetação, o meio biótico, nós
temos: flora, a vegetação, as áreas de preservação permanente, as
áreas legalmente protegidas, e a fauna, ou seja, os animais que
existem na região.
Próximo slide: é uma região que é totalmente urbanizada, o que a
gente encontrou de vegetação foram: alguns exemplares, que
quando você encontrava um conjunto de árvores em geral, estava
muito associada ou a uma praça, que são poucas na região, ou
ainda, na beira do rio que não foi devidamente ocupado, então aqui
está o exemplo de praça e muitas árvores na frente de casa, e tudo
o mais, ou uma área numa margem que não foi totalmente
ocupada, que resta aí, um ou outro exemplar de vegetação. Nós
cadastramos, fizemos o levantamento em campo de quase 500
árvores que nós encontramos nesse trecho que vai da vegetação,
Audiência Publica realizada em 02 de abril de 2015 – São Paulo - SP
de 82 espécies, e aqui é uma coisa importante, mais de 60%
dessas árvores, elas são espécies exóticas, coisa que a gente
acabou trazendo de outro lugar e foi plantando na frente de casa,
na praça, enfim, que sobrou na beira do rio. E apenas 02 dessas
espécies, estão na lista de ameaçados de extinção, uma árvore de
cada espécie, que é a aroeira do sertão e o Pau Brasil.
Próximo slide: ainda com relação a questão da área de
preservação permanente, como já foi colocado aqui, o Córrego hoje
está muito confinado a ocupação, como mostram aqui essas fotos,
ou seja, se construiu até a margem do rio, não tem um espaço pra
você ter uma área protegendo o rio, além do que, tem lançamento,
muito lançamento de águas servidas, de águas de esgoto, de
lavagem de casa, entendeu, tudo aquilo que é lançado,
evidentemente porque foi a solução que foi possível até agora,
porque não tem ainda, a coleta de esgoto implantada. Os troncos,
as áreas troncos, estão sendo construídas ainda, estão sendo
implantadas pela SABESP também, então não temos uma área de
preservação permanente, que possa dizer, não! Eu tenho uma área
de APP desse Córrego, não existe.
Próximo slide: com relação a fauna, a fauna silvestre, ou seja, a
fauna de animais que vivem nas matas, tudo o mais, na floresta,
mamífero, infelizmente, não tem nenhuma ocorrência. Poderia se
falar assim, bom! Tem lá uma paca, uma onça, tal, não tem! Não
tem nenhum, não existe isso mais, pode ter lá no Parque Estadual
da Cantareira, mas na Bacia não existe. Répteis, foram encontradas
três espécies: uma de rã, uma rãzinha e duas lagartixas, uma de
muro e uma de parede. Aves, e aí é uma coisa interessante, aves
foram encontradas um conjunto de trinta espécies, exemplares de
trinta espécies, porque está muito próximo ao Parque Estadual, e aí
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as aves têm possibilidade real de poder se locomover do Parque
pra cá, ir pra outro lugar, então as aves também conseguem ter
mais liberdade pra isso. E infelizmente, há uma ocorrência da fauna
sinantrópica, o que é a fauna sinantrópica? É todos aqueles
animaizinhos que a gente não quer ter em casa, o rato, a barata,
pulga, infelizmente eles conseguem conviver muito bem com a
gente, a gente enxotando, e eles vivendo, a gente enxota, e eles
continuam lá, então esses nós encontramos muito, pelas condições
mesmo do próprio rio.
Próximo slide: com relação ao meio socioeconômico nós também
verificamos; população, economia, infraestrutura e equipamentos,
saneamento, a questão do sistema viário, o ordenamento territorial
e o patrimônio cultural, também foi feito toda essa investigação,
tanto em bibliografia, como em campo.
Próximo slide: esse gráfico aqui, essa sucessão de gráficos é só
pra ilustrar uma questão aqui, Jaçanã, esse aqui, ele tem ao longo
da década de 80, 90, 2000 e 2010, é o único Distrito que apresenta
um crescimento de população, onde está este estudo que nós
estamos fazendo, justamente nesse Distrito é onde você tem um
aumento crescente de população, enquanto os outros estabilizam e
alguns até caem. Porque é a área que ainda permite a chegada de
pessoas, talvez aí, a questão da própria habitação, a possibilidade
de ter uma casa, ter um acesso a uma casa, ainda é mais viável do
que nos outros Distritos. E aqui diante do estudo que a gente fez
dessa questão da dinâmica demográfica, aqui no Córrego, nós
temos, quanto mais claro, menor é a densidade demográfica, ou
seja, menor é o número de pessoas que habitam aquele quarteirão,
e quanto mais escuro, maior é a quantidade de pessoas, em alguns
casos coincidem muito com, principalmente, o que a gente chama
Audiência Publica realizada em 02 de abril de 2015 – São Paulo - SP
de habitações irregulares, habitações que ainda não têm uma
resolução melhor de vida, de vivência, que são as que a gente
chama nas áreas de invasão, favelas, enfim, essa questão, porque
é verdade, as pessoas estão lá e vivem em pequenas áreas e em
uma concentração maior, que é um caso que precisa ser resolvido
também,
Próximo slide: aqui só pra ilustrar o ordenamento territorial, no
Plano Diretor nós temos aqui está o nosso Córrego, aqui, essa área
aqui que eu vou chamar atenção essa área lilás aqui, que é uma
área, que pelo Plano Diretor, ela tem que ser requalificada, ela tem
que ser retrabalhada, o que significa isso? É uma área que tem um
potencial de habitação muito grande, ela necessita de um conjunto
de ações e de infraestrutura para que ela possa se recompor e
trazer uma maior qualificação às pessoas que moram na região.
Próximo slide: ainda na questão do uso, essencialmente na nossa
área, o uso residencial horizontal, ou seja, casas, ainda é o padrão
predominante na região, nessa área de estudo, de casas, e não de
prédios, tem a presença de um ou outro prédio na região, está
iniciando um processo de verticalização, de introdução de novos
edifícios, novos condomínios, mas hoje, a ocupação dentro da
Bacia é predominantemente de casas, de área de habitação
horizontal.
Próximo slide: enfim, fazendo todo esse diagnóstico, nós depois
temos aqui, os atributos que a gente trabalha, aqui é a análise dos
impactos, a nossa metodologia, tem um conjunto de atributos pra
você fazer as análises dos impactos, então eu tenho: natureza do
impacto, seria positiva ou negativa, a ocorrência, se é direta ou
indireta, se ele é reversível, ou não, e principalmente, a magnitude,
o que é a magnitude? É a intensidade, o impacto que está sendo
Audiência Publica realizada em 02 de abril de 2015 – São Paulo - SP
provocado naquele momento, qual é a sua magnitude? Qual é a
sua intensidade? Baixa, é média, ou alta? Diante de todos esses
atributos, aqueles que ressaltam como muito importante na nossa
metodologia de avaliação, é a questão de ser reversível ou não, se
a magnitude, ou seja, se a intensidade ela é baixa, média ou alta, e
a abrangência, ou seja, até onde vai o impacto? Até onde pode se
sentir o impacto? Ele é pontual? Ele é local? Ele é regional?
Entendeu? Qual a magnitude que esse impacto faz? Qual a
dimensão que ele chega? Isso nos auxilia a compreender a
significância do impacto, se ele é pouco significante, se ele é médio
significante, se ele é muito significante.
Próximo slide: diante da aplicação dessa metodologia, nós
chegamos a uma quantidade de impactos, que a gente vai colocar
alguns aqui, na implantação, por que na implantação? Porque a
implantação é a fase que você tem a maior incidência de atuação,
você vai ter que abrir o Córrego, você vai ter que escavar, vai ter
que colocar estrutura de concreto, depois você vai ter que aterrar,
vai ter que recompor a área de novo. Se você tiver lá que fazer
algum tipo de remoção de pessoas, de famílias, tem que pensar
nisso, como que vai tratar dessa questão, então, na implantação
você tem um conjunto de impactos, mas todos eles têm, quase
todos eles são reversíveis, quase todos eles ocorrem durante um
período depois eles param. Então a questão do processo erosivo,
na fase de construção, eu tenho que fazer a escavação, então eu
tenho que tomar cuidado, porque eu estou abrindo pra colocar a
estrutura de concreto, então eu tenho que tomar muito cuidado
aqui, fazer em período seco, porque eu não posso deixar que
provoque mais erosão e assoreamento dentro do rio.
Audiência Publica realizada em 02 de abril de 2015 – São Paulo - SP
Próximo slide: desestabilização do terreno, como é a situação
hoje? Hoje nós temos um Córrego que ele está encima, suas
margens estão em um terreno que não é estável, e ao longo das
cheias, principalmente, quanto maior a velocidade das águas, mais
ele come as beiradas, e aí, isso provoca instabilidade do terreno, e
na fase de obra tem que tomar um cuidado muito grande, porque
você pode acelerar essa instabilidade, pontual, local, mas, você tem
que tomar uma serie de medidas.
Próximo slide: bom, você vai por equipamento, então, naquela
faixa de 200 metros, as pessoas podem escutar ao longo do dia, a
máquina trabalhando, o trator trabalhando, o caminhão passando
com o concreto, com terra, seja lá o que for, então o que tem que
ser feito? Tem que ter todo um cuidado, você estabelecer horários
pra fazer a obra, pra que você não provoque nenhuma alteração na
rotina das pessoas, sobretudo à noite, pra que elas não sejam
perturbadas pela ocorrência de ruído durante a obra.
Próximo slide: bom, a gente falou aqui que foram encontradas
cerca de quase 500 árvores, não que vão ser suprimidas todas as
árvores, mas aquelas que tiverem que fazer o seu corte, aquelas
que tiverem uma importância ecológica, ou paisagística importante,
elas têm que ser tratadas de uma forma diferente, então, tem que
ter todo um programa pra você demarcar essas áreas de supressão
e se possível você fazer relocação daqueles exemplares, ou seja,
tirar de um lugar e plantar noutro, pra você guardar aqueles
exemplares que são mais significativos, que são mais importantes.
E mais ainda, pra cada árvore cortada você tem uma medida
compensatória que vai ser simplesmente muito mais do que você
está tirando hoje.
Audiência Publica realizada em 02 de abril de 2015 – São Paulo - SP
Próximo slide: vai ter incômodo na fase de implantação? Vai, você
tem operação, você tem equipamento, interrupção de tráfego
durante um momento, combinado com todo mundo, CET ajudando
a estruturar e organizar essa questão tem que fazer um conjunto de
medidas pra que você reduza o máximo esse incômodo, também as
pessoas que estão próximas a obra, e a alteração da mobilidade
urbana, por conta dessa questão, tem momento que eu fecho uma
rua, tem momento que eu abro de novo, tal, até finalizar toda a
obra.
Próximo slide: tem a questão da desapropriação de imóveis e
deslocamento involuntário da população, vai existir, o que tem que
ser feito pra isso? A Constituição de 88 assegura aos proprietários,
valores, negociação, isso não é mais assim, as pessoas, quando
falam de desapropriação, questão do gênero, ficam com receio, e
com razão, anteriormente a 88, você ia passava a obra, e depois
você ia discutir com o sujeito na justiça, quem tinha condição ficava
lá anos e anos a fio, quem não tinha, sucumbia. Hoje você tem um
conjunto de mecanismos e uma prática que já existe, que é você, e
aí o Ministério Público acompanha, ONGs acompanham, a
advocacia, a Defensoria Pública acompanha esse processo
também pra assegurar os direitos de proprietários, e não
proprietários que são impactados, eles vão ser relocados, então
quem é proprietário é desapropriado, é indenizado, e aqueles que
não são proprietários entram num programa de transferência e
reassentamento em outro local.
Próximo slide: na fase de operação, você vai ter um controle da
vazão, ou seja, o que é esse controle de vazão hídrica? É o que o
Pedro falou, eu vou ter condições lá naquele gráfico que ele estava
mostrando, um conjunto de gráficos que tinha o pico lá da cheia,
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sem as obras, e sem o reservatório, e depois, lembra, embaixo
tinha um outro pico com a implantação do empreendimento, com o
funcionamento do reservatório, é isso. Com a implantação do
empreendimento eu vou ter condições de reter grande parte da
vazão durante os períodos de pico de chuva, e isso vai reduzir
drasticamente riscos de erosão. Aqui vai, com a implantação
dessas áreas paisagísticas, você pode até aumentar o índice de
permeabilidade na Bacia.
Próximo slide: vai ter uma alteração do uso do solo, vai melhorar a
questão da mobilidade urbana, vai valorizar o aspecto imobiliário
melhora, por que? Eu vou ter canalizado, vai reduzir o risco de
enchente, eu vou ter uma nova via também, eu vou ter áreas pra
poder serem utilizadas pelas pessoas, vou ter uma alteração da
paisagem pra melhor, e com a diminuição da ocorrência de
inundações.
Próximo slide: qual é a avaliação que nós temos desse processo?
Desse estudo que a gente fez para esse empreendimento? Primeiro
nós vamos ter incômodos temporários durante a fase de obras, mas
por outro lado, está se atendendo a demandas sociais
historicamente registradas, cada enchente que tem, vai lá a
imprensa, o rádio, televisão, jornal, as pessoas reclamam, dizem
que não dá pra viver dessa forma, que isso é horrível, que precisa
ter uma solução, ou seja, é pra atender essas demandas sociais,
com isso minimizar os prejuízos materiais das pessoas, tanto de
imóveis, automóveis, o pessoal que tem atividade comercial, por
vezes perde equipamento, perde geladeira, perde mercadoria,
portanto é pra minimizar isso. Reduzir também prejuízos na saúde
pública, enchente em geral traz leptospirose, traz outras doenças
então é complicado, e isso diminui, você pode contribuir pra
Audiência Publica realizada em 02 de abril de 2015 – São Paulo - SP
melhorar as condições de moradia e os estabelecimentos e as
atividades econômicas que tem na região com a valorização, e vai
propiciar uma requalificação urbanística e ambiental dessa área
como um todo.
Próximo slide: aqui tem um conjunto de programas e
subprogramas que eu não vou ficar lendo, que o tempo já estourou,
que já me avisaram três vezes, mas eu tenho um total de catorze
planos e programas ambientais, e cinco subprogramas, pra dar
conta de atender o conjunto dos impactos, tanto negativos quanto
os positivos.
Próximo slide: aqui os programas na área do meio biótico, por
favor, siga.
Próximo slide: do meio socioeconômico destacando aqui que vai
ter programa de educação patrimonial, programa de comunicação
social, e o programa de desapropriação e reassentamento.
Próximo slide: aqui chegamos as considerações finais, da equipe
que elaborou esse estudo, temos 28 impactos negativos, nossa,
mas 28 impactos negativos? Mas se a gente for verificar desses 28
a sua esmagadora maioria são impactos de baixa significância, são
impactos que vão ocorrer durante um período, e eles vão cessar
depois, que é principalmente na etapa de obra, e 07 impactos
positivos, esses impactos positivos estão diretamente associados a
operação, e tem um caráter permanente. Portanto a existência do
empreendimento vai facilitar, vai melhorar muito a vida das pessoas
que vão ficar, vai melhorar muito as atividades econômicas e o local
de moradia, mobilidade e principalmente vai trazer uma valorização
imobiliária, vai valorizar a área, ou seja, é um impacto de caráter
permanente, os impactos positivos são de caráter permanente.
Todos esses impactos podem ser mitigados, controlados,
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compensados e potencializados, desde que se faça a aplicação
correta de todas as medidas propostas dos Programas e nos
Planos ambientais com uma gestão eficaz, ou seja, a obra tem que
ser feita com uma gestão ambiental e social, a obra tem que
terminar, e tem que dar prosseguimento a sua operação com um
conjunto de ações ainda permanentes. Essas obras aplicando
esses programas vamos ter como resultado: a diminuição de
enchentes e inundações, a valorização imobiliária, a melhoria da
paisagem urbana, a melhoria da mobilidade urbana, e a criação de
novas áreas de lazer, portanto o empreendimento traz: ganhos
sociais, econômicos, urbanísticos e ambientais para todas as áreas
de influencia do empreendimento.
Último slide: deste modo, finalizando, a equipe da qual estou
representando aqui, chegou a seguinte consideração: diante dos
estudos, diante de todas as questões que nós trouxemos aqui pra
vocês muito rapidamente, nós concluímos que esse é um
empreendimento que tem viabilidade técnica, ambiental e social,
obrigado e estamos a disposição.”
SRª CLAUDETE DE CARVALHO: faremos agora a recomposição
da mesa, por favor, a partir de agora as inscrições foram
encerradas, lembrando que as entidades então têm cinco minutos
para as manifestações, e os presentes dois minutos, começamos
com as entidades, o primeiro é o Sr. José Ramos de Carvalho da
Agenda 21, por favor, cinco minutos.
SR. JOSÉ RAMOS DE CARVALHO: olá boa noite, meu nome é
José Ramos de Carvalho minha formação gestor ambiental e faço
parte da Agenda 21 do Vale do Rio Cabuçu e que congrega as
entidades especialmente as associações de bairro. Com relação ao
projeto, a gente tem uma visão muito boa com relação às questões
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de arborização que esse projeto vai poder nos propiciar, além das
questões sociais, das enchentes, etc, etc. Os estudos que nós, ao
longo de dezoito anos, realizamos na região do vale, nós temos
uma ilha de calor e uma incidência muito forte de produtores de
dióxido de carbono e de poluição, a exemplo da Fernão Dias, Via
Dutra, e o próprio Aeroporto de Cumbica, hoje com 750 voos
diluindo querosene sobre uma população nossa de 300 mil
pessoas. Esse projeto ele é bem vindo dentro do aspecto ambiental
pelas questões de arborização que na nossa região nós temos
apenas 3,5% de árvores, pra uma região nossa do Vale do Cabuçu
de 23 mil metros quadrados, são 23 km, que começa aqui na região
da Dutra, mais ou menos perto do rio Tietê, ali no Corinthians e vem
até aqui a Serra da Cantareira. E essa formação geográfica é como
se nós morássemos aqui mesmo dentro de um buraco, então aqui o
meu peito é a Serra, desse lado Guarulhos e desse lado Tucuruvi,
nós todos moramos aqui, a função do Paciência e eu tenho família
bem próximo do, e vai ser afetado também nessa, nesse trabalho, é
visto dessa questão da qualidade do ar, mas também temos um
estudo muito forte encima do Rio Cabuçu, que esse é que é a
nossa grande, é onde que ocorre os maiores impactos, então nós
tivemos um impacto muito forte agora, que foi com a construção do
Shopping Tucuruvi, que todo o resíduo que é produzido no
Shopping, tanto de águas negras, que são esgoto, é jogado
diretamente no Córrego Tremembé que o Cabuçu recebe também
esse volume. Diante da exposição do amigo aqui da área ambiental,
e do que o Córrego Paciência vai poder vim naturalmente para o
Cabuçu, só que o Cabuçu vai ter uma dificuldade pra receber, é
como se fosse uma avenida, nós estamos aqui na Avenida Guapira,
a Guapira cria um congestionamento e aí, nós que moramos nas
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ruas periféricas, não conseguimos entrar na Guapira, e é o que vai
acontecer com o Paciência, eu agora vou dizer por que: nós
estamos fazendo um estudo junto com o pessoal da área ambiental,
que eu faço parte da Associação Paulista de Gestores Ambientais,
também, e igualmente no caso da Vila Maria/ Vila Guilherme e na
curva, quando aconteceu a obra, olha só, a obra do Cabuçu, aquela
canaleta de concreto custou 800 milhões de dólares, na época, e
esse dinheiro foi doado pelo Governo do Japão, na verdade, o
Japão doou um bilhão e duzentos milhões de dólares, e foram
utilizados para construção da canaleta 800 milhões, os outros
trezentos milhões era para construir um Parque Linear no entorno
no Cabuçu que até hoje não aconteceu, e essas canaletas elas
trabalham, quem for ver o Cabuçu quando esta aí na Fernão Dias
são duas retas, uma primeira reta que nasce aqui no fundo e segue
até os baixos da Via Dutra, então é o retão, quando chega na Via
Dutra, ele faz uma pequena curva, essa curva é a garganta, essa
garganta é o segredo de todas essas enchentes aqui, porque se
essa garganta não estiver livre, a água não vai passar e o nível de
descida de velocidade das águas do Cabuçu é muito pequeno, para
vocês terem uma ideia, ele começa com 732 metros de altura e
termina com 710 somente, então se eu colocar uma caneta bic, lá
na curva e eu levantar um baldrame de 40 cm na curva,
provavelmente Vila Galvão e Jardim Cabuçu já estão debaixo de
água, quem mora aqui no Jardim Cabuçu já sabe disso, tem noção
do que eu estou falando, então o que está acontecendo hoje
naquela curva? Aquela curva tem dois aspectos assim, é pena, nós
produzimos um filme nesse final de semana, e por questão da
Audiência a gente não pode apresentar, é um filme de oito minutos
que vocês poderiam ver ao vivo todos esses procedimentos, então
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nessa curva, o que acontece? O leito do rio Cabuçu original, quem
mora aqui há muito tempo ele era todo serpenteado, então atrás da
Brinquedos Estrela aqui, que o pessoal da engenharia na época
bolou, são um piscinão natural, ele está atrás da Brinquedos
Estrela, então quando esse volume de água que vem da Serra da
Cantareira, e que vem do Paciência, vai fazer essa curva e ele não
consegue, essa água é espraiada pra dentro dessa várzea (seu
tempo está esgotado) essa água é espraiada, então o que a gente
está pedindo, como está o staff da Secretaria do Verde e do
CADES, que a gente possa de fato fiscalizar aquela curva, porque
tem obras lá altamente agressiva, e está acontecendo uma agora
lá, que está tomando parte desse piscinão, eles estão, colocaram
taludes de terra imensos do lado do rio, e eu tenho um respeito
quem estuda a área ambiental sabe que tem que ter 30 metros,
pelo menos, de recuo, e hoje nem o DAEE consegue fazer a
limpeza e o assoreamento dele, então fica aqui o registro, que não
adianta nada nós gastarmos 570 milhões de um projeto e que o
principal receptor dessas águas não tem condições nenhuma de
recebê-las, obrigado.
SRª CLAUDETE DE CARVALHO: obrigado, Pedro, por favor, quer
responder agora a pergunta?
SR. PEDRO LUIS DE CASTRO ALGODOAL: bom, ele tem razão
quando fala que, o Sr. José Ramos, tem razão quando fala que, o
projeto do Paciência ele tem toda a relação com o Cabuçu de Cima,
e por isso que, tanto no filme, você viu aquela representação do
represamento que o Cabuçu...no Paciência, tanto quanto eu
apresentei a solução, eu levantei esse aspecto quando eu mostrei
na mancha de inundação que na parte do Paciência mais próxima
da Fernão Dias, mais próximo do Cabuçu de Cima, as manchas de
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inundação se confundem, quer dizer, a mancha de inundação do
Paciência se confunde com a do Cabuçu de Cima, como lidar com
essa situação? A gente não pode também imaginar que, a gente
não pode melhorar uma situação dessas, o Cabuçu de Cima ele é
gerido pelo Governo do Estado, a Prefeitura não tem gestão sobre o
Cabuçu de Cima e ele já tem uma canalização definitiva. Uma
solução definitiva pra esse problema do Cabuçu de Cima
certamente iria envolver a construção de reservatórios, as margens
do Cabuçu, uma vez, que a gente também não pode ampliar o
canal do Cabuçu com risco de comprometer o próprio Tietê, o
Cabuçu é um tributário importante do Tietê e ele tem uma posição
estratégica na Bacia do Tietê, então se a gente somar um
acréscimo de vazão do Cabuçu com Aricanduva com Tiquatira, que
são próximos o desemboque desses Córregos a gente pode criar
um novo problema ali localizado, agora a gente não pode também
postergar mais a solução dos problemas do Paciência, por isso, que
foi concebido um projeto, com o reservatório que vai trazer, esse
reservatório vai reter as inundações que acontecem do Paciência as
que têm origem própria, na própria Bacia, então essas águas que
tem origem na própria Bacia, vão ficar retidas no reservatório que
vai ser construído na confluência com o Maria Paula, isso vai trazer
um beneficio inclusive para o Cabuçu de Cima, porque essas águas
não vão mais atingir o Cabuçu e vai ter um pequeno abatimento no
próprio Cabuçu de Cima, é isso que a gente tenta fazer, eu posso
mostrar, dar um exemplo da Bacia do Cabuçu, do Pacaembu, o
trecho de jusante do Pacaembu, ali na Barra Funda, ele também
sofre remanso do Tietê, da mesma forma que o Cabuçu sofre, o
Paciência sofre um remanso do Cabuçu de Cima, o Pacaembu
sofre um remanso do próprio Tietê no trecho final, a construção do
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reservatório na Praça Charles Miller na frente do Estádio do
Pacaembu, ela trouxe sim, um grande alivio pra as enchentes que
eram frequentes na Avenida, isso quem é da minha idade, sabe, ou
lembra, de todo o verão a gente tinha fenômenos de inundações
muito graves, com pessoas até sendo arrastadas, eu lembro de
uma pessoa que, jogaram uma corda pra ela não seguir adiante
pela Avenida, uma inundação muito grave, e com a construção do
reservatório a gente conseguiu conter essas inundações de uma
forma muito eficiente, e é isso que a gente espera, essa experiência
bem sucedida do Pacaembu a gente vai levar pra Bacia do
Paciência, acreditando que isso vai trazer um beneficio muito
grande pra região, bom e se você quiser disponibilizar esse vídeo, a
gente vê, e depois a gente pode até trocar alguma ideia
complementar sobre esse seu trabalho.
SRª CLAUDETE DE CARVALHO: segunda entidade Cido Viana do
CEPOP, Cido Viana está presente? Ok! Passemos então,
terminamos as entidades, passemos então aos presentes, a
primeira pessoa é o Sr. Sidney Roberto, dois minutos.
SR. SIDNEY ROBERTO: boa noite, meu nome é Sidney, o que eu
percebi aqui, é questão também a valorização da área, tudo bem,
valorizar, e o pessoal que mora na área, aquele negócio, tem
projeto de agora pra fazer uma reforma, pra ter uma área boa pra
todo mundo morar, ter praça, ter quadra de futebol pra todo mundo
jogar bola, só que é aquele negócio, como foi dito, desde 1970 o
Governo nunca se preocupou em chegar e fazer uma área
habitacional se preocupou em fazer bairros, estender avenidas,
postos de saúde, instalação de elétrica, instalação de esgoto, desde
1970 pra cá só vou tudo invasão, o pessoal chegou e foi invadindo,
por que? Por falta de interesse da Prefeitura, por falta de interesse
Audiência Publica realizada em 02 de abril de 2015 – São Paulo - SP
político, agora vai ter que ser assim resolvido, é na paulada, jogar
uma tonelada na cabeça de quem mora lá, porque tá morando lá,
não é por escolha, ah! eu quero morar lá e pronto acabou, não! É
onde teve um local, outra, o local já foi, como se diz, ido, cobrado,
tem escritura e tudo, tem gente que tem escritura, entendeu! Num tá
lá invadido, ah! achei um terreno aqui, vou invadir. Foi vendido por
pessoas da Prefeitura, agora vão jogar uma tonelada na cabeça de
gente que sofreu pra ter o que tem hoje, pra ser bonito? Pra ser
lindo? Vamos olhar, via, colocar mais uma via em São Paulo, as
vias que já existem tá cheia de buracos, como você vai colocar mais
uma via pra ser o que? Se o que já tem não é cuidado. É assim?
SR. PEDRO LUIS DE CASTRO ALGODOAL: bom, pelo que eu
entendi da fala do Sidney, eu acredito que ele esteja reclamando
com, ou esteja advogando, a causa das pessoas que vão ter que
ser desapropriadas, eu posso explicar o seguinte: infelizmente a
urbanização da região foi caótica e não foi prevista nessa
urbanização a proteção do curso d’água, não é? O ideal seria se a
gente tivesse uma faixa, uma área de proteção permanente, que a
gente chama de APP, ao longo do Córrego sem construções,
infelizmente essa faixa foi ocupada, densamente ocupada, e hoje
tem residências regulares ao longo de todo o Córrego, como fazer
pra gente conciliar isso? A gente teve, ao longo dos anos, um
projeto na época do, eu não lembro que gestão que foi, mas já faz
mais de uns quinze a vinte anos atrás, a gente tinha um projeto de
uma avenida com, seria um canal no meio, com três faixas de cada
lado, seria até uma alternativa a Marginal, seria uma alternativa
viária de grande intensidade, essa alternativa viária, ela trazia uma
desapropriação, coisa de duas e meia a três vezes maior do que a
gente está propondo agora, então, esse projeto já foi concebido
Audiência Publica realizada em 02 de abril de 2015 – São Paulo - SP
tentando preservar ao máximo as construções que estão no Bairro,
então se optou por preservar uma das margens do Córrego e fazer
intervenção na outra margem de maneira a preservar o máximo de
moradias que já estão, são moradores que habitam essa região há
muito tempo e que a gente tem todo o cuidado pra preservar. Existe
uma primeira avaliação dessas residências que vão ser
desapropriadas, que foi disponibilizada nas Subprefeituras que dão
informação para os moradores, isso foi pactuado com os
Subprefeitos da região, mas isso é uma primeira avaliação, no
detalhamento desse projeto a gente vai buscar uma redução ainda
maior dessa desapropriação tentando preservar, esse objetivo de
preservar ao máximo as moradias, não é só dos moradores,
também é nosso da Prefeitura.
(alguém na plateia falando fora do microfone – inaudível para
transcrição)
SR. DELSON LAPA: tem que falar no microfone porque tudo é
gravado e é a Audiência Pública é transcrita, com relação a
desapropriação, então assim, tem dois aspectos: a desapropriação
é uma coisa, remoção de família é outra, no caso da
desapropriação é quando a pessoa é proprietária daquele imóvel e
no caso de remoção de família é quando é uma área invadida,
enfim, para remoção de família nós temos hoje dois programas na
Prefeitura, na SIURB, que são programas ligados ao PAC, para
remoção de famílias todos os nossos empreendimentos estão
vinculados ao Programa Minha Casa Minha Vida, então a gente faz
um levantamento dessas famílias e dependendo do número de
famílias a gente constrói HIS e essas famílias são transportadas pra
HIS, no caso da desapropriação, como o Pedro disse, agora na
evolução do projeto executivo, e a gente tem que passar por
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procedimentos, quando a gente chega numa etapa dessa, todo
mundo queria ter o projeto executivo definitivo na mão, mas
infelizmente não é assim que funciona, nós somos auditados por
Tribunal de Contas, por Caixa, porque isso é um Programa do
Minha Casa Minha Vida, do próprio PAC, então a gente tem uma
serie de procedimentos, no caso da desapropriação ser detalhada
no correr do projeto executivo, é por conta disso que o Pedro falou,
que a gente vai viabilizando diminuir esse número. Para
desapropriação, aí é um dado que eu acho interessante dar, nesse
ano não haverá desapropriação, então esse é um dado, quer dizer,
quando será desapropriado? Nós não sabemos, mas esse ano não
será. Quem será desapropriado? Com a evolução do projeto
executivo, nós saberemos. Aquilo que tá na DUP, não se
preocupem com a DUP, porque aquilo que tá na DUP, pode
acontecer, ou não, nós não vamos desapropriar além da DUP, a
gente vai, além da DUP não, a DUP, vocês tem ideia do que é a
DUP? É bom explicar: DUP é o Decreto de Utilidade Pública que faz
a mancha de desapropriação, congela, aquilo poderá ser
desapropriado, o que não está nessa mancha de desapropriação,
não será desapropriado, isso é o primeiro ponto, o que está na
mancha de desapropriação poderá ser desapropriado, poderá ser
desapropriado, então essas informações nós temos com as
Subprefeituras, as Subprefeituras têm essa Planta DUP e vocês
podem procurar, já fizemos essa conversa com os Subprefeitos, né
Pedro? Vocês podem procurar as Subprefeituras pra ter essa
informação, primeiro pra saber se a residência de vocês está na
DUP, 25, então, então a gente já deve ter nas Subprefeituras a
Planta DUP, porque quando você vê a publicação no Diário Oficial,
é um rolo danado aquilo, então é melhor ver a Planta DUP que tem
Audiência Publica realizada em 02 de abril de 2015 – São Paulo - SP
na Subprefeitura, a Planta DUP? Na Subprefeitura? Nós podemos
disponibilizar, porque isso a gente tem. Aí se você vai ser
desapropriado tem uma série de processos, a desapropriação não
acontece do dia pra noite, então nós vamos ter o processo de
detalhar o projeto executivo, e lá no fim, falar bom, esse aqui será
desapropriado. Inicia-se o processo de desapropriação que vai na
justiça, enfim, o que acontece hoje no processo de desapropriação,
pra gente ir andando não contar todo processo, a gente vai
andando chega num ponto que a gente apresenta para o Juiz um
laudo de avaliação daquele imóvel, que nós fazemos, ou a empresa
que faz isso pra gente, faz, o Juiz pode pegar esse laudo, que
geralmente, hoje, é preço de mercado, não é mais venal, enfim, o
Juiz pode pegar esse laudo e falar o seguinte: não, eu estou
achando que não é isso, eu vou mandar um perito, aí vem um perito
e faz uma reavaliação, fechado o valor daquele imóvel, volta pra
justiça e aí tem-se a emissão na posse. Com a emissão da posse,
80% do imóvel é pago, em dinheiro, não é precatório, isso é um
outro detalhe, hoje não existe mais desapropriação em precatório, é
dinheiro, por que se paga no momento da emissão na posse 80% e
não 100? Porque o processo da emissão é na emissão da posse
que dá o direito da Prefeitura de entrar no terreno, e evidentemente
que a Prefeitura não entra no terreno, a emissão na posse saiu hoje
amanhã eu estou lá dentro, isso eu estou falando pra vocês de
experiências que nós estamos tendo, não estou sugerindo, é assim
que está funcionando, da emissão na posse até o fechamento do
processo tem mais uns dois ou três meses, esses 20% restantes,
fica pra ser pago nesse final pra ter os juros e as correções
necessárias, porque você lá dá avaliação até a emissão da posse e
até o fechamento pode ter corrido alguns meses tem uns juros e
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tem uma correção, então é assim que funciona o processo de
desapropriação na Prefeitura. O que nós teremos a mais? A partir
do momento que esse empreendimento começar, nós tivermos a
licença ambiental na mão, e fazer a gestão ambiental do
empreendimento, o programa de desapropriação e reassentamento,
que é um programa que acompanha cada cidadão. Nós estamos
fazendo isso, pra vocês terem uma ideia, na região da Zona Sul,
nós temos uma série de obras, nós montamos lá um CIC, Centro de
Informação ao Cidadão, lá nesse CIC a gente tem todo o apoio ao
cidadão, que vai ser desapropriado, que está com barulho na porta
de casa, enfim, então, no decorrer da obra, vocês terão toda a
informação pari e passo com o desenvolvimento do projeto
executivo, é isso.
SRª CLAUDETE DE CARVALHO: próxima inscrita Srª Tânia
Regina.
SR.ª TÂNIA REGINA: boa noite, eu moro na Barros Ávila num
pedacinho da Constancia, melhorou? Faz um ano que eu comprei
lá, a Prefeitura autorizou eu a comprar, a Caixa financiou eu a
comprar, certo. Acho que se existe esse projeto de desapropriação,
ou a Prefeitura, ou a Caixa deveria ter feito alguma coisa, primeiro
ponto. Segundo ponto vocês falaram que vão fazer de um lado da
avenida, do outro pelo projeto que a gente viu, vai ser planta, não
somos contra planta, terreno, praça, não. Muito bonito ser, mas tirar
casas pra colocar uma praça que lá nós já temos duas, duas, não
precisamos mais, e o pedaço exatamente desse tanto da Barros
Ávila, como onde ela mora, nós não temos enchente, não existe
enchente nesse pedaço, a pessoa que falar, tem enchente, é
mentira, o máximo que chega a ter água é na ponta do pé, eu acho
que ninguém tem medo de ponta de pé com água, não temos. Não
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existe casa caindo, não existe nada, nós compramos, nós não
invadimos aquele pedaço. Eu tenho um ano que eu comprei pela
Caixa, então eu acho assim, se fosse desapropriar, a Caixa é
responsável, a Prefeitura é responsável, por que liberou? Porque,
que eu saiba, esse projeto existe a mais de 40 anos, concordam
comigo? Mais de 40 anos. Só simplesmente o que a gente pede,
esses pedaços que a gente moramos, não tem necessidade de se
colocar nem praça, nem parque, e nem fazer desapropriação, eu
acredito, que se vocês são engenheiros, conhecem as plantas, tem
como desviar esse pedaço, vão onde realmente as pessoas estão
na enchente, é Osasco, é Guarulhos, é isso, é aquilo, não é ali. Ali
nós necessitamos daquelas casas porque nós batalhamos demais,
ali tem pessoas viúva, tem mãe que mora sozinha, tem pai
trabalhador, não é justo que a gente vai pra onde, pra onde que é
tudo bem, vocês estão falando que vai pagar 80% e depois os 20,
beleza. Beleza, tudo bem pra mim tá bom, daqui a um ano, vou ficar
sossegada, mas não é assim, todo mundo foi lá e jogou uma bomba
na mão da gente, ninguém mais dorme, ninguém mais trabalha, não
pode ver caminhão de Prefeitura que tá todo mundo desesperado,
tá todo mundo, acho que já acabou meu tempo, e eu já cheguei
aonde a gente queria, tá, obrigada.
SRª CLAUDETE DE CARVALHO: obrigada.
SR. PEDRO LUIS DE CASTRO ALGODOAL: bom eu vou, tentar
explicar de novo o que eu já tentei explicar para o Sidney, na
verdade a gente está procurando aprimorar esse projeto no
detalhamento, a fase da licitação, a gente faz com o que a gente
chama de um projeto básico, isso é detalhado, numa primeira
reavaliação que a gente fez já foi reduzido uma coisa de 40 imóveis
que a gente reduziu a faixa que havia sido avaliada inicialmente, já
Audiência Publica realizada em 02 de abril de 2015 – São Paulo - SP
reduzimos 40 residências que não entraram na DUP já por uma
verificação, se realmente se confirmarem as informações que a
Tânia Regina passou, o imóvel dela também não vai ser
desapropriado apesar de estar na DUP, nessa reavaliação
realmente, se for possível a gente vai excluir ela da, ou não vai dar
prosseguimento a desapropriação, isso a gente, isso a gente vai ter
uma, no decorrer desse ano, vai ser feito o detalhamento do projeto
e a gente vai ter uma posição muito mais clara no final do ano,
então nesse ano aqui, não vai ser efetivado nenhuma
desapropriação, a frente de obras que deve ser iniciada, é junto do
Cabuçu de Cima ali perto da Fernão Dias, onde não vai ser
necessário desapropriação, e o piscinão provavelmente vai ser
iniciado também, nesses dois trechos não tem desapropriação, e é
o que vai se avançar esse ano, e vai se fazer o projeto e a gente vai
ter mais clareza, e a gente tem, a Prefeitura tem todo o interesse
em informar com mais, tirar todas as dúvidas, informar com mais
transparência os moradores que têm que ser nossos aliados pra
gente conseguir um beneficio que a gente vai trazer pra região.
SR. DELSON LAPA: e só pra complementar, deixa eu insistir mais
um pouco, o processo de desapropriação, gente, não acontece do
dia pra noite, não é porque um caminhão da Prefeitura passou na
rua que você está desapropriado, calma. Existe, eu entendo a
aflição, mas assim, na expectativa de tentar tranquilizá-los, o
processo de desapropriação, quando ele começa, você recebe uma
visita, dessa visita até a emissão na posse, se a gente correr muito,
são nove meses, então, você só sai do seu imóvel, se for sair, nove
meses, nasceu, é mais ou menos a media que a gente tem hoje.
Quando nós chegamos nessa Administração, todos esses projetos
tanto de drenagem quanto de mobilidade, a gente herdou, são mais
Audiência Publica realizada em 02 de abril de 2015 – São Paulo - SP
até os projetos de mobilidade, eles vem da outra gestão, o primeiro
aspecto que a gente começou a discutir, porque quando a gente fez
o levantamento de todas as desapropriações em todos esses
programas era um valor astronômico, que a Prefeitura de São Paulo
não ia conseguir desapropriar, nunca, e a gente não ia conseguir
fazer, nunca. Então a primeira medida que o nosso Secretário
tomou, eu acho que isso lá na drenagem também foi essa, é, vamos
rever os projetos com a melhor engenharia pra diminuir
desapropriação, a Prefeitura também não quer fazer
desapropriação, para a Prefeitura é caro, é um dinheiro que a
Prefeitura não tem, nós temos dinheiro do PAC pra fazer toda essa
obra, nós temos dinheiro do Programa Minha Casa Minha Vida pra
construir HIS, mas nós não temos dinheiro do caixa da Prefeitura
pra comprar terra, então, a Prefeitura também está minimizando,
nós estamos analisando todos os projetos pra minimizar o máximo
a desapropriação, e ela não acontece do dia pra noite.
SR. ANTONIO CARLOS DE FRANÇA: só aproveitar aqui, acho
que uma questão, o problema de desapropriação e também de
relocação de pessoas, ele tem um conjunto de procedimentos,
como o Delson também estava colocando aqui, que tem que ser
feito, tem que ser realizado, ou seja, existe um processo de
acompanhamento, você tem assistentes sociais, você tem o
pessoal que vai fazer a avaliação do imóvel, você tem toda uma
sistemática de atuação ao longo desse período de nove, dez
meses, um ano, pra que se chegue efetivamente a realizar essa
desapropriação. E tudo isso também, se a gente pegar a normativa
do Banco Mundial a UP 710, diz lá, você tem que indenizar
integralmente o imóvel, então isso, hoje, por exemplo, no Brasil, não
se aceita mais, como já foi colocado aqui, o valor venal como o
Audiência Publica realizada em 02 de abril de 2015 – São Paulo - SP
valor de face pra fazer a negociação, e na questão de relocação de
pessoas, você tem todo um trabalho que tem que ser feito, de
acompanhamento social, isso requer um acompanhamento
sistemático, vai desde o momento da escolha pra onde vão as
pessoas, aonde vai se instalar o novo conjunto habitacional, e tem
todo um trabalho que é feito de gestão social com essas pessoas
também, um acompanhamento durante um tempo longo, isso não é,
isso hoje é um padrão que é utilizado dentro do país como um todo,
quer em obras federais, quer em obras estaduais, quer em obras
municipais, como no caso da Prefeitura de São Paulo. Então eu
acho assim, é evidente ninguém quer ter o seu imóvel
desapropriado, ninguém quer sair do lugar que ele escolheu pra
morar, é obvio, mas existe uma necessidade em função da
sociedade como um todo, às vezes, ah! não, na minha porta não
tem inundação, sim, mas a inundação tá lá embaixo, se eu não
consigo fazer a obra aqui encima, eu não consigo reter a água aqui,
eu não consigo reter a água aqui, uma hora essa enchente pode
chegar até minha casa também, então tem essa contradição, eu
como pessoa que estou sendo prejudicado, pessoalmente, mas por
outro lado, a obra em si tem uma intervenção e uma possibilidade
de você contribuir para o conjunto da sociedade. O que é
necessário é, a desapropriação tem que ser justa, ela tem que ter
valores de mercado, ela tem que garantir que a pessoa consiga sair
daqui, e comprar um outro imóvel que ela tenha condições, que ela
goste, no lugar que ela queira viver novamente, e aqueles que vão
ser relocados, precisam ter toda a assistência, porque uma coisa é
você viver em uma área invadida, numa área informal, você vai para
um condomínio, então você tem que fazer todo um processo de
gestão social com essas pessoas também, porque vão passar a
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conviver de uma forma sociabilizada com uma serie de outras
relações que não existiam anteriormente.
SRª CLAUDETE DE CARVALHO: a próxima inscrita é a Srª. Sonia
Regina.
SRª SONIA REGINA: boa noite a todos, assim, o projeto é muito
bonito no papel, como todos já falaram, em todas as reuniões que
eu fui, hoje foi a que eu senti que ficou mais bem explicado, quanto
a nós que estamos preocupados com as desapropriações, e eu
tenho uma pergunta a falar, pra perguntar para os senhores, eu
também sou moradora da Rua Barros Ávila, o que acontece, de um
determinado número que fica ao lado da casa da Dª Tânia até a
Tenente Sotomano, está lá na planta que nós vamos ser retirados,
só que ali a Barros Ávila, tem mais casas que ficam próximo ao rio,
tem casas que estão mais próximas ao rio do que a minha do que a
da Srª Tânia, estão mais próximas, com a parede mais próxima ao
rio, essas casas não irão sair, por que, que as nossas então, pouco
mais afastada irá sair? E essas aí, vão ficar por quê? Foram
construídos esses sobrados pela Prefeitura, por isso que eles não
vão sair? Então, eu estou contestando isso, se vão tirar nós que
estamos um pouquinho mais longe do rio, acho que então, todos
têm que sair, tem que ser por igual, não tirar uns, e ficam outros,
porque foram construídos pela Prefeitura.
SRª CLAUDETE DE CARVALHO: obrigada, pra agilizar os
trabalhos vamos ouvir uma outra pessoa Sr. Edson Fiori, depois
passamos para as respostas, Sr. Edson? Edson Fiori.
SR. EDSON FIORI: boa noite a todos, eu sou representante
comunitário do Vale da Vila Constancia estou representando as oito
mil famílias que moram todas a margem do Córrego da Paciência,
tudo que vocês falaram é bonito, tal, aquilo outro, só que tem uma
Audiência Publica realizada em 02 de abril de 2015 – São Paulo - SP
coisa, desde o começo é uma coisa que a gente quer, que não está
sendo explicado, a gente quer, esclarecimento de obra, que não
está sendo totalmente 100%, e plano habitacional, foi feito
Audiências Públicas, pelas três Subprefeituras, certo? Só que tem
uma coisa, poucos foram comunicados, eu pedi na Câmara
Municipal, no Ministério Público, pra quatro Promotorias, que vão
entrar já com a, e tem vários advogados de vários moradores que
estão entrando com a ação, que a gente quer uma Audiência
Pública lá no Anhembi, que o Prefeito explique direitinho, porque
esse negocio de ficar explicando picadinho, a obra em si, ela pode
ser até boa, vocês falam que vai fazer, só que...eu tava junto o
pessoal sabe, só que tem uma coisa, será que vai ser feito isso
mesmo tudo? Porque tem crianças de creche, tem cursos e outras
coisas lá, e ser prejudicado, e esse tempo que as crianças vão ficar
sem creche, vão ser removidas pra onde? Me fala? E os pais de
família que estão preocupados aqui, será que vai ser pago? Vocês
estão falando de remoção, cadê o plano habitacional, o CDHU que
não foi explicado, cadê o Secretário de Habitação, que podia, era
pra estar aqui, o Sr. ex-ministro da saúde, Padilha, sábado
passado, ele falou pra mim, pessoalmente, que estaria aqui hoje.
Então o que acontece, em termos, essa reunião aqui, ela não é
totalmente 100% válida, porque colocar meia dúzia de pessoas pra
explicar uma coisa sendo que o responsável principal, que é o
Secretário, o Prefeito, entendeu? Não está aqui? Não é válida, cadê
o promotor do Ministério Público, vocês convidaram? Do patrimônio
público, direitos humanos, ...de habitação, então o que acontece,
isso tudo tem que ser explicado direitinho, pra não ficar aquele me
disse, me disse, me disse, a aula pode ser até mil vezes
maravilhosa, vai trazer recursos pra região, entendeu, só que a
Audiência Publica realizada em 02 de abril de 2015 – São Paulo - SP
gente quer um plano habitacional que seja pago tudo mundo certo,
e pelo que eu sei, pela lei nacional, quando vai ser removido uma
pessoa, é pra ser seiscentos ou mil metros após a obra, pode ser
Governo estadual, federal ou municipal, então tem que ter plano
habitacional sim, porque ninguém teve culpa que a Prefeitura
Jaçanã, Vila Maria e Tucuruvi, não dos atuais administradores, eles
não têm culpa, (tempo esgotado), eles não têm culpa entendeu,
isso vem de antes, então porque que a atual, a antiga gestão deixou
que as imobiliárias vendesse, locassem os imóveis, e também
ninguém teve culpa, que a muito tempo a 40, a 50 anos atrás
quando era pra ter tido, não tem uma pista aqui que corre encima
do Córrego? Chama-se Dr. Abílio Sampaio, onde foi parar o
dinheiro? Só começou esse negocio de obra, obra porque em 2010
em fui pedir pro Dr. Washington Luis que tem o Sr. Nivaldo Cardoso
aqui que não vai me desmentir, a gente foi pedir uma mureta de
concreto ou muro de arrimo, (o tempo está esgotado Edson), então
só pra terminar, a gente quer plano habitacional, se não tiver esse
plano habitacional, muitos moradores aqui vão entrar com
advogado, e esse dinheiro vai ser passado pra saúde, porque pra
ser escoado pra outro lugar não vai não.
SR. JÚLIO CEZAR DOS REIS: bom Edson eu agradeço muito a
participação do Edson, a respeito desses, as colocações que ele
fez, principalmente na questão habitacional, e conversando aqui, o
que a gente precisa ter em mente é que nesse primeiro passo da
Audiência o que está se licenciando, ou o que se pretende licenciar
é a concepção do empreendimento, e a localização, isso primeiro
sai uma licença que é uma licença prévia, tudo isso é um processo
de licenciamento que está sendo acompanhado pela Secretaria do
Verde, e esses questionamentos que o Edson está fazendo, são os
Audiência Publica realizada em 02 de abril de 2015 – São Paulo - SP
questionamentos que os nossos técnicos fazem para o
empreendedor, que é SIURB, e no momento oportuno, SIURB tem
que responder esses questionamentos, me parece aqui, pela
informação que me passaram, que são aproximadamente 400
remoções, e dessas 400 remoções, nem todo mundo vai ser
removido, tem muita desapropriação nisso, só que como foi
explicado, esse processo está sendo refinado, porque não é
interesse da Prefeitura desapropriar e nem remover famílias, quanto
menos pessoas nós desapropriarmos e menos pessoas a gente
remover, melhor. Então nos índices que numa obra de 4 km, 400
famílias na qual nem todas são de remoção, esses
questionamentos, essa questão habitacional, isso vai ser
respondido a seu tempo, se me perguntarem hoje como está o
programa habitacional, eu vou falar, já foi iniciado isso, já tem
conversa com a Secretaria da Habitação, pra ver como que é que
vai ser feita a questão. Outro ponto, aí eu rebato, falar que essa
Audiência Pública ela não tem legitimidade, aí Edson, o senhor me
desculpa, mas eu tenho que discordam do senhor, porque nós
estamos aqui, já é até avançado da hora, viemos aqui, fazemos as
explicações, as explicações necessárias a comunidade, então Sr.
Edson. Agora o Padilha, esse licenciamento, ele está ocorrendo no
âmbito municipal, se o senhor tivesse aqui um comprometimento do
Secretário de Habitação que é o Floriano, o Secretário de SIURB,
que é o Dr. Garibe, o Secretário do Meio Ambiente, que é o Dr.
Wanderley, tudo bem. Mas o senhor está trazendo uma informação
de uma pessoa que não faz parte dos quadros, então é difícil a
gente falar alguma coisa de pessoas que não estão fazendo parte
desse processo de licenciamento. O que eu gostaria de dizer, eu
sou o Diretor do Departamento de Licenciamento Ambiental, e nós
Audiência Publica realizada em 02 de abril de 2015 – São Paulo - SP
temos uma briga constante com os empreendedores pra fazer com
que os impactos ambientais sejam sempre mitigados, e essas
questões habitacionais não passam desapercebidas pelos olhos da
Secretaria do Verde, só se sai uma licença ambiental lá quando
essas questões estão equacionadas, então, vai demorar, talvez,
essa questão aí da desapropriação possa vir lá pro ano que vem,
mas ninguém vai chegar com o trator aqui, ligar o trator e empurrar
ninguém gente, passou a época disso acontecer, quanto a isso eu
queria deixar os senhores tranquilizados, porque todo esse
processo é um processo, que é moroso, é um processo lento, e
cada passo desse processo, ele é fiscalizado, e ele é feito de uma
forma para que cause o menor impacto possível pra população.
Algum impacto vai ter, porque a população infelizmente, o
crescimento da cidade se deu de uma forma desordenada, e como
que a gente tenta corrigir isso? Esse projeto é um projeto bom, do
ponto de vista ambiental, porque vai resolver o problema de
enchente de muita gente, só que algumas pessoas vão ter que,
infelizmente, vão ter que ser removidas porque não dá pra fazer a
obra sem isso, ok! Edson só uma coisa,
(falando fora do microfone – inaudível para transcrição)
SR. DELSON LAPA: Edson tem que falar no microfone pra gravar,
então é assim, tem um procedimento, a gente...
SR. JÚLIO CEZAR DOS REIS: eu vou te responder, eu tô
enxergando a sua aflição, Edson, eu sei que isso aqui não serve de
consolo pra ninguém, mas eu, a minha família já foi desapropriada,
três vezes, três vezes, uma em São Paulo, uma na Ilha Bela, e uma
em São Sebastião, nos municípios, então eu já sofri três processos
de desapropriação, então, eu sei qual é o tamanho da tua
preocupação, e é por isso que eu digo pra você que isso está sendo
Audiência Publica realizada em 02 de abril de 2015 – São Paulo - SP
feito de uma forma, até por entender isso muito bem, eu tenho até
uma equipe técnica lá, que está tratando dessas questões, pra que
não, que as coisas aconteçam da forma que precisam acontecer, tá
ok!
SR. DELSON LAPA: eu vou falar uma coisa, só pra responder uma
questão, do plano habitacional?
SR. PEDRO LUIS DE CASTRO ALGODOAL: deixa só eu falar
uma coisa, não eu acho que, acho que é um negocio importante pra
todos que eu queria ressaltar, esse projeto, a gente não, a
Prefeitura não trouxe aqui um projeto acabado é um projeto que
ainda está em construção, como ele falou, a gente está dando a
concepção do projeto e isso vai ser detalhado, eu acho que, a
SIURB fez outras Audiências Públicas anteriores a esta, você até
presenciou algumas Audiências, posso complementar? Então na
primeira Audiência a gente trouxe um reservatório aberto, que
vocês devem ter visto, isto foi alvo de grandes reclamações, a
SIURB acatou a sugestão da população fez a tampa e vai devolver
toda a área que é muito utilizada pela comunidade e vai devolver
pra comunidade, tá! Então isso é uma demonstração que a SIURB
tá preocupada com os anseios da população, eu sou um servidor
público de carreira, então eu não sou um empreendedor
propriamente dito, eu não vou ter lucro com isso, meu trabalho é
servir a população, então essa obra ela vai ser boa se ela servir
bem a população, e é isso que a SIURB está buscando nessa obra,
é servir da melhor forma possível, por isso que, a gente teve um
grande trabalho, de acrescentar uma tampa nesse reservatório pra
devolver essas quadras, esse centro comunitário pra SAVIC, da
mesma forma a gente está completamente aberto a atender, por
exemplo, a demanda da Dª Sônia que fala que a casa dela está
Audiência Publica realizada em 02 de abril de 2015 – São Paulo - SP
mais afastada do rio, isso vai ser visto com detalhe. Se a gente
trouxesse aqui um prato pronto pra vocês engolirem um projeto, não
meu projeto é esse, eu não vou mudar, e vocês vão ser removidos,
não é essa a posição da Secretaria, a posição da Secretaria é
justamente ouvir, e estar aberta pra ouvir o exemplo, o exemplo vivo
de que a Secretaria está aberta pra comunidade é o que aconteceu
no reservatório com a SAVIC, então com relação a desapropriação
a postura é a mesma, o próprio Prefeito falou que, em reuniões que
a gente tem, que ele quer reduzir as desapropriações porque isso
dá um custo social, a gente imagina que um morador que está
morando na margem do Córrego sofrendo com a contaminação, a
poluição e as enchentes, na hora que vem o beneficio ele vai ser
removido, isso não é o desejo da Secretaria, por isso que a gente
vai tratar isso com o maior carinho possível, como a gente vem
tratando todo esse tempo que a gente já tem mantido contato com a
Secretaria, com a população.
SR. JÚLIO CEZAR DOS REIS: bom só mais um, só mais uma
pergunta, como você tem feito perguntas reinteradas, né, mas eu
vou responder aquilo que você falou aqui no microfone que é o que
ficou gravado. Bom, das questões das remoções nós já temos um
histórico por SEHAB que elas estão num raio máximo de 3 a 4 km,
justamente pra tentar causar na população, o menor impacto
possível, então as pessoas que forem removidas, que tiverem que
ser removidas, provavelmente vão ser removidas para
empreendimentos que a Secretaria de Habitação vai construir num
raio de 4 km, ou seja, vai continuar morando próximo ao Bairro,
próximo, na mesma Subprefeitura, ok!
SR. DELSON LAPA: só pra cravar, remoção de família é uma
coisa, desapropriação é outra, desapropriação não é em SEHAB,
Audiência Publica realizada em 02 de abril de 2015 – São Paulo - SP
não se discute desapropriação em SEHAB e remoção de famílias
se discute em SEHAB, o Programa Minha Casa Minha Vida exige
da gente um Plano de Trabalho social que SEHAB está fazendo,
então teremos um plano habitacional, com certeza, para aquelas
famílias que são removidas, nós não podemos, até a discussão com
a população, temos a discussão com a população, e quando a
gente vai para os nossos gabinetes, para as nossas mesas
trabalhar, a gente é auditado, por TCU, TCM, Tribunal de Contas da
União, Tribunal de Contas do Município, pela Caixa Federal, e todos
esses órgãos, exigem o plano habitacional quando tem o Programa
Minha Casa Minha Vida, então não tem como a gente fugir disso,
não tem como, nem que a gente quisesse, então só pra deixar
claro: SEHAB é remoção de família, desapropriação não é SEHAB,
é justiça.
SRª CLAUDETE DE CARVALHO: ok! Seguimos as inscrições o
próximo é o Sr. Carlos Gilberto, 2 minutos.
SR. CARLOS GILBERTO: boa noite, eu só queria algum
esclarecimento embora, já foi esclarecido pela apresentação de
vocês, eu moro na Rua Francisco Lipe entre a Cruz de Malta até
onde tem um EMEI, aquele pedaço ali, embora margeia o Córrego,
eu queria saber se ali vai sofrer alguma desapropriação, ou até um,
do Córrego até a Francisco Lipe, falam que 30 metros vai sofrer
alteração, vai ter desapropriação, porque eu preciso fazer uma
melhoria na minha casa e eu quero ter certeza se ali vai sofrer
alguma alteração ou não, embora é uma área alta que não sofre
inundação, mas falam que vai ter mudança ali, então antes de eu
aplicar um dinheiro de melhoria na minha casa, eu preciso ter
certeza se ali vai sofrer alteração ou não.
Audiência Publica realizada em 02 de abril de 2015 – São Paulo - SP
SR. PEDRO LUIS DE CASTRO ALGODOAL: então como eu, a
nossa sugestão é dar uma passada na Subprefeitura e verificar se a
sua residência está no perímetro da DUP, como eu já alertei para
os outros, o fato de estar no perímetro da DUP é que é possível de
ser desapropriado, mas não é a certeza, pode ser que, se o senhor
estiver fora do perímetro da DUP, o senhor fique tranquilo o senhor
não será desapropriado, se estiver dentro existe a possibilidade de
ser desapropriado, pode.
SR. CARLOS GILBERTO: então essa dúvida eu posso ir na
subprefeitura?
SR. PEDRO LUIS DE CASTRO ALGODOAL: se não tiver fique
tranquilo, pode.
SR. CARLOS GILBERTO: você falou nessa mancha aí, se não
estiver na mancha, posso ficar tranquilo, ok, muito obrigado.
SRª CLAUDETE DE CARVALHO: temos duas pessoas inscritas
vamos ouvir as duas e depois eu passo a palavra para os
esclarecimentos finais, então a Srª Irani Dias, dois minutos e sem
seguida o Biliuan Junior, dois minutos e aí depois passamos pros
encerramentos.
SRª IRANI DIAS: boa a noite a todos e a todas, lá na mesa a moça
me inscreveu como, eu sou entidade tá, represento a Associação
de Luta por Moradia Estrela da Manhã, e tem na maioria de
associados pessoas que estão ao longo do Córrego da Paciência,
eu vou fazer três ponderações aqui, a primeira em relação ao trecho
do Rodoanel, o trecho norte do Rodoanel que eu sei que é uma
obra do Estado, foi dito na época que a Dersa faria junto com o
município onze Parques ao longo da Cantareira, até agora não
aconteceu nenhum deles e, o negócio avança, essa é uma questão,
em relação as famílias, para onde elas serão enviadas?
Audiência Publica realizada em 02 de abril de 2015 – São Paulo - SP
Infelizmente os senhores estão sendo bombardeados por
perguntas, por questões, que os senhores não têm condições de
responder, o meu amigo ali falou do Padilha, eu não quero o
Padilha aqui fazendo promessa que ele não pode cumprir porque
ele não tem nada a ver com isso, eu quero aqui o Joaquim Floriano
que é da Secretaria de Habitação conversando com a gente, eu
quero aqui o pessoal da Justiça que vai pagar aos proprietários o
que é devido a eles pela desapropriação, então vamos colocar cada
coisa no seu quadrado, porque o negócio tá confuso, em relação a
esse Governo, porque está acontecendo isso, metade das pessoas
tem aqui, metade foi dito que 80% são estudantes, a população não
tá aqui, tem três ou quatro proprietários aqui porque souberam, a
relação do Governo local é péssima, eu fiquei sabendo com uma
pessoa de outro lugar me ligou pra falar que estava tendo aqui uma
Audiência do lado da minha casa, que muito me interessa, então
assim, não há relação entre o Governo local e a população que será
afetada, porque se houvesse, em vez da população vir aqui ouvir os
senhores, os senhores iriam lá, na rua deles, chamar a população e
falar olha, vai acontecer aqui alguma coisa, e esclarecer. As
pessoas não dormem, as pessoas estão ficando doentes porque
elas não sabem o que vai acontecer com as suas casas, em relação
a essa desapropriação, ontem eu estive na COHAB, estou
participando de uma licitação pública para atendimento em 2016, e
na calada da noite, no último minuto a COHAB tirou o terreno da
Francisco Ranieri com a Direitos Humanos lá do Lauzane, dizem
que é pra atender o povo do Córrego da Paciência, ora senhores, a
gente tem demanda local no Córrego, lá na Direitos Humanos,
lutando por aquele local há vinte anos, agora vai tirar as pessoas
daqui pra colocar lá, com que propósito? E trazendo o pessoal do
Audiência Publica realizada em 02 de abril de 2015 – São Paulo - SP
Pery Alto, pra morar aqui encima na (não foi possível identificar o
nome da rua), pelo amor de Deus, a gente quer o Secretário
Floriano e não adjunto queremos ele aqui. (Belisan Junior)
SR. BILIUAN JUNIOR: bom meu nome é Biliuan Junior, sou
representante do PEN, Partido Ecológico Nacional, queria
esclarecer algumas dúvidas, primeiramente, o custo estimado da
obra é de 506 milhões de reais com as desapropriações, sendo que
a obra é financiada pelo PAC e as desapropriações o PAC não
cobre, sendo que o PAC anunciou até quando foi falado na Câmara
Municipal, que o valor que viria pra obra seria de 2 bilhões de reais,
primeiro, onde vai parar o restante dessa verba? Outro ponto, a
Prefeitura, o Município, o Estado e a União tem uma dívida de 70
milhões, eu ouvi falar por ai, como que vamos pagar as
desapropriações dessas pessoas? Outra questão, na apresentação
muito bacana falando dos impactos, apareceu os impactos, falou de
28 impactos negativos, sete positivos, listou todos os impactos
positivos e só se falou que os 28 impactos negativos não seriam
nada de mais, mas será que não era nada demais? Nós não temos
nenhuma lista mostrando o que seria isso. Mais um ponto, as
desapropriações começarão só depois de que for construído o
piscinão, certo? Se a desapropriação só vai acontecer depois de
que for construído o piscinão, que terá inicio médio no meio do ano,
agora, mais ou menos isso, e demora no mínimo nove meses,
vamos cair na época do que? Campanha eleitoral e mudança de
governo municipal, e essa obra? Ela vai chegar na fase de
desapropriação bem neste período, então digamos, começa a
desapropriar, começa a campanha, o Governo municipal sai do
poder, as pessoas ficam desapropriadas, a obra para até a eleição,
e se muda de Prefeito pra uma oposição essa obra fica parada,
Audiência Publica realizada em 02 de abril de 2015 – São Paulo - SP
como várias que já aconteceram aqui em São Paulo, então essas
explicações que eu queria estar sabendo, como vai ser feito, qual o
pensamento de vocês, obrigado.
SRª CLAUDETE DE CARVALHO: obrigado.
SR. DELSON LAPA: com relação aos valores, a gente tem que
tomar um pouco de cuidado, com a informação, porque senão
distorce dois bilhões é o Programa de Drenagem Urbana da cidade
São Paulo, quantos córregos são, Pedro? Onze, então o restante
vai parar nos outros dez, então a gente tem que, a gente quando dá
uma informação a gente tem que ter ela completa, senão fica
estranho, fica solta no ar. Para o Córrego do Paciência qual é o
valor da obra, Pedro? Duzentos e poucos milhões, eu não sei de
onde saiu os quinhentos e pouco, mas é, não, é, a obra inteira,
então assim, isso é número estimativo, inclusive a obra pode sair
mais barata, porque como ela ainda não foi licitada, isso é um valor
estimativo, pode ter um desconto, nós estamos tendo desconto, a
Prefeitura de São Paulo economizou agora 450 milhões do dinheiro
do PAC, então esse é um aspecto, o outro aspecto o que, o impacto
você quer falar?
SR. ANTONIO CARLOS DE FRANÇA: Junior, né? Ok! Assim de
forma mais fácil, quando nós colocamos aqui os 28 impactos
negativos, a gente já estava mencionando anteriormente eles,
certo? Então você vai ter impacto de ruído, você vai ter impacto na
qualidade do ar, você vai ter impacto na questão do solo, durante
um momento, mas veja, são todos impactos localizados, pontuais
que vão ocorrer, o maior impacto que você pode ter, do ponto de
vista negativo durante a fase de implantação, é justamente a
remoção e a desapropriação, perfeito! Como estas questões, são
questões que ainda estão num processo de construção,
Audiência Publica realizada em 02 de abril de 2015 – São Paulo - SP
evidentemente que esses dois grandes impactos, eles estão
também contemplados, perfeito? Os outros impactos, por exemplo,
ruído, vibração, emissão de gás, tal, olha hoje na região toda, você
tem um trânsito intenso, certo? Que tem emissão, todo mundo que
anda de carro, de ônibus, tal, emite gases, concorda? Fica
queimando combustível, é o que vai acontecer lá também, durante
o período de implantação, como eu coloquei anteriormente aqui, os
terrenos ali são altamente suscetíveis a erosão, portanto na
implantação, quando você estiver abrindo lá, eu mostrei isso no
slide, lá na foto, você abre uma área, você abre mais o canal do rio
pra poder colocar ali a estrutura de concreto, esse período você tem
uma incidência maior, de risco de erosão, de assoreamento da
calha do rio, só que você tem medidas pra isso, perfeito. Isso vai
ocorrer até a fase de construção, depois fecha e acabou, aliás, eu
cometi um engano aqui, eu cometi um deslize, porque uma das
fotos lá mostra uma jabuticabeira, não sei se as pessoas
observaram, aquela casa está correndo o risco de parar dentro do
rio, por que? Porque quando vem a época de chuva e que as águas
descem muito rápido ali, ele está escavando lateralmente, ele esta
comendo por baixo o barranco ali, por isso que aquela jabuticabeira
que era pra estar reta, está inclinada, porque embaixo o solo está
sendo comido, tem também ali naquela mesma casa, uma
rachadura de fora a fora no terreno, e também na própria estrutura
da casa numa das paredes, esse tipo de impacto que você tem lá
hoje e corre o risco de outras casas que estão na beira do rio, é fácil
de isso ocorrer de novo, porque eu tenho um solo que é muito
suscetível a erosão, um solo muito frágil, e eu tenho o que? Uma
descida de água muito rápida, o melhor é canalizar, então dos
impactos que a gente está colocando, a gente não, inúmeros todos,
Audiência Publica realizada em 02 de abril de 2015 – São Paulo - SP
porque são impactos que são conhecidos, são coisas que são
altamente administráveis, até mesmo a questão de desapropriação
e de relocação de pessoas, de famílias, é algo que você consegue
administrar, ah! Evidente é um impacto pra vida da pessoa? É! Nós
vivemos num regime democrático, concordam? O que é a
democracia? Democracia é você atender o conjunto da maioria, não
é assim? Infelizmente, ou a gente vai pra ditadura, tem gente que
quer a ditadura hoje, é porque não sabe o que é a ditadura,
esqueceram, não é? Mas na democracia você tem possibilidades
reais de atender a maioria, desde que, isso é importantíssimo,
desde que se assegure a essa minoria que está sendo impactada
todas as condições para que ela possa se refazer. Acho que a
grande questão que tem que ser colocada aqui é essa, eu não
quero que a minha casa, eu não quero sair da minha casa, não
quero ser removido, olha tudo bem, mas existe uma necessidade
social, o que eu tenho que assegurar? Eu tenho que assegurar que
as pessoas que vão ser impactadas diretamente a sociedade
também contribua para reverter essa situação da melhor maneira
possível, acho que é esse o maior propósito destas questões,
entendeu? E não a gente ficar numa discussão de, eu não quero
ser impactado, olha ninguém está aqui com a intenção de impactar
ninguém, ah! Eu não gosto da Dª Tânia, ou eu não gosto da Sonia,
então nós vamos fazer o projeto pra impactá-las, não é isso, né?
Isso exige critério técnico, infelizmente é assim, tem critério técnico,
você faz um estudo, não é? Evidentemente que não é, eu não vou
fazer algo pra prejudicar esse ou aquele, infelizmente coincide de
que o determinado projeto, infelizmente ele precisa de tal área, ele
precisa de tal espaço, agora o que nós temos que assegurar? Volto
a reinterar aqui, nós temos que assegurar que as pessoas que
Audiência Publica realizada em 02 de abril de 2015 – São Paulo - SP
estão sendo impactadas diretamente, que elas tenham condições
de terem as melhores formas de serem ressarcidas, que a
sociedade, por isso, que a questão da desapropriação, a Prefeitura
tem que pagar, mas quem é que paga, qual o dinheiro que vem pra
Prefeitura pagar? É o dinheiro dos impostos da sociedade, por isso
que a indenização tem que ser justa, porque a pessoa está fazendo
um sacrifício, ela foi sacrificada, então ela tem que ser ressarcida
numa condição que lhe seja assegurada algo igual ou melhor do
que ela tinha, entendeu? Acho que é nesse sentido, e com relação
aos impactos, volto a insistir dado ao tempo, a gente optou por falar
um pouco dos impactos, mas sem fazer uma relação completa, só
isso.
SR. DELSON LAPA: não é o caso dessa obra, e, não é o caso
dessa obra, e nós não respondemos pelo Metrô,
SR. ANTONIO CARLOS DE FRANÇA: então o Junior, só pra te
dizer uma coisa, tem obra e obra, certo? Essa é uma obra que você
vai ter uma intervenção muito pontual, tanto que a área diretamente
afetada é a área do canal que vai ser feita a obra, lá dez metros pra
cá, cinco metros pra lá, todas as obras se a gente for verificar, todas
as obras que foram feitas de canalização em São Paulo, eu
sinceramente, se alguém puder aqui me desminta, eu não conheço
nenhuma que trouxe qualquer, mas assim qualquer similaridade
grosseira com o que ocorreu lá naquela Estação lá que iam
construir o Metrô, lá em Pinheiros, aquilo lá é uma coisa
completamente diferente, você tem tatuzão, é escavação
subterrânea, você tem um conjunto de coisas, aqui é a céu aberto,
a seção, ou seja, a largura, intervenção dentro do Córrego, é
pequena, é um pouco maior do que a própria calha do rio hoje, e
quero dizer mais, a situação hoje que está o Córrego, se você
Audiência Publica realizada em 02 de abril de 2015 – São Paulo - SP
deixar do jeito que está, vai ter muita casa pra dentro do Córrego,
por que? Volto a insistir, com cada vez mais água correndo
livremente comendo as beiradas das margens, com as pessoas
tendo casas até dentro do rio, praticamente, qual é a tendência
disso? Qual a tendência, gente? É construções, edificações, de
parar, entendeu, cair, porque come, solapa, isso chama
solapamento, você bate por baixo a água ela vai escavando,
escavando, escavando e aqui encima está a casa, chega uma hora
que não tem mais sustentação, o que acontece com essa casa? Ela
primeiro apresenta rachadura, quem tiver rachadura nas casas tem
que pedir para alguém avaliar, porque é complicado. Nós rodamos
recentemente.
(alguém na plateia falando fora do microfone – inaudível para
transcrição)
SRª CLAUDETE DE CARVALHO: as inscrições estão encerradas,
Edson, por favor, as inscrições estão encerradas e nós estamos
gravando todas as manifestações.
SR. ANTONIO CARLOS DE FRANÇA: ô Edson, eu não sou um
grande conhecer dessa Bacia, mas assim, a gente conhece outros
locais, tá, conhece outros rios, só queria dizer pra vocês o seguinte,
por que se faz limpeza em Córrego? Porque as pessoas pedem,
porque o Córrego está cheio de coisas, certo? Ah! Não moça, eu
sei, só pra fechar aqui moçada, eu vou fechar porque a mesa está
pedindo aqui, não tem mais inscrição, então agradeço aqui, e aí,
entrego aqui.
SR. JÚLIO CEZAR DOS REIS: bom, agora nós vamos tentar
responder aqui, alguns dos questionamentos da colega Irani, que
fez aqui, até uma menção sobre o Rodoanel, sobre os Parques do
Rodoanel, os nove Parques lá que o Rodoanel, que a Dersa ficou
Audiência Publica realizada em 02 de abril de 2015 – São Paulo - SP
de implantar. Bom, embora, isso não tenha nada a ver com o
processo de licenciamento do Córrego do Paciência, só por uma
questão de informe, a Secretaria do Verde tem brigado muito com a
Dersa pela questão desses Parques, da implantação desses
Parques, tanto que tem áreas lá que a Prefeitura já tinha
desapropriado e simplesmente veio o Rodoanel e cortou o nosso
Parque ao meio, então também para o Município de São Paulo
para a Secretaria do Verde, a obra do Rodoanel tem uma serie de
impactos que ainda não foram mitigados, inclusive, os impactos da
vegetação, estuda-se até a questão de se entrar com uma ação
contra a Dersa, para que ela cumpra parte da compensação, então
esse é um informe pra Irani, nós estamos cientes a respeito desse
assunto e estamos brigando com a Dersa e com o Governo do
Estado a respeito do Parque.
SR. DELSON LAPA: bom só pra complementar, o processo de
licenciamento ambiental ele é um pouco diferente, ou talvez muito
diferente, de todos os processos que vocês viram até agora, acho
que outras Audiências que nós tivemos aqui na região, foram
Audiências da licitação, Audiências do próprio projeto, aqui é uma
Audiência de licenciamento ambiental, quando a gente tem o
licenciamento ambiental forte, nós da SIURB, estamos no mesmo
teto, do pessoal da Secretaria do Verde, ora lá somos amigos, ora
lá estamos debatendo muito fortemente, por que? Isso é a
construção do processo de licenciamento ambiental, forte, a partir
do momento que a gente tem a licença ambiental, e aí só pra tentar
responder uma das suas questões, Junior, a continuidade,
independente de quem esteja na Prefeitura, pode ser cobrada
através de uma licença ambiental, então o papel da população de
cobrar o poder público da mesma forma que está cobrando aqui
Audiência Publica realizada em 02 de abril de 2015 – São Paulo - SP
agora, a continuidade dessa obra, e essa obra está, ela não para,
ela não acaba, não vai deixar de existir a partir do momento que
houver a cobrança pra isso, nós temos um processo, nós temos um
processo de licenciamento, dentro desse processo, é importante
vocês conhecerem como funciona o processo de licenciamento
ambiental na Prefeitura de São Paulo, porque depois nós vamos ter
exigências que, nós empreendedores, teremos que cumprir, e
vocês cidadãos, e eu também sou cidadão, podemos cobrar, é
assim que funciona.
(alguém na plateia falando fora do microfone – inaudível para
transcrição)
Não, não vejo, cobrar você pode, cobrar você pode, força, cortar?
Ok! Junior, isso não é uma questão, é uma posição, aqui a gente só
tem, isso é uma posição, Junior, por favor, existe um procedimento,
a gente não pode emitir uma posição, são perguntas, enfim.
SR. JÚLIO CEZAR DOS REIS: bom continuando com os
questionamentos que aqui a colega Irani fez, então a primeira
questão do Parque do Rodoanel, eu acredito que esteja respondido,
nós vamos aqui, até por conta que esse assunto a gente percebe
que, não conseguimos esgotar nessa Audiência Pública, nós vamos
convocar uma nova Audiência Pública, pra Subprefeitura
provavelmente a ser definida Santana/Tucuruvi ou Tremembé/Vila
Maria, uma dessas duas Subprefeituras, eu me comprometo a
conversar com o pessoal lá da Habitação, e trazer um
representante da Habitação pra falar a respeito da questão,
principalmente, das remoções, não me comprometo a trazer o
Secretário, mas eu vou me empenhar em trazer um representante
da Habitação pra falar das questões das remoções, com isso eu
acredito que o segundo questionamento dela também já está
Audiência Publica realizada em 02 de abril de 2015 – São Paulo - SP
contemplado, então, nós vamos definir a data, e pedimos então
para que vocês então fiquem, por favor, atentos aí, tanto as
Subprefeituras de Santana/Tucuruvi ou Jaçanã, e ou Vila Maria/ Vila
Guilherme, que é, que vai ser anunciada a data e o local dessa
nova Audiência Pública. Com esses questionamentos todos
respondidos, eu acredito que já foi, o que deu pra se tratar nessa
Audiência, foi tratado, alguém mais tem algum ponto a colocar,
alguma finalização? Então em nome do Secretario de Meio
Ambiente Wanderley Meira do Nascimento, eu gostaria muito de
agradecer a participação e a colaboração de vocês e a presença de
vocês aqui hoje, e eu declaro encerrada a sessão.