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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE TECNOLOGIA CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE PETRÓLEO ENGENHARIA DE PETRÓLEO TRATAMENTO DE ÁGUA PRODUZIDA PARA A GERAÇÃO DE VAPOR UTILIZADO NA INJEÇÃO EM POÇOS DE PETRÓLEO Thábata Layse da Silva Fidelix Junho de 2017 NATAL, RN

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE TECNOLOGIA

CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE PETRÓLEO

ENGENHARIA DE PETRÓLEO

TRATAMENTO DE ÁGUA PRODUZIDA PARA A GERAÇÃO DE

VAPOR UTILIZADO NA INJEÇÃO EM POÇOS DE PETRÓLEO

Thábata Layse da Silva Fidelix

Junho de 2017

NATAL, RN

Trabalho de Conclusão de Curso – Engenharia de Petróleo –CEP/CT/UFRN 2017.1

ii Thábata Layse da Silva Fidelix

THÁBATA LAYSE DA SILVA FIDELIX

TRATAMENTO DE ÁGUA PRODUZIDA PARA A GERAÇÃO DE VAPOR

UTILIZADO NA INJEÇÃO EM POÇOS DE PETRÓLEO

Trabalho apresentado ao Curso de

Engenharia de Petróleo da Universidade

Federal do Rio Grande do Norte como

requisito parcial para a obtenção do título

de Engenheiro de Petróleo.

Orientador: Prof. Dr. Wilaci Eutrópio Fernandes Júnior

Junho de 2017

NATAL, RN

Trabalho de Conclusão de Curso – Engenharia de Petróleo –CEP/CT/UFRN 2017.1

iii Thábata Layse da Silva Fidelix

Trabalho de Conclusão de Curso – Engenharia de Petróleo –CEP/CT/UFRN 2017.1

iv Thábata Layse da Silva Fidelix

FIDELIX, Thábata Layse da Silva. Tratamento de água produzida para a geração de vapor

utilizado na injeção em poços de petróleo. TCC (Graduação) - Curso de Engenharia de

Petróleo, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, Brasil, 2017.

Palavras-Chaves: Água Produzida, Geração de Vapor, Tratamento.

Orientador: Prof. Dr. Wilaci Eutrópio Fernandes Júnior

RESUMO

___________________________________________________________________________

Este trabalho se propõe a apresentar um sistema de tratamento visando o reuso de água

produzida para geração de vapor na recuperação terciária de petróleo. A água produzida de

reservatórios de petróleo é o principal contaminante associado à produção de petróleo, sempre

crescente devido a maturação das jazidas e da utilização de processos de recuperação

secundários. Contendo metais pesados, gases, alta salinidade, partículas de óleo em

suspensão, produtos químicos residuais da produção, sólidos e, algumas vezes, radioatividade,

a água produzida se torna um poluente de difícil descarte. É necessário realizar tratamento

prévio na água produzida do petróleo, objetivando se adequar a especificação exigida pela

legislação ambiental vigente e visando o seu reuso para geração de vapor na recuperação

terciária de petróleo. A partir da avaliação de águas produzidas similares àquelas dos campos

produtores terrestres do estado do Rio Grande do Norte, foram estudados e selecionados

equipamentos capazes de remover os elementos indesejáveis da água produzida para que o

sistema de tratamento resultasse numa água adequada para a geração e injeção de vapor em

poços de petróleo.

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v Thábata Layse da Silva Fidelix

FIDELIX, Thábata Layse da Silva. Tratamento de água produzida para a geração de vapor

utilizado na injeção em poços de petróleo. TCC (Graduação) - Curso de Engenharia de

Petróleo, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, Brasil, 2017.

Keyword: Produced Water, Steam Generation, Treatment.

Tutor: Prof. Dr. Wilaci Eutrópio Fernandes Júnior

ABSTRACT

__________________________________________________________________________

This work proposes a treatment system aimed to the reuse of water produced for steam

generation in the tertiary recovery of petroleum. The water produced from oil reservoirs and

the main contaminant associated with oil production, always increasing owing to maturation

of the deposits and the use of secondary recovery processes. Containing heavy metals, gases,

high salinity, oil particles in suspension, waste chemicals production, solids and in some

cases, radioactivity, the most potent locally produced water difficult to discard. It is necessary

to carry out a preliminary treatment in the water produced by petroleum, aiming to adapt a

specification required by the current environmental legislation and aiming to reuse it for the

generation of steam in the tertiary recovery of petroleum. From the evaluation of productive

waters, as well as terrestrial means of transportation of Rio Grande do Norte, were studied and

selected equipment capable of removing the undesirable elements of the water produced for

the treatment system in the water for a generation and injection of steam in wells.

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vi Thábata Layse da Silva Fidelix

DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho aos meus pais,

Lamartine e Marluce, a toda minha

família e meu namorado que sempre

me apoiaram durante todo o curso.

Trabalho de Conclusão de Curso – Engenharia de Petróleo –CEP/CT/UFRN 2017.1

vii Thábata Layse da Silva Fidelix

AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus, por permitir chegar até aqui me iluminando e dando forças durante

toda a minha caminhada.

A toda minha família que sempre acreditou em mim, incentivando e apoiando todos os

meus passos e decisões.

Aos amigos que fiz durante o curso pelo companheirismo, incentivo e apoio em vários

momentos difíceis que foram superados juntos, além dos excelentes momentos vivenciados

juntos.

Aos professores do curso de Engenharia de Petróleo da UFRN por todo ensinamento

passado durante o curso.

Ao professor orientador Dr. Wilaci Eutrópio Fernandes Júnior pela atenção, paciência

e conhecimento passado durante a orientação.

Trabalho de Conclusão de Curso – Engenharia de Petróleo –CEP/CT/UFRN 2017.1

viii Thábata Layse da Silva Fidelix

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO .................................................................................................... 1

1.1 OBJETIVO ......................................................................................................... 2

1.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ............................................................................. 2

2 ASPECTOS TEÓRICOS ..................................................................................... 3

2.1 ORIGEM DO PETRÓLEO ................................................................................. 3

2.2 PRODUÇÃO DE ÁGUA .................................................................................... 4

2.2.1 COMPOSIÇÃO DA ÁGUA PRODUZIDA .................................................. 6

2.2.1.1 DUREZA DA ÁGUA ............................................................................. 7

2.2.1.2 SALINIDADE ........................................................................................ 8

2.2.1.3 CLORETOS ............................................................................................ 8

2.2.1.4 SULFATO .............................................................................................. 8

2.2.1.5 SÓLIDOS................................................................................................ 9

2.2.1.6 TOG ........................................................................................................ 9

2.2.1.7 METAIS.................................................................................................. 9

2.2.1.8 SÍLICA.................................................................................................... 9

2.3 DESCARTE E REUSO ....................................................................................... 10

2.4 IMPACTO E LEGISLAÇÃO AMBIENTAL ..................................................... 10

2.5 TRATAMENTO DA ÁGUA PRODUZIDA ...................................................... 12

2.5.1 SEPARADOR ÁGUA E ÓLEO .................................................................. 14

2.5.2 FLOTAÇÃO ................................................................................................ 14

2.5.3 FLOCULAÇÃO........................................................................................... 15

2.5.4 COAGULAÇÃO ......................................................................................... 16

2.5.5 FILTRAÇÃO/CLARIFICAÇÃO ................................................................ 16

2.5.6 PROCESSOS DE TROCA IÔNICA ........................................................... 17

2.5.6.1 – ABRANDAMENTO ......................................................................... 18

2.5.6.2 - DESMINERALIZAÇÃO ................................................................... 18

2.5.7 – SEPARAÇÃO POR MEMBRANAS ....................................................... 19

2.5.7.1 MICROFILTRAÇÃO ........................................................................... 19

2.5.7.2 NANOFILTRAÇÃO ............................................................................ 20

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ix Thábata Layse da Silva Fidelix

2.5.7.3 ULTRAFILTRAÇÃO ........................................................................... 20

2.5.7.4 OSMOSE REVERSA ........................................................................... 20

2.5.8. AVALIAÇÃO DAS TÉCNICAS ............................................................... 22

2.6 INJEÇÃO DE VAPOR NOS POÇOS ............................................................... 23

2.6.1 INJEÇÃO CÍCLICA DE VAPOR ............................................................ 23

2.6.2 INJEÇÃO CONTINUA DE VAPOR ....................................................... 24

2.7 GERADORES DE VAPOR .............................................................................. 25

2.7.1 INCRUSTAÇÃO ...................................................................................... 25

2.7.2 CORROSÃO ............................................................................................ 27

2.8 TANQUE PULMÃO .......................................................................................... 27

3 MATERIAS E MÉTODOS................................................................................ 28

3.1 CARACTERIZAÇÃO DO CAMPO ................................................................ 28

3.2 COMPOSIÇÃO DA ÁGUA PRODUZIDA NO CAMPO DE ESTREITO ...... 29

3.3 ÁGUA PARA A GERAÇÃO DE VAPOR ....................................................... 30

4 RESULTADOS E DISCUSSÕES...................................................................... 34

4.1 CARACTERIZAÇÃO DA ÁGUA PRODUZIDA ........................................... 34

4.2 DESTINO DA ÁGUA PRODUZIDA .............................................................. 35

4.3 PLANTA DE TRATAMENTO FINAL ........................................................... 36

5 CONCLUSÕES ................................................................................................... 39

6 RECOMENDAÇÕES PARA TRABALHOS FUTUROS .............................. 40

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...................................................................... 41

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ÍNDICE DE FIGURAS

Figura 1 - Reservatório Esquemático de Óleo ............................................................................ 3

Figura 2- Comportamento dos fluidos nas condições de reservatório e superfície .................... 5

Figura 3 - Separador água-óleo ................................................................................................ 14

Figura 4 -Fluxograma completo do sistema de flotação por ar dissolvido (FAD) ................... 15

Figura 5 - Comparando coagulação, floculação e flotação. ..................................................... 16

Figura 6 - Representação das etapas de clarificação da água ................................................... 17

Figura 7 - Esquema de definição do processo por membranas ................................................ 19

Figura 8 - Processo de osmose reversa. .................................................................................... 21

Figura 10 - Modelo esquemático da injeção cíclica de vapor. ................................................. 24

Figura 11 - Modelo esquemático da injeção contínua de vapor. .............................................. 25

Figura 12 - Tubo de caldeira aquatubular incrustado com produtos de corrosão (óxido férrico)

.......................................................................................................................................... 26

Figura 13 - Mapa de localização do Campo de Estreito ........................................................... 29

Figura 14 - Fluxograma com o destino atual da água produzida no Campo de Estreito. ......... 35

Figura 15 - Fluxograma com os destinos para tratamento da água produzida na estação

coletora do Campo de Estreito.......................................................................................... 36

Figura 16 - Fluxograma do processo selecionado na estação coletora do Campo de Estreito . 37

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Análise elementar do óleo cru típico (% em peso) .................................................... 4

Tabela 2 - Classificação da dureza ............................................................................................. 7

Tabela 3 -Alguns métodos utilizados no tratamento de água produzida na indústria do

petróleo. ............................................................................................................................ 13

Tabela 4 - Principais características dos diferentes tipos de resinas de troca iônica ................ 18

Tabela 5 - Características gerais dos processos por membranas .............................................. 22

Tabela 6 - Dados do Campo de Estreito ................................................................................... 28

Tabela 7 - Parâmetros da água produzida no Campo de Estreito ............................................. 30

Tabela 8 - Níveis de pressão de vapor ...................................................................................... 31

Tabela 9 - Padrão de qualidade recomendado para água de resfriamento e geração de vapor 33

Tabela 10 - Parâmetros - comparação ...................................................................................... 34

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xii Thábata Layse da Silva Fidelix

LISTA DE ABREVIATURAS E/OU SÍMBOLOS E/OU SIGLAS

ANP – Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis

CONAMA – Conselho Nacional do Meio Ambiente

DBO – Demanda Bioquímica de Oxigênio

DQO – Demanda Química de Oxigênio

ETA – Estação de Tratamento de Água

ETAP – Estação de Tratamento de Água Produzida

ETO – Estação de Tratamento de Óleo

Mg – Magnésio

Offshore – Produção de Petróleo no Mar

OI – Osmose Inversa

Onshore – Produção de Petróleo em Terra

OR – Osmose Reversa

pH – Potencial hidrogeniônico

PPM – Partes por milhão

PSM – Processo de Separação por Membranas

RN – Rio Grande do Norte

SAO – Separador Água e Óleo

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1 INTRODUÇÃO

Durante a extração do petróleo é comum a obtenção de água associada ao óleo e ao gás. O

termo água de produção é dada a toda água produzida (carreada) junto com o óleo, sendo

originária da formação geológica (água de formação) ou água de injeção de água dos

processos de recuperação de petróleo (FERNANDES JR., 2002).

Entre as características mais notáveis da água produzida, sobressaem o seu alto teor de sais

e a existência de compostos orgânicos, tais como, óleo e graxa. O gerenciamento inadequado

da água produzida implica em efeitos nocivos ao meio ambiente, que incluem desde a

contaminação de aquíferos e a poluição de corpos d‟água, até mesmo danos ao solo, à fauna, à

flora, à saúde humana e, inclusive, danos à própria produção (VIEIRA, 2011).

Com a legislação ambiental (CONAMA) e dos riscos que podem ser provocados pela água

de produção, percebe-se a importância no desenvolvimento de novas tecnologias que

permitam melhorar o tratamento e o destino da água produzida. Além disso, os processos

industriais demandam uma quantidade cada vez maior de água, que sendo retirada de aquífero

pode afetar significativamente o ambiente local e, associado a isso, a escassez de água

especialmente no semiárido nordestino, tornando seu reuso um fator de prioridade e

atratividade.

A água utilizada para geração de vapor geralmente é obtida de rios e mananciais,

gerando impactos ambientais. Na indústria do petróleo, o uso da água de produção como

alimentação das caldeiras, pode diminuir esses impactos, porém a água produzida apresenta

em sua composição, inúmeros sais em dissolução como Cloretos, Sulfatos, Carbonatos e

Bicarbonatos, bem como outros minerais não dissolvidos, mas em suspensão. Dependendo do

tipo e quantidade de sais e sólidos acima mencionados contidos na água, esta atacará

quimicamente as paredes internas das tubulações de ferro e aço, provocando a corrosão. Tanto

os sais em dissolução como os sólidos em suspensão tendem a se depositar nas paredes

internas dos dutos, e esse problema aumenta com o aumento da temperatura da água,

provocando as incrustações.

O trabalho apresentado tem a intenção de fazer um estudo teórico para apresentar

técnicas de tratamento e reuso da água para a geração de vapor no Campo de Estreito,

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espacialmente distribuído entre os municípios de Alto do Rodrigues, Carnaubais, Açu e

Ipanguaçu.

1.1 OBJETIVO

Este trabalho se propõe aplicar técnicas visando o reuso de água produzida para

geração de vapor na recuperação terciária de petróleo e, com isso, diminuir ou até mesmo

eliminar o consumo de água coletada do aquífero, já que a escassez de água especialmente no

semiárido nordestino torna seu reuso um fator de alta prioridade e atratividade.

1.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Identificar os contaminantes a serem removidos da água produzida.

Propor um sistema de tratamento da água produzida para a geração de vapor na

recuperação terciária de petróleo.

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2 ASPECTOS TEÓRICOS

2.1 Origem do petróleo

O petróleo é um combustível fóssil, originado provavelmente de restos de vida

aquática animal acumulados no fundo de oceanos primitivos e cobertos por sedimentos. O

tempo e a pressão do sedimento sobre o material depositado no fundo do mar transformaram-

no em massas homogêneas viscosas com a cor variando de acordo com a origem, oscilando

do negro ao âmbar e é muito rico em hidrocarbonetos (HC) (FARAH, 2013).

O petróleo gerado migra então para rochas permeáveis adjacentes que, trapeadas

estruturalmente por rochas impermeáveis, resultam em acumulações nas rochas reservatório.

Durante milhares de anos o petróleo se concentra, segregando-se da água, mas, mantendo

muitas vezes, contato com os aquíferos. Como mostra a Figura 1:

Figura 1 - Reservatório Esquemático de Óleo

Fonte: Santos, 2006.

A composição do petróleo varia de campo para campo e até entre poços em um

mesmo campo, é formado essencialmente de hidrocarbonetos parafínicos, naftênicos e

aromáticos, e pequenas quantidades de heterocompostos contendo átomos de enxofre,

nitrogênio e oxigênio. Alguns compostos inorgânicos estão presentes no petróleo em teores

variados sendo considerados como impurezas (THOMAS, 2004).

Em termos elementares, o petróleo é composto essencialmente por:

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Tabela 1 - Análise elementar do óleo cru típico (% em peso)

Elemento %

Carbono 83-87

Hidrogênio 11-14

Nitrogênio 0,11-1,7

Oxigênio 0,1-2,0

Enxofre 0,6-8,0

Metais <0,3 Fonte: Thomas, 2004.

2.2 PRODUÇÃO DE ÁGUA

A produção de água e de petróleo ocorre quando a rocha reservatório portadora do

óleo é colocada em contato com a superfície, através de poços de petróleo. Esses poços são

perfurados com base em estudos da estrutura geológica, de modo que a quantidade de água

produzida a princípio seja pequena e de óleo seja elevada, visando ter um considerável retorno

econômico.

O volume de água produzida gerada durante a produção de petróleo varia de acordo

com as características e idade do campo, quanto mais maduro for o reservatório maior será a

geração desse efluente (NEFF et al., 2011a).

A água produzida é a água proveniente de formações subterrâneas juntamente com

óleo e/ou gás que durante a exploração de petróleo é trazida a superfície associada aos

mesmos (VEIL et al., 2004).

A Figura 2 mostra esquematicamente a condição padrão destes fluidos no interior do

reservatório e o que resulta quando eles são levados para a superfície.

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Figura 2- Comportamento dos fluidos nas condições de reservatório e superfície

.

Fonte: Thomas, 2004.

A formação geológica e a localização geográfica do reservatório são dois fatores que

influenciam as características da agua produzida, afetando as características físicas, químicas

e biológicas desta água (STEWEART & ARNOLD, 2011).

Os componentes da água variam de formação para formação, de poço para poço,

podendo uma água ter ou não determinados constituintes. Segundo Vieira (2011), a

composição geral da água produzida inclui: compostos orgânicos (óleo solúvel e emulsificado

e óleo insolúvel); compostos inorgânicos (sais e metais); bactérias; sólidos totais dissolvidos

(grãos de rochas de formação); gases dissolvidos (dióxido de carbono, oxigênio e sulfeto de

hidrogênio). E também, podendo apresentar materiais radioativos no caso de ocorrência

natural destes elementos na rocha reservatório.

Segundo Thomas (2004), a água produzida deve ser descartada próximo ao campo

produtor para evitar problemas de transporte e armazenamento. Com isso, no caso de campos

marítimos (offshore) esta água é lançada ao mar com níveis de teor de óleo e graxas exigidos

pela legislação e, em campos terrestres (onshore) após ser tradada a água produzida é

descartada ou reinjetada em poços na forma de vapor para recuperação avançada de óleo.

Alguns fatores devem ser levados em conta para se manter e estabelecer um cuidadoso

gerenciamento deste efluente, entre eles, o volume de água produzido, que é sempre crescente

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em virtude da maturação das jazidas e da utilização de processos de recuperação secundários;

o conteúdo salino; a presença de produtos químicos e de óleo residual.

Devido a esse aumento crescente do volume de água produzida durante a vida

produtiva do poço, o problema se agrava, pois, com o aumento significativo da água há uma

diminuição na produção de óleo e/ou gás. De acordo com Vieira (2011), a quantidade de água

extraída de poços maduros pode ser tão grande que o percentual de volume de água nestes

poços, pode chegar a ser superior a 95%.

2.2.1 COMPOSIÇÃO DA ÁGUA PRODUZIDA

A água produzida é composta de substâncias orgânicas (óleo bruto pesado ou leve e

gases), substâncias inorgânicas (metais, materiais radioativos, sílica, sais incrustantes, entre

outros), bactérias anaeróbicas e bactérias sulfato-redutoras. Suas concentrações e composição

variam de acordo com a localização geográfica e formação geológica (STEWEART &

ARNOLD, 2011; BADER, 2007).

A presença de compostos inorgânicos na água produzida está relacionada a

quantidades de sais, onde o teor pode ultrapassar de três a quatro vezes ao da água do mar, em

média (THOMAS, 2001; CARVALHO, 2011).

Na separação de óleo as frações mais pesadas de componentes orgânicos são

removidas enquanto as frações mais leves aparecem na água produzida (NEEF et al., 2006).

Alguns parâmetros são mais relevantes para a caracterização da água produzida, onde

podem ser incluídos a salinidade, dureza e teor de óleos e graxas (TOG). Em relação ao

descarte da água produzida, o parâmetro mais indesejado e estudado é o teor de óleos e graxas

(SANTANA, 2012).

Além dos compostos naturais presentes na água produzida, uma variedade de produtos

químicos é adicionada durante o processo de produção. Esses produtos químicos são,

geralmente, chamados de aditivos e são empregados para prevenir ou resolver problemas

operacionais. Cada sistema de produção tem uma necessidade de utilização destes aditivos,

gerando, desta forma, efluentes com diferentes características físico-químicas. Os principais

aditivos adicionados durante o processo de produção de petróleo são: inibidores de

incrustação, inibidores de corrosão, biocidas, desemulsificantes, aditivos para o tratamento da

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água (coagulantes e floculantes), inibidores de deposição de parafinas/asfaltenos e

antiespumantes (NUNES, 2013).

2.2.1.1 DUREZA DA ÁGUA

A água apresenta em sua composição, vários sais em dissolução como Cloretos,

Sulfatos, Carbonatos e Bicarbonatos, bem como outros minerais não dissolvidos, mas em

suspensão. Os carbonatos de cálcio e de magnésio são os sais mais encontrados que se

apresentam dissolvidos e que caracterizam a dureza da água. São eles que se depositam nas

tubulações das torres de resfriamento, caldeiras, trocadores de calor e tantos outros

equipamentos, danificando os mesmos e comprometendo sua eficiência. As águas podem ser

classificadas quanto à sua dureza, conforme a Tabela 2:

Tabela 2 - Classificação da dureza

Classificação da água Dureza da água mg/L (CaCO3)

Mole < 50

Moderada 50 a 150

Dura 150 a 300

Muito dura > 300

Fonte: Martinelli, 2004.

A dureza é expressa em partes por milhão (ppm) de massa de sólidos dissolvidos ou

em miligramas por litro. É identificada como dura uma água com quantidades iguais ou

superiores a 150ppm (LANDGRAF et al., 2004).

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2.2.1.2 SALINIDADE

A salinidade da água produzida pode variar de poucas partes por mil até concentrações

muito saturadas, acima de 300 ppm, muito superior à salinidade normal da água do mar que é

entre 32 a 36 ppm, o que ocorre na maioria dos diferentes campos de produção, devido à

dissolução do sal das formações rochosas durante o período de represamento, contribuindo

para o alto potencial de toxicidade deste efluente e tornando-o mais denso que a água do

ambiente marinho (FARAG & HARPER, 2014).

Os compostos formados a partir de ânions como o cloreto, sódio, cálcio, magnésio,

potássio, sulfeto, brometo, bicarbonato, iodeto e amônia, estão entre os componentes

inorgânicos encontrados na água produzida que contribuem para sua elevada salinidade

(NEFF et al, 2011a).

2.2.1.3 CLORETOS

Os cloretos de cálcio e magnésio se estiverem dissolvidos na água produzida sob a

ação do calor, podem gerar ácido clorídrico, que por sua vez pode provocar corrosão e, com

isso, causa a redução de espessuras e/ou furos de linhas, paredes de vasos e tubos trocadores

de calor. Isso pode trazer graves consequências, tais como, poluição, explosão, perdas de

produto, etc. Os sais de sódio diminuem a vida útil e o rendimento dos catalisadores

conduzindo a produtos finais de qualidade inferior (SILVA, 2008).

Uma das maneiras de realizar a retirada de Ca+2

, Mg+2

e outros metais, é através do

processo de precipitação química. Utilizando cal (CaO) para elevar o pH da água fornecendo

a alcalinidade necessária e o carbonato de sódio (Na2CO3), fornecendo a alcalinidade para

reação e também os íons carbonatos necessários. (FERNANDES, 1995; HANSEN, 1994).

2.2.1.4 SULFATO

O sulfato só pode ser completamente removido por processos especiais, devido ao fato

de ser íon solúvel em água, podendo ser removido através da troca-iônica ou a osmose

reversa.

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2.2.1.5 SÓLIDOS

Segundo Fernandes Jr. (2006), a água produzida é salina (salmora) e contém sólidos

dispersos (areia, argila, lodo, outros silicatos, gipsita) e teores de sais variando de 15.000mg/L

a 300.000mg/L. Para remover as partículas de sólidos são utilizados processos como a ação da

gravidade, através de um tanque gravitacional ou do separador água-óleo (SAO), também

com adição de coagulantes, uso de filtros, flotador, entre outros.

2.2.1.6 TOG

Uma parcela do teor de óleos e graxas tem seu inicio de remoção no tanque de

separação gravitacional, outra parte é removida através de tratamentos químicos e o uso de

um sistema de flotação por exemplo. Mesmo sendo eficiente, esse processo apresenta algumas

desvantagens como a utilização de produtos químicos, e a geração de lodo, que deve ser

tratado e descartado de forma adequada (STEWART; ARNOLD, 2011).

2.2.1.7 METAIS

Vários metais como: bário, boro, ferro, manganês, mercúrio, cádmio, cobre, níquel,

chumbo e zinco, estão presentes na composição da água produzida, ou na forma dissolvida ou

em microparticulados. O tipo, concentração e forma química destas substâncias na água

produzida irão variar de acordo com a idade e formação geológica do reservatório (ELKINS

et al, 2005). A remoção de metais, principalmente ferro e manganês que encontram-se

dissolvidos na água, é, geralmente, feita em duas etapas que são: a oxidação e a eliminação do

precipitado formado.

2.2.1.8 SÍLICA

A sílica solúvel (𝑆i𝑂2) e os silicatos ( 𝑆𝑖𝑂32−

) de vários cátions, são responsáveis pela

formação de incrustações. A sílica solúvel é oriunda da dissolução de parte da própria areia e

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10 Thábata Layse da Silva Fidelix

rochas com qual a água mantém contato (TROVATI, 2010). Pode ser removida através da

troca iônica e da osmose reversa.

2.3 DESCARTE E REUSO

A água produzida deve ser descartada de acordo com o regulamento do órgão de

controle ambiental (Res. CONAMA Nº 430/2011) que determina as condições de lançamento

de efluentes e os limites no que se refere à quantidade de poluentes. Além do descarte em

recursos hídricos, a disponibilidade e o custo necessário para o tratamento da água assim

como o volume gerado associado ao problema do destino final da água produzida, fazem com

que ela seja o principal fluido utilizado na recuperação de óleo (THOMAS, 2004).

Geralmente as águas produzidas, depois de tratadas, são injetadas em poços,

descartadas para mananciais ou poços, ou ainda destinadas para reuso industrial. Uma das

possíveis formas de reuso da água produzida tratada é a geração de vapor para injeção

contínua ou cíclica em poços com petróleo de alta viscosidade e de difícil recuperação.

Poderão ser necessários tratamentos para adequar, por exemplo, o teor de sólidos, óleo e

salinidade da água às necessidades do reservatório. A utilização de outra água, adequada ao

reservatório, poderia ser vantajosa economicamente, mas ainda persistiria o problema do

descarte do efluente gerado.

Em alguns campos produtores onshore no Brasil, parte da água produzida vem sendo

usada na geração de vapor com o objetivo de realizar a recuperação avançada de óleos

pesados, como em campos da Fazenda Belém no Ceará e também em Sergipe.

2.4 IMPACTO E LEGISLAÇÃO AMBIENTAL

A Água Produzida é potencialmente perigosa ao meio ambiente por causa dos vários

elementos que a compõem. A combinação de um ou mais desses elementos, a quantidade e as

características do local onde o efluente for descartado devem ser levados em conta para

Trabalho de Conclusão de Curso – Engenharia de Petróleo –CEP/CT/UFRN 2017.1

11 Thábata Layse da Silva Fidelix

avaliar um possível impacto ambiental. Esses contaminantes podem causar diferentes efeitos

no meio ambiente. Poderá ocorrer poluição em rios, mar, lagos, contaminação em aquíferos e

do solo, danos à flora e à fauna.

As principais causas potenciais de perigo atribuídas a água produzida podem ser:

alta salinidade;

sólidos suspensos;

presença de metais pesados;

presença de orgânicos insolúveis;

presença de orgânicos solúveis;

presença de produtos químicos;

radioatividade.

De acordo com a Resolução do CONAMA Nº 001/1986, considera-se impacto ambiental

qualquer alteração das propriedades físicas, químicas e biológicas do meio ambiente, causada

por qualquer forma de matéria ou energia resultante das atividades humanas que, direta ou

indiretamente, afetam a saúde, a segurança, o bem-estar da população, as atividades sociais e

econômicas, a biota, as condições estéticas e sanitárias do meio ambiente e, a qualidade dos

recursos ambientais.

Segundo a Resolução do Conama Nº 430/2011, Os efluentes de qualquer fonte

poluidora somente poderão ser lançados diretamente no corpo receptor desde que obedeçam

as condições e padrões previstos no Art. 16 da Seção II, resguardadas outras exigências

cabíveis:

I - condições de lançamento de efluentes:

a) pH entre 5 a 9;

b) temperatura: inferior a 40°C, sendo que a variação de temperatura do corpo receptor não

deverá exceder a 3°C no limite da zona de mistura;

c) materiais sedimentáveis: até 1 mL/L em teste de 1 hora em cone Inmhoff. Para o

lançamento em lagos e lagoas, cuja velocidade de circulação seja praticamente nula, os

materiais sedimentáveis deverão estar virtualmente ausentes;

d) regime de lançamento com vazão máxima de até 1,5 vezes a vazão média do período de

atividade diária do agente poluidor, exceto nos casos permitidos pela autoridade competente;

Trabalho de Conclusão de Curso – Engenharia de Petróleo –CEP/CT/UFRN 2017.1

12 Thábata Layse da Silva Fidelix

e) óleos e graxas:

1. óleos minerais: até 20 mg/L;

2. óleos vegetais e gorduras animais: até 50 mg/L;

f) ausência de materiais flutuantes; e

g) Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO 5 dias a 20°C): remoção mínima de 60% de DBO

sendo que este limite só poderá ser reduzido no caso de existência de estudo de autodepuração

do corpo hídrico que comprove atendimento às metas do enquadramento do corpo receptor;

2.5 TRATAMENTO DA ÁGUA PRODUZIDA

A quantidade de água produzida associada com óleo varia muito, pode alcançar valores

na ordem de 50% em volume ou até mesmo próximo de 100% ao fim da vida econômica dos

poços. O tratamento da água tem por finalidade recuperar parte do óleo nela presente em

emulsão e condicioná-la para reinjeção ou descarte (THOMAS, 2004).

A água produzida pode ser tratada de várias formas para a diminuição dos teores de

seus contaminantes (sais, íons, metais pesados, elementos radioativos e ânions). Segundo

Nunes (2009), os fatores determinantes para a escolha do(s) processo(s) de tratamento e do

local do descarte do efluente tratado são, geralmente, a salinidade e o teor de óleo presente na

água produzida. Afirma também que os métodos de tratamento das águas produzidas

dependem de muitos fatores, incluindo os volumes envolvidos, a composição da água

produzida, a localização do campo e os limites da legislação ambiental vigente e que para

serem viáveis, as tecnologias de tratamento devem apresentar baixo custo operacional e alta

eficiência.

Diversas técnicas de tratamento para água produzida vêm sendo estudadas, entre elas

estão incluídos métodos gravitacionais, tratamento químico, flotação, separação por

membrana, tratamento biológico (LIMA, 2009; MACEDO, 2009; MOTTA, 2014).

A Tabela 3 mostra alguns métodos utilizados para a remoção de óleo a partir de água

produzida.

Trabalho de Conclusão de Curso – Engenharia de Petróleo –CEP/CT/UFRN 2017.1

13 Thábata Layse da Silva Fidelix

Tabela 3 -Alguns métodos utilizados no tratamento de água produzida na indústria do petróleo.

Fonte: Santana, 2012.

Geralmente, para que seja possível obter água no grau de qualidade exigido para um

determinado uso é necessário combinar duas ou mais técnicas de tratamento, o que só poderá

ser definido com base nas características da água disponível e dos requisitos de qualidade

exigidos para uso.

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14 Thábata Layse da Silva Fidelix

2.5.1 SEPARADOR ÁGUA E ÓLEO

O separador de água e óleo é um equipamento desenvolvido para separação da fração

de óleo encontrado na forma livre, onde apresenta gotas de diâmetros maiores que 150μm,

servindo como um pré-tratamento (que antecede uma estação de tratamento para reuso). A

concepção básica de um separador de água/óleo é um tanque simples que reduz a velocidade

do efluente oleoso, de forma a permitir que a gravidade separe o óleo da água.

São tanques de separação gravitacional que na etapa de separação primária já promove

a separação de óleo livre da água. No entanto, é difícil remover o óleo emulsionado da água

estando microscopicamente disperso no meio (SANTANA, 2009). Geralmente, a técnica

flotação por ar dissolvido é usada como tratamento secundário (MEGID et al., 2014). Como

mostra a Figura 3:

Figura 3 - Separador água-óleo

Fonte: Naturaltec - Tratamento de Água, 2017.

2.5.2 FLOTAÇÃO

A flotação é utilizada para introduzir de bolhas de ar no interior da água produzida, em

seguida, as bolhas formadas colidem e aderem nas gotículas de óleo dispersas na água,

reduzindo a densidade desses agregados e promovendo a ascensão do óleo que, por sua vez,

forma uma camada de espuma de simples transferência.

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15 Thábata Layse da Silva Fidelix

A flotação a ar/gás dissolvido é o método mais utilizado em campos terrestres. Este

tipo de flotador realiza a saturação previamente com ar/gás sob pressão o efluente a ser

tratado.

A flotação por ar/gás induzido utiliza um compressor para gerar as bolhas e injetar

ar/gás na célula de flotação. São formadas gotas com diâmetro entre 700 e 1500 μm,

ocasionando a colisão entre as partículas de óleo e as bolhas de ar/gás. A Figura seguinte

mostra o sistema de flotação por ar dissolvido:

Figura 4 -Fluxograma completo do sistema de flotação por ar dissolvido (FAD)

Fonte: EQMA Engenharia & Consultoria, 2017.

2.5.3 FLOCULAÇÃO

Também usada no tratamento de água, a floculação é um método de separação de

misturas. Ocorre quando as gotas tendem a formar um agregado sem perder sua identidade

original (FRANCO et al., 1988 e COUTINHO, 2005).

Nesse processo, uma substância coagulante é adicionada à água para serem formados

flocos que se dirigem à superfície. Nesses flocos, estão os elementos que podem ser

separados.

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16 Thábata Layse da Silva Fidelix

2.5.4 COAGULAÇÃO

Adiciona produto químico, como sulfato de alumínio, na água sujeita a tratamento,

para poder provocar a aglomeração das partículas sólidas. A Figura 5 mostra a comparação

ente coagulação, floculação e flotação:

Figura 5 - comparando coagulação, floculação e flotação.

Fonte: Ecopreneur, 2017.

2.5.5 FILTRAÇÃO/CLARIFICAÇÃO

A filtração normalmente é realizada em uma estação de tratamento de água (ETA), e é

responsável pela retirada de material suspenso na água. A clarificação é um processo de

coagulação/floculação das impurezas, com a adição de um ou mais produtos específicos (tais

como o sulfato de alumínio, cloreto férrico, polímeros de acrilamida, policloretos de alumínio

(PACs), etc.). O produto adere as impurezas da água para formar flocos, maiores e mais

densos que se sedimentam e são eliminados. A água clarificada é então submetida a uma

filtração, normalmente em leito de areia, através dos filtros que operam por gravidade ou

pressão (TROVATI, 2010), como mostra a Figura 6:

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17 Thábata Layse da Silva Fidelix

Figura 6 -representação das etapas de clarificação da água

Fonte: Trovati, 2010.

2.5.6 PROCESSOS DE TROCA IÔNICA

É um tipo de tratamento complementar que visa à remoção dos íons dissolvidos na

água que causam problemas, tais como cálcio, magnésio, sílica, entre outros. Segundo Trovati

(2010), esse processo utiliza as resinas de troca iônica, que são pequenas esferas porosas de

material plástico em cuja superfície estão ligados os íons que serão usados na troca. Assim,

existem dois tipos básicos de resina: as catiônicas, que trocam íons positivos (tais como Ca2+

,

Mg2+

, Na2+

, H+, Ba

2+, etc.) e as aniônicas, que trocam íons negativos (Cl

-, OH

-, SiO3

2-).

Esse processo faz com que a água a ser tratada passe por um ou mais leitos dessas

resinas, as quais retêm os íons de interesse. Chegará um momento em que o leito ficará

saturado e deverá ser regenerado adequadamente. Deve haver um rígido controle na qualidade

da água antes de passar pelos vasos de troca iônica. Resíduos de cloro livre, íons de ferro,

sólidos suspensos, óleos e graxas são os maiores inimigos desta classe de resinas. Como

desvantagem, o processo de troca iônica tem um fixo relativamente elevado (principalmente o

custo das resinas) e a necessidade do uso e manuseio de produtos químicos perigosos (ácidos

e soda cáustica) para regeneração dos leitos (TROVATI, 2010).

Dependendo da finalidade a que se propõem, os processos de troca iônica para água

são: abrandamento e desmineralização.

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18 Thábata Layse da Silva Fidelix

2.5.6.1 – ABRANDAMENTO

Uma maneira de remover a dureza da água produzida é fazendo o uso de resinas que

trocam íons sódio (Na+) ou hidrogênio (H

+), realiza a remoção de cálcio e magnésio da água.

Após saturação do leito, a regeneração é feita com cloreto de sódio ou ácido clorídrico

(TROVATI, 2010).

2.5.6.2 - DESMINERALIZAÇÃO

É um processo completo que remove os íons positivos e negativos da água deixando-a

praticamente isenta de materiais dissolvidos. A água passa por um abrandador que opera com

resina de ciclo hidrogênio e, após, passar por um leito de resina aniônica, troca íons hidroxila

(OH-). Esse processo remove a sílica e silicatos solúveis, além de carbonatos, sulfatos e até

cloretos. Após saturação do leito, normalmente é feita regeneração com soda cáustica

(NaOH). Após o leito aniônico, a água poderá ainda passar por um leito misto de resinas,

garantindo maior pureza da mesma (TROVATI, 2010).

Tabela 4 - Principais características dos diferentes tipos de resinas de troca iônica

Fonte: Elaborada a partir de Mierzwa (2005) apud Nuvolari e Costa (2010).

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19 Thábata Layse da Silva Fidelix

2.5.7 – SEPARAÇÃO POR MEMBRANAS

Entre os meios filtrantes mais utilizados estão as membranas, elas atuam como

barreiras físicas e seletivas tendo como principal objetivo a separação de substâncias que

apresentam diferentes propriedades. Para que o processo de separação ocorra é necessária a

ação de uma força motriz como: gradiente de potencial químico ou elétrico, diferencial de

pressão ou de concentração (NUVOLARI; COSTA, 2010). As mais conhecidas são as

membranas de microfiltração, nanofiltração, ultrafiltração e osmose reversa.

Figura 7 - Esquema de definição do processo por membranas

Fonte: Bertoldo (2005).

2.5.7.1 MICROFILTRAÇÃO

A microfiltração é um processo de separação por membrana utilizada para remover

sólidos em suspensão e também bactérias de água a ser tratada. Também pode ser utilizada

em combinação com outras tecnologias, como, por exemplo, a nanofiltração e a osmose

reversa; nesse caso ela funciona como uma proteção para esses processos (NUVOLARI;

COSTA, 2010).

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20 Thábata Layse da Silva Fidelix

2.5.7.2 NANOFILTRAÇÃO

A nanofiltração é geralmente usada quando a osmose reversa e a ultrafiltração não são

as melhores escolhas para separação das substâncias do meio. Essa tecnologia é capaz de

remover íons monovalentes e compostos orgânicos de baixo peso molecular; podendo ser

utilizada em processos de remoção de cor da água, desmineralização (NUVOLARI; COSTA,

2010).

2.5.7.3 ULTRAFILTRAÇÃO

É um processo de fracionamento seletivo utilizando pressões acima de 145 psi (10

bar). O permeado possui solutos orgânicos e sais de baixo peso molecular. É a barreira mais

eficiente para a remoção de sólidos em suspensão, bactérias, vírus e outros patogênicos. Este

método costuma ser bastante utilizado como pré-tratamento de águas superficiais, água de

mar, e efluentes biologicamente tratados, para os sistemas de desmineralização por

membrana.

2.5.7.4 OSMOSE REVERSA

A água previamente filtrada passa por dispositivo normalmente cilíndrico denominado

“permeador”, onde os sais presentes na água são retidos por membranas seletivas

especialmente fabricadas. A água pura é eliminada radialmente pelo permeador, enquanto que

a parcela de água não permeada é descartada a uma concentração mais elevada de sais. Este

fato constitui uma das desvantagens do sistema, além do alto custo e da necessidade de se

operar com vários permeadores em paralelo para obtenção de uma vazão razoável. A Figura 8

mostra o processo da osmose reversa.

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21 Thábata Layse da Silva Fidelix

Figura 8 -Processo de osmose reversa.

Fonte: Mustafa, 1998.

A Tabela 5 mostra um comparativo entre os principais tipos de filtração através de

processos feitos por membranas, enfatizando algumas características particulares de cada

meio filtrante citado, como, os tipos de elementos removidos, mecanismo típico de separação,

faixa de pressão, tamanho dos poros usados na estrutura de operação, força motriz usada no

processo, características do permeado e a faixa típica de operação.

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22 Thábata Layse da Silva Fidelix

Tabela 5 - Características gerais dos processos por membranas

Fonte: Adaptada de Nuvolari e Costa (2010)

2.5.8. AVALIAÇÃO DAS TÉCNICAS

O Quadro 1 mostra algumas técnicas de tratamento para as principais categorias de

contaminantes presentes na água. O uso de uma única técnica de tratamento pode ser eficaz

para remover várias classes de compostos, assim, pode ser estabelecido uma quantidade

menor de tratamentos para remover os contaminantes parcialmente ou por completo.

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23 Thábata Layse da Silva Fidelix

Quadro 1 - Principais categorias de contaminantes presentes na água e tecnologias para sua remoção

*E = Eficaz (Remoção completa ou quase total)

*B = Bom (Remoção de grandes porcentagens)

*NE = Não eficaz (Baixa remoção ou ineficaz)

O tratamento da osmose reversa é bem mais eficaz do que a microfiltração, pois remove

particulados, bactérias, sólidos dissolvidos e compostos orgânicos, enquanto a microfiltração

só é eficaz para remover particulados.

2.6 INJEÇÃO DE VAPOR NOS POÇOS

A injeção de vapor é o método mais utilizado para elevar a temperatura do

reservatório. Neste caso o vapor é injetado somente nos reservatórios portadores de óleo,

através de completações seletivas. São utilizadas duas estratégias de injeção de vapor que são

complementares: a injeção cíclica e a injeção contínua de vapor.

2.6.1 INJEÇÃO CÍCLICA DE VAPOR

A estimulação cíclica consiste em três etapas: injetar certa quantidade de vapor em

um poço por um determinado período de tempo, depois da injeção o poço permanece fechado

por alguns dias, para depois produzir óleo. No inicio o óleo é produzido em vazões altas e

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24 Thábata Layse da Silva Fidelix

depois estas vazões começam a diminuir rapidamente. O ciclo pode ser repetido depois de um

período de tempo enquanto for economicamente viável. Este processo tem sido bem sucedido

devido ao retorno rápido durante o período de produção do poço. A Figura 10 apresenta o

modelo esquemático da injeção cíclica de vapor.

Figura 9 - Modelo esquemático da injeção cíclica de vapor.

Fonte: Gushiken e Siqueira (2008).

2.6.2 INJEÇÃO CONTINUA DE VAPOR

Nesse processo o vapor é continuamente injetado nos poços específicos para injeção,

sendo o óleo deslocado produzido pelos poços específicos para produção. As zonas em torno

dos poços injetores tornam-se aquecidas na temperatura de saturação do vapor, expandindo-se

em direção aos poços produtores. Forma-se uma zona de vapor em torno do poço injetor, a

qual se expande com a contínua injeção de vapor. A Figura 11 mostra esse processo:

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25 Thábata Layse da Silva Fidelix

Figura 10 - Modelo esquemático da injeção contínua de vapor.

Fonte: Gushiken e Siqueira (2008).

2.7 GERADORES DE VAPOR

Os geradores de vapor são equipamentos destinados a transformar água em vapor. A

energia necessária à operação, isto é, o fornecimento de calor sensível à água até alcançar a

temperatura de ebulição, mais o calor latente a fim de vaporizar a água e mais o calor de

superaquecimento para transformá-la em vapor superaquecido, é dada pela queima de um

combustível. Para utilizar a água como fluido de aquecimento para geração de vapor, deve-se

considerar o seu grau de qualidade, porque os geradores de vapor são constituídos por metais,

que na presença de algumas substâncias contaminantes podem sofrer processos de corrosão

ou incrustação (MARTINELLI, 2004).

2.7.1 INCRUSTAÇÃO

A incrustação é a formação e acumulação de camadas de distintos compostos químicos

que ocorrem naturalmente aderindo a superfícies sólidas, como equipamentos, tubos e

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26 Thábata Layse da Silva Fidelix

aparelhos. Segundo Trovati (2010), os principais responsáveis pela formação de incrustações

são:

Sílica solúvel (𝑆i𝑂2) e silicatos (𝑆𝑖𝑂32−

) de vários cátions. A sílica solúvel é oriunda da

dissolução de parte da própria areia e rochas com quais a água mantém contato.

Óxidos de ferro, tais como o 𝐹𝑒2𝑂3 e de outros metais (cobre, zinco) originado

principalmente de processos corrosivos nas tubulações.

Sais de cálcio e magnésio (dureza), principalmente o carbonato de cálcio (𝐶𝑎𝐶𝑂3) e o

sulfato de cálcio ( 𝐶𝑎𝑆𝑂4).

De acordo com Júnior Martinelli (2004 apud COSTA, 2006), as incrustações reduzem

a capacidade de transferência de calor nos geradores de vapor, atuando como um isolante

térmico de baixa condutividade, reduzindo a taxa de transferências de calor, contribuindo para

aumento do consumo de combustível ou energia elétrica do sistema.

Figura 11 - tubo de caldeira aquatubular incrustado com produtos de corrosão (óxido férrico)

Fonte: Trovati (2010, p.36)

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27 Thábata Layse da Silva Fidelix

2.7.2 CORROSÃO

A corrosão pode ser definida como a destruição da estrutura, geralmente metálica,

através de reações químicas ou eletroquímicas do meio ambiente aliada ou não a esforços

mecânicos (GENTIL, 2003). A corrosão pode ocorrer em materiais metálicos e não metálicos.

2.8 TANQUE PULMÃO

A água associada ao petróleo é armazenada no tanque pulmão, onde ocorre a pré-

separação do óleo livre e a regularização da vazão do efluente. Ocorre separação gravitacional

após período de residência e o óleo é retirado por dutos pelo topo e encaminhado para

tratamento e, a água é retirada por dutos da base do tanque e encaminhada para o Separador

Água – Óleo ou para um sistema de flotação, dependendo da Estação de Tratamento de

Efluentes (ETE). Em geral os tanques gravitacionais por si só não conseguem baixar

suficientemente o TOG da água produzida para adequar aos padrões exigidos.

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28 Thábata Layse da Silva Fidelix

3 MATERIAS E MÉTODOS

Para elaborar um sistema de tratamento para reuso de água produzida primeiro, é

necessário conhecer o sistema atual utilizado, o volume de água produzida e sua

caracterização, assim, serão avaliados os equipamentos e tecnologias que podem ser

implantados no local para a especificação desejada.

3.1 CARACTERIZAÇÃO DO CAMPO

O Campo de Estreito está situado na porção sudeste da Bacia Potiguar Emersa, a cerca

de 180 Km de Natal, capital do Rio Grande do Norte. Com uma área de 205,558 km², 1008

poços produtores e 203 injetores em operação, a produção diária de água e de óleo é em torno

de 45.263,31 m³ e 1.667,26 m³, respectivamente, segundo os dados do relatório mensal da

ANP do mês de abril do ano de 2017.

Tabela 6 - Dados do Campo de Estreito

Área 202,558 km²

Poços produtores 1008

Poços injetores 203

Produção de água 45.263,31 m³/d

Produção de óleo 1.667,26 m³/d

Fonte: ANP, abril de 2017.

O principal sistema de produção é realizado através do método de elevação por

bombeio mecânico (BM), mas há também poços equipados com BCP. São comumente

equipados com cabeças de poço resistentes às altas temperaturas, como também cimentados

nesta perspectiva, devido aos projetos de injeção de vapor. O escoamento da produção bruta

se dá por dois oleodutos que se estendem até a UTFP (Unidade de Tratamento e

Processamento de Fluidos) de Guamaré, os quais atendem a todos os campos da área emersa

da Bacia no Rio Grande do Norte e Ceará. A água produzida, após separação, é descartada via

emissário submarino. A Figura 13 apresenta o mapa de localização do Campo de Estreito:

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29 Thábata Layse da Silva Fidelix

Figura 12 - Mapa de localização do Campo de Estreito

Fonte: ANP, 2017.

3.2 COMPOSIÇÃO DA ÁGUA PRODUZIDA NO CAMPO DE ESTREITO

A Tabela 7 foi construída utilizando os dados existentes nos trabalhos de Fernandes

Júnior (2006), Lima (1996) e Carvalho (2011), bem como da ANP (2017), visando

possibilitar a definição do sistema de tratamento mais adequado para a caracterização de uma

água produzida contaminada similar aquela produzida pelo campo de Estreito, devido a não

disponibilização de dados reais pela indústria.

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30 Thábata Layse da Silva Fidelix

Tabela 7 - parâmetros da água produzida no Campo de Estreito

Parâmetros Composição Atual

Cloretos 340,05 mg/L

Salinidade (NaCl) 560,45 mg/L

pH 7,27

Temperatura (ºC/pH) 22,00

Sólidos totais

dissolvidos

1.791,33 mg/L

Magnésio 74,98 mg/L

Cálcio 159,72 mg/L

Dureza total (CaCO3) 707,85 mg/L

Sulfato 0,010 mg/L

Óleo e graxa 2.000,00 mg/L

Sílica 45,73 mg/L

Ferro 0,70 mg/L

H2S 0,66 mg/L

Temperatura 42,77 ºC

3.3 ÁGUA PARA A GERAÇÃO DE VAPOR

Vapor de água é utilizado para os seguintes fins:

• Acionamento de turbinas de grandes máquinas, como compressores, sopradores e turbo-

geradores;

• Acionamento de turbinas de bombas e sopradores;

• Aquecimento de tubulações e tanques de produtos;

• Aquecimento de produtos por troca térmica;

• Injeção em torres para retificação de produtos leves;

• Fluido motriz para a geração de vácuo em ejetores;

• Purga de equipamentos para liberação e abertura para manutenção;

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31 Thábata Layse da Silva Fidelix

• Limpeza de equipamentos;

• Descoqueamento de fornos.

Dependendo de sua utilização, o vapor deve possuir diferentes níveis de pressão e

temperatura. São três os níveis de pressão de vapor existentes (Petrobras, 1996) como

mostra na Tabela seguinte:

Tabela 8 - Níveis de pressão de vapor

Nível de pressão de

Vapor

Pressão

(kgf/cm²)

Temperatura

(ºC)

Baixa pressão 3,5 175

Média pressão 16,5 275

Alta pressão 102 400

Fonte: Petrobras, 1996.

O vapor de alta pressão é gerado nas caldeiras, enquanto os demais são oriundos de

depressurização em turbinas e válvulas de pressão.

A geração de vapor em caldeiras, aos níveis praticados em refinarias, requer a

alimentação de água de alta qualidade, praticamente isenta de íons, que poderiam causar

incrustação nas caldeiras. Deste modo, é economicamente viável que a maior parte do

vapor gerado nas caldeiras seja recuperado como condensado.

Em função de sua utilização, parte do vapor pode ou não ser recuperado, levando à

necessidade de reposição de água desmineralizada: (folheto técnico, Latin América, 1996)

O vapor utilizado em aquecimento ou acionamento de turbinas não entra em contato com

outros produtos e pode ser recuperado como condensado limpo, passando por uma

purificação;

O vapor utilizado para purgas, descoqueamento e limpezas em geral é perdido para

efluente da ETDI;

O vapor utilizado no processo, sob a forma de vapor de retificação ou fluido motriz de

ejetores, é incorporado aos produtos do refino de petróleo, sendo posteriormente separado,

gerando um efluente fortemente contaminado. Após o seu tratamento adequado, gera

efluente para a ETDI.

Apesar da recuperação de parte do condensado e da reposição de água desmineralizada,

ainda é necessária uma purga no sistema de geração de vapor, pois, do mesmo modo que o

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32 Thábata Layse da Silva Fidelix

sistema de água de resfriamento, a recirculação de condensado provoca uma concentração de

sais e de outros contaminantes, que podem afetar o desempenho das caldeiras. Assim,

periodicamente é efetuada uma purga nas caldeiras para controlar a concentração destes

contaminantes, gerando um efluente que é enviado para a ETDI.

A qualidade da água destinada à geração de vapor é apresentada na Tabela 9 (FIESP e

CIESP, 2004), informa os requisitos para a água de resfriamento e geração de vapor, em

diferentes pressões, utilizadas nas indústrias. Esses parâmetros são valores indicativos

importantes para reduzirem os riscos antieconômicos que podem ser causados ao processo, e

proporcionarem maior expectativa de vida útil dos equipamentos.

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33 Thábata Layse da Silva Fidelix

Tabela 9 - Padrão de qualidade recomendado para água de resfriamento e geração de vapor

* Limites recomendados em mg/L, exceto para pH e Turbidez que são expressos em unidade e UT,

respectivamente.

Fonte: Adaptada de Crook (1996) apud Sautchúk et al. (2004).

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34 Thábata Layse da Silva Fidelix

4 RESULTADOS E DISCUSSÕES

4.1 CARACTERIZAÇÃO DA ÁGUA PRODUZIDA

Com a água produzida contaminada similar aquela produzida pelo campo de Estreito no

município do Alto do Rodrigues, foi montada a Tabela 10 para mostrar os resultados

encontrados na água de produção gerada no campo e os parâmetros desejados para utilizar a

caldeira de alta pressão na geração de vapor.

Tabela 10 - Parâmetros - comparação

Parâmetros Composição Atual Caldeira de alta

pressão (> 50 bar)

Cloretos 340,05 mg/L +

Salinidade (NaCl) 560,45 mg/L

pH 7,27 8,2 a 9

Sólidos totais dissolvidos 1.791,33 mg/L 200 mg/L

Magnésio 74,98 mg/L 0,01 mg/L

Cálcio 159,72 mg/L 0,01 mg/L

Dureza total (CaCO3) 707,85 mg/L 0,07 mg/L

Sulfato 0,010 mg/L +

Óleo e graxa 2.000,00 mg/L

Sílica 45,73 mg/L 0,7

Ferro 0,70 mg/L

H2S 0,66 mg/L +

+Aceito como recebido, caso, sejam atendidos outros valores limites.

Comparando os dados da composição atual com os parâmetros desejados é possível

perceber a necessidade da realização de tratamentos para diminuir o teor de contaminantes e,

com isso, garantir um bom funcionamento do gerador de vapor.

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35 Thábata Layse da Silva Fidelix

4.2 DESTINO DA ÁGUA PRODUZIDA

A água produzida no Campo de Estreito é atualmente destinada ao Polo de Guamaré,

localizado no município de Guamaré no interior do estado do Rio Grande do Norte, para

realizar o tratamento adequado e logo em seguida ser descartada via emissário submarino.

Como mostra a Figura 14:

.

Figura 13 - Fluxograma com o destino atual da água produzida no Campo de Estreito.

Com o desenvolvimento de tecnologias avançadas, como os processos de filtração por

membranas, osmose inversa e troca iônica, é possível idealizar projetos para tratar e fazer o

reuso da água produzida. A geração de vapor com o reuso da água produzida para injeção no

poço produtor é uma ótima maneira de reduzir o consumo dos recursos hídricos naturais e

diminuir o seu descarte no meio ambiente.

A figura 15 mostra um fluxograma com dois possíveis processos para tratar

devidamente a água para destinar a geração de vapor.

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36 Thábata Layse da Silva Fidelix

Figura 14 - Fluxograma com os destinos para tratamento da água produzida na estação coletora do Campo

de Estreito

As duas opções de destinos de tratamento mostrados na figura anterior possuem o

mesmo princípio de processo, que contém uma estação de tratamento de óleo para em seguida

a água decorrente dos tanques ser encaminhada para a estação de tratamento de água

produzida, mas, contando com opções diferentes de filtros para removerem as partículas, o

TOG residual, os sólidos suspensos, a sílica, o cálcio e o magnésio. Como os filtros de

cartucho removem partículas, mas são usados para baixas vazões, os filtros de areia vão

funcionar melhor na planta de tratamento. Assim, a combinação dos filtros de areia e filtros de

resinas: fenólica, catiônica e aniônica, respectivamente, é mais completa para remover todos

os contaminantes que são indesejáveis.

4.3 PLANTA DE TRATAMENTO FINAL

A geração de vapor requer elevados volumes de água e, com o grande volume de água

produzida nos campos petrolíferos, com isso, foi escolhido o seguinte processo para realizar o

aproveitamento desta água. A figura 16 mostra o fluxograma com o percurso da água

produzida para chegar ao gerador de vapor.

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37 Thábata Layse da Silva Fidelix

Figura 15 - Fluxograma do processo selecionado na estação coletora do Campo de Estreito

A corrente bruta proveniente das estações coletoras é destinada ao tanque de lavagem

que separa a fase oleosa da aquosa. A fase aquosa, água e óleo produzidos no campo, são

recebidos no tanque pulmão da Estação de Tratamento de Água. Ocorre à separação

gravitacional após período de residência, o óleo é retirado por dutos pelo topo e encaminhado

para tratamento. A água é retirada por dutos da base do tanque e encaminhada para o

Separador Água – Óleo (SAO). A caminho do SAO é injetado uma solução com cal (CaO)

para elevar o pH da água e o carbonato de sódio (Na2CO3), fornecendo a alcalinidade para a

reação e também os íons carbonatos necessários, além de diminuir a dureza.

Dentro do separador água-óleo a água permanece por um tempo para se processar a

separação da maior parte da fração óleo, e sofre injeção de produtos para pré-floculação e vai

para o flotador. O flotador de ar dissolvido realiza a saturação previamente com ar/gás sob

pressão com a finalidade de aumentar a floculação dos hidrocarbonetos dissolvidos na água

para facilitar a flotação. Os resquícios de óleo e o carbonato floculado são retirados da

superfície e depositados em tambor para tratamento e posterior destinação final. Do flotador, a

água é bombeada para a bateria de filtros de areia em linha para reter particulados e

sedimentos de onde sai com níveis de TOG cerca de dez vezes mais baixos que a resolução

CONAMA (Nº 430/2011, Art. 16) para descarte no mar.

Saindo da filtragem, a água segue para as UTA - Unidades de Tratamento de Água.

Nas UTAs a água passa por filtros de resina fenólica que retiram o sólido suspenso e o TOG

residual. A seguir a água passa por dois leitos em série de resina catiônica e resina aniônica

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38 Thábata Layse da Silva Fidelix

que reduzem a dureza para valores aceitáveis e removem a sílica, o cálcio e o magnésio. Da

UTA a água segue para os geradores de vapor. Utilizando Geradores de Vapor de alta pressão,

que queimam gás e geram vapor a temperaturas acima 400 graus Celsius e pressões acima de

102 Kgf/cm2.

O reuso da água produzida, permite a eliminação do volume de água captada para

geração de vapor e redução ou eliminação do descarte de água no mar.

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5 CONCLUSÕES

O elevado crescimento da geração de água produzida associado à produção de petróleo

é preocupante e, realizando o destino inadequado da água produzida acaba implicando em

efeitos nocivos ao meio ambiente, que incluem a poluição de corpos d„água e contaminação

de aquíferos, além de danos ao solo, à fauna, à flora, à saúde humana.

Com o agravante da escassez de água no semiárido, é de suma importância iniciar o

reuso da água produzida na estimulação dos poços produtores de petróleo no lugar de

consumir a água de aquíferos locais. Dessa forma, neste trabalho foi realizado um estudo

visando compor e definir um sistema de tratamento da água produzida no Campo de Estreito,

localizado no interior do Rio Grande do Norte, para dar uma alternativa ao destino final dessa

água produzida podendo reaproveita-la de uma forma consciente e diminuindo os impactos

ambientais.

Visando o reuso da água produzida para geração de vapor na recuperação terciária de

petróleo, foram escolhidos métodos mais adequados para compor um sistema de tratamento

de água produzida com a capacidade de remover os diversos compostos que possuem um

limite máximo permitido pela legislação. O sistema final escolhido foi: tanque de lavagem,

tanque pulmão, separador água-óleo, flotador a ar dissolvido, filtros de areia, filtro de resina

fenólica, filtro de resina catiônica e filtro de resina aniônica. Com esse sistema é possível

realizar o tratamento adequado para a geração de vapor, e com a diminuição da viscosidade

do óleo, os poços produtores serão estimulados para produzir mais.

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6 RECOMENDAÇÕES PARA TRABALHOS FUTUROS

Recomenda-se para trabalhos futuros a realização da análise econômica do projeto,

para comprovação da viabilidade do tratamento proposto.

Realizar uma análise físico-química com amostras reais do Campo de Estreito para

comparar os dados e testar em bancadas, para conferir se todos os elementos indesejáveis vão

ser eliminados através dos tratamentos definidos.

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41 Thábata Layse da Silva Fidelix

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