TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO COM MÉTODO MCKENZIE NA...

42
UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA MARCELE MIKA SATO TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO COM MÉTODO MCKENZIE NA DOR LOMBAR Tubarão 2007

Transcript of TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO COM MÉTODO MCKENZIE NA...

UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA

MARCELE MIKA SATO

TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO COM MÉTODO MCKENZIE NA DOR

LOMBAR

Tubarão

2007

2

MARCELE MIKA SATO

TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO COM MÉTODO MCKENZIE NA DOR

LOMBAR

Projeto de Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Graduação em Fisioterapia da Universidade do Sul de Santa Catarina, como requisito parcial à obtenção do título de fisioterapeuta.

Orientador: Prof. Msc. Ralph Fernando Rosas.

Tubarão

2007

3

MARCELE MIKA SATO

TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO COM MÉTODO MCKENZIE NA DOR

LOMBAR

Este trabalho de Conclusão de Curso foi julgado adequado à obtenção do grau de Bacharel em Fisioterapia e aprovado em sua forma final pelo curso de graduação em Fisioterapia da Universidade do Sul de Santa Catarina.

Tubarão, 26 de novembro de 2007.

________________________________

Prof. Ralph Fernando Rosas, Msc.

Universidade do Sul de Santa Catarina

________________________________

Prof. Rafael Nascimento, Esp.

Universidade do Sul de Santa Catarina

________________________________

Prof. Aderbal da Silva Aguiar Júnior, Msc.

Universidade do Sul de Santa Catarina

4

Dedico este trabalho aos meus pais Mario e

Marina, que acreditaram e lutaram durante

estes anos para que conseguisse concluir

esta etapa da minha vida.

5

AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente, aos meus pais, pela vida, carinho, incentivo,

dedicação e por ter me bancado durante a faculdade;

As “misses” Enrolada (Cíntia), Atrapalhada (Mone), Bic (Vau), também a

Fabíola e Luciani, que estiveram sempre do meu lado, me ajudando, apoiando e

contribuindo para que este trabalho fosse concretizado;

Aos meninos (Gabriel, Juliano, Michell, Thiago, Henrique, Paulinho)

brigada pela força;

Aos meus irmãos Marcia, Milena (que fez meu slide) e Marcos por ter

revisado o meu trabalho e ter me ajudado e a minha cunhada Joyce por ter realizado

o meu abstract. Valeu pessoas!

Ao meu orientador Ralph, pela paciência e dedicação, muito obrigada!

Aos membros da banca por concederem seu tempo para contribuir em

meu trabalho.

6

Quando nada parece ajudar, eu vou e olho o cortador de pedras martelando sua rocha talvez cem vezes sem que nem uma só rachadura apareça. No entanto, na centésima primeira martelada, a pedra se abre em duas, e eu sei que não foi aquela a que conseguiu, mas todas as que vieram antes. (Jacob Riis).

7

RESUMO

A lombalgia ou dor lombossacra é um problema muito prevalente, 75% a 80% das

pessoas sofrem durante alguma época da vida e com mais da metade da população

sendo acometida por essa entidade. A sua prevalência é conhecida em vários

países atingindo valores elevados, isso faz com que a lombalgia torna um problema

de saúde pública. É um importante problema de saúde pública pela morbidade e

custos econômicos e sociais que acarreta. Neste estudo foi realizado o método

McKenzie para o tratamento de dor lombar. O método McKenzie baseia-se no

movimento migratório do núcleo pulposo como resultado da flexão e extensão da

coluna vertebral, visando quais movimentos centralizam ou eliminam a dor no

paciente. Esta pesquisa foi do tipo quantitativa e o procedimento da coleta entende-

se como quase-experimental. Objetivo geral analisar o efeito do método McKenzie

na dor lombar em estudantes do Curso de Sistema de Informação e Fisioterapia.

Materiais e métodos: 10 estudantes que preencheram o critério de inclusão na

amostra, e que foram avaliados, orientados sobre as posturas na Clínica Escola de

Fisioterapia – UNISUL e submetidos a realizar as posturas do método de Mckenzie

em sua residência durante 1 mês de intervenção. Resultado: foi feito o teste

Wilcoxon para amostras dependentes com α =0,05 onde apresentou que foi positivo,

a diminuição da dor lombar e o aumento da flexibilidade nos sujeitos da pesquisa é

estatisticamente significante.

Palavras-chave: Lombalgia. Método McKenzie. Flexibilidade.

8

ABSTRACT

The low back pain or lumbosacral pain is a very occurent disease, 75% to 80% of

people suffer in sometime of life and more than half of population is being affected by

that sickness. It affects people in several countries reaching high valves, which made

this, a public health problem, because of the morbidity, social and economic costs

that brings about. In this research was applyed the McKenzie method, which is based

on the migration of pulpous nucleus as a result of extension and flexion of the spine,

trying to identify which movements centralizes on eliminates the pain. This was a

quantity kind reaseach, and the collection procedure is an almost experimental one.

The main purpose is to examine the effects of the method on the Information System

and Physiotherapy’s students who suffer of the low back pain disease. Materials and

methods: ten students to the right postures in the UNISUL’s School of Physiotherapy

Clinic. After that, they were residence’s for one month. Results: the Wilcoxon’s test

was made on the onset one’s, with α= 0,05, and gave positive, flexibility’s

improstatistically significant in this patients.

Key Words: Low back pain. McKenzie Method. Flexibility.

9

LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 - Inclinação anterior de pé.......................................................................22

Figura 2 - Inclinação posterior de pé .....................................................................22

Figura 3 - Inclinação anterior supina .....................................................................23

Figura 4 - Inclinação posterior de bruços ..............................................................23

Figura 5 - Teste de finger-floor. .............................................................................26

10

LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 – Escala visual análoga .........................................................................33

Gráfico 2 – Tete finger-floor...................................................................................36

11

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................13

2 CONSIDERAÇÕES A RESPEITO DE POSTURA SENTADA, LOMB ALGIA,

MÉTODO MCKENZIE, FLEXIBILIDADE E ALONGAMENTO ............................16

2.1 LOMBALGIA....................................................................................................16

2.2 POSTURA SENTADA .....................................................................................18

2.3 MÉTODO MCKENZIE .....................................................................................19

2.3.1 Posturas do método Mckenzie ..................................................................21

2.4 FLEXIBILIDADE ..............................................................................................23

2.4.1 Componentes limitantes da flexibilidade .................................................24

2.4.2 Teste de finger-floor ..................................................................................25

2.5 ALONGAMENTO ............................................................................................26

3 MATERIAIS E MÉTODOS .................................................................................28

3.1 POPULAÇÃO/AMOSTRA ...............................................................................28

3.2 MATERIAIS.....................................................................................................29

3.3 MÉTODOS .....................................................................................................30

3.4 ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DE DADOS...................................................31

3.5 COMITÊ DE ÉTICA EM PESQUISA (CEP).....................................................32

4 DISCUSSÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS ................................................33

4.1 ESCALA VISUAL ANÁLOGA (EVA)................................................................33

4.2 FLEXIBILIDADE ..............................................................................................35

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ...............................................................................38

REFERÊNCIAS .....................................................................................................39

APÊNDICE ............................................................................................................43

APÊNDICE A – Termo de consentimento livre e esclare cido ..........................44

12

ANEXOS ...............................................................................................................45

ANEXO A - Questionário de Oswestry ..............................................................46

ANEXO B - Manual de orientação das posturas do méto do Mckenzie ...........49

ANEXO C - Comitê de ética em pesquisa ..........................................................51

13

1 INTRODUÇÃO

O homem tornou-se o único animal da sua espécie a locomover em

postura ereta, utilizando apenas dois membros. Sofrendo uma série de adaptações

fisiológicas durante sua evolução. Essas alterações ficaram mais acentuadas nos

últimos séculos, após a revolução industrial, em que o homem passou a trabalhar

utilizando o corpo como uma alavanca e permanecendo na posição sentada para a

maior parte das atividades de vida diária. Durante esses anos, aumentaram os

distúrbios músculo esqueléticos através da utilização incorreta da biomecânica

humana, nos quais se destacam as lombalgias (LEE, 2001).

Cerca de 85% das pessoas sentem dor lombar em alguma fase de sua

vida. A lombalgia é a dor nas regiões lombares inferiores, podem ser de causa

nervosa ou muscular, mas comum em adultos jovens, em fase economicamente

ativa, chegando a 1/3 das consultas ortopédicas e sendo uma das causas mais

comuns para aposentadoria por incapacidade total ou parcial.

A dor lombar constitui uma causa freqüente de morbidade e incapacidade,

sendo sobrepujada apenas pela cefaléia na escala dos distúrbios dolorosos que

afetam o homem. Entretanto, somente 10% dos pacientes são responsáveis por

90% do custo, colocando o manejo dessa doença dentre as primeiras preocupações

na área de saúde (GARCIA FILHO, 2006).

Segundo Cecin (1997) as lombalgias e lombociatalgias tiveram um

crescimento 14 vezes maior que o crescimento da população. O resultado desta

situação é grave sob o ponto de vista socioeconômico, sendo que causa prejuízos

incalculáveis.

A lombalgia é um motivo freqüente de consulta médica em medicina geral

e familiar assim como em outras especialidades. A sua prevalência é conhecida em

vários países atingindo valores elevados, isso faz com que a lombalgia torna um

problema de saúde pública. É um importante problema de saúde pública pela

morbilidade e custos econômicos e sociais que acarreta (PONTE, 2005).

Existem várias técnicas para o tratamento da lombalgia e a fisioterapia

tem diversas opções como a cinesioterapia, a eletroterapia, a hidroterapia e outros

ainda. O método McKenzie baseia-se no movimento migratório do núcleo pulposo

14

como resultado da flexão e extensão da coluna vertebral, visando quais movimentos

centralizam ou eliminam a dor no paciente.

Em 1981, McKenzie propôs um sistema de classificação e um tratamento

para dor lombar, onde realizou o diagnóstico e o tratamento, ou simplesmente

Método McKenzie mecânico. Devido o grande número de pessoas com lombalgia,

nos últimos 20 anos fizeram com que o Método McKenzie, baseando-se nas

experiências, tivesse grandes destaques (por exemplo, a validez, a confiabilidade e

a generalidade) entre os sistemas baseados nas características clínicas e parece

conseqüentemente ser o sistema de maior execução na prática clínica (MACHADO,

2005).

Uma das contribuições mais importantes que devemos a McKenzie é o

conceito de centralização, isto é, o fenômeno pela qual a dor no membro inferior

acompanhada de dor lombar, e a dor no quadrante superior acompanhada de dor na

nuca diminuírem em resposta à execução repetida de determinadas manobras: a dor

passa a centralizar na coluna lombar e cervical, respectivamente (MALONE;

MCPOIL; NITZ, 2000).

Algumas questões são relevantes a serem estudadas sobre os benefícios

teoricamente proposto para esse método de tratamento fisioterapêutico:

1ª) O método McKenzie contribuirá para a melhora do quadro álgico da

dor lombar?

2ª) Aumentará a flexibilidade de flexão da coluna lombar?

Diante do grande número de pessoas que sentem dores lombares, a

fisioterapia auxilia na redução ou eliminação das dores, podendo o paciente assim,

voltar a fazer suas atividades da vida diária. A importância do estudo, tratamento e a

prevenção da dor lombar se justificam pela sua alta prevalência na população e pelo

expressivo impacto socioeconômico negativo gerado pelos casos de incapacidade

física temporária ou não (GREVE; AMATUZZI, p. 103).

Baseando-se nos efeitos alcançados pelo método, para o tratamento das

lombalgias, considera-se a possibilidade de trazer aos pacientes um meio de

tratamento que possa proporcionar diminuição da incapacidade que é uma

conseqüência à dor.

A permanência por um longo período na mesma posição faz com que

ocorra uma sobrecarga na coluna lombar, assim proporcionando o aparecimento de

15

algias lombares, principalmente em indivíduos que permanecem por horas sentado,

como por exemplo os estudantes.

A pesquisa servirá de suporte para outras pesquisas sobre o método

McKenzie, pois ainda não foram feitos trabalhos monográficos no curso de

fisioterapia da Unisul, campus Tubarão-SC.

Sendo assim, a pesquisa tem como objetivo geral analisar o efeito do

método McKenzie na dor lombar em estudantes do Curso de Sistema de Informação

e Fisioterapia. Este estudo tem como objetivo específico verificar se a dor lombar

influencia na flexibilidade do indivíduo e verificar a dor.

16

2 CONSIDERAÇÕES A RESPEITO DE POSTURA SENTADA, LOMB ALGIA,

MÉTODO MCKENZIE, FLEXIBILIDADE E ALONGAMENTO

Neste capítulo serão discutidos os temas de postura sentada, lombalgia,

método Mckenzie, flexibilidade e alongamento.

2.1 LOMBALGIA

Lombalgias são todas as condições de dor, dolorimento, rigidez com

pouca ou sem dor, localizadas na região inferior do dorso, em uma área situada

entre o último arco costal e a prega glútea. Lombociatalgia é a dor que se irradia

daquela região acima delimitada, para um ou ambos membros inferiores (VIEL,

2000).

A lombalgia ou dor lombossacra é um problema muito prevalente, 75% a

80% das pessoas sofrem durante alguma época da vida e com mais da metade da

população sendo acometida por essa entidade (HALL, 2005).

A lombalgia aparece com maior freqüência entre homens acima de 40

anos e com maior prevalência em mulheres entre 50 e 60 anos. O quadro em geral

aparece durando em média de 1 a 7 dias, tornando-se muitas vezes repetitivo ao

longo dos anos, fazendo com que se torne crônico, como observado em indivíduos

na terceira idade, que relatam o primeiro sintoma cerca de 20, 30 e 40 anos atrás,

bem como inúmeras seqüências de tratamentos (MARRAS, 2000).

Thomé e Lemos (2003), a lombalgia pode ter origem em várias regiões,

tais como: estruturas da própria coluna, estruturas viscerais, podendo ainda ter

origem vascular ou psicogênica. Pode ser classificada como estática, quando é

causada por má postura, ou seja, vinculada a um quadro postural; e cinética quando

é decorrente de uma biomecânica incorreta ou por sobrecargas cinéticas.

Na lombalgia idiopática, na maioria das vezes, a causa da dor lombar é

de difícil determinância. Quando de natureza mecânico-degenerativa os

conhecimentos disponíveis baseiam-se em modelo teórico, que é a unidade

funcional espinal (UFE), composta por um par de vértebras adjacentes e seu

17

complexo disco-ligamentar correspondente. A eficiência da biomecânica da UFE é

dependente, em grande parte, da integridade do disco intervertebral e sua junção

com os corpos vertebrais, das articulações intervertebrais, do corpo vertebral e das

estruturas músculo-ligamentares (THOMÉ; LEMOS, 2003).

As lombalgias podem ser divididas em três grupos, com base na duração

dos sintomas: aguda (sete dias ou menos); subaguda (uma semana a três meses) e

crônica (três meses ou mais) (SALGUEIRO, 2005).

A lombalgia aguda é de aparição súbita. Na avaliação clínica se

observará uma retificação da lordose acompanhada de flexão do quadril como

posição antiálgica, tem um bom prognóstico e com tratamento adequado não poderá

se prolongar por mais de duas semanas (SILVA, 2004).

A lombalgia crônica atinge mais os homens do que as mulheres. Esta

morbidade atinge principalmente a população em idade economicamente ativa,

podendo ser altamente incapacitante e é uma das mais importantes causas de

absenteísmo. Este tipo de dor contínua e por longo período de tempo afeta muitos

aspectos da vida, podendo levar a distúrbios do sono, depressão, irritabilidade

(GABRIEL, 2001).

Altas incidências de lombalgia foram observadas em trabalhadores que ficam sentados por períodos de tempo prolongados e naqueles que não podem sentar-se de forma alguma durante o dia de trabalho. As ocupações de alto risco para o surgimento de lombalgia (em ordem de freqüência) incluem operários em geral, motoristas de caminhão, lixeiros, trabalhadores domésticos, mecânicos, auxiliares de enfermagem, lenhadores, enfermeiros práticos e trabalhadores na construção. A lombalgia acidental está associada frequentemente com o trabalho realizado em postura pouco natural, com movimentos súbitos e inesperados, e ao trabalhador com uma única mão. O trabalho que envolve movimentação dinâmica em múltiplos planos também está associado com o risco muito aumentado de vir desenvolver lombalgia (HALL, 2005, p.287).

As dores lombares podem aparecer caso o indivíduo sentado realize

posturas incorretas por longo período, com flexão anterior do tronco, falta de apoio

lombar e do antebraço, as alterações são potencializadas, sendo que a pressão

intradiscal aumenta para mais de 70% devido à sobrecarga exercida na coluna

vertebral, também as dores nas costas pode aparecer devido à longa permanência

em pé (estática prolongada). Nessa situação, a coluna vertebral está em uma

posição estática ereta e os músculos paravertebrais começam a sofrer fadiga e a

altura do disco intravertebral é reduzida.

18

2.2 POSTURA SENTADA

A postura sentada gera várias alterações nas estruturas músculo-

esqueléticas da coluna lombar. O simples fato de o indivíduo passar da postura em

pé para a sentada aumenta em aproximadamente 35% a pressão interna no núcleo

do disco intervertebral e todas as estruturas (ligamentos, pequenas articulações e

nervos) que ficam na parte posterior são esticadas – isso se o sujeito estiver sentado

nas melhores condições possíveis. Além dos problemas lombares, a postura

sentada prolongada tende a reduzir a circulação de retorno dos membros inferiores,

gerando edema nos pés e tornozelos e, também, promove desconfortos na região

do pescoço e membros superiores (ZAPATER, 2004).

Caso o indivíduo sentado realize posturas incorretas por longo período –

flexão anterior do tronco, falta de apoio lombar e falta de apoio do antebraço – as

alterações são potencializadas, sendo que a pressão intradiscal aumenta para mais

de 70%. Este fato pode predispor o indivíduo a maiores índices de desconfortos

gerais, tais como dor, sensação de peso e formigamento em diferentes partes do

corpo e, principalmente, a processos degenerativos, como a hérnia de disco

(ZAPATER, 2004).

Cripa (2005) afirma que, essa posição exige atividade muscular do dorso

e do ventre. O consumo de energia é menor que na posição ortostática. Apesar da

menor exigência energética, essa posição promove uma pressão maior sobre os

discos intervertebrais lombares.

A posição sentada é uma das mais adotadas no ambiente de trabalho sua

análise é fundamental. Moro (2000 apud MORAES, 2002), classifica a partir da

posição do Centro de Gravidade (CG) do corpo, a postura sentada em três

categorias distintas: (a) postura média. O CG está diretamente acima das

tuberosidades isquiáticas e apenas 25% do peso corporal é transmitido ao solo

através dos pés. Com o corpo relaxado nessa postura, a coluna lombar permanece

alinhada ou em leve cifose. (b) postura anterior. Nesta posição o CG encontra-se

defronte às tuberosidades isquiáticas e mais de 25% do peso corporal é transmitido

ao solo pelos pés. Essa postura é assumida com a inclinação à frente do tronco,

sem ou com pouca rotação da pelve com uma cifose dorsal mais pronunciada. (c)

19

postura posterior. Nesta posição o CG encontra-se localizado atrás das

tuberosidades isquiáticas e menos de 25% do peso corporal é transmitido ao solo

através dos pés. O tronco encontra-se inclinado para trás, juntamente com a rotação

da pelve para trás, aumentando assim a cifose dorsal.

Para a postura sentada, os cuidados com os assentos deverão atender às

características do trabalho executado. É importante a existência de espaço

suficiente para as pernas ficarem em posição natural e os pés apoiados (CRIPA,

2005).

Os fatores mecânicos como posturas estáticas adaptadas no trabalho,

vibração, tarefas repetitivas e condução prolongada são consideradas fatores de

risco para a lombalgia. Há também fatores pessoais a serem considerados: a idade,

o sexo, obesidade (PONTE, 2005).

As dores nas costas acontecem, pois a maior parte do tempo

permanecemos na posição sentada, ou seja, trabalharmos sentados, nos

locomovermos sentados e depois vamos para casa sentar, assim sobrecarregando

cada vez mais a coluna lombar.

2.3 MÉTODO MCKENZIE

A técnica de McKenzie foi elaborada pelo fisioterapeuta Robin A.

McKenzie, graduado pela Faculdade de Fisioterapia da Nova Zelândia que

desenvolveu seu método por volta de 1956, onde aborda o tratamento das dores da

coluna relacionadas aos distúrbios do sistema articular da coluna vertebral. Esta

técnica de terapia manual utiliza os movimentos do próprio paciente no alívio da dor

e na recuperação da função. Ela é uma técnica de avaliação e um método

terapêutico baseado na avaliação da resposta sintomática na avaliação da dor ou

redução da deformidade tecidual (KODISK, 2001).

Aina, May e Clare (2004), a centralização pode ocorrer na coluna lombar,

cervical, e torácica.

O método McKenzie analisa a resposta sintomática e mecânica do

paciente pelo movimento cujo posicionamento deve manter um arco de movimento,

20

a fim de determinar se existe um direcionamento de movimento que determine uma

diminuição/ abolição/ centralização do sintoma (AINA, 2003).

O Dr. Robin Mckenzie acreditava que as dores lombares eram oriundas

de três mecanismos: a “Síndrome de Postura”, causada por uma deformação

mecânica dos tecidos moles adjacentes aos segmentos vertebrais; a “Síndrome de

Disfunção”, causada por um encurtamento ou aderência tecidual causada pela má

postura ou por contratura do tecido fibro-colagenoso desenvolvido após um trauma;

e o terceiro e último mecanismo, a “Síndrome do Desarranjo” causada por um

deslocamento do disco intervertebral (MACHADO, 2005).

Na síndrome postural, o paciente não costuma referir dor quando assume

a posição neutra em pé; ele não apresenta deformidades posturais e a amplitude de

movimento da coluna é praticamente integral. Makofsky (2006, p. 12) “[...] de acordo

com Mckenzie, os pacientes portadores da síndrome postural, em geral, têm menos

de 30 anos de idade e, por definição, não apresentam barreiras restritivas. Esses

desenvolvem sintomas locais e, em geral, adjacentes à coluna vertebral.” A dor se

manifesta após posicionamento prolongado, como no caso de postura prolongada

durante o trabalho. Essas posturas prolongadas começam a produzir tensão nos

elementos de tecido conjuntivo da coluna, resultando em dor.

Makofsky (2006) relata que, na síndrome da disfunção, os paciente

queixa-se de dor intermitente semelhante àquela do paciente com síndrome

postural, porém a diferença está no fato de seus tecidos moles estarem

anormalmente retraídos. Os sintomas em geral são adjacentes à coluna vertebral e

nunca se irradiam distalmente, exceto no caso de uma raiz nervosa pinçada. Pode-

se dizer simplesmente que a dor da síndrome de disfunção é produzida

imediatamente, quando os tecidos encurtados são alongados. O tratamento consiste

nas tentativas de aumentar a capacidade de extensão dos tecidos, mediante

aplicação de manobras controladas de alongamento até os extremos dolorosos

(MALONE; MCPOIL; NITZ, 2000).

Na síndrome do desarranjo, Makofsky (2006) relata que, as

características dessa síndrome podem incluir sinais e sintomas neurológicos, dor

durante o movimento, deformidade aguda, além de dor intensa e incapacitante. Os

pacientes com a síndrome do desarranjo (que ocorre principalmente nas colunas

cervical e lombar) descrevem com freqüência que seu pescoço e/ou costas estão

fora.

21

Aina (2003) determina-se que a técnica de McKenzie é muito eficaz pela

manipulação e pelo alinhamento intensivo de força.

2.3.1 Posturas do método Mckenzie

A seguir será descrito as posturas do método McKenzie conforme relata

Palmer e Epler (2000).

• Inclinação anterior de pé: O indivíduo fica de pé com os pés separados por cerca

de 30 cm e pede-se que faça deslizar suas mãos pela superfície anterior da perna,

como se fosse para tocar os pododáctilos até onde for tolerado e, em seguida, que

retorne à posição ereta.

Figura 1- Inclinação anterior de pé. Fonte: Palmer e Epler (2000).

22

• Inclinação posterior de pé: o indivíduo fica de pé com os pés separados cerca de

30 cm e as mãos colocadas na cintura. O indivíduo se inclina para trás apoiado

sobre as mãos e, em seguida, retorna à posição ereta.

Figura 2 - Inclinação posterior de pé. Fonte: Palmer e Epler (2000). • Inclinação anterior supina: o indivíduo fica na posição supina, segurando os joelhos

com as mãos. O indivíduo inclina-se para frente, tracionando os joelhos na direção

do peito. A flexão dos joelhos elimina a compressão da coluna vertebral pelo peso

corporal e a tensão exercida sobre a raiz nervosa.

Figura 3 - Inclinação anterior supina. Fonte: Palmer e Epler (2000).

• Inclinação posterior de bruços: O indivíduo deita-se de bruços com as mãos

posicionadas como se fosse para fazer hiperextensão do tronco. Pede-se ao

23

indivíduo que retire os MMSS e levante o tronco, mantendo a pelve e os MMII em

contato com a maca e, em seguida, que retorne à posição inicial. Nessa posição, a

compressão exercida pelo peso do corpo diminui e a atividade muscular dos

músculos do tronco é eliminada.

Figura 4 - Inclinação posterior de bruços Fonte: Palmer e Epler (2000).

Petersen (2003), a essência do tratamento é o desempenho auto-

mobilizações de movimentos ou sustentação nas posições em sentidos do

movimento específico, e a aplicação de pressão manual e/ou a mobilização do

terapeuta.

2.4 FLEXIBILIDADE

A flexibilidade pode ser definida como a amplitude articular máxima em

uma ou mais articulações ou pela relação existente entre o comprimento e a tensão

de um músculo alongado (VIVEIROS, 2004).

A flexibilidade é um componente essencial da aptidão física. O aumento

da flexibilidade melhora a eficiência do movimento, reduz a incidência de distensão

muscular, melhora a postura e melhora a habilidade geral em certos aspectos

(HAMILL; KNUTZEN, 1999).

24

Níveis adequados de força muscular e flexibilidade são fundamentais para

o bom funcionamento músculo-esquelético, contribuindo para a preservação de

músculos e articulações saudáveis ao longo da vida. Por outro lado, tanto o declínio

da força muscular quanto dos níveis de flexibilidade vai gradativamente dificultando

a realização de diferentes tarefas cotidianas, levando, muitas vezes, à perda

precoce da autonomia (HAMILL; KNUTZEN, 1999).

A flexibilidade implica em liberdade de movimento, a capacidade de uma

articulação mover-se com fluidez em sua potência, a habilidade de uma pessoa para

mover uma parte ou partes do corpo numa grande ADM intencional, a ADM de um

tecido mole sadio em resposta ao alongamento ativo ou passivo, habilidade para

relaxar e ceder a uma força de alongamento e a habilidade para mover uma

articulação através de uma ADM normal sem estresse excessivo para a unidade

musculotendinosa (ALTER, 1999).

Um programa de treinamento de flexibilidade é definido com exercícios

planejados, deliberados e regulares que podem aumentar permanentemente e

progressivamente a amplitude de movimento conveniente de uma articulação ou

conjunto de articulações durante um período de tempo (ALTER,1999).

2.4.1 Componentes limitantes da flexibilidade

A flexibilidade é limitada por vários fatores, tais como: a) formato das

superfícies articulares; b) adesões, contraturas e cicatrizes nos tecidos moles; c)

componentes contráteis; d) ligamentos e tendões; e) tecido conectivo; f) restrição

neural.

Também pode apresentar limitações mecânicas, como o excesso de

gordura ou excesso de massa muscular.

Achour Júnior (2006) afirma em pessoas obesas pode-se observar um

limite mecânico em alguns grupos musculares por causa do volume do abdome, que

impede o tronco em aproximar-se dos membros inferiores.

A limitação mecânica ocorre em pessoas com hipertrofia muscular,

impedindo, por exemplo, uma maior flexão do cotovelo devido o volume do bíceps

25

braquial. Com o excesso de hipertrofia ocorre encurtamento muscular, a força e a

flexibilidade tornam-se limitadas funcionalmente (ACHOUR JUNIOR, 2006).

2.4.2 Teste de finger-floor

Para verificar a flexibilidade foi realizado o teste de finger-floor/teste da

distância entre a ponta dos dedos e o chão que é realizado com o paciente em pé

com os joelhos estendidos e leva os braços e as mãos estendidos em direção ao

chão, paralelamente. Mede-se então, a distância entre a ponta dos dedos e o chão,

ou indica-se a altura (joelho, meio da tíbia) alcançada pelos dedos (BUCKUP, 2000,

p. 5).

Figura 5 – Teste de finger-floor. Fonte: Hoppenfield (1999 apud Schimidt; Rosas, 2005).

“Clinicamente, a distância entre a ponta dos dedos e o chão é importante

na avaliação dos efeitos de uma terapia.” (BUCKUP, 2000, p. 6).

26

2.5 ALONGAMENTO

Alongamento é um termo geral usado para descrever qualquer manobra

terapêutica elaborada para aumentar o comprimento de (alongar) estruturas de

tecidos moles patologicamente encurtados e desse modo aumentar a amplitude de

movimento (KISNER; COLBY, 1998).

As fibras musculares são incapazes de se alongarem ou estenderem-se

sozinhas. O alongamento ocorre com uma força externa ao músculo. Entre essas

forças estão a gravidade, o momento (movimento), a força dos músculos

antagonistas no lado oposto da articulação e a força fornecida por outra pessoa. A

última pode ser realizada por um movimento de empurrar ou puxar manualmente ou

através do uso de equipamento especial (ALTER, 1999).

Alter (1999) descreve que exercícios e habilidades especiais de

alongamento foram desenvolvidos para alcançar a flexibilidade. Independente do

método empregado pode ser produzido de diversas maneiras, determinado por sua

quantidade ou intensidade, duração, freqüência de movimentos realizados e

velocidade ou natureza do alongamento. As técnicas de alongamento para aumentar

a amplitude de movimento incluem balístico, estático, passivo e dinâmico.

O alongamento balístico é um movimento composto, onde a primeira fase

constitui um movimento de força contínua, usa-se um movimento acelerado pela

contração concêntrica dos agonistas, sem o impedimento de contração dos

antagonistas, a segunda fase é um movimento em inércia, não há contração

muscular. Na amplitude final do movimento desacelera-se, deixando a resistência

por conta dos músculos e ligamentos alongados, favorecendo resposta elástica

(ACHOUR JUNIOR, 2006).

Hall (2005) relata que, no alongamento estático os movimentos são

lentos, quando a posição articular desejada é alcançada será mantida por cerca de

10 a 30 segundos. O alongamento estático é preferido ao alongamento balístico,

pois este ativa a resposta dos fusos musculares que inibem o alongamento.

O alongamento passivo é realizado com a ajuda de forças externas, por

exemplo, aparelhos ou companheiros, estando o praticante em uma posição

passiva, ou seja, com descontração muscular e com boa posição do sistema

musculoarticular (ACHOUR JUNIOR, 2006).

27

Achour Junior (2006) descreve que o alongamento dinâmico ou ativo é

determinado pelo maior alcance do movimento voluntário, utilizando das forças dos

músculos agonistas e o relaxamento dos músculos antagonistas.

28

3 MATERIAIS E MÉTODO

Segundo Gil (1995), refere-se ao planejamento da mesma em sua

dimensão ampla, ou seja, no delineamento o pesquisador estabelece os meios

técnicos da investigação, prevendo-se o tipo de estudo, a população e sua

configuração, os instrumentos e procedimentos que serão utilizados na coleta de

dados.

A abordagem da pesquisa é do tipo quantitativa, conforme Leopardi

(2002), enumeração de perguntas claramente formuladas e fecundadas, delimitando

um campo para a investigação, passando do nível objetivo e lógico do

conhecimento.

O procedimento da coleta entende-se como quase-experimental segundo

Leopardi (2002), são pesquisas em que aparecem variáveis não controláveis, ou a

amostra não é aleatória, porém é muito semelhante à pesquisa experimental.

3.1 POPULAÇÃO/AMOSTRA

A população escolhida para o estudo consta de adultos do sexo

masculino, que cursam Sistema de Informação e Fisioterapia da Universidade do Sul

de Santa Catarina – UNISUL campus Tubarão, formados por indivíduos da 6ª, 7ª e

8ª fase dos referidos cursos, sendo que a amostra foi do tipo não probabilística

intencional.

Aplicou-se o questionário de Oswestry nos acadêmicos do curso de

Sistema de Informação e Fisioterapia, sendo que vinte apresentaram dor lombar, no

entanto, apenas três do curso de Sistema de Informação aceitaram participar da

pesquisa. Já no curso de Fisioterapia dez apresentaram dor lombar e sete

participaram da pesquisa (ANEXO A).

Como critério de inclusão para a caracterização da amostra, estabeleceu-

se os seguintes parâmetros:

a) Ser do sexo masculino;

b) Possuir entre 20 e 30 anos de idade;

29

c) Ser inativo, sedentário, não realizar nenhum tipo de exercício;

d) Permanecer mais de 4 horas por dia em posição sentada;

e) Ter como tratamento apenas medicamentoso, nunca ter realizado fisioterapia;

f) Disponibilidade de tempo para realizar as intervenções fisioterapêuticas;

Foram coletados apenas pessoas do gênero masculino, devido o fato de

que o gênero feminino apresentarem fatores hormonais o quais não seriam

fidedignos quanto à resposta da intervenção.

Como menciona Enoka (2000 apud ACHOUR JÚNIOR, 2004), os fatores

hormonais também podem ser fatores contribuintes, pois o sexo feminino possui

uma maior quantidade de estrógeno provocando um menor desenvolvimento da

massa muscular e maior acúmulo de água e polissacarídeos, minimizando o atrito

entre as fibras musculares facilitando as condições de flexibilidade.

Apesar de numerosas causas e fatores de risco que estão relacionados

com a lombalgia, vários pesquisadores a caracterizam como uma doença de

pessoas com vida sedentária e, portanto, escolhemos indivíduos inativos para a

coleta de dados; a inatividade física estaria relacionada direta ou indiretamente com

dores na coluna; a maior parte da atenção dirige-se a considerá-la um subproduto

da combinação da aptidão músculo-esquelética deficiente e uma ocupação que

force essa região (TOSCANO, 2001).

Segundo Makofsky (2006) a escolha dos indivíduos estudantes é porque

a dor é provocada por deformação mecânica do tecido sadio normal, quando os

seguimentos vertebrais são submetidos a uma carga estática durante um período

prolongado.

Realizou-se o tratamento na Clínica Escola de Fisioterapia da UNISUL –

Tubarão, onde os participantes concordaram em participar desta pesquisa, no

período de setembro a outubro de 2007.

3.2 MATERIAIS

No presente estudo utilizou-se instrumentos para a coleta de dados, tais

como:

• Questionário de Oswestry para identificar a presença da dor lombar (ANEXO A);

30

• Fita métrica para mensurar o teste dedo – chão, para verificar a flexibilidade;

• Tatame;

• Banco de madeira com 20 cm;

٠ Escala visual análoga (EVA)

3.3 MÉTODOS

O projeto da pesquisa foi apresentado para as coordenações do Curso de

Ciência da Computação e da Fisioterapia, que concordaram com a pesquisa e

depois foi explicado aos alunos sobre os procedimentos da pesquisa, os objetivos e

os benefícios, após explicado foi entregue o questionário de Oswestry aos alunos de

Sistemas de Informação e Fisioterapia, do sexo masculino com o objetivo de coletar

indivíduos que encaixem no perfil da pesquisa.

Após respondido os questionários, a pesquisadora analisou, classificou e

entrou em contato (através de e-mail e telefone) com os acadêmicos que

participaram da sua amostra.

Na primeira consulta realizou-se a avaliação na Clínica Escola de

Fisioterapia – UNISUL ocorrido no dia 4 de setembro de 2007, os sujeitos foram

submetidos à avaliação da flexibilidade de flexão da coluna lombar utilizando o teste

dedo-chão, saber o quanto de dor o estava sentindo, através da escala visual

análoga (EVA) e também foram explicadas as posturas do método de McKenzie. O

tempo que o indivíduo ficou disponível foram 15 minutos que estavam com

vestimenta adequada que não restringia os movimentos.

Para medir a flexibilidade, a examinadora se posicionava joelhada na

frente do sujeito que, estava de pé em um banco de madeira de 20 cm, pediu-se a

ele que realizasse uma flexão da coluna lombar sem forçar e sem flexionar os

joelhos e com a fita métrica foi mensurado a distância dedo-chão do indivíduo (o

teste dedo-chão foi mensurado três vezes).

Após conversarmos e realizarmos as posturas, foi entregue o termo de

consentimento livre e esclarecido aos acadêmicos (APÊNDICE A).

31

Os alunos receberam um manual de orientações sobre as posturas do

método McKenzie para serem realizado em sua própria residência durante um mês

(ANEXO B).

Segundo Thomé e Lemos (2007 apud Mckenzie, 1981) os atendimentos

devem ser realizados sempre no período da tarde, após as 14 horas, quando o

núcleo pulposo encontra-se desidratado, por isso estipulou-se que os acadêmicos

realizassem as posturas nesse período.

Foi realizada a inclinação anterior e posterior repetida, de pé e deitado

(teste de movimento repetido de McKenzie).

A inclinação repetida é utilizada para estabelecer a diferença entre o

desarranjo do disco e a disfunção mecânica de outras estruturas vertebrais. Para

todos os testes, é observado o efeito do primeiro movimento sobre a dor do

indivíduo. O efeito é normalmente observado após a realização de movimentos

repetidos (PALMER; EPLER, 2000).

As posturas eram mantidas por 5 segundos e o sujeito retornava a

posição inicial. Foram realizados 1 série de 10 repetições com intervalo de 30

segundos entre as mesmas.

Após os auto-atendimentos foi observada a diferença da distância do

teste dedo-chão e se houve diminuição da dor (do mesmo modo que foi realizado na

avaliação).

3.4 ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DE DADOS

Os dados foram analisados conforme estatística descrita simples, de

forma comparativa, e expostos através de quadros e gráficos. Os testes realizados

foram os testes de Wilcoxon para amostras dependentes, sendo analisado com

significância de 5% (α=0,05) e nível de confiança de 95% (TRIOLA, 1999).

Utilizaram-se os softwares Microsoft Word® e Microsoft Excel® e Statdisk®

(Copyrigtht, 1998 de Addison- Wesley Longman, Inc.).

32

3.5 COMITÊ DE ÉTICA EM PESQUISA (CEP)

Os indivíduos que aceitaram fazer parte da pesquisa assinaram o Termo

Consentimento Livre e Esclarecido (Anexo A).

Este projeto foi analisado pelo Comitê de Ética da UNISUL, no dia 19

de abril de 2007 do corrente deu parecer favorável e foi devidamente documentado

no CEP com registro 07.121.4.08.III, cujo qual encontra-se uma cópia no anexo C.

33

4 DISCUSSÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS

São apresentados neste capítulo os resultados obtidos no estudo, com

dados referentes à avaliação e reavaliação da escala visual análoga e da

flexibilidade.

4.1 ESCALA VISUAL ANÁLOGA (EVA)

O gráfico 1 apresenta os resultados da avaliação e reavaliação da EVA. A

média da EVA1 na avaliação foi de 4,7 e na EVA2 que é a reavaliação foi de 2, 5,

representando uma redução de 47%.

O desvio padrão na avaliação foi de 1,9 e na reavaliação 1,5.

Foi feito o teste Wilcoxon para amostras dependentes com α =0,05 onde

apresentou que foi positivo, ou seja, a redução da dor é estatisticamente significante,

que revelou que existe diferença na dor antes e após. Este estudo sugere que o

método Mckenzie é efetivo na redução da dor lombar.

Gráfico 1- Escala Visual Análoga. Fonte: Elaboração da autora (2007).

Escala Visual Análoga

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Sujeitos

(cm) EVA1 EVA2

34

A diminuição da dor pode ser observada através do gráfico 1 sendo mais

expressiva nos pacientes 1 e 2 (redução de 4), seguidos do 5 e 9 (redução de 3), 10

e 3 (redução de 2) e 4,6,7,8 (redução de 1).

Com este estudo podemos analisar que o gráfico acima mostrou que

houve um significativo resultado em relação à redução da dor dos sujeitos da

pesquisa, os quais aplicaram as posturas de McKenzie (inclinação anterior e

posterior de pé, inclinação anterior supina e inclinação posterior de bruços), sendo

que todos os participantes da pesquisa foram orientados e ensinados a utilizar o

método em suas residências. Sugere-se que alguns indivíduos obtiveram melhora

no quadro de dor, pois utilizaram devidamente as séries diárias repassadas.

Ao permanecermos em uma mesma posição, a compressão exercida

sobre os discos intravertebrais irá ocasionar um aumento da pressão interna do

núcleo e da tensão das fibras do anel. Realizando os movimentos de flexão e

extensão, o núcleo irá se movimentar, descolando-se para trás e para frente

causando tensões diferentes para as fibras, causando assim a dor lombar.

A postura sentada gera várias alterações nas estruturas músculo

esqueléticas da coluna lombar. O simples fato de o indivíduo passar da postura em

pé para a sentada aumenta em aproximadamente 35% a pressão interna no núcleo

do disco intervertebral e todas as estruturas como os ligamentos, pequenas

articulações e nervos que ficam na parte posterior são esticadas, o acúmulo de

resíduos nos músculos paravertebrais deve-se ao suprimento sangüíneo, provocado

pela contração muscular, e isso causa desconforto e consequentemente às dores

lombares (PEQUINI, 2005).

Segundo Viel (2000, p.13) mesmo sendo os discos intravertebrais poucos

inervados, as deformações que eles impõem aos ligamentos são suficientes para

desencadear a dor. Pequini (2005) acrescenta que na posição sentada, os músculos

isquiotibiais e iliopsoas se encurtam, ocasionando a acentuação da lordose,

provocando o surgimento da dor na coluna.

Conforme os movimentos de flexão/extensão da coluna lombar que os

indivíduos da pesquisa estavam realizando (que é a aplicação do método Mckenzie)

ocorre a movimentação do núcleo pulposo assim resultando em uma deformação

quando submetido a pressão, distribuindo as forças que vão contribuir para o

equilíbrio da tensão.

35

O método McKenzie é confiável para o exame dos pacientes que

apresentam comportamento de dor e sofrimento lombar, por meio de movimentos

repetidos (KILPIKOSKI; et al, 2002). Long; Donelson e Fung, (2005) confirmam este

fato e acrescentam que o método promove uma solução imediata e duradoura na

redução da dor.

4.2 FLEXIBILIDADE

O gráfico 2 mostra os resultados da mensuração da flexibilidade pré e pós

Mackenzie.

O estudo realizado demonstrou que todos os acadêmicos com dor lombar

submetidos ao tratamento com o método McKenzie obtiveram aumento da

flexibilidade no pós teste de finger-floor. A média da avaliação foi de 29,3 e na

reavaliação foi de 25,9 apresentando uma melhora de 12%.

A flexibilidade foi avaliada antes e após 1 mês realizando as posturas,

onde pôde ser observada que houve um aumento da flexibilidade.

Aplicou-se o teste Wilcoxon verificando que há diferença estatística entre

o pré-teste e o pós-teste, com significância de 5%. Este estudo sugere que o método

Mckenzie foi efetivo no aumento da flexibilidade.

36

Gráfico 2: Teste finger-floor. Fonte: Elaboração da autora (2007).

O aumento da flexibilidade pode ser observa através do gráfico 2 sendo

mais expressiva no paciente 4 (aumento de 6cm), seguidos do 2, 5 e 9 (aumento de

4 cm), 6, 7, 8 e 10 (aumento de 3cm) e 1 e 3 (aumento de 2cm).

Devido o fato dos sujeitos da pesquisa serem sedentários, os músculos

esqueléticos apresenta um fenômeno associado à atrofia das fibras musculares e

isso influencia na flexibilidade.

A postura sentada, aliada com a falta de atividade física, é um fator crucial

na perca da flexibilidade e conseqüentemente no surgimento de lombalgia. O

sedentarismo está associado ao estilo de vida atual do homem e com o passar dos

tempos o uso da tecnologia limitou ainda mais os movimentos corporais do ser

humano, onde os meios de transporte e eletrodomésticos são os principais

responsáveis (PEQUINI, 2005).

O homem na postura sentada tenta se manter o tronco ereto, submetendo

os músculos paravertebrais a uma tensão constante, os quais são responsáveis pela

diminuição da flexibilidade do sistema locomotor (REIS; MORO; CONTIJO, 2003).

Através da manutenção de uma boa flexibilidade nas principais

articulações se verifica uma grande melhora nas dores, pois quanto mais flexível o

indivíduo for, terá menor propensão à incidência de dores musculares,

principalmente na região dorsal e lombar.

Teste de Finger -floor

0 5

10 15 20 25 30 35 40 45

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

Sujeitos

(cm) Pré-teste

Pós-teste

37

Kapandji (2000, p.42) quando uma força de alongamento se exerce sobre

o disco, os platôs vertebrais tendem a separar-se, o que aumenta a espessura do

disco; ao mesmo tempo, a sua largura diminui e a tensão das fibras do anel

aumenta. O núcleo, que está ligeiramente achatado em estado de repouso, toma

uma forma mais esférica, o alongamento diminui a pressão no interior do núcleo.

De maneira geral pode-se concluir que as posturas do método McKenzie

têm influência sobre a flexibilidade da coluna lombar, sugerindo que uma limitação

mecânica pode influenciar nos resultados.

Contudo, se pode afirmar que a mobilidade aumentou e que apresentou a

redução de dor nos sujeitos da pesquisa.

38

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Ao final deste estudo, pode-se concluir que houve efetividade do Método

Mckenzie no tratamento da lombalgia apresentada pelos pacientes, resultando com

isso, a diminuição da dor e redução significativa da inabilidade funcional, além da

melhora do movimento de flexão da coluna lombar. E em razão dos resultados

obtidos, temos possivelmente indicativo de que o protocolo utilizado é um bom meio

de tratamento para a dor lombar.

39

REFERÊNCIAS

ACHOUR JÚNIOR, Abdallah. Exercícios de alongamento : anatomia e fisiologia. 2. ed. rev. e ampl. Barueri: Manole, 2006. ACHOUR JÚNIOR, Abdallah. Flexibilidade e alongamento : saúde e bem estar. Barueri: Manole, 2004 AINA, Alessandro. La Terapia McKENZIE. Simfer , Pávia, 2003. AINA, Alessandro; MAY, Stephen; CLARE, Helen. The centralization phenomenon ofspinal symptoms—a systematic review. Manual Therapy , Italy, 2004. ALTER, Michael J.. Ciência da flexibilidade. 2. ed. Porto Alegre: Artmed, 1999. BUCKUP, Klaus. Testes clínicos para patologia óssea, articular e m uscular : exames -sinais - fenômenos. Tradução de lracema Hilário DuIley. 2. ed. rev. e ampl. Barueri: Manole, 2000. CECIN, H.A.. Proposição de uma reserva anatomofuncional, no canal raquidiano, como fator interferente na fisiopatologia das lombalgias e lombociatalgias mecânico-degenerativas. Rev. Assoc. Med. Bras. , São Paulo, v. 43, n. 4, 1997. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-42301997000400005&lng=pt&nrm=iso>. Acesso em: 27 Abr 2007. Pré-publicação. CRIPA, CÁSSIA. Análise da saúde ocupacional de caixas de banco da cidade de Cascavel-PR . Monografias do Curso de Fisioterapia da Unioeste, Cascavel, 2005. Disponível em: <http:// www.unioeste.br/projetos/elrf/monografias/2005/pdf/cassia.pdf > Acesso em 25 abr. 2007. GABRIEL, Maria Rita Serra. et al. Fisioterapia em Traumatologia Ortopedia e Reumatologia . Rio de Janeiro: Revinter, 2001. GARCIA FILHO, Reynaldo Jesus et al . Ensaio clínico randomizado, duplo-cego, comparativo entre a associação de cafeína, carisoprodol, diclofenaco sódico e paracetamol e a ciclobenzaprina, para avaliação da eficácia e segurança no tratamento de pacientes com lombalgia e lombociatalgia agudas. Acta ortop. bras. ,

40

São Paulo, v. 14, n. 1, 2006. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-78522006000100002&lng=pt&nrm=iso>. Acesso em: 03 Jun 2007. Pré-publicação. GIL, A. C. Métodos e técnicas de pesquisa social . 4. ed. São Paulo: Atlas, 1995. GREVE, J. M.; AMATUZZI, M. M. Medicina de Reabilitação Aplicada à Ortopedia e Traumatologia . São Paulo: Roca, 1999. HALL, Susan J.. Biomecânica básica. 4. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2005. HAMILL, Joseph; KNUTZEN, Kathleen. Bases biomecânicas do movimento humano. São Paulo: Manole, 1999. KAPANDJI, Adalbert Ibrahim. Fisiologia articular: esquemas comentados de mecânica humana. 5. ed. São Paulo: Panamericana; Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2000. KILPIKOSKI, Sinikka; et al. Interexaminer Reliability of Low Back Pain Assessment Using the McKenzie Method. Lippincott Williams & Wilkins , Spine, v. 27, n. 8, 2002 KISNER, Carolyn; COLBY, Lynn Allen. Exercícios terapêuticos: fundamentos e técnicas. 3. ed. São Paulo: Manole, 1998. KODISK, Bruce I.;.Back pain solutions: posture-movement, therapy and education. Extensional publishing , Pasadena, 2001. LEE, Diane. A cintura pélvica: uma abordagem para o exame e o tratamento da região lombar, pélvica e do quadril. 2. ed. São Paulo: Manole, 2001. LEOPARDI, Maria Tereza. Metodologia da pesquisa na saúde . 2. ed. rev. e atual. Florianópolis: UFSC, 2002. LONG, A.; DONELSON, R; FUNG, T. Does it matter which exercise? NZ Journal of Physiotherapy , Spine, v. 33, n. 2, July 2005. MACHADO, Luciana AC; et al. The McKenzie method for the management of acute non-specific low back pain: design of a randomised controlled trial. BioMed Central, Austrália, oct.2005.

41

MAKOFSKY, Howard W. Coluna Vertebral : terapia manual. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006. MALONE, Terry; MCPOIL, Thomas G.; NITZ, Arthur J.. Fisioterapia em ortopedia e medicina no esporte. 3. ed. São Paulo: Santos, 2000. MARRAS, W.S. Occupacional low back disorder causation and control. Ergonomics, 2000, 43:880-902. MORAES, Luci Fabiane Scheffer. Os princípios das cadeias musculares na avaliação dos desconfortos corporais e constrangime ntos posturais em motoristas do transporte coletivo . 2002. 118f. Dissertação (Mestrado em Engenharia de Produção) - Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2002. PALMER, M. Lynn,; EPLER, Marcia F.. Fundamentos das técnicas de avaliação muscoesquelética. 2. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2000. PETERSEN, Tom. Non-specifi c Low Back Pain Classifi cation and tre atment . Lund University, Denmark, 2003. PEQUINI, Suzi Mariano. Ergonomia aplicada ao Design de produtos : um estudo de caso sobre o Design de bicicletas. Universidade de São Paulo, 2005. PEQUINI, Suzi Mariano. Ergonomia aplicada ao Design de produtos : um estudo de caso sobre o Design de bicicletas. Universidade de São Paulo, 2005. PONTE, Carla. Lombalgia em cuidados de saúde primários Sua relação com características sociodemográficas. Revista Porto Clínica Geral, 2005. Disponível em: <http:// www.apmcg.pt/document/71479/448677>. Acesso em: 10 maio 2007. REIS, Pedro Ferreira; MORO, Antônio Renato; CONTIJO, Leila Amaral. A importância da manutenção de bons níveis de flexibi lidade nos trabalhadores que executam suas atividades laborais sentados. Dois vizinhos, 2003. SALGUEIRO, Paulo Cesar Cotcchia; SILVA, Marco Antônio Guimarães. Fisioterapia Brasil. Rio de Janeiro, v. 6, n. 3, maio/jun. 2005.

42

SILVA, Marcelo Cozzensa; FASSA, Anaclaudia Gastal; VALE, Neiva Cristina Jorge. Cadernos de Saúde Pública. Rio de Janeiro, v. 20, n. 2, mar./abr. 2004. THOMÉ, Mariza Coelho; LEMOS, Thiago Vilela. Acupuntura e Mckenzie para lombociatalgia : um estudo de caso. Goiânia – GO, 2003. Disponível em: <http://www.ucg.br/fisio/monografia/4.PDF>. Acesso em: 02 mar. 2007. TOSCANO, José Jean de Oliveira; EGYPTO, Evandro Pinheiro do. A influência do sedentarismo na prevalência de lombalgia. Rev Bras Med Esporte. Niterói, v. 7, n. 4, 2001. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1517-86922001000400004&lng=pt&nrm=iso>. Acesso em: 15 Mar 2007. Pré-publicação. TRIOLA, Mário F. Introdução à estatística . 9.ed. Rio de Janeiro: LTC, 1999. VIEL, Éric; ESNAULT, Michèle. Lombalgias e cervicalgias na posição sentada: conselhos e exercícios. São Paulo: Manole, 2000. VIVEIROS, Luís et al . Respostas agudas imediatas e tardias da flexibilidade na extensão do ombro em relação ao número de séries e duração do alongamento. Rev Bras Med Esporte. Niterói, v. 10, n. 6, 2004. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1517-86922004000600002&lng=pt&nrm=iso>. Acesso em: 03 Jun 2007. Pré-publicação. ZAPATER, André Rocha et al . Postura sentada: a eficácia de um programa de educação para escolares. Ciênc. saúde coletiva , Rio de Janeiro, v. 9, n. 1, 2004. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-81232004000100019&lng=pt&nrm=iso>. Acesso em: 01 Nov. 2007.