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MARIA CECÍLIA RIBEIRO TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO NA PATOLOGIA DE OSGOOD-SCHLATTER ATRAVÉS DO USO DE LASERTERAPIA E CINESIOTERAPIA Cascavel 2003

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MARIA CECÍLIA RIBEIRO

TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO NA PATOLOGIA DE

OSGOOD-SCHLATTER ATRAVÉS DO USO DE

LASERTERAPIA E CINESIOTERAPIA

Cascavel

2003

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MARIA CECÍLIA RIBEIRO

TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO NA PATOLOGIA DE

OSGOOD-SCHLATTER ATRAVÉS DO USO DE

LASERTERAPIA E CINESIOTERAPIA

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Universidade Estadual do Oeste do Paraná – Campus de Cascavel para obtenção do Titulo de Graduação em Fisioterapia. Orientadora: Prof. Karen Andréa Comparin

Cascavel

2003

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MARIA CECÍLIA RIBEIRO

TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO NA PATOLOGIA DE OSGOOD-

SCHLATTER ATRAVÉS DO USO DE LASERTERAPIA E

CINESIOTERAPIA: estudo de caso

BANCA EXAMINADORA

............................................................................................

Karen Andréa Comparin – UNIOESTE (Orientadora)

............................................................................................

Rodrigo Daniel Genske – UNIOESTE

............................................................................................

Cleverson Marcelo Pilatti – UNIOESTE

Cascavel, 16 de abril de 2003.

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“O conhecimento é ainda mais injustamente distribuído do que as armas e a

riqueza. Daí ser mais importante uma redistribuição do conhecimento (e em

especial do conhecimento sobre o conhecimento) do que uma redistribuição

dos outros principais recursos de poder; e a primeira pode levar a segunda.”

Toffler

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AGRADECIMENTOS

A professora Karen, pela orientação na elaboração deste trabalho e o apoio em

todos os momentos.

Ao paciente com patologia de Osgood-Schlatter, pela colaboração e paciência.

A minha mãe pelo incentivo e compreensão.

A Deus e todos aqueles que diariamente me auxiliaram na conclusão deste sonho.

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DEDICATÓRIA

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RESUMO

A patologia de Osgood-Schlatter surge na adolescência na fase denominada estirão de crescimento, tem como características dor na região da tuberosidade tibial especialmente aos esforços que necessitem de uma forte contração do músculo quadríceps e uma proeminência óssea visível nesta região. Ao exame de raios-x, observa-se uma linha irregular na tuberosidade tibial, áreas de rarefação em alguns casos e, pode estar presente uma avulsão óssea significativa. O presente estudo teve por objetivo verificar a eficácia do tratamento da patologia de Osgood-Schlatter com o uso da laserterapia e cinesioterapia (alongamento global) em um paciente de treze anos portador desta patologia no joelho esquerdo, praticante da modalidade esportiva futebol de salão. A pesquisa realizou-se na clinica de fisioterapia da UNIOESTE. Os critérios usados para inclusão da amostra eram que o paciente fosse do sexo masculino, não tivesse se submetido a tratamento cirúrgico, não tivesse menos que cinco e mais do que quinze anos de idade e praticasse alguma atividade física. O mesmo apresentava um grau de dor nove na escala visual de dor no início da primeira sessão e 9cm após a realização do teste de esforço, no final desta sessão. Após 10 sessões, o paciente apresentou como resultado, zero na escala de dor tanto no início da sessão como após a realização do teste de esforço, acreditando-se que o protocolo proposto tem uma eficácia significativa, porém, necessita-se de mais estudos, tendo em vista a amostra pequena, por tratar-se de um estudo de caso. Palavras chaves: osgood-schlatter, laserterapia, cinesioterapia

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ABSTRACT

The pathology of Osgood-Schlatter occur in the adolescence in the phase denominated growth pull, has as characteristics specially pain in the area of the tibial tuberosity to the efforts that need a strong contraction of the muscle quadriceps, and a visible bony proeminence in this area. To the exam of ray-x , an irregular line is observed in the tuberosity tibial, areas of rarefation of the bony in some cases and, it can be present a significant bony avultion. The present study had for objective to verify the efficiency of the treatment of the pathology of Osgood-Schlatter with the use of laserterapy and cinesioterapy (global stretching), in a thirteen year-old patient, with the problem in the left knee, practice the modality of soccer. The same presented a degree of pain nine in the first session in the visual scale of pain and nine after the test of force. After 10 sessions, the patient presented zero in the visual pain scale, demonstrating that the protocol proposed has a significant effectiveness but, need more studies, because the number was little, it was a study of one case.

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SUMÁRIO

LISTA DE FIGURAS 09 CAPÍTULO I 1 INTRODUÇÃO......................................................... 11 1.1 O PROBLEMA......................................................... 11 1.2 OBJETIVOS............................................................. 12 1.2.1 Objetivo Geral.......................................................... 12 1.2.2 Objetivos Específicos............................................... 12 1.3 JUSTIFICATIVA....................................................... 13 1.4 DELIMITAÇÃO DO ESTUDO.................................. 13 CAPÍTULO II 2 REVISÃO DA LITERATURA................................... 15 2.1 DOR......................................................................... 15 2.1.1 Fisiologia da Dor...................................................... 16 2.2 ANATOMIA DO JOELHO........................................ 19 2.2.1 Ossos....................................................................... 19 2.2.2 Ligamentos e cápsula articular................................ 20 2.2.3 Meniscos.................................................................. 22 2.2.4 Músculos.................................................................. 22 2.2.5 Suprimento sangüíneo............................................. 24 2.3 CINESIOLOGIA DO JOELHO................................. 26 2.4 BIOMECÂNICA DO JOELHO.................................. 26 2.4.1 Articulação tíbiofemoral........................................... 27 2.4.2 Articulação femoropatelar........................................ 27 2.5 PATOLOGIA DE OSGOOD-SCHLATTER.............. 28 2.5.1 Definição.................................................................. 28 2.5.2 Etiologia................................................................... 30 2.5.3 Patologia.................................................................. 31 2.5.4 Diagnóstico.............................................................. 32 2.5.5 Achados Radiológicos............................................. 32 2.5.6 Quadro Clínico......................................................... 34 2.5.7 Tratamento Conservador......................................... 35 2.5.8 Tratamento cirúrgico................................................ 38 2.5.9 Complicações.......................................................... 39 2.5.10 Tratamento fisioterapêutico..................................... 40 2.5.10.1 Laserterapia 41 2.5.10.2 Alongamento 45

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CAPÍTULO III

3 RESULTADOS E DISCUSSÕES............................ 47 3.1 CARACTERIZAÇÃO GERAL DO SUJEITO............ 47 3.2 ALTERAÇÕES POSTURAIS................................... 48 3.3 SENSAÇÃO DE DOR.............................................. 49

CAPÍTULO IV

CONCLUSÕES........................................................ 51 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS....................... 53 ANEXO 1 – RADIOGRAFIA DO PACIENTE 59 ANEXO 2 - TERMO DE CONSENTIMENTO 60 ANEXO 3 - FICHA DE AVALIAÇÃO 61

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1. Ligamentos do joelho vista anterior....................................................21

Figura 2. Músculos da região do joelho.............................................................24

Figura 3. Irrigação Sangüínea do joelho............................................................25

Figura 4. Esquema da patologia de Osgood-Schlatter......................................29

Figura 5. Raio-X da patologia de Osgood-Schlatter..........................................34

Figura 6. Análise dos resultados obtidos em relação a melhora da dor após o

tratamento com a utilização de laserterapia e cinesioterapia

(alongamento global) na patologia de Osgood-Schlatter....................50

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CAPÍTULO I

1 INTRODUÇÃO

1.1 O PROBLEMA

Os centros de crescimento epifisários e os locais de inserção de tendões

(apófises) são os lugares mais comuns de lesões traumáticas nos esportes

especialmente em crianças, devido o fato de que esses centros de crescimento são

extremamente susceptíveis a lesão (RATLIFFE, 2000).

No decorrer dos últimos 10 anos, aumentou o incentivo aos adolescentes

para a prática de uma grande variedade de esportes e competições de alto nível. As

vantagens decorrentes desta participação são perfeitamente conhecidas: melhora da

sensação e bem-estar, do enduro do aparelho circulatório e da força muscular,

desenvolvimento do espírito esportivo, da camaradagem e das habilidades no

convívio social (BURNS E MACDONALD, 1999).

Os atletas participam de esportes de competição em idades cada vez

menores, em maior número. Isto faz com que as demandas sobre o tecido músculo-

esquelético em amadurecimento levem a uma preocupação em função das

subseqüentes lesões, tanto agora como no passado, o aumento na participação e

espírito de competitividade agora resultam em algo mais do que preocupação. As

lesões músculo-esqueléticas em atletas jovens são atualmente comuns e precisam

ser prevenidas (GOULD 1993).

Entre as lesões que ocorrem na prática de esportiva por crianças temos a

patologia de Osgood-Schlatter que foi primeiramente descrita em 1903 por Osgood,

e acontece durante a adolescência em forma de tumefação em torno do tubérculo

tibial e do tendão patelar (LOVELL e WINTER, 1988)trata-se de uma condição

comum freqüentemente denominada de osteocondrite, porém não é mais do que um

traumatismo por tração do local no qual insere-se uma parte do tendão patelar (a

parte remanescente está inserida de cada lado da apófise e impede a separação

completa) (APLEY e SOLOMON 1998).

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Em outra descrição é definida como uma apofisite (inflamação da inserção

tendínea) do tubérculo tibial, causada por inflamação crônica e microavulsão ou

ligeiro rompimento do tendão da patela em seu ponto de inserção no tubérculo tibial

(RATLIFFE, 2000).

Uma das formas de colapso da apófise é por uso excessivo. O excesso de

carga aplicada por um longo período de tempo pode resultar em alterações

estruturais agudas, onde o organismo fica temporariamente incapaz de se recuperar.

A inserção apofisária imatura, em vez de avulsão desenvolve microrrupturas do

tendão e hemorragias associadas. Um dos locais que comumente apresenta esta

lesão é o tubérculo tibial onde, chamamos de doença de Osgood-Schlatter

(GOULD, 1993)

Uma outra denominação que difere-se das demais é que a causa seria uma

periostite ou a formação de osso novo por lesão do tendão patelar. Estes conceitos

não foram nem confirmados e nem negados por outros autores (LOVELL e WINTER,

1988).

1.2 OBJETIVOS

1.2.1 Objetivo Geral

A presente pesquisa tem como objetivo observar como o tratamento fisioterapêutico

pode auxiliar no caso de pacientes com a patologia de Osgood-Schlatter usando o

laser e a cinesioterapia através do alongamento global evitando-se com isso a

necessidade de cirurgia.

1.2.3 Objetivos Específicos Aplicar protocolo previamente descrito para a patologia.

Orientar os pacientes quanto a forma mais adequada da prática dos

exercícios físicos.

Prevenir as complicações provocadas pela patologia.

Observar os resultados obtidos com a aplicação do protocolo.

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1.3 JUSTIFICATIVA

O atleta jovem apresenta uma especificidade músculo-esquelética, suas

características estruturais específicas o torna susceptível a certas lesões músculo-

esqueléticas, algumas delas resultando em sérias conseqüências. Estruturalmente, o

sistema músculo-esquelético do jovem atleta não é equivalente ao do adulto

(GOULD, 1993).

Sendo cada vez mais freqüente a participação dos jovens adolescentes em

atividades esportivas e de condicionamento físico, o conhecimento dessa condição é

fundamental para os profissionais que cuidam dessa população (LOURENÇO,

2000).

A fisioterapia pode participar com modalidades para aliviar a dor e com os

exercícios para preservar a força do músculo quadríceps e promover a boa forma

física geral durante o período de recuperação (RATLIFFE 2000).

A fisioterapia pode atuar especialmente na fase aguda, onde a redução do

quadro álgico determinante da autolimitação, reduz consideravelmente o tempo de

inatividade, na fase tardia a fisioterapia pode auxiliar somente no alongamento

muscular onde os encurtamentos se fazem bem presentes, resultando a reabilitação

e o retorno precoce do adolescente ao movimento.

Sendo assim, vê-se a importância de se realizar tal estudo, objetivando

verificar a eficiência do tratamento fisioterapêutico na patologia de Osgood-Schlatter,

as principais causas desta, qual o tipo físico mais comumente afetado e de acordo

com os resultados realizar um posterior trabalho preventivo com os adolescentes da

faixa etária acometida.

1.4 DELIMITAÇÃO DO ESTUDO

Esta pesquisa delimitou-se em verificar a melhora do quadro álgico em um

paciente de 13 anos portador da patologia de Osgood-Schlatter, que fez parte da

amostra do estudo. Esta verificação foi feita através de uma ficha de avaliação

composta de dados pessoais, tipologia corporal, exame físico, escala visual de dor,

reabilitações anteriores entre outros, realizada na primeira sessão e na ultima

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sessão sendo que a escala de dor foi aplicada todas as sessões no inicio e no

termino de cada uma. O paciente, era do sexo masculino, e praticava a.modalidade

esportiva futebol de salão.

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CAPÍTULO II

2 REVISÃO DA LITERATURA

2.1 DOR Dor é uma qualidade sensorial complexa, freqüentemente não relacionada ao

grau de lesão tecidual. A interpretação da sensação dolorosa envolve não apenas os

aspectos físico-químicos da nocicepção, mas também os componentes sócio-

culturais dos indivíduos e as particularidades do ambiente onde o fenômeno

nociceptivo é experimentado (TEIXEIRA, CORRÊA e PIMENTA 1994), não é devida

à estimulação excessiva de todos os nervos sensitivos presentes, mas ao estímulo

de fibras específicas para a dor (SELKURT, 1986).

É uma condição complexa, muitas vezes, de etiologia indefinida que resulta

em incapacidades e inabilidades implicando em elevados custos pessoais. A dor

aguda é de ocorrência universal com raras exceções (TEIXEIRA, MARCON, ROCHA

e FIGUEIRÓ apud TEIXEIRA E FIGUEIRÓ, 2001).

Tem como finalidade a proteção do organismo; ela ocorre sempre que algum

tecido está sendo lesado e faz o indivíduo reagir removendo o estímulo doloroso.

Até mesmo atividades simples, como ficar sentado por um período prolongado, pode

ocasionar destruição tecidual, devido à falta de fluxo sangüíneo para a pele nos

locais em que está comprimida pelo peso do corpo. Quando a pele se apresenta

dolorida em conseqüência da isquemia, a pessoa normalmente desloca

inconscientemente o peso. Contudo, uma pessoa que tenha perdido o sentido da

dor, como após uma lesão da medula espinhal, não sente dor e não faz, portanto

esse deslocamento. Isso logo ocasiona ulcerações nas áreas sob pressão

(GUYTON, 1993). A associação Internacional para o estudo da dor define a dor

como “uma experiência sensorial e emocional desagradável associada com uma

lesão tecidual presente ou potencial, ou descrita relativamente a essa lesão”

(MERSKEY, 1979 apud PRENTICE, 2002). 1

1 Merskey, H. A. F., D, Bonica. J: Pain terms: a list with definitions and notes on usage, Pain 6:249-252, 1979

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A dor nos adverte que existe algo errado e pode levar a uma resposta de

retirada para evitar uma lesão adicional. Leva a espasmo muscular com o objetivo

de proteger a área lesada, algumas vezes ela persiste e levar a um aumento da

inaptidão e inibir esforços de reabilitação, um espasmo prolongado pode levar a

deficiência circulatória, atrofia muscular, hábitos de desuso e à consciente ou

inconsciente proteção, levando a perda severa da função (KULAND, 1983 apud

PRENTICE, 2002).

Síndromes por uso excessivo, distúrbios traumáticos cumulativos, lesão por

distensões excessivas são termos descritivos da natureza repetitiva do elemento

precipitador. Microtraumas repetitivos ou sobrecargas com distensões repetidas

resultam, com o tempo, em enfraquecimento estrutural ou ruptura do tecido

conectivo por fadiga com quebra das ligações transversas das fibras de colágeno e

inflamação. Inicialmente a resposta inflamatória devido a microtrauma fica abaixo do

limiar mais eventualmente cresce até o ponto de provocar dor, resultando em

disfunção (KISNER E COLBY, 1998). Os receptores da dor na pele e noutros tecidos

são todos terminações nervosas livres. Estão espalhados nas camadas superficiais

da pele, bem como em certos tecidos internos, como o periósteo, as paredes

arteriais, as superfícies articulares e na foice e no tentório na abóboda craniana. Em

sua maioria, os outros tecidos profundos não são fartamente supridos de

terminações de dor, mas escassamente; no entanto, qualquer lesão maior dos

tecidos pode ainda se somar para causar o tipo de dor lenta, crônica, surda, nessas

áreas ( GUYTON E HALL, 1997). A dor que ocorre no momento da lesão tecidual e

durante o processo de cura é conhecida como dor aguda. A dor que persiste além

do prazo previsível de cura é conhecida como dor crônica. A distinção entre as duas

está relacionada com à duração (CARDENAS e EGAN, 1994).

2.1.1. Fisiologia da Dor

Para que ocorra o fenômeno sensitivo-doloroso é preciso que haja a

transformação dos estímulos ambientais em potenciais de ação que, das fibras

nervosas periféricas, são transferidos para o SNC (Sistema Nervoso Central) 2. Os

2 Kuland, D. N.: The injured athletes’pain. Curr Concepts Pain 1:3-10, 1983.

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receptores nociceptivos ou receptores da dor são representados por terminações

nervosas livres presentes nas fibras mielínicas finas A-delta e amielínicas C. Os

nociceptores relacionados com as fibras C respondem à estimulação mecânica,

térmica e/ou química de forma lenta e, os relacionados às fibras A-delta, à

estimulação mecânica e/ou térmica de forma rápida. A atividade dos receptores

nociceptivos é modulada pela ação de substâncias químicas algogênicas

(acetilcolina, prostaglandinas, histamina, serotonina, bradicinina, substância P, entre

outras), liberadas nos tecidos, em decorrência de processos inflamatórios,

traumáticos e/ou isquêmicos. Das substâncias químicas a bradicinina parece ser a

mais dolorosa de todas. Por esta razão, muitos pesquisadores sugeriram que a

bradicinina poderia ser o agente individual mais responsável para provocar o tipo de

dor de lesão tecidual (TEIXEIRA, CORRÊA e PIMENTA, 1994).

Ao chegarem à medula espinhal pelas raízes espinhais-dorsais, as fibras de

dor sobem e descem pelo feixe de Lissauer, onde as fibras projetam-se nas

unidades celulares do corno posterior da substância cinzenta na medula. Da medula

espinhal, os sinais de dor seguem por duas vias diferentes até o encéfalo. Pelo feixe

neoespinhotalâmico, que conduz as fibras rápidas tipo A-delta, onde as terminações

de algumas fibras são nas áreas reticulares do tronco cerebral e outras seguem até

o tálamo, terminando em sua maior parte no complexo ventrobasal . E, pelo feixe

paleoespinotalâmico, que transmite a dor de forma lenta através das fibras tipo C,

terminando difusamente no tronco cerebral e apenas um décimo das fibras seguindo

até o tálamo, terminando também em múltiplas áreas do bulbo, na ponte e no

mesencéfalo. Ambos os feixes cruzam para o lado oposto da medula pela comissura

anterior e depois sobem ao encéfalo pelas colunas ântero-laterais (GUYTON e

HALL, 1997).

A informação que se desloca para o cérebro depende não só do estímulo

direcionador aferente, mas também das influências moduladoras que atuam sobre o

sistema. Se a transmissão do impulso nociceptivo pode ser modulada ao nível da

medula espinhal, a transmissão rostral da dor pode ser bloqueada (p. ex., a

administração intratecal de um anestésico local pode ser efetuada para o bloqueio

de todo impulso sensitivo). Embora os neurotransmissores preferenciais à medula

espinhal não sejam bem conhecidos, é bem sabido que opiáceos exógenos como a

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morfina atuam preferencialmente nas fibras A-delta/C nos receptores de opiáceos, e

atuam no bloqueio da descarga dos impulsos da dor pelas fibras A-delta/C. Hoje já é

sabido que o corpo possui substâncias endógenas próprias denominadas

endorfinas. Estas substâncias exercem a mesma ação que os alcalóides opiáceos

exógenos no bloqueio da atividade evocada pelas fibras A-delta/C inibindo

seletivamente a dor (O’SULLIVAN e SCHMITZ, 1993).

Uma importante característica da dor relacionada a processos nervosos

centrais é a sua tendência a irradiar e dar origem à dor referida. Por exemplo, a dor

ocasionada por lesão cardíaca pode ser sentida como dor no membro superior

esquerdo ou como dor que se irradia pelo braço esquerdo até a mão. Esses

endereçamentos errados da sensação dolorosa parecem devidos à excitação de um

grupo comum de neurônios, no interior da medula, no tronco cerebral ou no córtex, a

partir de diferentes fontes aferentes (SELKURT, 1986).

Ainda segundo SELKURT (1986), o estado de alerta e a atitude do paciente

no momento da lesão são importantes para determinar o grau de dor que é

experimentado. Há muito tempo, observou-se que, durante a guerra ou em

catástrofes, os pacientes gravemente feridos não sentiam nenhuma dor no momento

da lesão, devido ao estresse ou à emoção. Os impulsos neurais descendentes, que

se originam do cérebro e atuam sobre as células, na medula, podem determinar

quais os tipos de impulsos ascendentes que alcançarão o cérebro e a consciência.

A nocicepção ou a detecção da lesão pelas fibras nervosas periféricas

envolve mediadores químicos que são liberados ou sintetizados em resposta ao

dano tecidual. Estes incluem prostaglandinas, leucotrienos, que sensibilizam os

receptores aferentes nociceptivos, e a bradicinina e a histamina que ativam

diretamente os nociceptores. Uma vez estimulado o nociceptor existem uma

variedade de neurotransmissores que levarão o sinal até o córtex, incluindo

polipeptídeos, acetilcolina, norepinefrina, serotonina, e as mais recentemente

descobertas endorfinas (CARDENAS e EGAN, 1994).

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2.2 ANATOMIA DO JOELHO

2.2.1 Ossos

As partes ósseas da articulação do joelho incluem o fêmur distal, a tíbia

proximal e a patela (KISNER e COLBY 1998), a tíbia é o osso interno e maior da

perna, possui um corpo e duas extremidades (HAMILTON 1982); está situada no

lado medial da perna e é o segundo mais longo osso do esqueleto. Expande-se

proximalmente, onde entra na articulação do joelho, e de novo aumenta, mas numa

extensão menor, na sua extremidade distal (GOSS, 1977), essas expansões

proximais são os côndilos medial e lateral da tíbia (tuberosidade interna e externa)

(CASTRO, 1989), a superfície superior de cada côndilo é lisa e se articula com o

côndilo correspondente do fêmur e com uma fibrocartilagem, o menisco

(HAMILTON, 1982).

A patela é um osso triangular que se intepõe às fibras tendíneas de inserção

inferior do músculo quadríceps (CASTRO, 1989), é um osso sesamóide, achatado e

de contorno quase triangular (HAMILTON, 1982) é visto como osso sesamóide por

(1) desenvolver –se em um tendão, (2) apresentar em seu centro de ossificação uma

delimitação nodular ou tuberculada, (3) compor-se principalmente de tecido

esponjoso denso. Serve para proteger a frente da articulação e aumenta a alavanca

do quadríceps femoral, fazendo-o agir em um ângulo maior (GOSS, 1977).

No nascimento a patela é cartilaginosa, mas entre o terceiro e quarto ano

surge um centro de ossificação e, na puberdade, o osso está completamente

ossificado (HAMILTON, 1982), ossifica-se de um único centro que em geral aparece

aos dois ou três anos, mas pode atrasar-se até os seis anos. Mais raramente o osso

desenvolve-se a partir de dois centros situados lado a lado (GOSS, 1977).

O fêmur é o osso mais longo do corpo é classificado como osso longo,

apresentando, portanto, duas epífises, proximal e distal e um corpo ou diáfise

(HAMILTON, 1982; DÂNGELO e FATINI, 1988).

A apófise da tuberosidade tibial demonstra uma adaptação ao estresse

provocado pela tensão. Isto parece ser uma correlação direta entre a tração na

tuberosidade e do tecido fibroso sobre a tuberosidade e a metáfise anterior. O

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crescimento longitudinal do tendão patelar, proporcional ao crescimento apofisário,

ocorre na área de inserção do tendão patelar. O tecido formado é diretamente

incorporado ao tecido ósseo. A apófise se desenvolve através de vários centros de

ossificação. A calcificação da apófise inicia na parte distal numa idade média de

nove anos em meninas e onze em meninos. Os centros de ossificação da

tuberosidade tibial que são separados se unem numa idade media de doze anos em

meninas e treze em meninos. Encontra-se a patologia de Osgood-Schlatter

geralmente quando existem centros de ossificação separados na apófise (KUJALA;

KVIST e HEINONEN, 1985).

2.2.2 Ligamentos e cápsula articular

A cápsula é um tubo fibroso que liga a epífise distal do fêmur e a epífise

proximal da tíbia, é delgada e membranosa posteriormente, enquanto que,

anteriormente, é substituída em grande parte pelo tendão do músculo quadríceps,

patela e o ligamento patelar (DÂNGELO e FATINI, 1988), de cada lado da patela a

cápsula consiste de um retináculo medial e um lateral, que são prolongamentos dos

músculos vastos medial e lateral (CASTRO, 1989).

Os ligamentos cruzados são dois ligamentos intra-articulares que não só se

cruzam como, poder-se-ia dizer que se abraçam. Além de cruzarem-se no sentido

antero-posterior, cruzam -se ainda no látero-medial. São chamados anterior e

posterior em decorrência de suas inserções na tíbia (CASTRO, 1989), o ligamento

cruzado anterior insere-se na depressão situada, unindo-se com a extremidade

anterior do menisco lateral, dirigindo-se para trás e lateralmente, vai se fixar, na

parte posterior da face medial do côndilo lateral do fêmur. (GOSS, 1977), o

ligamento cruzado posterior insere-se na área intercondilar posterior da tíbia (atrás

da eminência intercondilar) dirigindo-se em seguida para cima e medialmente, indo a

depressão que há lateralmente no côndilo medial do fêmur (CASTRO, 1989) o

ligamento cruzado anterior impede o deslocamento posterior do fêmur sobre a tíbia,

enquanto que o posterior bloqueia o deslocamento anterior do fêmur sobre a tíbia

(DÂNGELO e FATINI, 1988).

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Os ligamentos colaterais são considerados extra-capsulares, isto é, estão

isolados da cápsula articular. A disposição diferente dos dois ligamentos tem

importância nos movimentos de rotação da articulação do joelho (DÂNGELO e

FATINI, 1988), o ligamento colateral lateral diferentemente do ligamento colateral

medial é separado da cápsula. Ele é uma corda arredondada e dirige-se do

epicôndilo lateral para o lado lateral da cabeça da fíbula (HAMILTON, 1982).

O ligamento colateral medial é um feixe achatado na parte medial da cápsula.

Este ligamento insere-se no epicôndilo medial do fêmur e abaixo, alarga-se e insere-

se no côndilo medial da tíbia e na parte superior de seu corpo (HAMILTON, 1982).

O ligamento patelar é a porção central do tendão comum do quadríceps

femoral que se continua a partir da patela até a tuberosidade da tíbia. As porções

lateral e medial do tendão do quadríceps dirigem-se para baixo, passando de um e

outro lado da patela para se inserirem na extremidade proximal da tíbia em ambos

os lados da tuberosidade, essas porções fundem-se com a cápsula formando os

retináculos medial e lateral da patela (GOSS, 1977), é um ligamento de reforço

anterior que fixa a patela à tuberosidade (anterior) da tíbia (CASTRO, 1989).

Figura 1 – Ligamentos do joelho vista anterior

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2.2.3 Meniscos

Em cada cavidade glenóide da tíbia, há uma fibrocartilagem intra – articular

que aumenta muito a área articular, além de torná-la mais profunda, que são os

meniscos (CASTRO, 1989), são mais espessos nas suas bordas periféricas,

aumentam a concavidade das faces articulares dos côndilos da tíbia que se

articulam com os côndilos do fêmur, têm importante função, tornando mais

congruentes as superfícies ósseas que se articulam (DÂNGELO e FATINI, 1988), o

menisco medial é de forma quase semicircular, um pouco alongado e, mais largo

posteriormente, sua extremidade anterior, fina e pontiaguda, está inserida na fossa

intercondilar anterior da tíbia, em frente ao ligamento cruzado anterior, sua

extremidade posterior insere-se na fossa intercondilar posterior da tíbia, entre as

inserções do menisco lateral e do ligamento cruzado posterior (GOSS, 1977).

O corno posterior do menisco lateral dá um prolongamento que é contínuo

com o ligamento cruzado posterior e insere-se no tendão do músculo poplíteo, é

mais largo do que o medial e, suas extremidades são mais aproximadas do que as

do medial apresentando-se por isso quase circular (HAMILTON, 1982).

2.2.4 Músculos

A musculatura da perna pode ser dividida em três grupos de músculos que

são anterior, lateral e posterior, constituindo uma atmosfera carnosa que envolve

completamente a fíbula. De um modo geral os músculos anteriores são flexores ao

passo que os posteriores são extensores (CASTRO, 1989).

Os músculos que agem na articulação do joelho produzem movimentos de

flexão e extensão da perna, mas também um certo grau de rotação, especialmente

do côndilo lateral do fêmur em torno do eixo de rotação daquela articulação. Alguns

dos músculos que movem a perna atuando na articulação do joelho são

biarticulares, agem sobre a articulação do quadril bem como sobre a do joelho. São

eles, vasto lateral, vasto medial e, vasto intermédio, reto da coxa que constituem o

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quadríceps, bíceps da coxa, semitendíneo, semimembranáceo (DÂNGELO e

FATINI, 1988).

As origens destes músculos, suas inserções e inervações são:

VASTO LATERAL: Origem: lábio lateral (linha áspera) até o trocânter maior.

Inserção: o tendão conjunto do quadríceps se insere nas margens proximal e lateral

da patela (base da patela – ligamento patelar). Ação: extensão do joelho.

Estabilizado auxilia no bloqueio do joelho em extensão. Inervação: ramo do nervo

femoral.

VASTO MEDIAL: Origem: lábio medial (linha áspera), a parte distal mais forte

que a proximal. Inserção: base da patela. Ação: extensão do joelho e auxilia no

bloqueio do joelho em extensão. Inervação: ramo do nervo femoral.

VASTO INTERMÉDIO: Origem: Perímetro anterior do fêmur. Inserção: base

da patela. Ação: extensão do joelho e auxilia no bloqueio do joelho em extensão.

Inervação: ramo do nervo femoral.

RETO DA COXA: Origem: espinha ilíaca antero inferior (cabeça reta) e

margem superior do acetábulo (cabeça reflexa). Inserção: base da patela (ligamento

patelar). Ação: estende a perna e auxilia a flexão na articulação do quadril.

Inervação: ramos do nervo femoral.

BÍCEPS DA COXA: Origem: túber isquiático. Inserção: cabeça da fíbula.

Ação: flexão da perna na articulação do joelho e rotação lateral, extensão e rotação

lateral da coxa na articulação do quadril. Inervação: nervo tibial.

SEMITENDÍNEO: Origem: do túber isquiático por um tendão curto unindo a

cabeça longa do músculo bíceps da coxa. Inserção: longo tendão borda medial da

tuberosidade da tíbia. Ação: flexão da perna na articulação do joelho e rotação

medial, extensão da coxa na articulação do quadril. Inervação: nervo tibial.

SEMIMEMBRANÁCEO: Origem: do túber isquiático (tendão largo, no espaço

entre os músculos bíceps da coxa e semitendíneo e o músculo adutor). Inserção:

tendão curto e espesso do côndilo medial da tíbia e no ligamento poplíteo oblÍquo.

Ação: flexão da perna e rotação medial na articulação do joelho; extensão da coxa

na articulação do quadril. Inervação: nervo tibial (PUTZ e PABST, 1995).

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Figura 2 – Músculos da região do joelho

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2.2.5 Suprimento sanguíneo

A artéria femoral passa através do hiato tendíneo do músculo adutor magno e

penetra na fossa poplítea com o nome de artéria poplítea. É a principal artéria da

região do joelho. Cruza a fossa poplítea com obliqüidade lateral, adjacente à face

posterior do fêmur e, à articulação do joelho os ramos da artéria femoral são os

seguintes:

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• Artérias geniculares: estas fazem parte da rede arterial peri-articular do joelho.

São cinco: as geniculares superiores, medial e lateral, geniculares inferiores

medial e lateral e genicular média.

• Ramos musculares: são de pequeno calibre, para os músculos adjacentes,

especialmente as artérias surais que irrigam o gastrocnêmio (DÂNGELO e

FATINI, 1988).

Em torno do joelho as artérias geniculares superiores e inferiores se

anastomosam entre si e ainda com o ramo descendente da artéria circunflexa lateral

do fêmur, a descendente do joelho da femoral e a artéria recorrente tibial anterior

para formar uma rica circulação colateral em torno da articulação do joelho, a rede

arterial peri-articular do joelho (DÂNGELO e FATINI, 1988).

Figura 3 – Irrigação sangüínea do joelho

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2.3 CINESIOLOGIA DO JOELHO

Os músculos são máquinas moleculares que convertem energia química,

inicialmente derivada do alimento, em força. As propriedades do músculo incluem (a)

irritabilidade, a habilidade para responder a um estímulo; (b) condutividade, a

habilidade para propagar uma onda de excitação; (c) contratilidade, a habilidade

para modificar seu comprimento, e (d) adaptabilidade, um crescimento e uma

capacidade regenerativa limitados (ENOKA, 2000).

O joelho é uma articulação complexa com três ossos (fêmur, tíbia e patela),

dois graus de liberdade de movimento e, três superfícies que se articulam: as

articulações tibiofemoral medial, tibiofemoral lateral e patelofemoral, as quais estão

encerradas dentro de uma cápsula articular comum. Funcionalmente, o joelho é

capaz de suportar o peso corporal na posição ereta sem contração muscular; ele

participa em abaixar e elevar o peso corporal (até 0,5m) ao sentar, acocorar ou subir

e, permite a rotação do corpo quando virando-se sobre o pé plantado, como um

jogador de futebol americano faz quando evita o contato de um perseguidor. As

múltiplas funções dos joelhos normais – resistir a grandes forças, fornecer grande

estabilidade e proporcionar grande amplitude de movimento – são alcançadas de

uma maneira única. A mobilidade é provida principalmente pela estrutura óssea e, a

estabilidade é principalmente provida pelos tecidos moles: ligamentos, músculos e

cartilagem. Lesões atléticas e industriais a estas estruturas de estabilização são

comuns e freqüentemente são causadas pelos maiores torques desenvolvidos pelas

forças que atuam sobre os longos braços de alavanca do fêmur e tíbia (SMITH e

WEISS, 2000).

2.4 BIOMECÂNICA DO JOELHO

Os movimentos complexos das articulações tibiofemoral e femoropatelar são

coordenados e direcionados pela ação da musculatura e das estruturas ligamentares

(GOULD, 1993), os principais movimentos que se realizam no joelho são a flexão e a

extensão da perna sobre a coxa ou da coxa sobre a perna (HAMILTON, 1982).

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2.4.1 Articulação tibiofemoral

A articulação tibiofemoral é melhor descrita como uma articulação em

dobradiça rodando, deslizando e rolando. O movimento articular tibiofemoral é

descrito como helicoidal ou espiral (GOULD, 1993).

2.4.2 Articulação femoropatelar

A mecânica desta articulação é significantemente influenciada pelo músculo

quadríceps, a forma do suco troclear, a forma patelar, restrições do tecido mole e

biomecânicas do quadril e pé (GOULD, 1993).

A função da patela consiste em manter o tendão do quadríceps a uma

distância máxima do centro de rotação da articulação, sendo importante a nível em

que se encontra a sua localização em relação aos côndilos femorais (TUREK, 1991),

a função da patela é de aumentar a distância dos eixos articulares, para prover uma

superfície articular plana (preferivelmente permitir que o tendão do quadríceps se

articule) e proteger o joelho anterior. A função normal da patela é deslizar na

cavidade troclear em um padrão rítmico, melhorar o sistema de alavanca do músculo

quadríceps, deve resistir ao cisalhamento e, forças compressivas localizadas sobre

as superfícies articulares (GOULD, 1993).

O alinhamento da patela normal é definido como um ângulo Q de 15 graus é

formado por duas linhas que se interceptam uma da espinha ilíaca ântero superior

até o meio da patela; a outra do tubérculo tibial passando pelo meio da patela. O

ângulo Q descreve o efeito de desvio de encurvamento lateral que os músculos

quadríceps e o tendão patelar exercem sobre a patela (KISNER e COLBY, 1998).

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2.5 PATOLOGIA DE OSGOOD-SCHLATTER

2.5.1 Definição

Esta síndrome descrita primeiramente por Osgood em 1903, se apresenta

durante a adolescência em forma de uma tumefação em torno do tubérculo tibial e

do tendão patelar. Atinge também meninas de 10 a 12 anos que participam de

patinação ou ginástica e realizam vigorosos saltos acrobáticos, bem como meninos

na fase de estirão de crescimento e desenvolvimento esquelético (LOVELL e

WINTER, 1988).

É uma doença ou condição que resulta de repetidas lesões e pequenas

lesões por avulsão na junção ósseo-tendinosa, em que o tendão patelar se insere no

centro secundário de ossificação da tuberosidade tibial. O surgimento desta durante

a adolescência coincide com o desenvolvimento deste centro de ossificação, que

constitui num elo fraco com relação à repetida contração do quadríceps (SNIDER,

2000).

Esta síndrome é caracterizada por dor e avulsão do tendão patelar e por

excessivo alargamento do tubérculo tibial proximalmente. É uma doença da

adolescência, comumente vista entre as idades de 11 e 15 anos. Mais freqüente

entre meninos que participam em esportes. Geralmente é acompanhada de uma

história de crescimento rápido que leva aos sintomas (TACHDJIAN, 1972).

Ocorre entre os 12 e 15 anos de idade, no estágio maturacional G4 de Tanner

e, freqüentemente, regride ao final da puberdade, é mais comum no sexo masculino,

numa proporção de 3:1, possivelmente pela sua maior massa, força muscular e

envolvimento em atividades esportivas (LOURENÇO, 2000).

O aumento de volume da tuberosidade anterior da tíbia acompanhada de dor

e edema é considerado como doença de Osgood-Schlatter, por terem sido estes

autores os primeiros a descreverem separadamente sobre esta patologia. É mais

freqüente no sexo masculino e predomina na faixa etária dos 8-12 anos podendo

surgir até os 15 anos. Geralmente são pacientes sem outros problemas, hígidos,

praticantes de atividades esportivas e com musculatura bem desenvolvida

( XAVIER, 1998).

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A doença de Osgood-Schlatter (osteocondrite do tubérculo tibial e avulsão

parcial do tubérculo tibial) é uma patologia dolorosa com grande sensibilidade no

tubérculo tibial, ocorre com adolescentes (TUREK, 1991).

Esta condição é comum. Embora freqüentemente chamada de osteocondrite,

não é mais do que um traumatismo por tração, no qual está inserida uma parte do

tendão patelar (a parte remanescente está inserida de cada lado da apófise e

impede a separação completa) (APLEY e SOLOMON, 1998).

A doença de Osgood-Schlatter é uma apofisite (inflamação da inserção

tendínea) do tubérculo tibial, causada por inflamação crônica e microavulsão ou

ligeiro rompimento do tendão da patela em seu ponto de inserção no tubérculo tibial.

Essa condição ocorre em meninas de 8-13 anos de idade e em meninos de 10-15

anos. Considera-se que seja causada por crescimento rápido dos ossos longos,

acoplado a tensão sobre o tendão da patela por causa das atividades esportivas

(RATLIFFE, 2000; FLOWERS e BHADRESHWAR, 1995).

Figura 4 – Esquema da patologia de Osgood-Schlatter

Anatomy of a child's knee, viewed from the side.

Fonte: POSNA Information for Parents, June 12, 2000

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2.5.2 Etiologia

Os fatores etiológicos da doença de Osgood-Schlatter ainda não são

conhecidos. Existe uma teoria de que seja uma necrose avascular ou genericamente

uma osteocondrite sem comprovação em estudos histopatológicos definitivos ou

convincentes. Uma das hipóteses mais prováveis é de que ocorreria uma isquemia

localizada determinando necrose óssea, da tuberosidade anterior da tíbia. A outra

hipótese é de que ocorreria um estresse traumático por tracionamento constante do

tendão patelar provocando lise e fragmentação do tecido ósseo – cartilaginoso local

(XAVIER, 1998). O trauma é um fator freqüente particularmente uma violenta ou

repetitiva flexão do joelho contra um quadríceps tensionado (TUREK, 1991).

Uma etiologia traumática ou de uso excessivo também explica a incidência

cinco vezes maior em adolescentes que são ativos nos esportes, e a incidência duas

e três vezes maior em indivíduos do sexo masculino (SNIDER, 2000).

Não existe antecedente de traumatismo (APLEY, 1998), a etiologia é

controvertida, que pode ser resultado de uma tendinite traumática do tendão patelar

o que leva a formação de osso heterotópico no tendão; também pode ser por

periostite a formação de osso novo por lesão do tendão patelar, ainda se diz que é

uma síndrome por uso excessivo relativo, que reflete desequilíbrio de tensão e

desvio lateral da estrutura quadricipital (LOVELL e WINTER, 1988).

A condição pode ser reconhecida como tendinite da porção distal do tendão

patelar, com secundária formação de osso heterotópico, junto com necrose

avascular do tubérculo tibial proximalmente. É consenso que o trauma é a causa de

Osgood-Schlatter, porém, alguns autores descordam com a natureza da lesão

primária. Existem evidências de que o processo é causado por estresse do

quadríceps femoral sobre a tuberosidade da tíbia durante o período de crescimento

quando o tubérculo tibial é muito susceptível a lesão e a tração do ligamento patelar

produz desprendimento de fragmentos da cartilagem de uma porção da

tuberosidade tibial (TACHDJIAN, 1972).

Considera-se que seja causada por crescimento rápido dos ossos longos,

acoplado à tensão sobre o tendão da patela por causa das atividades esportivas

(RATLIFFE, 2000).

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2.5.3 Patologia

Num esqueleto em desenvolvimento, os três principais sítios de crescimento

são a placa cartilaginosa de crescimento (fise), a superfície articular e as apófises. A

apófise constitui um centro de ossificação acessório e é uma estrutura onde ocorre

inserção muscular. Portanto, é uma região submetida constantemente à força de

tração de grupos musculares (LOURENÇO, 2000).

O tubérculo tibial desenvolve-se como uma extensão da epífise cartilaginosa

superior que é prolongada anterior e distalmente. Desenvolve-se um centro de

ossificação simples, ocasionalmente duplo, dentro do tubérculo e, geralmente funde-

se no centro epifisário com 16 anos de idade. Ele funde-se no osso principal na

idade de 18 anos. Antes disso, sua inserção no osso genitor é através de uma

camada de cartilagem proliferativa que é uma extensão da placa de crescimento

epifisário. Embaixo da cartilagem de crescimento, o osso recém formado forma um

elo mole e fraco que suporta a distensão de tração do quadríceps. Pode ocorrer

separação completa real. Mais freqüentemente, contudo, a separação é mínima

mais suficiente para obliterar o suprimento sanguíneo para o tubérculo tibial. Esse

sofre necrose asséptica. O osso vizinho sofre hiperemia ativa que é manifestada por

osteoporose. Os capilares e fagócitos invadem e removem o osso morto, e

sobrevêm um quadro de fragmentação. Finalmente, o novo osso é formado e funde-

se no osso principal. A descrição da patologia e patogênese pode aplicar-se a todas

as osteocondrites de epífises. Todas elas ocorrem no período de crescimento rápido

(TUREK, 1991).

No joelho, a maior parte da epífise proximal da tíbia se localiza dentro da

articulação. Porém, uma pequena porção é extra-articular e localiza-se

anteriormente, podendo ser palpada como uma leve proeminência logo abaixo do

joelho. Esse tubérculo tibial caracteriza-se por ser uma apófise e é sitio de inserção

do tendão patelar, sendo portanto, uma região submetida à força de tração

intermitente do músculo quadríceps. A progressão do processo levaria a avulsão e

fragmentação da cartilagem do tubérculo e de centros de ossificação que se formam

dentro dele. Nos casos mais graves, os fragmentos avulsionados podem sofrer

formação óssea heterotópica, com aparecimento de um ossículo na porção distal do

tendão patelar. Ocorre em um momento em que se observa um maior

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desenvolvimento da massa muscular, num individuo esqueleticamente imaturo, com

as apófises ainda predominantemente cartilaginosas (LOURENÇO, 2000).

2.5.4 Diagnóstico

O diagnóstico de Osgood-Schlatter é baseado nos sinais clínicos e sintomas,

tais como dor, calor, sensibilidade local aumentada, e geralmente inchaço local e

proeminência na área da tuberosidade tíbia. Tipicamente a dor ocorre quando o

joelho é alongado contra resistência (KUJALA; KVIST e HEINONEN, 1985).

O diagnóstico da patologia de Osgood-Schlatter geralmente é determinado

clinicamente, pode-se também diagnosticar através de alguns exames tais como:

raios-X, ressonância magnética e cintilografia óssea para que outras patologias

sejam excluídas. (CONNOLLY, S.; CONNOLLY, L. e JARAMILLO, D., 2001).

Os pacientes comunicam uma dor que é exacerbada por atividades que

envolvam corrida, salto e ajoelhamento. A dor também pode ocorrer em seguida a

um período prolongado na posição sentada com os joelhos flexionados. Quase

todos os pacientes continuam praticando todas as atividades (SNIDER, 2000).

2.5.5 Achados Radiológicos

O tubérculo tibial consiste de áreas com aparência multifragmentada de

ossificação que são densas em contraste com a área osteoporótica subjacente no

osso principal. A ossificação do tubérculo pode ser simples e em continuidade com o

centro de ossificação na epífise tibial posterior, que é prolongada distalmente como

uma apófise linguiforme. Os tecidos moles anteriores ao tubérculo apresentam-se

dilatados particularmente a sombra do tendão patelar que pode conter uma área

irregular de calcificação ou osso bem circunscrita. Esses achados fazem contraste

com uma avulsão completa real do tubérculo na qual, o centro de ossificação

encontra-se deslocado para cima (TUREK, 1991).

Nos raios-X vê-se às vezes uma ossificação irregular do tubérculo tibial que

pode estar fragmentado, porém às vezes na ausência dos achados radiológicos

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estes sintomas podem ser considerados como normais (CONNOLLY, S.;

CONNOLLY, L. e JARAMILLO, D., 2001).

A radiografia de joelho em perfil pode ser normal ou sugerir apenas edema de

partes moles (grau 1). Em casos moderados pode-se constatar irregularidade e

fragmentação da apófise (osteocondrite do tubérculo grau 2). Entretanto, a

fragmentação e irregularidade podem ser um achado normal em adolescentes e,

dependendo do grau de maturidade, a apófise pode estar separada na radiografia da

placa de crescimento. Nos casos mais graves pode-se observar um ossículo

intratendinoso (grau 3) (LOURENÇO, 2000).

A radiografia do joelho mostra tumefação de partes moles na frente do

tubérculo e edemaciamento do tendão patelar. Nos pacientes maiores se observam

trocas ósseas na inserção do tendão patelar e no seu redor, sendo classificados em

três tipos. No tipo I, a tuberosidade tibial é proeminente e irregular; no tipo II, o

tubérculo tibial é irregular e existe um pequeno fragmento livre de osso na frente e

acima do tubérculo e no tipo III existe um tubérculo regular pequeno com um

fragmento pequeno de osso na frente e acima do tubérculo. Estes fragmentos livres

de osso são resultado da formação óssea heterotópica e não representam

fragmentos desprendidos do tubérculo (LOVELL e WINTER, 1988).

Na ressonância magnética onde com uma substância para que o tendão

patelar seja visto na sua inserção no tubérculo tibial, vê-se edemaciamento local e

ossificação inadequada, a cintilografia óssea demonstra assimetria na região de

tendão patelar também se pode visualizar as linhas de crescimento ósseo

(CONNOLLY, S.; CONNOLLY, L. e JARAMILLO, D., 2001).

A radiografia tipicamente revela tumefação dos tecidos moles, pequenas

espículas de ossificação heterotópica podem ser observadas anteriormente à

tuberosidade tibial (SNIDER, 2000).

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Figura 5 – Raio - X da patologia de Osgood-Schlatter

FONTE: RETURN TO OSGOOD-SCHLATTER, Musculoskeletal Radiology of Fractures, 2002

2.5.6 Quadro Clínico

A dor é a manifestação mais freqüente, aparece sobre o tubérculo tibial

quando se aplica pressão e também quando se põe em tensão o quadríceps, como

por exemplo, ao subir e descer escada, ao correr e saltar. Existe uma tumefação das

estruturas (LOVELL e WINTER, 1988).

Os sintomas clínicos são dor, edema e saliência do tubérculo tibial

(RATLIFFE, 2000); ocorre dor localmente na parte anterior do joelho, há desconforto

e agravamento desta dor durante corrida, subir e descer degraus, saltar ou pressão

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direta tal como aquela causada quando se ajoelha. Com o descanso a dor diminui

ou desaparece (TACHDJIAN, 1972).

Os sinais de dor, hipersensibilidade e edemaciamento de tecidos moles são

sinais inflamatórios, são sinais bem localizados no tubérculo tibial. Qualquer

atividade que imponha uma forte contração do quadríceps e desse modo,

estiramento sobre o tubérculo, agrava o desconforto. O ato de ajoelhar é doloroso. A

extensão do joelho contra resistência é dolorosa. O curso é crônico e recorre em um

período de meses a alguns anos, mas geralmente cessa aos 18 anos ou um pouco

antes, quando a apófise funde-se ao osso principal. Ocasionalmente, os sintomas

podem persistir na vida adulta. Ocorre também o edemaciamento da bolsa

infrapatelar e tecidos peri-tendinosos (TUREK, 1991).

A queixa típica do adolescente é dor no joelho, insidiosa e característica, com

localização precisa sobre o tubérculo tibial. Na maioria das vezes, tem

comportamento intermitente, exacerbando-se nas atividades que exigem flexões

repetitivas do membro inferior, como correr, pular, subir e descer escadas, agachar-

se e andar de bicicleta. Os traumas sobre o tubérculo, como quedas e pressão direta

aumentam a dor e o repouso traz alívio. O acometimento unilateral é mais freqüente

(60-70%) embora possa ocorrer o comprometimento de ambos os joelhos

(LOURENÇO, 2000).

Classifica-se Osgood-Schlatter de acordo com o grau de severidade desta

patologia: 1- dor após atividade que cessa após 24 horas; 2- dor durante e após

atividade que não limita a atividade e cessa com 24 horas e 3- dor constante que

limita a atividade esportiva e a atividade de vida diária (WALL, 1998).

O exame revela sensibilidade e inchaço na inserção do tendão patelar no

tubérculo tibial. O ato de ajoelhar-se freqüentemente torna-se doloroso durante a

fase aguda (SNIDER, 2000).

2.5.7 Tratamento Conservador

O tratamento depende da severidade da condição. Muitos pacientes

adolescentes com grau 1 e 2 de sintomas (dor que não dura mais que 24 horas

depois da atividade) precisam estar certos que a condição geralmente é alto-

limitante e que o tubérculo alargado não é tumor. Os pacientes podem praticar

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esportes tanto quanto a dor seja tolerável e que ela cesse em 24 horas. Quando os

sintomas persistem, um repouso a curto prazo da atividade que causou a agressão

leva a eliminação da dor. O total descanso não é recomendado porque pode levar a

um descondicionamento físico e aumentar a chance de reincidiva quando retornar

aos esportes (WALL, 1998).

Freqüentemente os sintomas são controlados com o uso de gelo em seguida

a pratica esportiva, juntamente com uso ocasional de aspirina, e o uso de um coxim

protetor no joelho. A redução das atividades para permitir a consolidação de fraturas

microscópicas e a principal medida no tratamento de pacientes com sintomas graves

(SNIDER, 2000).

Um amortecedor de impacto usado durante as atividades esportivas diminui o

estresse sobre o tendão patelar e tubérculo. Gelo sobre o joelho por 20 minutos

depois das atividades também pode ser benéfico. Alongamento de quadríceps e

ísquio-tibiais é recomendado por muitos autores. Antiinflamatórios devem ser

administrados conforme a necessidade depois de atividades esportivas, mas não é

recomendado como uso rotineiro e pré-tratamento. Injeção de corticóide não é

recomendada (WALL, 1998).

O tipo de tratamento depende da severidade da doença. Na maioria dos

casos, os sintomas irão cessar com restrição de atividades esportivas excessivas,

bem como esportes como corrida, salto e longas caminhadas. Estas atividades

devem ser limitadas por um período de 4-6 meses. Nos casos moderados ou

severos, o tratamento consiste de imobilização do joelho com um cilindro longo por

um período de 4-6 semanas, juntamente com diminuição de exercícios estenuantes

ou esportes por 3 a 6 meses. Quando há inflamação do tendão patelar a injeção de

10 ml de 1% de procaína e 3 a 4 ml de hidrocortisona ou medicação similar tal como

prednisona injetados no tendão e próximo à apófise onde os tecidos moles estão

sensíveis leva a amenização dos sintomas já na primeira aplicação. A duração da

imobilização pode ser reduzida a 3 semanas quando a hidrocortisona é injetada

localmente (TACHDJIAN, 1972).

O tratamento conservador é eficaz na maioria dos casos. Ele consiste em

manter o joelho em extensão completa, preferivelmente um gesso cilíndrico, por

vários meses. Isso remove a tração do quadríceps e permite a revascularização

reossificação do tubérculo (TUREK, 1991).

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Quando os sintomas são suficientemente graves como para interferir na

atividade do paciente, recomenda-se imobilização com gesso cilíndrico de 6-8

semanas. Após eliminação do gesso, a atividade se limita a marcha durante outras

2-3 semanas para que logo se retorne a atividade completa. A maioria dos pacientes

pode retornar a atividade completa sem maiores dificuldades (LOVELL e WINTER,

1988). A imobilização juntamente com o afastamento das atividades por seis

semanas, analgésicos e fisioterapia são o melhor tratamento para a patologia

(FLOWERS e BHADRESHWAR, 1995).

Diz que a aplicação de gelo pode ajudar a diminuir a dor e o edema no inicio.

A criança não deve retornar às atividades esportivas até que a fase aguda do

processo tenha terminado. Isso pode levar meses ou anos. A criança pode ter

exacerbações até a idade de 18 anos, quando a maior parte do crescimento

esquelético está completo. Para os casos graves, a imobilização do joelho em

extensão pode ser necessária para reduzir a pressão através do tendão da patela e

permitir a cicatrização. O adolescente atleta provavelmente ficará infeliz com esse

tipo de acontecimento, mas é importante proteger a articulação durante o processo

de cura, para evitar o desenvolvimento posterior de artrite degenerativa (RATLIFFE,

2000).

O tratamento conservador é mais indicado primariamente, geralmente indica-

se imobilização com um gesso por um período de seis semanas, afastamento de

atividades esportivas, analgésicos e fisioterapia (FLOWERS e BHADRESHWAR,

1995).

A maioria das lesões responde bem ao tratamento conservador quando

diagnosticada logo no início e quando não existem osteófitos no local (MITAL,

MATZA e COHEN, 1980).

Em um estudo de 218 joelhos de 170 pacientes com a patologia de Osgood-

Schlatter aqueles que foram tratados com a imobilização os sintomas cessaram em

uma média de 14.6 meses, já aqueles que não foram tratados com a imobilização a

média foi de 27.8 meses. O grupo que não usou imobilização observou-se uma

deformidade considerável da tuberosidade tibial ou fragmentos desprendidos em 1/3

dos pacientes (KUJALA, U; KVIST, M. e HEINONEN, 1985).

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2.5.8 Tratamento cirúrgico

Os pacientes são questionados quanto à dor, proeminência, e restrição de

atividades antes da cirurgia ou qualquer outra alteração em qualquer um destes

sintomas após a cirurgia.

Se o curso é prolongado e a incapacidade persistente, indica-se intervenção

cirúrgica. São perfurados orifícios através do tubérculo no osso principal formado,

formando canais através dos quais possa ocorrer revascularização rápida. A dor e a

incapacidade são aliviadas permanentemente dentro de poucas semanas. São

removidas lascas ósseas de uma área adjacente na tíbia que podem ser inseridas

no orifício fornecendo um enxerto ósseo de imobilização. Se o tubérculo forma uma

proeminência maior que o normal que é esteticamente desfigurante, essa pode ser

uma fonte de dor por compressão no futuro, e os fragmentos que fazem protusão

devem ser removidos através de uma incisão transversa. A inserção do tendão

patelar estende-se bem além deste ponto, tanto distal quanto lateralmente, e não é

afetado. O tratamento cirúrgico antes da maturidade esquelética não é

recomendado, pois isso pode induzir o fechamento prematuro da placa epifisária

(TUREK, 1991).

Medidas cirúrgicas são raras, e quase nunca, indicadas. Excisão do tubérculo

proeminente é recomendado em adolescentes que tem episódios reincidivos de dor

e inabilidade e, também naqueles em que o tratamento conservativo não for

satisfatório. A excisão do tubérculo é mais efetiva para remoção da deformidade e

para acabar com desconforto e inabilidade nos curtos períodos de convalescença

com poucos riscos. Procedimentos que promovem fusão precoce da apófise da

tuberosidade com a diáfise, assim como fixação do tubérculo à metáfise tibial com

enxerto ósseo ou driling da tuberosidade não são recomendados porque podem

aliviar os sintomas mais o tubérculo proeminente e a deformidade persistem

(TACHDJIAN, 1972).

Recomenda-se tratamento cirúrgico para aqueles pacientes com sintomas

reencidivantes após um tratamento conservador. Geralmente o tratamento cirúrgico

não ocorre, pois, a imobilização tem-se obtido resultados satisfatórios (LOVELL e

WINTER, 1988).

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Quando existe um osteófito palpável, e doloroso formado, geralmente não

ocorre uma resposta adequada ao tratamento conservador. Então não é

aconselhável submeter o paciente a um tratamento prolongado onde não haverá

resultados satisfatórios neste caso, indica-se uma intervenção cirúrgica

precocemente (MITAL, MATZA e COHEN, 1980).

Em uma incisão de cinco centímetros verticalmente, feita infrapatelar

medialmente, o tendão patelar e a tuberosidade tibial são expostos. As expansões

mediais e laterais do tendão são liberadas, a inserção distal é preservada, e o

tendão é então elevado da tuberosidade. O joelho está em posição de flexão de 90o

para um melhor acesso para a excisão cirúrgica (FLOWERS e BHADRESHWAR,

1995).

2.5.9 Complicações

A complicação mais comum é a não união do tubérculo na tíbia. Essa é a

causa da persistência dos sintomas na vida adulta.O fragmento não unido deve ser

removido. Uma seqüela menos comum, porém importante, é a fusão prematura da

extremidade anterior da epífise tibial superior. Isso leva a genu recurvatum. Quando

a incapacidade é prolongada a patela pode tornar-se alta e sua superfície articular

fica sujeita a constantes traumas e osteoartrite (TUREK, 1991).

A dor é autolimitante e cessa com a fusão do tubérculo tibial a diáfise, se

permanece ativa quando a fusão já ocorreu, temos sintomas residuais. No estágio

residual, quando a doença está inativa, o aumento da tuberosidade tibial persiste e,

a proeminência óssea pode tornar-se esteticamente deformante, especialmente em

meninas. Também pode ser causa de desconforto ao ajoelhar-se. Uma complicação

rara é a fusão prematura do tubérculo tibial proximalmente e da anterior da epífise

tibial superiormente. O crescimento contínuo da parte posterior da epífise produz

genu recurvatum. Elevação da patela pode tornar-se aproximadamente 2 cm mais

alta no lado envolvido em relação ao lado normal, resultando em tensão sobre a

apófise tibial ou tensão no tendão patelar. A patela mais alta pode levar a

deslocamento recorrente lateralmente, ou pode levar a pressão na faceta inferior na

patela e conseqüentemente, condromalácia da patela e artrite degenerativa patelo-

femoral (TACHDJIAN, 1988).

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Pacientes que tem Osgood-Schlatter podem desenvolver um osteófito

doloroso no tendão patelar distalmente. Excisão do ossículo pode resolver, e um

procedimento pequeno, sendo, portanto considerado um tratamento não cirúrgico,

não causando agressão. Alguns autores recomendam excisão do tubérculo ou

redução junto com excisão do osteófito. Cerca de 60% dos pacientes com Osgood-

Schlatter podem ter dor ao ajoelhar-se quando adultos. Fratura com avulsão do

tubérculo tibial pode ocorrer. Osgood-Schlatter é ocasionalmente associado com

fratura de avulsão do tubérculo tibial, que geralmente requer reparo cirúrgico.

Osgood-Schlatter pode levar a grande deformidade anterior do joelho, pacientes,

especialmente meninas podem ter esta seqüela estética (WALL, 1998).

Um ossículo intratendíneo é uma das complicações da patologia de Osgood-

Schlatter, este é derivado originalmente de um fragmento da tuberosidade tibial.

Mais tarde este osteófito aumenta pela proliferação de um calo ao seu redor. O

osteófito pode se fragmentar em várias partes o que tardiamente pode levar a

osteoartrose (LAZERTE e RAPP, 1958).

A complicação tardia mais comum da patologia de Osgood-Schlatter é a

presença de um osteófito na inserção do tendão patelar ou próximo a ela.

Principalmente nos casos onde a etiologia provêm de osteocondrite, onde se

acredita que provenha de uma ossificação separada que não se uniu à epífise

proximal (BOWERS, 1981).

2.5.10 Tratamento fisioterapêutico

A fisioterapia pode participar com modalidades para aliviar a dor e com

exercícios para preservar a força do músculo quadríceps, e promover a boa forma

física geral durante o período de recuperação. Os exercícios isométricos do músculo

quadríceps com o joelho em extensão não tensionam a inserção do tendão da patela

e ajudam a preservar o volume muscular, contudo, os exercícios vigorosos do

quadríceps são contra-indicados (RATLIFFE, 2000).

Um tratamento de reforçamento estático com o joelho em extensão, assim

como alongamento do quadríceps tenso e débil. Por outro lado, esses pacientes

apresentam invariavelmente encurtamento dos músculos posteriores e do conjunto

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gemio- sóleo. Também é essencial um bom programa de alongamento dirigido a

estas estruturas (TACHDJAN, 1988).

2.5.10.1 Laserterapia

A palavra laser é um acróstico de Light Amplification by Stimulated Emission

of Radiation (Amplificação da Luz por Emissão Estimulada de Radiação). Na

fisioterapia os raios lasers são produzidos por uma mistura de hélio/neônio em

632,8nm e, uma variedade de emissões infravermelho, por exemplo, 865nm e

904nm. A mistura hélio/neônio produz uma luz vermelha e a infravermelha não

produz luz. O laser é diferente das outras formas de luz porque é monocromático

(apenas um comprimento de onda), sendo que o raio de luz é estreito, paralelo e

uniforme. As ondas laser são idênticas, superpondo-se umas as outras e, portanto,

dando um efeito de amplificação (THOMSON, SKINNER e PIERCY, 1994).

A radiação laser é uma forma de terapia que cresce muito no meio clínico.

Mas, é essencial o conhecimento dos seus efeitos fisiológicos e compreensão dos

seus resultados. Muitos dos efeitos fisiológicos ainda devem ser investigados, bem

como, suas implicações no meio clínico (KITCHEN e PARTRIDGE, 1991).

Os lasers de hélio/neônio consistem em um tubo longo que contem esses

gases naturais a baixa pressão, cercados por um disparador de flash. Emitem

radiação na região visível vermelha com 632,8nm (LOW e REED, 2001).

Os lasers de baixa potência não produzem efeitos térmicos porém, tem algum

efeito clínico significativo sobre o tecido mole e na cura da fratura, bem como para

controlar a dor por estimulação de pontos gatilho (BANZIN e KITCHEN, 1998).

Os termos “laserterapia no nível baixo reativo”(LNBR) e “laserterapia de baixa

intensidade”(LBI) são às vezes usados para distinguir as aplicações de baixa

energia usadas na fisioterapia das aplicações de alta energia usadas

terapeuticamente para destruição tecidual. Existem duas principais áreas nas quais

a laserterapia‘’ é utilizada: cicatrização de feridas e controle da dor. Usada em

amplas áreas, no tratamento de todos os tipos de lesão de tecidos moles, como

rupturas musculares, hematomas e tendinite (LOW e REED, 2001).

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Ele tem efeitos quanto ao aumento da síntese de colágeno, auxiliando no

reparo tecidual, aumenta a permeabilidade de membranas celulares com

conseqüente melhor eficiência na bomba de sódio, aumenta o número de

fibroblastos e promove tecido de granulação, útil na cicatrização de cortes e

aumenta os níveis de prostaglandinas, causa um aumento na ATP celular, que é útil

para mitigação da dor (THOMSON, SKINNER e PIERCY, 1994).

O laser tem diversos efeitos sendo eles: (VEÇOSO, 1993)

RADIAÇÃO ABSORVIDA ⇨

EFEITOS INDIRETOS ⇨

EFEITOS TERAPÊUTICOS ⇒

Os efeitos bioquímicos incluem:

1) Liberação de substâncias pré-formadas o que ocorre devido à incorporação

da radiação laser, como a histamina, a serotonina e a bradicinina. Não há

referências quanto à produção destas substâncias, mas apenas liberação de parte

do contingente já produzido (VEÇOSO, 1993).

2) Modificação de reações enzimáticas onde a incorporação do aporte

energético da radiação laser proporciona modificações estimulatórias ou inibitórias

em reações enzimáticas normais, como são a produção de ATP e a síntese de

Efeito bioquímico

Efeito Bioelétrico

Efeito Bioenergético

Estímulo a microcirculação

Estímulo trófico celular

Efeito analgésico

Efeito antiinflamatório

Efeito antiedematoso

Efeito estimulante do trofismo

dos tecidos

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prostaglandinas. Outro efeito importante é o aumento da “lise”de fibrina, fato que

determina importantes vantagens nos efeitos terapêuticos ( VEÇOSO, 1993).

O laser de baixa intensidade leva a um crescimento celular estimulado, no

tecido conjuntivo, tendinoso e ósseo, provoca regeneração celular por maior

recuperação de células nervosas, tem efeito antiinflamatório, pois, reduz a habilidade

de linfócitos a reagir aos estímulos antigênicos, reduz edema e leva a

revascularização por melhor regeneração de vasos linfáticos e veias (RIBEIRO,

2000).

A estimulação do nervo e a articulação, através do uso do laser levou uma

diminuição da dor em diversas áreas, o que comprovou-se com um estudo placebo

onde analisou-se em cada sessão os resultados (WALKER, 1983).

Baixas dosagens (menor que 10J/cm2) de radiação de lasers de baixa

produção tem uma ação estimulante sobre processos metabólicos e proliferação

celular (ABERGEL, 1987 apud PRENTICE, 2002) 3.

O laser atua na normalização energética do bioplasma, normaliza ao

contingente energético que coexiste com o físico isto proporciona benefícios

terapêuticos (VEÇOSO, 1993).

O bioplasma é susceptível a interferência de alterações físicas do indivíduo,

da mesma forma que o campo energético atua sobre o físico, com isto a

normalização energética do bioplasma, conseguida com o laser, cessaria as

alterações ocorridas no contingente físico (SILVA, FILHO e MUSSKOPF, 1998).

O laser pode ser utilizado em feridas abertas (úlceras, feridas pós-

operatórias), condições cutâneas (psoríase, queimaduras), lesões de tecidos moles

(tendões, ligamentos e músculos), artropatias degenerativas e inflamatórias, alívio

da dor sobre desencadeadores ou pontos de acupuntura. O raio principal é útil para

lesões localizadas, por exemplo, lesões de tecido mole ou pontos desencadeadores

(THOMSON, SKINNER e PIERCY, 1994).

A laserterapia é usada para alívio da dor em muitas condições, tanto agudas

quanto a longo prazo (ENGLAND, 1988).

3 Abergel, R: Biochemical Mechanisms of wound and tissue healing with lasers. Second Canadian Low Power Madical Laser Conference, March, 1987

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Diminui a velocidade de condução do nervo sensorial, o que pode explicar o

mecanismo de alívio da dor. O resultado da cicatrização acelerada, a ação

antiinflamatória, a influência do nervo autônomo e respostas neurohumorais

(serotonina, norepinefrina) do trato descendente de inibição (CHENG, 1987 apud

PRENTICE, 2002) 4.

A ação analgésica proporcionada pelo laser de baixa intensidade é explicada

a nível local pela redução da inflamação, provocando a reabsorção de exsudatos e

favorecendo a eliminação de substâncias algógenas (como substâncias ácidas ou

outras conseqüentes da fagocitose), que sensibilizam os receptores dolorosos,

também favorece a analgesia. Interfere na mensagem elétrica durante a transmissão

do estímulo da dor, mantendo o gradiente iônico, ou seja, mantendo o potencial de

membrana e evitando que a mesma se despolarize. Estimula direta ou indiretamente

a liberação de endorfinas, evita a redução do limiar de excitabilidade dos receptores

da dor, reduz a síntese de prostaglandinas, decresce a potencialização da

bradicinina, provoca a normalização e o equilíbrio da energia no local da lesão

(SILVA, FILHO e MUSSKOPF, 1998).

A radiação laser age sobre a concentração de sódio e potássio nos nervos,

age na condução nervosa, na ação enzimática, aumenta o fluxo sangüíneo o que

dispersa substâncias tóxicas, eleva a concentração de sódio e potássio nos nervos,

age na condução nervosa, na ação enzimática, aumenta o fluxo sangüíneo o que

dispersa substâncias tóxicas, eleva a concentração de endorfinas (BRADLEY, 1996).

Estudos verificaram que as velocidades de condução nervosa eram cerca de

1% mais lentas com um laser de He-Ne e 1% mais rápidas com a luz branca

(KRAMER e SANDRIN, 1993).

Em um estudo sobre o uso de laserterapia na prática clínica, constataram que

cerca de 50% dos que responderam ao estudo sentiam que as lesões de tecidos

moles e a cicatrização de feridas, incluindo queimaduras, respondiam

particularmente bem ao tratamento (BAXTER et al., 1991).

Os decréscimos na dor associados aos efeitos terapêuticos mediados pelo

laser documentados nos estudos, observaram efeitos analgésicos da irradiação por

laser em vários tipos de dor crônica, bem como nas síndromes de dor neuropática e

neurogênica ( WALKER, 1983).

4 Cheng, R. Combination laser/ eletrotherapy in pain management. Second Canadian Low Laser Conference, Ontário, Canada, 1987.

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É um método terapêutico popular entre os fisioterapeutas no tratamento da

dor, sendo ainda um método altamente cotado, em comparação com outras

modalidades eletroterapêuticas alternativas ( BAXTER ET AL., 1991).

Embora a laserterapia possa atender a diversas aplicações na prática clínica

de rotina, estas aplicações podem ser sumarizadas em estimulação da cicatrização

dos ferimentos em diversos tipos de feridas abertas, tratamento de vários distúrbios

artríticos, tratamento de lesões de tecidos moles e alívio da dor (BAXTER, 1998).

2.5.10.2 Alongamento

Um agonista se torna insuficiente ativamente (não se contrai o suficiente)

antes que o antagonista passivamente se torne insuficiente (não pode ser alongado

mais do que já foi). Em fisioterapia alonga-se propositadamente um músculo tanto

para se manter como para se readquirir seu comprimento normal de repouso, isto é

realizado sobre músculos relaxados (LIPPERT, 1996).

Para que haja amplitude de movimento normal é necessário haver mobilidade

e flexibilidade dos tecidos moles que circundam a articulação, ou seja, músculos,

tecido conectivo e pele, e mobilidade articular. Para executar a maioria das

atividades cotidianas funcionais, assim como atividades ocupacionais e recreativas,

é necessário geralmente uma amplitude de movimento sem restrições e sem dor. A

mobilidade dos tecidos moles e articulações parece ser também fator importante na

prevenção de lesões ou recorrentes (KISNER e COLBY, 1998).

O alongamento diminui a incidência de lesões musculotendíneas, minimiza e

a alivia a tensão muscular, e aumenta a performance atlética (BANDY e IRION,

1994).

Um músculo encurtado pode criar um desequilíbrio articular e desalinhamento

postural o que pode levar a lesão ou disfunção articular (STARRING, GOSSMAN,

NICHOLSON e LENONS, 1988).

A flexibilidade dos quadris e membros inferiores é importante para o êxito na

maioria dos esportes. Quando um músculo está encurtado não pode desenvolver

toda sua potência ao ser convocado para se contrair e, irá limitar a amplitude de

movimento. Um corredor, com os músculos posteriores da coxa tensos terá um

comprimento de passada limitado e, terá que dar mais passos numa determinada

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distância, em comparação ao número de passos necessários se tivesse maior

flexibilidade (MCATEE, 1998).

A flexibilidade é fundamental nas atividades profissionais e nas tarefas diárias

e a redução dessa flexibilidade, acompanhada do envelhecimento pode acarretar a

perda total da independência dos movimentos já no início da idade avançada e, de

modo mais sério, no início da década dos 80 anos(ACHOUR, 1996).

A perda da flexibilidade é caracterizada pelo estilo de vida sedentário e, uma

vez o encurtamento muscular instalado se não compensado, reduz a capacidade em

dissipar energia (TROUP, 1979).

Exercícios de alongamento tornam-se importantes para o aumento da

capacidade dos tecidos tendíneos a fim de resistir às lesões por duas razões:

primeiro, a capacidade de um músculo dentro de uma área transversal para

desenvolver tensão depende de um alcance ótimo da extensão imediatamente antes

da contração (acima de 130 por cento do tamanho no repouso); em segundo lugar, a

flexibilidade fornece uma margem de segurança resultante de uma ação concêntrica

precedida de uma excêntrica (ALBERT, 1995).

A perda da flexibilidade, independente da causa, pode provocar dor

originando-se no músculo, tecido conectivo, ou periósteo o que levará a uma

diminuição da força muscular (KISNER e COLBY, 1998).

O corpo é formado por diversas estruturas interligadas entre si, uma alteração

em uma delas leva a um desarranjo global das outras, portanto um problema na

musculatura anterior da coxa (quadríceps) pode advir de encurtamento ou fraqueza

dos músculos posteriores, por isso, a importância de trabalhar tanto os músculos

anteriores quanto os posteriores para que não haja sobrecarga sobre a tuberosidade

tibial anteriormente, devido a uma tensão sobre o músculo quadríceps, porvocada

por encurtamento dos ísquio -tibiais, e cadeia posterior em geral. Pode-se comparar

com o esquema de um arco e flecha, onde quanto maior a tensão na parte posterior

do arco maior a sobrecarga na parte anterior do mesmo.

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CAPÍTULO III

3. RESULTADOS E DISCUSSÕES

Neste capítulo serão apresentados os resultados obtidos com o tratamento de

um paciente portador da patologia de Osgood-Schlatter onde utilizou-se laserterapia

e cinesioterapia (alongamento global). A analise será feita por meio de comparação

entre as sessões de fisioterapia.

3.1 CARACTERIZAÇÃO GERAL DO SUJEITO

A presente pesquisa utilizou-se de uma amostra de um indivíduo portador da

patologia de Osgood – Schlatter , com treze anos, o que se enquadra na idade

descrita pela literatura, onde encontramos uma média de nove a quinze anos.

“Essa condição ocorre em meninas de 8-13 anos de idade e em meninos de 10-15 anos.

Considera-se que seja causada por crescimento rápido dos ossos longos, acoplado a tensão sobre o

tendão da patela por causa das atividades esportivas (RATLIFFE, 2000; FLOWERS e

BHADRESHWAR, 1995).”

O paciente se enquadra na etiologia relacionada ao uso excessivo do

músculo quadríceps já que o mesmo era praticante da atividade esportiva futebol de

salão, afastou-se da atividade devido a dor que o impossibilitava a pratica desta

modalidade, onde necessita-se correr, movimentos constantes de flexão e extensão

de joelho, levando a uma contração do músculo e conseqüente tensão sobre a

tuberosidade da tíbia e dor.

Durante o exame físico verificou-se presença de dor à contração resistida do

quadríceps e, durante a realização do teste de esforço que se constitui de

caminhada a uma velocidade constante durante cinco minutos, ininterruptos para

que fosse provocado um esforço maior sobre o músculo e a tuberosidade tibial, ao

final do teste o mesmo demonstrou dor num grau nove na escala visual de dor. A

palpação demonstrava dor na região da tuberosidade tibial, e uma proeminência

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desta. O que comprovou estudos realizados anteriormente: o diagnóstico de

Osgood-Schlatter é baseado nos sinais clínicos e sintomas, tais como dor, calor,

sensibilidade local aumentada, e geralmente inchaço local e proeminência na área

da tuberosidade tíbia. Tipicamente a dor ocorre quando o joelho é alongado contra

resistência (KUJALA; KVIST e HEINONEN, 1985).

Ao raio-X constatou-se a presença de diversas ossificações irregulares na

região da tuberosidade tibial, a qual se desenvolve de diversos centros de

ossificação, e devido a tensão exagerada do quadríceps essa ossificação ocorre de

maneira desordenada, levando a formação de diversos fragmentos. O tubérculo tibial

consiste de áreas com aparência multifragmentada de ossificação que são densas

em contraste com a área osteoporótica subjacente no osso principal (TUREK, 1991).

O quadro clínico apresentado pelo paciente era de algia especialmente aos

esforços que exigiam a contração do músculo quadríceps, tais como correr,

caminhar em rampas, ajoelhar-se, ou realizar a contração contra resistência deste

músculo, o que está de acordo com a literatura onde encontramos que : a dor é a

manifestação mais freqüente, aparece sobre o tubérculo tibial quando se aplica

pressão e também quando se põe em tensão o quadríceps, como por exemplo, ao

subir e descer escada, ao correr e saltar. Existe uma tumefação das estruturas

(LOVELL e WINTER, 1988).

O indivíduo utilizado na amostra não havia sido submetido a nenhuma

cirurgia, já que está era uma das variáveis de exclusão da pesquisa, apenas

realizou-se o tratamento conservador com laserterapia e cinesioterapia

(alongamento global), para que se prove que a patologia pode ter alguma melhora

com estas técnicas e não apenas com aquelas descritas na literatura que consistem

de alongamento local, crioterapia e fechamento da epífise de crescimento onde o

tratamento seria expectante.

3.2 ALTERAÇÕES POSTURAIS

O mesmo apresentava leve flexo de joelho na posição em pé, protusão de

ombros e um aumento da cifose torácica, além de encurtamento dos músculos

tríceps sural bilateralmente, ísquio – tibiais e quadríceps. Segundo o princípio do

stretching global ativo “um joelho que se recusa a estender-se por causa de

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ísquio–tibiais (músculos posteriores da coxa, estáticos e flexores) demasiado rígidos,

obrigará o quadríceps (músculo anterior da coxa, dinâmico e extensor) a cansar-se e

não lhe permitirá trabalhar, nem desenvolver-se de maneira ideal.

3.3 SENSAÇÃO DE DOR

O paciente referia dor quando realizava a contração resistida de quadríceps

ou durante atividades que exigiam um papel deste músculo como frenador do

movimento como no caso de subir escadas, rampas, correr, ajoelhar-se. O local de

dor encontrava-se na tuberosidade tibial do joelho esquerdo tanto na palpação como

durante o teste de esforço realizado na esteira elétrica, num tempo de 5 minutos em

uma velocidade constante, sem inclinação e ainda durante contração resistida do

músculo quadríceps.

Na primeira sessão, na escala visual de dor encontrou-se um valor de nove

após a realização do teste de esforço na esteira, na segunda sessão realizou-se

alongamento da cadeia mestra posterior, enfatizando especialmente os músculos

posteriores do membro inferior esquerdo, já que o desequilíbrio destes músculos

leva a uma maior tensão anterior e conseqüentemente leva esta maior força ao

quadríceps, aumentando o quadro álgico, após o termino do alongamento aplicou-se

a laser de Ar-Ga quatro joules no local objetivando diminuir a inflamação local,

aumentar a circulação e diminuir a dor. Os resultados foram que já a partir da

primeira sessão conseguiu-se uma diminuição da dor para oito na escala visual de

dor e na sétima sessão consegui-se um valor igual a zero mesmo após realização

de algum esforço o que acredita-se comprovar a eficiência do tratamento proposto,

porém devido a amostra ser pequena outros estudos com uma amostra maior devem

ser realizados para que se tenha certeza desta afirmação.

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0

1

2

3

4

5

6

7

8

1a.Sessão

3a.Sessão

5a.Sessão

7a.Sessão

9a.Sessão

antes do tratamento

depois dotratamento

Figura 6 - Análise dos resultados obtidos em relação a melhora da da dor após o tratamento com a utilização de laserterapia e cinesioterapia (alongamento global) na patologia de Osgood - Schlatter

Fonte: Próprio autor (Ficha de avaliação e VAS)

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CAPÍTULO IV

CONCLUSÕES

Através da analise do tratamento do paciente com laserterapia e

cinesioterapia (alongamento global) e conforme os objetivos propostos, pode-se

concluir que existe outra alternativa de tratamento diferente daquela descrita pela

literatura que consiste de gelo, alongamento local ou ainda esperar cessar a fase de

crescimento, além do afastamento de atividades esportivas.

Desta forma, acredita-se que a diminuição da dor, a qual é o principal motivo

de desconforto destes pacientes, é possível através do uso do protocolo proposto,

com a laserterapia em uma intensidade adequada, juntamente com o alongamento

global da cadeia posterior, para evitar sobrecarga sobre a musculatura anterior e

especialmente no quadríceps, é possível a aquisição de resultados satisfatórios.

A dor localiza-se na tuberosidade tibial especialmente devido à tensão local,

exercida pelo músculo quadríceps durante sua contração.

A postura e os encurtamentos presentes favoreciam a tensão anterior e

conseqüentemente levavam a dor local.

Acredita-se que com uma maior amostra pode-se com provar a eficácia do

protocolo proposto, já que neste estudo houve dificuldade na maior eficácia devido a

desistência de um paciente e o não comparecimento de um terceiro ao tratamento.

Para enfim finalizar, destaca-se a importância da fisioterapia no tratamento da

patologia de Osgood-Schlatter, já que se pode utilizar dos diversos recursos

disponíveis para alivio da dor, excluindo-se apenas aqueles que são contra-

indicados no caso de epífise de crescimento aberta. Um estudo com uma amostra

mais significante se faz necessário para uma comprovação dos resultados, já que as

dificuldades com o comparecimento de um paciente e a desistência de um segundo,

dificultaram a pesquisa. É importante a continuação deste estudo, já que esta

patologia aparece com freqüência nas clinicas de fisioterapia, e esta é uma ciencioa

bastante ampla, não podendo restringir-se a utilização da crioterapia como indica a

literatura.

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O paciente espera um auxílio no alivio da dor, e sendo assim, o máximo

possível deve ser feito para promover um bem estar físico, mental e as vezes até

mesmo social deste paciente. No caso da patologia estudada, um tratamento

adequado constituído de recursos adequados, alongamento, fortalecimento e

orientação se faz importante para que o paciente não tenha que se privar da prática

esportiva por tempo prolongado e não perca seu condicionamento físico, evitando

com isso complicações futuras.

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ANEXOS

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ANEXO 1 – RADIOGRAFIA DO PACIENTE

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ANEXO 2 – TERMO DE CONSENTIMENTO

Nome da pesquisa: Tratamento fisioterapêutico na patologia de Osgood-Schlatter.

Coordenador da pesquisa: Prof. Karen Andrea Comparin

Este é uma pesquisa de campo, junto à população adolescente compreendida na

faixa etária de 11 a 15 anos, do sexo masculino, que estão na fase denominada estirão

de crescimento e que são portadores da patologia de Osgood-Schlatter, caracterizada

por uma osteocondrite, não articular, da tuberosidade anterior da tíbia, que produz uma

síndrome autolimitada durante o crescimento. De maneira que uma atividade excessiva

envolvendo o músculo quadríceps resulta em dor e edema nesta região. O presente

estudo tem como objetivo verificar a eficácia do tratamento com laserterapia e

cinesioterapia nesta patologia, bem como propiciar elementos para uma nova forma de

tratamento diferente daquela encontrada na literatura que se consiste de alongamento

local e crioterapia, visando à recuperação mais precoce dos pacientes. A coleta de

dados será realizada através de uma ficha de avaliação aplicada no inicio e ao final do

tratamento e também por meio de um questionário aplicado aos pacientes da mesma

forma. A presente pesquisa realizada pela acadêmica do 4o. ano de fisioterapia da

Universidade Estadual do Oeste do Paraná – UNIOESTE será supervisionada pela

professora Karen Andrea Comparin.

Tendo a família do adolescente alvo da pesquisa recebido as informações anteriores e,

esclarecida de seus direitos relacionados a seguir, declaro estar ciente do exposto e

desejar participar da pesquisa. A garantia de receber respostas a qualquer pergunta ou esclarecimentos a duvidas

sobre os procedimentos, riscos, benefícios e outros relacionados com a pesquisa;

A liberdade de retirar o consentimento a qualquer momento e deixar de participar do

estudo;

A segurança de não ser identificada e que será mantido o caráter confidencial das

informações relacionadas com privacidade.

Em seguida assino o consentimento.

Cascavel, _____de__________de 2002.

Nome: _____________________________________________________

Assinatura: _________________________________________________

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ANEXO 3 – FICHA DE AVALIAÇÃO UNIVERSIDADE ESTADUAL DO OESTE DO PARANÁ – UNIOESTE

CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE – CCBS

CURSO FISIOTERAPIA

PROJETO: Tratamento fisioterapêutico na patologia de Osgood-Schlatter

Acadêmica: Maria Cecília Ribeiro

Coordenadora: prof. Karen Andrea Comparin

1.) IDENTIFICAÇÃO Nome: Idade:

Sexo: Altura: Peso:

Tipologia física:

1) Pratica alguma atividade esportiva? ( ) sim ( ) não

Qual?___________________________________________________________

2) Após sentir dores se afastou da atividade física? ( ) sim ( ) não

Por quanto tempo?_________________________________________________

3) Fez algum tipo de tratamento? ( ) sim ( ) não

Qual? ___________________________________________________________

4) Usou gesso? ( ) sim ( ) não

5) Fez repouso? ( )sim ( ) não

Por quanto tempo?_________________________________________________

6) Usa algum medicamento? ( ) sim ( ) não

Qual?____________________________________________________________

7) Fez alguma cirurgia? ( ) sim ( ) não

8) Presença de alteração postural? ( ) sim ( ) não

Qual?____________________________________________________________

2) DIAGNÓSTICO CLINICO: Osgood-Schlatter unilateral ( ) direita ( ) esquerda

Osgood- Schlatter bilateral ( )

3) DIAGNÓSTICO FISIOTERAPÊUTICO:

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4) EXAME FÍSICO: 4.1) Inspeção:

4.2) Palpação:

5) FORÇA MUSCULAR: 6 ) AMPLITUDE DE MOVIMENTO ATIVA: 7) AMPLITUDE DE MOVIMENTO PASSIVA: 8) ALTERAÇÕES MIOTENDINOSAS: Encurtamentos:

Retrações:

9) EXAMES COMPLEMENTARES: 10) TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO SUGERIDO: 11) TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO REALIZADO: 12) RESULTADOS AO FINAL DO TRATAMENTO:

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