tratamento gráfico de texto
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| 11. Apresentação
O trabalho que aqui se apresenta teve como títulos
provisórios: “Um texto merece ser bem tratado” e “Como
tratar bem um texto”, mas ficou apenas “Texto tratado”
não só por ser um nome mais curto (e, como tal, mais
fácil de memorizar e de ser pronunciado), mas porque
contém em si um subtil segundo sentido: “tratado sobre
tratamento gráfico de texto”.
Torna-se óbvio que seria um disparate fazer um tratado
sobre tratamento de texto num documento tão curto,
mas se o entendermos meramente como um esboço de
uma introdução para um futuro tratado sobre o assunto,
estaremos no bom caminho.
Ele é dirigido especialmente a estudantes de design
gráfico e para designers que tenham a sensação que não
dominam completamente o tratamento de texto e a sua
consequente paginação.
A sua missão estará cumprida se o leitor deste trabalho,
quando receber nas suas mãos um original de texto,
souber o que fazer com ele de modo a que o futuro leitor
o leia confortavelmente.
2. O que é um texto bem tratado?
Podemos responder a esta pergunta pela negativa, isto
é: o que é um texto mal tratado? De um modo geral um
texto mal tratado é um texto que prejudica a sua leitura
em continuidade. É um texto cuja fonte não seja legível
(e aqui há que distinguir claramente entre legibilidade
e leiturabilidade, de que falaremos mais adiante), ou
um texto cujo espacejamento entre caracteres e entre
palavras não seja constante, ou um texto cuja entrelinha
não favoreça a passagem tranquila de uma linha de texto
para a linha de texto imediatamente abaixo, ou um texto
cujo corpo de letra seja demasiado pequeno ou demasiado
grande, ou um texto cujo número de caracteres por linha
seja demasiado grande ou demasiado pequeno, ou, então,
qualquer um destes factores associados entre si ou todos
juntos.
Partindo do princípio de que um designer vai tratar um
texto cujo principal objectivo é ser lido (mesmo que
seja um mau texto), temos de criar todas as condições
para que o principal “cliente” deste texto, o leitor, o leia
comodamente e sem percalços, do princípio até ao fim.
Um original de texto tem normalmente duas formas: a sua
representação digital (em forma de ficheiro, quase sempre
em Word) e a sua representação física (a respectiva “print”
em papel).
Temos de interiorizar sempre um princípio básico: o autor
raramente percebe de tratamento gráfico de texto. Nós,
designers, é que supostamente sabemos (ou deveríamos
saber) do assunto. Como tal, nunca se deve tomar o texto
que se recebe como uma referência, por muito “tratado”
que ele venha (cheio de estilos, indentações e sugestões de
alinhamentos).
Do nosso ponto de vista o texto ideal devia ser entregue
o mais limpo possível, de preferência usando uma única
fonte e um único corpo. As entradas de parágrafo deviam
ser feitas com entradas de parágrafo ou “tabs” (nunca
com os “irritantes” espaços brancos dados com a barra
de espaços). Do mesmo modo os textos recolhidos (ou
indentados) nunca deveriam ser partidos linha a linha
porque uma vez paginados por nós vão quebrar de linha
em sítios diferentes. Nenhum título deveria vir escrito em
maiúsculas, porque se o designer decidir que os títulos
são em caixa-alta e baixa pode ficar com dúvidas sobre
quais as palavras se iniciam com caixa-alta (ex.: se um
título for “A IGREJA DOS JERÓNIMOS E A EPOPEIA
DOS PORTUGUESES”, devemos compor “igreja” ou
“Igreja”, “epopeia” ou “Epopeia”, “portugueses” ou
“Portugueses”?).
Outro problema são as divisões de parágrafo. Muitos
autores colocam linhas brancas entre parágrafos. A
nossa atitude deve ser a de eliminá-los: a passagem de
um parágrafo para outro é suficientemente sugerida
pela entrada de parágrafo (nos programas de paginação:
a “primeira linha”). E “porque é que não devemos ter
linhas brancas entre parágrafos?”, perguntarão. Porque é
nossa obrigação fazer com que a leitura seja fluida desde
a primeira até à última linha de texto de uma página e se
tivermos linhas brancas entre os parágrafos, o resultado é
que o olhar vai provavelmente ser atraído pelo parágrafo
que tiver menos linhas (nunca nos devemos esquecer
que o leitor é normalmente preguiçoso) comprometendo
assim uma leitura em sequência.
Nunca nos devemos esquecer que o autor está a escrever
em folhas A4 e normalmente imprime sempre uma
página por folha, pelo que não existe relação entre
página da esquerda e direita, e as suas preocupações
gráficas são apenas as suas. Nós temos de pensar que
estamos a trabalhar para o público que vai comprar e ler a
publicação que estamos a paginar.
Uma outra coisa que se deve fazer a um texto despejado
é “find and replace” a todos os espaços duplos brancos e
transformá-los em espaços brancos simples.
Lore vulla feummod oloborper ad magnim irillaorerci bla faccum dolorer cilluptat. Putpat. Min henit, consent alit do dio erit non ec-tet, quatem zzriure tet inissequisl ipit ea commolore feuguer ostrud dolobortis nullaore et la cons nos nons nulputat. Ut vendit lorperos dolore te eum illa con et, vendipisi.
At ut aliquip sumsan vent aliscipsusci ea conse ming ex ex euis delis acilluptat, commoloborer si.
Ommy nibh eugait niamet ad delis nim augue ercil ercil dunt nos nosto con henim init praessit num niam, sequis alis nit aute facinit am esequat lor iliqui ero do el ing etum nostrud dit auguercin ullu-tetuero dolore dolorerat wismod dipit augiamcon henim dolobore dolorperate min henit num dolestrud tatis et, consed molum ea feu-gueraessi eum quis et, vent er se min ulla cons ad minim dolenim euisim del ercin velissi essectem quam, vel ipisciliquam iustrud mod er alissit, qui tem venibh ent ad dolenisl ut volessit aciliquat nonulput wis at, quismol utatio od do ero odit, corercing ea adit, ver ad magna faccumsan henit ex euguerit la conulla amet, cons dip enibh enit veniam dolobor si.
Perci blam, vullaore feummol ortinci blandiatie delessed tate te vul-putet velestrud mod exercillan henit ute tatueros aute min henit lum iusto dignit lum iure min ver susci tem iure consequat, sustrud exercin venim ad dio dolore dolor acin ullandreet alisl ullut prat. Sustinc inciduis eugait augait niam diat.
Em volore dolore modignibh et lam, vel ex eugueros nis adigna ate dolore doloreet am quat. Equis amet aliqui te molor acip endion vullan eniat eril eraessim nulla aliquis num dolore do commy nul-put aut adigna feuisisit lortinibh eum del exeros do conum quis do-lobor ercinis eugiat, commy non eniamco mmodigna faccum velit nullaore feum ipsusti scidui ex endreet, suscipis dolobor percil utem
Lore vulla feummod oloborper ad magnim irillaorerci bla fac-cum dolorer cilluptat. Putpat. Min henit, consent alit do dio erit non ectet, quatem zzriure tet inissequisl ipit ea commolore feuguer os-trud dolobortis nullaore et la cons nos nons nulputat. Ut vendit lor-peros dolore te eum illa con et, vendipisi.
At ut aliquip sumsan vent aliscipsusci ea conse ming ex ex euis delis acilluptat, commoloborer si.
Ommy nibh eugait niamet ad delis nim augue ercil ercil dunt nos nosto con henim init praessit num niam, sequis alis nit aute fa-cinit am esequat lor iliqui ero do el ing etum nostrud dit auguercin ullutetuero dolore dolorerat wismod dipit augiamcon henim dolo-bore dolorperate min henit num dolestrud tatis et, consed molum ea feugueraessi eum quis et, vent er se min ulla cons ad minim do-lenim euisim del ercin velissi essectem quam, vel ipisciliquam ius-trud mod er alissit, qui tem venibh ent ad dolenisl ut volessit acili-quat nonulput wis at, quismol utatio od do ero odit, corercing ea adit, ver ad magna faccumsan henit ex euguerit la conulla amet, cons dip enibh enit veniam dolobor si.
Perci blam, vullaore feummol ortinci blandiatie delessed tate te vulputet velestrud mod exercillan henit ute tatueros aute min he-nit lum iusto dignit lum iure min ver susci tem iure consequat, sus-trud exercin venim ad dio dolore dolor acin ullandreet alisl ullut prat. Sustinc inciduis eugait augait niam diat.
Em volore dolore modignibh et lam, vel ex eugueros nis adigna ate dolore doloreet am quat. Equis amet aliqui te molor acip endion vullan eniat eril eraessim nulla aliquis num dolore do commy nul-put aut adigna feuisisit lortinibh eum del exeros do conum quis do-lobor ercinis eugiat, commy non eniamco mmodigna faccum velit nullaore feum ipsusti scidui ex endreet, suscipis dolobor percil utem diametue commy num ilit autpat. Ulluptate tinciliqui erostis cidui-si. Alit lut non vulluptatet nummy nisisis nulputat lor alit la consequ ametummy num vulpute commy nit essi.
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| 34. Formato da publicação
Devemos prestar sempre grande atenção ao texto em si,
isto é, de que é que ele trata, se tem imagens ou não, se
estas necessitam de ser muito ou pouco ampliadas para
serem descodificadas (por exemplo: um grande plano
de uma cara não necessita de uma grande escala, mas a
fotografia de uma multidão já precisa). Isto tudo para
podermos decidir o formato da publicação (se tivermos a
sorte de podermos ser nós a decidir…). Se deverá ser um
livro de bolso, um livro de formato médio ou um “coffee
table book”. Tudo isto depende das condições ideais em
que o designer ou editor pensem que o livro deve ser lido.
Não é por acaso que, por exemplo, os guias turísticos são
pequenos e os livros sobre arte são grandes (os primeiros
devem poder ler-se na rua e os segundos podem ler-se em
casa).
Outro factor influente é a dimensão que as imagens
precisam de ter. Se as imagens (todas ou algumas)
precisam de um determinado tamanho mínimo para
serem correctamente observadas, o formato deve
depender desse tamanho.
Ainda sobre os formatos, deve-se sempre pensar no menor
desperdício de papel possível. Por exemplo, o formato de
livro técnico (que é à volta de 16,5x24cm) permite fazer
cadernos de 32 páginas em folhas de impressão 70x100.
Se aumentássemos a largura ou altura deste formato
em apenas 1 cm já não seria rentável, porque teríamos
cadernos com menos páginas gastando o mesmo papel.
Outros formatos rentáveis são, por exemplo: 19 x 21.5cm
(24 páginas); 23,5 x 32 (16 páginas). Para todos os efeitos
é conveniente fazer sempre contas para determinado
formato consoante o tamanho de folha de impressão
que a gráfica que vai imprimir trabalha. De referir que
não devemos ir ao extremo oposto que é só trabalhar
com formatos de rentabilidade máxima – se tomarmos
como partida o 23,5x32 (ver figura 1) podemos tirar uns
centímetros na largura ou altura se o preferirmos, sem um
grande desperdício. Tudo depende do formato ideal para a
publicação que temos nas mãos.
Por último, outro factor a ter em conta na escolha de
um formato é a maleabilidade da colocação de imagens
na paginação. Se a publicação tem imagens que são
rectângulos ao alto e ao baixo, mas de importância
idêntica, se escolhermos um formato estreito ao alto
(altura muito maior que a altura) ou estreito ao baixo
(largura maior que a altura), por exemplo, estamos
a comprometer a ampliação de imagens ao baixo, no
primeiro caso, e de imagens ao alto, no segundo caso.
Figura 1. Exemplo de aproveitamento máximo do papel 70x100 em páginas de 23,5x32. De considerar que os valores “extra-mínimos” de distância entre páginas é de 6mm; entre estas e o limite do papel é de 10mm, e para a “boca” é de 20mm.
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| 45. A grelha
A seguir à decisão do formato, chega a altura de desenhar
uma grelha. A grelha é a divisão geométrica do espaço
(a página) onde vão assentar os elementos gráficos (texto,
n.ºs de página, imagens, elementos decorativos, etc.) e
tem de ser desenhada para o conjunto de páginas par-
ímpar. De tomar nota que embora leia página a página,
o leitor vê um livro em conjuntos de duas páginas, pelo
que as soluções gráficas têm de ser pensadas para este
conjunto.
Mais uma vez tem de se olhar muito bem para o que se
vai mostrar: se é só texto, se é texto com imagens, se as
imagens são para ser ampliadas ou se são apenas “selos”
a acompanhar o texto, se existem legendas e se são
grandes ou pequenas, se existem notas de rodapé, se
existem capítulos que precisem de separadores, etc. etc.
Uma análise destes elementos fará decidir se desenhamos
uma grelha de uma coluna, de duas colunas iguais, de
duas colunas desiguais (uma para texto corrido e outra
para legendas ou notas, por exemplo), etc. (ver figura
2). Além disso, é preciso definir o espaço entre a área
impressa e os limites do papel (os brancos perimetrais),
onde é preciso ter cuidado para não encher de mais ou de
menos a página. Tudo em favor de uma leitura cómoda.
Figura 2.Exemplos de grelhas. a) coluna simples com espaço interior maior que o exterior; b) coluna simples com espaço interior menor que o exterior; c) 2 colunas iguais; d) 2 colunas desiguais.
Grelha clássica para livros.A margem interior serve de base para o cálculo da medida das restantes: exterior = o dobrosuperior = uma vez e meiainferior = o triplo
a2xa
1,5xa
3xa
Margens iguais: pouco dinamismo Margens pequenas: leitura sem área de repouso visual
Margens grandes: sensação de luxo e permitem leitura cómoda
Margens exteriores maiores: conferem grande unidade entre as manchas de texto das 2 páginas; permitem tomar notas, ideal para livros escolares, no entanto a margem interior não pode ser tão pequena que diminua a legibilidade junto à medianiz.
Margens interiores maiores: permitem uma óptima legilidade junto à medianiz. Conferem grande individualidade a cada uma das páginas.
área cega
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| 56. Escolha de fontes
Chegado o momento da escolha das fontes é preciso que
se faça um aviso prévio: este é provavelmente o momento
mais importante num projecto gráfico.
Como existem milhares de fontes acessíveis, por onde
começar a escolher? Um bom conselho a seguir é não nos
ficarmos com as fontes previamente instaladas no sistema.
Embora seja tentador escolher a partir daí, parece uma
solução demasiado fácil e preguiçosa. Se virmos bem,
mais de metade das fontes instaladas de origem, seja em
Windows, seja em Macintosh, são para deitar fora. As
boas que sobram são muito poucas, pelo que temos que
procurar noutro sítio. O CD Adobe Fontfolio é um bom
começo… tem a esmagadora maioria das boas fontes a
utilizar em texto (está naturalmente a afastar-se todo o
tipo de fontes “fantasia”, “góticas”, “cursivas” que pouco
têm a ver com design tipográfico). Para mais opções,
pode procurar-se em casas de fontes que não estão
representadas na Adobe. Dessas as mais importantes são,
sem dúvida, a Font Font (alemã) e a Emigre (americana).
Muito embora haja alguma relutância em sugerir fontes
(porque em condições ideais o que se deve fazer é
imprimir um catálogo de fontes com as fontes que temos
ao nosso dispôr, escolher as que mais nos convêm e
fazer inúmeros testes com tamanhos e estilos variados
até acertarmos com as fontes que mais se adequam ao
trabalho em questão) ficam aqui algumas sugestões que
decorrem da prática e do gosto pessoal do autor (ver
figura 3).
Fontes sem serifas:
Dax, Scala sans, Info, Meta, Helvetica, Akzidenz
Grotesque (a primeira fonte sem serifas difundida
comercialmente), Franklin Gothic, News Gothic, Univers,
Stone Sans, Lucida sans, OCRa, Peignot, Avenir, VAG
rounded, Din, Syntax, Template Gothic, Flux, Bliss, Gill
sans, Interstate, Triplex sans, Beta, Arbitrary, Bell by
vBAT, Letter gothic, Rotis sans, Formata, Officina Sans.
Fontes com serifas “clássicas”:
Palatino, Garamond (com todas as suas variantes), Melior,
Galliard, Goudy, Trump Mediaeval, Stone Serif, Caslon,
Janson, Bembo, Sabon, Weiss, Minion.
Fontes com serifas “de transição”:
Century, New Century Schoolbook, Baskerville, New
Baskerville, Mrs Eaves, Cheltenham, New Caledonia,
Meridien, Utopia.
Fontes com serifas “egípcias”:
FF Scala, Chaparral, Vendetta, Rockwell, Triplex serif,
Officina serif.
Fontes com serifas “modernas”:
Didot, Bodoni, Walbaum, Filosophia.
Outras fontes:
Optima, Copperplate, Base, Rotis semi-serif.
Figura 3. Características que distinguem de um modo geral as principais famílias tipográfi cas de fontes: desenho da serifa, diferença relativa entre a menor e a maior espessura da letra, orientação do eixo das formas redondas.
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| 66.1. Legibilidade e leiturabilidade
Partindo do princípio que vamos tratar um texto para
que seja lido, convém distinguirmos entre legibilidade e
leiturabilidade. A legibilidade diz respeito à identificação
inequívoca e imediata dos caracteres e das palavras no seu
valor mais intrínseco. Por exemplo: um “A” em Franklin
Gothic é mais legível do que um “A” em Brush Scrip (ver
figura 4).
A leiturabilidade é também legibilidade, mas em contínuo,
isto é: em texto corrido. É o que nos faz acompanhar
comodamente e sem sobressaltos a sequência de letras,
palavras, linhas de texto e parágrafos.
Como regra geral (e apenas geral) podemos dizer para
a legibilidade pura as letras sem serifas são as mais
indicadas (as serifas só atrapalham… imagine-se a
sinalização das estradas com fontes serifadas) e que para
a legibilidade em contínuo, a leiturabilidade, as letras
com serifas são as melhores, pois as mesmas facilitam a
ligação entre letras colocadas lado a lado, favorecendo
assim a leitura de uma linha de texto do princípio ao fim.
Contudo, nos últimos anos, vimos surgir novas fontes não
serifadas que têm um bom grau de leiturabilidade porque
em determinados pontos há uma sugestão de início de
serifa (ver figura 5).
É fundamental fazerem-se testes com diferentes tipos de
letra, com mais do que um tamanho e mais do que uma
entrelinha. Uma fonte bonita nem sempre é legível. Uma
fonte legível nem sempre tem uma boa leiturabilidade. A
velha tradição de se usar sempre o mesmo tipo de letra
numa publicação não tem muito cabimento. Pode e deve-
se usar o tipo ideal para cada situação: leitura imediata
(títulos) e leitura em contínuo (texto corrido). O tipo de
letra pode ser diferente em texto corrido e em legendas,
também. Uma das maiores dificuldades, contudo, pode
ser o conjugar diferentes tipos de letra num trabalho. É
bom lembrar que não se deve escolher fontes nem muito
parecidas, nem muito diferentes.
6.2. Legibilidade e personalidade
Outro factor que pode pesar na escolha de uma fonte
é a sua personalidade. Podemos querer uma fonte
que transmita sobriedade, classicismo, elegância,
feminilidade, modernidade, arrojo, vanguardismo,
infantilidade, etc. e aqui mais uma vez é preciso usar essa
fonte com critério. Isto é: a personalidade de uma fonte
sente-se mais quanto mais ela está ampliada, daí que
pareça lógica que escolhamos uma fonte apenas pela sua
personalidade quando é aplicada em grande tamanho
(separadores, títulos, subtítulos) (ver figura 6). Em texto
corrido, por exemplo, não faz muito sentido escolher a
fonte pela sua personalidade, pois ela não se faz sentir
tanto. Aqui o factor mais importante é sem dúvida a
leiturabilidade.
Figura 4. A legibilidade pode medir-se pela rapidez com que se descodifi ca uma letra ou uma palavra.
Figura 5. Texto composto numa fonte com serifas (Palatino), numa sem serifas (Helvetica) e numa fonte aparentemente sem serifas mas com um “apontamento” das mesmas (Triplex).
Figura 6. O texto corrido é composto em ITC Century em ambos os casos, mas os títulos são compostos em ITC Century no texto da esquerda e em Din no da direita.
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| 77. Hierarquias
Paralelamente à decisão das fontes a utilizar, decide-se
qual o aspecto que cada tipo diferente de texto deve ter.
Para cada categoria de texto – texto corrido, títulos de
capítulo, títulos, sub-títulos, os diversos graus de entre-
títulos (1., 1.1., 1.1.1., etc.), citações, legendas,
notas, entradas de capítulo, número de página, índice,
ficha técnica, caixas, bibliografia, créditos fotográficos,
etc. — tem de se escolher:
– um estilo (redondo/itálico; normal/”bold” (negro);
caixa-alta/ caixa-alta e baixa/versais e versaletes);
– um corpo (ou tamanho=medido em pontos);
– uma entrelinha (espaço entre a base de uma linha de
texto e a base da linha seguinte=medido em pontos);
– um alinhamento (texto alinhado à esquerda,
justificado, centrado, alinhado à direita) e um estilo
de hifenização e de justificação;
– uma indentação e uma entrada de parágrafo;
– uma cor.
Esta amálgama de decisões gráficas, que devem ser
coerentes entre si, tem de ser verificada várias vezes em
provas impressas (a visualização no écran pode ajudar a
decidir mas não a verificar a correcta noção da legibilidade
e familiaridade das várias hierarquias gráficas).
Analisemos cada um destes 5 pontos.
7.1. Estilo
Podemos considerar como estilo as decisões sobre a
espessura, o itálico, a caixa-alta e a caixa-baixa, os
versais e versaletes, o condensado e o expandido e o
espacejamento.
7.1.1. Espessura e itálico
A maioria das fontes tradicionais tipográficas tinham
apenas duas variantes de espessura – normal e negro
(bold) e duas variantes de inclinação – o redondo e o
itálico. Este princípio mantém-se hoje em dia embora
se tenham introduzido novas variantes de espessura em
algumas das letras clássicas.
Algumas fontes, ainda, não têm variantes em itálico ou
então nem variantes têm.
Outras ainda têm o que se pode chamar de variantes a
mais (ver figura 7).
7.1.1.1. O itálico
O itálico é tradicionalmente usado para destacar
determinada palavra ou expressão seja pela sua
importância ou por se tratar de um estrangeirismo.
Sendo uma variante de uma fonte em que não se muda
a espessura, apenas a inclinação, pode dizer-se que é a
variante de estilo mais subtil que se pode usar num texto
(quaisquer destaques mais abruptos em palavras isoladas
num texto – espessura, tamanho, cor ou uso de um
diferente tipo de letra, entre outros – são destaques fortes
demais chamando a atenção para os mesmos, perdendo-
se o fluir normal da leitura de um texto).
Não se deve usar o itálico na totalidade de um texto devido
à sua reduzida legibilidade.
O itálico forçado que algum software permite fazer
é de todo desaconselhado porque é falso. O itálico
verdadeiro implica da parte do desenhador da letra um
total redesenho da letra, embora coerente com a versão
redonda. O itálico forçado é apenas uma deformação
geométrica da letra (ver figura 8).
Figura 7. O número de variantes de estilo difere de fonte para fonte.
Figura 8. Fontes Gill Sans e Baskerville nas suas variantes redondo, itálico verdadeiro e itálico forçado.
Qual a espessura (ou peso) da fonte é uma decisão
relativamente fácil de tomar. Em termos de legibilidade
absoluta a melhor espessura é aquela cujos espaços
internos das letras ocupam sensivelmente o mesmo
espaço que as suas hastes. Isto é fácil de compreender se
pensarmos nos tipos de letra das placas de sinalização
viária. Uma espessura demasiado grande tenderá a que
se percepcione a letra como entupida, uma espessura
demasiado fina tenderá a que a letra perca força (ver
figura 9).
Em termos de leiturabilidade a escolha é relativamente
simples, as variantes regular, média ou normal são nomes
diferentes para a mesma característica: espessura boa
para se ler em contínuo. Apenas há que contar ainda
com a grande diferença de espessuras de hastes dentro
da mesma letra de algumas fontes com serifas (as da
família das modernas – Bodoni, Didot e Walbaum, por
exemplo) que, embora eficazes em corpos grandes, são
desaconselhadas para corpos pequenos, pois as hastes
mais finas tendem a desaparecer.
O estilo universal de escrita é em caixa-alta e baixa.
É assim que aprendemos na escola e é assim que
está regulamentado. Qualquer alteração a este estilo
representa uma perda de legibilidade porque nos obriga
a reintrepretar esse código. Isto não só é verdadeiro para
texto corrido como também para títulos ou palavras
isoladas. Há um conceito errado dentro do meio
académico (sobretudo nos autores) que é sempre que
algum texto ou título é importante deve escrever-se em
caixa-alta. Aqui pode ser lançado um novo conceito:
sempre que se quiser que determinado texto ou palavra
perca legibilidade, use-se a caixa-alta. Isto é afirmado
porque a caixa-baixa tem uma coisa que a caixa-alta
não tem: os ascendentes e os descendentes, que são as
pernas das letras “b, d, f, g, h, j, k, l, p, q, t, y” que favorece
imediatamente a sua identificação. A pintinha do “i” pode
ser considerada também um ascendente e é fundamental
para a sua rápida descodificação.
Uma palavra escrita em caixa-alta, não tendo ascendentes
nem descendentes, resulta num bloco indistinto de letras,
onde a altura das letras é igual, o que obriga o leitor a
perder mais tempo a tentar identificar o que está escrito
(ver figura 10).
A grande vantagem de se usar caixa-alta é o carácter
“altivo” e clássico que tem (como se sabe o alfabeto
romano só tinha maiúsculas). É óbvio que não se
desaconselha o uso exclusivo de caixa-alta, mas fique-se
com a noção que a leitura não é tão imediata. Um “truque”
que se usa com alguma regularidade quando se usa caixa-
alta é fazer um espacejamento entre letras maior que o
habitual, o que melhora o reconhecimento das letras (ver
figura 11).
Outro assunto respeitante à caixa-alta são as palavras que
no meio de um texto corrido têm de ser obrigatoriamente
em maiúsculas, tal como siglas, referências, transcrições
de textos originais, nomes de marcas ou empresas que
assim o exijam, ou ainda referências a séculos que são
sempre em numeração romana. Nestes casos aconselha-se
que se baixe o corpo para que estas palavras não sejam
perturbadoras da leitura normal de um texto.
Qual a espessura (ou peso) da fonte é uma decisão
relativamente fácil de tomar. Em termos de legibilidade
absoluta e em letras não serifadas a melhor espessura
é aquela que mede sensivelmente metade do medida do
espaço interno da letra “o”.
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| 97.1.4. Versais e versaletes
Versaletes são letras com o desenho das maiúsculas mas
do tamanho das minúsculas. O uso dos versais e versaletes
situa-se entre o uso da caixa-alta sozinha e o da caixa-
alta e caixa-baixa: mantém o ar altivo e clássico de uma
caixa-alta, mas é mais legível do que este uma vez que
nem todos os caracteres têm a mesma altura. Tal como a
caixa-alta deve ser usado em ocasiões particulares.
Da mesma forma que o itálico forçado é desaconselhado,
aqui acontece o mesmo. Os versaletes automáticos ou
forçados são apenas reduções das letras em caixa-alta o
que provoca o efeito estranho de redução das espessuras
das letras. Os versaletes verdadeiros (versão SC ou
“smallcaps” de uma fonte que nem todas as famílias de
fontes têm) não são só uma redução de tamanho mas
um redesenho da letra onde se mantêm as espessuras da
letra e se expande ligeiramente a letra, dando assim uma
homogeneidade entre versal e versalete (ver figura 12).
7.1.5 Condensado e expandido
Os condensados e expandidos são fontes que são
desenhadas com proporções mais fechadas ou mais
abertas. Podem ser fontes únicas ou serem variantes de
uma fonte regular.
Mais uma vez se desaconselha a condensar ou expandir
uma fonte à força porque vai estragar toda a harmonia
de espessuras e curvas de um desenho de letra original
e pode por vezes inverter um princípio básico de um
determinado desenho de fonte (ver figura 13). Dá sempre
uma sensação de artificialidade.
Se se pretender usar uma fonte condensada (que são mais
usadas que as expandidas) nada como escolher uma fonte
condensada de origem.
As fontes condensadas tendem a juntar demasiado as
letras, daí que se recomende que se abra um pouco o
espacejamento entre letras.
7.1.6. Espacejamento
Já se falou aqui na necessidade, em alguns casos, de
se espacejar uma palavra ou expressão quando ela é
composta em caixa-alta ou em fontes condensadas. A
variação de espacejamento entre letras e entre palavras
que ocorre automaticamente de linha para linha de
texto quando o texto é justificado vai ser tratado no
capítulo “hifenização e justificação”, aqui falamos de
espacejamento enquanto variável de estilo, que podemos
introduzir, por exemplo, quando queremos distinguir
claramente um título e um texto. Podemos achar que o
espacejamento normal de uma fonte é pequeno demais
ou grande demais para o efeito que queremos, daí que o
alteramos onde achamos conveniente (ver figura 14).
Em títulos com uma grande importância gráfica (títulos
de livros ou logótipos, por exemplo) podemos, e devemos,
compensar o espacejamento errado entre alguns dos
caracteres e entre as palavras. O programa InDesign, faz
este espacejamento automaticamente (seleccionando
a opção “optical” no “kerning”), mas ainda assim não é
perfeito. O ideal é corrigir um a um.
Figura 12. A mesma palavra composta em versais e versaletes forçados e em versais e versaletes verdadeiros.
Figura 13. As mesmas letras em Franklin Gothic demi, em condensado forçado e em Franklin Gothic Condensed (condensado de origem).
Figura 14. O espacejamento pode ser usado como estilo.como estilo.
Passado que está o extenso capítulo sobre o estilo,
entramos numa sequência de items que são a par da
escolha das fontes o que mais importante existe em
paginação e tratamento de texto. É o domínio da relação
entre corpo, entrelinha, alinhamento, hifenização e
justificação. É nesta relação que se percebe se o designer
domina ou não a “matéria-prima” que tem ao seu dispôr
– o texto.
Em relação ao corpo é preciso ter atenção a um princípio
básico: não existem valores absolutos. Um corpo 12 para
uma fonte não corresponde visualmente ao mesmo corpo
para uma outra. Isso decorre do facto que os desenhadores
de tipos não utilizarem as mesmas medidas standard
para a “altura x” (a altura das letras sem ascendentes ou
descendentes), medida das “ascendentes” e medidas das
“descendentes” (ver figura 15). É fundamental perceber
que uma fonte é sempre diferente de outra e que se se
escolher um corpo e uma entrelinha para determinada
fonte e se se quiser mudar de fonte tem de se verificar se a
relação se mantém a mesma, e corrigi-la.
Outro factor a ter em conta na determinação do corpo tem
a ver com o público alvo da publicação. Uma publicação
infantil ou outra que vai ser lida por pessoas idosas não
pode ter um corpo demasiado pequeno. Por outro lado
uma publicação para um público adulto não pode ter um
corpo demasiado grande.
O tamanho correcto do corpo também tem a ver com o
formato e tipo de publicação. Um exemplo limite é o das
bulas dos medicamentos: como o formato é pequeno,
é admissível um corpo pequeno, até porque a distância
de um objecto impresso não é fixa, isto é, o leitor pode
afastá-lo mais ou menos dos seus olhos, o que torna o
corpo de uma letra uma medida não fixa (ao contrário da
visualização do écran de um computador, cuja distância é
geralmente fixa).
Por fim, outro factor influente na decisão do corpo a usar
é a largura da coluna onde determinado texto se insere.
Se pensarmos nos jornais, muito embora o seu formato
seja grande, as colunas são muito estreitas, o que permite
utilizar corpos pequenos, pela simples razão de que cabe
um número relativamente pequeno de caracteres por
linha de texto. Por outro lado, se se usar uma largura de
coluna grande não se pode usar um corpo pequeno porque
implicaria um número excessivo de caracteres por linha.
Embora existam algumas regras quanto ao número de
caracteres máximo por linha, nada como fazer um teste,
imprimi-lo e tentar ler o texto para verificar se a leitura é
cómoda e apetecível.
É normalmente aceite como número máximo de caracteres
por linha de texto, de modo a ter-se uma leitura cómoda,
entre 65 a 70.
Vullaore conseni amcons nibh euis eriusci eugait nullum quisim veniamet vulput el ut velendre tion eum nonumsan eum iusci blam vullam dignim quisisci erit pratum irit wisit el dionulluptat am, quis nisl elit aliquis at ex exer auguer sim velis alit vel dip ea feugiam in utpatet deliquat, si blan-dreet nostie duis am, sit praesequisl del eu faccum ad moloboreet irilisit wisit, quis eriusci psumsandre exer iustrud
Vullaore conseni amcons nibh euis eriusci eugait nullum quisim veniamet vulput el ut velendre tion eum nonumsan eum iusci blam vullam dignim quisisci erit pratum irit wisit el dionulluptat am, quis nisl elit aliquis at ex exer auguer sim velis alit vel dip ea feugiam in utpatet deliquat, si blandreet nostie duis am, sit praesequisl del eu faccum ad moloboreet irilisit wisit, quis eriusci psumsandre exer iustrud Hendit lore tio ea faccum zzrilit velisl eumsand ionsequisi eum nullutat. Ut ea feuis nulla ad tat.
± 70 caracterespor linha
± 80 caracterespor linha
Continuando na relação íntima entre corpo, entrelinha,
alinhamento, hifenização e justificação, não vale a pena
estarmos a perder tempo a escolher o corpo ideal para
um determinado texto se para esse mesmo corpo não se
escolher a entrelinha ideal. E aqui convém fazer um aviso:
nunca, mas nunca ,se use a entrelinha que vem acoplada
a um corpo, a “famosa” entrelinha “auto”! É um dos
maiores erros dos designers inexperientes. Se a entrelinha
(espaço medido entre a base de uma linha de texto e a
base da linha de texto seguinte) “auto” fosse automática
para cada tipo de letra, ainda seria admissivel, mas não
é. “Auto” significa em todos os programas de paginação
conhecidos que a entrelinha equivale à medida do corpo
mais 20%. Isto é: para um corpo 10 a entrelinha auto é
12pt, e para um corpo 12, a entrelinha é 14,4pt. Como já
vimos anteriormente, a “altura x” varia muito de uma
fonte para outra, o que significa que a entrelinha auto
pode funcionar bem para uma dada fonte, mas para outra
não (ver fig. 16).
Então como é que se pode encontrar a entrelinha ideal?
Mais uma vez, fazendo testes. Com uma determinada
fonte, corpo e largura de coluna, façam-se 3 ou 4 testes
de variantes de entrelinha e escolha-se uma que: a) não
amasse demasiado as linhas de texto dando a sensação
de texto compacto; b) não seja tão grande que crie largas
barras brancas entre as linhas (embora interessante
graficamente, estas barras brancas criam um efeito
geométrico forte, que se sobrepõe à leitura eficaz do
texto). Ou seja, quando a entrelinha é pequena demais
quase não se distinguem as linhas de texto umas das
outras, o que prejudica a passagem da leitura de uma
linha para outra, quando a entrelinha é grande demais,
as linhas de texto individualizam-se de tal maneira que
adquirem um estatuto de filete ou barra horizontal preta
e os espaços entre linhas adquirem o estatuto de barras
brancas horizontais criando um efeito gráfico que distrai o
leitor (ver fig. 17).
É normalmente aceite como limite mínimo de entrelinha
para uma leitura cómoda, que o espaço entre alturas-x seja
de uma vez e meia a altura-x. ± 1,5 da altura-x
Lenit loborero xendre te tie do rodolore diam quis adit nit del
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27.4. Alinhamento, hifenização e justificaçãoDepois de resolvida a relação entre corpo e entrelinha,
falta resolver a relação entre alinhamento, hifenização e
justificação.
É importante perceber que só se consegue uma leitura
cómoda se os espaços entre letras e entre palavras for
estável ao longo de um texto. Se, de uma linha de texto
para outra os espaços variam, a leitura é arritmada,
provocando diferentes velocidades de leitura, o que não só
produzem desconforto como pode levar ao abandono da
leitura (ver fig. 18-A).
7.4.1. Alinhamento e hifenização
Só se conseguem valores absolutamente iguais de espaços
entre letras e palavras se o texto for alinhado (esquerda,
direita ou centrado) (ver fig. 18-B). São desaconselhados
os alinhamentos à direita, porque a localização do início
de leitura cada linha é sempre desalinhado e ao centro,
porque o desalinhamento é no início e no fim, pelo que
nos sobra o alinhamento à esquerda. Assim, por definição,
para uma cómoda e ritmada leitura, recomendar-
se-ia este alinhamento. Aparentemente, é o melhor
alinhamento possível para textos, muito embora tenha
de se ter cuidado com as pequenas palavras que ficam
penduradas no fim das linhas – a, o , e, as, os, do, da, de,
etc. – que devem ser passadas para a linha de baixo por,
sendo palavras isoladas, chamarem demasiado a atenção
para elas. Também não faz muito sentido hifenizar-se o
texto alinhado à esquerda, uma vez que, se o perfil do lado
direito do texto fica irregular, com ou sem hifenização,
para quê hifenizá-lo?
Contudo, este alinhamento só deve ser usado em textos
pequenos. Em texto contínuo, o tal perfil irregular do lado
direito é demasiado perturbador para se poder ler um
texto tranquilamente. A melhor opção é, naturalmente, o
texto justificado. Sendo alinhado à esquerda e à direita,
não há perturbação causada pela irregularidade da
mancha desenhada pelo texto. Como sem hifenização,
não é possível ter espaços regulares entre letras e palavras
(excepto quando o número de caracteres por linha é
grande e, assim, não se notam as pequenas variações
de espaços), há que hifenizá-lo. Assim, compensam-
se eficazmente os defeitos de espacejamento do texto
justificado (ver fig. 18-C).
7.4.2. Controlo da hifenização
A hifenização ideal não pode ser toda igual. Os programas
de paginação (e outros) trazem um tipo de hifenização
editado que é aplicado por defeito. É suposto nós
verificarmos se essa hifenização é a ideal para o texto
que estamos a tratar. Normalmente, não é. Há que editar
tantas hifenizações quantas as necessárias, para cada tipo
de texto onde a hifenização existe.
É talvez, agora, altura para fazer um parêntesis sobre
o software. Em primeiro lugar, trabalhos de paginação
só devem ser feitos em programas de paginação
(QuarkXPress, Adobe InDesign, Adobe Pagemaker).
Não é que hajam outros que não a fazem (Corel Draw,
Macromedia FreeHand, etc.), mas não a fazem tão bem
feita. Os programas de paginação além de terem todas as
condições para se fazer bem um trabalho de paginação
e a sua ligação à pré-impressão e à saída de fotolitos ou
passagem directa à chapa (CTP) é perfeita (separações
de cor, marcas de corte e de acerto automáticas, relação
página par-ímpar, páginas modelo, numeração e
renumeração automática de página, etc.) privilegiam
acima de tudo, o tratamento gráfico do texto até à
exaustão, coisa que os outros programas – concebidos
originalmente para fazer desenho e ilustração vectorial
– não o fazem. O controlo da hifenização é um bom
exemplo.
Figura 18. A) Texto justifi cado, sem hifenização; B) Texto alinhado à esquerda, sem hifenização; C) Texto justifi cado, com hifenização.
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3Tomemos o QuarkXPress e o InDesign como exemplos.
Se observarmos as janelas onde se editam as hifenizações
(ver fig. 19) – no caso do Quark hifenização e justificação
aparecem juntos – há aspectos importantes sobre os quais
se tem de tomar decisões.
O primeiro é o conjunto “palavra menor (a)/ mínimo
anterior (b)/ mínimo posterior (c)” que significa: a) o
número de caracteres mínimo que uma palavra pode ter
para ser hifenizada; b) número mínimo de caracteres
que podem ficar antes do hífen (isto é: no fim da linha
de texto); c) número mínimo de caracteres que podem
ficar depois do hífen (isto é: no início da linha de texto
seguinte). Aqui temos de ponderar que: para colunas de
texto grandes em que existam um número considerável de
caracteres por linha, vale a pena editar uma hifenização
pouco permissiva – 7 / 4 / 3, por exemplo – e para
colunas estreitas que tenham um número reduzido de
caracteres por linha (jornais, revistas, etc.) deve editar-se
uma hifenização mais permissiva – 4 / 2 / 2, por exemplo
(ver fig. 20?).
Os outros aspectos são o número de hífens em sequência
de linhas de texto, isto é se colocarmos “3” neste item
o programa só permite no fim das linhas de texto ter o
máximo de 3 hífens seguidos. Mais uma vez, isso depende
da coluna de texto e tipo de publicação. Em jornais, por
exemplo, não se deve impor limites pequenos, já em livros
pode descer-se até aos 3 hífens.
Já o terceiro aspecto é mais ou menos consensual, pelo
menos na língua portuguesa, que é o facto de se poderem
hifenizar ou não palavras começadas em caixa-alta. Só em
casos muito particulares se deve proibir esta hifenização.
Há uma diferença nestes dois programas para ter
texto não hifenizado: no Quark tem de se editar uma
hifenização onde se bloqueia a hifenização automática
e à qual se deve atribuir um nome (“sem hífens”, por
exemplo) e aplicá-la aos textos que a necessitem, no
InDesign no momento em que se está a trabalhar o texto,
basta ir à janela “paragraph” e seleccionar ou não a janela
“hyphenate”. Podíamos continuar nas diferenças entre
estes programas mas o objectivo deste trabalho não é esse.
Muito importante é lembrar que independentemente
da hifenização escolhida tem de se ter cuidado com a
língua escolhida para o texto a tratar. Se, por exemplo, se
estiver a trabalhar com um programa unilingue (Quark
em inglês, por exemplo) o texto vai hifenizar segundo
as regras da língua desse programa, pelo que tem de se
verificar hífen a hífen e partir no sítio certo, caso não seja
a língua que se pretende. Se se estiver a trabalhar numa
versão multilingue (Quark Passport ou o InDesign, que é
multilingue de fabrico) tem de se seleccionar a língua em
que se devem aplicar as regras de hifenização editada (no
InDesign é na janela “character” e no Quark é na janela
“atributos do parágrafo”).
Mesmo assim, é preciso verificar os possíveis erros de
hifenização e o mais comum é o programa não reconhecer
palavras compostas ou verbos reflexivos que já têm um
hífen em si (“mãe-galinha” ou “pentear-me”, por exemplo)
que partem as palavras antes do hífen, mas na linha
seguinte não o repete.
Figura 19. Janelas onde editam as hifenizações do Adobe InDesign (versão2) e do QuarkXPress (versão 4.41).
Figura 20. O mesmo texto editado com hifenização pouco permissiva (7/4/3)e com hifenização muito permissiva (4/2/2).
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47.4.3. Controlo da justificação
A justificação do texto é um item do tratamento de texto
que está intimamente ligado à hifenização (não é por
acaso que no caso do Quark estão na mesma janela) e que
pode parecer pouco importante mas influencia bastante
no aspecto final do texto. O controlo da justificação
significa decidir o que acontece ao espacejamento entre
palavras e entre letras, quando chegamos ao fim de uma
linha de texto e determinada palavra, por não caber nessa
linha, tem de passar para a linha de baixo (qualquer
que seja o estilo de hifenização editado) ou ficar na
linha de cima. Analisando a janela de justificação do
InDesign (ver fig. 21), idêntica à do Quark, podemos ver
3 valores possíveis (mínimo / óptimo / máximo) para
o espacejamento entre palavras na fila de cima e outros
3 valores para o espacejamento entre letras na fila de
cima. Vendo alguns exemplos, significa que, utilizando a
justificação que vem por defeito neste programa (ver fig.
22-A), chegando ao fim de uma linha de texto o programa
permite apertar o espaço entre palavras dessa linha até
80% (mínimo) antes de passar a palavra para a linha
seguinte ou afastar até 133% (máximo) para que ela passe
para baixo – o espaço entre letras fica inalterável pois está
editado 0/0/0. Mantendo o espaço entre letras inalterável
podemos exagerar os limites para espacejamento entre
palavras de 50 (mínimo) a 150 % (máximo) o que provoca
um arranjo diferente do texto (ver fig. 22-B).
Se voltarmos ao espaço entre palavras de 80/100/133 e
se dermos valores ao espaço entre letras apenas no valor
máximo (30%, passando de 0/0/0 para 0/0/30) (ver fig.
22-C), vemos que o espaço entre letras já é variável mas
apenas para mais do que é o regular. Por último se dermos
valores ao mínimo e ao máximo do espaço entre letras
(-30/0/30) o espaço entre letras tanto aperta como afasta
(ver fig. 22-D).
Mais uma vez se aconselha a fazer alguns testes (não
há soluções definitivas, o efeito varia com o número
médio de caracteres por linha e, sobretudo, de fonte para
fonte), imprimir, e escolher a melhor justificação para
determinada hifenização.
Figura 21. Janela de edição da justifi cação do Adobe InDesign 2.0.
Figura 22. Algumas das variantes de edição de ajustamento de texto utilizando os valores descritos em baixo.
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57.5. Indentação e entrada de parágrafoJá aqui falámos na falta de necessidade de linhas
brancas a separar parágrafos. A maneira mais comum e,
provavelmente, mais eficaz de separar parágrafos é a de
dar uma entrada de parágrafo. Há quem o faça usando
a tecla “tab” mas que é uma medida fixa e dá algum
trabalho a modificar. O ideal é mesmo utilizando a medida
de “first line” (primeira linha) que tanto pode ser positiva
como negativa, embora para editar uma entrada de
parágrafo negativa tem de editar uma indentação positiva
com o mesmo valor. Este método de indentação esquerda
positiva e “primeira linha” negativa é particularmente útil
para enunciar pontos ou tratar as notas de texto, basta
dar um “tab” a seguir ao n.º (ou ao sinal gráfico – traço,
quadrado, bola, etc.) (ver fig. 23).
O uso apenas da indentação, ou só à esquerda, ou à
esquerda e à direita, serve comummente para recolher
texto, quer seja para destacar um determinado parágrafo
ou para tratar de maneira diferente uma citação em
parágrafo. Nestes casos de citações é aconselhável
introduzir uma linha branca antes e outra depois.
Figura 23. À esquerda, texto com entrada de parágrafo positiva. À direita, texto com indentação positiva e entrada de parágrafo negativa.
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���������A variável da qual se tem de tomar decisões de que falta
falar é a cor.
Historicamente, desde que o texto existe que ele é escrito
ou é impresso maioritariamente a preto (ou outra cor
escura) sobre um suporte branco (ou outra cor clara).
Uma vez que é, aparentemente, o máximo de contraste
que se consegue em termos de impressão é, ainda, hoje
em dia, a melhor opção para se conseguir um bom grau de
legibilidade e de leiturabilidade. Sendo um dado adquirido
que geralmente o texto é a preto, o leitor já não é
perturbado e lê tranquilamente sem prestar atenção à cor
do texto. Mesmo se escolhermos uma cor bastante escura
para o texto, o leitor é constantemente “lembrado” de
que o texto que está a ler tem uma cor, o que pode ser um
factor que o distraia da leitura cómoda e em sequência.
Para quem pense que preto sobre branco é um contraste
forte demais e pode cansar a retina, tem de se dizer que
o preto do offset nunca é um preto profundo (como o é o
preto das nossas impressoras a laser ou a jacto de tinta),
tal como o branco do papel nunca é verdadeiramente
branco (sobretudo hoje em dia, com as leis ecológicas
vigentes).
Em teoria, texto branco sobre fundo preto, tendo o mesmo
grau de contraste, seria igualmente bom, mas temos de
ter em conta que é muito mais difícil concentrar a atenção
quando um texto está em negativo, não só porque o fundo
escuro ganha importância (é dar protagonismo a uma área
que é apenas um suporte), mas também porque texto em
negativo provoca ilusoriamente um efeito de halo à volta
das letras, o que distrai a atenção.
Naturalmente que estamos a falar na cor geral do texto.
Destaques, títulos, entretítulos e outros artifícios gráficos
podem (e, provavelmente, devem ) ter cor. A cor adiciona
“vida”, ritmo, quebrando a monotonia do texto a preto, e
em termos de destaque, dentro das variações de estilo é o
“truque” mais eficaz.
Podemos entender como cor também as gradações
(redes) do preto, ou de outra cor seleccionada para o
texto, mas há que alertar que sendo uma cor mais clara
contrasta menos com o fundo branco (ou claro), daí ser
menos legível e redes de uma mesma cor não conseguem
um grande destaque entre si pois são variantes apenas
de quantidade lumínica. Para destaques mais eficazes
temos de usar cores de natureza diferente. Voltando ao
contraste com o fundo, podemos usar uma cor muito
diferente da do texto geral para títulos ou destaques, o que
é sempre eficaz para chamar a sua atenção, mas se não
for suficientemente forte o seu contraste com o fundo a
legibilidade perde-se.
Também é preciso ter algum cuidado com a proliferação
do uso da cor, porque ela só provoca a diferença e é eficaz
se for usada em poucos sítios. Se for usada em vários
pontos de uma página o nosso olhar vai deambular por
esses pontos e não se vai prender à sequência de texto
corrido.
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falar é a cor.
Historicamente, desde que o texto existe que ele é escrito
ou é impresso maioritariamente a preto (ou outra cor
escura) sobre um suporte branco (ou outra cor clara).
Uma vez que é, aparentemente, o máximo de contraste
que se consegue em termos de impressão é, ainda, hoje
em dia, a melhor opção para se conseguir um bom grau de
legibilidade e de leiturabilidade. Sendo um dado adquirido
que geralmente o texto é a preto, o leitor já não é
perturbado e lê tranquilamente sem prestar atenção à cor
do texto. Mesmo se escolhermos uma cor bastante escura
para o texto, o leitor é constantemente “lembrado” de
que o texto que está a ler tem uma cor, o que pode ser um
factor que o distraia da leitura cómoda e em sequência.
Para quem pense que preto sobre branco é um contraste
forte demais e pode cansar a retina, tem de se dizer que
o preto do offset nunca é um preto profundo (como o é o
preto das nossas impressoras a laser ou a jacto de tinta),
tal como o branco do papel nunca é verdadeiramente
branco (sobretudo hoje em dia, com as leis ecológicas
vigentes).
Em teoria, texto branco sobre fundo preto, tendo o mesmo
grau de contraste, seria igualmente bom, mas temos de
ter em conta que é muito mais difícil concentrar a atenção
quando um texto está em negativo, não só porque o fundo
escuro ganha importância (é dar protagonismo a uma área
que é apenas um suporte), mas também porque texto em
negativo provoca ilusoriamente um efeito de halo à volta
das letras, o que distrai a atenção.
Naturalmente que estamos a falar na cor geral do texto.
Destaques, títulos, entretítulos e outros artifícios gráficos
podem (e, provavelmente, devem ) ter cor. A cor adiciona
“vida”, ritmo, quebrando a monotonia do texto a preto, e
em termos de destaque, dentro das variações de estilo é o
“truque” mais eficaz.
Podemos entender como cor também as gradações
(redes) do preto, ou de outra cor seleccionada para o
texto, mas há que alertar que sendo uma cor mais clara
contrasta menos com o fundo branco (ou claro), daí ser
menos legível e redes de uma mesma cor não conseguem
um grande destaque entre si pois são variantes apenas
de quantidade lumínica. Para destaques mais eficazes
temos de usar cores de natureza diferente. Voltando ao
contraste com o fundo, podemos usar uma cor muito
diferente da do texto geral para títulos ou destaques, o que
é sempre eficaz para chamar a sua atenção, mas se não
for suficientemente forte o seu contraste com o fundo a
legibilidade perde-se.
Também é preciso ter algum cuidado com a proliferação
do uso da cor, porque ela só provoca a diferença e é eficaz
se for usada em poucos sítios. Se for usada em vários
pontos de uma página o nosso olhar vai deambular por
esses pontos e não se vai prender à sequência de texto
corrido.
Mod te mincilla facidunat iril doloborer ipit,
cons dignim volor si. Inci ea conseni ssequi
tissenisl del iriusci blaor am, sit iriure do
odolor sim nos nim alit aci eugait nostie
consequ ametuer aestrud tat. Dui tatio eui
eliquis nullame tuerius tionullum volut ecte
magna feugait prat wisl irit wiscidunt irilit
nit autpatet laoreros et ut vullam veniscipit
adiam veril ut wis eugait nonsecte faccum-
san esto odipsumsan veliquat. Ugait duis
at veniam, quat, commy nibh eum aliquisi.
Ex euguero odolutet, velent lor augait in er
augait veros nit praessi. Iquat alit utatie do-
lore magnibh ese
Em teoria, texto branco sobre fundo preto, tendo o mesmo grau de contraste, seria igualmente bom, mas temos de ter em conta que é muito mais difícil concentrar a atenção quando um texto está em negativo, não só porque o fundo escuro ganha importância (é dar protagonismo a uma área que é apenas um suporte), mas também porque texto em negativo provoca ilusoriamente um efeito de halo à volta das letras, o que distrai a atenção.
Em teoria, texto branco sobre fundo preto, tendo o mesmo grau de contraste, seria igualmente bom, mas temos de ter em conta que é muito mais difícil concentrar a atenção quando um texto está em negativo, não só porque o fundo escuro ganha importância (é dar protagonismo a uma área que é apenas um suporte), mas também porque texto em negativo provoca ilusoriamente um efeito de halo à volta das letras, o que distrai a atenção.
Em teoria, texto branco sobre fundo preto, tendo o mesmo grau de contraste, seria igualmente bom, mas temos de ter em conta que é muito mais difícil concentrar a atenção quando um texto está em negativo, não só porque o fundo escuro ganha importância (é dar protagonismo a uma área que é apenas um suporte), mas também porque texto em negativo provoca ilusoriamente um efeito de halo à volta das letras, o que distrai a atenção.
Em teoria, texto branco sobre fundo preto, tendo o mesmo grau de contraste, seria igualmente bom, mas temos de ter em conta que é muito mais difícil concentrar a atenção quando um texto está em negativo, não só porque o fundo escuro ganha importância (é dar protagonismo a uma área que é apenas um suporte), mas também porque texto em negativo provoca ilusoriamente um efeito de halo à volta das letras, o que distrai a atenção.
Em teoria, texto branco sobre fundo preto, tendo o mesmo grau de contraste, seria igualmente bom, mas temos de ter em conta que é muito mais difícil concentrar a atenção quando um texto está em negativo, não só porque o fundo escuro ganha importância (é dar protagonismo a uma área que é apenas um suporte), mas também porque texto em negativo provoca ilusoriamente um efeito de halo à volta das letras, o que distrai a atenção.
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Uma vez decididos todos os atributos relativos a todas
as hierarquias de texto, há que começar a paginar, isto
é, distribuir todos os elementos gráficos ao longo das
páginas de uma publicação.
��������������������Uma zona sensível é exactamente o começo de um texto.
Se, por exemplo, não existir um título ou subtítulo que
suporte o correcto sítio onde começar a ler, é normal que o
olhar do leitor fique a deambular pela página sem se pegar
a nenhum ponto específico. Nestes casos (sobretudo se o
texto começar numa página par) é importante chamar a
atenção para o início do texto. Isto pode aplicar-se só no
primeiro texto ou então em todos os inícios de capítulo.
Esta tem sido a função da capitular, que é uma solução
demasiado usada. Existem inúmeras outras maneiras de
chamar a atenção: colocando um sinal gráfico (quadrados,
triangulo, seta, etc.), ou alterando a primeira palavra (ou
conjunto de palavras) mudando-lhe o corpo, passando
a caixa-alta ou a versais e versaletes ou alterando-lhe o
espacejamento.
��������������������������������Quando se está a paginar acontece frequentemente a
base das linhas de texto corrido não coincidirem, o que
é prejudicial para uma leitura cómoda e sem acidentes.
Isto é mais visível quando se trabalha a mais do que
uma coluna (ver fig. 24). Nos programas de paginação
pode-se, e deve-se, resolver isso usando o “ajustar à base
da linha” (“lock to baseline grid”), no Quark e o “align to
baseline grid”, no InDesign. Nas preferências de ambos
os programas tem de se alterar a medida (que trás, por
defeito) da mesma base da linha para uma medida igual
à entrelinha geral do texto corrido (não é possível fazer
este alinhamento a mais de uma medida de entrelinha,
pelo que é preferível aplicá-la ao texto principal). Para
confirmar esta aplicação escolher, na visualização, para
ver esta “grelha” de base da linha.
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Agna facidunt augait iure dolor si blam do odo odipisisisis adit veliquat ipismodo-lore facidunt ipit num ip ea amet, si. Usto et, commolorper si essequat. Min henibh euguero conulla feugait, quiscipit nostinis niam nos duisi.
Dignis nos aliqui tatincilisit augait acid-uis nim incip ea feum accumsan hendre ex etue molesse te magna ad enim vulputpat praese ero duiscil iquat, quat inisi.
Ullumsan ut veroRo odolorper sed te dolorer sequis niatisl exer ad te dionsequip ex ex et augait lore feum quam nis nulla autet lore veniat, corero do commy nisse-quis ectem niam duis nos ad tissis nullaore digna commy nonullamet autpat. Dolore magnis esto enim in eraessent niam vul-
land ipsustrud magna aliquisit dolesenit velendre vendre eugiate delessim do cor-tionse feumsan etum quatums andiamc orercinis ad ming ea commy nullamet nis elit in henis elismod olobort incidui psuscil iquat. Vulputat alit ullum euisis dolum iril dit nos el ullandit, quiscin essi.
Aci tetue dunt alis nim quations aliqui te duisl eum zzrilit ea conullut alismod magnim diam, sum veraesto consenissed eu feummy num nonummy nos nonse delis do er sim quipisl iureetum quam, qui tisim zzrilisisl utem vulput prat.
Pisi tiscipit wisim incil irit eugait prae-senit nisi tatisi blaore dolut am elenissed tem il eugiat.Num acil ipis accum dolortis doloreet
A gna facidunt augait iure dolor si blam do odo odipisisisis adit veliquat ipis-
modolore facidunt ipit num ip ea amet, si. Usto et, commolorper si essequat. Min henibh euguero conulla feugait, quiscipit nostinis niam nos duisi.
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AGNA FACIDUNT AUGAIT iure dolor si blam do odo odipisisisis adit veliquat ip-ismodolore facidunt ipit num ip ea amet, si. Usto et, commolorper si essequat. Min henibh euguero conulla feugait, quiscipit nostinis niam nos duisi.
Dignis nos aliqui tatincilisit augait acid-uis nim incip ea feum accumsan hendre ex etue molesse te magna ad enim vulputpat praese ero duiscil iquat, quat inisi.
Ullumsan ut veroRo odolorper sed te dolorer sequis niatisl exer ad te dionsequip ex ex et augait lore feum quam nis nulla autet lore veniat, corero do commy nisse-quis ectem niam duis nos ad tissis nullaore digna commy nonullamet autpat. Dolore magnis esto enim in eraessent niam vul-
land ipsustrud magna aliquisit dolesenit velendre vendre eugiate delessim do cor-tionse feumsan etum quatums andiamc orercinis ad ming ea commy nullamet nis elit in henis elismod olobort incidui psuscil iquat. Vulputat alit ullum euisis dolum iril dit nos el ullandit, quiscin essi.
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88.3. Viúvas, orfãs e espacejamentoQuando estamos a paginar um texto temos de ter cuidado
com os parágrafos que ficam pendurados por uma linha,
tanto no fim de uma página, como no começo. Não só
perturba a leitura de um dado parágrafo como demonstra
um tratamento de texto pouco cuidado. Como não
se pode reescrever o texto adicionando ou reduzindo
palavras, nem se pode alterar o corpo do texto, só existe
uma solução para que determinado parágrafo aumente
ou reduza uma linha de texto, sem que se note bem o
“truque”: mexer no espacejamento geral do texto, nesse
mesmo parágrafo (ver fig. 25).
E aqui vale a pena fazer uma chamada de atenção para
o que é o melhor espacejamento de texto. Os designers
de fontes e as casas que as editam decidem o que é o
valor para o espacejamento normal de palavras. Quando
despejamos um texto num programa de paginação ele
vem com esse ajustamento normal, que numericamente
é o zero. Contudo, o designer pode entender que esse
espacejamento é grande ou pequeno demais para a
melhor legibilidade possível desse texto. Pode, nesse
momento, alterar o espacejamento geral, para mais ou
para menos (normalmente, é para menos). Isto comprova
que o espacejamento pode ser modificado sem alterar
muito o aspecto geral do texto. É exactamente esse o
princípio da correcção das linhas penduradas: alteração
do espacejamento, nos parágrafos necessários. Há,
obviamente, um limite numérico nessa alteração, que
só o bom senso pode determinar, isto é, pode mexer-
se no espacejamento desde que o parágrafo não fique
descaracterizado graficamente e que não se distinga dos
demais parágrafos, senão estamos só a chamar a atenção
para ele (e da pior maneira possível, demonstrando uma
suposta “aldrabice”).
8.4. Paginação usando imagensJá aqui falámos que muitas das vezes o formato de uma
publicação é condicionado pelo tamanho ideal em que as
imagens deveriam ser reproduzidas. O mesmo cuidado
com a correcta legibilidade das imagens deve aplicar-se
também ao desenhar-se a grelha. Mais cuidado ainda se
deve ter com o texto. Isto é, uma grelha nunca deverá ter
a sua mancha de impressão muito próxima do interior
do formato. Muito embora nos pareça no écran, quando
paginamos, que o texto ou as imagens têm espaço mais
que suficiente para dentro, na realidadade quando
folheamos um livro impresso e acabado há sempre um
espaço morto na união da página par-impar que não se
consegue ver. Cuidado, portanto com o espaço interior,
e com os grafismos que aí colocamos.
Quando estamos a paginar com imagens é frequente
descuidarmos o alinhamento entre imagens e mancha
de texto. Como regras gerais podemos considerar as
seguintes: a) as imagens deverão estar sempre à mesma
distância da mancha de texto (tanto no sentido horizontal
como vertical), quer se trate de imagens com espaço
próprio na grelha quer sejam integradas na mancha de
texto (corandeis); b) as imagens devem estar tanto quanto
possível perto da sua referência no texto, e sempre depois
da mesma (é o texto que define a sequência de imagens,
daí ser legítimo que primeiro se leia a referência a uma
imagem e só depois se veja a imagem, mesmo que um
pouco longe); c) o alinhamento vertical de uma imagem
deve ser sempre feita: no cimo da página, pelo topo da
“altura x” do texto, na parte de baixo da página, pela base
da palavra (ver fig. 26).
Figura 25. À esquerda texto que fi cou com uma linha pendurada, à direita resolveu-se o problema apertando o espacejamento no parágrafo maior (-2 no Quark, -20 no InDesign)
Figura 26. A imagem deve sempre alinhar em cima pelo topo da “altura x” do texto e pela base da mesma, se for em baixo. A distância entre texto e imagens deve ser permanente.
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99. Índices, fichas técnicas, tabulações.
Uma publicação conta sempre com partes que
não pertencem ao corpo central do texto. A capa é
evidentemente a parte que menos tem a ver com o texto, é
a sua representação mais visível, podemos até dizer, mais
comercial. Muito embora tenha que ver graficamente com
o interior da publicação, não deve ser moldada com as
regras rígidas do mesmo (basta, por exemplo, usar um dos
tipos de letra do miolo para haver uma relação).
A página de rosto deve ser, essa sim, uma versão da capa
mais sintética (só o lettering da capa, por exemplo).
Temos depois a ficha técnica e o índice que por
implicarem um bom tratamento de texto, seja preciso
aprofundar um pouco.
A ficha técnica é normalmente um elemento gráfico
discreto, tanto que normalmente se coloca numa página
par e num tamanho de letra menor do que o resto. É
importante aqui distinguir entre categoria e pessoa. Não
se deve compor tudo da mesma forma (tudo a caixa-baixa,
fino, por exemplo) porque não se consegue uma distinção
eficaz, mas também não se deve destacar demasiado (é tão
importante a pessoa como o que ela fez numa publicação).
Pode colocar-se a categoria em caixa-alta e num corpo
menor e a pessoa em caixa-alta e baixa e num corpo
maior, por exemplo (ver fig. 27).
O índice é um ponto muito importante numa publicação.
Embora pareça lógico utilizarem-se no índice todos os
atributos das várias categorias de títulos e entre-títulos,
é desaconselhado pois causa perturbação haverem linhas
de textos com espessuras e corpos diferentes. A melhor
solução é utilizar sempre o mesmo estilo de letra com a
mesma entrelinha e para distinguir entre capítulos mais e
menos importantes utilizar apenas indentação. Utilizando
apenas a indentação, consegue-se perfeitamente distingui
que capítulos entram dentro de outros. Quanto à
numeração de página no índice é importante dizer que
os números, em qualquer situação que estejam debaixo
uns dos outros, têm sempre que ficar alinhados à direita.
E o índice não é excepção. Para isso ou o número vem à
esquerda do nome do capítulo (menos usual) ou vem à
direita e para isso é preciso utilizar as tabulações. Para
muita gente pode parecer complicado, mas é simples.
Infelizmente qualquer programa vem com medidas
pré-concebidas de tabulações, para as contrariar basta
seleccionar determinado texto escolher “tabulações” e
colocar as setas que se precisam no sítio e orientação certa
(alinhado à esquerda, direita, centrado, etc.). No sítio do
texto que precisa de se tabular, tecla-se na tecla “tab” (ver
fig. 28).
E, pronto… para já, é o mínimo que se pode dizer
sobre tratamento de texto. Ficará para uma próxima
oportunidade abordar o assunto com mais profundidade.
Até lá, aproveite-se bem a informação aqui contida, tudo
em benefício do leitor.
Figura 27. Exemplo de fi cha técnica.
Figura 28. Exemplo de índice. Por ordem de cima para baixo: Texto sem tratamento, texto com tabulações dadas, mas não editadas, edição de tabulações e resultado fi nal.