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TRAUMA FAST TRACK ORGANIZAÇÃO DOS CUIDADOS HOSPITALARES URGENTES AO DOENTE TRAUMATIZADO - UMA “VIA VERDE” PARA O TRAUMA Carlos Mesquita Hospitais da Universidade de Coimbra Hospital Infante D. Pedro - Aveiro PORTUGAL TRAUMA 2010 III CONGRESSO DE TRAUMA DO VALE DO PARAÍBA SÃO JOSÉ DOS CAMPOS

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TRAUMA FAST TRACK

ORGANIZAÇÃO DOS CUIDADOS HOSPITALARES URGENTES AO DOENTE TRAUMATIZADO

- UMA “VIA VERDE” PARA O TRAUMA

Carlos Mesquita Hospitais da Universidade de Coimbra Hospital Infante D. Pedro - Aveiro

PORTUGAL

TRAUMA 2010

III CONGRESSO DE TRAUMA DO VALE DO PARAÍBA

SÃO JOSÉ DOS CAMPOS

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CONTEXTO - 1

O Trauma continua a ser uma importante causa de mortalidade e morbilidade em todo o Mundo, incluindo Portugal.

Tal como para o AVC, EAM e Sépsis, também para o Trauma existe um conjunto de atitudes que, se realizadas numa fase precoce da doença, reduzem as complicações e a mortalidade associadas.

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CONTEXTO - 2

A OMS emanou, recentemente, recomendações e guidelines para a implementação de sistemas de trauma e programas de melhoria da qualidade da abordagem e tratamento do doente traumatizado. A OM publicou, também recentemente, as “Normas de Boa Prática em Trauma”.

A DGS traduziu e adaptou as orientações existentes a nível nacional e internacional, com a participação activa de um grupo de peritos e representantes dos vários Colégios da OM, da OE e das Sociedades Científicas afins ao tema.

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1. PROFISSIONALIZAÇÃO NO PRÉ-HOSPITALAR

2. NORMAS DE REFERENCIAÇÃO

3. OBRIGATORIEDADE DE COMUNICAÇÃO

4. REQUISITOS PARA A IMPLEMENTAÇÃO

5. NORMAS DE TRANSPORTE

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1 - PROFISSIONALIZAÇÃO NO PRÉ-HOSPITALAR • A assistência pré-hospitalar deverá ser assegurada por equipas profissionais

dedicadas e motivadas, com a formação adequada

• Estas equipas deverão estar integradas em sistemas que monitorizem e auditem a sua actividade e assegurem um programa contínuo de formação e melhoria de qualidade

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2 - REFERENCIAÇÃO PARA O SERVIÇO DE URGÊNCIA MAIS ADEQUADO • A referenciação dos doentes traumatizados deverá ser efectuada para o

ponto mais próximo da Rede de Referenciação de Urgência e Emergência SUB

• Sob responsabilidade do médico da VMER ou do CODU, o transporte poderá desviar-se para outro considerado mais adequado SUMC ou SUP

• Via aérea definitiva não assegurada • Insuficiência Respiratória Grave • Choque • Escala Coma Glasgow < 14 • Crianças e adolescentes <18 anos

Unidade com Urgência Pediátrica e capacidade cirúrgica

3 - AVISO PRÉVIO POR PARTE DO INEM

• O INEM deve proceder sempre ao aviso prévio das unidades de destino

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4 - REQUISITOS PARA A IMPLEMENTAÇÃO • Todas as Unidades com SU devem implementar a “Via Verde do Trauma”

• Esta implementação pressupõe, genericamente*, os cinco requisitos

cumulativos seguintes:

1. Critérios de activação 2. Existência de equipa de trauma organizada, com coordenador definido 3. Registos 4. Avaliação primária <20 minutos 5. Avaliação secundária <60 minutos

* Sem prejuízo das recomendações do documento “Normas de Boa Prática em Trauma”, da Competência em Emergência Médica, OM 2008

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4.1 - CRITÉRIOS DE ACTIVAÇÃO DA VIA VERDE aquando da triagem de prioridades ou por indicação médica no Serviço de Urgência

Sinais Vitais:

– FR < 10 ou > 29 C/m – SaO2 < 90% c/ O2 suplementar – PAS < 90 mmHg – ECG < 14 ou queda > 2 pontos desde acidente

Anatomia da Lesão:

– Trauma penetrante: cabeça, pescoço, tórax, abdómen, períneo, proximal ao cotovelo e / ou joelho

– Retalho costal – Fractura de dois ou mais ossos longos – Fractura da bacia – Fractura do crânio com afundamento, com ECG < 14 – Amputação proximal ao punho e/ou ao tornozelo – Associação trauma + queimaduras – Queimaduras Major / Graves: 2º Grau > 20% ou 3º Grau > 5% – Queimaduras com inalação – Queimaduras da face, pescoço, tórax, períneo, circunferênciais mãos ou pés

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4.2 - EXISTÊNCIA DE EQUIPA ORGANIZADA

A. NA URGÊNCIA BÁSICA (SUB)

– Coordenador nomeado para o efeito

– Médico com formação em SAV, SVT e Emergência Pediátrica

– Enfermeiro com formação em SAV, SVT e Emergência Pediátrica

– Segundo Enfermeiro (se houver possibilidade de afectação) idealmente com formação em SAV, SVT e Emergência Pediátrica

– Auxiliar de Acção Médica, conhecedor da metodologia de trabalho de uma Sala de Emergência

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4.2 - EXISTÊNCIA DE EQUIPA ORGANIZADA

B. Na Urgência Médico-Cirúrgica (SUMC)

– Coordenador nomeado para o efeito – Intensivista ou, na sua ausência, – Médico com formação e experiência em Medicina de Emergência / Competência em

Emergência Médica – Pediatra com SAVP, se existir – Anestesista com formação e experiência em trauma / Competência em Emergência

Médica – Cirurgião com formação e experiência em trauma e cirurgia de emergência /

Competência em Emergência Médica – Ortopedista com formação e experiência em trauma e cirurgia de emergência – Enfermeiro com experiência em cuidados de emergência, com SAV, SVT e SPV – Segundo Enfermeiro (se houver possibilidade de afectação) com experiência em

cuidados de emergência, com formação em SAV e SVT – Auxiliar de Acção Médica, conhecedor da metodologia de trabalho de uma Sala de

Emergência

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4.2 - EXISTÊNCIA DE UMA EQUIPA ORGANIZADA

C. Na Urgência Polivalente (SUP) – Coordenador nomeado para o efeito – Intensivista ou, na sua ausência, Médico com formação e experiência em Medicina de Emergência / Competência em Emergência Médica – Intensivista Pediátrico – Anestesista com formação e experiência em trauma / Competência em Emergência Médica – Cirurgião com formação e experiência em trauma e cirurgia de emergência /

Competência em Emergência Médica – Cirurgião Pediátrico – Ortopedista com formação e experiência em trauma e cirurgia de emergência – Neurocirurgião com formação e experiência em trauma e cirurgia de emergência. – Imagiologista com formação e experiência em trauma, idealmente em imagiologia de

intervenção. No mínimo, acesso a Imagiologia nas 24 horas, com relato médico dos exames, ainda que com recurso a telemedicina

– Enfermeiro com experiência em cuidados de emergência, com SAV, SVT e SPV – Segundo Enfermeiro (se houver possibilidade de afectação) com experiência em

cuidados de emergência, com formação em SAV e SVT – Auxiliar de Acção Médica, conhecedor da metodologia de trabalho de uma Sala de

Emergência

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4.2 - EXISTÊNCIA DE EQUIPA ORGANIZADA

D. Equipa Consultiva

– Equipa multidisciplinar que apoia a equipa nuclear já descrita. Esta equipa, no todo ou em parte, poderá ser necessária para a abordagem do doente traumatizado em Serviço de Urgência Médico-Cirúrgica ou Polivalente

– É fundamental que estes elementos tenham conhecimento dos protocolos de trauma em vigor. A sua intervenção na abordagem e tratamento de lesões deve ser feita com a adequada articulação e sob a orientação do Coordenador da Equipa de Trauma. Sem pôr em causa a sua autonomia científica, estes aspectos são fundamentais, porque o geral se sobrepõe ao particular

– A equipa consultiva de trauma é variável em cada centro, optimizando os recursos disponíveis. Os Centros de Trauma Nível 1 devem dispor, em tempo útil, de todas as especialidades (presença física, prevenção ou protocolo de transferência), para poderem tratar toda e qualquer lesão

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4.3 – REGISTO – OBJECTIVOS GENÉRICOS Numa Rede de Trauma, o registo de dados é fundamental, sendo também

essencial em qualquer um dos seus componentes.

– O registo ajuda a estabelecer um plano de acção, no tratamento do doente vítima de trauma, a todos os seus níveis, permitindo analisar: • Incidência • Prevalência geográfica • Causas e severidade da lesão • Identificação do acesso de cuidados • Eficácia do tratamento e desvios das normas • Resultados e custos associados

– A análise destes dados permite delinear estratégias para: • Desenvolvimento de programas de prevenção • Identificação de áreas do sistema com necessidade de medidas para melhoria

de atendimento: – Na sua operacionalidade – Na prestação de cuidados – Na necessidade de reforço de recursos – Na necessidade de reforço de adesão às normas de boa prática

• Identificação de outros factores, que recomendem alterações no desenho e na implementação do sistema integrado de trauma

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4.4 - AVALIAÇÃO PRIMÁRIA E ESTABILIZAÇÃO INICIAL EM

MENOS DE 20 MINUTOS

4.5 - AVALIAÇÃO SECUNDÁRIA EM MENOS DE 60 MINUTOS

O atendimento inicial do doente com trauma obedece à sequência “ABCDE”, estabelecida pelo American College of Surgeons / ATLS

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5- TRANSPORTE INTER-HOSPITALAR DE DOENTE CRITICO

• O transporte secundário do doente grave / crítico deve

ser efectuado conforme princípios enunciados pela Ordem dos Médicos e a Sociedade Portuguesa de Cuidados Intensivos *

* “Transporte de Doentes Críticos - Recomendacoes”, da Competência em Emergência Médica, Ordem dos Médicos, publicado em 2008

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REGIÃO CENTRO: ~ 2.400.000 h

HUC: ~ 1.800.000 (3/4) > 1.500 camas URGÊNCIA:

• Admissões / ano ~ 150.000 > 400 / d

• Internamentos / ano = 14.000 – 15.000

> 40 / d

• Emergências / ano = 1.400 – 1.500 > 4 / d

• Interv. cirúrgicas / ano = 3.500 – 3.600 = 9 - 10 / d

HOSPITAIS DA UNIVERSIDADE DE COIMBRA SERVIÇO DE URGÊNCIA

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Doença Interna 120.286

Quedas 8.790

Outros 7.231

Acidentes de Trabalho 4.663

Acidentes de Trânsito 2.209

Intoxicações 1.241

Agressões 1.150

Acidentes Escolares 829

Acidentes Desportivos 434

Total / ano 18075 1241 7231 120286 146833

Total / dia 50 3 20 330 403

12 % 1 % 5 % 82 %

HOSPITAIS DA UNIVERSIDADE DE COIMBRA SERVIÇO DE URGÊNCIA

ADMISSÕES EM 2008

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HOSPITAIS DA UNIVERSIDADE DE COIMBRA SERVIÇO DE URGÊNCIA

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HOSPITAIS DA UNIVERSIDADE DE COIMBRA SERVIÇO DE URGÊNCIA

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DSTC™

• 2006

• 2007

• 2008

• 2009

TEAM®

2000 – 2009

53 Cursos

ATLS®

2000 – 2009

18 Cursos

DPNTC™

• 2007

• 2008

• 2009

DATC™

• 2009

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