Trem local

7
TREM LOCAL ALUMÍNIO-BARUERI Autor: Rodrigo Alves de Paula (Arquitetura e Urbanismo – Uniso) 1. DESCRIÇÃO GERAL Serviço ferroviário local na antiga linha tronco da Estrada de Ferro Sorocabana entre as estações de Alumino e Antônio João (Barueri), funcionando como um alimentador e complemento do futuro Trem Regional São Paulo-Sorocaba, com conexão na futura estação São Roque do Regional, servindo também de um sistema local de mobilidade destinado aos moradores da Microrregião de São Roque e integrado aos futuros Expresso Oeste-Sul e VLT de Alphaville. 2. CARACTERÍSTICAS GERAIS Extensão: 53,8 km Estações: 9 (2 a construir) Apeadeiros: 5 Bitola: 1600 mm Velocidade média de operação: 45 Km/h

Transcript of Trem local

Page 1: Trem local

TREM LOCAL ALUMÍNIO-BARUERI

Autor: Rodrigo Alves de Paula (Arquitetura e Urbanismo – Uniso)

1. DESCRIÇÃO GERAL

Serviço ferroviário local na antiga linha tronco da Estrada de Ferro Sorocabana entre as estações de Alumino e Antônio João (Barueri), funcionando como um alimentador e complemento do futuro Trem Regional São Paulo-Sorocaba, com conexão na futura estação São Roque do Regional, servindo também de um sistema local de mobilidade destinado aos moradores da Microrregião de São Roque e integrado aos futuros Expresso Oeste-Sul e VLT de Alphaville.

2. CARACTERÍSTICAS GERAIS

Extensão: 53,8 km Estações: 9 (2 a construir) Apeadeiros: 5 Bitola: 1600 mm Velocidade média de operação: 45 Km/h

Page 2: Trem local

3. VIA PERMANENTE

Situação atual da linha-tronco da antiga Sorocabana, próxima a São Roque.

(foto de Reynaldo Marcondes: http://www.estacoesferroviarias.com.br/p/paradacinzano.htm)

- O trem correrá pela antiga linha-tronco da Sorocabana, entre os km

25 (Antônio João) e 78,8 (Alumínio); - Será necessária a adoção de bitola mista (1000/1600 mm) entre os

km 42,6 (Amador Bueno) e 70 (Pantojo) para que as composições possam operar com segurança;

- Entre os km 70 e 78, o sistema usará o Ramal da CBA, de bitola

mista e que conecta o Corredor de Exportação à usina da Cia. Brasileira de Alumínio (CBA);

- O Ramal da CBA e o trecho da antiga Sorocabana entre Pantojo e

Amador Bueno, atualmente sob administração da América Latina Logística (ALL), passariam a ser administrados pela CPTM;

- O trecho entre São Roque (km 63,8) e Mairinque (km 69,1) terá

uma linha paralela em bitola métrica exclusiva para o uso do Trem Turístico existente entre as duas cidades, com o uso de locomotivas a vapor;

Page 3: Trem local

- O trecho entre São Roque (km 63,8) e Mailasqui (km 53,8) passará a ser via única, exceto na área onde será construída a estação do Trem Regional em São Roque. Outro trecho que também terá via única (“desduplicação”) será entre Mairinque (km 69,1) e Pantojo (69,8);

- Será construída alça de acesso sentido Interior-Capital entre a

linha-tronco da Sorocabana e o Corredor de Exportação, no km 70, para desvio dos trens cargueiros de bitola métrica que se dirigem ao Porto de Santos;

- Os trilhos serão do tipo TR-57 para suportar o tráfego de eventuais

trens cargueiros da ALL para São Paulo e os dormentes serão de concreto somente defronte às estações e apeadeiros, podendo ser de madeira no restante da linha.

4. ESTAÇÕES

O serviço terá nove estações, a saber: Antônio João: operacional, usada pela Linha 8 da CPTM e,

futuramente, ao VLT de Alphaville. Será ampliada para receber o trem local;

Barueri: operacional, usada pela Linha 8 da CPTM e, futuramente,

ao Expresso Oeste-Sul; Jandira: operacional, usada pela Linha 8 da CPTM; Itapevi: operacional, usada pela Linha 8 da CPTM; Mailasqui: desativada e abandonada. Será reformada para receber

bilheteria e pequena lanchonete. Seu pátio será usado para depósito das composições, a ser detalhado ainda neste resumo;

São Roque – Regional: futura estação do Trem Regional; São Roque – antiga: operacional para o trem turístico. Será

adaptada para receber bilheteria;

Page 4: Trem local

Mairinque: em reformas para receber o trem turístico. Receberá bilheteria e pequena lanchonete;

Alumínio: será construída no km 78,8, 500 metros antes da atual

estação por três motivos: localização do pátio atual dentro da Cia. Brasileira de Alumínio, forte poluição provocada pela fábrica e dificuldades de acesso pelos usuários. A nova estação terá estacionamento, bilheteria, máquinas de vending-machine e pequeno terminal rodoviário.

O sistema também terá apeadeiros, que são pontos de parada dos

trens com o mínimo de infra-estrutura (assentos, cobertura e informações ao usuário). Serão cinco, no total: Pantojo, Marmeleiro, Vila Amaral, Gabriel Piza e São João Novo.

O pátio de recolha dos trens será em Mailasqui, dotado de posto de

abastecimento, pequena oficina para consertos rápidos e instalações para funcionários.

5. VEÍCULO

A composição a ser usada no serviço local será do tipo Automotriz ou railcar, sendo que o sistema não será eletrificado num futuro próximo.

Cada veículo será formado por dois carros acoplados por articulação,

tendo as seguintes características: - Transmissão diesel-mecânica - Dois motores diesel de 390 kW - 41 metros de comprimento - 120 assentos - Velocidade máxima de 75 Km/h - Sanitário a bordo

Page 5: Trem local

- Piso baixo em 70% do salão; - 3 portas e, cada lado (2 no salão de piso baixo e 1 no piso alto para

operações nas estações da L8); - Ar-condicionado - Espaço para três bicicletas - Possibilidade de tração múltipla Cada veículo terá uma tripulação formada por dois profissionais:

maquinista e revisor/fiscal verificador. Para o serviço, serão necessários 8 automotrizes, dos quais 6 farão a

operação Alumínio - Antônio João, 1 ficará de reserva em Mailasqui e 1 fará a viagem especial Alumínio - Osasco, no qual a composição ficará nas oficinas de Presidente Altino para revisão semanal e manutenção pesada (sendo um veículo por dia, em esquema de revezamento).

Trem Alstom Coradia LINT, com algumas das especificações para o trem local

(http://en.wikipedia.org/wiki/Coradia_Lint).

Page 6: Trem local

6. OPERAÇÃO

- O trem local ligará Alumínio a Antônio João em 75 minutos de viagem a uma velocidade média de 45 Km/h;

- Serão realizadas 108 viagens entre as duas estações, com headway

de 30 minutos nos dias úteis; aos Sábados, o headway será diminuído para uma hora e o intervalo aos Domingos e Feriados será de duas horas;

- O horário de operação será entre as 05:00 e 23:00; - Haverá um serviço especial diário ligando Alumínio a Osasco, com

uma única saída de Alumínio às 05:00 e de Osasco às 17:00. Esse serviço será usado por uma composição a fazer revisão semanal e manutenção pesada nas oficinas de Pres. Altino, havendo um revezamento diário entre a frota;

- A tarifa será a mesma praticada em toda a rede da CPTM; mas, não

haverá integração tarifária com a L8. As combinações trem local-VLT Alphaville, trem local-Trem Regional e trem local-Expresso Oeste-Sul possibilitarão um desconto na soma entre as duas tarifas, a definir;

- Nos apeadeiros, haverá leitores do Cartão BOM, adotando o

sistema proof-of-payment. Assim, cada trem haverá um fiscal que irá verificar se o cartão foi validado. As estações terão bloqueios tradicionais;

- Em algumas estações, haverá bolsões de estacionamento para

automóveis, motos e bicicletas; - A sinalização ferroviária será feita através da central de operações

da CPTM, por meio do CTC (Controle de Tráfego Centralizado), integrado à central de operações da ALL em Curitiba devido ao tráfego mútuo de cargueiros. As AMV’s serão controladas da central, dispensando a operação humana presencial (comum em pequenas linhas locais na Europa).

Page 7: Trem local

7. CONCLUSÃO

Por se tratar de um pequeno resumo, ainda não foram estabelecidos

os custos reais de implantação e operação, bem como a demanda a ser atendida. No entanto, o sistema terá capacidade de transportar até 12.900 passageiros/dia, podendo atender facilmente à demanda local de passageiros no eixo São Roque-Grande São Paulo.

A implantação do trem local não exige grandes obras de engenharia;

seria, na verdade, uma revitalização de toda a via permanente e infra-estrutura existente nos 54 km de trilhos entre Alumínio e Antônio João. Também não será preciso nenhuma retificação de traçado, já que o atual condiz com a proposta de operação de viagens locais.

De 1924 a 1998, a região de São Roque foi atendida por serviços

ferroviários metropolitanos e a sua desativação foi um erro que trouxe prejuízos para toda a população local. A sua reativação e modernização traria uma alternativa ecológica e eficiente para milhares de pessoas que se deslocam diariamente entre a Região Metropolitana Oeste e a Microrregião de São Roque, considerando também que a sua operação será essencial para o êxito do futuro Trem Regional São Paulo-Sorocaba.