Tribo Skate Edição 221

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Ano 23 2014 # 221 R$ 9,90 www.triboskate.com.br Molocope, five-O KLAUS BOHMS * HARRY JUMONJI * DIEGO OLIVEIRA * TWINPINES DOUGLAS MOLOCOPE UMA APOSTA DE PESO KAUE COSSA ACELERA A EVOLUÇÃO UM SORRISO NO TEXAS EDMAR EXPLORA DALLAS ARGENTINA CEM PRATAS EM LA PLATA

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Tribo Skate Edição 221

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tribo skate - ano 23 - março 2014

Douglas Molocope (pro) • Kaue cossa (aM

) • argentina • sorriso no texaseDiçÃo nº 221

ano 23 • 2014 • # 221 • r$ 9,90

www.triboskate.com.br

Molocope, five-o

Klaus Bohms * harry JumonJi * Diego oliveira * Twinpines

Douglas MolocopeUma aposta de peso

Kaue cossaacelera a evolUção

uM sorriso no Texasedmar explora dallas

argenTinacem pratas em la plata

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março 2014 // edição 221

Capa: a mureta da Unisinos, em São Leopoldo, é um pico clássico da Grande porto alegre. Um desafio para poucos, com muito skate no pé e coragem na alma. É o caso de Douglas Molocope, que foi pra cima sem hesitar para concluir com perfeição seu bs five-0 controlado ao máximo.Foto: Diego SarmentoÍnDiCe: este é outro fenômeno da nova geração do street e atende pelo nome de Tiago Lemos. Quando se fala em alcançar boas alturas em situações nada simples, chame o cara! Fifty, Rio de Janeiro, minutos antes do roubo das câmeras durante a Boulevard Tour (pablo Vaz conseguiu salvar a dele!).Foto: pablo Vaz

especiais>38. Um sorriso no Texas Edmar visita dallas

44. enTrevisTa amador KauE Cossa E a ColhEita

54. enTrevisTa profissional o pEso dE douglas moloCopE

66. argenTina CEm pratas Em la plata

Editorial ..................................................................... 12Zap ................................................................................. 16luZ .................................................................................. 74Casa Nova ................................................................... 82hot stuff .................................................................... 90Áudio: twiNpiNEs ...................................................... 92sKatEboardiNg militaNt ...................................... 94

seções>

2014/março TRIBO SKATE | 11

// índice

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Por Cesar Gyrão // Foto João Brinhosa

Cada pessoa tem seu relógio biológico que faz o corpo funcionar a partir de determinada hora do dia. Alguns necessitam de mais horas de sono, outros não sabem o que é dormir e basta uma sonequinha pra recuperar as energias. Depois do término do horário de verão, muitos se condicionam a continuar acordando mais cedo e acabam fazendo o dia render mais. O tema deste editorial de março foi uma deixa da entrevista do novo pro Douglas Molocope, um cara que

assume que dorme demais. Mas com tanta marretada classe A que ele trouxe na entrevista que é lançado na categoria, com suporte total de uma “banca” de marcas parceiras, ele merece muitos descontos pelas horas de sono. A expressão “fez barba, cabelo e bigode” pode ser sua marca nesta edição, pois o cara estampou a capa, concluiu ollies de grande estatura (ai meus joelhos!), e juntou material de sobra para ocupar as 12 pági-nas do artigo. Na mesma pegada, mas talvez sem condições de descansar tanto por ter acumulado grandes responsabilidades, Kaue Cossa espanca o mobiliário urbano sem dó. Adorei a frase em que ele fala que “como amador, eu amo a dor”. Ele consegue expresser em poucas palavras uma sensação muito presente em quem está na “ralação”. Saibam que eu não costumo usar muitas aspas em meus editoriais, mas desta vez estão sendo necessárias. As articulações e ossos dos skatistas que nos inspiram merecem mesmo algum descanso, que o mês de março ajuda a embalar após o Carnaval. Tem bastante coisa legal nesta edição. Inspire-se.

Yago Passos, na orla de Itajaí, bs lipslide daqueles que têm que ser puxados sem medo pra voltar no gás.

Embalos de março

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editorial //

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Editores:Cesar Gyrão, Fabio “Bolota” Britto Araujo

Conselho Editorial:Gyrão, Bolota, Jorge Kuge

Arte:Edilson Kato

Redação:Junior Lemos

Colaboradores:Texto: Eliana Castanho, Guto Jimenez, Helinho Suzuki, Jun Hashimoto, Manu Rysdyk, Raphael Kumbrevicius

Fotos: Allan Carvalho, Bruno Park, Caio Peres, Carlos Taparelli, Daniel Souza, Diego Sarmento, Diogo Groselha, Eliana Castanho, Fernando Gomes, João Brinhosa, Julio Detefon, Jun Hashimoto, Levy Raphael, Louis Dourand, Martin Kohl, Otavio Dias, Pablo Vaz, Pedro Macedo, Thiago da Luz, Wellington Arruda

Pátria Editora LtdaPresidente: Jaime BenutteDiretor: Iberê BenutteAdministrativo/Financeiro: Gabriela S. NascimentoCirculação/Comercial: Patrícia Elize Della TorreComercial: Cezar Toledo ([email protected]) Cibele Alves ([email protected])

Fone: 55 (11) 2365-4123www.patriaeditora.com.brwww.facebook.com/PatriaEditora

Empresa filiada à Associação Nacionaldos Editores de Publicações - Anatec

Impressão:Ipsis Gráfica e Editora

Bancas:Fernando Chinaglia Distribuidora S.A.Rua Teodoro da Silva, 907, GrajaúRio de Janeiro/RJ - 20563-900

Distribuição Portugal e Argentina:Malta Internacional

Deus é grande!

São Paulo/SP - Brasilwww.triboskate.com.brE-mail: [email protected]

A Revista Tribo Skate é uma publicação da Pátria Editora. As opiniões dos artigos assinados nem sempre representam as da revista.

Dúvidas ou sugestões:[email protected]

ANO 23 • MARçO DE 2014 • NÚMERO 221

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[01] A Sick Mind fez um barulho dia desses na loja da Rua Au-gusta (SP) para mais uma degustação de sua cerveja, a Sick Mind Skate Beer. O produto é indicado aos apreciadores de uma boa bebida, sendo a pedida certa para aquele drink depois das sessões de skate. Cheers! • O cabra da peste Julio Detefon volta à equipe de comunicação da Qix Skate. Ele já exerceu a mesma função em um passado não muito distante e agora se junta a (Jerri) Rossato Lima e Rodrigo K-b-ça nesta nova fase da mar-ca. • [02] Falando em Qix, a marca anuncia novas contratações! Biano Bianchin volta a integrar a equipe de profissionais, que também passa a contar com Caique Silva na categoria. Já Luiz Neto foi anunciado como reforço da equipe de amadores. • Tri-campeão mundial de street, o brasileiro Kelvin Hoefler anuncia que não faz mais parte da HD. Mas com toda a representatividade que o profissional tem, ele não deve ficar sem patrô de roupa por muito tempo. • Ligiane Xuxa também anuncia sua saída da equipe Black Sheep. • [03] Agora a rapaziada mais velha não precisa mais insistir em ser convidado pro rolê no acampamento mais skate do Brasil! Localizado na zona rural de Sorocaba/SP, o Brasil Skate Camp passa a abrir as ‘porteiras’ também para os maiores de 18 anos. A temporada especial acontece de 4 a 6 de abril. Informações e inscrições no brasilskatecamp.com.br • [04] Wilton Souza, o Wil de Arujá/SP que mora em Maringá/SP, é o mais novo reforço na equipe da Honey Pot Wheels. • A Jart Skateboards, marca europeia de shapes e que tem três brasilei-ros na equipe, Jonatas Souza (Piracicaba), Roger Silva (Foz do Iguaçu) e Diogo Vilela (São Paulo), desembarca por aqui com parte de sua equipe internacional. O tour passará por cidades de São Paulo, de 16 a 24 de março. (jartskateboards.com) • A distri-buidora Rysa Group, dos skatistas e empresários Rafael Russo, Naroga e Diego Sarmento, e que é responsável pelo comercial e marketing das marcas Liga Trucks e Hagil Wheels, passa a distribuir também em todo território nacional a Capital Skate-boards, do profissional LP Aladin. ([email protected]) • [05] Quero ver torcer o nariz agora! Várias marcas vem lançando produtos com temática de futebol e a adidas revela sua última tacada neste sentido: é a campanha Skate Copa, que vem com coleção específica e ainda uma competição de vídeos de skate. Fique ligado: facebook.com/adidasskateboarding. • A DC Shoes Brasil lançou vídeo que revela sua equipe 2014, composta pelos profissionais Alex Carolino, Bruno Aguero e JP Dantas, mais o top amador Tiago Lemos. • A marca de eixos Venture volta a ser distribuída no Brasil com exclusividade pela Plimax. • [06] A mais brasileira das marcas suecas de skate, a ProSk8 Scandinavia, responsável por um novo sistema de prolongamento da vida útil do shape chamado Tip Technology, adiciona mais três brasilei-ros ao time: Herniógenes ‘Mike’ Dias, Bruno Mendes (Carapi-cuíba) e Hudson Paz (Pirituba, Sampa), que fazem companhia a William Damascena e Rodrigo Maizena. • Marcelo Martins, do projeto social Love CT, destaque em nossa edição 212 (junho 2013), entra no flow team da Limité, marca paulista que desenvol-ve o conceito skate arte. (facebook.com/LIMITeSP) • [07] A LRG acaba de colocar no mercado sua linha voltada para as mulheres, a LRG Girls; elas que tanto presentearam seus namorados com peças da marca. Agora vai ser a vez deles retribuírem todos os presentes styles que receberam e deixaem suas gatas vestidas no estilo. • [08] O novo EMquadra da QG (Quadra da Gang) de Criciúma é apresentado pela Tribo Skate e tem William Damas-cena como o enfocado da hora. O profissional responde algumas perguntas interessantes e mostra um pouco do seu rolê. Assiste lá, que você não vai se arrepender: www.qgskate.com.br.

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Harry JumonJi

Como surgiu a ideia de você fazer um documentário sobre a vida do Harry Jumonji? Quando e onde  vocês se conheceram?

Conheci o Harry em New York em 1995 e fiquei impressionada com a sua personalidade. Eu estava, na Union Square (um dos skate spots de Manhat-tan), esperando por uma amiga quando ele se aproximou pedindo fogo para o cigarro. Começamos a conversar, e apesar dele estar em liberdade condi-cional, era a pessoa mais feliz do mundo… sua alegria de viver era conta-giante. Naquela época, o que eu sabia skate se resumia em ver as crianças andando no Supreme (loja de streetwear, umas das favoritas dos skatistas no-va-iorquinos). Ver o Harry andar de skate me fascinou.  Quando minha amiga, Margee Challa, chegou, disse que deveríamos fazer um filme sobre ele. Após este encontro continuei a vê-lo porque o meu escritório era no mesmo local do seu programa de reabilitação. Ficamos amigos e ele trabalhou para um comer-cial da Sony, o qual eu fui a produtora, porém ele foi preso novamente. Durante um tempo ele me escreveu da prisão, chegando a telefonar algumas vezes, mas acabamos perdendo o contato. Depois de alguns anos sem notícias pen-sei que tinha morrido. Fiquei surpresa de ver sua página no Facebook e soube que ele tinha acabado de sair de um centro de reabilitacão; isso foi logo após a morte do seu melhor amigo, Andy Kessler, em 2009. E quando finalmente nos reencontramos, perguntei se poderia fazer o documentário sobre ele.

Quando as filmagens começaram?Começamos a filmar há 3 anos. Eu iniciei o projeto com meu editor, Nick

Noyes, e com outro amigo Ryan Dixon - que fez as belas cenas do Harry no skate em meio ao tráfego de Manhattan. Harry me passou uma lista das pes-soas que ele considera importantes na sua história e, este foi o meu ponto de partida deste trabalho. Entrei em contato com essas pessoas e a visão de cada uma delas tem me ajudado a compreender este enorme quebra-cabeças que é o personagem do documentário. Este não é um filme sobre skate e sim sobre a história de um cara que já teve tudo nas mãos e não soube como segurar.  

Quais são as desafios/dificuldades deste projeto?Há dois grandes desafios: o primeiro é financeiro e o segundo é a de-

pendência química do Harry.  Até o momento eu tenho autofinanciado o do-cumentário, além de contar com o trabalho profissional dos amigos.  Outra dificuldade está  produzir  entrevistas e cenas de skate, porque ele passa longos períodos em tratamentos de reabilitação.

O trailer tem depoimentos de skatistas famosos no mundo inteiro, incluindo alguns dos Estados Unidos. Qual é a importância do Harry na cena do skate norte-americano e no cenário nova-iorquino?

Os skatistas, em seus depoimentos, deixam claro a importância do Harry no cenário americano e mundial. Lembram que ele é um dos pioneiros dentro do cenário urbano do skate de Nova Iorque. Ele também foi um dos pioneiros do movimento do skate na Costa Oeste (Califórnia), onde foi patrocinado por Christian Hosoi. Por causa do seu talento e personalidade, o Harry tem o res-peito dos grandes nomes do skate mundial, mesmo tendo “saído dos trilhos” antes de alcançar seu pleno potencial. Ele poderia ter alcançado fama e ter sua própria grife se não tivesse se envolvido com drogas. Apesar de tudo ele tem um personalidade contagiante e imenso talento.

O Harry saiu do Brasil há 30 anos e nunca mais voltou. Como ele se sente sobre esse projeto?

Harry é totalmente envolvido no projeto. Ele sabe que esta não é uma versão glamurizada de sua vida. Vamos mostrar também as coisas ruins e o lado negro da vida. Ele tem ajudado muito sempre que pode e está disposto em ajudar em tudo o que pedimos.

Você veio ao Brasil no ano passado para coletar informações de fami-liares e amigos. Quais eram suas expectativas?

Minhas expectativas antes de embarcar para o Brasil eram muito peque-nas. Eu queria entrevistar o pai e o irmão do Harry por serem partes impor-tantes da sua história. E claro, queria também conhecer alguns dos seus amigos e Ubatuba. Harry fala com muito carinho sobre sua família, amigos e, especialmente, desta cidade onde ele passou a infância.

Como foi esta experiência? Quantas pessoas foram entrevistadas?Conhecer o Brasil foi uma experiência incrível, não apenas para mim como

Erica Hill fala sobre seu documentário com Harry JumonjiElE foi um dos maiorEs talEntos do vErtical brasilEiro no início dos anos 80. ainda cHamado dE arizinHo, sua pEr-formancE E Estilo Em bowls como o da wavE cat, Em são bErnardo do campo, ou o do itaguará country club, Em gua-ratinguEtá, foram dEtonadorEs do início dE sua lEnda no mEio do skatE brasilEiro. ao aportar Em nEw york antEs da mEtadE daquEla década, ElE logo conquistou sEu Espaço E rEspEito pElo domínio do skatE E passou a fazEr partE da cultura local. nunca mais voltou ao brasil, crEscEu como Harry E fEz crEscEr a sua lEnda. rEconHEcido como um pErsonagEm da cEna undErground dE ny, Harry ExpErimEntou o céu E o infErno da fama. a sua História cHamou atEnção da dirEtora dE cinEma E tv, Erica Hill, quE comEçou a gravar um documEntário sobrE a sua vida.

TexTo fabio bolota e Eliana castanHo // FoTos Eliana castanHo

Erica e Harry.

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parteum e colexPeitas exclusivas// FoTo Junior lEmos

Em meio ao conturbado ambiente que o Centro de São Paulo viveu por causa do segundo grande ato contra a Copa do Mundo, a Colex recebeu uma galera firmeza para o lança-mento da quarta leva de camisetas em colaboração com Par-teum. E para quem não esteve presente e escapou de levar dura da polícia, Fabio Luiz explica o conceito por trás de mais essa leva de estampas exclusivas! (Jr)

“Eu costumo tirar fotos o tempo inteiro. É terapêutico! Desde o iPhone 4, com a função HDR e aplicativos mais avançados, ficou mais fácil tirar fotos com menos ruído e mais qualidade no celular. Eu peguei algumas fotos que tirei recentemente e criei sobreposições. Não dá pra dizer que se trata de dupla exposição, pois não é filme, mas a ideia foi por aí. Venho brincando com fotos que eu tiro no celular faz algum tempo. Eu as coloco na arte de produtos que levam meu nome desde sempre. No caso dessa coleção, todas as fotos têm um significado pra mim. O gato numa das fotos, a imagem da Radial Leste no último dia do ano passa-do, o rolê solitário de skate perto de casa... São crônicas visuais.”

também para Margee Challa, que me acompanhou nesta aventura. Esta via-gem foi além das minhas expectativas e mostrou não apenas a importância do Brasil na vida do Harry mas também como ele é importante dentro da his-tória do skate brasileiro. Eu não tinha conhecimento deste fato e isso mudou o conteúdo do documentário. Houve momentos emocionantes durante as filma-gens e confesso que chorei vendo George Jumonji, pai do Harry, declarar seu amor e seu arrependimento pelas suas atitudes na época do divórcio, quando ele era ainda um menino. Todos na família foram extremamente generosos com suas palavras e disponibilidade de tempo. Outro momento importante da viagem foi encontrar com seus amigos, considerados lendas do skate brasi-leiro (Fabio Bolota, Porque, Pois É, Mureta…). Conseguimos realizar muitas entrevistas e filmagens de skate em apenas dois dias. E isso não teria aconte-cido sem a ajuda de um dos amigos do Harry que organizou estes encontros na casa do Mauro, além de dar todo o suporte para viabilizar esta viagem. Pensei que iríamos entrevistar apenas umas cinco pessoas e conseguimos 15 depoimentos de amigos. Muitos deles conhecem o Harry, ou Ari como é conhecido em seu país, desde os 8 anos de idade. Eles recordaram histórias divertidas da infância em Ubatuba e alguns comentaram que seu estilo tem influência do surf, já que ele aprendeu a surfar antes de andar skate.

Qual a previsão de lançamento? Será uma produção para cinema ou apenas para DVD e internet e qual o nome do filme? 

Espero terminar a produção do documentário no meio do ano. Estamos em meio as transcrições das entrevistas brasileiras para o inglês. Assim que terminar esta etapa iniciaremos a edição. Ainda temos algumas para gravar mas serão produzidas simultaneamente à edição. Ainda não definimos o tí-tulo; temos várias ideias. O Harry gostaria que fosse Skateboarding Saved my Life (Salvo pelo Skate). O plano para o filme, no momento, é participar de festivais de cinema, para sentir qual será o marketing do produto. Tenho pensando no filme em DVDs e web, o que provavelmente será o futuro desta obra. Eu gostaria muito de ver este documentário em todas as lojas de skate nos Estados Unidos e Brasil. 

Como está sendo viabilizado esse documentário em termos de apoios financeiros?

Este trabalho está sendo autofinanciado e tive sorte de receber o apoio das marcas norte-americanas Supreme e Undefeated e da brasileira Pretorian. E até este momento a equipe de profissionais tem trabalhado voluntariamente e todos os recursos têm sido usados em equipamentos e transportes. Na fase

Harry JumonJi

final da edição vamos precisar de mais recursos e, para tanto, teremos que buscar novos aportes, de forma que o trabalho de busca de investidores será da maior importância. 

Qual sua opinião sobre o impacto do HJ no mundo da skate?Como o grupo inicial de skatistas urbanos da cidade de Nova Iorque é

muito pequeno, acredito que cada um tem uma papel de importância na his-tória deste esporte. O Harry se destacou neste grupo por causa do seu estilo, energia, habilidade natural e o fato dele sempre se manter à frente do seu tempo. Esse é um dos motivos dele ter sido matéria da revista Thrasher e um dos primeiros skatistas patrocinados por Christian Hosoi. Harry é um sobre-vivente. Não importa se é levado ao inferno pelo vício, sempre há alguém que quer ajudá-lo. É respeitado por muitas pessoas de renome da história do skate. Se você visitar um skate park em Nova Iorque vai perceber que a maioria dos jovens sabe quem ele é: uma lenda chamada Harry OG Jumonji.

Qual foi a história sobre a vida dele que mais te emocionou?Aconteceu há poucas semanas. Ele passou pelo meu escritório e assistiu

as cenas gravadas no Brasil. E, depois de muitos anos, ele viu seus velhos amigos e ficou supreso por eles terem muitas lembranças de passagens de sua vida. Também assistiu ao depoimento de seu pai e me agradeceu dizen-do que não  esperava ver seu pai novamente. Outro momento memorável foi quando ele conheceu sua filha pela primeira vez.

Harry “OG” Jumonji.

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Brasileiro CBsk amador

Campeões 2013das categoriasde base

Amazonas, Ceará, Rio Grande do Norte, Bahia, Espírito Santo, Distrito Federal, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná e Santa Catarina estiveram representados na pista pública do Parque da Juventude Città Di Maróstica, em São Bernardo do Campo, que recebeu no dia 22 de fevereiro o Brasileiro de Street Amador. Esses estados realizaram, através de as-sociações e federações, circuito locais que receberam a ho-mologação da CBSk, o que credenciou os campeões de seus respectivos rankings a participarem desta disputa nacional. E não foram só os amadores que competiram pelo título de campeão brasileiro 2013, já que também disputaram skatistas das categorias iniciante, feminino 2 e feminino 1. Foi um sába-do inteiro de sol com tempo virando no meio da tarde, assim como sempre acontece na área onde fica a pista de SBC.

Iniciante1º Marcelo Damazio (ES)2º Giovanni Vianna “Galera” (SP)3º Nathan Vianna “Tan Tan” (ES)Feminino 21º Jessica Morais (AM)2º Ananda Araújo (ES)3º Aline Benedetti (SP)

Feminino 11º Pamela Rosa (SP)2º Edilândia Mesquita “Pepeta” (CE)3º Juliana Monteiro “Pocahontas” (RJ)Amador 11º Suênio Campos (CE)2º Luiz Neto (SC)3º João Gabriel (SP)

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Pamela Rosa, bs double flip.

Suênio Campos, bs smith.

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emanoel enxaqueCa

Qualquer um deixa de lado os problemas quando ouve uma de suas músicas preferidas. Pensando desta forma, Emanoel Enxaqueca oferece 20 bons mo-tivos para não ter dor de cabeça quando o assunto é trilha sonora para o rolé de skate e de quebra mostra quatro capas que ele considera as mais styles!

Emanoel Enxaqueca (Crail Trucks, Santa Cruz Brasil e Moog)

Joy Division, Transmission Moob Deep, My PrioritiesJoy Division, Atmosphere Wu Tang Clan, Soul in the HoleJimi Hendrix, Hush Now Sabotage, Respeito é pra Quem TemJimi Hendrix, Good Times Sabotage, Canão foi tão BomJorge Ben, Porque é Proibido Pisar na Grama Paul Mccartney, Check my MachineTim Maia, No Caminho do Bem Raimundos, Cintura FinaAdemir Lemos, Rap da Rapa Bob Marley, Don’t Rock my BoatBlack Alien, Na Segunda Vinda Damian Marley, More JusticeMV Bill & Charlie Brown, Cidadão Comum Refém Steel Pulse, Man no SoberChorão, Ceú Azul The Clash, Guns of Brixton

The Velvet Underground, What Goes On

Fakie bigspin pivot grind na Hi Adventure.

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Bowl-A-Rama 2014// PoR Jun HasHimoto

Em comemoração ao seu décimo aniversário, a tradicional competição de bowlriding “Bowl-A--Rama” reuniu os melhores skatistas profissionais da atualidade e do passado em um dia memorável para o skateboarding mundial.

Com a presença massiva de público, estimado em mais de 5 mil pessoas, o evento é mais uma prova que esta modalidade está se firmando nova-mente como uma das mais emocionantes e de uma plasticidade visual única. O alto nível técnico dos competidores dificultou muito o trabalho dos juízes.

Os critérios de julgamento foram baseados em: 1 - Dificuldade, originalidade e variedade de manobras executadas;2 - Agressividade na execução das manobras (extensão e eficiência); Bucky Lasek, bs nosegrind.

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Murilo Peres, corner fs smith.

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3 - Continuidade da linha;4 - Utilização do bowl;5 - As duas melhores voltas da jam final formam o resultado.Na categoria profissional o contingente verde e

amarelo foi muito bem representado pelo carioca Nilo Peçanha, os paulistas Otavio Neto, Murilo Peres e Felipe Foguinho, mais os catarinenses Vi Kakinho e Pedro Barros. Na categoria master não tivemos nenhum representante. Apesar de ser uma competição de fato e de altíssimo nível, o evento demonstrou que o skate é muito mais do que isso. Ver a expressão de alegria na face dos masters, depois de uma session com os amigos, ou o êx-tase dos pros com a conclusão de uma manobra bem executada, demonstram muito bem o que eu estou falando. O skate é mais do que uma forma de expressão, mais do que um estilo de vida, é um estado mental de transcendência e a sensa-ção de liberdade dos nossos problemas diários - é pura energia vital. O retorno da Bones Brigade com o Tony Hawk, Steve Caballero e Mike McGill reforça essa teoria. Skate é uma fonte de juven-tude! Além destes, a reunião de grandes nomes do passado, como Kevin Staab, Jeff Grosso, Nick Guerrero, Lester Kasai, Eddie Elguera, Pat Ngoho, Mike Rogers fez do Bowl-a-Rama um evento má-gico, uma lição de vida. Entre os pros, os grandes destaques foram os brasileiros Pedro Barros e Feli-pe Foguinho, com manobras estratosféricas, muita velocidade e fluidez. Também os americanos Alex Sorgente (linhas consistentes e muita variação de manobras modernas), Greyson Fletcher e Sky Si-ljeg com uma radicalidade sem limites, pecando somente na inconsistência de suas voltas. O mes-mo ocorreu com Bucky Lasek na final, deixando faltar uma segunda boa volta na somatória de suas notas. A próxima etapa será o Red Bull Generation, em Florianópolis (dias 5 e 6 de abril), que reunirá novamente a nova e a velha guarda. Um evento que, com certeza, também será mais do que um simples campeonato, uma celebração do skatebo-arding, fonte da eterna juventude! Até lá!

Agradecimentos: André Barros, Ella Ryan (Frontside Events), Aluan Drummond

*Bondi Beach se pronuncia “Bondai” em português, e se localiza na capital de New South Wales (Nova Gales do Sul), Sydney. Famosa pelos shows de realidade: “Bondi Rescue” e “Bondi Vet” exibidas na TV. É a praia mais cos-mopolitana e democrática em Sydney, onde o “top less” é quase obrigatório e pessoas de todas as cores, raças e nacionalidades convivem em perfeita harmonia. Com-parativamente, Bondi seria para Sydney, o que Ipanema seria para o Rio de Janeiro; ou Venice para Los Angeles; com muitas lojas, restaurantes e baladas. Parada obriga-tória para o turista à procura de diversão, cultura e um lugar ao sol.

Pedro Barros, nose bone.

Jun e Nicky Guerrero.

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Master1º Tony Hawk2º Steve Caballero3º Nicky Guerrero4º Sergie Ventura5º Brian Patch6º Adam Luxford7º Eddie Elguera8º Pat Ngoho9º Sean Goff10º Peter Hewitt

Pro1º Pedro Barros2º Alex Sorgente3º Felipe Foguinho4º Bucky Lasek5º Sam Beckett6º Murilo Peres7º Cory Juneau8º Joshua Rodriguez9º Ben Key10º Josh Stafford

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nEm tudo quE Está no prato é saudávEl E o instagram Está aí pra nos mostrar sE os skatistas sE alimEntam bEm ou mal. sEm EsquEcEr quE o aplicativo também nos aprEsEnta cada novida-dE do mundo culinário. bom apEtitE, mas cuidado com o olHo gordo!

@skatesaude

@leospanghero @dexter_ricardo @dhiegocorrea

@diogogema @enxaquecaxv @felipesilva_tk

@flaviosamelo @luanomatriz

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a cara do klausPor cEsar gyrão // FoTo marcElo mug

Fevereiro marcou o lançamento do modelo de tênis do Klaus Bohms, pela adidas Skateboarding. Não é apenas uma conquista pessoal do brasileiro descen-dente de alemães, mas o reconhecimento de uma linhagem de skatistas que se sobressai no campo in-ternacional, independente de sua origem. Uma visita ao site da adidas, elenca o time de profissionais glo-bais que conta com o ícone máximo Mark Gonzales, puxando uma fila de nomes pesados como o alemão Denis Busenitz e o brasileiro Rodrigo TX e a categoria dos internacionais, skatistas pinçados para represen-tar grandes regiões da Terra, onde Klaus está situado. O Campus Vulc com a sua assinatura é um tênis dis-creto como o personagem e o vídeo de apresentação é algo bonito de ser ver, ótimo para lançar na sua pas-ta de preferidos para ver muito mais que uma vez e guardar para sempre.

Você escolheu um modelo que já gostava de usar e colocou a sua cara? Como foi a escolha das cores?

Sim, o Campus Vulc é meu tênis preferido desde a primeira vez que usei. No começo eu tinha várias ideias de cores ousadas e diferentes, mas depois de algum tempo decidi que teria que escolher uma cor que me permita usar o tênis sempre, com qualquer roupa, em qualquer ocasião, uma cor básica que eu nunca fosse enjoar. Por eu me interessar muito por cinema e estar sempre estudando sobre isso, assisto a muitos filmes em preto e branco, é uma paixão que vem logo depois do skate, então as cores tiveram essa inspiração.

Você comentou que teve apenas dois meses para fazer a parte de vídeo, pois já tinha pratica-mente “zerado” sua reserva de imagens. Como conseguiu fazer tanto em tão pouco tempo?

Eu tinha por volta de 30 seg de imagens guardadas, mas não queria usar todas elas. Então foi meio corri-do filmar essa parte no tempo que tive. Mas por outro lado, fiz várias viagens com o time da adidas nesse curto período, fomos pra Argentina, Chile, Los Ange-les e até passamos por SP. Isso facilitou bastante.

Como foi trabalhar com o Justin Albert na direção? Você escolheu as músicas com o pessoal da Juice?

O Justin e eu temos muito em comum, ficamos ami-gos já na primeira tour em que nos conhecemos. Ele é um cara novo, cheio de entusiasmo e responsa, foi muito bom ter feito essa parte com ele. Grande par-te das imagens também foi feita pelo (Diogo) Gema aqui em SP e Curitiba, e outras duas imagens são do Zokreta. Então foi tudo entre amigos. Eu fiz uma sele-ção de cinco músicas para o pessoal da Juice tentar conseguir os direitos autorais, mas não conseguiram. Como temos uma relação de amizade já há algum tempo eles sabem do que eu gosto musicalmente, es-tamos sempre trocando referências musicais e falando sobre isso, eles sabiam que eu gostava de Devendra Banhart e talvez tinham alguma facilidade em conse-guir os direitos autorais. E eu gostei muito do resultado.

Seu model será distribuído apenas no Brasil?Sim. Todos os produtos assinados por skatistas da

equipe internacional são destinados principalmente ao país onde vivem. Apesar de participarmos das tours no mundo inteiro e das ações globais, os nomes que são trabalhados em produto principalmente numa escala global são o Gonz, Busenitz, Silas, Nestor, Lucas Puig...

Bs five-O, Guarulhos.

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// zap

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diego oliveira

• Como é para você encarar tantas vezes um corrimão, depois de vá-rias tentativas e tombos, e não conseguir acertar a manobra? (Juliano Hensel, Cachoeirinha/RS)

– Essa é a pior sensação que existe; tentar, tentar e tentar, e não voltar a manobra. Eu chego em casa muito triste, cara! E com uma puta vontade de voltar no outro dia no pico pra acertar a manobra. Enquanto eu não acerto, não fico tranquilo. Acho que qualquer skatista tem essa sen-sação. Mas já voltei várias vezes pra casa sem acertar manobra. Já amarelei, também - acho que é a pior coisa do mundo isso!

• Você tem vontade de ter sua própria marca? Tendo em vista que as novas marcas que surgiram, feitas por skatistas, são bem feitas e sempre pensam mais nos skatistas? (Erick Alves de Souza, SP/SP)

– Tenho vontade de montar uma marca sim, mas acho que agora, andando de skate ainda, neste momento, não tenho tempo e não vejo como poderia fazer isso. A loja (Oliveira Multimarcas) fica no bairro onde eu moro, minha esposa toma conta e minha mãe dá uma força pra ela. Não me dedico muito por falta de tempo mesmo! Então, pra ter uma marca tem que se dedicar bastante; hoje não teria tempo mesmo, mas tenho vontade, sim. Mais pra frente, quem sabe.

• Como você faz para manter o rolê sem se machucar? Não tem medo de sofrer al-guma lesão devido ao seu peso? (Thiago Tosta, Ribeirão Preto/SP)

– Sempre fui assim, sou um cara meio que tem uma musculatura forte e pra mim é normal; ando de ska-te de boa assim! Já tentei fazer regime, não consigo. Como bo-lacha pra caramba. Pra mim é normal andar de skate assim, e eu também jogo bola toda segunda-feira.

• Como se manter no foco an-dando de skate, sobrevivente dele, diante de todas as dificuldades que o skatista encontra aqui no Brasil? Você passou muito perrengue? (An-dré Henrique da Silva, SP/SP)

– Passei, bastante, já. Teve uma época que eu fiquei sem patrocínio, tinha saído da Plasma, e já tinha fa-mília; então foi complicado me manter

só do skate. Passei muito perrengue! Mas o amor pelo skate nunca me fez desistir, amo andar de skate e quero andar até o resto da minha vida. E também não fico só pensando em ganhar dinheiro; claro que tenho que so-

breviver do skate hoje porque é minha profissão, mas eu ando também porque gosto bastante. Almejo dar o meu melhor

e sobreviver dele!• Estilo inconfundível, preciso e dono de uma das histórias mais inspiradoras de superação do skate

mundial poderiam definí-lo. No entanto, mesmo impressionando lendas como Eric Koston e Bas-tien Salabanzi, você optou por permanecer no

Brasil. Você acredita que se soubesse falar inglês e entendido as palavras do Koston no CPH PRO de 2008 sua carreira teria tomado um rumo diferente? (Eliézer Belchior Dantas, Porto Velho/RO)

– Acredito que se soubesse falar um pouco de inglês naquela época, tinha sido um pouquinho diferen-

te, mas na verdade eu nunca quis morar nos EUA. Sempre quis viver aqui no Brasil,

tanto que tinha um patrocínio legal, ganhava bem e não tinha interes-

se de morar nos EUA. E o lance do Bastien, quando ele levantou minha mão no pódio de Praga, o team menager da Volcom me chamou pra ficar lá. Como eu estava focado aqui, tinha um patrô bacana aqui, não quis viver na Europa. Mas não me arrependo! Criei uma família legal, tô legal aqui no Brasil. Hoje tenho menos vontade ainda de morar fora daqui. Já passou meu tempo, não sou mais moleque novo.

Hoje já é pro Tiago Lemos, Vinícius dos Santos.

• Coisas dentro do merca-do do skate têm acontecido, como competições com pre-miações gigantescas e gran-des corporações na cena. Na sua opinião, a entrada destas corporações ajudam a definir e estruturar o mer-cado do skate nacional? Ou estão apenas aproveitando a

boa safra do skate nacional? (Alan Ribeiro, Indaiatuba/SP)

– Isso pro skate é importante, mas o trabalho tem que ser feito

o diEgo é um cara sinistro. Em bom carioquês, isso significa quE ElE anda muito dE skatE, sEJa a situação quE for. implacávEl dEmolidor dE corrimãos, mEsas E bordas, ElE aJuda a dEsmistificar o ranço dE quE corrEr campEonatos nEm sEmprE é lEgal. ao lEr suas rEspostas dEstE lv, na ordEm quE viEram, vi aquElE molEquE sanguE bom quE o ari bason nos aprEsEntou lá atrás, Há mais dE 10 anos, HumildE no trato com as pEssoas E ElEgantE ao máximo sobrE um skatE. um cara quE não tEm mEdo dE rEspondEr quE Já amarElou para alguns obstáculos E quE assumE tranqui-lamEntE sua língua prEsa, é um cara vErdadEiro. ElE é uma EspéciE dE HErói local na zona lEstE dE são paulo, mas impõE rEspEito naturalmEntE quando aporta Em qualquEr lugar do mundo, tEndo sido rEvErEnciado por alguns grandEs skatistas dE outros paísEs (como o lEitor prEmiado bEm lEmbrou). é assim quE funciona: quEm sabE sE colo-car, o univErso conspira a favor. (Gyrão)

// Diego oliveira26 anos, 19 de skate

são Paulo/sPPatrocínios: new skate,

wood light, Freedom Fog, arnette, starter

Pai de um casal de Filhos

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diego oliveira

Overcrooked.

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Próximo enFocado: Samuel Jimmyenvie suas Perguntas Para: [email protected] o tema linha vermelha – Samuel Jimmycoloque nome comPleto, cidade e estado Para concorrer ao Produto oFerecido Pelo ProFissional.

do jeito certo; como várias marcas e vários investidores que já esti-veram aqui e não fizeram. Na verdade acaba sendo isso: o cara vem, suga do skate e quando não estiver mais dando retorno ele sai do mercado. Já aconteceu isso várias vezes, não é a primeira, não vai ser a segunda e nem a terceira que acontecerá. E hoje o skate está bom-bando novamente, eles vão entrar no mercado mesmo. E as marcas dos skatistas vão perdendo força porque não tem como competir com essas grandes empresas.

• Muitas pessoas criticam os skatistas que só correm campeona-tos e não andam nas ruas e filmam vídeo partes. Pra você que faz as duas coisas, qual a importância dos campeonatos? (Frederico Assis, Petrópolis/RJ)

– A importância dos campeonatos é ir lá e me divertir com meus ami-gos. Acho que correr campeonato também é uma puta adrenalina legal, eu gosto de correr. Vejo vários caras criticando, mas vários deles cor-rem. Então, acho que se critica não deveria correr. Porque acho que é importante pro skatista e pro próprio skate, por ele estar ali aparecendo na mídia, levando o skate pra quem ainda não conhece. E andar na rua também faz parte! Quem anda na rua também faz parte, sabe andar em pista também. Acho que está meio que acabando essa parada de o cara pistoleiro não andar na rua; porque se você não andar na pista não vai aprender umas manobras legais, descer uns canos. Apesar de que hoje em dia tem vários moleques bons, que estão fazendo tudo isso. Me inspiro muito hoje no Tiago Lemos, que é um moleque cabreiro e faz tudo isso: corre campeonato e se dá bem. Acho que está acabando esse preconceito, é só tirar como base os moleques novos que fazem tudo isso e andam pra caramba na rua.

• Existiu algum momento em que você pensou em desistir da sua carreira como skatista profissional? Se sim, qual foi o motivo que o fez pensar assim? E o que o segurou, o que o manteve nesse cami-nho? (Washington Luis, SP/SP)

– Não, eu nunca pensei em parar de andar de skate. Isso daí nunca passou pela minha cabeça, nem quando passei pelos piores momentos. Porque, além do skate ser minha vida, eu me desestresso com o skate, me sinto alegre com ele; nunca pensei em parar.

• Em primeiro lugar eu gostaria de deixar registrado o respeito que tenho por você e pelo profissional que é. Como é trabalhar com caras tão diferentes como Denis Silva e Sandro Dias em uma equipe e Léo e Chico na outra? E por que você colocou o apelido de Tufa no Sandro Dias? Valeu, Latrel. (Tom, Nanquim Skates, Mauá/SP)

– É diferente! O Denis é meu amigo, ando de skate com ele todo dia. O Léo mora no interior, mas também é meu amigo, o Sandro e o Chico também são meus amigos. O lance é saber respeitar, cada um tem seu jeito, sua vida, então é preciso saber lidar. Sem contar que brincamos pra caramba quando viajamos, é bem style! Esse barato de Tufa foi por-que a gente estava viajando com a equipe e o Sandro tinha feito a barba mas deixou um tufo, daí eu comecei a zoar, foi e pegou. Toda vez que a gente se encontra a galera lembra!

• Por que você não consegue falar Araraquara? (Caique Mendes, SP/SP)

– Porque eu tenho a língua presa, por isso todo mundo me chama da ‘cagalho’. A língua presa é um motivo de chacota, todo mundo me zoa!

* Pergunta escolhida foi a do Eliézer Belchior Dantas, Porto Velho/RO, que leva brindes das marcas que patrocinam o profissional: New Skate, Freedom Fog e Starter.

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Edmar aparEcido dE Souza olivEira é natural dE JacarEí/Sp E, dE alguma forma, até podE SEr comparado ao JuliuS (pai do chriS, do famoSo SEriado nortE-amEricano), afinal ElE trampou durantE um bom tEmpo Em doiS Em-prEgoS pra podEr Juntar grana E viaJar. mESmo não falando muito bEm o inglêS E lEvando apEnaS uma mochila E SEu SkatE, ElE não dEixou dE lado a razão dE SEu apElido ao conhEcEr pEla primEira vEz a tErra do tio Sam.

por Junior Lemos // fotoS Levy raphaeL E martin KohL

Um SorriSoem Dallas, Texas

Fs tailslide.

lEvy

rap

haEl

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// No correQuando o skatista coloca uma ideia na cabeça, é bem

difícil que ele não consiga realizá-la! Ainda mais se ela está ligada ao sonho da grande maioria de nós: conhecer os EUA e poder manobrar o skate em seus picos. Mes-mo passando pelo medo de ter o visto negado, pelo fato de ter que trabalhar em dois empregos por quatro anos, ao mesmo tempo em que estuda administração em um curso presencial, Sorriso correu atrás de mais esta con-quista em sua vida e conseguiu.

Pra quem não se localizou ainda, Sorriso mora em Ja-careí, uma das principais cidades do Vale do Paraíba e do estado de São Paulo. E o trampo que ele mantém até hoje é em uma tradicional loja de skate local, a Vahlent, de uma das lendas do skate dos anos 80: James Bigo.

Na mochila, Edmar não levou muita coisa, apenas al-gumas roupas e seu skate, já que o principal estava indo com ele: a curiosidade de saber como é a tão famosa terra do Tio Sam. Nem mp3 player, nem celular ele levou. Mas um item que o acampanhou foi fundamental para o sucesso da viagem: a carteira de motorista!

lEvy

rap

haEl

360 flip.

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eua // viagem

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// edmar aparecido de souza oLiveira29 anoS, 15 dE SkatEnaScEu E mora Em JacarEí/SppatrôS: cErEzini SkatE Shop, narina E vahlEnt board Shop

// WelcomeTudo certo na viagem, nada de perreio na imigração.

Chegando em Dallas, o amigo e conterrâneo Raphael Levy foi o responsável em hospedá-lo. E logo a primeira provi-dência: lançou a chave do carro na mão do cara. Foram 27 dias de liberdade de ir e vir em uma cidade onde se faz tudo de automóvel!

E o roteiro incluía também alguns rolês de turista, como conhecer o estádio do Dallas Cowboy. Mas o assunto prin-cipal era mesmo o skate, com a impressão de que “os pi-cos norte-americanos são chokitos como os nossos” e o marcante pensamento convervador dos moradores da me-trópole, com a polícia sendo muito atuante nas multas por andar de skate nos locais proibidos.

E pra não dizer que foi tudo perfeito, no caminho para passar os últimos dias na Califórnia com a rapaziada da Cerezini, Sorriso perdeu o voo. Embarque no dia seguin-te, uma grana a menos no bolso, mas a garantia de que o atraso não o fez perder um rolê exclusivo no The Berrics.

180 fakie pivot reverse.

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viagem // eua

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Switch fs heel 360.

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O seu apelido ainda é Lacraia?Não, isso daí foi na época de mirim. Não coloca isso, senão queima o filme!Você anda de skate o dia inteiro?Bem que eu queria, mas agora tenho que cui-

dar da filha e da loja, então estou dividindo meu tempo entre os três. Ou eu cuido dela de manhã, ando de skate à tarde e cuido da loja também, ou vou na loja de manhã, fico com ela à tarde e ando de skate à noite. Assim vou alternando os horários, dependendo do dia!

Como foi a criação da sua loja?A gente abriu no dia 12 de dezembro de 2012. A Raiz veio

de uma ideia minha e do João (Gabriel). A gente começou a vender a premiação dos campeonatos, umas mercadorias que a gente tinha e foi crescendo. Agora, com mais de um ano de loja, montamos equipe e contamos com o trampo de alguns videomakers. Tá rendendo, vem dando resultado! O nome vem das raízes fortes do skate, pra gente sempre lem-brar delas, aqueles nossos primeiros passos que levaram a gente a estar aqui até hoje, nessa caminhada.

Kaue CossaPlantar, regar e colher

Um dos responsáveis pela raiz skate shop, kaUe Cossa troCoU Uma ideia Co-migo ao mesmo tempo em qUe CUidava de sUa oUtra ‘semente’, a peqUena lUa gabriela, qUe Completa Um ano de vida em abril. Com 21 anos nas Costas, ConheCimento de manobras apUradas qUe lhe renderam importantes Con-qUistas, kaUe amadUreCe as ideias jUnto Com os skatistas de sUa eqUipe e reparte a safra do qUe Colhe Com a loja. afinal, ele sabe qUe Uma árvore bem CUidada e Com raiz sólida, sempre retribUi Com bons frUtos!

texto Junior Lemos // fotos ALLAn CArvALho

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entrevista am // kaue cossa

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Fs feeble arrancando.

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switch flip.

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Quem faz parte da equipe de sua loja?Thomas Losada e Rafael Galvão como videomakers; Murilo Correa,

Gustavo Paiva, João Gabriel e eu na equipe de skate. Ah, tem também o (Rafael) Horse na equipe de skate!

O que você acha dos skatistas começarem a abrir lojas, a tomar conta do mercado?

Já acreditava que o futuro ia ser assim e agora os skatistas vêm domi-nando mesmo! Acredito que não vai demorar muito pra todos os setores terem skatistas envolvidos, tanto na fabricação de shape, lojista ou o cara que vende. Vai ser uma comunicação direta, de skatista pra skatista! Isso é muito louco porque os skatistas estão se preocupando mais com esse lado do mercado. Antes muita gente reclamava e não fazia nada pra mudar, e agora os skatistas estão tomando conta do mercado. Com a visão que o skatista tem e o investimento certo, acho que o mercado brasileiro de skate vai fluir mais e mais!

Mas você acha que só basta o cara ser skatista, ou precisa bus-car o conhecimento pra poder tocar uma skate shop?

Com certeza não! Tem que se buscar uma visão muito mais ampla do que só andar de skate. Mas como ele vai lidar com uma coisa que ele vi-veu a vida toda, vai ser bem mais fácil; o skatista vai ter uma experiência bem maior do que o cara que nunca foi do skate.

E você buscou essa formação, aprendeu um pouco de administração?Sim, nós corremos atrás! Assistimos palestras, vamos direto no SE-

BRAE, tudo pra especializar ainda mais o nosso lado empreendedor. A gente agora sabe fazer um controle, sabemos quais as marcas que têm

essa é a meta, deixar um herança bem gorda e os ensinamentos; tudo que eu aprendi até hoje tem muito valor também.

Halfcab flip em Franca/sP.

jUni

or l

emos

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kaue cossa // entrevista am

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mais resultado. Enxergamos melhor este outro lado, o de administrar a loja.

Você finalizou os estudos? Pensa em fazer alguma faculdade?

Eu já me formei na faculdade da rua e estou fazendo mestrado, né! Mas a escola ainda nem terminei; pretendo um dia finalizar, só estou sem tempo, no momento.

Como é pra você fazer parte da Metallum, marca do André Hiena, um dos profissionais mais respeitados do skate nacional?

Isso que é o mais louco! Estou sempre envolvi-do com marcas que são de skatistas. Quando ele

começou o projeto, a gente iniciou uma conversa e agora que ela expandiu, fui chamado pra estar junto; é uma ideia muito boa. Estar em conjunto com quem tem o respeito de todos, desenvolver ideias originais e voltadas para o skate verdadeiro. Esse é o meu objetivo agora: trampar pra fazer os projetos de skatistas virarem cada vez mais!

O que os eventos amadores lhe proporcio-naram de mais valioso?

Um dos campeonatos que ganhei me propor-cionou o meu maior ensinamento de vida. Eu já ganhei três motos, outras paradas valiosas, mas o Element (Make It Count) me fez abrir bastante a

mente. Conviver com skatistas brasileiros impor-tantes, como o (Lucas) Xaparral, o Klaus (Bohms). Depois ir lá e conhecer o Mark Aplleyard, o (Eric) Koston, andar no Berrics, ver vários nomes do skate que conheci nos vídeos, desde as fitas de vhs, foi uma coisa inesquecível! Fora que fiz ami-zade com pessoas diferentes, de vários lugares do mundo. Uma coisa que vai ficar pra sempre.

Essa viagem pros EUA foi sua primeira ex-periência internacional?

A primeira viagem internacional que fiz foi pra Argentina! Depois, entre 2012 e 2013, EUA. Fiquei um mês lá, morei com dois norte-americanos, foi

360 flip nose manual.

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uma das minhas maiores experiências de vida.Você já fez tudo que queria. É pai, montou sua

loja e já visitou os EUA. Tem mais algum sonho?Foi louco porque realizei quatro sonhos em

apenas dois anos. Quando eu comecei a andar de skate, sonhava em ir pra Califórnia e ter minha própria loja. Aí em 2012 consegui realizar esses dois! E agora, em 2013, ter a minha filha e minha própria equipe de skatistas e de videomakers, fo-ram mais dois realizados.

E a profissionalização?Como amador, ou “amo a dor”, vou seguindo e

fazendo acontecer! Acho que ainda não é a hora

para isso, mas estou buscando cada vez mais experiência, conversando com vários skatistas, sabendo um pouco mais da experiência que eles passaram pra chegar a ser profissionais; pra eu saber quando vai ser a minha hora certa. Estou sem patrocínio de tênis e de roupa, preciso me firmar com a Kronik. Quero passar com tudo certi-nho, pro model, vídeo parte e tudo mais!

Como você encara as mídias sociais a favor de sua carreira? Acha que o skatista precisa se preocupar em ter uma boa presença no Ins-tagram e Facebook?

Acho que comunicação é tudo, né? É tão im-

sim, nós corremos atrás! assistimos palestras, vamos direto no seBRae, tudo pra especializar ainda mais o nosso lado empreendedor.

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kaue cossa // entrevista am

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Bs grind.

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portante quanto as demais coisas, como vídeo e re-vista. É um negócio que pegou muita força nos últimos anos e que hoje qualquer um é a sua própria mídia.

Você pensa bastante antes de postar alguma coisa ou vai por impulso?

Quando é relacionado à vida pessoal, eu nem pen-so muito assim! Mas quando é algo para o skate, ma-rketing pessoal ou pra loja, eu já penso no texto, na foto e nas pessoas que irão ver aquilo.

É do conhecimento de todos que muita gente no meio do skate curte fumar um. O que você acha da legalização da massa no Brasil?

Acho que a descriminalização traz mais benefício do que os efeitos causados pela criminalização. Se a gente pudesse plantar em casa, acabaria com o tráfico e com boa parte do que gira em torno dele, por exemplo. É uma planta, como qualquer outra, e ninguém tem que vestir máscara contra a descrimina-lização. Há políticos, médicos, muitas pessoas impor-tantes e influentes que fumam e se escondem. Têm grandes skatistas, até! Então é mais um preconceito de mentes antigas, tem que ser legalizada sim.

A sua última vídeo parte foi no Sangue e Suor?Não, a última delas foi pela loja mesmo, ano pas-

sado! A minha parte no Sangue e Suor foi em 2012. Agora está pra sair o bem-vindo da Metallum, junto com a entrevista, e a gente está trabalhando o novo vídeo do Skate S.A., que vai sair no final do ano. Já escrevemos o roteiro, vai contar uma história. A gente está produzindo em cima disso!

Como você está encarando o papel de pai?A Lua Gabriela faz um ano agora em abril. Foi uma

coisa que eu não esperava, mas aconteceu na melhor hora porque me deu mais responsabilidade. Agora eu não tenho só que lutar por mim, tenho que lutar por ela e só veio pra me fortalecer ainda mais.

Pensa em deixar um rede de lojas pra sua filha?Essa é a meta, deixar um herança bem gorda e os

ensinamentos; tudo que eu aprendi até hoje tem muito valor também. Vou incentivar se ela quiser ser skatis-ta, mas não quero que ela viva o meu sonho, quero que ela viva o sonho dela. O que ela quiser, vou apoiar até o final!

Há políticos, médicos, muitas pessoas importantes e influentes que fumam e se escondem. Têm grandes skatistas, até! então é mais um preconceito de mentes antigas, tem que ser legalizada sim.

// KAue CossA * 21 anos, 12 de skatesão bernardo do Campo/sppatroCínios: metallUm, arnette, raiz skate shop, santo forte tatoo, v4mU Caps e kronik (flow)*Tem aCenTo no ‘ê’ mas ele não usa!

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kaue cossa // entrevista am

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Fs flip, santo andré.

Como amador, ou ‘amo a dor’, vou seguindo e fazendo acontecer!

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entrevista am // kaue cossa

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De amaDor a profissional, De fã que observa os skatistas Da ar-quibancaDa a integrante De marcas criaDas por esses mesmos íDolos! Douglas molocope é prata Da casa com peso De ouro não só por representar o skate Da fértil região De novo Ham-burgo, mas também por ser Hoje uma Das principais apostas Da liga trucks, marca encabeçaDa por profissionais que são refe-rências no skate brasileiro. ele não é muito De acorDar ceDo, mas não Descansa quanDo o assunto é alcançar os objetivos. e para esse ano ele tem uma promessa a cumprir.

texto Junior Lemos e manu rysdyk // fotos diego sarmento

Prata da casa,peso de

ouro54 | TRIBO SKATE março/2014

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douglas molocope // entrevista pro

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Bs nollie flip em Canoas.

Ao invés de ganhar três campeonatos, prefiro lançar três vídeo partes no ano; fazer fotos e viajar, que é bem mais vivência e importante do que apenas um campeonato, que na semana seguinte ninguém mais sabe quem ganhou!

Em que lugar de Novo Hamburgo e com que idade você conheceu o skate?Foi em 2001, através de um amigo que morava do lado da minha casa, eu pegava o skate dele emprestado. Só quando terminasse a primeira comunhão ganharia meu

primeiro skate. Enquanto isso, fiquei um ano andando de skate em-prestado, pulando cordão e ralando o joelho. Tinha 11 anos e foi no bairro da Boa Saúde, onde eu me criei e moro até hoje.

De lá pra cá rolou alguma pausa?No começo, depois de dois anos seguidos andando de skate,

me machuquei no campo, jogando bola. Cortei meu pé e fiquei um ano afastado! Nesse meio tempo fui trabalhar com meu tio. Ele ti-nha um ateliê na frente de casa e eu fazia uns serviços de bike pra ele. Mas teve uma vez que era pra ir trampar no sábado, ia ganhar um aumento de vinte centavos. Eu pensei: “Quer saber, não vou mais”. Meu tio me respondeu que se não fosse, estaria despedido. Daí eu peguei o dinheiro da última quinzena e comprei um skate. Desde então, nunca mais parei de andar!

Você andava com uma gurizada do skate que hoje tá em evidência também.

Era nossa ‘crewzinha’: eu, (Thiago) Pingo, Dudu, o Dhieguinho (Correa). A gente estava lado a lado, sempre! Pegava busão sem di-nheiro; a gente se unia e fazia a força pra ir pros lugares. O início dos rolês foi com eles. Mas comecei mesmo a andar bastante foi com o Carlos Ribeiro (Dudu). Ele era meu ‘braço direto’ de sessão. E é até hoje; quando ele está por aqui a gente sempre vai pra sessão juntos.

Naquela época, quem ganhava o Game of S.k.a.t.e.?Isso daí a gente nem lembra! As letras acabavam e as manobras

continuavam. Era s.k.a.t.e. eterno; não ficávamos contando porque era mais diversão do que resultado.

O que você faz quando não está andando de skate?Gosto de dormir bastante, na real. Durmo demais, velho!Fica com a família?Tenho dois irmãos, um homem e uma mulher. Até sou padrinho

agora, do filho do meu irmão, que nasceu essa semana. Vou ter que ficar ainda mais próximo da família, pra dar uma atenção pro afilhado.

Me parece que você tem uma promessa a cumprir. Tem a ver com a família?

No dia 02 de agosto do ano passado minha irmã estava voltando de uma balada e se acidentou gravemente. O motorista estava bêba-do e eles bateram de frente com outro carro; morreram três pessoas. Quando recebemos a notícia do acidente, nos falaram que ela estaria entre os mortos, ficamos desesperados. Foi horrível! Mas graças a Deus estavam errados, ela estava no hospital muito mal, toda que-brada. Foram 25 dias entre a vida e a morte. Foi muito sofrimento pra todos; eu parei de fazer tudo, cancelei viagem e fiquei com a família, entre nossa casa e o hospital. Eu fiz uma promessa para ela sair daquela situação bem, se ela sobrevivesse eu iria sair da minha casa, que fica em Novo Hamburgo e iria até a Pista do IAPI, em Porto

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douglas molocope // entrevista pro

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Fs heel flip sobre o cano, Canoas.

Me sinto mais confiante de estar no meio de uma família que tem vários nomes de peso, que sempre fizeram história no skate.

Alegre, embalando de skate. São mais ou menos 39 km. Hoje ela está super bem e recuperada e eu tenho que pagar minha promessa! Vou fazer isso assim que passar essa correria da vídeo parte. É uma das minhas metas para esse ano.

Que style! O IAPI tá em todas na sua vida, hein? Além de ser o destino desta promessa você também é pé quente nos eventos que ro-lam por lá.

Pois é, muita sorte! Foi bem gratificante ter ga-nhado o best trick que rolou no Matriz Pro de 2011, na comemoração de 10 anos, e teve também a moto que eu levei no final do ano passado. Na ver-dade eu ando bem pouco lá, porque fico mesmo pelas redondezas de Novo Hamburgo. Daqui até o IAPI é uma horinha, eu fico bem vagabundo pra co-lar, mas procuro ir uma vez a cada duas semanas.

E qual foi essa tacada no final do ano que te fez realizar dois sonhos de uma só vez?

Então! Foi em um evento da Mad Rats. Ga-nhei uma moto e fui pra Tampa. Na verdade eu

já queria ir pra Tampa, mas acabei me enrolando e não consegui ir. Aí eu prometi: se chegar a dar o azar de ganhar essa moto aí, no mesmo dia eu iria comprar a passagem pra Tampa - o evento ro-lou uma semana antes. Acabei ganhando a moto, comprei a passagem e realizei um outro sonho. Não tinha como passar pra profissional antes de ter tido essa experiência!

Passou a régua na categoria amador em grande estilo.

Só de estar lá já foi uma experiência muito boa. Ver tantos caras bons, dentro de uma pista, aquela diversidade de estilos. Abriu ainda mais minha cabeça, foi muito bom pra dar um gás ago-ra como profissional! Fui só pro evento mesmo, é um absurdo: parece que a pista vai te engolir. O formato é três minutos e três skatistas correndo juntos. Consegui acertar algumas coisas, mas o nervosismo me ganhou nessa aí! Mas foi bom, só de estar lá e ver todo mundo andando, diversos estilos de skate, isso daí foi muito bom.

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entrevista pro // douglas molocope

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Fakie ollie, Gramado.

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Big ollie, esteio.

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Flip sobre o cano, Feliz.

douglas molocope // entrevista pro

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são 13 anos me divertindo com o skate. É uma caminhada já. Agora que passei pra profissional espero que sejam mais vários anos me divertindo com o skate.

Como foi toda a caminhada pra sua subida de categoria?Na verdade já faz uns dois anos, mais ou menos, que eu que-

ria passar pra profissional. Ainda bem que não rolou, não era pra ter acontecido mesmo, porque eu ainda não estava prepara-do! Ano passado foi bem importante pois consegui fazer várias coisas, participei de vários eventos e viagens, então acredito que foi na hora certa. Mas na real, essa preparação eu senti o peso dela agora, pois entrei em contato ainda mais direto com as marcas que me patrocinam. Acabei entrando pra dentro das empresas, literalmente, pois nós desenvolvemos alguns produ-tos: meu pro model de eixo, de shape e de tênis. Isso acabou fa-zendo toda a diferença nesse processo de passagem; fez com que eu me tornasse não apenas um profissional do skate mas também ter mais essa responsabilidade com as marcas.

Vocês não desenvolveram só produtos, me parece que também terá um logo. É isso?

A ideia do logo não foi minha e sim de um grupo de amigos que trabalhou junto na criação: Diego Sarmento e Andres Scho-narth, com a ideia do Naroga. Nos reunimos, conversamos e saiu o logo que vai estar em todos os produtos que levam meu nome. Ele tem uma marreta, que significa os lugares que eu gosto de andar, que normalmente são difíceis. E para a galera que criou, a marreta vem de uma expressão usada nas ruas quando se acerta uma manobra difícil. Eu fiquei com medo que parecesse ostentação, mas foi unanimidade e no final eu gostei do resultado. Espero que todo mundo também goste!

E a mudança de foco, o que você acha de ter que deixar de lado um pouco esse lado de campeonato?

Justamente foi por isso que eu queria que chegasse esse momento, de passar pra pro e parar um pouco com a com-petição! Ao invés de ganhar três campeonatos, prefiro lançar três vídeo partes no ano; fazer fotos e viajar, que é bem mais vivência e importante do que apenas um campeonato, que na semana seguinte ninguém mais sabe quem ganhou! Entrei na Code faz seis meses. Os caras são cabeça aberta e já enten-deram essa ideologia. Concordaram plenamente; eles até pre-ferem que seja assim, menos competição e mais estar de bem com a vida, mais natural mesmo. É assim que vai ser daqui pra frente, um skate mais verdadeiro.

As fotos de sua entrevista são pancadas pros joelhos, tem que ter as articulações em dia. Você faz alguma prepa-ração física?

Na verdade não vou em nutricionista, não vou à academia, mas sou bem regrado na alimentação. Procuro comer bastante fruta, um dia ou outro eu procuro fazer abdominais, faço alon-gamento e não falha. Porque eu preciso do corpo pra trabalhar, então é a ferramenta principal e ela tem que estar em dia pra tudo correr certinho. Fizemos mais de seis fotos, ainda tem mais duas pra fazer, não dá nem tempo de curar as pernas. É muita dor muscular, mas vamos que vamos!

Além das fotos, tem vídeo também?Sim, estamos com o projeto do vídeo da Liga, que vai sair

em breve. Não tem uma data definida ainda, mas todo mundo está filmando. Dia 20 de março sai minha vídeo parte, que é a transição de amador pra profissional, junto com essa entre-vista. Estamos finalizando e estou concentrado nela desde o começo e 2013, que foi um ano de muito trabalho! Quero que

termine logo, que eu seja oficializado como profissional pra po-der dar continuidade.

Durante uma sessão em que vocês estavam gravando rolou uma surpresa. Como foi?

Bah! Nem imaginava que ia acontecer agora, nesse momen-to. Foi muito emocionante! Estávamos na sessão, eu concen-trado e quase todo mundo da Liga estava lá dando apoio e tal. Quando vi o meu model de truck, não acreditei. Fiquei muito feliz! Eu considero muito todos da Liga, de verdade. Ter um pro model junto com esses caras foi uma prova pra mim mesmo que eu fui abraçado e não foi por qualquer um, foi pela Liga e pelo time todo, que não é qualquer coisa. Fiquei muito feliz e motivado. Essa missão foi cumprida, daqui pra frente é manter o foco. E vamos que vamos. Tô faceiro!

Você faz parte da Liga, uma marca que não é assim por acaso. Ela é feita de pessoas que estão ligadas ao skate, por-que antes de qualquer coisa seus criadores já eram skatistas. Isso te faz mais preparado pra encarar o profissionalismo?

Com certeza! Me sinto mais confiante de estar no meio de uma família que tem vários nomes de peso, que sempre fizeram história no skate. Pra mim é tipo uma aceitação nesse meio; di-zendo que eu estou no núcleo duro do skate mesmo, sabe! Que eu fui aceito só pelo fato de estar junto com eles, andando e tal, me divertindo. Não consigo nem expressar o que isso represen-ta. Na verdade eu nunca imaginava estar do lado deles. Em Novo Hamburgo rolavam os eventos profissionais da Qix, só os via da arquibancada, imaginando se algum dia iria andar com eles, se iria me tornar profissional. Mas todo aquele sonho de criança está virando realidade. Agora estou ao lado dos caras sempre, trocando ideia, fazendo coisas juntos, não só andando de skate.

Ano passado você viajou bastante com a Liga. A última foi pro Brasil Skate Camp. Como foi conhecer um acampa-mento exclusivo do skate?

A Liga me valorizou bastante também neste ponto, pois dei-xou de levar alguém mais experiente pra eu já ir entendendo como é que funciona e conhecendo outras pessoas do meio. A última foi essa mesmo e eu ainda não conhecia o acampamen-to! A Liga tinha ido no começo do ano passado, eu queria ter ido mas acabou não rolando. Aí desta vez eu fui, foi muito bom. É uma experiência muito boa ficar no meio da galera, com a molecada. É uma energia muito boa!

E o que você acha dessa nova geração de skatistas que está vindo aí?

Fiquei surpreso porque é muita molecada andando de skate. Você vê skate a todo momento, e nas ruas e nas pistas, que não suportam mais tanta gente. Acho que vai vir uma leva que não tem como medir o nível. Cada dia aparece um moleque novo! Estou contente porque imagino que agora não vai ter mais aqueles altos e baixos, vai continuar na tendência de evoluir. O skate virou uma parada cultural. Os pais estão levando seus filhos pra andar de skate, então acho que por isso o preconceito diminuiu bastante também.

Mas tem o outro lado da molecada estar com ideias de-mais, não acha?

Esse é meu medo! A molecada nova começa a andar de skate com o pensamento de ser profissional e ganhar dinheiro com isso. Mas o que eu tenho pra falar pra eles é que se começarem

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entrevista pro // douglas molocope

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Bs flip disaster, swell, Viamão.

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double set heel flip, Feliz.

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Fs board to hurricane, Canoas.

// dougLas gabrieL Prestes24 anos, 13 De skatenovo Hamburgo/rspatrocínios: liga trucks, Hagil WHeels, coDe skateboarD, cHronos skateboarDing e Da cHronic

a ter esse pensamento vão parar logo, não vão a lugar nenhum. Porque skate está no sangue, é um amor; né velho! Ando há 15 anos, agora que passei pra profissional e comecei a sobreviver disso. Tem uma galera mais nova que já tem uma cabeça mais aberta, que sabe que não é fácil. Mas a maioria dos novos já começa com essa ideia de ser profis-sional e ganhar dinheiro; estão totalmente errados!

Como vai ser daqui pra frente?Na real o sonho de todo mundo no skate, ou de

quase todo mundo, é ir para os Estados Unidos e viver lá. Eu já penso um pouco diferente; sempre quis ficar aqui no Brasil e trabalhar com as mar-cas brasileiras. Poder ter essa disponibilidade de viajar quando eu quisesse, mas não morar lá exa-tamente. Já fui algumas vezes e sei que não é o sonho como todo mundo pensa. Então, eu prefiro construir aqui e ter uma carreira sólida como pro-fissional e não deixar de viajar, ir e voltar.

Um convite…São 13 anos me divertindo com o skate. É uma

caminhada já. Agora que passei pra profissional espero que sejam mais vários anos me divertin-do com o skate. Essa vídeo parte marca esse momento de transição que estou vivendo. Traba-lhamos muito e o resultado ta aí pra todo mundo assistir. Espero que gostem!

Agradecimentos:Primeiramente quero agradecer a Deus, por

sempre ter me protegido ao longo dessa jorna-da me livrando de todo o mal. Agradeço a minha família, por sempre ter me apoiado mesmo nas horas difíceis; devo muito a vocês. Muito obriga-do a todos meus amigos de sessão por passar boas energias no dia a dia; não vou citar nomes porque posso esquecer de alguns e não vai ser legal. Agradeço aos meus patrocinadores Code Skateboard, Liga Trucks, Chronos Skateboarding, Da Chronic, Hagil Wheels por me proporcionarem tudo isso que está acontecendo comigo. Sem vo-cês realmente ficaria difícil isso ser realizado. Mui-to obrigado a todos.

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douglas molocope // entrevista pro

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Caracterizada por ser uma cidade universitária, La Plata, capital da pro-víncia de Buenos Aires, apresenta picos perfeitos para os pós-gradu-ados em andar de skate na rua. Sua atmosfera de cidade interiorana, a forte inserção cultural e o clima agradável, adicionaram ao nosso

currículo dias de muito skate, risadas e boas amizades, experiências valiosas para quem pretende visitar a Argentina além das cidades turísticas tradicionais.

Os skatistas Thiago Picomano (BH) e Felipe Augusto (SP) foram os protagonis-tas, com a participação especial de dois ‘coadjuvantes’: eu (Raphael Kumbrevicius) e o filmmaker Wesley Silva, de Belo Horizonte, que está na responsa do vídeo que sairá logo menos. Foram dez dias de skate e grana na medida certa, desempe-nhando o papel de personagens das histórias escritas pelas ruas argentinas.

Viajar pra andar de skate é sempre um exercício de matemáti-ca: falta grana, sobra disposição! e como os skatistas brasi-leiros são formados e pós-graduados em se Virar com o que têm, a Valorização dos fatores positiVos e a extração dos negatiVos resulta na multiplicação dos quilômetros roda-dos, das manobras efetuadas e também das histórias ViVidas. felipe augusto e thiago picomano estiVeram em la plata, na argentina, pra fazer mais um ‘curso de extensão’ nesta maté-ria que todos nós dominamos muito bem. (Junior Lemos)

// texto e fotos Raphael KumbRevicius

Cem pratasA mAtemáticA brAsileirA nA ArgentinAem La pLata

A turma deixou este corrimão para o final da viagem, uma das sessões mais intensas da turnê! entrada de lado, sem recuo para vir e com uma avenida movimentada de Buenos Aires na saída foram algumas da dificuldades do pico, que Felipe Augusto superou com este fs boarslide.

viagem // argentina

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Felipe Augusto. Felipe, bs lipslide, Buenos Aires.

argentina // viagem

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Pico próximo do hostel, esta rampa des-pertou a atenção e em um dia de menos movimento Picomano bateu o carimbo de foto preferida com esse bs heelflip.

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Praça é o que não falta em La Plata e esse gap de cinco extensos degraus recebeu nossa visita em um final de tarde típico na Argentina. Fs flip do Felipe Augusto, pra admiração da família que passeava pela área!

Picomano. Tiago, bs bluntslide, Buenos Aires.

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argentina // viagem

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Desde o primeiro dia em La Plata, o corrimão conhecido como Federación rondou nossos pensamentos, mas com o piso desfavorável foi preciso comprar um pedaço de madeira pro Tiago Picomano fazer o caminho deste bs noseslide.

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argentina // viagem

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Pico de Buenos Aires bastante conhecido por skatistas de todo o planeta, um jump ligeiro na grade que o separa da universida-de foi suficiente pra passar a madrugada em ação. Fs tailslide reverse, pra Felipe Augusto passar a régua na pauta!

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LUZAlexAndre CAlAdo, nollie heel em AnChietA, rJ.Foto Pedro mACedo

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thiAgo limA, switCh heel FliP, Bh.Foto diogo AndrAde

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KAren Jonz, hurriCAne nA swell, ViAmão.Foto dAniel souzA

AlexAndre Aquino, Bs FliP, Porto Alegre.Foto dAniel souzA

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Alex CArdoso, switCh Fs FliP, sAlVAdor.Foto FernAndo CArdoso

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Vitor sAgAz, wAllride, são PAulo.Foto CArlos tAPArelli

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Fabinho// fotos joão brinhosa

Ser skatista: É ser além da normalidade, é estar sempre de frente para a realidade.Quando não está andando de skate: No lazer, na internet, escutando música e aprimorando o conhecimento.Dificuldade em ser skatista na sua cidade: Falta de um bom lugar público e de marcas que deveriam estar mais presentes.Skatista profissional em quem se espelha: Tommy Sandoval, por seu equilíbrio e coragem.Skate atual: Shape Flip 8.25, trucks Independent 149, rodas Spitfire 54mm e rolamentos China Bones.Marca fora do skate que gostaria de ter patrô: Tam.Som pra ouvir na sessão: Rock.Parceiros de rolê de skate: Matheus Kuki, Andreo Lopes, Thomas Donelli, Daniele Galli, rapaziada de Cocal do Sul, crew de Criciúma, de Tubarão e de Florianópolis; é muita gente.Melhor viagem: Itália.Melhor pico de rua: A escadaria com corrimão em Forquilhinha. Melhor pista: QG Skate, em Criciúma.Sonha alcançar com o skate: Sonhar grande, plantar muito, colher bastante.Aquele salve: Ao meu patrocinador Daniel Session; João Brinhosa, sempre no corre; a toda crew do skate e para a revista, pela oportunidade.

// Fábio Ferreira24 anos, 14 de skatede Laguna, mora em CriCiúma, sCPatroCínio/aPoio: session store

‘‘skate me liberta e me faz cumprir a meta!’’Bs fifty.

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casa nova //

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Liminha// fotos Thiago da Luz

Ser skatista: É viver a vida sem limites, sem diferenças, sem desigualdade. É juntar a diversão e os amigos. É tudo na minha vida.Quando não está andando de skate: Estudo e jogo video game.Dificuldade em ser skatista na sua cidade: Falta de picos para andar.Skatista profissional em quem se espelha: Luan de Oliveira.Skate atual: Shape maple Kronik, trucks Venture, rodas Cisco, rolamentos Red Bones.Marca fora do skate que gostaria de ter patrô: Coca-Cola.Som pra ouvir na sessão: Dragon Force, Racionais, Tupac e Waka Flocka Flames.Parceiro de rolê de skate: Ramon Francisco.Melhor pico de rua: Brotolândia, em Criciúma.Melhor pista: Quadra de skate Parque das Nações, Criciúma. Sonha alcançar com o skate: Ser profissional, mostrar o meu potencial e o que esse esporte proporcionou na minha vida.Aquele salve: Se você tem um sonho, acredite, lute e tenha fé que você vai conseguir. Não deixe ninguém dizer que você não pode!

// Luiz Henrique Lima 15 anos, 2 de skatenasCeu em nova veneza, mora em CriCiúma/sCPatroCínio: santa marta

‘‘se você quer algo, lute, porque ninguém vai lutar por você!’’Gap flip.

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Ser skatista: Não é só manobrar, é um estilo de vida.Quando não está andando de skate: Estudo ou fico com meus camaradas trocando umas ideias.Dificuldade em ser skatista na sua cidade: A falta de peças e os seguranças que não deixam andar nos picos.Skatista profissional em quem se espelha: Bruno Aguero.Skate atual: Eixos Thunder, rodas Hordem, rolamentos Reds e shape Profile.Marca fora do skate que gostaria de ter patrô: Extra Supermercados.Som pra ouvir na sessão: Um bom rap, reggae e jazz.Parceiros de rolê de skate: Bruno Aguero,

Nietz Pires, Guilherme Preza, Johnny Correa, Diogo Melão e outros parças que sempre estão juntos na sessão.Melhor viagem: Londrina e Maringá.Melhor pico de rua: Vale do Anhangabaú.Melhor pista: Cecap Guarulhos.Sonha alcançar com o skate: Viajar o mundo, conhecer lugares, pessoas e culturas novas, e um dia correr o Tampa Am.Aquele salve: Pra minha família, meus amigos, as marcas que estão me dando uma força e agradecer a Deus, primeiramente.

// renato SiLvasão PauLo, sP21 anos, 9 de skateaPoio: gangster e ProFiLe

Fs feeble.

‘‘Lutar sempre, vencer às vezes, desistir jamais.’’

renato silva// fotos bruno Park

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Social Skate2ª edição da Sessão Surpresa// TexTo e foToS Junior LemoS

Sandro Soares e Leila dos Santos trabalham como um time de futebol para manter as ativida-des do Social Skate no bairro de Calmon Viana em Poá/SP. Eles mesmos defendem a meta, lan-çam a bola pro ataque, cruzam a bola na área, matam no peito e a chutam para o gol. Fazem o papel do técnico, do defensor, do centro-avante e do goleador. É guerreiragem pura em campo! En-tre as diversas atividades e eventos que realizam para destacar a importância do projeto, o jogo de futebol entre skatistas e membros da comunida-de chegou à segunda edição no final de fevereiro com o time dos skatistas vencendo a peleja por 4 a 3. Masterson Magrão fez três e se a partida tivesse acontecido no domingo ele poderia pedir música no Fantástico. E este ano a partida prestou homenagens ao Chorão, que certamente torceu pelo nosso time das arquibancas do céu!

Empenho.

O encontro relembrou o primeiro aniversário da morte do Chorão.

Torcida.

// zap

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Ser skatista: É viver, é ganhar e perder, é seguir uma batalha física e psicológica, é fazer amizades, conhecer lugares, é cair e levantar e tentar até acertar. Isso é ser um skateboarder!Quando não está andando de skate: Trabalho ou saio de rolê com meus amigos.Dificuldade em ser skatista na sua cidade: Por ser no interior, ainda tem muito preconceito, não visam o skate como esporte e muito menos como profissão.Skatista profissional em quem se espelha: Nyjah Huston.Skate atual: Shape Forty, trucks Crail, rodas Bones e rolamentos Reds Bones.Marca fora do skate que gostaria de ter patrô: Burn Energy Drink.Som pra ouvir na sessão: Rap e Reggae.Parceiros de rolê de skate: Fabio Danilo, Vinicius Bervind, José Rodrigues, Pablo Bruno

e toda família Sion.Melhor viagem: Praga, República Tcheca.Melhor pico de rua: Stallin Square; é uma praça que fica em Praga.Melhor pista: Plaza de São João da Boa Vista/SP.Sonha alcançar com o skate: Me profissionalizar e poder ter meu sustento através dele.Aquele salve: Um salve primeiramente a Deus, aos meus pais, pra minha irmã e todos os meus amigos. // Yean FLorêncio Ferreira 18 anos, 8 de skateartur nogueira/sPPatroCínios: mad rats, Your FaCe e FortY skateboardingaPoio: tateno skate shoP

‘‘vagabundo do skate não tem pra ninguém!’’

Nosegrind, Limeira/SP.

Yean // foto WeLLingTon arruda

Juni

or L

emos

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˜ Produtos tribo skate | Verão 2014 ˜O nOvO encOntra O clássicO

cultura sObre rOdas

www.triboskate.com.br facebook.com/triboskate twitter.com/triboskate instagram.com/triboskate

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// UrghA coleção Urgh Inverno 2014 conta com três camisetas feitas em parceria com o fotógrafo Robson Sakamoto que escolheu Gian Naccarato, Fábio Castilho e Igor Smith para representarem nessas exclusivas estampas do tema #skatelife.(11) 3226-2233 / urgh.com/blog/

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hot stuff // março

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Você começou no rock bem cedo, lá pelo fim dos anos 80... Como você começou a entortar sua vida? No bom sentido claro!Eu comecei a curtir rock bem cedo. Lembro que

quando era beeeem pequeno eu comecei a curtir o Kiss, porque eles apareciam bastante na TV na época em que eles vieram ao Brasil. Acho que foi em 1983. Acho que foi meu primeiro contato com o rock pesadão. Talvez eu tenha, primeiramente, me atraído pelos personagens, aquela caracterização toda da maquiagem, figurino; lembro que eu fiquei louco pra ir no show, e obviamente não pude ir (risos); mas acho que isso não saiu mais da minha cabeça. Fui me envolvendo pela música, pela rebeldia, essa coisa toda. Veio o skate, comecei a andar e fodeu tudo de vez (hahaha!). O skate veio em 85, 86, acho; dali pra frente a coisa piorou. Comecei a ouvir Ramones, Dead Kennedys, Black Flag, Suicidal Tendencies por causa dos meus ami-gos do bairro, mais especificamente o Rogério “Laranja”, que era da Gang Skate Grade. Ele foi um dos caras que me incentivaram a andar com o carrinho, ouvir som. Ele gravava o Grito na Rua em VHS pra mim por que não pegava a TV Gazeta na minha casa (risos); depois disso fodeu tudo! Em 88 teve o campeonato Sea Club no extinto Projeto SP; lem-bro que nessa mesma época eu menti pros meus pais que ia passar um dia na casa de um amigo que morava lá perto, mas fui ver o show do Toy Dolls, com 14 anos (huaahuha).

Outro dia vi uma foto de uma caderno de colégio seu com os logos das bandas que você desenhou. Foi nessa época que você tomou o gosto pela arte?

Meu primeiro contato com a arte foi na TV, com o programa do Daniel Azulay e a Turma do Lambe Lambe (risos). Acho que foi o primeiro contato que toda criança dos anos 80 teve com arte, mas era aquela coisa careta, infantil e inocente. Não demorou muito pra eu desandar pro underground, já que eu havia começado um bom

contato com as bandas de heavy metal. Creio que minha maior inspiração, no início, foram os desenhos do Derek Riggs, artista responsável pelas clássicas ilustrações das capas dos discos do Iron Maiden. Lembro de eu ter reproduzido à lápis quase todas as capas que eu tinha acesso e, depois disso, vieram os artistas do skate, como Jim Phillips e Vernon C. Johnson, e no Brasil, eram o Billy Argel, Tai Tai e Speto; todos esses artistas responsáveis por desenhos e estampas das marcas de skate nacionais e internacionais na década de 80. Depois disso as influên-cias não pararam, mas definitivamente o estopim foram as capas de disco de bandas de punk rock e heavy metal.

Que artes de capas de disco mais marcaram pra você?Foram muitas. Claro que as primeiras a me marcar

foram as do Iron Maiden. Eram cheias de detalhes, mostravam universos infini-

tos, eram agressivas, cheias de técnicas de pintura. Uma capa que me marcou bastante e eu redesenhei várias vezes também foi a do “Let’s Start a War” do Exploited, que muitos anos depois fui descobrir que foi feita pelo PusHead. Várias outras me marcaram: Metallica, Suicidal Tendencies. Até, claro, o Brasil do Ratos, que inclusive foi feita por um dos meus ídolos, o Marcatti, e eu tive a honra de fazer uma “releitura” de um desenho dele pro Ratos, na comemoração dos 20 anos do RDP. Dez anos depois refiz o mesmo desenho, 10 anos mais velho, pra simbolizar os 30 anos da banda. Essas são coisas que me fazem ver que toda essa “luta” tentando sobreviver de arte no rock não foi em vão. Momentos como esses são como troféus pra mim.

Vamos pular para os anos 90! Trombo você em shows acho que desde 93; vários shows do Anjo dos Becos, shows no Aeroanta, Retrô, campeonatos de skate... Quais suas lembranças dessa época?

Pô, pra mim os anos 90 são tão importantes quanto os

80, afinal, essa foi a época que eu já estava mais velho, mais independente, saía a noite, ia em shows. Foi nessa década que “moldei” o cara que sou hoje, desde os tipos de sons que curto, aos artistas que admiro, as pessoas que eu conheci, os ídolos que se tornaram amigos. O Pirata, do Anjo dos Becos, foi um cara muito importante no início. Ele era o “rockeirão” do bairro; conhecia todo mundo, me apresentou a rapaziada do skate da área. Virei amigo do irmão dele, o qual já desenhava há um tempo. Começamos a andar juntos, frequentar shows, desenhar. Foi uma época inesquecível. Eu tenho muita sorte de conhecer pessoas como ele e mais alguns manos daqui da área; hoje em dia não tem muita gente no meu bairro que curte o rolê que eu curto, mas na metade da década de 90, meus amigos curtiam umas guitar bands, uns punk rocks, e claro, foi com essa turma que eu me juntei. E virei o que sou hoje (risos).

Nessa época você já tinha entrado de cabeça na arte certo? Quais foram suas principais influências nesse começo?

Eu já desenhava desde moleque, mas sempre des-pretenciosamente. Era mais for fun, não tinha técnica, era fazer por fazer. Mas aí me enfiei em um curso de desenho pra ver se eu chegava a alguma profissão, porque até então eu era um vagal skatista. Mas como eu havia fraturado bem feio a perna, tinha dado um tempo bem grande de dar um rolê de skate, então me joguei nos desenhos. Foi aí que conheci o Hélio Greco, que me indicou pra fazer uns desenhos pra uma marca nova de skate. Foi meu primeiro emprego na vida. Tive a sorte de já cair num mercado que era a minha praia. Como eu não tinha muita experiência, pedi uns toques pro Binho, que já era um grafiteiro experiente, e me encaminhou numas técnicas, deu uns toques de estilo, porque eu desenhava muita caveira e naquela época o skate era mais hip hop, mais graffitti, e fui e fui e não parei mais. Depois conheci

TwinpinesMagoo é uMa figura cariMbada desde os anos 90. seMpre envolvido coM arte, skate e Música, ele fez Muitos traba-lhos para Marcas de skate que acabou solidificando seu noMe no Meio. eM Meados dos ‘00 resolveu sair dos basti-dores e forMou o twinpines coM seus aMigos da zona norte de são paulo, região onde cresceu. a banda coMeçou a toMar grandes proporções e hoje eM dia é uMa das Maiores referências do estilo guitar band no brasil, fazendo desde trilha sonora de vídeo de skate até ep pró lgbt. é coM você Magoo!

por HelinHo Suzuki // foto otavio DiaS

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áudio //

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o Speto, outro que me ajudou muito no começo. Dali pra começar a fazer outras coisas foi um passo, pois eu já an-dava com a galera das bandas, conhecia bastante gente. Foi assim que continuei minha carreira, sempre envolto de um mercado underground; desenhos pra cenários e capas de banda, camisetas e shapes pra skate, desenhos pra tatuagem. Eu acho que sou um cara de sorte, porque faço coisas que às vezes nem parecem trabalho. Ganho por isso e nunca tive patrão. Nunca precisei usar uniforme ou cumprir horários (risos).

Você também é um grande apreciador de filmes e da cultura dos anos 80, inclusive o nome Twinpines faz referência ao “De volta para o Futuro”. Essa cultura acaba influenciando sua arte e música?

Particularmente eu acho que os anos 80 e 90 foram os últimos grandes “booms” de criatividade e originalidade, tanto na música quanto no cinema. Não existiam tantos recursos artificiais, não existiam softwares pra melhorar o som, similar timbres e nem computadores pra fazer efeitos especiais em filme. Acho que, antigamente, a mão e a imaginação falavam mais alto - ou você fazia algo legal, ou não fazia. Não dava para maquiar, sabe? Mas eu não generalizo por completo. Existem coisas boas hoje em dia, mas creio que as mais legais, são as que têm como referência justamente as coisas produzidas nessa época. O Twinpines mesmo, busca referência nas guitar bands dos anos 90, em bandas como o Nirvana, Sonic Youth, Lemonheads, Dinosaur Jr, e por aí vai. Tentamos colocar nosso estilo no que fazemos da forma mais pessoal pos-sível, mas o DNA dos anos 90 está lá, sempre presente.

Apesar de você estar no rolê underground paulista há muito tempo, acho que foi com o Twinpines que eu vi você tocando pela primeira vez! Por que demorou tanto para montar uma banda? 

Eu toco bateria desde criança. Tocava na igreja que meus pais frequentavam (risos), mas quando abandonei a igreja cheguei a montar umas bandas de rock nacional. Tocávamos nuns barzinhos da Barra Funda. Até toquei num Guns and Roses Cover (huahuahua), mas fui aban-donando quando comecei a andar de skate e a desenhar também. Tornei isso as coisas mais importantes pra mim. Passaram anos até que, um dia, numa jam brincando no quintal da casa do Leo (vocalista e guitarrista dos Twinpines) a gente começou a levar algumas composi-ções mais à sério, saíram uma ou duas músicas legais e chamamos o Renato pra incorporar o time. Em 2003 formamos oficialmente o Twinpines. O Renato gravou nosso primeiro Cd, em 2009 resolveu sair pra se dedicar a outras coisas e entrou o Bruno em seu lugar, que está com a gente até hoje.

Como rolou esse encontro com os caras? Vocês já se conheciam?

Eu era amigo dos irmãos mais velhos do Leo (eu sou 10 anos mais velho que ele) e era muito amigo do Renato. Ele era o meu melhor amigo na década de 90; fazíamos praticamente tudo juntos, aprendemos a gostar dos mes-mos sons simultaneamente, por influência do irmão mais velho dele e dos irmãos do Leo que eram mais velhos. Sempre tivemos nossa vibe de fazer um som, mas nunca levamos adiante e o Leo sempre tocava nessas jams que fazíamos nos fins de semana na casa dele. Rolavam uns churrascos e tinha um mini estúdio lá. Nos juntávamos pra tirar um som e assim surgiu o Twinpines, naturalmente. Nunca foi um lance de “vamos montar uma banda”, sem-pre trocávamos instrumentos; era uma grande festa que resultou em 10 anos de experiência, muitos shows, muitas cervejas e muitas conquistas.

É verdade que o primeiro show do Bruno Monstro foi no dia que o Michel Jackson morreu (risos)?

É verdade, sim. Era o primeiro show dele como inte-grante oficial (ele já havia participado de alguns shows tocando uma terceira guitarra, e substituia o Renato em alguns shows que ele não podia ir) e foi engraçado, por-que a notícia da morte do Michael chegou à noite, minutos antes do início do show e, nós, como fãs, ficamos cho-cados. Foi bem engraçado. Até tiramos uns riffs de “Beat

it” pra homenageá-lo (haha). O Bruno sempre lembra da morte do Michael Jackson quando perguntam sobre a entrada dele na banda (aliás, o Bruno curiosamente sabe todas as datas de tudo que fizemos: dia, ano, horário; é impressionante, huahua). Foi em 2009, né?

Vocês quebraram um paradigma de que rock é só para “macho” gravando um EP através de um edital do ProAC LGBT. Foi uma atitude bem legal, já que infelizmente nos dias de hoje ainda há intolerância por parte de alguns grupos contra gays e afins. Qual foi a reação do público quanto isso?

Cara, pra gente foi algo tão natural… O Bruno é gay assumido, e eu e o Leo sempre lidamos com isso normal-mente, nunca o vimos como um cara “diferente”. Temos muitos outros amigos gays, dentro e fora do rock e o Bruno, um certo dia, disse que tinha umas letras que ele escreveu, que falavam de relacionamentos gays, falavam de coisas comuns do dia a dia entre parceiros do mesmo sexo; coisas como aceitação, preconceito; até mesmo superstição (risos) e ele queria inscrever a gente num edital que premiava projetos com tema que falassem do universo LGBT. Foi aí que tivemos a ideia de fazer o EP “Beige”, que tem cinco faixas. Não foi algo intencionalmen-te feito pra quebrar tabus, mas serviu pra mostrar que você não precisa ser gay pra falar de homossexualismo de uma maneira natural e sem preconeitos. Não somos uma banda gay. O Bruno entrou 6 anos depois e a banda já tinha um disco lançado, já tinha um estilo. Ele entrou pra ser mais um guitarrista e ajudar nas composições, tanto que ele compõe um monte de outras letras de outros discos. Mas claro que sempre tem quem reaja diferente, ache que viramos uma banda gay, acha que tamos que-rendo aparecer, chamar a atenção; mas, pelo contrário, queríamos inserir esse assunto de forma natural pra todas as pessoas. Creio que conseguimos fazer isso; no final das contas, as críticas negativas foram poucas. A gente acabou conquistando mais público por isso; não somente de gays, mas de todo mundo que, como nós, repudia qualquer tipo de preconceito, seja ele sexual, racial, ou de qualquer tipo.

A banda gravou a trilha do Dirty Money com o Ra-fael Crespo no comando da produção. Conte como foi essa experiência?

Bom, esse projeto teve uma emoção muito particular pra mim, porque envolveu um monte de coisa que me fez ser o que sou hoje. Eu cresci vendo vídeos de skate, e praticamente moldei meu gosto musical com eles, então fazer uma trilha sonora exclusiva pra um filme já foi algo emocionante e, fazer isso para um documentário, sobre uma fita que rodou centenas de vezes no meu vídeo cas-sete foi uma emoção à parte. Produzir isso com o Rafael Crespo, que é um dos meus ídolos do indie rock brasileiro, não tem preço. Sou fã dele da época que ele tocava no Elroy, que é pra mim uma das melhores bandas que já existiram no Brasa. Foi uma emoção e um resultado tão legal, que repetimos a produção dele no EP Beige. E, por último, fazer esse projeto com o Alê Vianna, que era um dos meus ídolos nacionais do skate e graças ao convite dele pra fazer as músicas do Dirty Money nos tornamos grandes amigos e fizemos vários projetos muito legais

juntos. Com certeza o EP Dirty Money soundtrack tem um significado muito especial pra banda e principalmente pra mim, como skatista, artista e músico.

Vídeos de skate sempre foram uma boa fonte para conhecer bandas novas. Tem alguma parte de algum vídeo que te lembra alguma banda ou vice-versa?

Foi justamente uma parte de vídeo que moldou meu gosto musical que dura até hoje. Foi em 1989, o vídeo “Speed Freaks” da Santa Cruz. A parte era do Mike Vallely. A música era “Freak Scene” do Dinosaur Jr. A partir daí, essa banda se tornou a minha preferida de todos os tem-pos. Eu montei um blog recentemente pra contar algumas das minhas histórias dos anos 90 e a primeira postagem conta detalhadamente essa minha experiência em ter conhecido o Dinosaur Jr por causa dessa video part .

Recentemente vocês lançaram o single “As a Sur-prise” com uma bela arte do Flavio Grão. Apesar de você ser artista, nunca assinou nenhuma capa para o Twinpines. Por quê?

Cara, como eu te disse, eu sempre fui muito fã das capas de disco, gostava de ver que além das músicas existia um artista que fazia as ilustrações das capas dos discos; e eu claro que sempre quis fazer algumas, e fiz, pra bandas de amigos, ou pessoas que admiravam meu trabalho; mas quando penso na capa do meu disco sem-pre penso “pô, seria tão legal convidar algum amigo pra assinar a capa da gente”, princialmente se for um amigo que curta o nosso som. Já rolou capa com o Rafael Sil-veira, com o Ciro, com o SHN, e agora com o Grão, que são todos amigos pessoais e curtem a banda. Isso me satisfaz pra caralho, mas um dia ainda farei alguma capa. Não sei, nunca se sabe. Por enquanto tô nessa vibe de curtir que os amigos participem com a gente, e sempre saem ótimos resultados.

Sub Pop Fest vai rolar logo mais. Contaremos com o Twinpines no line up?

Pois é, já ouvi essa pergunta várias vezes recente-mente (risos). Cara não vamos (ou pelo menos não nos chamaram ainda, risos). Eu acho que ainda rola muita panela nesses lances. Sempre quem traz a banda é quem abre os shows, ou a produtora responsável chama a ban-da dos amigos. Sempre rola aquela banda “privilegiada”, isso é bem foda. Por que às vezes as bandas que abrem shows de bandas gringas legais nem têm o mesmo estilo do som? Ou é sempre a mesma banda? Porque é sempre a mesma galera que traz. Dificilmente você vê alguém abrindo por mérito, porque faz um som legal, porque tem a ver com o som. É uma parada complicada. Ou você tem um produtor, paga pra coisa acontecer, ou tem os contatos certos; não basta fazer uma música de qualidade e honesta. Eu, apesar de ser um cara conhecido entre a galera da noite, da cena, do rock, não me envolvo em panelas, toco com todo mundo, não dou preferências. O importante é se divertir, conhecer pessoas novas, viajar. A cena já é tão fraca e pequena e as pessoas insistem em separá-la, segmentá-la. Isso é uma pena, porque tem tan-ta banda boa por aí tocando com qualidade, estilo, boas referências, e a galera sempre dá oportunidade pras mes-mas figurinhas de sempre. Enfim, estamos aí, aceitando convite pra tocar onde der e puder. É só chamar (risos).

Essas são coisas quE mE fazEm vEr quE toda Essa luta tEntando sobrEvivEr dE artE no rock não foi Em vão. momEntos como EssEs são como troféus pra mim.

(magoo)

2014/março TRIBO SKATE | 93

complemento // coluna

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* Guto Jimenez está no planeta desde 1962, sobre o skate desde 1975.

APOIO CULTURAL

Ivan

Shu

pIko

v

Todo skatista sabe o quanto é fácil de distinguir entre quem anda de skate dos modistas. Não é só pelo jeito de andar, pelas gírias que usa ou pela atitude no pico; na verdade, basta olhar pras canelas da pessoa pra se saber se tem o uretano na alma ou

somente no guarda-roupa. Canela brocada, marcada e que já foi exposta a algum tipo de ferimento indica que aquela pessoa realmente anda de skate, e que já sofreu com as consequências de algum movimento mal calculado. Canelinha lisa?! É poser e modista, sem a menor possibilidade de erro.

É fácil mostrar a diferença entre skatistas e posers, mas não é nada fácil separar quem é do skate dos “pseudos”. Eles se alastram cada vez mais no cenário, e assumem as identidades mais diversas possíveis. Va-mos ver apenas algumas delas:

* Pseudo “empresários” – Podem ser de dois tipos: os pára-quedistas e os caras-de-pau.

- Os pára-quedistas fabricam e/ou distribuem e/ou vendem skates e equipamentos, e conseguem viver disso com bastante conforto - só não peça a eles que patrocinem skatistas ou eventos, apóiem a cena ou a mídia e façam qualquer coisa que não seja lucrar em cima do skate... No máximo, vão colocar algum skatista pra trabalhar pra eles, de forma a trazer um mínimo de “legitimidade” ao seu negócio. É como se pra eles só existisse o “venha a nós”, jamais pensando em “seja feita a vossa vontade”. Infelizmente, o cenário brasileiro sempre teve gente desse tipo infiltrada no meio; eu mesmo consigo pensar em diversos deles, mais do que consigo somar com as duas mãos, sem fazer o menor esforço. Eles não enganam ninguém, mas conseguem sobreviver principalmente no quesito “preço”; ora, já que não investem de volta no cenário, podem-se dar ao luxo de oferecer seus produtos a um valor menor do que os seus concorrentes. Como organismo complexo que é, o skate infelizmente não consegue se livrar desses parasitas, cuja grande maioria jamais botou os pés sobre um skate ou, se botou, não pode jamais ser considerado como um skatista de verdade.

- Já os caras-de-pau são outra espécie de pseudos que se infiltram entre nós disfarçados, mas que não demoram muito a mostrar as suas verdadeiras faces. Geralmente, são pessoas com alguma história no meio do skate, seja em seu cenário local ou até mesmo com expressão nacional, e que fazem uso desse conhecimento pra se dar bem à custa dos outros. Os produtos e/ou serviços oferecidos por essa turma são de boa qualidade, já que entendem do assunto, mas esperar que eles cumpram com os compromissos assumidos é o mesmo que acreditar no Papai Noel, no Coelhinho da Páscoa ou na Fada dos Dentes. São muitas formas de enrolação: encomendas que jamais são entregues con-forme contratadas, apoios e/ou patrocínios que nunca saem do papel, pagamentos à mídia que ficam somente nos sonhos... Os exemplos são inúmeros, e incluem gente de todas as gerações do skate no país. O pior de tudo é que, quando você conversa com um indivíduo dessa categoria, ele sempre veste a carapuça de vítima, certamente achando que ainda consegue enganar aos outros.

* Outra categoria de pseudos no meio do skate são os promotores de eventos. É preciso ter muito cuidado e saber separar o joio do trigo, pois essa turma é esperta e vive disso – de promover eventos, quero dizer, já que a enganação é um acessório à parte. Na imensa maioria dos casos, utilizam-se de gente do skate pra também passar uma imagem de ser “de

Os pseudos

raiz”, quando na verdade o buraco é muito mais embaixo. É fácil ver se um evento é verdadeiramente de raiz ou se é promovido por um(a) pseudo(a): basta ver a premiação destinada aos competidores. Se a estrutura for maravilhosa, fantástica e espetacular, enquanto que a premiação é ridícula, não tenha dúvidas: existe um(a) pseudo por trás de toda a organização. Por outro lado, se a estrutura for apenas correta, mas a premiação for atraente e compensadora pros skatistas, aí sim você terá um legítimo evento de raiz sendo realizado. É preciso ter muito cuidado com as aparências, já que vale aqui aquele velho ditado de que “nem tudo o que reluz é ouro”: já soube até de um evento de skate de ladeira cuja parte da verba foi simplesmente surrupiada por um “pseudo” que apareceu do nada pra “ajudar” – e o prejuízo ficou com quem era realmente de raiz...

* Mais uma categoria de gentinha pra você prestar atenção: a “pseudo-mídia”. São “fotógrafos/videomakers” que surgem do nada, plantam-se nos melhores lo-cais do pico e registram imagens com câmeras de baixa qualidade ou até mesmo com smartphones. Em pistas de skate, a invasão desses vermes chega a ser um inferno, e não foram poucas as vezes em que vi gente de categoria e história no meio ter de disputar espaço à base de cotoveladas com essa corja. Pior ainda é aquele(a) sujeito(a) que se diz “blogueiro(a)”, publica no máximo duas postagens por mês e acha mesmo que tem que ter os mesmos privilégios de repórteres ou fotógrafos da Tribo Skate ou de qualquer outra mídia honesta do meio... Aí, só desprezando mesmo.

Pode ser que você sinta um pouco de decepção com um pouco daquilo que acontece nos bastidores do skate, e que você pode ter tomado conhecimento por aqui. Não ligue pra isso; assim como em qualquer outra atividade por aí, existe gente honesta e outras nem tanto. Nosso orgulho aqui na Tribo Skate é que somos dignos e temos história – além de muitas marcas nas canelas, joelhos e cotovelos pra contarem as nossas histórias!

mar

celo

mug

Skatista de verdade e evento de raiz: Mauro Mureta no Red Bull Skate Generation 2013.

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skateboarding militant // por guto jimenez*

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> Goiás- AnápolisRoots Skate ShopRua Leopoldo de Bulhões, 166, Centro(62) 3311-2012

> Mato Grosso do sul- Campo GrandeRema BoardhouseRua Pedro Celestino, 1387, Centro(67) 3213-2504

> Minas Gerais- Juiz de ForaHardbackRua Jarbas de Lery Santos, 1685, loja 2349, Centro(32) 3241-3347 HardbackRua Marechal Deodoro, 444, loja 127, Centro(32) 3216-0687

> Paraná- CuritibaTHC Skate ShopPça Rui Barbosa, s/n - loja 196 (41) 9933-2865

> rio de janeiro- Armação dos BúziosGeribá Skate ShopRua Maria Rodrigues Letina, 8, Geribá(22) 9 9843-1020 / 9 9796-6764

> santa Catarina- JoinvilleGrind Skate ShopRua São Francisco, 40, Centro(47) 3026-3840

> são Paulo- LimeiraDelfa Skate ShopLargo da Boa Morte, 34, Centro(19) 3704-4852

- PompeiaExalt Skate ShopRua Senador Rodolfo Miranda, 225, Centro(14) 9 8115-2318 / 9 8164-5397

- São José do Rio PretoSurf TrackAvenida José Munia, 4775, loja 120/121, piso 1, Jd. Redentor(17) 3355-0313

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Elas mantêm a chama acesaO papel das skate shops não é apenas vender produtos. É oferecer um atendimento de qualidade, que sa-tisfaça o cliente e alimente seu desejo de andar de skate, vestir-se bem, entender e viver esta cultura. Neste cenário, a informação é mais uma alavanca para o sucesso e é justamente aí que algumas lojas se sobressa-em. Elas são pontos de convergência, investem no esporte e ajudam a construir a história do skate brasileiro.

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shops! //

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