TRIMESTRAL | ABR.MAI.JUN. 2006 • Nº 8 • da Ordem dos ... · por objectivo, para além do...

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info TRIMESTRAL | ABR.MAI.JUN. 2006 • Nº 8 • 2 Magazine de informação da Ordem dos Engenheiros REGIÃO NORTE Xavier Malcata, uma aposta ganha na Engenharia Química

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da Ordem dos EngenheirosREGIÃO NORTE

Xavier Malcata, uma aposta ganha na Engenharia Química

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No número de Primavera da INFO Magazine prosseguimos o roteiro,iniciado há precisamente dois anos, de entrevistas a colegas dosdiferentes ramos da Engenharia e que se destacaram no exercício dassuas profissões. O escolhido deste trimestre é o engenheiro XavierMalcata, engenheiro químico de formação e professor catedrático daUniversidade Católica Portuguesa e ainda o coordenador do ColégioRegional Norte de Engenharia Química da Ordem dos Engenheiros. Asua carreira académica e profissional está inteira e intensamenteassociada à biotecnologia, sendo um dos responsáveis pelo sucesso epela excelência alcançados pela Escola Superior de Biotecnologia dessauniversidade, da qual é o actual director, e pelo Centro de Incubação eDesenvolvimento de Empresas em Biotecnologia, onde exerce o cargode administrador executivo. A secção Perfil Jovem esboça o retrato de uma promessa da EngenhariaAgronómica, de seu nome Sandra Bebiana Carvalho Monteiro, e que foicontemplada com o melhor Estágio de 2005, atribuído pela Ordem dosEngenheiros no seu Dia Nacional e que decorreu, no passado mês deNovembro, em Bragança. Licenciada pela Escola Superior deBiotecnologia da Universidade Católica, realizou o seu estágio noDepartamento de Qualidade e Segurança Alimentar da CONSAGRA,Consultoria Agro-alimentar, com um trabalho sobre a “Implementaçãodo Sistema HACCP na Indústria Agro-Alimentar”. O destaque deste número inclui ainda um dossier, elaborado peloColégio Regional Norte, sobre o ensino da Engenharia Civil em Portugal.Com base em informações e estatísticas disponíveis, os seus autoresdesenvolvem uma reflexão cuidada sobre os importantes desafios quetemos pela frente, académicos e profissionais, tendo em vista aexigência de um ensino de qualidade para uma actividade competente.De realçar ainda a notícia sobre a 1.ª edição do Engineer’s Trophy, umevento organizado, em Ponte de Lima, de 21 a 23 de Abril, e que tevepor objectivo, para além do indispensável e salutar convívio, colocar àprova a estratégia, a criatividade, a perseverança e o espírito competitivodos mais de 30 de participantes. Objectivo plenamente alcançado e quedeverá conduzir à realização de uma segunda edição desta iniciativa emtempos próximos.Finalmente, merecem ainda destaque os artigos de opinião dos colegasRicardo Cunha Reis, sobre “Inovação ou investir no Futuro”, e PatrícioMartins, sobre “Internacionalização, que compromisso?”. Ou ainda oambicioso programa de encontros que o Conselho Directivo e osColégios da Região Norte da Ordem dos Engenheiros vão organizar atéao final do ano em diferentes localidades da região.

Boa leitura.

Luís RamosVice-presidente do Conselho Directivo

índice4 8Opinião

Notícias

Entrevista 1612Vida Associativa20

Perfil Jovem

29Destaque

28Disciplina

30Engenharia no Mundo

32Agenda

Propriedade: Ordem dos Engenheiros – Região Norte.Director: Luís Ramos ([email protected].).Conselho Editorial: Gerardo Saraiva de Menezes, Luís Leite Ramos, FernandoAlmeida Santos, Maria Teresa Ponce Leão, António Machado e Moura, JoaquimFerreira Guedes, José Alberto Gonçalves, Aristides Guedes Coelho, Hipólito Camposde Sousa, José Ribeiro Pinto, Francisco Antunes Malcata, António FontainhasFernandes, João da Gama Amaral, Carlos Vaz Ribeiro, Fernando Junqueira Martins,Luís Martins Marinheiro, Eduardo Paiva Rodrigues, Paulo Pinto Rodrigues, AntónioRodrigues da Cruz, Maria da Conceição Baixinho.Redacção: Ana Ferreira (edição), Liliana Marques, Natércia Ribeiro e Susana Branco.Paginação: Joel Rocha.Imagens: Arquivo QuidNovi e Getty Images/ImageOne.Grafismo, Pré-impressão e Impressão: QuidNovi. Praceta D. Nuno Álvares Pereira, 20 4º DQ – 4450-218 Matosinhos. Tel.229388155.www.quidnovi.pt. [email protected]ção trimestral: Abr/Mai/Jun – n.º 8/2006. Preço: 2,00 euros. Tiragem: 12 500exemplares. ICS: 113324. Depósito legal: 29 299/89.Contactos Ordem dos Engenheiros – Região NorteJorge Basílio, secretário-geral da Ordem dos Engenheiros – Região NorteSede: Rua Rodrigues Sampaio, 123 – 4000-425 Porto. Tel. 222 071 300. Fax.222002876. http://norte.ordemdosengenheiros.ptDelegação de Braga: Largo de S. Paulo, 13 – 4700-042 Braga. Tel. 253269080. Fax. 253269114.Delegação de Bragança: Av. Sá Carneiro, 155/1º/Fracção AL. Edifício Celas – 5300-252 Bragança. Tel. 273333808.Delegação de Viana do Castelo: Av. Luís de Camões, 28/1º/sala 1 – 4900-473 Viana do Castelo. Tel. 258823522.Delegação de Vila Real: Av. 1º de Maio, 74/1º dir. – 5000-651 Vila Real. Tel. 259378473.

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editorial

Ficha Técnica

Lazer31

Poderia iniciar este pequeno artigo de opinião com algunschavões, invocando palavras como “inovação” ou ainda“investir no futuro”, mas não o vou fazer. Irei sim tentar serprático e conciso em algumas ideias e reflexões que a seguirexponho.Como foi do conhecimento geral, realizou-se em Fevereiroúltimo o 6º Congresso Internacional da Segurança, Higiene eSaúde do Trabalho na FEUP de 23 e 24 de Fevereiro,organizado pela Ordem dos Engenheiros – RegiãoNorte/FEUP/APSET, com uma adesão fora do comum, o quetornou, mais uma vez, aquele evento um verdadeiro sucesso,não só porque intervieram nos seus painéis alguns dos maisimportante nomes ligados a esta área, mas também pordiversos factores, entre outros, os que passo a citar:1. É um assunto bastante mediático, pois continua averificar-se, apesar de ter vindo a decrescer, uma taxa desinistralidade no trabalho significativa relativamente aoresto da Europa;2. No âmbito da construção civil, foram abordadas algumasquestões relativas à aplicação da “nova” regulamentaçãonomeadamente, o Decreto-lei 273/03 de 29 de Outubro e oDecreto-lei 12/2004 de 9 de Janeiro; 3. E ainda, qual deverá ser o perfil do Coordenador deSegurança, ainda no âmbito do Decreto-lei 273/03 de 29 deOutubro, de modo ser possível regulamentar estaactividade.Penso, fundamentalmente, que foi este último ponto quedespertou um interesse generalizado, pois na realidade trata-se da “criação de novas profissões” que se dão pelo nomede “Coordenador de Segurança e Saúde em Obra e Projecto”e de “Técnicos Superiores de Higiene e Segurança noTrabalho e Técnicos de Higiene e Segurança no Trabalho”.Funções ou missões essas obrigatórias na generalidade dasobras de construção civil, pois existem, quase sempre, maisde dois projectistas na realização de um projecto(Arquitectura e Especialidade) e mais de duas empresas aexecutar uma obra (Empreiteiro e Sub-empreiteiros). E aquestão era: quem é que deverá desempenhar essa função?Bom, não irei pronunciar-me sobre esta questão, mas simconstatar que de facto estas duas novas “profissões” terãoobrigatoriamente de existir no ramo da Indústria deConstrução Civil e a pergunta que deverá ser feita é:

– E a restante indústria, têxtil, calçado, informática e outras,não deveriam ter as mesmas obrigatoriedades que aconstrução civil? Será que se trata de indústrias de 2ªcategoria e de menor importância?Para se ter uma ideia, qualquer indústria para se manter emlaboração deverá ter o chamado alvará. No caso daconstrução civil, existe uma entidade regulamentadorachamada IMOPPI – Instituto dos Mercados de ObrasPúblicas e Particulares e do Imobiliário, e no caso dageneralidade das indústrias, a entidade regulamentadora éo Ministério da Economia.Ora, de acordo com a Portaria 16/2004 de 10 de Janeiro,regulada pelo IMOPPI, para a obtenção das várias classesde Alvará de Construção Civil a empresa deverá ter nos seusquadros os seguintes técnicos, entre outros:

Tec. Hig. Seg. Trabalho

Classes Engenheiro Eng. Técnico CAP nível 5 CAP nível 3

6 1 1 17 2 2 1 18 4 4 1 29 6 6 2 2

Nas restantes indústrias, reguladas pelo Ministério daEconomia, apenas está previsto um «Interlocutor eresponsável técnico do projecto», pessoa ou entidadedesignada pelo industrial para efeitos de demonstração deque o projecto se encontra em conformidade com alegislação aplicável e para o relacionamento com aentidade coordenadora e as demais entidadesintervenientes no processo de licenciamento industrial,conforme mencionado no art. 2º do Decreto-lei 69/2003 de10 de Abril. Sem mais definições relativamente ao perfil ouqualificação académica do mesmo, e em temos desegurança e saúde no trabalho, deverão ser exigidos osserviços internos, externos ou mistos, conforme Decreto-lei441/91 de 14 de Novembro.Ora, poderá ser legítima a argumentação de que: como aconstrução civil tem uma componente técnica elevada,deverá ter quadros mínimos com competência específicapara o desenvolvimento dos trabalhos na empresa. E nas

“Inovação” ou ainda“investir no futuro”

Ricardo da Cunha Reis, engenheiro civil

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info Página 5OPINIÃO

restantes indústrias não são necessários esses quadros?Caso o projecto de construção civil não seja bemconcebido, no seu todo, poderão estar em risco muitasvidas humanas. E no resto das indústrias não? Como porexemplo a informática que está, hoje em dia,constantemente presente em todos os sectores deactividade?Mas gostaria de ir mais longe na minha reflexão. É doconhecimento geral que qualquer empresa comcontabilidade organizada deverá ter um Técnico Oficial deContas (TOC) ou eventualmente um Revisor Oficial deContas (ROC). Ora estes técnicos terão como funçãoprincipal o tratamento dos números numa fase final, ouseja, irão trabalhar com os valores que são debitados pelaempresa em função do seu desempenho. E será que essedesempenho será o ideal, será que a indústria estará

munida de quadros técnicos suficientes, em quantidade equalidade, para que as empresas sejam produtivas emtodas as suas vertentes: comercial, planeamento, gestão derecursos, etc.Na indústria da construção civil, como o quadro mínimo éobrigatório, a probabilidade da empresa conseguir obterum maior desempenho é maior. Nas restantes indústrias,infelizmente para todos, a probabilidade é muito menor.Termino este pequeno texto, apesar de não o fazer noinício, com as palavras “inovação” ou ainda “investir nofuturo” porque é disto que o nosso tecido empresarialnecessita, mas para tal deverá ter nos seus quadrostécnicos trabalhadores válidos e qualificados, pois será estaa mais-valia para vencer as “guerras” com outros mercadosque estão a proliferar de forma desmedida e muitas vezessem regras.

Nos dias de hoje assiste-se, nos meios de comunicação,nos cafés, nos corredores das empresas…, a uma discussãoabusadora e até arrepiante sobre a crise económica do país,sobre o equilíbrio orçamental, sobre o fraco poder decompra dos portugueses, sobre o défice da balançacomercial, entre outros temas que fazem a actualidade. Poroutro lado, os especialistas em economia e finanças apelamdiariamente para a contenção da despesa pública e maisconcretamente para o cuidado na concretização de grandesobras. Tendo como objectivo a retoma da economia, estesprestigiados especialistas apontam como uma dasprincipais soluções a aposta na inovação e na penetraçãoem novos mercados exteriores, aumentando desta forma asexportações. Ora, pegando na palavra exportação, pergunto: Paraaumentar as exportações não será preciso em primeirolugar que as empresas se internacionalizem? Não seránecessário criar e aproveitar “know-how” interno dasgrandes realizações? Motivar para inovar conceitos oumotivar para ganhar um dinheiro extra? Não serão precisosdecisores que assumam riscos razoáveis? Não serãoprecisos processos que capacitem a nossa engenhariainterna? Não serão precisos métodos de produção eficazes?Não serão precisos métodos rigorosos de qualidade eprodutividade? Não serão precisos métodos de decisão, deconcepção e de exploração diferentes do que aqueles queaté aqui se têm aplicado? Não serão precisas receitas deinovação? Não será necessário mudar o comportamentodas pessoas no seu dia-a-dia? É necessário e determinante criar na nossa cultura umamentalidade diferente por parte da massa empresarial egovernamental porque penso que é unânime que nãoestamos no bom caminho e que se não mudarmos deatitude irá haver desequilíbrios na balança comercial nãocorrigível, nem a curto nem a longo prazo. Precisamos de desenvolver a nossa capacidade criativa.Precisamos de aproveitar o que internamente há a fazer,criando, na medida do possível, uma protecção aosconcorrentes nacionais para desenvolver ou importarmétodos de análise, investigação e desenvolvimento queenriqueçam o país, pegando por exemplo no que de melhorhá em países superdesenvolvidos. Tomando como exemplo

o aeroporto da OTA. Na realização desta grande e estruturalobra para o país, qual o capital empresarial português quevai ser investido ou empregue? Quantas empresasportuguesas de tecnologia vão contribuir com soluçõesinovadoras, sem ser com a força da pesada “mão-de-obra”,nesta infra-estrutura?O país e as empresas precisam, sem margem para dúvidas,de pessoas competentes ao nível da sua gestão superiorporque assumir o compromisso da internacionalização éassumir a vontade de criar riqueza interna através da vendade produtos/soluções ao exterior. Assumir ainternacionalização é expandir a nossa tecnologiaexportando o nosso “know-how”. Assumir ainternacionalização é aceitar riscos inerentes a este tipo denegócio. Para internacionalizar é necessário criarcompetências diferenciadoras que permitam elevar o nossoíndice de competitividade global (interno e externo). É necessário determinação por parte da governaçãoestratégica do país, para assumir uma engenharia derecrutamento eficaz, virada para o conceito daintermobilidade dos seus colaboradores, dainternacionalização dos seus conceitos, da globalização dosseus métodos produtivos. O país precisa de um leque de“indivíduos”, onde os engenheiros têm um papelfundamental e preponderante, capazes de pôr em práticatodo o seu “saber” para, em complemento com outrasactividades de gestão estratégica, exportar o conceito dopaís que sabe fazer apresentando um imagem moderna,inovadora e de grande valor tecnológico. Porque no mundoactual só se exporta tecnologia com valores diferenciadores,a exportação não é mais do que saber negociar mais-valiasentre duas sociedades/entidades. Capacidade intelectualnão falta neste país, portanto vamos lá “arregaçar asmangas”!

Internacionalização, que compromisso?

Patrício Martins, engenheiro electrotécnico

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Noel Vieira homenageado na FEUP

No passado dia 8 de Março, oDepartamento de EngenhariaMecânica e Gestão Industrial(DEMEGI) da Faculdade de Engenhariada Universidade do Porto (FEUP)homenageou o engenheiro Noel Vieira,um dos seus mais antigos professoresconvidados e recentemente jubilado. Do seu vasto currículo destacam-se osvários anos de ensino e a suaparticipação em diversos projectos derenome internacional, bem como afundação de uma das empresas deprojectos mais bem sucedidas – aFASE. Membro da Ordem dosEngenheiros há mais de 25 anos e ex-membro da Comissão de Admissão eQualificação da Ordem dosEngenheiros, Noel Vieira apresentou asua Visão sobre o Sector de Serviços deEngenharia em Portugal.Caracterizando a actividade, desde oseu início até ao momento do sectorde serviços de Engenharia, o

homenageado prosseguiu a suaapresentação fazendo menção a váriosaspectos dos serviços de Engenharia,desde o seu enquadramento legal até àrelação entre empresas euniversidades, destacando que “háestudos de ambos os lados. Seriadesejável um entrosamento maiorentre universidades e empresas.” Noel Vieira referiu ainda o papel cadavez mais importante das empresas deserviços de Engenharia no futuro, quereconómico quer social do país, e ovalor crescente desta área em Portugalque conta, cada vez mais, comprofissionais bastante qualificados.Os engenheiros A. Machado e Moura(vogal da OERN) e EduardoMaldonado (presidente do ColégioNacional de Engenharia Mecânica), emrepresentação, respectivamente, doConselho Directivo da Ordem dosEngenheiros da Região Norte e dobastonário da Ordem dos Engenheiros,associaram-se a esta cerimónia. Nofinal da sessão, Noel Vieira recebeudas mãos de Machado e Moura um“pin” de prata, representativo dos 25

anos de inscrição na Ordem dosEngenheiros e foi igualmentepresenteado pelo director do DEMEGI– engenheiro Paulo Tavares Castro –com o livro “Memórias da FEUP”,evocativo das antigas instalações damesma faculdade na Rua dos Bragas.

Bons projectos

Os bons projectos resultam, apenas esó, de um trabalho de equipamultidisciplinar simultâneo, desde asua raiz. Esta ideia foi defendida porunanimidade entre os vários engenheiros e arquitectos queprotagonizaram as terceiras Jornadas deDirecção e Gestão da Construção. Poroutro lado, neste encontro, realizadorecentemente na sede da OE esubordinado ao tema “A importância deum bom projecto e da suacoordenação”, ficou ainda claro que ummau projecto é o principal causador deconflitos na construção e poderá terconsequências imprevisíveis no seudesenvolvimento. Por seu lado, a OEadvertiu para a importância dos bonsprojectos, assentes na Especialização deDirecção e Gestão da Construção.

Novas leis da construção em debate

“A Revisão Legislativa do Sector daConstrução” foi tema de debate,promovido pela Ordem dosEngenheiros (OE), em mais um dosjantares-debates, inseridos num ciclosobre assuntos ligados à Engenhariaportuguesa, no âmbito dascomemorações do 70º aniversário da

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OE. Hipólito Ponce de Leão,presidente do Instituto dos Mercadosdas Obras Públicas e Particulares doImobiliário (IMOPPI), foi o oradorconvidado, tendo abordado os váriosdiplomas sujeitos a uma reformulaçãopelo Ministério das Obras Públicas,Transportes e Comunicações,nomeadamente “A contratação públicade empreitadas e serviços”, “A revisãodo Decreto 73/73”, “A ficha técnica dehabitação” e “O Decreto lei sobre aqualificação profissional doscoordenadores de segurança em sedede projecto e obra”. Na sede da OE eperante uma plateia de cerca de umacentena de engenheiros, Ponce deLeão defendeu ainda uma revisãocuidadosa da Lei dos alvarás.

Estabilização na habitação nova

O Instituto Nacional de Estatística(INE) divulgou, no passado dia 11 deAbril, um relatório sobre o índice decustos de construção de habitaçãonova. Em Fevereiro registou-se umcrescimento de 3,6%, no Continente,face ao período homólogo do anopassado, sendo que o mesmo índiceestabilizou relativamente ao mêsanterior. Segundo o INE, estecrescimento deve-se àproporcionalidade entre a aceleraçãodo crescimento da componente demateriais (em o,1%) e o abrandamentoda mão-de-obra.

Centro de Engenharia da Maia oficializado

José Socrates presidiu, no passado dia18 de Abril, ao lançamento oficial do

Centro de Engenharia do Centro Para aExcelência e Inovação na IndústriaAutomóvel (CEIIA-CE). Com sede naMaia, esta infra-estrutura tem comoobjectivo o desenvolvimento deprodutos de valor acrescentado para osector automóvel. Apesar dacerimónia, a CEIIA-CE começou alaborar em 2005 e, em pleno, no iníciodo ano. Com uma área de 4109 metrosquadrados, o centro encontra-se nasinstalações da Tecmaia e, em 2007,conta triplicar o número deengenheiros empregados queinicialmente era de 20. A realização deprogramas completos solicitados porclientes ou parceiros, desde o designaté à produção, para desenvolvimentode veículos de nicho ou pequenasséries destacam-se entre as actividadesdesenvolvidas pelo CEIIA.

Siemens no Qatar

A construção de um terminalaeroportuário temporário no Quatar

está na base de um contratocelebrado entre a Siemens Portugal eaquele país, num investimentosuperior a 20 milhões de euros. Assoluções a exportar, como ossistemas de raio-X para controlo debagagens e de detecção de metais eexplosivos para passageiros, serãocriadas por engenheiros nacionais. Avenda de “know-how” portuguêsresulta numa estrutura que, segundoum comunicado emitido pelaempresa, é um produto directo doSiemens Capacity Plus, um conceitocriado pelo Operating GroupIndustrial Solutions and ServicesPortugal.

Licenciamentos dos edifícios diminuem

No mês de Fevereiro, assistiu-se a umdecréscimo do número delicenciamentos dos edifícios face aoano anterior. Uma quebra registada emtodas as regiões do país. De acordo

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com dados revelados pelo InstitutoNacional de Estatística, entre asvariações médias negativas destacam-se as regiões da Madeira, com menos15,6%, de Lisboa, com menos 11,2%, edo Alentejo, com menos 10,1%. Nototal, 75,9% destinaram-se aolicenciamento de construções novas,83% dos quais aplicados à habitaçãofamiliar.

Nova ponte sobre o Douro

O engenheiro Adão da Fonseca deveráser o autor da nova ponte que ligará oPorto a Gaia. Esta sétima travessiasobre o rio Douro, orçada em 10,5milhões de euros, será pedonal e

situar-se-á a cerca de 500 metros daponte D. Luís I, a jusante da Praça daRibeira (no Porto) e do LargoSandeman (em Gaia). Ocupando umaárea total de 1750 metros quadrados, aponte suspensa tem cinco metros delargura e 350 metros de comprimento.O tabuleiro, em aço, com o pavimentoem madeira em “deck”, ficará a umacota de cerca de 12 metros do rio. Ovão da travessia terá 202 metros eficará ao mesmo nível do tabuleiroinferior da ponte de D. Luís I, porforma a assegurar a serventia do canalde navegação. O mesmo vão ficaráalteado, na saída da margem do Porto,decrescendo depois até à margemgaiense, onde será implantado o únicopilar em aço da ponte. De resto, oacesso à nova ponte (a partir de Gaia)far-se-á através de uma rampa com 4%

de inclinação, enquanto do ladooposto a rampa terá uma inclinação de10%, à qual também se poderá acederde elevador.Além de Adão da Fonseca, responsávelpela concepção da ponte e dodesenvolvimento da componente dasestruturas, a equipa de trabalhoenvolvida no projecto integra ainda osengenheiros Matos Fernandes(fundações), Elsa Caetano (estruturas),Álvaro Cunha (comportamentodinâmico da ponte) e Veloso Gomes(hidráulica fluvial). Uma fotografia da ponte Pênsil, daautoria de Domingos Alvão, e umaoutra imagem representativa daactividade portuária da ribeira do Portodo séc. XIX serviram de inspiração aoengenheiro Adão da Fonseca para aconcepção da nova ponte, cuja

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integração paisagística e serviçosespecializados de arquitectura foramassumidos por Álvaro Siza.

O novo IMOPPI

Instituto da Construção e doImobiliário é a nova designação doInstituto dos Mercados de ObrasPúblicas e Particulares (IMOPPI). Aalteração do nome insere-se noPrograma de Reestruturação daAdministração Central do Estado,depois da nova estrutura do Ministériodas Obras Públicas ter sido aprovadaparcialmente em Conselho deMinistros. A revisão dos estatutos doorganismo liderado por Ponce de Leãoestará na base destas alterações.

Concurso na REFER

O passado dia 2 de Maio foi a datalimite estipulada pela REFER para aentrega das propostas de trabalho paraas obras na Linha do Norte, avaliadasem 3,867 milhões de euros. As obrascontemplam a supressão daspassagens de nível nos quilómetros59/279,59/733 e 648 da Linha doDouro, no concelho de Marco deCanaveses (no distrito do Porto).

Reabilitação da baixa do Porto

O Salão Ibérico do MercadoImobiliário e Turismo Residencial, quedecorreu até ao passado dia 26 deMarço, serviu de pretexto para aSociedade de Reabilitação Urbana doPorto (SRU) sublinhar o papel da Porto

Vivo no processo de renovação dabaixa da cidade. Uma intervenção quejá se iniciou na Praça de Carlos Albertoe que se estenderá, a partir deOutubro, em algumas áreas daAvenida dos Aliados e nas zonas deMouzinho da Silveira e do Infante. Afase inicial dos trabalhos rondará osdois mil milhões de euros, a crer nasíntese do masterplan da reabilitaçãourbana e social da baixa portuense,apresentada no ano passado.Segundo dados da SRU, cerca de 40%das casas situadas no centro históricodo Porto e mais de 25% do total deedifícios encontram-se devolutos.

Primeiro parque empresarial de Gaia

12,5 milhões de euros é o investimentoprevisto para a construção da novoParque Tecnológico de Gaia, quedeverá ficar concluído em 2008. Umprojecto comparticipado até 70% peloPrograma de Incentivos àModernização da Economia e quecontará como parceiros com asuniversidades do Porto e de Aveiro ecom as empresas municipais locais.Os empreendimentos de São Félix daMarinha, Sandim e Brandariz-Perosinho são as três novas estruturasapresentadas pela Câmara Municipalde Gaia com vista a concentrar asdiversas unidades industriaisdispersas.

SICO 2006 recebe Portugal

Entre os próximos dias 21 e 25 deJunho, Portugal participa na SICO2006, a Feira de Construção da Galiza,

organizada pela Associação dePromotores Imobiliários de Pontevedra(APROIN). Este encontro, consideradoum dos mais importantes do sector naPenínsula Ibérica, visa incrementar ointeresse e facilitar o investimento nomercado da construção da Galiza,sendo que Portugal poderá desde logobeneficiar do factor da proximidade.De resto, a participação nacional nestecertame será activa, já que alguns dosapoios institucionais são portugueses,como é o caso da AssociaçãoPortuguesa dos Comerciantes deMateriais de Construção (APCMC).

Primeira estação GPS do Norte

No dia 4 de Julho, os engenheirosSandra Carvalho, da CM de Penafiel,Helena Kol, do Instituto GeográficoPortuguês, e Luís Santos, da LeicaGeosystems, presidem a uma sessãoorganizada pelo Colégio Regional deEngenharia Geográfica que terá lugarna sede da OERN e versará sobre aestação GPS permanente da CâmaraMunicipal de Penafiel.O sistema GPS é hoje largamenteutilizado em aplicações da topografiae da geodesia, que requerem umposicionamento de grande precisão.Esta estação, a primeira do géneroinstalada na região Norte,disponibiliza correcções diferenciaispara utilizadores do sistema GPS. Sãodesta forma facilitados osprocedimentos de aquisição deinformação geo-referenciada degrande rigor, fundamental à actividadede uma câmara municipal. Osoradores convidados irão fazer umaexposição dos diferentes aspectostécnicos da instalação e operaçãodaquela estação.

Para Xavier Malcata, “os engenheiros químicos acabampor ter uma visão de conjunto integrador que osdiferencia das outras engenharias, que são maisespecíficas para o produto e o processo”

Xavier Malcata, engenheiro químico

infoPágina 12 ENTREVISTA

Engenheiro químico de formação, Francisco Xavier DelgadoDomingos Antunes Malcata há muito deixou de dedicar-seapenas às pesquisas laboratoriais para abraçar outrasactividades que o ocupam a tempo inteiro. Professorcatedrático da Universidade Católica Portuguesa,administrador executivo do Centro de Incubação eDesenvolvimento de Empresas em Biotecnologia,coordenador do Colégio de Engenharia Química na Ordemdos Engenheiros – Região Norte (OERN), delegadonacional à Comissão Europeia na Food Quality and Safety,director da Escola Superior de Biotecnologia, responsáveladministrativo de duas associações tecnológicasrecentemente criadas, editor de duas novas publicações daOrdem dos Engenheiros-Região Norte – Rodrigo Guedes deCarvalho: um projecto, um percurso, um paradigma eEngenharia Química: uma engenharia de interface(s) – eautor de vários artigos e trabalhos são algumas das suasactividades profissionais que preenchem o seu interminávelcurrículo. Xavier Malcata considera que um desafio chamapor outro e enfrenta-os de forma arrebatadora, com omesmo tipo de abertura e de vontade. No entanto,considera umas actividades mais motivantes do que outras:“Há umas que me dão um gosto interior pessoal, que

compensam outras funções que não me dão umasatisfação tão grande. Mas todas dão-me paixão”. Destaforma, revê-se nos desenvolvimentos e resultados dessasactividades e até nos que os outros que com ele colaboramtambém alcançam, pois “são para mim um orgulho pessoalenorme, sendo a principal recompensa que consigorecolher da minha intervenção”. A ideia de ser engenheiro químico acompanhou desde cedoXavier Malcata. Na escola secundária sabia bem quais ospassos a seguir em termos profissionais. Embora tivessenotas elevadas para optar por outro curso superior, como,por exemplo, Medicina, da preferência de seu pai, queinsistiu para que seguisse esse curso em vez de EngenhariaQuímica. Mas respondia-lhe sempre que a sua vocação eraEngenharia Química, como explica: “Uma vocaçãoreforçada pela influência importante das minhasprofessoras da escola. Elas mostraram que a química, que é

A química é a essência da vidaA química é a essência da vida

info Página 13ENTREVISTA

uma álgebra especial, em que dois mais dois não sãonecessariamente quatro, está na base de tudo o queacontece no nosso mundo e, em particular na vida. Sereparamos bem, a química é a essência da vida, é umconjunto de reacções, de transformação de moléculas comátomos, que se vão associando de maneiras diferentes, e seisso se for fazendo de forma controlada, integrada ecoordenada, acabamos por conseguir um conjunto decompetências e de funções a que nós globalmentechamamos vida e isso sempre me fascinou. Por outro lado,a Engenharia é física muito prática. Sempre me dei muitobem nestas áreas, com uma capacidade de abstracção queterá vindo das minhas raízes familiares, visto que a minhamãe é licenciada em Matemática e na minha formaçãoenquanto pessoa sempre tive uma componente muito fortenessa disciplina. Esta é base das ciências que lida com afísica, que é a ciência mais distintiva da Engenharia”. Foramestas duas componentes que acabaram por motivar desdemuito novo Xavier Malcata no sentido de seguir EngenhariaQuímica, tendo hoje a certeza absoluta que fez a apostacorrecta. Terminou a licenciatura em Engenharia Química, em 1986,na Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, na

época ainda na Rua dos Bragas. De seguida, foi contratadocomo assistente estagiário da Escola de Biotecnologia, queainda se encontrava numa fase inicial. Esta foi umaoportunidade que aceitou de braços abertos, sabendo quelhe iria dar a possibilidade de crescer e abrir horizontes quenão teria tido nas ofertas que entretanto ocorreram. De 1988 a 1992, frequentou a Universidade de Wisconsin,em Madison (Estados Unidos da América), onde concluiu odoutoramento em Engenharia Química, mas já na interfacecom a área dos alimentos. Aí a sorte voltou a bater-lhe àporta, pois teve a possibilidade de frequentar um dosdepartamentos de Engenharia uímica mais conceituadosdo mundo.Esta deslocação foi benéfica em vários aspectos. Primeiro,porque esteve afastado do seu meio usual, que é o Porto(não é a sua cidade-natal, pois nasceu em Malange, emAngola), alargando-lhe horizontes; depois, porque permitiu-lhe contactar com o país mais desenvolvido do mundo,designadamente nas componentes científico-tecnológicas.

Engenheiros portugueses entre os melhores do mundoMesmo tendo sido uma experiência única nos quatro anosque ficou nos Estados Unidos, Xavier Malcata nunca

Texto de Ana Ferreira . Fotos de Alfredo Pinto

Xavier Malcata, engenheiro químico

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colocou a hipótese de não regressar a Portugal por váriosmotivos: os afectos e sobretudo a vontade de ensinar osoutros a fazer melhor. Se, por um lado, Xavier Malcata incentiva as deslocaçõesdos seus estudantes como enriquecimento da suaformação, por outro, defende o regresso e a transmissãodos seus onhecimentos a outros portugueses. O que opreocupa é que, uma vez lá fora, dificilmente as pessoasregressam a Portugal. “Hoje fala-se muito da fuga decérebros para o exterior e, de facto, o que acontece é quetemos massa cinzenta muito boa no país. Temos uma boacapacidade de aprendizagem, temos pessoas muitocompetentes, mas infelizmente muitas vezes não lhesdamos condições de realização pessoal e profissional”. Na opinião do engenheiro químico, não há um tecidosocioeconómico que consiga absorver essas pessoas e assuas competências, de forma a ser motivador e a garantirperspectivas de carreira. Para ele, o desafio está na respostaa esta questão: “Se eles vingam lá fora, porque não vingamem Portugal se lhes dermos condições? Temos de os fazerregressar para trazer ensinamentos e novas formas depensar mais aberta, pragmática e sistemática, para que emrede tenham força e contribuam para essa massa críticanecessária para que o nosso país caminhe para a frente”.O que provoca esta situação, segundo a sua opinião, é quevivemos num país que tem dificuldade em agir. “É um paísem que se for forçado a fazer alguma coisa até é capaz de ofazer, mas é preciso chegar a esse ponto. É um país quedificilmente toma iniciativas e quem as toma normalmentenão é bem visto pelos seus pares”. Portugal é o contráriodos Estados Unidos, onde se premeia o empreendedorismoa todos os níveis. Curiosamente, nesse país existemprémios de empregado do mês nas cadeias de fast food.“Nós não incentivamos aqueles que se destacam dosoutros pela positiva, porque se acha que esses vãoconstituir uma ameaça aos que fazem menos”, explica. Oengenheiro químico quando se refere à postura actual dosportugueses reporta-se à atitude do Velho do Restelo queLuís de Camões cantava na sua obra épica há cinco séculosatrás: a vontade de ir contra aqueles que querem ir maislonge. “Temos uma perspectiva pessimista e nãoimpulsionamos quem se evidencia pela positiva e enquantonão mudarmos essa postura, que obviamente exigegerações, não vamos ser capazes de estar à altura de paísesmais desenvolvidos, que há muito tempo enveredaram poressa via”. Não é de agora que Xavier Malcata faz questão de salientaro seu ponto de vista em relação a esta matéria. Não sente,porém, que está sozinho a clamar no deserto, pois outraspessoas manifestam publicamente ideias idênticas, masmuito ainda há a fazer. A começar por descobrir asrespostas a estas perguntas: “Agora que as fronteiras seabriram, agora que estamos integrados no pelotão da

frente a nível mundial que é a União Europeia, agora quetemos financiamentos específicos para modernizar eacompanhar os outros, porque não somos um caso desucesso como outros países têm sido, como a nossavizinha Espanha? O que vem de fora é que é bom e nóssomos uns coitadinhos, mas não conseguimos porquê?Somos feitos de uma massa genética diferente e de piorqualidade?” Para ele, a organização e a vontade de o fazer,que tem de começar por todos, estão na base destesproblemas, sob o lema “think globally, act locally” (pensaglobalmente, actua localmente). Além disso, osportugueses, na sua opinião, também têm um problemade auto-estima.

Engenharia Química, a mais globalizante das engenhariasPara Xavier Malcata ser engenheiro em Portugal é um desafio,que vai ser cada vez maior. Aqueles que são engenheiros, emparticular os engenheiros químicos, têm pela frenteoportunidades que não devem descurar e para as quais sedevem treinar devidamente. Na sua opinião, a Biotecnologiaconstitui claramente um manancial de oportunidades para aintervenção dos engenheiros químicos e dá como exemplo oseu próprio percurso profissional: começou como engenheiroquímico na versão mais clássica e hoje está completamenteconvertido e operacional na área da Biotecnologia. “A formação em Engenharia foi para mim qualquer coisa deestruturante, pois aprendi a pensar de forma racional epragmática. Como costumo dizer, ser engenheiro não émeramente ter um diploma que se recebe ao fim de cincoanos de formação. É muito mais do que isso: é pensar comoum engenheiro, é funcionar como um engenheiro. Serengenheiro é uma forma de estar na vida. É isto que tentoensinar aos meus alunos. Digo-lhes que o que aprenderamnão chega, pois tem de ser operacionalizado no mundo real enão ideal, num mundo onde faltam sempre dados e onde osproblemas são quase sempre imprevisíveis. Comoengenheiros de formação já têm as ferramentas, mas têm deaprender a pensar de forma realista adaptada à situação, massobretudo de modo eficiente. Um engenheiro deve fazermuito bem a gestão do tempo, ou seja, mesmo que sejapossível arranjar uma solução perfeita ou quase perfeita, seessa demorar muito tempo ou tempo infinito não é útil paraninguém. É muito importante para quem se está a formar emEngenharia que fique com esta ideia”.Xavier Malcata defende que dentro das especializações emEngenharia, a Química é a mais globalizante, devido à formacomo é feita a abordagem, isto é, “os engenheiros químicosnos currículos mais clássicos tocam num conjunto muitovariado de áreas e portanto acabam por ter uma visão deconjunto integrador que os diferencia das outras engenharias,que são mais específicas para o produto e o processo”. Paraele, a Engenharia Química tem de tudo um pouco e não é poracaso a grande percentagem de engenheiros químicos que

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ocupam lugares de chefia em relação à total população deengenheiros em Portugal. “Este é um dos pontos que estou atentar desenvolver e será um dos contributos que pretendodeixar desta minha passagem enquanto coordenador doColégio Regional de Engenharia Química da Região Norte”,diz o engenheiro químico. E acrescenta: “O espírito colectivoé muito importante e talvez um dos soft skills que maisprecisamos em Portugal é um certo tipo de auto-estima declasse. Compreender que estar nesta área não é apenasnecessário para uma postura exigente e reivindicativa peranteterceiros, mas é muito mais do que isso: é sobretudo terconfiança em nós próprios enquanto cidadãos eprofissionais”.

“O grande desafio da Engenharia Química vai passar pelasferramentas da Biotecnologia”O século XXI é o da biologia, tal como o século XX foi o dafísica e o século XIX o da química. E quando se trata dabiologia consideram-se ferramentas que se baseiam na vida eisso é que é a Biotecnologia. “Actualmente um engenheiroquímico tem de saber lidar de forma proficiente com estasferramentas e, por isso, sendo eu engenheiro químico deformação e estando à frente de uma escola de Biotecnologia,trata-se de um desafio face a uma área que aparentementeseria nova, mas que no fundo a Engenharia Química inclui, talsignifica lidar com os problemas da bioremediação (ou aresolução de muitos problemas ambientais a posteriori), massignifica também o desafio ainda maior dos processoslimpos, ou seja, dos que não são poluentes, e que por issotipicamente recorrem a ferramentas da Biotecnologia. O grande desafio da Engenharia Química vai passar pelasferramentas da Biotecnologia, por aquela forma deimplementar processos que replica o que a natureza faz e quetem vindo a fazer há muito tempo. Hoje em dia, percebemoso que acontece e conseguimos manipular essas ferramentas”.Quanto à postura de um cidadão comum, Xavier Malcataaponta que todos têm a obrigação de participar todos os diasnos processos que estejam ligados ao ambiente, àalimentação, etc. Contudo, têm de ser treinados e motivados.Educação é a palavra-chave para o engenheiro. Tal como nãose sabia reciclar lixo até há alguns anos atrás e hoje em diareciclar faz parte do léxico diário dos cidadãos. Além do ambiente, os hábitos alimentares também opreocupam. Afirma que a dieta mediterrânica, rica emvegetais, produtos frescos e peixe joga a nosso favor, mas queinfelizmente está-se a perder cada vez mais em favor da fastfood, devido ao acelerado ritmo de vida dos portugueses. Contrariamente, o “conceito de slow food, valoriza o retorno àsorigens em relação à alimentação. O acto da pessoa sealimentar é muito importante a nível nutricional e da saúde,pelo que deve ser muito bem pensado o que é o menu, mastambém é um momento social, de convivência. Temos derecuperar estes contributos. Felizmente, a nova geração de

chefes de culinária já começou a recuperar o que era atradição alimentar portuguesa e a riqueza dos seusingredientes, dando-lhes o que faltava para ser apelativa auma população mais urbana e mais exigente. (...) A sopa, porexemplo, que era tradicional, está a ser recuperada e é já umsucesso, sendo que cadeias de fast food estão a apostar nasopa e na fruta fresca”. O futuro é olhado com optimismo. “Sou um optimista pornatureza e se assim não fosse não conseguia ter esta forçaanímica para estar sempre a lutar contra a corrente num paísque em vez de nos ajudar a crescer nos cria entraves eempecilhos”.

Engenharia Civil – Alguns Indicadores

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Pretende-se abordar neste artigo, de forma sintética, asquestões relativas à formação em Engenharia Civil e àsituação do exercício profissional dos Engenheiros Civis. Para o efeito, apresentam-se alguns indicadores relativos aonúmero de escolas, vagas e alunos admitidos, médias deacesso, relação entre cursos acreditados e não acreditados,e evolução do número de diplomados.Relativamente aos Engenheiros Civis membros da OE,apresentam-se alguns indicadores relativos à sua actividadeprofissional.

EscolasO Sistema de Ensino português, em termos de licenciaturasem Engenharia Civil, oferece no subsistema do Ensino Públicodez instituições de Ensino Universitário, das quais sete sãoacreditadas pela OE e treze instituições de Ensino Politécnico,sendo uma acreditada. No subsistema do Ensino Não Públicoexistem seis universidades de Ensino Particular e Cooperativoe a Universidade Católica Portuguesa. Nenhum destes cursosé acreditado pela Ordem dos Engenheiros.

– Evolução do número dos diferentes cursos que conferem licenciatura

em Engenharia Civil

Vagas por escolaO número total de vagas das Escolas Universitárias ePolitécnicos que leccionam Engenharia Civil manteve-se emcrescimento entre 2000 e 2002 (2130 e 2310respectivamente), passando a decrescer a partir desta data,verificando-se uma diminuição de cerca de 150 vagas, entre2002 e 2005. Deste número, os cursos acreditados representam 45% dototal de vagas em 2005/2006, tendo as reduções acimareferidas ocorrido sobretudo nos cursos da UBI (Universidade

da Beira Interior), UM (Universidade do Minho) e da UTAD(Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro). No querespeita aos cursos não acreditados é de salientar ocrescimento do número de vagas no período de 2000 e 2002,passando a sua importância de 52% para 55%. A partir de2002 não se verificaram alterações significativas.

– Evolução do número de cursos que conferem licenciatura em Engenharia

Civil por tipo de Escola

Exigência no acesso – nota mínimaPela primeira vez no ano lectivo 2005/2006 nãoingressaram no Ensino Superior estudantes com notas decandidatura negativas, nas disciplinas de Matemática eFísica, indiciadoras de uma preparação deficiente nasmatérias nucleares para um curso de Engenharia Civil.Constata-se que a introdução deste critério afectou muitomenos os cursos acreditados pela OE do que os cursos nãoacreditados do Ensino Universitário e Politécnico, já que erafrequente alguns destes estabelecimentos admitirem alunoscom classificação inferior a 9,5/20.

– Nota Mínima no acesso a cursos acreditados

Colégio Regional de Engenharia Civil

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– Nota Mínima no acesso a cursos não acreditados

Relação vagas/colocadosNo ano lectivo 2005/2006, através do concurso nacional deacesso para ingresso no Ensino Superior Público, foramabertas 1835 vagas, das quais 53% em cursos acreditados e47% em cursos não acreditados. Dados que não incluem asvagas e os admitidos das escolas privadas, que sedesconhecem.Na primeira fase do concurso nacional de acesso ao ensinosuperior público foram preenchidas 67% das vagas emcursos acreditados e 33% nos cursos não reconhecidos pela OE. As Universidades que preencheram totalmente as vagas na1.ª fase de colocações foram as do Porto, a Técnica e a Novade Lisboa, mesmo com a imposição da nota mínima de 9,5valores.

– Relação número de vagas e alunos admitidos em cursos acreditados

e não acreditados

DiplomadosEntre 2000/2001 e 2003/2004, o número total de diplomadosem Engenharia Civil teve uma tendência crescente, como sepode verificar pelo respectivo gráfico. No ano lectivo

2000/2001 houve 1104 diplomados e, no ano lectivo2003/2004, houve 1783 no total, ou seja, um crescimento de61,5%. No que se refere aos cursos acreditados, o número dediplomados cresceu 47% enquanto naqueles que não sãoreconhecidos pela OE o aumento foi de 81%.Analisando a evolução do número de diplomados por escolasverifica-se que as Universidades do Porto, Coimbra, Técnicade Lisboa, a Nova de Lisboa e o ISEL apresentam um maiornúmero de diplomados. Nos cursos não acreditados, o ISEPé o instituto que mais contribuiu para o aumento do referidonúmero de licenciados em Engenharia Civil.

– Evolução do número de diplomados em Engenharia Civil

Os Engenheiros Civis em númeroA outorga do título de Engenheiro Civil é uma prerrogativada OE. Sintetiza-se no organograma, em baixo, de formasimplificada o percurso mais frequente e a progressão dosEngenheiros Civis na Ordem.

– Vias de admissão e qualificação na Ordem dos Engenheiros

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No que respeita às candidaturas a membros da OE, porparte de licenciados oriundos de cursos não acreditados noperíodo de 2002 a 2005, o acréscimo de candidatos aexame foi superior a 200%, donde resultou um aumentonas admissões à OE por esta via até 2004. Em 2005, apesardo maior número de candidatos, o número de admitidossofreu um decréscimo de 47%.Quanto à importância da Especialidade de Engenharia Civilna OE, salienta-se que esta se distancia das restantes,correspondendo-lhe o maior número de membros: 13031,em 2004, o que representa cerca de 40,7% dos membrostotais da OE.

– Exames de admissão a OE, Especialidade de Engenharia Civil

A maioria dos Engenheiros Civis membros da OE (87,2%)têm qualificação profissional de Membro. 10,2% têm aqualificação de Membro Sénior e 0,6% de MembrosConselheiros. O título de especialista foi atribuído a 3,2%dos membros.Constata-se que os Engenheiros Civis, membros da OE,residem principalmente na Região de Lisboa (41,8%) e emmenor grau na Região do Porto (18,7%). Analisando aRegião de Trabalho, verifica-se uma tendência semelhante àdelineada para a Região de Residência, o mesmoacontecendo com o número de inscritos em cada uma dasRegiões (Sul–48,8%; Centro–18,6%; Norte–29%).Tendo em conta a idade, verifica-se que 30,3% dosmembros têm entre 40 a 49 anos, 27,5% situam-se entre os30 e os 39 anos e 18,9% entre 50 e 59 anos, sendo a maioriado sexo masculino (85,3%).Na especialidade de Civil, 79,2% são licenciados, tendo9,3% adicionalmente uma pós-graduação, 7,6% ummestrado e 3% doutoramento.

Os Engenheiros Civis no plano profissionalEm relação à situação profissional, a maioria dosEngenheiros Civis membros da Ordem dos Engenheiros étrabalhador por conta de outrem: 40,6% no sector privado e

27,1% no sector público. A percentagem de empresários éde 15,1%, enquanto 5,6% são reformados e 0,8%encontram-se no desemprego.

– Ramo de actividade dos Engenheiros Civis membros

da Ordem dos Engenheiros

O ramo de actividade que mais se destaca é o daconstrução, empregando 64.2% dos Engenheiros Civis. Oramo da administração pública, defesa e segurança socialrepresenta 12,3% e a educação 6%, seguindo-se outrosmenos expressivos. Em relação às principais áreas deactividade exercidas, as mais registadas são as deprojecto (22,5%), planeamento, controlo ou fiscalização(20%) e direcção e execução de obras (17,6%). Noexercício de segundas actividades, a área de projecto énovamente a mais registada, com 28,7%, seguindo-sedirecção e execução de obras, com 13,8%, e consultoriacom 11,6%.Mais de metade dos membros da OE (57,8%) trabalhaem empresas privadas, enquanto na administração localou regional trabalham 10,9%.Considerando a dimensão da instituição empregadora,verifica-se que 29% dos Engenheiros Civis, membros daOrdem, trabalham em empresas com mais de 500trabalhadores e que 32,1% trabalham em empresas commenos de 50 trabalhadores. Cerca de 52.1% trabalham hámais de 10 anos e menos de 30. 16,6% há mais de 30anos.Quanto à mobilidade profissional, os Engenheiros Civisque mudaram de empresa, pelo menos uma vez desdeque iniciaram a carreira, rondam os 64,2%. Aqueles quecontinuam na mesma empresa, mas que desempenhamoutras funções, aproximam-se dos 17,3%. Relativamenteao plano remuneratório, os escalões de rendimento

Colégio Regional de Engenharia Civil

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intermédio são os que abrangem maior número deEngenheiros. O escalão que compreende vencimentosentre os 15001 e 25000€ obtém a maior percentagem,com 20,1%, seguindo-se o escalão compreendido entreos 25.001 e 35.000€, com 19,6%.

ConclusãoO acesso aos cursos de Engenharia Civil e a qualidade deensino têm que ser objecto de exigências mínimas,compatíveis com um exercício profissional competente esocialmente respeitado. A exigência de uma classificaçãopositiva nas provas de ingresso parece ser indispensávelpara credibilizar o ensino. Perspectiva-se na actualidade um número de vagasdisponíveis nos vários tipos de licenciatura emEngenharia Civil claramente superior ao número decandidatos, parecendo evidente a necessidade dedescobrir vocações alternativas para a capacidadesuperabundante instalada nos vários sistemas de ensino.Parece fazer sentido um redireccionamento dessacapacidade e dos meios técnicos subjacentes para umapoio mais directo à actividade de construção,designadamente na formação contínua de técnicossuperiores activos e na formação profissional de jovenstécnicos intermédios, atenuando o distanciamento entreformações académicas muito semelhantes e as reaisnecessidades do sector, bem como procurandodisponibilizar ao mercado profissionais comcompetências intermédias onde existe neste momentogrande dificuldade em encontrar, ou cujas funções sãotendencialmente preenchidas por profissionais semqualquer formação de base em construção. Este esforçoserá tendencialmente mais reprodutivo nos locais maisafastados dos grandes centros urbanos, onde asempresas do sector apresentam em geral maioresdebilidades.Perante a profusão de escolas com oferta de licenciaturasem Engenharia Civil, a necessidade de garantia de níveismínimos de qualidade vem reforçar o papel da Ordemdos Engenheiros, com uma postura esclarecida,interventiva e coerente. Por sua vez, o exercício destaresponsabilidade por parte da OE fará com que asescolas se apercebam da necessidade urgente deintroduzir racionalidade neste sistema global do Ensinoda Engenharia Civil, clarificando as indefiniçõesestratégicas sobre as vocações dos sistemas de EnsinoPolitécnico e Universitário.No plano dos membros Engenheiros Civis, a Ordem dosEngenheiros tem de se aperceber que o seu perfil tem

vindo a mudar no que respeita às funções, idade, tipo deentidade empregadora e preocupações. Face à reduzidaexpressão em número parece poder afirmar-se que omercado e a generalidade dos Engenheiros não atribuigrande importância à classificação dos membros e aotítulo de especialista. É indispensável que a Ordem dosEngenheiros consiga aproximar os Engenheiros Civis daOrganização, contribuindo para uma melhor regulação dosector da construção, sabendo identificar os reaisproblemas da classe e conseguindo efectuar propostasvisando a sua resolução.

Fontes:

MCTES, Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior – www.mctes.pt

www.acessoensinosuperior.pt

Relatório Preliminar – Caracterização e identificação das necessidades dos

membros da Ordem dos Engenheiros

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Engineer’s Trophy em Ponte de Lima

Entre os passados dias 21 e 23 de Abrilo município de Ponte de Lima foi palcoda 1.ª edição do Engineer’s Trophy,uma prova de desporto e de aventuraorganizada pela Ordem dosEngenheiros Região Norte (OERN).Esta iniciativa contou ainda com oapoio da Câmara Municipal de Ponte

de Lima e da empresa Desafios(Consultsport – consultoria e turismo,Lda), que assumiu toda a coordenaçãodas provas. Desta forma, a terralimiana foi, durante o fim-de-semana, a“casa” de diversos profissionais, nasua maioria membros da OERN.Trinta e dois elementos divididos poroito equipas participaram noEngineer’s Trophy, colocando assim àprova a sua estratégia, criatividade,perseverança e espírito competitivo.

Acessível a concorrentes compreparação física média, esta provapromoveu o trabalho intelectualassociado à actividade física e ocontacto com o meio ambiente. Na opinião dos engenheiros FernandoSantos e José Mendes – membros daentidade organizadora – “o desafio foisuperado”. Apesar de esta ter sido aprimeira edição, o Engineer’s Trophyatraiu diversos profissionais queprometeram desde logo participar numpróximo evento do mesmo género,caso seja realizado.As provas e actividades preparadaspara a iniciativa realizaram-se ao arlivre e com condições climatéricasbastante agradáveis para a práticadesportiva.Os concorrentes ficaram na Quinta dePentieiros (Paisagem Protegida dasLagoas de Bertiandos e de São Pedrode Arcos), onde se instalou a AldeiaTrophy, que, além de ter sido o pontode partida para as provas, garantiuainda todas as infra-estruturasnecessárias para o bem-estar econvívio de cada elementoparticipante. Exemplo disso foram: azona de tendas para o alojamento,zona VIP, onde os patrocinadores ouas empresas inscritas puderam criarum espaço para a promoção da suaimagem e zona de serviços.Diversas provas e percursosgarantiram a diversão, ocompanheirismo e a aventura aosdiferentes concorrentes, os quaistiveram ainda oportunidade deconhecer melhor o município de Pontede Lima e todas as suas riquezasnaturais, patrimoniais e culturais. Adinâmica, a capacidade de superação eo divertimento reinaram durante estaprimeira edição do Engineer’s Trophy.Canoas, pagaias, coletes de salvação,capacetes de canoagem e de BTT,bússolas, cartas topográficas, bicicletas

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de montanha e apitos foram entreoutros alguns dos materiais fornecidospela Desafios (Consultsport –consultoria e turismo, Lda), entidadeque coordenou e tratou de garantir eexplicar as medidas de segurança eutilização dos diferentes materiais ecom a envolvente ambiental.Durante os dias das provas, a boadisposição foi a característica maismarcante do encontro. Cultura geral,boa disposição e uma preparaçãofísica média foram os requisitosnecessários para a obtenção de bonsresultados e para registar momentosinesquecíveis. Risos foram muitos,gargalhadas ainda mais. Quando seolhava para os concorrentes láestavam com sorriso de orelha aorelha e com bastante vontade deexperimentar todos os desportosradicais que se encontravam ao dispor.Todas as equipas deram o seu máximoem cada desafio. Durante as provasnão faltaram incentivos por parte doscolegas de equipa. A equipa, identificada com o númerotrês, que representou a GEG (Gabinetede Estruturas e Geotécnica, Lda), com

sede na Cidade Invicta, demonstrouque, para além das competências deelaboração de projectos de Engenhariae Arquitectura, fiscalização ecoordenação de obras, também possuiuma preparação física e intelectual

invejável, pois de outra forma não teriaconseguido arrecadar o primeiroprémio.O sorriso de Nuno Santos, capitão daequipa, espelhou a alegria do devercumprido. Em declarações à revistaInfo, o engenheiro civil realçou que“mais importante do que vencer foi oacto de participar e de conviver comoutras pessoas”. Num tom mais debrincadeira, a equipa GEG defendeuque a sorte foi transmitida através dacor do equipamento – rosa choque.Com a GEG subiram ao pódio maisduas equipas: a IMAGO/IMOBUILD(Imago – atelier de Arquitectura eEngenharia, Lda/IMOBUILD –Sociedade de Promoção Imobiliária,SA) e a TABIQUE (Tabique –Engenharia, Lda). AIMAGO/IMOBUILD, uma equipa dearquitectos e engenheiros, sediada emBraga, conquistou o segundo lugar.Esta empresa dedica-se aodesenvolvimento de promoções

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imobiliárias, desde a prospecção dosterrenos à comercialização dashabitações construídas, propondosoluções a partir das necessidadeshabitacionais dos seus clientes. Já a TABIQUE também deu mostras dasua bravura ao alcançar o terceiroprémio. Sediada também em Braga,esta empresa centra-se em actividadescomo a consultoria, inovação,desenvolvimento, pesquisa e serviçosde todas as vertentes que sejamrelativas ao desenvolvimento daEngenharia de Segurança. CarlosNeves, engenheiro mecânico, capitãoda equipa número sete, ficou muitosatisfeito com o fim-de-semana radical.Orientação pedestre, BTT e canoagemforam das provas mais divertidas paraeste engenheiro, que apenas esperavater ficado “a meio da tabela” depontuação.Os prémios para as equipasvencedoras foram vinho de Ponte de

Lima, serigrafias e troféus. Porém,todos os elementos fizeram questão desublinhar que não participaram peloprémio, mas sim pelos desportosradicais e pelo convívio.As restantes equipas que participaramneste Engineer’s Trophy foram a REN-PP (Rede Eléctrica Nacional), empresaque tem por missão garantir ofornecimento ininterrupto deelectricidade, satisfazendo critérios dequalidade e de segurança, mantendo oequilíbrio entre a produção e oconsumo (o que passa também pelaprevisão da evolução dos consumos deelectricidade e identificação dasnecessidades de novos centrosprodutores do SEP e respectivos locaisde implementação), assegurando osinteresses legítimos dos intervenientesno mercado de electricidade econjugando as missões de operador desistema e operador de mercado quelhe estão cometidas; a AdML (Águas

do Minho e Lima SA) tem aresponsabilidade de construir, explorare gerir o Sistema Multimunicipal deAbastecimento de Água e deSaneamento do Minho-Lima, umprojecto desenvolvido pelas Águas dePortugal e pelas câmaras municipaisintegradas no sistema; a DST-DTE(Domingos da Silva e Teixeira, SA/Domingos da Silva e Teixeira,Empreitadas Eléctricas, S.A) apresenta-se como uma empresa de construçãocivil e obras públicas; a Nós Fixos(Nós Fixos – Engenharia Civil, Lda) e aXispoli (Xispoli-Engenharia, Lda), quetêm por finalidade a prevenção esegurança no trabalho.Já na hora da despedida, a organizaçãorevelou estar de olhos postos napróxima edição. “Este é um desafiopara continuar, um projecto que tempernas para andar”, concluiu JoséMendes. Elogiando a empresacoordenadora das provas (Desafios), o

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responsável pela ComissãoOrganizadora do Engineer’s Trophyafirmou que os participantes “estavamentregues em boas mãos”. Mais doque tudo José Mendes deuimportância à componente convívioque esta iniciativa permitiu.O presidente da OERN, GerardoSaraiva Menezes, entregou com toda asimpatia o prémio à equipa vencedora,aproveitando o momento para elogiara iniciativa. Satisfeito pela participaçãodas equipas, acrescentou que “aOrdem não organiza só encontros paradiscutir leis e assuntos relacionadoscom Engenharia, mas tambémmomentos de descontracção”. “Esta éainda uma forma de estimular opúblico”, concluiu.No final da entrega dos prémios ficoubem patente a intenção dos elementosdas equipas em participar no segundoEngineer’s Trophy, caso sejaorganizado. Esta iniciativa foi semmargem para dúvidas uma porta deacesso para o fascinante mundo daaventura no Alto Minho.

3º Encontro de Engenharia CivilNorte de Portugal – Galiza “A Água”

Este ano, cabe ao Colégio Regional deEngenharia Civil da Região Norte daOrdem dos Engenheiros organizar maisum dos “Encontros de Engenharia CivilNorte de Portugal-Galiza”. Desta vez, “AÁgua” será o tema deste evento, adecorrer na Fundação Cupertino deMiranda (no Porto), dias 25 e 26 deMaio.Desde 2001, o Colégio Regional deEngenharia Civil da Região Norte daOrdem dos Engenheiros e o Colégio deCaminos, Canales y Puertos da Galiza –Demarcacion de Galícia têm vindo aorganizar estes encontros que debatemtemas actuais de interesse estratégicopara o desenvolvimento bilateral e, emgeral, com enfoques que ultrapassam aestrita dimensão regional. A suarealização tem ocorrido alternadamente

no Norte de Portugal e na Galiza, comum formato que assenta emconferências de oradores convidados,portugueses e espanhóis,complementadas com períodos dediscussão. Os engenheiros Fernando Santo(bastonário da Ordem dos Engenheiros)e Gerardo Saraiva (presidente doConselho Directivo da Região Norte daOrdem dos Engenheiros), e aindaEdelmiro Rúa (presidente CICCP) e JorgeAntonio Santiso (presidente Aguas deGalicia) estão entre os convidadosportugueses e espanhóis para acerimónia de abertura, seguida de umaconferência inaugural sobre “El Agua enel Mundo” que será presidida por CarlosFernández Jáuregui, vice-presidente doPrograma Mundial Del Agua UNESCO.Falar da relevância do tema é quasedesnecessário, numa altura em que segeneraliza a consciência social de que aágua, nas suas várias formas, é umrecurso cuja gestão racional vai serdecisiva no futuro. Mas nos planosestratégicos, de articulação bilateral etécnico, há muito a discutir sobre aágua, possibilidades de utilização,gestão racional e riscos. Assim, esteterceiro encontro elegeu como temasprincipais: “Água e a Energia”, “ÁguaComo Recurso”, incluindo águassuperficiais e subterrâneas, estuários,problemas de segurança e reservas,“Fenómenos Extremos e Poluição” e“Regimes de Utilização da Água”. Sobre

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cada um destes temas existirãoconferências de especialistas de ambosos países, bem como um espaço paradiscussão em mesas-redondasalargadas, fazendo deste evento ummomento de excelência para a reflexãode todos quantos, de uma forma ou deoutra, estão envolvidos nestaproblemática ou simplesmente sepreocupam com os temas vitais dodesenvolvimento da nossa comunidade.Para além das sessões de trabalho, umcomplemento social cuidado temcontribuído para fomentar aaproximação e a troca de experiênciasbilaterais. De resto, um minicruzeiro norio Douro e um jantar no Salão Árabe doPalácio da Bolsa encerram os dois diasdo encontro.

IV JornadasInternacionais de Suinicultura

A Associação Internacional deEstudantes de Agricultura realizou, nospassados dias 12 e 13 de Maio, as IVJornadas Internacionais deSuinicultura. Estas jornadas tiveramlugar na Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro e fomentaram atroca de ideias e de conhecimentosentre a comunidade científica nacionale internacional, empresários,produtores e a comunidade estudantil.O programa englobou alguns dosaspectos mais importantes na área dasuinicultura, desde o maneio alimentare reprodutivo às instalações, ambientee bem-estar, melhoramento genético esanidade animal.A exemplo de edições anteriores, estainiciativa mereceu o apoio da Ordemdos Engenheiros da Região Norte.

Sede da Região Norterecebe propostas do concurso pararemodelar instalações

A Ordem dos Engenheiros – RegiãoNorte (OERN) abriu no passado dia 6de Março um concurso público para aelaboração do projecto de“Remodelação das instalações da Sededa Região Norte da Ordem dosEngenheiros” (OERN). A abertura das propostas ocorreu natarde de 3 de Maio, com a presença dopresidente do Conselho Directivo daRegião Norte, engenheiro GerardoSaraiva, dos representantes do Colégiode Engenharia Civil, engenheiroHipólito de Sousa e engenheiro Matosde Almeida, e também da consultorajurídica da OERN, Teresa MachadoCoelho. Após rubricadas pelos presentes,abriram-se as cinco propostas lacradasanteriormente, que serão avaliadas,consoante os critérios de adjudicação

definidos aquando da elaboração doconcurso. A OERN pretende, assim, seleccionar amelhor proposta de solução, a nível deestudo prévio, para a elaboração dosprojectos de arquitectura eengenharias necessários àremodelação da sua sede.Serão atribuídos prémios de 2.500€,2.000€ e 1.500€ beneficiando as trêspropostas melhor classificadas. Alémdisso, prevê-se a celebração do contratode prestação de serviços com uma daspropostas seleccionadas pelo júri.

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“Qualificação de Edifícios” em debate na FEUP

No passado dia 31 de Março, na Salade Actos da Faculdade Engenharia daUniversidade do Porto (FEUP), foiapresentado o workshop “Metodologiae Procedimentos para a Qualificaçãode Edifícios”. Ao adquirir uma habitação, nemsempre o investimento correspondeao objectivo de qualidadepressuposto. Abordar o problema da“qualificação” torna-se, assim,importante de modo a beneficiar quero utente, quer o próprio sector daconstrução através da valorização daqualidade de construção. Esteprojecto nasce de uma iniciativa daOrdem dos Engenheiros – RegiãoNorte (OERN) e está a ser

desenvolvido pela FEUP,nomeadamente pela engenheira AnaCunha e pelo engenheiro PedroMagalhães.A abertura do debate contou com apresença do presidente do ConselhoDirectivo da OERN, Gerardo Saraiva,com o responsável peloDepartamento de Engenharia Civil daFEUP, professor catedrático JoséManuel Pinto Ferreira Lemos, e pelorepresentante da Ordem dosArquitectos Região Norte, CristóvãoIken.Presente esteve também o ColégioRegional de Engenharia Civil daOERN, representado pelosengenheiros Hipólito de Sousa,António Matos de Almeida e PauloRibeirinho Soares, assim comooutros membros do Departamento deEngenharia Civil da FEUP.A workshop iniciou-se com a

apresentação das linhas gerais doprojecto começando pelo estadoactual de qualificação em váriospaíses e a proposta de metodologiadesenvolvida pelos investigadores.Seguiu-se um debate orientado, como objectivo de auxiliar beneficamentea investigação.

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Ética e DeontologiaProfissional em tertúlia

No dia 6 de Abril, a Sede da Ordemdos Engenheiros – Região Norte(OERN) realizou a primeira tertúliasobre “Ética e DeontologiaProfissional”. Uma iniciativa integradanum conjunto de eventos promovidospela OERN, com o objectivo depromover o debate de temasrelevantes da Engenharia actual.O encontro iniciou-se com uma breveintrodução ao tema pelos convidados,o engenheiro Aristides Guedes Coelho,presidente do Conselho Disciplinar daRegião Norte, e o engenheiro ArmandoLencastre, presidente emérito daAcademia de Engenharia, que, de umaforma simples e divertida,exemplificaram o significado daterminologia em causa.Seguiu-se um debate aceso, em que osvários membros presentesmanifestaram a sua opinião e receiosrelativamente à ética e deontologia

praticada por muitos profissionais deEngenharia. O debate encerrou com oagradecimento por parte do presidentedo Conselho Directivo da RegiãoNorte, Gerardo Saraiva, dirigidoespecialmente aos convidados quegentilmente acederam em participar.

“Empreendedorismo e Criação de Empresas”preenche auditório da Ordem dos Engenheiros

O Conselho Directivo da Ordem dosEngenheiros – Região Norte (OERN) e aNET – BIC (Novas Empresas eTecnologias, S.A – Bussiness InovationCenter) do Porto realizaram, no passadodia 15 de Maio, pelas 18h30, no auditórioda sede da Ordem dos Engenheiros –Região Norte, uma conferência sobre

“Empreendedorismo e Criação deEmpresas de Base Tecnológica”.Esta conferência contou com apresença do presidente do ConselhoDirectivo da OERN , Gerardo Saraiva edo engenheiro José Martins, queapresentou o trabalho desenvolvidopela NET-BIC, no apoio e nadinamização do empreendedorismo,através da promoção do próprioemprego pela criação da sua própriaempresa.Através desta apresentação, a NET-BICe a OERN suscitaram o interesse dospresentes, que questionaram sobre osriscos existentes da criação de umaempresa, as dificuldades deconcretização do projecto e aestruturação da ideia que dará origemà empresa.De uma forma contundente, oengenheiro José Martins demonstrouque a construção de uma empresaconstitui um estimulante desafio paraos mais empreendedores. Valorizou aimportância do acompanhamento eapoio dado pela NET – BIC do Porto,desde a estruturação e a concretizaçãoda ideia até uma empresa inovadora ede sucesso.

1.º Encontro Nacionalde EngenheirosMunicipais

A Ordem dos Engenheiros irápromover, no próximo dia 2 de Junho,em Viseu, o 1.º EncontroNacional de Engenheiros Municipais,com vista à análise da intervençãodos engenheiros nosmunicípios e nas empresas públicasmunicipais.Os engenheiros são uma das classesprofissionais mais envolvidas nas

info Página 27VIDA ASSOCIATIVA

diversas actividades assumidas pelosmunicípios, com contributos eresponsabilidades por demaisconhecidas, justificando-se, assim,uma particular atenção para a formacomo a sua actividade é exercida.Este encontro, apoiado pelaAssociação Nacional de MunicípiosPortugueses, tem comos objectivosconhecer e debater as dificuldades e asexpectativas no exercício da profissão,analisar o enquadramento jurídico dacarreira de engenheiro e apresentarrecomendações que visem contribuirpara melhorar a intervenção dosengenheiros na administração local.Eduardo Cabrita, secretário de EstadoAdjunto e da Administração Local,Fernando Ruas, presidente daAssociação Nacional de MunicípiosPortugueses, Fernando Santo,bastonário da Ordem dos Engenheiros,e Celestino Quaresma, presidente doConselho Directivo da Região Centroda Ordem dos Engenheiros, presidemà cerimónia de abertura, que seráseguida de três sessões de debatesobre as temáticas: “A Perspectiva dosMunicípios. Os Desafios para asPróximas Décadas”; A IntervençãoTécnico-legal do EngenheiroMunicipal”; “Gestão da Carreira dosEngenheiros”.

CongressoInternacional de Segurança, Higiene e Saúde do Trabalho

O 6º Congresso Internacional deSegurança, Higiene e Saúde doTrabalho realizou-se entre os dias 23e 24 de Fevereiro, no Auditório daFaculdade de Engenharia daUniversidade do Porto (FEUP).

A iniciativa que contou com a Ordemdos Engenheiros Região Norte(OERN), a FEUP e a APSET teve comoobjectivo abordar o tema do congressoenquanto competência nas empresas ea prevenção de eventuais riscos.A sessão de abertura, para além dosrepresentantes de diversas empresasde renome contou com José AntónioVieira da Silva, ministro do Trabalhoe da Solidariedade Social. “A formação de profissionais deSHST e a organização de actividadescomo pilares do desenvolvimento daprevenção” foi o tema que deu voz àprimeira sessão. Já de tarde tevelugar “O impacto da legislação nasempresas: há, hoje, maiorinteriorização das obrigações?”,enquanto o final de tarde ficoumarcado com o tema “Saúde nolocal de trabalho, hoje: ondeestamos?”.A manhã de 24 ficou preenchida comduas sessões: “Riscos Especiais” e“Boas práticas na prevenção deriscos profissionais”. Posteriormenteseguiu-se a conferência técnica, que

teve como tema “A OIT e aSegurança e Saúde do Trabalho naConstrução”, e uma mesa redonda,onde se debateu a questão dos“Coordenadores de Segurança eTécnicos de Segurança do Trabalhoda Construção: a complementaridadenecessária”.A sessão de encerramento ficou acargo de Alfredo Soeiro, presidenteda Comissão Organizadora, o qualrealçou que ainda há muito a fazer,esperando que no próximo congressoas medidas não sejam só de“imaginação”. Já Hipólito Ponce deLeão, presidente do IMOPPI, realçouque a profissão de engenheiro é umaprofissão de risco, mas que no casode Portugal tem havido uma boagestão e um louvável funcionamento,dando como exemplo a construçõesdos estádios, onde, felizmente, só sedeu uma vítima mortal. Da mesmaopinião foi Paulo Campos, secretáriode Estado das Obras Públicas eComunicações, o qual afirmou que”nas últimas décadas o país temevoluído”.

infoPágina 28 DISCIPLINA

Acórdão do Conselho Disciplinar da Região Norte da Ordem dos EngenheirosSínteseProcesso CDISN 05/2005

Factos Provados:Que o arguido foi director técnico da obra de construção civilde um edifício para habitação e comércio, situado no lugar X,freguesia Y, concelho Z (Processo de Construção nº W).Que as licenças de utilização das várias fracções autónomasdaquele edifício foram concedidas, entre 15 de Maio de 2000 e4 de Março de 2002, mediante a apresentação do termo deresponsabilidade do director técnico da obra, no qual estedeclarou que “a obra estava executada de acordo com oprojecto aprovado, as condições de licenciamento e asnormas legais e regulamentares aplicáveis”.Que, na sequência de uma reclamação apresentada em 7 deJaneiro de 2003, por três condóminos/proprietários doedifício acima mencionado, a fiscalização técnica municipalse deslocou ao local e constatou que as infra-estruturaseléctricas e de gás não se encontravam executadas deacordo com o projecto aprovado, apesar das licenças deutilização das várias fracções autónomas terem sidoemitidas nos termos acima referidos.Que o arguido afirmou ter assinado o livro de obra apenasporque foi informado pelo construtor civil que já tinhaentrado na Câmara Municipal e estava em vias de aprovaçãoa implantação do depósito de gás e a alteração dalocalização do armário de electricidade no exterior do prédio,e os contadores de água e energia eléctrica e TV das partescomuns já tinham sido colocados.Que o arguido estava convencido que o termo deresponsabilidade que subscreveu substituiria a licença deutilização a conceder pela Câmara Municipal e justificou asua afirmação de “que a obra estava executada de acordocom o projecto aprovado, as condições de licenciamento eas normas legais e regulamentares aplicáveis”, apesar dasinfra-estruturas eléctricas e de gás não se encontrarem emconformidade com o projecto aprovado, com o facto de tersido informado pela empresa construtora que as alteraçõesao projecto eléctrico tinham sido impostas pela EDP e játinham sido aprovadas e vistoriadas por essa entidade, e,quanto às infra-estruturas de gás, as alterações já tinhamsido aprovadas e vistoriadas pela Portgás.Que o arguido não tem quaisquer antecedentes disciplinares.

Decisão:Em face do que acima vem exposto, conclui-se que o arguido,ao prestar falsas declarações no termo de responsabilidadeque subscreveu, e com base no qual foram concedidas aslicenças de utilização, dizendo “que a obra estava executadade acordo com o projecto aprovado, as condições delicenciamento e as normas legais e regulamentaresaplicáveis”, quando as infra-estruturas eléctricas e de gás nãose encontravam, de facto, executadas de acordo com oprojecto aprovado, não pugnou pelo prestígio da profissãoque exerce, desempenhando de uma forma repreensível a suaactividade profissional e violando, deste modo, os deveresdeontológicos previstos na norma do nº 1 do artigo 88º doEstatuto da Ordem dos Engenheiros.Conclui-se, ainda, que a violação da norma deontológica acimacitada foi culposa, pois o arguido tinha a obrigação deconhecer a legislação aplicável à sua actividade profissional,acima citada, bem como a norma deontológica em causa, ebem sabia que as declarações que prestou no termo deresponsabilidade que subscreveu não correspondiam àverdade dos factos. Não sendo de excluir o dolo, pelo menosna forma eventual, certo é que o arguido omitiu deveres decuidado que seriam exigíveis a um profissional de engenhariaque actuasse com a diligência de um “bom pai de família”(artigo 487º/nº2 do Código Civil), agindo, por isso, comnegligência. Por conseguinte, nos termos do disposto noartigo 67º do Estatuto da Ordem dos Engenheiros condena-seo arguido pela prática de uma infracção disciplinar, consistentena violação culposa do dever deontológico consagrado no nº 1do artigo 88º do mesmo Estatuto da Ordem dos Engenheiros.Considerando a circunstância atenuante referida no ponto 3 daFundamentação, mas tendo em conta as exigências deprevenção geral e de defesa do interesse público associadasao exercício da engenharia, que no caso são elevadasconforme se conclui das considerações acima expostas,decide-se, nos termos do disposto no artigo 71º do Estatuto daOrdem dos Engenheiros e no artigo 5º do RegulamentoDisciplinar, pela aplicação ao arguido de uma pena de CensuraRegistada, prevista na alínea b) do nº 1 do artigo 70º doEstatuto da Ordem dos Engenheiros.

Bebiana Monteiro

Melhor Estágio de EngenhariaAgronómica de 2005

Com um nome pouco vulgar, Bebiana Monteiro – de nome completo Sandra Bebiana Carvalho Monteiro–, tenta impor-se num mundo dominado na maioria porhomens. Foram sete os premiados por melhor estágiopor especialidade, entregues no decorrer dascomemorações do Dia Nacional do Engenheiro ,realizadas nos passados dias 18 e 19 de Novembro, masapenas duas mulheres foram chamadas ao palco doTeatro Municipal de Bragança para o receber. Bebiana foiuma delas, em representação do Colégio Agronómico. Otrabalho que lhe valeu esta distinção intitula-se“Implementação do Sistema HACCP na Indústria Agro-Alimentar”. O estágio decorreu no âmbito doDepartamento de Qualidade e Segurança Alimentar daCONSAGRA, Consultoria Agro-alimentar – para onde,aliás, foi trabalhar depois de terminar a licenciatura naEscola Superior de Biotecnologia da Universidade

Católica Portuguesa –, alcançando-se os objectivosinicialmente propostos: estruturação de projectos e orespectivo desenvolvimento e implementação deSistemas de Gestão de Segurança Alimentar na indústriaagro-alimentar, nomeadamente no sector dos vinhos ecarnes e produtos cárneos, com base na metodologia deHACCP – Hazard Analysis and Critical Control Points(Análise dos Perigos e Pontos Críticos de Controlo),descrita no Codex Alimentarius, na legislação em vigor,nos Códigos de Boas Práticas de Higiene e Fabrico e naNorma DS 3027E.Bebiana Monteiro explica que o HACCP “é um sistemapreventivo, que tem como objectivo garantir a segurançados alimentos através da identificação dos perigos e daprobabilidade da sua ocorrência em todas as etapas deprodução de alimentos, definindo medidas para o seucontrolo; resultante da aplicação do bom senso dosprincípios técnicos e científicos inerentes aoprocessamento alimentar, podendo ser aplicado desde aprodução primária até ao consumidor final”.“As actividades desenvolvidas no decorrer deste estágiopermitiram adquirir conhecimentos e experiência detrabalho num ambiente empresarial – veículo promotorde um aumento de potencialidade para a subsequenteintegração profissional no mercado de trabalho emHigiene e Segurança Alimentar, bem como a integraçãodos conhecimentos adquiridos nas componentesacadémica e deontológica, sendo esta última de carácteressencial numa profissão de confiança pública como é aengenharia”, afirma a premiada. Com apenas 27 anos e ainda em início de carreira,Bebiana Monteiro é actualmente engenheira alimentarnas Caves Valdarcos, exercendo paralelamente actividadecomo formadora. Ser engenheira na gestão da produçãoalimentar infantil é uma ideia que a fascina. Mas o queestá completamente fora de questão é a vontade de serpediatra, um sonho de quando era nova.É com rigor, sensibilidade e motivando as equipas para ocumprimento das especificações dos produtos/serviços,superando as expectativas dos clientes, que estaengenheira pretende-se destacar numa área onde oshomens ainda mandam.

info Página 29PERFIL JOVEM

infoPágina 30 ENGENHARIA NO MUNDO

Os estádios do Mundial 2006

1,5 biliões de euros foi o financiamentoaplicado na reconstrução e remodelaçãodos 12 estádios que acolhem oCampeonato Mundial de Futebol daAlemanha. Palco de um total de 64jogos, os recintos distribuem-se pelascidades de Hamburgo, Hanover, Leipzig,Berlim, Gelsenkirchen, Dortmund,Colónia, Kaiserslautern, Estugarda,Munique, Nuremberga e Frankfurt.Autênticas obras de arte de engenharia,estes estádios oferecem as melhorescondições logísticas e de segurança,diferenciadas pelas características edesign ultramodernos de cada um deles. Inaugurado em 2000, o novo estádio deHamburgo, foi oficialmente classificadopela UEFA com a categoria máxima decinco estrelas. Pontuação dada depoisdas obras efectuadas no antigoVolksparkstadion, cujos melhoramentosassentaram na alteração da orientaçãodo campo, na remodelação de todas asáreas funcionais, Vip e de Imprensa, bemcomo na cobertura integral de todos oslugares e na introdução de um sistemade leitura por microchip para controlarelectronicamente o acesso ao recinto.Um ano depois abria as portas o estádiode Gelsenkirchen, que obteve a mesmaclassificação da UEFA e que logo se

tornou num novo padrão de referênciana arte de construção de estádios.Apelidado como «a coroa de glória dofutebol», o Gelsenkirchen Stadiumpoderá mesmo ser um dos maismodernos da Europa graças às técnicasrevolucionárias introduzidas, como umasuperfície de jogo removível, um cubo devídeo gigante e um telhado retráctil.O Zentralstadion de Leipzig, construídopropositadamente para este Mundial , éum exemplo em que a inovação estéticase funde com o passado. Em 1956, oantigo Zentralstadion chegou a ser omaior estádio da Alemanha, comcapacidade para 100 mil espectadores.Quarenta anos mais tarde, foiconstruído um novo estádio dentro dosmuros do antigo, através de pontes deconexão entre o novo complexo e asantigas paredes. No estádio deFrankfurt, as vigas mestras e os cabosde aço utilizados na construção dotelhado contrastam com as meras 30toneladas do cubo de vídeo, resultandonuma estrutura minimalista atravessadapor raios de luz natural através de umtelhado translúcido. A ecologia foi uma das preocupações noplaneamento de reconstrução dosestádios de Nuremberga e Hanover. Oprimeiro inclui mesmo uma enormecisterna de colecta de águas pluviais queopera com base num plano de gestãoecológica e de qualidade sonora, umsistema de optimização ambiental. Já ocampo de Hanover é dotado de umsistema de drenagem no subsolo. Assecções do tecto de 2.500 toneladas,suportadas por uma estruturaindependente, que avançam sobre ocampo, foram construídas com placasmetálicas permeáveis aos raiosultravioleta, por forma a garantir asmelhores condições ao relvado, atravésde uma iluminação ajustada. Originalmente construído para oMundial de futebol de 1974, o

Westfalenstadion, de Dortmund, foisujeito a dois programas deremodelação. Um em 2001 e depois em2005, este último, que seria decisivopara a imagem de marca destecomplexo, sustentado por oito pilares de62 metros de altura, de um amarelointenso, e cuja uma estrutura metálicaexterior poderá ser avistada aquilómetros de distância. Outro dos palcos deste campeonato defutebol é o estádio de Estugarda que, aolongo de várias remodelações ganhouuma nova cobertura do tecto. Umaenorme malha de poliéster revestidacom PVC que cobre na íntegra todas asarquibancadas, num total de 34 milmetros quadrados de material comalturas entre os 18 e os 35 metros. A fase final do projecto relativo aoestádio de Kaiserslautern foi concluídano ano passado e resultou numa novatorre para os meios de comunicaçãosocial, outra para os convidados Vip e aampliação das arquibancadas oeste esul. Obras que deram ao recinto umaspecto modular invulgar.Além de Gelsenkirchen e Frankfurt, oestádio de Colónia vai receber a selecçãoportuguesa na fase inicial do Mundial.Com uma forma quadrangular, esteestádio sobressai pelos quatro mastrosde 72 metros de altura que servem desuporte ao telhado e funcionam comoum sinal luminoso. O Allianz Arena, em Munique, e oOlympiastadion, em Berlim, sãorespectivamente os estádios inaugural ede encerramento do mundial de futebole curiosamente os mais caros. O novoestádio de Munique, construído de raiz,rondou um investimento na ordem dos341 milhões de euros, enquanto areconstrução do estádio de Berlimcustou 242 milhões. Mais dois modelosem que o brilhantismo da engenharia sematerializou em obras esteticamentemagníficas.

Agostinho Peixoto, consultor/especialista em Turismo

info Página 31LAZER

A Rota do Românicodo Vale do Sousa

O românico foi introduzido em Portugalnuma fase adiantada do século XI, poracção do Conde D. Henrique e da suaCorte. Os primeiros testemunhos dessegénero surgiram no Norte do Condado,depois Reino, e são sobretudo edifíciosreligiosos – catedrais, mosteiros,igrejas, capelas –, edifícios militares –castelos e torres senhoriais – eedificações civis – monumentosfunerários e pontes.No Vale do Sousa, o românico está

associado ao despoletar danacionalidade, reflectindo a ocupaçãodas terras progressivamenteconquistadas. A diversidade dostestemunhos monumentais românicosaí existentes permite oferecer um lequemuito completo dos tiposarquitectónicos então construídos, quepassavam pelos:- conjuntos monásticos (Mosteiro dePombeiro de Ribavizela, Igreja de S.Salvador de Unhão, Igreja de S. Vicentede Sousa, Igreja de Santa Maria deAirães, Igreja de S. Pedro de Ferreira,Igreja de S. Pedro de Cête, Igreja deS. Salvador de Paço de Sousa),

– igrejas paroquiais e santuáriosisolados (Igreja Velha de S. Mamede deVila Verde, Igreja de Santa Maria deMeinedo, Igreja do Salvador de Aveleda,Igreja de S. Gens de Boelhe, Igreja de S.Miguel de Gândara/Cabeça Santa, Igrejade S. Pedro de Abragão, Igreja de S.Miguel de Entre-os-Rios e Ermida deNossa Senhora do Vale de Cête),– estruturas funerárias (Monumentofunerário do Sobrado/Marmoiral,Memorial da Ermida),– torres senhoriais e/ou defensivas earquitectura civil (Torre/Castelo deAguiar de Sousa, Torre de Vilar, Ponte deVilela e Ponte de Espindo).Foi a partir desta singularidade, criadapela memória histórica deste território,no período de afirmação da arteromânica, que a RRVS foi estruturada,integrando 21 objectos patrimoniaisque, no conjunto, procuramtestemunhar o papel que este territóriooutrora desempenhou na história danobreza portuguesa e das ordensreligiosas. Este conjunto empresta àRRVS um carácter único que deve servalorizado, no sentido de fazer destaRota e do Vale do Sousa um produtoturístico e um destino comespecificidades, ancorado a umpatrimónio com grande valor regional,nacional e ibérico. A Rota do Românico constituiu oarranque de um projecto, que pretendeaproveitar um importante patrimóniohistórico e arquitectónico e criar umproduto turístico, que permita apromoção da imagem deste espaçoregional, atraindo visitantes nacionais eestrangeiros e promovendo adinamização e a criação de emprego naárea do turismo, da restauração e doalojamento. Aproveitam-se as enormespotencialidades que o Vale do Sousapossui em termos paisagísticos,monumentais, culturais, gastronómicos,entre outros.

infoPágina 32 AGENDA

ENCONTRO, CONGRESSOS E SEMINÁRIOS EXTERNOS

4 A 8 DE JUNHOLOCAL: LISBOAORGANIZAÇÃO: INSTITUTO DE ENGENHARIAMECÂNICA – FACULDADE DE ENGENHARIA DA UNIVERSIDADE DO PORTO (IDMEC-FEUP)CONFERÊNCIA – HEALTHY BUILDINGS 2006Mais informação: Tel: 225081763/Fax: 225082153,e-mail: [email protected] ou www:www.hb2006.org

26 A 29 DE JUNHOLOCAL: LAS VEGAS, EUAORGANIZAÇÃO: UNIVERSITY OF GEORGIA – DEPARTMENT OF COMPUTER SCIENCEWORLDCOMP’06 – CONGRESSO MUNDIAL EM CIÊNCIA DE COMPUTADORES,ENGENHARIA DE COMPUTADORES E COMPUTAÇÃO APLICADA 2006Este congresso é antecipado pelo maior encontro anual de investigadores na área das ciências de computadores,engenharia de computadores e computação aplicada.

25 A 29 DE OUTUBROLOCAL: EXPONOR, PORTOORGANIZAÇÃO: CONCRETAFEIRA INTERNACIONAL DE CONSTRUÇÃO E OBRAS PÚBLICAS

9 A 12 DE NOVEMBROLOCAL: FIL, LISBOAORGANIZAÇÃO:AMBIURBE – SALÃO INTERNACIONAL DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVAEL

ENCONTRO, CONGRESSOS E SEMINÁRIOS OE

2, 3, 4 DE OUTUBROLOCAL: ILHA DE S. MIGUEL - AÇORESORGANIZAÇÃO: OEXVI CONGRESSO DA ORDEM DOS ENGENHEIROS “A ENGENHARIA AO SERVIÇO DO PAIS” Mais informações: http://www.ordemdosengenheiros.pt

13 DE OUTUBROLOCAL: PORTOORGANIZAÇÃO: ORDEM DOS ENGENHEIROS – REGIÃO NORTESEMINÁRIO “A BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO DOURO”

14 OUTUBROLOCAL: PORTO (LOCAL A DESIGNAR)ORGANIZAÇÃO: ORDEM DOS ENGENHEIROS– REGIÃO NORTE2º DIA REGIONAL NORTE DO ENGENHEIRO E ENCONTRO 2006 DE MEMBROS ELEITOS DA REGIÃO NORTE DA ORDEM DOS ENGENHEIROS

26 E 27 DE OUTUBRO (DATA A CONFIRMAR)LOCAL: PORTOORGANIZAÇÃO: OERNII CONGRESSO NACIONAL DE CONSTRUÇÃOSUSTENTÁVELMais informação: http://norte.ordemdosengenheiros.pt

NOVEMBRO/DEZEMBROLOCAL: PORTO (A DESIGNAR)ORGANIZAÇÃO: OERNCOMEMORAÇÕES DOS 70 ANOS DA ORDEMDOS ENGENHEIROS; INÍCIO DAS OBRAS DA SEDE; CERTIFICAÇÃO DA QUALIDADE E LANÇAMENTO DA MONOGRAFIACOMEMORATIVA – HISTÓRIA DA OERN

FORMAÇÃO OE

1 A 29 DE JUNHOLOCAL: BRAGANÇAORGANIZAÇÃO: OERNCURSO DE ITED – INFRA-ESTRUTURAS DE TELECOMUNICAÇÕES EM EDIFÍCIOSO curso é de 30h e será realizado 2ªs, 3ªs e 5ªs, entre 18h30e as 22h30.

3 A 18 DE JUNHOLOCAL: BRAGANÇAORGANIZAÇÃO: OERNCURSO DE AUTOCADO curso é de 30h e será realizado 2ªs, 3ªs e 5ªs, entre 18h30e as 22h30.

5 A 9 JUNHOLOCAL: VILA REALORGANIZAÇÃO: OERNCURSO DE SISTEMAS DE ILUMINAÇÃO,INTEGRAÇÃO E EFICI NCIA ENERGÉTICAO curso é de 20h. Preço: 220€.

5 A 22 DE JUNHOLOCAL: BRAGAORGANIZAÇÃO: OERNCURSO DE FINANÇAS E CONTABILIDADE PARA NÃO FINANCEIROSO curso é de 30h e será realizado 2ªs, 3ªs e 5ªs, entre 18h30e as 22h30.

5 DE JUNHO A 7 DE JULHOLOCAL: VIANA DO CASTELOORGANIZAÇÃO: OERNCURSO DE PROJECTISTAS DE REDES DE GÁSNATURALO curso é de 30h e será realizado 2ªs, 3ªs e 5ªs, entre 18h30e as 22h30.

16 JUNHO A 1 DE JULHOLOCAL: BRAGAORGANIZAÇÃO: OERNCURSO DE PROJECTO DE AVALIAÇÃOIMOBILIÁRIAO curso é de 30h e será realizado entre 18h30 e as 22h30.

19 DE JUNHO A 7 DE JULHOLOCAL: PORTOORGANIZAÇÃO: OERNCURSO DE PROJECTISTA DE SISTEMAS SOLARESTÉRMICOSO curso é de 58h. Preço: 510€.

8 E 15 JULHOLOCAL: SEDE DA OERNORGANIZAÇÃO: OERN28º CURSO DE ÉTICA E DEONTOLOGIAPROFISSIONAL

3 A 18 DE AGOSTOLOCAL: PORTOORGANIZAÇÃO: OERNCURSO DE INFORMÁTICAO curso é de 30h e será realizado 2ªs, 3ªs e 5ªs, entre 18h30e as 22h30.

7 A 28 DE OUTUBROLOCAL: GUIMARÃESORGANIZAÇÃO: OERNCURSO DE ÉTICA E DEONTOLOGIAPROFISSIONALO curso é de 30h e será realizado 2ªs, 3ªs e 5ªs, entre 18h30e as 22h30.

VISITAS TÉCNICAS

8 JUNHOLOCAL: VIANA DO CASTELOORGANIZAÇÃO: CONSELHO REGIONAL DO COLÉGIO DE ENGENHARIA MECÂNICAVISITA AO APROVEITAMENTOHIDROELECTRICO DE VENDA NOVA

22 DE JUNHOLOCAL: VIANA DO CASTELOORGANIZAÇÃO: CONSELHOS REGIONAIS DO COLÉGIOS DE ENGENHARIAS MECÂNICA E ELECTROTÉCNICAVISITA AOS ESTALEIROS NAVAIS DE VIANA DO CASTELO

TERTÚLIAS E DEBATES OE

1 DE JUNHO ÀS 20H30LOCAL: ARCOS DE VALDEVEZ (RESTAURANTE MATADOURO)ORGANIZAÇÃO: OERN/DELEGAÇÃO DE VIANADO CASTELOJANTAR-DEBATE ENGENHARIA NA GESTÃOMUNICIPAL (QUESTÕES RURAIS E URBANAS)Oradores: Eng. João Baptista (responsável pela área de Segurança no Trabalho da Estradas de Portugal, EPE)Eng. Matos de Almeida (membro do Colégio Regional de Engenharia Civil - director de Produção da MotaEngil)inspector Fraga de Oliveira (IGT - Inspecção Geral do Trabalho)Moderador: Eng. António Cruz (delegado distrital de Vianado Castelo) e Eng. Gerardo Saraiva (presidente do ConselhoDirectivo da Região Norte)

7 DE JUNHO ÀS 20H30LOCAL: PORTO (RESTAURANTE OE)ORGANIZAÇÃO: OERNJANTAR-DEBATE SEGURANÇA NO TRABALHODA CONSTRUÇÃOOradores: Eng. João Baptista (responsável pela área de Segurança no Trabalho da Estradas de Portugal, EPE)Eng. Matos de Almeida (membro do Colégio Regional de Engenharia Civil - director de Produção da MotaEngil)inspector Fraga de Oliveira (IGT - Inspecção Geral do Trabalho)Moderador: Eng. João Baptista

info Página 33AGENDA

infoPágina 34 AGENDA

9 DE JUNHO ÀS 20H30LOCAL: BRAGANÇA (RESTAURANTE GEADAS)ORGANIZAÇÃO: OERN/DELEGAÇÃO DE BRAGANÇAJANTAR-DEBATE INOVAÇÃO E ESENVOLVIMENTO (QUALIDADE E AMBIENTE)Oradores: Eng. ª Alexandra Alves (responsável peloDepartamento da Qualidade, Ambiente e Segurança e Saúde ThyssenKrupp Portugal, Lda.) Prof. Francisco Cepeda(ex-professor do Instituto Politécnico de Bragança e actualcolaborador da Universidade Católica) Eng.ª ConceiçãoBaixinho (delegada da distrital de Bragança)Moderador: Eng.ª Conceição Baixinho

19 DE JUNHO ÀS 19HLOCAL: FAMALICÃOORGANIZAÇÃO: OERN/DELEGAÇÃO DE BRAGATERTÚLIA SEGURANÇA NO TRABALHODA CONSTRUÇÃOOradores: Eng. João Baptista (responsável pela área de Segurança no Trabalho da Estradas de Portugal, EPE)Eng. Zulmiro Ferreira Neves (A. Mesquita e Filhos)Dr. Paulo Lima (IGT - Inspecção Geral do Trabalho)Moderador: Eng. Fernando de Almeida Santos (secretáriodo CDRN)

29 DE JUNHO ÀS 20H30LOCAL: BRAGAORGANIZAÇÃO: OERN/DELEGAÇÃO DE BRAGAJANTAR-DEBATE ÉTICA E DEONTOLOGIAPARA ENGENHEIROSOradores: Eng. Adão da Fonseca (FEUP) e Maria OtíliaCaetano (Conselho Disciplinar da Região Centro)Moderador: Eng. Gerardo Saraiva (presidente do ConselhoDirectivo da Região Norte)

6 DE JULHO ÀS 20H30LOCAL: VILA REALORGANIZAÇÃO: OERN/DELEGAÇÃO DE VILA REALJANTAR-DEBATE INOVAÇÃO E DESENVOLVIMENTOOradores: Eng.ª Teresa Ponce Leão (tesoureira da OE) e Prof. Bulas Cruz (UTAD), Eng. Luís Ramos (vice-presidente do CDRN)Moderador: Eng. Paiva Rodrigues

7 DE JULHO ÀS 21H30LOCAL: MACEDO DE CAVALEIROSORGANIZAÇÃO: OERN/DELEGAÇÃO DE BRAGANÇATERTÚLIA NOVAS VAL NCIAS DO ENSINOSUPERIOR – O PROCESSO DE BOLONHA/A FORMAÇÃO CONTÍNUAOradores: Eng. José Mendes (UMINHO) e Eng.ª ConceiçãoBaixinho (delegada distrital de Bragança)Moderador: Eng. Manuel Ângelo (OE – Delegação deBragança)

13 DE JULHO ÀS 21H30LOCAL: BRAGAORGANIZAÇÃO: OERN/DELEGAÇÃO DE BRAGATERTÚLIA GESTÃO DO TERRITÓRIO LOCAL E REGIONALOradores: Eng. José Mendes (UMINHO), Eng. AndréFontes (IMAGO) e Eng. António Jorge Fontes (IMAGO)Moderador: Eng. Gerardo Saraiva (presidente do ConselhoDirectivo da Região Norte)

20 DE JULHO ÀS 21H30LOCAL: PORTOORGANIZAÇÃO: OERNTERTÚLIA INOVAÇÃO E DESENVOLVIMENTO NA ENGENHARIAOradores: Eng. Pedro Alves (AENOR), Eng. António Limão(Martifer) e Eng. José Mendes (UMINHO)Moderador: Eng.ª Teresa Ponce Leão (tesoureira da OERN)

21 DE JULHO ÀS 21H30LOCAL: VILA REALORGANIZAÇÃO: OERN/DELEGAÇÃO DE VILA REALTERTÚLIA SEGURANÇA NO TRABALHO DA CONSTRUÇÃOOradores: Eng. João Baptista (Estradas de Portugal), Eng. ª Raquel Reis (Segurança Social) e Eng. Miguel Moreira(DHV – Tecnopor)Moderador: Eng. João Baptista (Estradas de Portugal)