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Ilha da Trindade e Arquipélago Martin Vaz Pedaços de Vitória no Azul Atlântico JOÃO LUIZ GASPARINI

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Ilha da Trindade e Arquipélago Martin VazPedaços de Vitória no Azul Atlântico

J O Ã O L U I Z G A S P A R I N I

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J O Ã O L U I Z G A S P A R I N I

Ilha da Trindade e Arquipélago Martin VazPedaços de Vitória no Azul Atlântico

GRÁFICA E EDITORA GSAVitória, ES

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Textos e Fotos ©: João Luiz GaspariniFoto da página 7 – Victor Hugo Gasparini, e da página 86 – Antônio de Padua AlmeidaRevisão gramatical: Renato Rodrigues de Souza e Jean-Christophe JoyeuxProjeto gráfico, editoração eletrônica e revisão de provas: Bios EditoraçãoScanner e tratamento de imagem: Copisett, Full Color e Zoo NeticsImpressão e acabamento: Gráfica e Editora GSATiragem: 1.000 exemplares (800 doados à CST, 100 à Lei Rubem Braga e 50 à CVRD)Capa: A porção leste da Ilha da Trindade

Gasparini, João Luiz, 1969-G249i Ilha da Trindade e Arquipélago Martin Vaz : pedaços de Vitória no

azul atlântico / João Luiz Gasparini ; ilustrações do autor. - Vitória : GSA,2004.

100 p. : il. , color.

ISBN 85-904999-1-X

1. Viagens – Ilha da Trindade – Espírito Santo. 2. Viagens –Arquipélago Martin Vaz – Espírito Santo. 3. Ecologia insular. I.Título.

CDU: 910.4(815.2)

Dados Internacionais de Catalogação-na-publicação (CIP)(Biblioteca Central da Universidade Federal do Espírito Santo, ES, Brasil)

Copyright © 2004 – É proibida a reprodução total ou parcial dessa obra, quer por meiomecânico, eletrônico ou fotográfico, sem a prévia autorização do autor.

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Ilha da Trindade e Arquipélago Martin VazPedaços de Vitória no Azul Atlântico

JOÃO LU IZ GASPAR IN IDepartamento de Ecologia e Recursos Naturais – DERN

Centro de Ciências Humanas e Naturais – CCHNUniversidade Federal do Espírito Santo – UFES

Av. Fernando Ferrari, s/n - Goiabeiras29060-900 Vitória, Espírito Santo

[email protected]://www.brazilianreeffish.cjb.net

ApoioPatrocínio Colaboração

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Para João Luiz Gasparini, o mar nunca compreendeu uma

aventura enigmática. Pelo contrário, sua obstinação culmina em mis-

sões que acabam por desvendar mistérios ocultos sob as ondas azuis,

sem que se perca a aura de magia que envolve os encantos mari-

nhos. Para quem não acha doce morrer no mar, viver sua poesia pode

ser um meio de decifrá-lo. Mas há muito trabalho pela frente quando

se decide reproduzir seus versos imagéticos. Sobretudo os subaquáti-

cos. Se navegar é preciso, para o biólogo e fotógrafo capixaba mergu-

lhar é imprescindível. E não apenas na água, mas no espírito do mar.

Seu entusiasmo parece compensar qualquer apnéia, permitindo-lhe

um apurado garimpo oceanográfico. Assim, sempre retorna das expe-

dições de que participa trazendo raridades a bordo. Do registro de

uma nova espécie, que nadava anônima entre corais, à captura do

melhor ângulo da mais distante paisagem, tudo parece ao alcance de

seu flash. E nenhuma singularidade – por mais cúmplice que lhe seja

a camuflagem – consegue escapar da perspicácia de suas objetivas.

Dessa vez, nos brinda com este livro, produto de uma visita ao univer-

so encantado da Ilha da Trindade e do Arquipélago Martin Vaz – com-

plexo insular mais distante da costa brasileira, pertencente ao municí-

pio de Vitória. Decretado como Reserva Municipal Marinha de Vitória

desde 26 de maio de 1989, a beleza e a riqueza dessas ilhas inspira-

ram Gasparini a sensibilizar seus cromos com as mais longínquas e

ímpares imagens. Denúncia de um olhar cuidadoso, paginado entre o

biológico e o artístico, a presente obra transcende limites científicos e

fotográficos, nos parecendo um ensaio para a própria estética da

ciência. Voltado aos ideais da sustentabilidade, em cuja órbita gravita

a conscientização ambiental, multiplicada por sua interação com o

desenvolvimento econômico e o foco sócio-transformador, este proje-

to alinha-se com as práticas da CST em prol do equilíbrio entre as

grandes forças do desenvolvimento sustentável. Vimos neste trabalho

a educação ambiental transmutada em uma forma gráfica e prática

de encurtar a distância entre a sociedade e a peculiar natureza dessas

ilhas, sublinhando seu valor ecológico. Ponte óptica, que possibilita

ao olhar à deriva percorrer em segundos a imensidão azul que nos

separa desses refúgios selvagens e mágicos, para assistir ao bio-es-

petáculo local; verdadeiro caleidoscópio de espécies endêmicas de

nossos mares, tendo por cenário belas silhuetas do Atlântico Sul. No

caminho de volta, impossível evitar que a consciência deslize nas

vagas da reflexão, que nos remetem à crista da importância da con-

servação desse admirável patrimônio natural.

As fotografias aqui reunidas fazem espocar, nas praias do sentido, a

impressão de que, ao registrá-las, o diafragma deixou passar mais

que luz: emoção. Esse tempero, aliado à inovação dos enquadra-

mentos, doura a traiçoeira isca que torna este trabalho especial-

mente perigoso: sendo a imagem uma das armas mais poderosas

da sedução, é através dela que Gasparini fisga qualquer atenção

desavisada que flutuar pelas proximidades dessas páginas. Segre-

dos de um velho lobo do mar, que finca a âncora de suas buscas

apenas em desafios que lhe permitam trazer à tona tesouros tão

valiosos quanto a viagem que se segue.

Sidemberg RodriguesGerente da Divisão de Comunicação e Imagem da CST

PREFÁCIO

Bio-arte

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DedicatóriaAos meus queridos pais, Dalva Rosetti Gasparini e Victor Hugo Gasparini,pelo amor extremo e apoio incondicional aos meus sonhos e projetos.À memória de minha avó, Amélia Stephania Vervloet Gasparini, queme ensinou o gosto pela organização e pelo capricho. Ao meu filho, Enzo,e à minha esposa, Karinna, por tudo, principalmente, paciência com minhasausências nas muitas viagens e na reclusão, quase que celibatária, para arealização das pesquisas biológicas e a organização deste livro.

V.

H.

Gasp

arini

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Rumo ao Paraíso ................................................................ 10

Entre o céu e o mar ............................................................ 12

Lava esculpida pelo tempo, vento, sol e água ........................ 16

Ponto estratégico ................................................................ 40

Naufrágios ......................................................................... 50

O clima das ilhas ................................................................ 52

A flora de Trindade.............................................................. 56

A fauna de Trindade ............................................................ 62Os crustáceos ................................................................................................... 63

Os peixes ......................................................................................................... 64

As tartarugas-marinhas ..................................................................................... 86

As aves marinhas ............................................................................................. 88

Os naturalistas ................................................................... 91

O retorno ........................................................................... 92

Making of .......................................................................... 94

Agradecimentos .................................................................. 95

Referências ........................................................................ 96

O autor .............................................................................. 100

Sumário

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Rumo ao ParaísoSó é possível chegar em Trindadenavegando, uma vez que a ilha não dispõede aeroporto, e helicópteros não possuemautonomia de combustível. E navegar até ailha é relativamente demorado, afinal ela estádistante cerca de 1160 km de Vitória, capi-tal do Espírito Santo. Dependendo da em-barcação e das condições do mar, pode-selevar de dois dias e meio a até sete dias deviagem. Porém, mesmo para os que enjoamcom o forte cheiro de óleo diesel e com obalanço incessante do mar, a viagem é re-pleta de momentos indescritíveis.

As missões realizadas pela Marinha do Bra-sil para apoio ao Posto Oceanográfico daIlha da Trindade são efetuadas a cada doismeses e zarpam das bases navais do Es-tado do Rio de Janeiro. A logística da via-gem é planejada e desenvolvida duranteuma semana ou mais e envolve facilmen-te uma ou duas centenas de pessoas. Nomomento de soltar as amarras a expecta-tiva toma conta de todos no navio, mesmodos que têm nessas viagens uma rotinade trabalho.

Cruzar a Baía da Guanabara rumo ao mar aberto,observando os contornos belíssimos do Rio de Ja-neiro e a inquietação da capital, com seu trânsitofervente, soa como uma despedida da civilização.Nas horas que seguem a linha da costa vai su-mindo no horizonte da popa do navio.

Durante a viagem há algumas regras militaresbásicas para os civis cumprirem: horários dasrefeições, tipos de vestimenta, além de simula-ções de salvamento e combate a incêndio. Con-tudo, a maior parte do tempo é passada em pro-funda reflexão.

Visitar o passadiço, o andar mais alto do navio,onde fica o “cérebro” da embarcação, é obrigató-rio. Lá é possível testemunhar, com curiosidadequase que de criança, as manobras, aparelhos etodo o trabalho da navegação, além de ser o me-lhor ponto de observação da embarcação.

É agradável ficar horas vendo o mar de um azulprofundo, quase roxo, passar e passar. Girar 360º,ver água em todas as direções e imaginar que aqueleenorme navio não passa de uma casca de noz flu-tuando acima de milhares de metros de água.

O imponente navio Barão de Teffé, veterano de viagens ao continenteAntártico (doze no total), adentrando na imensidão azul rumo à Trindade.

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Muitas vezes o tédio da viagem até Trindade é quebrado por momentos gloriosos como o entardecer, quando se pode assistir o pôr-do-sol em meio às nuvens em pleno alto mar.

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Entre o céu e o mar

A bordo do mesmo navio, Barão de Teffé, chegadas em Trindade, em viagens distintas, mas ângulos similares. À esquerda, durante o amanhecer e à direita, no entardecer.

Após dias de navega-ção, vivenciando um mistode meditação e ansiedade,é hora de desfrutar da be-líssima paisagem que tomaforma na proa do navio. Ocoração bate forte, princi-palmente para os pesquisa-dores que enxergam emTrindade um verdadeiro la-boratório isolado do mun-do, onde é possível sentir aevolução dos organismos etestemunhar ensinamentose conceitos só encontradosnos livros acadêmicos ouem aulas teóricas.

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Dependendo da hora da chegada, pode-se ver a escultural silhueta ene-grecida, no amanhecer, ou o imenso paredão dourado escarpado, no en-tardecer. Seja como for, a visão da Ilha da Trindade crescendo no horizon-te é de tirar o fôlego de qualquer pessoa. Uma verdadeira catedral gótica,erguida no meio do Atlântico Sul ocidental (páginas seguintes).

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A visão da silhueta acidentada de Trindade, destacada pelo brilho do sol nascendo na sua extremidade sul, somado ao tom amarelo-alaranjado de algumas nuvens, ocinza ainda escuro do céu, a friagem da madrugada que termina e o odor agradável da maresia, proporcionam uma das mais belas imagens e sensações da viagem.

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Lava esculpida pelotempo, vento, sol e água

UCSD, 2004

Esquema tridimensional gerado a partir de dados topográficos, altimétricos e batimétricos, mostrandoa costa leste do Brasil e a belíssima cadeia de montanhas submarinas entre a costa capixaba e ocomplexo insular de Trindade e Martin Vaz.

Para se entender o surgimentoda Ilha da Trindade e do Arquipélago deMartin Vaz no meio do Atlântico sul oci-dental, é necessário entender o movimen-to das placas tectônicas que formam a su-perfície terrestre. A crosta do planeta Terraé formada por várias placas e na junçãodessas existem zonas de intenso movimen-to e vulcanismo. Por conta desta dinâmi-ca, ocorreu uma imensa fratura na placasul-americana, que se estende de Vitóriaaté cerca de 1000 km a leste do Arquipé-lago de Martin Vaz, chegando a alcançar olimite sul da Bacia do Cuanza, ao largo dacosta Africana, já no Atlântico sul oriental.

Essa fratura no leito oceânico fez com que omagma extravasasse em escala colossal. Paraconverter-se em ilha, precisou emitir mag-

ma numa razão de pelo menos 100 quilômetros cúbicos pormilhão de anos. Foram necessários aproximadamente 10milhões de anos para atingir a superfície do mar. Diversospontos desta fratura liberaram mais magma que outros, comisso imensas colunas foram galgando o fundo oceânico rumoà superfície. O que encontramos hoje, defronte ao estado doEspírito Santo, é uma grande cadeia de antigos vulcões sub-marinos extintos, submersos a poucas dezenas de metros dasuperfície do mar, denominada Cadeia Vitória-Trindade. Algunsdestes vulcões oceânicos são conhecidos como bancos pes-queiros, sendo muito procurados por embarcações de pescacomercial. Da costa do Espírito Santo, mergulhando em dire-ção à África, encontramos os bancos Vitória, Eclaireur, Monta-gue, Jaseur, Davis, Dogaressa e Columbia.

As bases desses vulcões estão no leito oceânico em profun-didades abissais entre 3000 e 5500 metros, sendo que acerca de 1100 km da costa do Espírito Santo surgem osúnicos pontos emersos desta cadeia de vulcões: pequenosrochedos que formam o Arquipélago de Martin Vaz e a im-ponente Ilha da Trindade.

NO

AA

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4

Relevo oceânico destacando a cadeiaVitória-Trindade e o complexo insularoceânico Trindade-Martin Vaz (seta)

VitóriaIlha da Trindade

ArquipélagoMartin Vaz

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O Brasil possui cinco ilhas oceânicas: O Atol das Rocas, o Ar-quipélago de Fernando de Noronha, o Arquipélago de São Pedroe São Paulo, a Ilha da Trindade e o Arquipélago de Martin Vaz,distantes, respectivamente, 266, 345, 1000, 1160 e 1200quilômetros da costa brasileira.

Todas possuem origem vulcânica, exceto, em parte, o Atol dasRocas que foi formado pela deposição de algas calcárias e co-rais sobre o topo de um vulcão extinto.

Trindade e Martin Vaz são as ilhas oceânicas mais novas dascinco, com apenas 3 milhões de anos. Isso é pouco quandocomparado com Fernando de Noronha e Rocas, que possuemcerca de 12 milhões de anos. O próprio aspecto geral das ilhasjá evidencia isso, sendo Fernando de Noronha muito mais pla-na e com relevo suave, enquanto Trindade é muito acidentada,com escarpas muito íngrimes e imensos penhascos, ainda pou-co desgastados pelo tempo. Trindade possui uma área de ape-nas 9,2 quilômetros quadrados, cerca da metade do tamanhode Fernando de Noronha.

A atividade vulcânica em Trindade perdurou até cerca de 5000anos atrás, e ocorreu na extremidade oriental da ilha onde seformou uma cratera de mais de 200 metros de raio. Atualmenteresta apenas uma pequena parte do arco dessa cratera.

Pesquisas recentes dão conta que quatro vulcões formaram Trin-dade (Vulcão do Valado, Vulcão do Desejado, Vulcão do MorroVermelho e Vulcão do Paredão). Trindade é hoje uma sucessãode colunas e paredes de um imenso edifício vulcânico em ruí-nas, com uma beleza cênica singular, ao mesmo tempo agressi-va e agradável.

Ilha da Trindade

Arquipélago Martin Vaz

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Ponta sul da Ilha da Trindade, onde se encontram as localidades Parcel, Túnel e Cratera, vista do Pico do Desejado.

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O Pico do Desejado é o ponto mais alto da ilha e está situado no topo de um gigantesco paredão vulcânico, com 600 metros de altitude.

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A Cratera, onde se acredita que tenham ocorrido as derradeiras manifestações vulcânicas em Trindade.

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Aspectos da parte externa da Ponta do Túnel, localizada no extremo sul de Trindade.

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No primeiro plano, o Pico Nossa Senhora de Lourdes, com 227 metros de altitude, seguido pela porçãofinal da Praia das Tartarugas e pelo belíssimo Pão de Açúcar, com 392 metros de de altitude.

O Morro Nossa Senhora de Lourdes é uma belíssima formação basáltica.

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A Praia do Túnel e a Ponta do Paredão. As cores amarelo-avermelhadas do solo vulcânico contrastam com os tons verdes e azuis do mar e do céu.

Situado na porção sul de Trindade, o Túnel possui abertura com altura e comprimentoaproximados de 30 e 50 metros, respectivamente. O paredão onde este túnel foiesculpido pela força do mar possui 287 metros de altitude.

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A caminhada até o Túnel é tranqüila porém escaldante. A areia escura da praia quase queima os pés mesmo dentro dos tênis.

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A Ponta do Paredão e o Túnel vistos da pequenapiscina externa do Parcel. O “spray” marinho,oriundo das ondas, deixa o segundo plano dafoto encoberto por um tênue véu esbranquiçado.

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O Pico do Monumento, com seus imponentes 270 metros de altitude, é tido como o símbolo fálico da ilha, e está localizado em sua porção noroeste.

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No noroeste de Trindade, à direita do Pico do Monumento, encontram-se as escarpas mais íngrimes e perigosas da ilha. São quase 300 metros de queda abrupta até os diques naturais chamados de Orelhas.

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Ponta e Parcel das Tartarugas, situados no extremo leste de Trindade.

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Parcel das Tartarugas visto a partir da Ponta das Tartarugas, onde os recifes rasos e a água transparente proporcionam mergulhos inesquecíveis.

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A Enseada da Cachoeira, localizada no lado oeste de Trindade,possui um fundo recifal exuberante banhado por águas quentes etransparentes. Ao fundo se vê a Ponta dos Cinco Farilhões.

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A Praia do Príncipe, vista da base do Morro do Vigia, possui uma beleza cênica ímpar.

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O Morro das Tartarugas, situado entre a Praia do Andrada e a Praia das Tartarugas é uma estrutura basáltica de rara beleza.

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Recifes vulcânicos e poças da Praia do Andrada expostos durante a maré baixa. Ambientes que abrigam grande variedade de peixes e invertebrados marinhos.

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O Arquipélago Martin Vaz. No primeiro plano a Ilha do Norte, com 75 metros de altitude; segue-se a pequenina Ilhota Agulha;a maior ilha chamada Martin Vaz, com 176 metros de altitude e a Ilha do Sul, com 122 metros de altitude.

Quando o céu está límpido é possível visualizar o Arquipélago Martin Vaz, distante 48 quilômetros a leste deTrindade. Esta é a última porção do território nacional perdida no azul Atlântico, sendo formada por quatroilhas. Verdadeiras agulhas de terra que rasgam o mar a partir de profundidades abissais.

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Visão inversa do Arquipélago Martin Vaz. No primeiro plano a Ilha do Sul, seguida pela maior, Ilha Martin Vaz, Ilhota Agulha e Ilha do Norte.

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Entardecer em Trindade, visto do navio Barão de Teffé retornando do Arquipélago Martin Vaz.

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Poça-de-maré na Praia do Príncipe, vendo-se ao fundo o Pão de Açúcar (392 metros) e o Morro do Paredão (287 metros), presentes na porção sul de Trindade.

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O Pico Nossa Senhora de Lourdes, onde fica a gruta que leva o mesmo nome, possui227 metros de altitude e está situado acima das praias do Andrada e das Tartarugas.

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TRINDADE COBIÇADADESDE O INÍCIO DASGRANDES NAVEGAÇÕES

A história humana na ilha come-çou juntamente com o início dasgrandes navegações, sendo queseu descobrimento é, até hoje,motivo de dúvida. Alguns histori-adores creditam o descobrimentode Trindade ao navegador Espa-nhol João da Nova, que viajava aserviço de Portugal, e teria desco-berto Trindade em março de 1501.Contudo, outros historiadores afir-mam que o Português Estevão daGama, durante a segunda viagemde Vasco da Gama às Índias, teriadescoberto Trindade em 1502.Nessa ocasião a ilha foi batizadade “Ilha da Santíssima Trindade”.

Ponto estratégicoQuase dois séculos depois, duranteuma expedição para realizar me-dições magnéticas no Atlânticopara o governo inglês, a bordo doNavio H. M. S. Paramore, o famo-so astrônomo inglês EdmundHalley – o mesmo do cometa –teria tomado a ilha, desconsideran-do a posse de Portugal. Neste mo-mento, em abril de 1700, comoprática usual entre os navegadoresda época, foram soltos diversos ani-mais na ilha, entre estes, váriascabras e porcos para servirem dealimento a possíveis náufragos oudar início a uma ocupação britâni-ca num futuro próximo. Mais tar-de, este simples ato, desencadea-ria drásticas alterações na flora dailha, com conseqüências extremasna perda de solo e descaracteriza-ção geral da cobertura vegetal.

Cabras foram soltas às centenas em quase todas as ilhas oceânicas do mundo. Era uma prática usual dosantigos navegadores no intento de deixar provisão de carne para possíveis náufragos. Atualmente amargamos adescaracterização da flora e conseqüentemente do ambiente insular causada por estes animais.

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A derrubada da vegetação nativa, tentativas infrutíferas de cultivo e impactos causados pelo rebanho caprino minaramalgumas partes de Trindade. O solo fértil está sendo carreado durante as chuvas, que abrem grandes vossorocas.

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Oitenta e um anos após a visitade Edmund Halley, a Inglaterra ocupou a ilha comtropas militares. Sabendo da ocupação, Portugalprotestou em Londres. Enquanto o assunto trami-tava lentamente nos meios diplomáticos, em 1783,o vice-rei do Brasil, Luís de Vasconcelos, enviou150 pessoas, entre militares e civis, para a ilha abordo da nau “Nossa Senhora dos Prazeres”, sob ocomando do Capitão José de Mello Brayner, paraexpulsar os ingleses da ilha. Porém, quando os mi-litares portugueses chegaram, os ingleses já havi-am deixado Trindade.

Depois da retirada inglesa, Portugal resolveu coloni-zar a ilha deixando militares e seis casais de açoria-nos no local. Municiados de sementes e animais, os

açorianos promoveram a derrubada do restante davegetação arbórea da ilha, que havia resistido à vo-racidade do rebanho de cabras, para dar lugar aosplatôs agricultáveis. A madeira extraída da Colubri-

na glandulosa, árvore confundida com o Pau Brasil,era muito apreciada para confecção de móveis, gra-ças à sua resistência e belíssima cor avermelhada.

Contudo, o isolamento, somado ao insucesso noplantio de milho e o esgotamento do extrativismoda madeira, levou Portugal a retirar os açorianosda ilha, que passou a ficar ocupada somente pormilitares. Tal ocupação perdurou até 1795, quan-do o Novo Vice-Rei, o Conde de Resende, deter-minou a desocupação da ilha, que voltou a ficarabandonada.

Testemunhos da outrora vegetação arbórea que cobria Trindade são encontrados espalhados por quase toda a ilha. Alguns registros históricos falam de vendavais colossais e mesmo emanação degases como causa do desaparecimento da floresta. No entanto, as tentativas infrutíferas de ocupação humana organizadas por portugueses e ingleses, fazendo mal uso da vegetação e do solo,

somado ao grande impacto do rebanho caprino que pastou livremente por Trindade durante séculos, devem ser considerados como as maiores causas desta dramática alteração.

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Praia do Andrada vista do Morro Nossa Senhora de Lourdes. Nota-se o Marco do Andrada erigido no afloramento rochoso acima da praia, bem no centro da foto.

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Entre 1822 e 1889, a Ilha da Trinda-de foi dominada por comerciantes de escra-vos e piratas. Este fato originou a lenda deque há enterrado, em algum local da ilha, umgrande tesouro, desde o século XVII, por pira-tas ingleses que teriam interceptado um ga-leão espanhol com muito ouro e prata rouba-dos da Catedral de Lima, após a independên-cia do Peru. Foram realizadas aproximada-mente doze expedições em busca deste te-souro, incluindo a de E.F. Knight, em 1885,que empreendeu esforços após receber, de umsuposto pirata sobrevivente, um mapa com alocalização do tesouro.

Em 1895, a Inglaterra voltou a ocupar Trin-dade, incorporando-a ao seu vasto territóriode possessões. Depois de uma batalha diplo-mática, os ingleses resolveram recuar e, emagosto de 1896, retiraram os sinais de suapresença. No ano seguinte, o cruzador brasi-leiro Benjamin Constant dirigiu-se à ilha parapromover uma nova tomada de posse. Nestaocasião foi construído um marco na encostado morro Pão de Açúcar, com duas placascomemorativas, que hoje não mais existem.

Anos mais tarde, em 1911, foi instalado ummarco de granito na Praia do Andrada, paraafirmar a posse brasileira sobre Trindade. Ain-da hoje, já desgastado pelo tempo, sol e ma-resia, ele continua de pé num platô vulcânicoacima da Praia do Andrada. O Marco do Andrada, erigido em 1911 e situado na praia que leva o mesmo nome, comemora a posse definitiva do Brasil

sobre a Ilha da Trindade, após disputa diplomática com a Inglaterra, que havia se apossado da ilha. Aos pés do monumentoestá escrito “O direito vence a força”.

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Durante a Primeira Guerra Mundial,a ilha serviu de base para guarnições militares, elogo após o término dos conflitos, foi novamenteabandonada. Entre os anos de 1924 e 1926, opresidente Artur Bernardes transformou Trindadeem presídio político. Estiveram presos na ilha, en-tre outros, o patrono da força aérea brasileira, Ma-rechal-do-Ar Eduardo Gomes, o General Sarmen-to, o Capitão Juarez Távora e o Tenente Magessi,entre outros militares insubordinados.

Deflagrada a Segunda Guerra Mundial, a Marinhado Brasil voltou a ocupar Trindade devido à suaprivilegiada localização estratégica no Atlântico sul.A ocupação da Marinha durou até 13 de junho de1945. Em 1950, a ilha foi visitada por uma im-

portante expedição científica, sob a orientação doministro João Alberto, com a finalidade de plane-jar a colonização e construção de uma base aero-naval. Nesta época, o ministro levou consigo umaequipe de notáveis para também, realizar estudosdiversos na ilha.

Finalmente, em 29 de maio de 1957, a bordo dosnavios Almirante Saldanha e Imperial Marinha, foidado início à criação do Posto Oceanográfico daIlha da Trindade (POIT), como parte do programade participação do Brasil no Ano Geofísico Inter-nacional. Desde então, a ilha permanece guarne-cida pela Marinha do Brasil, que ali mantem umcontingente de aproximadamente 40 homens, quesão revesados a cada quatro meses.

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Placa de boas vindas aos visitantes que chegam em Trindade. Nelaencontram-se os dados básicos da ilha, incluindo a posse capixaba.

Quase sempre os embarques e desembarques são efetuados com auxílio de helicóptero. Os trabalhos no convôo do naviorequerem muito planejamento e concentração. Afinal, pousar e alçar vôo de um navio em constante balanço não é nada fácil.

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Desde 1957, a Diretoria de Hidrografia eNavegação da Marinha do Brasil realiza

pesquisas e monitoramentos meteorológicosem Trindade. Sua posição geográfica ímpar

faz da ilha um dos mais importantes pontosde coleta de dados para pesquisas climáticas

e meteorológicas do Atlântico sul.

A soberania nacional é mantida na ilha,ininterruptamente, desde a fundação doPosto Oceanográfico da Ilha da Trindade(POIT), em 29 de maio de 1957.

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O pequeno cemitério de Trindade possui dezesseis cruzes de pessoas que desapareceram ou morreram na ilha. Curiosamente, nenhum corpo está enterrado no local.

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Dois naufrágios marcam a paisagem terrestre da praiados Portugueses, onde se localiza o Posto Oceanográfico. O naufrágiomais antigo, do navio Beberibe da Marinha do Brasil, está destroçadosobre os recifes defronte às instalações militares, com apenas a popaemersa e todo o restante espalhado nas partes rasas dos recifes próxi-mos. O segundo naufrágio ocorreu em 1989, quando a tripulaçãofuriosa com o racionamento de comida se amotinou, matou o cozi-nheiro, feriu o comandante e arremessou o navio espinheleiro chinêsHwa Shing sobre a crista recifal da Praia dos Portugueses.

Na ocasião toda a tripulação, composta principalmente de uruguaios,foi presa pela Marinha do Brasil e conduzida ao continente, juntamen-te com o corpo do cozinheiro.

Os destroços do Beberibe, antigo navio da Marinha do Brasil, acidentado duranteuma tempestade em Trindade, contrastam com um dos mais novos e modernosnavios da frota brasileira, o Navio de Socorro Submarino Felinto Perry.

Naufrágios

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O navio Chinês Hwa Shing, encalhadopropositalmente na ilha após um

violento motim, quando a tripulaçãorebelada matou o cozinheiro e feriu o

comandante, se desmantela nosrecifes da Praia dos Portugueses.

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O clima das ilhasO clima de Trindade e Martin Vazé oceânico tropical, amenizado pelos ventosalísios do leste e do sudeste. A temperaturamédia anual é de 25ºC, sendo o mês de fe-vereiro o mais quente do ano e setembro, omais frio. Quase todos os dias, principalmenteno verão, ocorrem chuvas rápidas, que rece-bem o nome de “pirajás”. Entre os meses deabril e outubro, a ilha sofre invasões periódi-cas de frentes frias. São geralmente as mes-mas frentes frias vindas da Antártica que so-bem pela Argentina e sul do Brasil. Quandoestas chegam na região sudeste, desviam parao oceano e chegam em Trindade, provocan-do mudanças abruptas nas condições do mar.

Durante uma das viagens, o navio Felinto Perry é surpreendido pelo mau tempo em pleno mês de fevereiro. Grandes ondas explodem na sua proa.

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Quando as frentes frias chegam, principalmente no inverno, as condições do mar mudam rápida e drasticamente em Trindade. Os ventos sopram ferozmente e as ondas podem atingir cinco metros de altura.

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Constantemente, nuvens carregadas em baixas altitudes colidem com os picos mais altos de Trindade,provocando chuvas passageiras denominadas “pirajás”. Essas chuvas abastecem Trindade de água doce.

A alta freqüência de chuvas sedeve à altura de Trindade. Como seu picosobe 600 metros acima do nível do mar,forma um imenso obstáculo para as nu-vens carregadas, que precipitam sua car-ga após chocarem-se com esta enormemuralha. Estas chuvas mantêm três gran-des fontes de água potável na ilha: umana Enseada da Cachoeira, a mais abun-dante, outra na Praia do Príncipe e a ter-ceira na Enseada dos Portugueses, que éa utilizada pela população da ilha.

As águas que circundam Trindade e Mar-tin Vaz pertencem à Corrente do Brasil, esão caracterizadas pela alta salinidade,temperatura tépida (27ºC) e por alcan-çarem transparência de até 50 metros, oque possibilita mergulhos fantásticos.

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A FLORESTA NEBULAR DE SAMABAIAS-GIGANTES

A imponência da ilha e seu isolamento geográfico lhe conferem um ar de paraíso intocado, queacaba por encobrir o grave problema de degradação ambiental de séculos de impactos causadospelo homem. Após anos de extrativismo vegetal intenso, tentativas fracassadas de cultivo e sécu-los de ataque impiedoso do rebanho caprino, a flora de Trindade mudou drasticamente e, comela, o solo. Há relatos históricos que contam da exuberante floresta que, por volta de 1700,cobria quase 80% de toda sua área. Em 1965 esta cobertura vegetal já havia sido reduzida àaproximadamente 20% da área da ilha e, atualmente, não chega a cobrir 10%.

A vegetação de Trindade é pobre em número de espécies. Pesquisas recentes estimaram umariqueza de aproximadamente 120 espécies, incluindo aquelas trazidas pelos homens e mesmo ascultivadas na horta da Marinha. Este número é muito modesto se comparado, por exemplo, comum pequeno trecho de Mata Atlântica de encosta do município de Santa Teresa, região montanhosado Espírito Santo, que detém 443 espécies arbóreas em apenas um hectare. Porém, o que impres-siona em Trindade não é a diversidade e sim o número de espécies endêmicas, ou seja, únicas eexclusivas da ilha. Em Trindade, o endemismo da flora é de aproximadamente 10%, o que enqua-dra a ilha entre as áreas prioritárias para conservação.

A flora de Trindade

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Conhecida como Fazendinha, essa encosta íngrime, vista do Picodo Desejado, está situada na porção sudoeste da ilha e abriga amagnífica floresta nebular de samambaias-gigantes de Trindade.

As samambaias-gigantes atingemaproximadamente 6 metros de altura.

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Supõe-se que a flora de pequeno porte,herbácea, tenha sido a mais devastada pelo rebanhocaprino. As espécies arbóreas, principalmente aquelasque apresentavam boas características para a confec-ção de móveis, como a Colubrina glandulosa, foramextirpadas pelo extrativismo nas sucessivas tentativasde colonização da ilha e, também, pelo rebanho capri-no, que conseguia se alimentar da casca palatável, eacabava por matar as árvores.

Felizmente, a samambaia-gigante, um dos símbo-los de Trindade e de outras ilhas oceânicas tropi-cais, resistiu aos impactos causados pelo homem,pois apresenta um revestimento externo extremamen-te duro que, aparentemente, inibiu até mesmo ovoraz apetite das cabras. Devido a esta característi-ca, a samambaia-gigante é atualmente a espécie deporte arbóreo dominante em Trindade, compondocerca de 90% do estrato arbóreo remanescente.Aproximadamente 5.000 exemplares desta espécieformam quatro grandes populações nas encostasmais altas do lado oeste da ilha. É raro encontrarexemplares abaixo dos 400 metros de altitude.

A identidade científica da samambaia-gigante da Ilhada Trindade ainda é controversa. Alguns pesquisa-dores consideram-na uma espécie distinta e endê-mica, denominada Cyathea copelandii. Outros pes-quisadores, entretanto, acreditam que pertença à es-pécie Cyathea delgadii, uma forma distribuida nacosta do Brasil e relativamente comum nas encos-tas da Serra do Mar.

No interior da floresta de samambaias-gigantes a temperatura pode ser 10ºC menor que do lado de fora.É indescritível sentir na pele a mudança abrupta de temperatura depois de uma caminhada no sol escaldante.

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No alto do Pico do Desejado também são encontrados fetos arborescentes da samambaia-gigante.

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O capim-de-folha-fita (Cyperus atlanticus) e o capim-vassourinha (Bulbostylis nesiotes) são espécies herbáceas endêmicas da Ilha da Trindade e do Arquipélago Martin Vaz. Felizmente o rebanho caprino não destruiu essas formas únicas.

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Ipomoea pes-caprae, conhecida popularmente como feijão ou amendoim da praia, forma grandes tapetes ao longode toda a Praia do Andrada. Ao fundo se vê o Pico Nossa Senhora de Lourdes, que possui 227 metros de altitude.

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O ISOLAMENTO GEOGRÁFICOCRIOU UM PARAÍSO

A fauna, assim como a flora de Trindade, des-perta interesse extremo nos pesquisadores,pois o isolamento geográfico propiciou a evo-lução de espécies únicas, endêmicas deste pe-queno ponto emerso no meio do Atlântico.

A fauna de Trindade

O caranguejo-amarelo ou carango (Gecarcinus lagostoma) é uma espécie terrestre que habita ilhas oceânicas. No Brasil, é encontrado em Trindade, Martin Vaz,Atol das Rocas e Fernando de Noronha. Sua população em Trindade ainda é colossal, mas são necessários cuidados com sua conservação, uma vez que acaptura exagerada para o consumo humano pode afetar o equilíbrio ecológico da mesma, como já ocorreu em Fernando de Noronha.

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Os crustáceosAlgumas espécies de crustáceos habitam osrecifes e praias de Trindade, entre elas lagostas e caran-guejos. Na zona entre-marés, destacam-se o caranguejo-da-arrebentação (Plagusia depressa) e o aratu-vermelho(Grapsus grapsus). Já em terra, o “dono da ilha” é o ca-ranguejo-amarelo ou carango (Gecarcinus lagostoma). Estaespécie ainda é muito comum em Trindade, e tambémem Martin Vaz, apesar da crescente captura para consu-mo humano entre o pessoal da guarnição militar e os visi-tantes de Trindade. O carango vive desde a zona entre-marés até o Pico do Desejado, e se alimenta de uma enor-me gama de itens, desde folhas das amendoeiras ou cas-tanheiras, até ovos e filhotes das tartarugas-verdes. O aratu ou aratu-vermelho oceânico (Grapsus grapsus) é uma das mais belas

espécies de crustáceo que vive na zona entre-marés das ilhas oceânicas brasileiras.

O caranguejo-da-arrebentação(Plagusia depressa) é umaespécie bastante comum emTrindade, onde habita osrecifes vulcânicos maisexpostos à ação das ondas.

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Os peixesEm pesquisas recentes, foram levantadas apro-ximadamente 100 espécies de peixes nos recifes deTrindade. Tal resultado é discreto quando comparadocom a fauna de peixes encontrada nas ilhas de Guara-pari, litoral sul do Espírito Santo – a área recifal maisrica em número de espécies do Brasil – que abrigamais de 300 espécies em seus recifes, ou seja, trêsvezes mais espécies que Trindade.

A baixa riqueza de espécies, também encontrada emoutras ilhas tropicais isoladas do Atlântico, é explicadapela restrição na disponibilidade de ambientes e graude isolamento. O tamanho de uma ilha está diretamen-te ligado à disponibilidade de espaço suficiente parauma população residente, de qualquer ser vivo, conti-nuar a existir ou não. A variedade de micro-ambientestambém pode afetar a riqueza de espécies num recifeisolado. A reduzida disponibilidade de ambientes con-tribui substancialmente para o tamanho pequeno dafauna de peixes e de outros seres vivos em Trindade eMartin Vaz.

A riqueza de espécies é baixa, porém a abundância dealgumas formas é surpreendente. Um exemplo claro dis-so são os cardumes colossais de sardinha (Harengula sp.)e purfa (Melichthys niger) que fazem fervilhar as águasque circundam a ilha. Outro fato que chama a atenção é oalto índice de espécies únicas de Trindade e Martin Vaz.Das aproximadamente 100 espécies de peixes levanta-das, seis são endêmicas dos recifes que circundam essasilhas. O peixe-donzela de Trindade (Stegastes trindaden-

sis) e a maria-da-toca ou moreia-de-Trindade (Scartella

poiti) são dois exemplos de espécies endêmicas do com-plexo insular Trindade-Martin Vaz e descritas recentemen-te. Entomacrodus sp., Elacatinus sp. e Malacoctenus sp.são outras três espécies endêmicas, e que ainda estão emprocesso de descrição científica.

Peixe-cofre ou baiacu-cofre(Acanthostracion polygonius),possui uma verdadeiraarmadura, parecendo um cascode tartaruga, que lheproporciona segurança contraos predadores. As únicas partesflexíveis e carnosas são osolhos, a boca, as bases dasnadadeiras e a cauda.

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O peixe-sabão (Rypticus saponaceus) é uma pequena espécie de badejo que vive nas cavidades recifais de Trindade.Possui uma substância cáustica na pele, chamada saponina, que garante sua proteção contra possíveis predadores.

A moreia-cabeçuda (Opistognathus sp.) é uma espécie ainda não descrita da costa brasileira eque também ocorre nos fundos de areia e cascalho entre os recifes vulcânicos de Trindade.

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A garoupa-Trindade ou garoupa-gostosa (Dermatolepis inermis) é uma dasmais belas espécies de peixe recifal que ocorre em Trindade e em Martin Vaz.

A moreia-comum (Labrisomus aff. nuchipinis) é umdos muitos habitantes das poças-de-maré de Trindade.

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A água quente e extremamente transparente, somada à profusão de peixes que habita seu interior, faz da Piscina do Parcel um verdadeiro aquário. É um local ideal para realizar observações subaquáticas e fotos-sub.

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Um imenso cardume de sardinhas (Harengula sp.), movimenta as águas da Ponta da Calheta. Esta espécie abundante fornece alimento para diversas espécies de peixes e aves marinhas.

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Duas espécies de peixes extremamente coloridas, que vivem nos recifes mais profundos.Alimentam-se de pequenos crustáceos, vermes, moluscos, entre outros invertebrados marinhos.

Bodianus pulchellus

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Bodianus rufus

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O catuá ou garoupeta (Cephalopholis fulva) habita tocas e frestas nos recifes vulcânicos de Trindade e Martin Vaz, sendo provavelmente o local onde ocorre em maior abundância em águas brasileiras.

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O peroá-comum ou peixe-porco (Balistes capriscus) é uma espécieque habita os fundos de areia e cascalho ao redor dos recifes.

O apogon (Apogon americanus) é uma espécie de hábitos noturnos que vive nas frestas e tocas dos recifes. Sua biologiareprodutiva é singular, pois os machos incubam os ovos na boca, onde se desenvolvem protegidos dos predadores.

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Espécie de maria-da-toca ainda não descrita, do gênero Malacoctenus. Vivedesde a zona entre-marés até 15 metros de profundidade. É endêmica do

complexo insular Trindade-Martin Vaz.

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“Close-up” da belíssima face vermiculada de um macho do peixe-sabonete-rei (Thalassoma noronhanum). Esta espécie vive empequenos cardumes em todas as ilhas oceânicas brasileiras e em grande parte da costa nordeste e sudeste do Brasil, sendo endêmicade nossas águas. Os machos possuem um harém de fêmeas. Quando estes morrem, a fêmea mais velha do harém sofre um processode inversão sexual, adquirindo coloração, comportamento e funções fisiológicas de macho.

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O caramurú-banana (Gymnothorax miliaris) é uma das muitasespécies de moréia que habitam os recifes de Trindade.

Popularmente chamado de joão-cachaça ou jaguariçá (Holocentrus ascensionis) é umaespécie muito comum nos recifes do litoral e de todas as ilhas oceânicas brasileiras.

O jaguariçá-caolho (Plectrypops retrospinnis) é uma espécie de hábitos discretose atividade noturna, que vive nas locas e frestas dos recifes vulcânicos.

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Duas espécies de peixes recifais extremamente coloridas, tratadas popularmentecomo peixes-sabonete em alusão ao corpo muito escorregadio.

Halichoeres poeyi (adulto e juvenil)

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Halichoeres brasiliensis (adulto e juvenil)

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A maria-da-toca ou moreia-da-poça(Entomacrodus sp.), é uma dasespécies ainda não descritas que éencontrada exclusivamente naságuas rasas da ilha. Vive nos recifesmais expostos e nas poças-de-marémais rasas, onde se alimenta dealgas que crescem sobre as rochasvulcânicas.

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A moreia-de-Trindade (Scartella poiti)foi descrita em 2004. É encontrada

nas águas rasas da ilha, junto aosrecifes mais expostos, próximos daspraias e nas poças-de-maré, sendo

endêmica do complexo insularTrindade-Martin Vaz.

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O peixe-pedra ou peixe-escorpião (Scorpaena plumieri) é um peixe dotado de espinhos ocos ligados a glândulas de veneno. Vive no fundo, muito bemcamuflado entre as rochas e algas. Mergulhadores desatentos podem se ferir nos espinhos dorsais desta espécie e amargar horas de dor intensa.

“Close-up” da cabeça do peixe-pedra, evidenciando as projeções dérmicas parecidascom algas e o olho translúcido, que auxiliam na camuflagem em meio aos recifes.

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O gobi-limpador (Elacatinus pridisi) é uma das espécies de peixe recifal exclusivas de Trindade e deMartin Vaz. Este pequenino peixe ocorre desde os 5 até os 30 metros de profundidade e apresenta uma

peculiaridade muito interessante: faz limpeza em outras espécies de peixes, se alimentando deparasitas e tecido doente da superfície do corpo dos seus clientes.

O peixe-donzela-de-Trindade (Stegastes trindadensis) foi recentemente descrito, sendo endêmico deTrindade e de Martin Vaz. Vive nos recifes rasos, desde poças-de-maré até áreas recifais com 20 metrosde profundidade. Quando jovem, como o exemplar da foto, apresenta coloração azul vívida com umapequena porção amarela no alto do corpo. Indivíduos adultos tornam-se castanho-oliváceos.

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Nas águas claras que banham os recifes de Trindade, é fácil testemunhar comportamentos interessantes entre asespécies. O peixe-sabonete-verde (Halichoeres poeyi) seguindo o peixe-trilha (Pseudupeneus maculatus) usa uma táticaalimentar muito rendosa. Enquanto o peixe-trilha escarafuncha o fundo e as frestas em busca de pequenos crustáceos evermes, o peixe-sabonete-verde o segue atentamente esperando que alguma presa escape da boca de seu parceiro.

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As tartarugas-marinhasTrês espécies de tartarugas-marinhasvivem nos recifes ou ao largo de Trindade e Mar-tin Vaz. A tartaruga-gigante ou tartaruga-de-cou-ro (Dermochelys coriacea) habita o mar abertoao largo das ilhas e ao longo da cadeia Vitória-Trindade. Além de ser a maior espécie de tartaru-ga-marinha, também é a mais ameaçada de ex-tinção, pois vem sofrendo declínio populacionaldevido ao aumento da poluição dos mares e àcaptura acidental em espinhel oceânico.

Outra tartaruga-marinha que freqüenta as águas deTrindade e Martin Vaz é a tartaruga-de-pente (Eret-

mochelys imbricata), que faz dos recifes dessasilhas, bem como dos bancos oceânicos da cadeiaVitória-Trindade, um de seus sítios de alimentaçãoprediletos em água brasileiras. Esta espécie de tar-taruga se alimenta de esponjas.

A última espécie é a tartaruga-verde (Chelonia mydas), que tem em Trindadeseu maior sítio reprodutivo do Atlântico sul e um dos maiores do mundo. Asfêmeas de tartaruga-verde, medindo em média 1,20m de comprimento e pe-sando cerca de 250 quilos, freqüentam as praias de Trindade durante a esta-ção reprodutiva, que se prolonga de outubro a maio. Cada fêmea põe emmédia de 130 a 150 ovos. No total, milhares de ovos são enterrados nasareias, e mesmo sofrendo grande pressão de predação por inúmeros animaiscomo caranguejos, fragatas, polvos e peixes, algumas poucas tartaruguinhasconseguem chegar à fase adulta e reiniciar o ciclo de reprodução em Trindade.

O senso de orientação das tartarugas é impressionante. Tartarugas-verdes nas-cidas em Trindade migram para a costa do Brasil onde se alimentam de algas.Quando atingem a idade adulta, entre 20 e 25 anos, se dispersam na imensi-dão dos mares. Porém, na época reprodutiva, sabem exatamente o momentoe o local para acasalar e colocar seus ovos. Neste instante, as tartarugas-verdes viajam longas distâncias e retornam às ilhas oceânicas onde nascerampara recomeçar um novo ciclo de descendentes.

A.

P. A

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A tartaruga-verde (Chelonia mydas) molda uma grande depressão na areia antes de cavar seu ninho.Cada “mamãe” tartaruga deposita entre 130 e 150 ovos.

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Aos pés do Morro Vermelho e do Pão de Açúcar fica a Praia das Tartarugas, um dos maiores e mais importantes sítios de desova da tartaruga-verde no OceanoAtlântico. No auge da estação reprodutiva, geralmente em fevereiro, é comum encontrar até setenta fêmeas desovando nesta praia numa mesma noite.

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As aves marinhasAs ilhas, de uma forma geral, representam um “porto seguro”para as aves marinhas. Mesmos aquelas espécies estritamenteoceânicas necessitam de um local em terra firme para construirseus ninhos e criar seus filhotes. Trindade e Martin Vaz não sãoexceções e abrigam cerca de 20 espécies de aves marinhas,migratórias ou residentes, nos seus céus e penhascos.

Os atobás (Sula dactylatra e S. sula), as viuvinhas ou grazinas(Anous stolidus e A. tenuirostris), a noivinha ou fantasminha(Gygis alba), o trinta-réis (Sterna fuscata), as fragatas (Fregata

minor e F. ariel) e a pardela ou petrel-de-Trindade (Pterodroma

arminjoniana) são algumas das mais conhecidas.

Apesar de alguns pesquisadores creditarem a ocorrência do pe-trel-de-Trindade também para a Ilha Round, situada no OceanoÍndico meridional, é bastante plausível que o mesmo seja endê-mico de Trindade. Aves possuem grande capacidade de disper-são, porém a distribuição geográfica proposta é muito disjunta, oque leva a crer que sejam duas formas distintas e ainda poucoestudadas de petrel.

O petrel-de-Trindade (Pterodroma

arminjoniana) é a ave oceânica maiscomum em Trindade. Se reproduz nasgrutas dos pontos mais altos da ilha,

principalmente no paredão leste do Pãode Açúcar. Apesar de parecer com um

pombo, esta ave é parente do albratroz.

O atobá ou atobá-branco (Sula dactylatra) ocorre empequeno número na Ilha da Trindade e no ArquipélagoMartin Vaz. Os machos são menores que as fêmeas. Esta avenidifica diretamente no solo e põe um ou dois ovos brancos.

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A noivinha ou fantasminha (Gygis alba) é uma das espécies de ave marinha encontradas em Trindade, onde também se reproduz.

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Trindade foi visitada por exploradores e naturalis-tas lendários. Entre 1700 e 1900 destacam-se as visitas deEdmund Halley, em abril de 1700, seguida pela do capitãoJames Cook, a bordo da nau Resolution, em 28 de maio de1775. Sir Clark Ross, durante sua famosa viagem para Antárti-ca, entre 1839 a 1843, em companhia do botânico DaltonHooker, também esteve na ilha. Bem como Ralph Copeland,no ano de 1874.

No início do século XX, Michael J. Nicoll, em 1905 e RobertMurphy, em 8 de abril de 1913, completam os renomados pes-quisadores estrangeiros que pisaram em Trindade.

Entre maio e outubro de 1916, dois dos mais famosos e talento-sos coletores e preparadores do Museu Nacional do Rio de Janei-ro, Srs. Pedro Peixoto Velho e José Domingues dos Santos, perma-neceram na ilha coletando espécimes e informações variadas so-bre a história natural de Trindade. De posse deste material valio-síssimo, um time excepcional de cientistas, se pôs a trabalhar nasnovidades trazidas de Trindade. Entre dois e três anos após, entre1918 e 1919, o Professor Bruno Álvares da Silva Lobo, entãodiretor do Museu Nacional, e que também esteve em Trindade,organizou uma importante conferência e publicação sobre a ilha,aglutinando os resultados das diversas pesquisas.

Da elaboração deste documento, editado pelo Professor Bru-no, participaram os pesquisadores César Diogo, Hermann vonIhering, Carlos Moreira, Bourguy de Mendonça, Betim PaesLeme, Lauro Travassos, Campos Porto, Frederico Hoehne,

Os naturalistasPedro Martins, entre outros. A lista de participantes destaimportante obra também inclui Alípio de Miranda-Ribeiro, cer-tamente o maior ícone da zoologia brasileira.

O último grande vulto lendário da ciência brasileira a reportarTrindade em seus manuscritos foi Bertha Lutz, filha de AdolphoLutz, e também professora do Museu Nacional. Tendo como baseos resultados colhidos na Expedição João Alberto, Bertha Lutzpropôs, em 1962, a criação de um Parque Nacional englobandoTrindade e Martin Vaz.

Neste trabalho escrito há mais de 40 anos, fica evidente que osproblemas relacionados à conservação dos mananciais e da flo-ra da ilha já eram bem conhecidos pelos pesquisadores, queanteviam ainda mais alterações ambientais por acontecer na ilha.

A proposta da ilustre pesquisadora Bertha Lutz ainda é atual eresgatá-la, agora embasado-se nos resultados expressivos dasvárias pesquisas realizadas nas últimas décadas, é algo perfeita-mente cabível e pertinente.

Um fato esdrúxulo envolvendo Trindade e Martin Vaz aconteceuna década de 80. Exatamente no ano de 1986 ocorreram mani-festações de repúdio a um projeto do governo, iniciado em 1981,que consistia em construir uma grande base aeronaval na Ilhada Trindade e realizar testes atômicos no Arquipélago Martin Vaz.Felizmente esses devaneios nefastos não foram concretizados eas ilhas mais distantes da costa brasileira continuam sendo oque sempre foram: “pedaços de Vitória no azul Atlântico”.

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O retornoQuando os vôos de retorno ao navio se ini-ciam é hora de arrumar as malas e se preparar paraacordar do sonho. O regresso ao navio e a espera dapartida são, de certa forma, angustiantes. O silêncioimpera, só sendo quebrado pelos ruídos das máqui-nas que levantam as âncoras.

Nos momentos seguintes Trindade se perde no hori-zonte da popa do navio, enquanto a tripulação inicia aarrumação geral do convés e do navio como um todo.Novamente é momento de introspecção e as belezas,cheiros e cores vividos nos últimos dias espocam comoflashes na mente.

Durante a viagem de retorno ocorre a confraternizaçãogeral dos participantes, celebrando o êxito de mais umamissão de abastecimento ao Posto Oceanográfico. Mui-tas vezes, o porto de destino antes da chegada final noestado do Rio de Janeiro é Vitória.

E pouco antes da chegada na capital do Espírito San-to, a altivez de uma montanha situada ao norte e cha-mada de Mestre Álvaro, nos remete diretamente a Trin-dade. A semelhança das silhuetas do Mestre Álvaro eda Ilha da Trindade nos induz a pensar em toda acadeia de montanhas submarinas que liga Vitória eTrindade e nas forças colossais que a fizeram brotardas profundezas do Atlântico.

Acorrentar o helicóptero no convôo do navio é um dos muitos trabalhos no retorno ao continente.Enquanto isso, Trindade some na popa e o horizonte volta a ser apenas uma tênue linha entre o céu e o mar.

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No regresso ao continente, a vista do Mestre Álvaro, montanha de 800metros de altitude localizada ao norte de Vitória, nos remete à Trindade.

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Seis viagens, totalizando 84 dias depermanência na ilha e mais de 250 horasde mergulho e pesquisa subaquática. To-das à bordo dos navios da Marinha do Brasil(Barão de Teffé, Ary Rongel e Felinto Per-ry), somando cerca de 8.000 milhas náu-ticas navegadas (aproximadamente 13.000km). Nestas viagens foram tiradas cercade 4.000 fotos e coligidas muitas informa-ções biológicas inéditas sobre as espéciesque habitam suas águas, recifes e praias.

Mesmo a primeira viagem sendo a maislonga, não foi mais complexa na logísti-ca que as demais. Na verdade, todas fo-ram temperadas com uma dose extra deestresse e de ansiedade “benignos”.

Como os objetivos eram de realizar pes-quisa subaquática e fotografar, o volumede material necessário para essas ativida-des somou uma tralha considerável, des-de roupas, medicamentos, cosméticos, ali-mentos, equipamentos de mergulho autô-

Making ofnomo, cilindros de ar comprimido, todotipo de traquitana de material científicocomo recipientes plásticos para acondici-onar material biológico, baldes, pinças emais um bocado de bolsas e maletas comos materiais fotográficos, flashes, tripés,máquinas, pilhas, baterias, etc.

Como em qualquer expedição científicaonde o desembarque pode ser realizadotanto num bote inflável como por heli-cóptero, quase todo o material enviadodo navio à ilha ou vice-versa, teve queser embalado em sacolas plásticas eacondicionado em bombonas ou male-tas à prova d´água.

No que tange ao material fotográfico, éinteressante relatar que, durante as seisviagens foi feito uso basicamente de ape-nas uma câmera, a clássica Nikon FM2,comprada um mês antes da primeira vi-agem, em 1995. Uma câmera com re-gulagens manuais, muito espartana,

porém confiabilíssima, apelidada cari-nhosamente de “Tetéia”.

A “Tetéia” foi usada com três lentes, todasda marca Vivitar Serie 1, uma zoom gran-de angular 19-35mm, uma zoom tele 100-400mm e uma macro tele 105mm. O úni-co flash utilizado foi um diminuto NikonSB-23, quase sempre com cordão de ex-tensão Nikon SC-17. As fotos submarinasforam feitas com o uso de máquinas Niko-nos IV–A e Nikonos V, usando flash Niko-nos SB-105 e tubos de extensão.

Os filmes utilizados foram da marca Fuji,principalmente o slide Velvia ISO 50, queapresenta grão extremamente fino, ga-rantindo saturação e definição ímparespara a realização de macrofotografia efotografia de paisagem.

O tratamento das imagens foi realizado commuito cuidado e sutileza para não alteraras características originais das fotos.

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Este livro é resultado do esforço

de muitas pessoas e instituições que,

direta ou indiretamente, me ajudaram

durante diversas fases de sua “gestação”.

Não há uma graduação de importância

nos agradecimentos, que são apresen-

tados em ordem alfabética.

Todos foram imprescindíveis para que

esse livro saísse do meu arquivo fotográ-

fico e dos meus sonhos.

Afonso AbreuAlfredo Carvalho FilhoAlasdair EdwardsAmérica AlmeidaAndré L. M. F. MásAntônio César Martins SepúlvedaAntônio de Padua AlmeidaAristóteles LyrioAugusto César Lobato PosadaBárbara SegalBeatriz Calmon B. dos SantosBruce ColletteCarlos Alberto Martins CanoCarlos Alberto Pêgas FerreiraCarlos Augusto RangelCarlos Eduardo Leite FerreiraCésar Meyer MussoClaudia MeloCláudio SalvalaioCláudio SampaioConrado José VieiraCristina A. G. NassarDarly Nerty Vervloet JúniorDailza DamasDalva Rosetti GaspariniDante GreccoDione SeripierriDomingos Afonso JórioEduardo Posada da SilvaEmerson Rogério SalvianiEnzo Rosetti GaspariniFábio Lobo da Costa RuizFábio Masaru SasakiFábio VieiraFamília BucherFernando Littig MargottoFernando PrattiFrancisco Pedro da Fonseca NetoGlauce de Assis SchwartzGustavo Augusto Schmidt de MeloHeiko BleherHelmut DebeliusIrineu Iester DegasperiIuri Drummond Louro

Ivan SazimaJean-Christophe JoyeuxJerônimo Eduardo VervloetJoão Carlos ThoméJohn E. RandallJorge Luiz Vescia LunkesJosé Antônio de Souza NetoJosé Carlos Gonçalves PereiraJosé Carlos MargottoJosé Fernando Reis CostaJosé Lima FigueiredoJosé Manoel Lúcio GomesJuarez ScalfoniKarinna GaspariniLeandro HaddadLetícia LimdembergLisandro Bastos de AlmeidaLuciana HungriaLuciana MagnaboscoLuciano CandisaniLuiz Alves RochaLuiz André Braz SerafimLuiz SonMarcelo NotareMarcelo TravassosMarcos Bermudes dos SantosMarcos LazariniMaria da Glória Brito AbaurreMaria Helena Firmo PagottoMarta OliverMauro Olivé FerreiraMoisés Littig MargottoNei Mello GoulartOrlando BonfimOsmar Luiz JuniorPaulo Alves CerriPaulo BarbosaPaulo W. Cerutti PintoPeter WirtzRaquel SantosRenato Rodrigues de SouzaRicardo Zaluar Passos GuimarãesRoberto ColomboRobson de Almeida M. E. Silva

Ronaldo RibeiroRoss RobertsonRubens RosaRudie H. KuiterRuy José Válka AlvesSelma Marques VianaSergio Oliveira LimaSergio Ricardo FloeterSidemberg RodriguesSilvio FerrazStefan VogelTelina LimaTolúnio PaivaVictor Hugo GaspariniVitor VidalVitório FelskyVivian Gladys de OliveiraWalter Paulo do AmaralWilliam Smith-VanizYran Leite Maia

INSTITUIÇÕES

AvidepaBIOS Editoração EletrônicaCECONCEPEMAR - Serviços de Consultoria em Meio Ambiente

Companhia Siderúrgica de Tubarão (CST)Companhia Vale do Rio Doce (CVRD)COPISETT Soluções GráficasDiretoria de Hidrografia e NavegaçãoFujifilm do BrasilFull ColorGSA Gráfica e EditoraIBAMAImagem (Bucher & Bucher)Lei Rubem BragaMarinha do BrasilNational Geographic BrasilPrefeitura Municipal de VitóriaPrimeiro Distrito NavalProjeto TAMARSecretaria Municipal de CulturaUniversidade Federal do Espírito SantoZé ColorZoo Netics

Agradecimentos

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João Luiz Gasparini nasceu em Vitória, Espírito Santo, em 14 dejaneiro de 1969. É formado em Administração de Empresas e em CiênciasBiológicas. Atua como pesquisador nas áreas de taxonomia e história na-tural de peixes marinhos, anfíbios e répteis. Detém grande experiência emfotografia de natureza e de vida selvagem, tendo publicado várias de suasimagens em revistas renomadas, como Ciência Hoje, Galileu e NationalGeographic Brasil.

A fotografia sempre teve função de ferramenta para documentação de suaspesquisas científicas, mas as imagens captadas em Trindade, dada a extre-ma beleza da ilha, extrapolaram essa função, dando início ao projeto do livroora apresentado.

Atualmente Gasparini está engajado em pesquisas científicas e na confec-ção de dois outros livros: um sobre os peixes recifais das ilhas costeiras doEspírito Santo e outro sobre anfíbios e répteis da Mata Atlântica capixaba.

O autor

Gasparini a bordo do navio Ary Rongel ao largo de Trindade.

[email protected]://www.brazilianreeffish.cjb.net

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