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Tripla checagem da administração de medicamentos a beira leito I Congresso Internacional sobre Segurança do Paciente V Fórum Internacional sobre Segurança do Paciente – Erros de Medicação Helen Mª Benito Scapolan Petrolino Gerente de Desenvolvimento de Enfermagem

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Tripla checagem da administração de medicamentos a beira leito

I Congresso Internacional sobre Segurança do Paciente

V Fórum Internacional sobre Segurança do Paciente – Erros de Medicação

Helen Mª Benito Scapolan Petrolino

Gerente de Desenvolvimento de Enfermagem

O que chamamos de “tripla checagem” da administração de medicamentos

Conferência sequencial e à beira leito do crachá do colaborador que administra a medicação, da pulseira de identificação do paciente e da etiqueta do medicamento preparado de acordo com a prescrição.

Definição de erro na administração de medicamentos

Qualquer desvio de procedimentos, políticas e/ou melhores práticas para administração de medicamentos capazes de criar condições propícias e consequências adversas para os pacientes.

Belela ASC. Erros de medicacao notificados em uma unidade de cuidados intensivos pediatricos para atendimento de pacientes oncologicos.

[Dissertacao]: Universidade Federal de Sao Paulo, 2008.

Brasil. Agencia Nacional de Vigilancia Sanitaria Manual Seguranca do Paciente e Qualidade em Servicos de Saude: Uma Reflexao Teorica Aplicada a

Pratica /Agencia Nacional de Vigilancia Sanitaria.– Brasilia: Anvisa, 2013.

Objetivo: Analisar o processo de preparo e administração de medicamentos, identificar problemas e propor melhorias

Tipo de estudo: Multicêntrico descritivo/exploratório

Resultados

Hospital A - 39 (39,7%) - falhas na técnica de administração, na comunicação com o paciente, na identificação do paciente e na técnica de segurança.

Hospital B – 9 (14,7%) – falhas na relação com o paciente, falhas na técnica de administração

Hospital C – 28 (46,8%) – falhas na técnica de administração, execução de outras atividades concomitantes, falha na relação com o paciente, atraso na administração, potencial para erro de dose

Hospital D – 26 (22,6%) – falhas na técnica de administração, administração sem observação do horário, atraso na administração

Miasso AI, Grou CR, Cassiani SHB, Silva AEBC, Fakih FT. Erros de medicação:tipos, fatores causais e providências tomadas em quatro hospitais

brasileiros. Ver Esc Enferm, USP. 2006; 40(4): 524-532.

A administração de medicamentos: Quais as evidências dessa prática?

A administração de medicamentos: Quais as evidências dessa prática?

Objetivo: identificar tipo e a frequência dos erros que ocorrem na administração de medicamentos intravenosos.

Tipo de estudo: pesquisa transversal de natureza observacional em três unidades de um hospital.

Resultados: observaram-se 367 doses de medicamentos intravenosos preparadas por 35 técnicos de enfermagem. Os resultados mostraram taxas de erros maiores de 80% para as categorias Não conferir medicamento, Não avaliar permeabilidade do cateter e Não avaliar presença de flebite. Não houve erros em via e dose.

A administração do medicamento com atraso em 69,75% das doses, possivelmente afetou o resultado terapêutico da ampicilina sódica, furosemida e tenoxican.

Silva LD, Camerini FG. Análise da Administração de Medicamentos Intravenosos em Hospital da Rede Sentinela. Texto Contexto

Enferm, Florianópolis, 2012 Jul-Set; 21(3): 633-41.

367 doses de medicamentos intravenosos preparadas por 35 técnicos de enfermagem

Categorias de erros e frequencia:

Não confere medicação 355 (96,73%)

Não avalia flebite 321 (87,47%)

Não avalia permeabilidade do cateter 317 (86,38%)

Não confere paciente 259 (70,57%)

Hora errada 256 (69,75%)

Silva LD, Camerini FG. Análise da Administração de Medicamentos Intravenosos em Hospital da Rede Sentinela. Texto Contexto Enferm,

Florianópolis, 2012 Jul-Set; 21(3): 633-41.

A administração de medicamentos: Quais as evidências dessa prática?

Objetivo: identificar erros cometidos pela equipe de enfermagem e ações da instituição hospitalar

Tipo de estudo: estudo quantitativo descritivo em um hospital de Minas Gerais com 72 profissionais

Resultados: Ocorrência de 181 erros sendo 60 (33%) a não monitorização do paciente após a medicação e 36 (20%) a não avaliação prévia do paciente. Ações mais praticadas pela instituição foram 24 advertências (41%) e 17 (29%) não tomada de atitude.

Conclusão: erros quantitativamente elevados e graves e a istituição utiliza a advertência a qual é vista como forma de punição aos que cometem erros.

Praxedes MFS, Telles Filho PCP. Erros e ações praticadas pela instituição hospitalar no preparo e administração de medicamentos. Ver Min Enferm;

15(3):406-411, jul-set 2011

A administração de medicamentos: Quais as evidências dessa prática?

Objetivo: identificar fatores causais de erros de medicação relacionados à redação da prescrição médica eletrônica e suas vantagens e desvantagens segundo médicos, equipe de enfermagem e administrativos

Tipo de estudo: tipo survey descritivo em três unidades de internação de um hospital universitário que compõe a Rede Sentinela

Conclusão: o sistema computadorizado de prescrições representa um grande avanço dentro das estratégias utilizadas para minimizar erros entretanto, não erradica a possibilidade de ocorrência de fatores causais

Gimenes FRE, Miasso AI, Lyra Junior DP, Grou CR. Prescrição Eletrônica como fator contribuinte para segurança de pacientes hospitalizados.

Pharmacy Practice 2006; 4(1): 13-17.

Gimenes FRE, Miasso AI, Lyra Junior DP, Grou CR. Prescrição Eletrônica como fator contribuinte para segurança de pacientes hospitalizados.

Pharmacy Practice 2006; 4(1): 13-17.

A administração de medicamentos: Quais as evidências dessa prática?

Objetivo: Revisar e avaliar evidências relativas às causas de erros na administração de medicamentos em ambiente hospitalar.

Tipo de estudo: Revisão sistemática de 54 estudos.

Conclusão: Evidência limitada de estudos sugere que as causas de erros são influenciadas por múltiplos fatores, mas como, e se surgem, e a sua interconexão para levar a erros ainda precisa ser determinado. É necessário investigar a via de causalidade, com ênfase na garantia de intervenções destinadas a minimizá-las.

Sxxxxx

Keers RN, Williams SD, Cooke J, Ashcroft DM. Causes of medications errors in hospitals: a systematic review of quantitative and qualitative evidence.

Drug Saf (2013) 36:1045–1067. DOI 10.1007/s40264-013-0090-2

A administração de medicamentos: Quais as evidências dessa prática?

Tipos de erros no preparo e administração de medicamentos

Preparo incorreto

Armazenamento inadequado

Falha na técnica de assepsia

Identificação incorreta do fármaco

Escolha inapropriada dos acessórios de infusão

Administração por via diferente da prescrita

Administração em local errado

Administração em velocidade de infusão incorreta

Associação física ou quimicamente incompatíveis

...

Armitage G, Knapman H. Adverse events in drug administration: a literature review. J Nurs Manag. 2003; 11(2):130-40.

Brasil. Agencia Nacional de Vigilancia Sanitaria Manual Seguranca do Paciente e Qualidade em Servicos de Saude: Uma Reflexao

Teorica Aplicada a Pratica /Agencia Nacional de Vigilancia Sanitaria.– Brasilia: Anvisa, 2013.

As boas práticas na administração de medicamentos

Padronizar equipamentos tecnológicos (como bombas de infusão), limitando a variedade de opções;

Realizar prescrição de enfermagem quanto ao uso correto das bombas de infusão;

Levar ao local de administração apenas o que se designa a cada paciente por vez,

Utilizar materiais e técnicas assépticas para administrar medicamentos por via intravenosa;

Prover a supervisão de técnicos e auxiliares de enfermagem, por enfermeiro, durante o preparo e a administração dos medicamentos.

Brasil. Agencia Nacional de Vigilancia Sanitaria Manual Seguranca do Paciente e Qualidade em Servicos de Saude: Uma Reflexao

Teorica Aplicada a Pratica /Agencia Nacional de Vigilancia Sanitaria.– Brasilia: Anvisa, 2013.

7 itens de verificação para administração segura de medicamentos

Paciente certo

Medicamento certo

Via certa

Hora certa

Dose certa

Registro certo da administração

Orientação correta

Forma certa

Resposta certa

Brasil. Agencia Nacional de Vigilancia Sanitaria Anexo 03: Protocolo de Segurança na Prescrição, Uso e Administração de Medicamentos.-

Brasilia: Anvisa, 2013.

Tripla checagem da administração de medicamentos a beira leito: Como praticamos no Hospital Sírio-Libanês?

Helen Mª Benito Scapolan Petrolino

Tripla checagem da administração de medicamentos a beira leito

O caminho que percorremos no HSL

O que chamamos de “tripla checagem” da administração de medicamentos

Conferência sequencial e à beira leito do crachá do colaborador que administra a medicação, da pulseira de identificação do paciente e da etiqueta do medicamento preparado de acordo com a prescrição.

No HSL o processo de medicação é diferenciado conforme infra-estrutura instalada.

Centro Cirúrgico

Centro de Diagnóstico

Centro de Oncologia

Unidades de Internação

Hemodiálise

Pronto-Atendimento

Unidade de Terapia Intensiva

Unidade Cardiológica

Processo de medicação nas Unidades de Internação

A tripla checagem – eletrônica e manual

Processo de medicação na

UTI

Processo de Medicação no Pronto-Atendimento

Medicamentos de atenção especial

Tem processos distintos dos demais medicamentos

Alguns são administrados somente por enfermeiros e os demais exigem conferência do enfermeiro previamente à sua administração.

Metas Internacionais de Segurança do Paciente

Meta 1 - Identificar os pacientes corretamente

Meta 2 – Melhorar a comunicação efetiva

Meta 3 - Melhorar a segurança dos medicamentos de alta vigilância

Metas 4, 5 e 6...

Programa Nacional de Segurança do Paciente - Protocolos de

Segurança do Paciente

Identificação do paciente

Segurança na prescrição, uso e administração de medicamentos

Cirurgia segura

Prática de Higiene das mãos em serviços de saúde

Prevenção de úlceras por pressão

Prevenção de quedas em pacientes hospitalizados

Estratégias de identificação precisa do paciente: Como fazemos no HSL

O paciente é identificado antes de administrar medicamentos, sangue ou hemoderivados, coletar sangue e outras amostras para exame, da administração de procedimentos e tratamentos

Verificação

Duplo check

manual

Triplo check

eletrônico

Administração de medicamentos x x

Coleta de exames x x

Administração de sangue e hemocomponentes x

Procedimentos e tratamentos x

Estratégias de identificação precisa do paciente: Como fazemos no HSL Requer o uso de duas formas de identificação que não

incluem o nº do quarto ou localização do paciente

Pacientes Internados: Pulseira COR BRANCA

Pacientes do Pronto Atendimento: Pulseira COR VERDE

Pacientes Externos: Pulseira COR CEREJA

Pacientes ambulatoriais: etiqueta ou pulseira, na dependência do procedimento

Etiqueta com nome completo, idade, nº do prontuário ou atendimento e código de barras

Tripla checagem da administração de medicamentos a beira leito

O caminho que percorremos no HSL

2007 a 2010

Adesão à utilização da pulseira de

identificação do paciente

2011 a 2014

Utilização da pulseira como identificador do

paciente em um processo crítico – no uso de medicamentos

Desafios contínuos...

Assegurar a compreensão das pessoas acerca de todo o processo de medicação...

Assegurar a sua prática...

Engajar...

Desenvolver e atualizar o conhecimento e as práticas considerando a/o Instituição/Serviços/Colaborador/Paciente!

Desafios contínuos... Como enfrentamos?

Trabalhando de forma colaborativa no desenvolvimento de práticas e sistemas de informação relacionados ao uso de medicamentos: médicos, farmacêuticos, enfermagem, nutricionistas, analistas de informação...

Revisando e promovendo a melhoria contínua de processos de trabalho...

Capacitando os profissionais...

Envolvendo o paciente/família e colaboradores...

Monitorando e melhorando continuamente!

Oportunidades de melhoria

Na identificação do paciente/medicamento

Medicamento para o paciente certo

Daniel Hyman, Mariel Laire, Diane Redmond and David W. Kaplan The Use of Patient Pictures and Verification Screens to Reduce Computerized Provider Order Entry

Errors Pediatrics 2012;130;e211; originally published online June 4, 2012; DOI: 10.1542/peds.2011-2984

Tripla checagem da administração de medicamentos a beira leito: Monitoramento

Helen Mª Benito Scapolan Petrolino

Monitoramento e indicador para a administração segura de medicamento

Brasil. Agencia Nacional de Vigilancia Sanitaria Anexo 03:

Protocolo de Segurança na Prescrição, Uso e

Administração de Medicamentos.- Brasilia: Anvisa, 2013.

Tripla checagem da administração de medicamentos a beira leito

O caminho que percorremos no HSL

2007 a 2010

Adesão à utilização da pulseira de

identificação do paciente

2011 a 2014

Utilização da pulseira como identificador do

paciente em um processo crítico – no uso de medicamentos

Da adesão à identificação do paciente até a utilização da identificação em processos críticos - administração de medicamentos.

Tripla checagem da administração de medicamentos a beira leito

Como monitoramos seu desempenho no HSL

Processos e práticas relacionadas à Identificação do Paciente e Administração de Medicamentos.

Indicador: Taxa de realização do processo de administração de medicamentos pelo ADEP

(confronto pela leitura da pulseira de identificação)

Finalidade: Verificar / monitorar a adesão à utilização da pulseira como identificador do paciente

em processos críticos (administração de medicamentos) garantindo a segurança do paciente como

sendo a pessoa para qual se destina o tratamento. Indicador relacionado ao processo de cuidado do

paciente. Para cálculo do indicador é verificada a população de medicamentos administrados pelo

processo ADEP, com exceção dos diluentes, soluções, soros e unidades externas.

Fórmula: nº de horários de medicamentos administrados pelo processo ADEP (triplo bip) /

Nº total de horários administráveis (nº de horários prescritos - nº de horários suspensos) x

100

Tripla checagem da administração de medicamentos a beira leito

Como monitoramos seu desempenho no HSL

Taxa de realização do processo de administração de medicamentos (triplo check) pelo ADEP.

Monitoramento Desempenho por unidade

% checagem – triplo bip

% checagem – sistema sem pulseira do paciente

% não checagem eletrônica

Tripla checagem da administração de medicamentos a beira leito

Como monitoramos seu desempenho no HSL

Avaliação de habilidades – HSL 2013

Procedimento Nota ≥ 7.0 Nota < 7.0 Total

Técnicos de enfermagem

Administração de medicamento endovenoso 521 (99,5%) 3 (0,5%) 524

Administração de medicamento enteral 105 (99,5%) 1 (0,5%) 106

Enfermeiros

Preparo e administração de medicamentos 37 (97%) 1 (3%) 38

Tripla checagem da administração de medicamentos a beira leito

Como monitoramos seu desempenho no HSL

Processos e práticas relacionadas à Identificação do Paciente e Administração de Medicamentos.

Indicador: Taxa de realização do processo de administração de medicamentos pelo

ADEP (confronto pela leitura da pulseira de identificação)

Monitoramento do desempenho institucional, setorial e individual

Oportunidade de Melhorias:

Institucional: infraestrutura (estrutura, tecnologia e processos)

Setorial: particularidades locais (processos diferenciados)

Individual: adesão aos processos (capacitação e seguimento)

Segurança no Processo de Medicação – Melhoria Contínua

Helen Mª Benito Scapolan Petrolino

Segurança no Uso de Medicamentos

Obrigada. 11/04/13 e-mail: helen.benito @hsl.org.br