TROMBOSE VENOSA PROFUNDA

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TROMBOSE VENOSA PROFUNDA (TVP) CONCEITO A trombose venosa profunda (TVP) também conhecida popularmente com trombose, flebite, tromboflebite, flebotrombose e doença tromboembólica é uma doença potencialmente grave causada pelo desenvolvimento de um trombo (coágulo de sangue) dentro de um vaso sangüíneo venoso com conseqüente reação inflamatória do vaso, podendo, esse trombo, determinar obstrução venosa total ou parcial. Na maior parte das vezes, o trombo se forma na panturrilha, ou batata da perna, mas pode também instalar-se nas coxas e, ocasionalmente, nos membros superiores. O desprendimento do coágulo pode provocar complicações a curto ou longo prazo. A curto prazo, ele pode deslocar-se até o pulmão e obstruir uma artéria. Esse episódio tão temido é chamado de embolia pulmonar e, conforme o tamanho do coágulo e a extensão da área comprometida, pode ser mortal, mas que felizmente é raro. A longo prazo, o risco é a insuficiência venosa crônica ou síndrome pós-flebítica, que ocorre em virtude da destruição das válvulas situadas no interior das veias encarregadas de levar o sangue venoso de volta para o coração. A TVP é relativamente comum (50 casos/100.000 habitantes) e é responsável por seqüelas de insuficiência venosa crônica: dor nas pernas, edema (inchaço) e úlceras de estase (feridas). Além disso, a TVP é também responsável por outra doença mais grave: a embolia pulmonar. A coagulação do sangue é de fato um mecanismo de proteção do organismo que previne a perda de sangue e leva à formação de uma massa constituída por plaquetas e glóbulos vermelhos (coágulo). Diversos fatores podem ser responsáveis pela coagulação do sangue em veias inseridas em tecido muscular: lesões nas paredes dos vasos; abrandamento da corrente sanguínea (decorrente da imobilidade); mudanças na composição do sangue (decorrente de tratamentos oncológicos). Por ocorrer em veias dos membros inferiores, impede a recuperação do sangue devido à ação gravitacional. Se a circulação sanguínea abranda, o sangue tende a estagnar-se, situação ideal para a formação de coágulos. Quando a Trombose Venosa ocorre nas veias superficiais da perna é chamada de Trombose Venosa Superficial , esse tipo de trombose é muito freqüente em pacientes portadores de varizes nos membros inferiores. É fácil de ser notada, pois ocorre vermelhidão, endurecimento e dor local sendo a maioria de fácil

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TROMBOSE VENOSA PROFUNDA (TVP)

CONCEITO

A trombose venosa profunda (TVP) também conhecida popularmente com trombose, flebite, tromboflebite, flebotrombose e doença tromboembólica é uma doença potencialmente grave causada pelo desenvolvimento de um trombo (coágulo de sangue) dentro de um vaso sangüíneo venoso com conseqüente reação inflamatória do vaso, podendo, esse trombo, determinar obstrução venosa total ou parcial. Na maior parte das vezes, o trombo se forma na panturrilha, ou batata da perna, mas pode também instalar-se nas coxas e, ocasionalmente, nos membros superiores.

O desprendimento do coágulo pode provocar complicações a curto ou longo prazo. A curto prazo, ele pode deslocar-se até o pulmão e obstruir uma artéria. Esse episódio tão temido é chamado de embolia pulmonar e, conforme o tamanho do coágulo e a extensão da área comprometida, pode ser mortal, mas que felizmente é raro.

A longo prazo, o risco é a insuficiência venosa crônica ou síndrome pós-flebítica, que ocorre em virtude da destruição das válvulas situadas no interior das veias encarregadas de levar o sangue venoso de volta para o coração.

A TVP é relativamente comum (50 casos/100.000 habitantes) e é responsável por seqüelas de insuficiência venosa crônica: dor nas pernas, edema (inchaço) e úlceras de estase (feridas). Além disso, a TVP é também responsável por outra doença mais grave: a embolia pulmonar.

A coagulação do sangue é de fato um mecanismo de proteção do organismo que previne a perda de sangue e leva à formação de uma massa constituída por plaquetas e glóbulos vermelhos (coágulo). Diversos fatores podem ser responsáveis pela coagulação do sangue em veias inseridas em tecido muscular: lesões nas paredes dos vasos; abrandamento da corrente sanguínea (decorrente da imobilidade); mudanças na composição do sangue (decorrente de tratamentos oncológicos).

Por ocorrer em veias dos membros inferiores, impede a recuperação do sangue devido à ação gravitacional. Se a circulação sanguínea abranda, o sangue tende a estagnar-se, situação ideal para a formação de coágulos.

Quando a Trombose Venosa ocorre nas veias superficiais da perna é chamada de Trombose Venosa Superficial , esse tipo de trombose é muito freqüente em pacientes portadores de varizes nos membros inferiores. É fácil de ser notada, pois ocorre vermelhidão, endurecimento e dor local sendo a maioria de fácil tratamento. Quando a trombose ocorre nas veias profundas das pernas, aquelas que ficam nos músculos, chamamos de Trombose Venosa Profunda, na maioria das vezes, não é facilmente diagnosticada, sendo que em 50% dos casos não apresenta sinais e sintomas característicos.

FISIOPATOLOGIA

A normal fluidez do sangue venoso é consequência de uma complexa interação de fatores de coagulação e de fibrinólise, os quais são, por sua vez, controlados por fatores ativadores e inibidores. Alterações deste sistema complexo poderão levar a situações de hemorragia ou trombose.

Quando existe um desvio da coagulação ou um déficit da fibrinólise, o sangue coagula preferencialmente nos membros inferiores, em particular, nas zonas de maior estase sanguínea, ou seja, nos seios venosos do solhar (85%) e, numa menor percentagem (15%), na veia femoral.

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O desenvolvimento da TVP é complexo e como fatores etiopatogénicos da trombose venosa, continuam a ser considerados os clássicos da tríade de Virchow, descrita em 1895, a saber:

• Estase venosa - situações em que há diminuição da velocidade da circulação do sangue. Por exemplo: pessoas acamadas, cirurgias prolongadas, posição sentada por muito tempo (viagens longas em espaços reduzidos - avião, ônibus).

• Alteração de fatores da coagulação no sentido da hipercoagulação - situações em que o sangue fica mais suscetível à formação de coágulos espontâneos, como por exemplo, tumores, gravidez, uso de anticoncepcionais, diabete, doenças do sangue.

• Lesão do endotélio venoso - o vaso sangüíneo normal possui paredes internas lisas por onde o sangue passa sem coagular (como uma mangueira por onde flui a água). Lesões, rupturas na parede interna do vaso propiciam a formação de trombos, como, por exemplo, em traumas, infecções, medicações endovenosas.

Determinadas pessoas possuem fatores de risco genético, que são as Trombofilias. Embora possa acometer vasos de qualquer segmento do organismo, a TVP acomete principalmente as extremidades inferiores (coxas e pernas).

CAUSA

A principal causa da trombose venosa profunda é a imobilidade prolongada, comum não só nas viagens aéreas e terrestres que obrigam a pessoa a ficar sentada por horas na mesma posição (por isso, a doença ficou conhecida impropriamente como síndrome da classe econômica), mas também nos casos de permanência no leito em repouso por doenças e depois de cirurgias. Lesões nos vasos e desequilíbrio nos fatores de coagulação do sangue também são responsáveis pela formação de trombos.

A trombose ocorre de modo mais frequente após cirurgias de grande porte. Quaisquer cirurgias, principalmente as ortopédicas, podem fazer com que a circulação fique diminuída nas veias das pernas, e isto pode formar um coágulo, causando a trombose.

SINTOMAS

A grande maioria dos trombos é pequena e não apresenta muitos sintomas que variam muito, desde clinicamente assintomático (cerca de 50% dos casos de TVP passam desapercebidos) até sinais e sintomas clássicos como:

● Edema, dor, calor, rubor (vermelhidão) e empastamento (rigidez da musculatura da panturrilha ou na coxa, atrás do joelho) na região em que se formou o trombo são os principais sintomas da embolia pulmonar;

● Edema (inchaço, sensação de calor e peso na perna), cor mais escura da pele, endurecimento do tecido subcutâneo, eczemas, úlceras são sintomas característicos da síndrome pós-flebítica.

FATORES DE RISCO

Existe um grande número de fatores que aumentam o risco de trombose venosa profunda, entre os quais:

● Predisposição genética;● Idade acima de 40 anos (o risco aumenta para o dobro por cada acréscimo de 10

anos a partir dos 20);● Obesidade;● Gravidez, parto e pós-parto;● Câncer e respectivo tratamento;

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● Uso de determinada medicação (por exemplo, contraceptivos orais aumentam o fator de risco em 2,9%);

● Distúrbios hematológicos (Hormonoterapia);● Dificuldade de deambulação;● Traumas;● Veias varicosas;● Tabagismo;● Lesões ou Cirurgias de longa duração nos membros inferiores;● Insuficiência cardíaca e/ou respiratória;● Viagens aéreas ou terrestres que obriguem o passageiro a ficar sentado por

muitas horas;● Desidratação.Além disso, as cirurgias são consideradas um dos fatores mais importantes quando

as de grande porte e de longa duração (ex.: cirurgias ortopédicas e abdominais).Consequentemente, quantos mais fatores de risco a pessoa estiver sujeita, maior a

probabilidade de desenvolver uma trombose venosa profunda ou uma embolia pulmonar.

DIAGNOSTICO

O exame clínico pode ser pouco característico em quase 50% no diagnóstico, podendo ser estabelecido com base nos sintomas clássicos e nos fatores de risco, que são facilmente diagnosticados clinicamente. Na maioria das vezes isso não acontece e são necessários exames de laboratório e de imagem específicos, tais como: flebografia, ecodoppler colorido e ressonância nuclear magnética.

Hoje, com o Duplex Scan Venoso e um experiente examinador é possível um diagnóstico seguro da Trombose Venosa Profunda, e nos casos em que há dúvida, a Flebografia, apesar de ser um exame invasivo, fecha o diagnóstico.

O diagnóstico tem que ser o mais precoce possível, para impedir o aumento do trombo que pode levar a uma complicação fatal (embolia pulmonar) e seqüelas, e se não for bem tratado poderá evoluir para uma insuficiência venosa crônica irreversível.Como se faz o diagnóstico da Trombose?

TRATAMENTO

No tratamento da TVP visa-se prevenir a ocorrência de embolia pulmonar fatal, evitar a recorrência, minimizar o risco de complicações e seqüelas crônicas. No caso de já tiver formados, o objetivo é promover sua reabsorção pelo organismo. Para isso utilizam-se medicações anticoagulantes (heparina e warfarina que diminuem a chance do sangue coagular) e os fibrinolíticos que ajudam a dissolver os trombos, numa fase inicial no hospital. Após 7 a 10 dias, o paciente inicia o uso de anticoagulante oral por um período de 3 a 6 meses. O repouso é muito importante na fase inicial para combater o edema. A fisioterapia deve ser iniciada com o paciente anticoagulado, para melhorar o retorno venoso e combater o edema ou inchaço. Para o paciente retornar as atividades, deve-se indicar uma meia elástica, ¾ ou 7/8, com uma compressão de 30-40 mmHg, para impedir o edema e melhorar o fluxo venoso na perna. Alguns casos requerem intervenção cirúrgica.

PREVENÇÃO

O fato de a TVP ocorrer em pacientes hospitalizados que ficam muito tempo acamados ou em cirurgias grandes faz com que a prevenção seja necessária, por esse motivo dependendo do risco de desenvolver Trombose Venosa a prevenção pode ser

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feita com métodos farmacológicos (medicações anticoagulantes em baixas doses) e o uso de métodos físicos como levantando e andando precocemente após as cirurgias, movimentando as pernas, elevando os membros inferiores dos pacientes durante o período que estiver acamado e finalmente o uso de uma meia elástica anti-trombo, para os que já tem insuficiência venosa e, por conseguinte, maior risco de trombose.

Pessoas com predisposição a desenvolver trombos precisam movimentar-se tão logo seja possível nas viagens que pressupõem longos períodos de imobilização, depois de cirurgias e quando tiverem necessidade de permanecer em repouso por muito tempo. Manter o peso dentro dos limites saudáveis, não fumar, restringir o consumo de bebidas alcoólicas e praticar exercícios físicos são medidas importantes para prevenir a formação de trombos.

Já para pessoas em geral o simples fato de caminhar já é uma forma de prevenção. Ficar muito tempo parado, sentado propicia o aparecimento de TVP. Portanto, sempre que possível, não ficar muito tempo com as pernas na mesma posição.

REFERÊNCIAS

Trombose Venosa Profunda. Disponível em: http://www.saudedireta.com.br/docsupload/ 1340061483trombose.pdf

Trombose Venosa Profunda. Disponível em: http://enfermagemsimples.blogspot.com.br/ 2009/04/o-que-e-trombose-venosa-profunda-tvp-e_02.html

Trombose Venosa Profunda. Disponível em: http://drauziovarella.com.br/letras/t/trombose-venosa-profunda/

Trombose Venosa Profunda. Disponível em: http://www.abcdasaude.com.br/artigo.php? 431