Trypanosoma cruzi e Doença de Chagas. Agente Etiológico Trypanosoma cruzi é o agente etiológico...
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Trypanosoma cruzi e Doença de Chagas
Agente Etiológico
Trypanosoma cruzi é o agente etiológico da doença de Chagas.
Antropozoonose frequente nas AméricasVacinas?
Histórico
• Carlos Chagas encontrou em Callithrix penicillata hemoflagelado exclusivo de micos Trypanosoma minasensi.
• Em barbeiros encontrou tripanossomatídeo diferente (cinetoplasto grande e bastante ativo).
Enviou amostras para o Instituto Oswaldo Cruz
Histórico
• Passou a procurar este trypanossomatídeo em humanos.
• Em 1909, ao examinar criança febril de 2 anos de idade (Berenice), descobriu o mesmo protozoário.
• Berenice é considerada o primeiro caso clínico da doença de Chagas
Carlos Chagas atendendo pacientesCarlos Chagas atendendo pacientes
Hospital em LassanceHospital em Lassance
Epidemiologia Prevalência nas Américas do Sul e Central, onde o número de
casos é estimado em 15-20 milhões.
Aproximadamente 90 milhões de pessoas sob risco de infecção.
Estima-se que ocorra 50.000 óbitos anualmente em decorrência da DC.
Os casos adquiridos fora da região das Américas do Sul e Central normalmente são adquiridos por transfusão sanguínea.
Área de risco de infecção com T . cruzi
Onde há presença de vetores existe a possibilidade de infecção
- Área endêmica Brasil: 1/4 território
- 8 milhões de pessoas infectadas
(MG,RS,GO,SE,BA)
- 25 milhões de pessoas expostas
ao risco de infecção
Região amazônica: enzootia emergente?
Vetores de T. cruzi : Hemíptera
– espécies hematófagas:– Reduviidae - Triatominae (barbeiros)– hemimetábolos
– Diferente dos pernilongos: todos os estágios e ambos os sexos são hematófagos
Discriminação morfológica de Triatomíneos
hematófago
predador
fitófago
Ciclo Evolutivo no Inseto Vetor
Formas tripomastigotas se transformam em epimastigotas
Multiplicam-se por fissão binária
Transformam-se em tripomastigotas
Formas evolutivas do T. cruzi no Vetor
• EPIMASTIGOTA-- vive no intestino, das porções proximais às terminais. Divide-se ativamente por divisão binária.
• TRIPOMASTIGOTA METACÍCLICO - vive nas porções terminais do intestino (ampola retal), constitui a forma infectante. Não sofre divisão.
Epidemiologia: T. cruzi é transmitido em ciclos domésticos ou paradomésticos
Formas Evolutivas de T. cruzi no hospedeiro vertebrado
• AMASTIGOTA - intracelular e desprovida de flagelo livre. Divide-se ativamente por divisão binária.
• TRIPOMASTIGOTA SANGUÍNEO - extracelular, vive no sangue. Não sofre divisão.
Os principais órgãos atingidos são:
Coração
Tubo digestivo
Plexos nervosos.
Ciclo Evolutivo
Introdução de formas tripomastigotas metacíclicas depositadas próximas ao local da picada (forma infectiva)
Ciclo Evolutivo no ser humano
tripomastigotas metacíclicas se transformam em amastigotas nos tecidos, onde se reproduzem assexuadamente
amastigotas se transformam em tripomastigotas e voltam para o sangue
Invadem novas células
Disseminação no hospedeiro vertebrado
Infecção local
Nódulos linfáticos
Sistema nervoso central
Coração
Aparelho digestivo
Formas de Transmissão Vetorial
Transfusão sanguínea (o segundo mais freqüente)
Congênita
Oral
Transplante de órgãos
Acidente laboratorial
Alterações Anátomo e Fisiopatológicas
Edema no local da picada: Chagoma inicial ou Sinal de
Romanã (qdo o parasita penetra pela mucosa ocular – edema unilateral e bipalpebral) - 10% dos casos
Alterações no sangue: a parasitemia se torna patente entre o 4 e quadragésimo dia, hemograma mostra uma ligeira leucocitose, com linfocitose, mas com tendência a leucopenia, anemia pode ser grave em alguns casos, na fase crônica à predominancia de LT CD8+ e poucos macrófagos e Linfócitos B.
Sinal de Romanã
Chagoma inicialChagoma inicial
Alterações Anátomo e Fisiopatológicas
• Alterações no coração: órgão mais afetado, se bem que muitas formas da doença são benignas– Ninhos de amastigotas, se multiplicam no interior
das fibras musculares– Ninhos: causam inflamação, lesões isquêmicas (com
infartos microscópicos)– Fibras cardíacas podem apresentar intensa
degeneração
Alterações Anátomo e Fisiopatológicas
• Miocardite aguda: mais frequente em crianças pode levar a insuficiência circulatória, podendo levar a morte
• Outras ocasiões: lesões de fase aguda continuam-se com a da fase crônica, ou pode haver melhora com diminuição da parasitemia
• Fase crônica: fibrose difusa ocupa o lugar da áreas inflamadas e necrosadas podendo levar a aritmia
Casos cardíacos ou Cardiopatia Casos cardíacos ou Cardiopatia chagásicachagásica
Cardiomegalia com ou sem trombose.
Destruição neuronal parassimpática em toda a evolução histológica.
Pode ocorrer aneurisma de ponta devido à lesão fibrótica degenerativa.
Formação de trombos intracavitários no VE e AD com desprendimento podendo levar à embolia.
Insuficiência cardíaca congestiva.
Fonte: http://whisnerfraga.wordpress.com/2010/06/30/dr-house-e-chagas/
Ninho de amastigota em tecido cardíaco Fonte: http://www.geocities.ws/daniecia/praticaparasito.html
Alterações Anátomo e Fisiopatológicas
• Alterações do sistema digestório: os parasitos são presentes na musculatura lisa, nas células nervosas e em outros elementos da parede do tubo digestório– Lesões redominam: esôfago, cólon e sigmóide
(formação de granulomas, aterites necrosantes e destruição de plexos nervosos)
Casos Digestivos
• Esôfago: aumento do calibre; espessamento da parede muscular e destruição da inervação parassimpática. Podem ocorrer, soluço, regurgitação ou hipersalivação (por hipertrofia das parótidas)
• Cólon: dilatação; hipertrofia; destruição de plexos nervosos provocando alterações de peristaltismo (denervação parassimpática intramural). Regiões mais comprometidas: sigmóide e reto.
Megaesôfago chagásico
Diferentes estágios de acordo com a patologia da doença
Fonte: A forma digestiva da doença de Chagas - resenha histórica - autoria de Joffre Marcondes de Rezende
dificuldade e dor ao engolir
dor retroesternal
regurgitação
queimação
soluço
tosse e salivação – no caso do megaesôfago.
obstrução intestinal e perfuração no caso do
Alterações Anátomo e Fisiopatológicas
• Lesões em outros órgãos: Sistema nervoso central, fígado, baço, linfonodos (na fase aguda), músculos esqueléticos
Infecções Congênitas
• Risco de transmissão para o feto é baixo, ocorre em 1 à 4% das gestantes com sorologia positiva
• Frequência: baixo peso e prematuridade
Qual motivo para as diferentes formas clínicas no desenvolvimento da doença?
- fatores genéticos do hospedeiro? (subclasses HLA, responsividade da produção de citocinas, etc.?)
- Virulência diferente entre várias cepas de T. cruzi em circulação?
- Cepas com diferente tropismo
• Dos que sobrevivem mais que 2 anos mais de 70% não tem risco de desenvolvimento de sintomas severos apesar da parasitemia
Diagnóstico Fase Aguda da Doença
Pesquisa do parasito:
Exame de sangue a frescoExame de sangue em gota espessaEsfregaço sangüíneo corado pelo GiemsaExame de creme leucocitárioPCR
Diagnóstico - Fase CrônicaPequeno nº de parasitas no sangue
Pesquisa do parasito (métodos que possibilitam a multiplicação do parasita):
Xenodiagnóstico
Hemocultura
Sorológico
Xenodiagnóstico
Xenodiagnóstico
Xenodiagnóstico
Cultura
Profilaxia
Utilização de inseticidas grande eficácia no extermínio dos vetores (desde que usados constantemente)
Melhoria das habitações
Controle da transmissão transfusional – triagem sorológica de doadores
Adoção de normas de biossegurança para evitar a transmissão por acidentes de laboratório e outras formas de transmissão ocupacional
Tratamento Fase Aguda: Tratamento antiparasitário
Nifurtimox (Lampit) Benzinidazol (Rochagan)
Fase Crônica: Tratamento sintomático Tratamento antiparasitário ineficaz
Nova terapia: Células Tronco autólogos
Obtenção de células tronco da medula óssea do paciente
(teste para T. cruzi)
Injeção via cateter perto do miocárdio inflamado/debilitado
Vacinas?
- Contra formas infectantes: formas tripomastigotas (na base de resposta humoral ou celular)
- Alvo ideal seriam antígenos da fase amastigota (resposta celular -> Amastigote surface protein 2)
- Vários tipos de vacinas utilizando diferentes estruturas do parasita estão em teste em camundongos, a resposta celular do tipo Th1 é essencial
Bibliografia