TÍTULO: CRIME COMO FATO SOCIAL EM DURKHEIM E ... Edicao/36 VICTORIA... · perturbação social....
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Edição Nº. 8, Vol. 1, jan./dez. 2018. Inserida em: http://www.uel.br/revistas/lenpes-pibid/
TÍTULO: CRIME COMO FATO SOCIAL EM DURKHEIM E CARACTERIZAÇÃO SOCIOLÓGICA DA POPULAÇÃO CARCERÁRIA NO BRASIL
AUTORA: VICTÓRIA PEDRO CORRÊA CONTATO: [email protected]
OBJETIVO GERAL: Recordar com os estudantes o conteúdo aprendido sobre Durkheim;
evidenciar a discussão sobre fato social, suas características e classificações. Explicar o
porquê o crime é considerado um fato social normal e apresentar dados sobre a
população carcerária no Brasil e a mudança de seu perfil nos últimos dez anos. Abordar a
ausência de políticas públicas de ressocialização no país e os índices de reincidência.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS:
a) Fazer com que os alunos fixem o entendimento de que a normalidade do fato social
não corresponde à sua aceitabilidade, mas à condição normativa em que ele se
encontra e às taxas que apontam sua frequência.
b) Fazer com que os alunos compreendam a funcionalidade do crime, mesmo que ele
seja considerado repudiável pela consciência coletiva.
c) Apresentar dados sobre a população carcerária no Brasil, destacando a mudança de
seu perfil nos últimos dez anos, provocada, entre outros fatores, pelas alterações no
modo como a justiça tem caracterizado a dependência, o uso e o tráfico de drogas,
sobretudo a partir de 2006.
d) Apresentar os índices de reincidência no crime e apontar a relevância das políticas
de ressocialização como possível solução para o problema.
1 PRÁTICA SOCIAL INICIAL DO CONTEÚDO
1.1 CONTEÚDOS ESPECÍFICOS A SEREM TRABALHADOS DURANTE A AULA:
a) Fato social: expor e discutir suas características e classificações.
b) Função social do crime: consciência coletiva, repúdio social e reafirmação de valores.
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c) Lei nº 13.343 de 2006: mudança no perfil da população carcerária e reflexão
sociológica sobre as políticas de combate à drogadição;
d) Ressocialização e reincidência: causas e consequências.
1.2 VIVÊNCIA COTIDIANA DOS ALUNOS:
Apresentar uma charge para iniciar a discussão sobre fato social e indagar sobre
as percepções que eles possuem do crime. Anotar no quadro o que eles dizem e utilizar
as palavras-chave após a abordagem do assunto.
Quais palavras vocês lembram quando ouvem “fato social” e “crime”?
Quais as características do fato social?
O crime é um fato social normal ou patológico?
2.PROBLEMATIZAÇÃO
2.1. DISCUSSÃO SOBRE OS PROBLEMAS MAIS SIGNIFICATIVOS:
Começarei a aula apresentando uma charge que questiona a responsabilidade do
Estado para com a população carcerária. Assim, indagarei os alunos sobre o que eles
lembram quando ouvem os termos “fato social” e “crime” (colocando as respostas na
lousa). Perguntarei também sobre as características do fato social e se o crime é
classificado como fato social normal ou patológico.
(DAHMER, Andre. A cabeça é a ilha. Ed. Desiderata, 2009)
Certamente pode ocorrer que o próprio crime tenha formas anormais; é o que acontece quando, por exemplo, ele atinge um índice exagerado. Não é duvidoso, com efeito que esse excesso seja de natureza mórbida. O que é normal é simplesmente que haja uma criminalidade, contanto que esta atinja e não ultrapasse, para cada tipo social, certo nível que talvez não seja impossível fixar de acordo com as regras precedentes. (DURKHEIM, 1895, p. 67).
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Com base nessas perguntas e nas respostas deles, recordarei com os estudantesa
explicação de fatos sociais para Durkheim, assim como suas características e
classificação. (10 MINUTOS)
Entregarei para cada aluno uma questão do Processo Seletivo Vestibular para
responderem e logo em seguida corrigirei coletivamente com eles na lousa.(7 MINUTOS)
Abordarei também a função social do crime, explicando que o crime tem o
importante papel de reafirmar os valores sociais no momento da ação criminosa, pois tal
ação faz ascender a indignação dos indivíduos que acabam exercendo coerção sobre os
responsáveis pela ação criminosa, e assim fazendo reascender os valores sociais
disseminados nas consciências coletivas que reafirmam os valores sociais.
Contrariamente às ideias correntes, o criminoso não mais aparece como um ser radicalmente insociável, como uma espécie de elemento parasitário, corpo estranho e inassimilável, introduzido no seio da sociedade; ele é um agente regular da vida social. O crime, por sua vez não deve mais ser concebido como um mal que não possa ser contido dentro de limites demasiado estreitos; mas, longe de haver motivo para nos felicitarmos quando lhe ocorre descer muito sensivelmente abaixo do nível ordinário, podemos estar certos de que esse progresso aparente é ao mesmo tempo contemporâneo e solidário de alguma perturbação social. (DURKHEIM, 1895, p. 73).
Explicarei que o crime se torna patológico quando ocorre o aumento das taxas,
utilizando um vídeo da greve dos Policiais Militares do Espírito Santo quando o crime
tomou outras proporções e fugiu de sua regularidade. (15 minutos)
Obs.: No mês de fevereiro de 2017 a Polícia Militar do Espírito Santo paralisou dos
serviços devido ao não atendimento à pauta de reivindicações. Como a polícia é proibida
de fazer greves, esposas e familiares dos policiais impediram por mais de duas semanas
a saída de viaturas do Departamento da Polícia Militar. A paralisação resultou em uma
grave crise de segurança pública, acentuando consideravelmente a criminalidade no
estado, tornando esta, uma situação patológica.
Utilizarei outra questão do Processo Seletivo Vestibular para corrigir conjuntamente
com os estudantes. (7 MINUTOS)
Após apresentar a classificação do crime como fato social normal, e utilizar o vídeo
para ratificar a oposição entre o crime enquanto fato social normal ou patológico, colocarei
dados da população carcerária no quadro, anteriores à Lei nº 13.343/2006 e informações
atuais, para evidenciar que a mudança na Lei de Drogas transformou o perfil da
população carcerária. (15 MINUTOS)
Sobre a Lei de Drogas problematizareique a partir de sua aprovação o perfil da
população carcerária mudou. A Lei 13.343/2006 em sua concepção tinha a intenção de
amenizar as penas dadas aos usuários, o que acontece é que na prática sua aplicação é
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mais rígida com considerados traficantes. O que possibilitou essa inversão é a falta de
critérios estabelecidos para enquadrar alguém como usuário ou traficante, levando em
consideração a quantidade de droga encontrada com o indivíduo.
Inserido este debate, utilizarei um vídeo que aborda a distinção no tratamento por
parte dos policiais, na abordagem com brancos e negros.
Sobre isso, problematizarei o racismo institucional que ocorre também nas políticas
públicas relacionadas ao poder judiciário, dizendo que o aumento significativo do número
da porcentagem de negros presos em relação a brancos tem relação com o racismo
presente na abordagem e decisão do policial em enquadrar o indivíduo como usuário ou
traficante de drogas. Aproveitarei para iniciar o debate sobre o índice de reincidência no
crime e discutirei as políticas de ressocialização enquanto possível solução, trazendo
exemplos dessas políticas. (20 MINUTOS)
Obs.: São medidas de ressocialização o trabalho, estudo e a condição do
encarceramento. O trabalho é permitido quando o preso está em regime fechado, mas é
pouco aceito socialmente. A educação está presente nos presídios, e é uma política de
ressocialização muito importante, tendo em vista que a maioria dos presos não possui
ensino fundamental completo. As condições de encarceramento são imprescindíveis para
a ressocialização, pois elas indignam com o seu tratamento sub-humano.
Terminarei a aula com uma avaliação, com questões de múltipla escolha. Estas
serão corrigidas em sala. Também farei uma avaliação, com atividade dissertativa, que
será usada como registro de nota extra para o próximo bimestre. (15 MINUTOS)
Presos por Tráfico Pena Brancos Pretos
2005 31.520 3 a 15 anos 39,20 60,80 2014 138.366 5 a 15 anos 32,50 67,50 (INFOPEN, 2014)
(IPEA, 2015)
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(Nexo Jornal, 2017)
(G1 Portal de Notícias, 2015)
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(Nexo Jornal, 2017)
(Politize, 2017)
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(Nexo Jornal, 2017)
2.2 DIMENSÕES DO CONTEÚDO A SEREM TRABALHADAS NA AULA:
DIMENSÃO SOCIOLÓGICA: Abordar o conceito de fato social e explicar, através de suas
características, que o crime deve ser enquadrado como tal. Demonstrar que devido às
taxas que evidenciam sua regularidade, o crime é classificado como fato social normal e
explicar sua função social.
DIMENSÃO POLÍTICA: Inserir a discussão sobre a caracterização da população
carcerária, apresentar a mudança em tal perfil e promover análise, através de dados
anteriores e recentes, sobre a reincidência e falta de políticas de ressocialização.
3. INSTRUMENTALIZAÇÃO
3.1 AÇÕES DIDÁTICO-PEDAGÓGICAS:
ETAPA 01: Apresentar charge e pedir sugestão de palavras-chave para escrever no
quadro;
ETAPA 02: Revisar o conteúdo aprendido no bimestre com base no que foi sugerido;
ETAPA 03: Corrigir uma questão do vestibular conjuntamente;
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ETAPA 04: Utilizar vídeo para certificar a normalidade do crime, contrapondo-o com o
patológico;
ETAPA 05: Corrigir outra questão de vestibular com os estudantes, na intenção de
aproximá-los com o ambiente universitário;
ETAPA 06: Apresentar vídeo sobre o preconceito presente nas abordagens policiais;
ETAPA 07: Escrever no quadro dados sobre o perfil da população carcerária no Brasil;
levantar discussão sobre a causa da mudança deste perfil;
ETAPA 08: Trabalhar com os estudantes o índice de reincidência e apontar as políticas
de ressocialização como alternativa;
ETAPA 09: Entregar material para realizar atividade em sala de aula; Correção do
material juntamente com os estudantes em sala.
ETAPA 10: Entregare explicar a atividade que farão em casa valendo nota (texto
dissertativo).
3.2 RECURSOS HUMANOS E MATERIAIS: Utilização de quadro de giz; giz; apagador;
TV pen-drive; vídeo; material impresso: charge, questões de vestibular e avaliação.
4. CATARSE
4.1 SÍNTESE E EXPRESSÃO DA SÍNTESE:
SÍNTESE: (critérios de avaliação): Visamos mensurar a assimilação dos conteúdos e a
compreensão dos estudantes dos seguintes conceitos abordados nas questões do
Processo Seletivo Vestibular: (UEM-pas-2011/UEL-2009/UEL – 2010).
EXPRESSÃO DA SÍNTESE (atividades avaliativas): A avaliação consistirá em questões
do Processo Seletivo Vestibular aplicadas ao longo da problematização dos conteúdos e
também em uma questão que deverão responder através de um texto individual
dissertativo.
REFERÊNCIAS
ALBULQUERQUE, Rossana Marinho. A acepção durkheimiana do crime.OLHARES PLURAIS - Revista Eletrônica Multidisciplinar, Vol1, Núm. 1, Ano 2009, p. 21-31. Conectas Direitos Humanos. Disponível em: http://www.conectas.org/pt/noticia/25378-mapa-das-prisoes.Acesso em: 22 de junho de 2017. DAHMER, Andre. A cabeça é a Ilha. 2009. Disponível em: https://acasadevidro.com/tag/andre-dahmer/. Acesso em: 22 de junho de 2017.
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DURKHEIM, E. As regras do método sociológico. 13.ed. São Paulo: Nacional, 1987 (Texto originalmente publicado em 1985). GASPARIN, João Luiz. Uma Didática para a Pedagogia Histórico-Crítica. 4. ed. Campinas, SP: Autores Associados, 2007. INSTITUO DE PESQUISA ECONÔMICA E APLICADA. Reincidência Criminal do Brasil – Relatório de Pesquisa. 2015. MINISTÉRIO DA JUSTIÇA. Levantamento Nacional de Informações Penitenciárias. INFOPEN, 2014. Politize. Disponível em: http://www.politize.com.br/populacao-carceraria-brasileira-perfil/. Acesso em: 22 de junho de 2017. Portal de Notícias EBC. Disponível em: http://www.ebc.com.br/noticias/2015/04/trafico-de-drogas-e-um-dos-motivos-para-aumento-da-populacao-carceraria-no-pais. Acesso em: 22 de junho de 2017. Portal de Notícias G1. Disponível em: http://g1.globo.com/politica/noticia/2015/06/com-lei-de-drogas-presos-por-trafico-passam-de-31-mil-para-138-mil-no-pais.html. Acessado em 22 de junho de 2017. Portal de Notícias Nexo Jornal. Disponível em: https://www.nexojornal.com.br/grafico/2017/01/18/Qual-o-perfil-da-popula%C3%A7%C3%A3o-carcer%C3%A1ria-brasileira. Acesso em: 22 de junho de 2017. Projeto Danos Permanentes. Disponível em: http://danospermanentes.org. Acesso em: 22 de junho de 2017. Vídeo 1: Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=6mTggJ8xLRs. Acesso em: 22 de junho de 2017. Vídeo 2: Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=_Vmns-il3Hs&feature=youtu.be. Acesso em: 22 de junho de 2017. ANEXO: ATIVIDADES AVALIATIVAS
Com base nos números apresentados sobre a caracterização da população
carcerária no Brasil, escreva:
Anos Presos
por Tráfico
Pena Brancos Pretos
2005 31.520 3 a 15 anos
39,20 60,80
2014 138.366 5 a 15 anos
32,50 67,50
Fonte: INFOPEN, 2014.
População brasileira
População carcerária
Superior completo
12% 1%
Superior incompleto
5% 1%
Médio completo
28% 7%
Médio 6% 11%
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incompleto Fundamental completo
9% 12%
Fundamental incompleto
28% 53%
Sem cursos regulares
3% 9%
Analfabetos 9% 6% Fonte: Nexo Jornal, 2017.
1. Sobre o crime como fato social em Durkheim:
2. Sobre a relação entre a caracterização da população carcerária e as dimensões das
desigualdades sociais(Ex: escolaridade, cor da pele, renda etc...):
QUESTÕES DE VESTIBULARES
1ª QUESTÃO: (UEM-PAS 2011) Segundo o conceito sociológico de fato social elaborado
pelo sociólogo francês Émile Durkheim (1858- 1917), as formas de pensar e de agir dos
indivíduos são impostas pela educação, pela religião e pela moral, que se originam na
sociedade e no meio social específico em que eles vivem. A partir dessa definição do
conceito de fato social, assinale o que for correto.
01) Os indivíduos escolhem livremente as suas formas de pensar.
02) Os fatos sociais possuem uma origem social e coletiva e não se originam das
vontades dos indivíduos.
04) Os fatos sociais, como as crenças e ideias morais, por exemplo, são fenômenos
psicológicos, já que a sociedade é composta de indivíduos.
08) As ações sociais dos indivíduos são subjetivas e racionais.
16) Quando nascemos, encontramos já prontos os fatos sociais como a língua, as leis, a
religião e as concepções morais da sociedade.
2ª QUESTÃO: (UEL 2009) Leia o texto a seguir. Texto I “Tribunais do crime” mataram ao
menos 9 [...] Os ‘tribunais’ [do crime] são ‘julgamentos’ comandados por um presidiário do
PCC que assume o papel de ‘juiz’ para determinar, por meio de um celular, a morte ou
não de uma pessoa – seja ela ligada ou não ao PCC. Escutas telefônicas mostram como
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funcionam os ‘tribunais do crime’: Pessoa 1: Alô [...] Pessoa 2: Então, é aquilo que eu
falei lá! Se o cara quiser vir, pode arrancar esse moleque aí, pegar, matar, raspar e sair
fora, que é para [ele] ficar esperto [...]. É essa a idéia: se quiser, é já para esticar o cerol
[matar]. (Folha de São Paulo, 21 set. 2008. Caderno cotidiano, p. C-4.)
O texto retrata uma prática que tem se tornado comum em várias cidades
brasileiras devido à existência de organizações criminosas ligadas, principalmente, ao
tráfico de drogas.
De acordo com a perspectiva teórica de Émile Durkheim, o texto expressa:
a) a importância de se constituírem, no interior da sociedade, novas formas de
consciência coletiva que se manifestem contrárias àquela dominante, reconhecida
institucionalmente.
b) que a harmonia social tem como um de seus pressupostos a eliminação física e brutal
dos indivíduos com comportamento coletivo desviante, por instituições paralelas ao poder
estatal.
c) a importância de todos os setores da vida social possuírem estrutura institucional, pois,
sendo a sociedade um grande organismo, inclusive o crime deve ser organizado.
d) que os indivíduos são anteriores à sociedade, ou seja, podem agir de forma autônoma
e, se assim for necessário, podem agir contrariamente às normas coletivas.
e) aspectos de um quadro anômico, pois, embora certa taxa de crime seja normal em
todas as sociedades, a prática assinalada indica a perda de vínculos sociais e morais
básicos para a existência da coesão social.
3ª QUESTÃO: (UEL 2010) Leia o texto a seguir: “A aluna Geisy Villa Nova Arruda, 20,
não poderá mais frequentar o prédio em que estudava antes do dia 22 de outubro,
quando foi perseguida, encurralada, xingada e ameaçada por cerca de 700 alunos, no
campus de São Bernardo (de uma Universidade particular), alegadamente por causa do
microvestido que trajava”. (Adaptado de: Folha de São Paulo. (Universidade particular)
decide “exilar” Geisy em outro prédio. Caderno cotidiano, C1, 11 nov. 2009.)
A matéria refere-se à recente episódio, de repercussão nacional na mídia e que teve
como desfecho a readmissão da aluna à referida instituição, após o posicionamento da
opinião pública. Com base no texto e nos conhecimentos sobre o pensamento de
Durkheim, é correto afirmar que o acontecimento citado revelou:
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a) a consolidação de uma nova consciência coletiva, de bases amplas, representada
pelos alunos da referida instituição.
b) o desprezo da consciência coletiva dominante na sociedade em relação aos destinos
individuais, no caso, à aluna que foi alvo dos ataques dos estudantes.
c) a força da consciência coletiva da sociedade que se impôs aos comportamentos morais
desviantes com a finalidade de resgatar a harmonia social, preservando as instituições.
d) a presença de um quadro de profunda anomia social e o quanto os valores sociais de
decência foram perdidos pela consciência coletiva que se posicionou favoravelmente à
estudante.
e) o perigo representado pela presença de uma consciência coletiva forte e majoritária
atuando como obstáculo para o desenvolvimento da vida social sadia ao impedir que
alguns indivíduos defendessem os melhores valores morais.
Interpretem oralmente a charge:
(FONTE: DAHMER, Andre. A cabeça é a ilha. Ed. Desiderata, 2009)
O que você se lembra quando ouve os termos “fato social” e “crime”? Quais as
características do fato social? O crime é classificado como fato social normal ou
patológico?
Certamente pode ocorrer que o próprio crime tenha formas anormais; é o que acontece quando, por exemplo, ele atinge um índice exagerado. Não é duvidoso, com efeito que esse excesso seja de natureza mórbida. O que é normal é simplesmente que haja uma criminalidade, contanto que esta atinja e não ultrapasse, para cada tipo social, certo nível que talvez não seja impossível fixar de acordo com as regras precedentes.(DURKHEIM, 1895, p. 67).
O crime tem o importante papel de reafirmar os valores sociais no momento da
ação criminosa, pois tal ação faz ascender a indignação dos indivíduos que acabam
exercendo coerção sobre os responsáveis pela ação criminosa, fazendo reascender os
valores sociais disseminados nas consciências coletivas que reafirmam os valores
sociais.
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Contrariamente às ideias correntes, o criminoso não mais aparece como um ser radicalmente insociável, como uma espécie de elemento parasitário, corpo estranho e inassimilável, introduzido no seio da sociedade; ele é um agente regular da vida social. O crime, por sua vez não deve mais ser concebido como um mal que não possa ser contido dentro de limites demasiado estreitos; mas, longe de haver motivo para nos felicitarmos quando lhe ocorre descer muito sensivelmente abaixo do nível ordinário, podemos estar certos de que esse progresso aparente é ao mesmo tempo contemporâneo e solidário de alguma perturbação social.(DURKHEIM, 1895, p. 73).
O crime se torna patológico quando ocorre o aumento das taxas. Quem lembra de
fatos da greve dos Policiais Militares do Espírito Santo em fevereiro de 2017?
Obs.: No mês de fevereiro de 2017 a Polícia Militar do Espírito Santo paralisou dos
serviços devido ao não atendimento à pauta de reivindicações. Como a polícia é proibida
de fazer greves, esposas e familiares dos policiais impediram por mais de duas semanas
a saída de viaturas do Departamento da Polícia Militar. A paralisação resultou em uma
grave crise de segurança pública, acentuando consideravelmente a criminalidade no
estado, tornando esta, uma situação patológica.
Vamos problematizar juntos dados da população carcerária no Brasil, anteriores à
Lei nº 13.343/2006 e entender como a mudança na Lei de Drogas transformou o perfil da
população carcerária. LEI DE DROGAS: a partir de sua aprovação o perfil da população
carcerária mudou. Ela tinha a intenção de amenizar as penas dadas aos usuários, mas o
que acontece é que na prática sua aplicação é mais rígida com considerados traficantes.
O que possibilitou essa inversão foi a falta de critérios estabelecidos para enquadrar
alguém como usuário ou traficante, levando em consideração a quantidade de droga
encontrada com o indivíduo. Você acredita que os policiais, na abordagem das pessoas,
tratam igualmente brancos e negros no Brasil? O que sabem sobre racismo institucional?
Obs.: São medidas de ressocialização o trabalho, estudo e a condição do
encarceramento. O trabalho é permitido quando o preso está em regime fechado, mas é
pouco aceito socialmente. A educação está presente nos presídios, e é uma política de
ressocialização muito importante, tendo em vista que a maioria dos presos não possui
ensino fundamental completo. As condições de encarceramento são imprescindíveis para
a ressocialização, pois elas indignam com o seu tratamento sub-humano.
Vamos problematizar os dados e tentar caracterizar sociologicamente a
população carcerária no Brasil:
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(IPEA, 2015)
O que compreendem a partir dos dados abaixo?
FONTE: (Nexo Jornal, 2017) FONTE: (Nexo Jornal, 2017)
Vejam mais dados (FONTE: Politize, 2017):
PARA REFLETIR: Por que são importantes políticas públicas democráticas de
ressocialização?
REFERÊNCIAS
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DAHMER, Andre. A cabeça é a Ilha, 2009.Disponível em: https://acasadevidro.com/tag/andre-dahmer/. Acessado em 22/06/2017. DURKHEIM, E. As regras do método sociológico. 13.ed. São Paulo: Nacional, 1987 (Texto originalmente publicado em 1985). INSTITUTO DE PESQUISA ECONÔMICA E APLICADA. Reincidência Criminal do Brasil – Relatório de Pesquisa. 2015.
FONTE:
NEXO JORNAL, 2017.
POLITIZE, 2017.