TUBARÕES CAPTURADOS EM PESCARIAS DE PEQUENA ESCALA … · marcelo moreira de carvalho tubarÕes...

67
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO PROGRAMA REGIONAL DE PÓS-GRADUAÇÃO EM DESENVOLVIMENTO E MEIO AMBIENTE/PRODEMA TUBARÕES CAPTURADOS EM PESCARIAS DE PEQUENA ESCALA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE: ABORDAGENS ETNOTAXONÔMICA E REPRODUTIVA COM VISTAS À GESTÃO E CONSERVAÇÃO MARCELO MOREIRA DE CARVALHO 2018 Natal RN Brasil

Transcript of TUBARÕES CAPTURADOS EM PESCARIAS DE PEQUENA ESCALA … · marcelo moreira de carvalho tubarÕes...

Page 1: TUBARÕES CAPTURADOS EM PESCARIAS DE PEQUENA ESCALA … · marcelo moreira de carvalho tubarÕes capturados em pescarias de pequena escala do estado do rio grande do norte: abordagens

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO

PROGRAMA REGIONAL DE PÓS-GRADUAÇÃO EM

DESENVOLVIMENTO E MEIO AMBIENTE/PRODEMA

TUBARÕES CAPTURADOS EM PESCARIAS DE PEQUENA

ESCALA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE:

ABORDAGENS ETNOTAXONÔMICA E REPRODUTIVA

COM VISTAS À GESTÃO E CONSERVAÇÃO

MARCELO MOREIRA DE CARVALHO

2018

Natal – RN

Brasil

Page 2: TUBARÕES CAPTURADOS EM PESCARIAS DE PEQUENA ESCALA … · marcelo moreira de carvalho tubarÕes capturados em pescarias de pequena escala do estado do rio grande do norte: abordagens

Marcelo Moreira de Carvalho

TUBARÕES CAPTURADOS EM PESCARIAS DE PEQUENA

ESCALA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE:

ABORDAGENS ETNOTAXONÔMICA E REPRODUTIVA COM

VISTAS À GESTÃO E CONSERVAÇÃO

Dissertação apresentada ao Programa Regional de

Pós-Graduação em Desenvolvimento e Meio

Ambiente, da Universidade Federal do Rio Grande

do Norte (PRODEMA/UFRN), como parte dos

requisitos necessários à obtenção do título de

Mestre.

Orientador: Prof.Dr. Jorge Eduardo Lins Oliveira

Co-Orientador: Prof.Dra. Mônica Rocha de Oliveira

2018

Natal – RN

Brasil

Page 3: TUBARÕES CAPTURADOS EM PESCARIAS DE PEQUENA ESCALA … · marcelo moreira de carvalho tubarÕes capturados em pescarias de pequena escala do estado do rio grande do norte: abordagens

Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN

Sistema de Bibliotecas - SISBI

Catalogação de Publicação na Fonte. UFRN - Biblioteca Setorial Prof. Leopoldo Nelson - ­Centro de Biociências - CB

Carvalho, Marcelo Moreira de.

Tubarões capturados em pescarias de pequena escala do Estado

do Rio Grande do Norte: abordagens etnotaxonômica e reprodutiva

com vistas à gestão e conservação / Marcelo Moreira de Carvalho. - Natal, 2018.

67 f.: il.

Dissertação (Mestrado) - Universidade Federal do Rio Grande do

Norte. Centro de Biociências. Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento e Meio Ambiente/PRODEMA.

Orientador: Prof. Dr. Jorge Eduardo Lins Oliveira.

Coorientadora: Profa. Dra. Mônica Rocha de Oliveira.

1. Etnoespécies de tubarões - Dissertação. 2. Zona de berçário

- Dissertação. 3. Rhizoprionodon porosus - Dissertação. I.

Oliveira, Jorge Eduardo Lins. II. Oliveira, Mônica Rocha de.

III. Universidade Federal do Rio Grande do Norte. IV. Título.

RN/UF/BSE-CB CDU 597.31

Elaborado por KATIA REJANE DA SILVA - CRB-15/351

Page 4: TUBARÕES CAPTURADOS EM PESCARIAS DE PEQUENA ESCALA … · marcelo moreira de carvalho tubarÕes capturados em pescarias de pequena escala do estado do rio grande do norte: abordagens
Page 5: TUBARÕES CAPTURADOS EM PESCARIAS DE PEQUENA ESCALA … · marcelo moreira de carvalho tubarÕes capturados em pescarias de pequena escala do estado do rio grande do norte: abordagens

AGRADECIMENTOS

À Universidade Federal do Rio Grande do Norte, pelas oportunidades e vivências

proporcionadas.

Ao professor orientador Jorge Lins, pela credibilidade, ensinamentos e assistência

sempre que necessária ao longo do percurso.

À professora co-orientadora Mônica Rocha pela amizade, pelo companheirismo ao

longo desses anos e por toda assistência e ensinamentos. Muito obrigado.

Ao Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento e Meio Ambiente (PRODEMA)

da UFRN e todo o corpo docente, por contribuírem com momentos de reflexão e

amadurecimento crítico, combustível essencial para discussões regionais e globais.

Aos funcionários da Secretaria do PRODEMA, pela compreensão e prontidão para

auxiliar na resolução de tramitações ao longo do mestrado.

Aos amigos e colegas PRODEMA, que compartilharam as conquistas (e as angustias

também) ao longo do percurso.

À Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), pela

concessão de bolsa de estudos e recursos que viabilizaram o sucesso desta pesquisa.

Aos pescadores artesanais que, na simplicidade, mostraram-se grandes mestres da vida

no mar, além de compartilhar seus conhecimentos com este “menino urbano”. Os pescadores

foram, sem dúvidas, uma das maiores razões para o sucesso deste estudo. Meus sinceros

agradecimentos a todos. Em especial, ao Seu Erivelton (Vetinho), Tázio, Arnaldo, Cocota e

Zé Bocão.

Aos meus pais, Dona Lindalva Moreira e Francisco Carvalho, pelos exemplos

constantes de simplicidade, honestidade e perseverança. Obrigado pelo amor e fé investidos.

A minha irmã, Francilene Moreira e minhas sobrinhas Natalie e Linda; e meu cunhado

Christiano, pelo apoio, carinho e respeito. Além, é claro, dos momentos de descontração.

Aos meus amigos, que foram encorajadores e compreensivos nos momentos cruciais

para o êxito deste estudo. Agradecimento em especial a Louise Thuane (best) e Tâmara

Bacurau, pela amizade e parceria de longa data, que mesmo se passando desesperadas, dão

sempre um jeitinho para ajudar os outros. A Dani, Mardelson, Rosy, Suel, Magno e Aldemir,

pela amizade e parceria, regadas a aventuras e gargalhadas. Muito obrigado.

A todos vocês, meus sinceros agradecimentos!

#gratidão.

Page 6: TUBARÕES CAPTURADOS EM PESCARIAS DE PEQUENA ESCALA … · marcelo moreira de carvalho tubarÕes capturados em pescarias de pequena escala do estado do rio grande do norte: abordagens

RESUMO

TUBARÕES CAPTURADOS EM PESCARIAS DE PEQUENA

ESCALA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE:

ABORDAGENS ETNOTAXONÔMICA E REPRODUTIVA COM VISTAS À GESTÃO E

CONSERVAÇÃO

Os tubarões são importantes reguladores de populações de peixes e invertebrados em

ecossistemas aquáticos. Nas pescarias de pequena escala, esses animais traduzem-se como

recursos socioeconômicos, gerando renda em comunidades costeiras. A espécie de ciclo de

vida costeiro-dependente Rhizoprionodon porosus (Poey, 1861) é uma das mais frequentes

nos desembarques e, portanto, passível de sobrepesca. Apesar da importância ecológica e

socioeconômica, alternativas que forneçam informações básicas para monitoramento e

avaliação dos estoques populacionais são limitadas, comprometendo elaboração de planos de

gestão e conservação. Nesse sentido, este estudo teve como objetivo identificar as espécies de

tubarões capturadas em pescarias de pequena escala no Estado do Rio Grande do Norte,

Nordeste brasileiro, através de abordagem etnotaxonômica; e apresentar aspectos reprodutivos

da espécie Rhizoprionodon porosus. Os dados foram obtidos a partir de levantamento

literário, entrevistas semiestruturadas com pescadores locais e coleta de espécimes em

desembarques pesqueiros no Estado. Os pescadores identificaram 23 etnoespécies de

tubarões, algumas dessas, englobando espécies em perigo de extinção em escala nacional e

global. Os espécimes de R. porosus foram, predominantemente, indivíduos neonatos, com

tamanho abaixo do calculado para a primeira maturação sexual. Em geral, as pescarias

operam em zonas de berçário da espécie. Este estudo contribuiu com o provimento de

informações-base quanto à identificação etnotaxonômica de espécies de tubarões e aspectos

reprodutivos de uma espécie comercial frequentemente capturada em pescarias costeiras.

PALAVRAS-CHAVE: etnoespécies de tubarões, zona de berçário, Rhizoprionodon porosus.

Page 7: TUBARÕES CAPTURADOS EM PESCARIAS DE PEQUENA ESCALA … · marcelo moreira de carvalho tubarÕes capturados em pescarias de pequena escala do estado do rio grande do norte: abordagens

ABSTRACT

SHARKS CAPTURED BY SMALL-SCALE FISHERIES FROM THE STATE OF RIO

GRANDE DO NORTE: ETHNOTAXONOMIC AND REPRODUCTIVE APPROACHES

TOWARD MANAGEMENT AND CONSERVATION

Sharks are important regulators of fish and invertebrate populations in aquatic ecosystems. At

small-scale fisheries, these animals are translated as socioeconomic resources, generating

income on coastal communities. The inshore-dependent life cycle species Rhizoprionodon

porosus (Poey, 1861) is one of the most frequent on landings, therefore liable to overfishing.

Despite ecological and socioeconomic importance, alternatives providing fundamental

information on monitoring and assessment of population stocks are limited, compromising the

development of management and conservation plans. Thus, this study aimed to identify sharks

species captured by small-scale fisheries from the state of Rio Grande do Norte, Northeastern

Brazil, by using ethnotaxonomic approach; and also present reproductive aspects of

Rhizoprionodon porosus. Data were obtained from literature review, semi-structured

interviews with local fishers and specimens sampling from fishery landings along the coast of

the State. Fishers identified 23 shark ethnospecies and among them, there are species under

risk of extinction at national and global scale. Specimens of R. porosus were mainly neonate

individuals with body size lower than the calculated for the first sexual maturity. In general,

fisheries operate within nursery zones for the species. This study has contributed by providing

database regarding ethnotaxonomic identification of shark species and reproductive aspects of

one commercial species frequently captured in coastal fisheries.

KEYWORDS: Shark ethnospecies; nursery zones; Rhizoprionodon porosus.

Page 8: TUBARÕES CAPTURADOS EM PESCARIAS DE PEQUENA ESCALA … · marcelo moreira de carvalho tubarÕes capturados em pescarias de pequena escala do estado do rio grande do norte: abordagens

LISTA DE FIGURAS

CARACTERIZAÇÃO GERAL DA ÁREA DE ESTUDO

FIGURA 1: Localização geográfica do Estado do Rio Grande do Norte com destaque para os

municípios de Caiçara do Norte, Natal e Baía Formosa (Fonte: Elaborado pelo autor). ...................... 15

CAPÍTULO 1

FIGURE 1: Geographical location of the state of Rio Grande do Norte, Northeastern of Brazil, in

evidence the sampling sites at the municipalities of Caiçara do Norte (CN), Natal (NT) and Baía

Formosa (BF). ....................................................................................................................................... 21

FIGURE 2: Dendrogram of the main shark species identified by small-scale fishermen from the state

of Rio Grande do Norte, Northeastern of Brazil (30 respondents) based on external morphological

attributes (size, shape and color). .......................................................................................................... 25

FIGURE 3: Multiple Correspondence Analyses for fishing period, species and fishing gears associated

to shark captures in the state of Rio Grande do Norte. Ellipses in solid line: dry season; dashed line:

rainy season (Eigenvalue and adjusted inertia (%): D1= 0.570; 49.49 %; D2=0.479; 18.77 %). ......... 25

CAPÍTULO 2

FIGURE 1: Geographical location of the state of Rio Grande does Norte, Northeastern of Brazil.

Dashed line on the coast represents the sampling zone. ........................................................................ 43

FIGURE 2: Sampling distribution for A. Total length (cm) and B. Eviscerated weight (g) of adults (n=

M:23; F:13), juveniles (n= M:18; F:12) and neonates (n= M:62; F:41) of Rhizoprionodon porosus

caught by small-scale fisheries from the state of Rio Grande do Norte, Northeastern of Brazil. R- rainy

(March to August) and D-dry season (September to February). Different letters represent significant

differences (paired-wise comparisons by Mann-Whitney test, p < 0.05).* indicates data deficient

(n<5). ..................................................................................................................................................... 44

FIGURE 3:A. sampling frequency by water depth (m) and B. estimated migration of R. porosus

(neonates, juveniles and adults) captured by small-scale fisheries from the state of Rio Grande do

Norte, Northeastern of Brazil at dry (September to February) and rainy (March to August) seasons. . 45

FIGURE 4: Growth estimative by length-weight relationship for neonates, juveniles, adults and pooled

data (n= neonates: 100; juveniles: 30; adults: 36) of R. porosus caught by small-scale fisheries from

the state of Rio Grande do Norte, Northeastern of Brazil. .................................................................... 46

FIGURE 5: Gonadossomatic Index (%) distribution for neonate, juvenile and adults of R. porosus

captured by small-scale fisheries from the state of Rio Grande do Norte, Northeastern of Brazil, at

rainy and dry seasons. Different letters represent significant differences among maturity stages

(Kruskal-Wallis; paired-wise comparisons by Mann-Whitney test; p < 0.05). ..................................... 47

Page 9: TUBARÕES CAPTURADOS EM PESCARIAS DE PEQUENA ESCALA … · marcelo moreira de carvalho tubarÕes capturados em pescarias de pequena escala do estado do rio grande do norte: abordagens

LISTA DE TABELAS

CAPÍTULO 1

TABLE 1: Brazilian Portuguese nomenclature (generic name cação + ethnospecific modifier)

for the main shark species identified by fishers from small-scale fisheries from the state of Rio

Grande do Norte, Northeastern of Brazil. Ethnospecific terms based on the following:

1morphological criteria and

2morphological criteria. Names in bold correspond to the main

folk species cited (minimum citation of 15% ). Fisher’s capture based on the number of valid

citations within 12 months before interviews (misidentifications were not considered).

Conservation Status according to the International Union for Conservation of Nature (IUCN)

and Brazil’s Ministry of the Environment- MMA Ordinance 445 of 2014[32]. EN-

Endangered; VU- vulnerable; LC- Least Concern; NT- Near Threatened; CR- critically

endangered; DD- Data deficient. .............................................................................................. 23

Page 10: TUBARÕES CAPTURADOS EM PESCARIAS DE PEQUENA ESCALA … · marcelo moreira de carvalho tubarÕes capturados em pescarias de pequena escala do estado do rio grande do norte: abordagens

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO GERAL ......................................................................................................... 11

CARACTERIZAÇÃO GERAL DA ÁREA DE ESTUDO ...................................................... 16

METODOLOGIA GERAL ...................................................................................................... 17

CAPÍTULO 1- Ethnotaxonomy of sharks from tropical waters of Brazil ................................ 20

Abstract ..................................................................................................................................... 20

Background ............................................................................................................................... 21

Methods .................................................................................................................................... 21

Results ...................................................................................................................................... 23

Discussion ................................................................................................................................. 27

Conclusions .............................................................................................................................. 28

Acknowledgments .................................................................................................................... 28

References ................................................................................................................................ 29

Figure 1 ..................................................................................................................................... 22

Figure 2 ..................................................................................................................................... 26

Figure 3 ..................................................................................................................................... 26

Table 1 ...................................................................................................................................... 24

CAPÍTULO 2- Reproductive aspects of the Caribbean Sharpnose shark Rhizoprionodon

Porosus (Poey, 1861) (Elasmobranchii: Carcharhinidae) captured by small-scale fisheries

from tropical waters of Brazil ..................................................................................................... 31

Abstract ..................................................................................................................................... 31

Introduction .............................................................................................................................. 32

Material and Methods ............................................................................................................... 34

Results ....................................................................................................................................... 35

Discussion ................................................................................................................................. 38

Acknowledgments .................................................................................................................... 41

References ................................................................................................................................ 41

Figure 1 ..................................................................................................................................... 44

Figure 2 ..................................................................................................................................... 45

Figure 3 ..................................................................................................................................... 46

Figure 4 ..................................................................................................................................... 47

Figure 5 ..................................................................................................................................... 48

CONSIDERAÇÕES GERAIS .................................................................................................. 49

REFERÊNCIAS GERAIS ........................................................................................................ 51

APÊNDICE .............................................................................................................................. 56

Page 11: TUBARÕES CAPTURADOS EM PESCARIAS DE PEQUENA ESCALA … · marcelo moreira de carvalho tubarÕes capturados em pescarias de pequena escala do estado do rio grande do norte: abordagens

11

INTRODUÇÃO GERAL

A subclasse Elasmobranchii (elasmobrânquios), uma das mais antigas e bem sucedidas

linhagens de peixes cartilaginosos, compreende cerca de 1200 espécies de raias e tubarões

(Carrier, Musick e Heithaus, 2010). Os tubarões são importantes predadores de topo nas

cadeias tróficas marinhas e oceânicas, principalmente por equilibrarem populações de níveis

tróficos inferiores através de relações ecológicas complexas (Roff et al., 2016). Em geral,

esses animais são longevos, vivendo décadas; apresentam baixa fecundidade (de 2 a 100

filhotes por gestação); longas gestações, podendo levar até 12 meses para o completo

desenvolvimento embrionário; e maturação sexual tardia, com algumas espécies levando anos

para copular (Compagno, 1984). Essas características biológicas tornam os tubarões

vulneráveis a ações antrópicas, como as pescarias insustentáveis (Dulvy et al., 2014).

Nas últimas décadas, estudos têm apontado declínio nos estoques populacionais de

tubarões decorrentes de pescarias insustentáveis, com populações reduzidas em 50% até

próximas à extinção (Worm et al., 2013). Entre as modalidades de pescarias de maior impacto

sobre os tubarões, está o “finning”, que consiste no aproveitamento e comercialização apenas

das barbatanas e descarte do corpo do animal (Amaral et al., 2017; Worm et al., 2013). As

barbatanas são muito apreciadas e, por muitas vezes, consideradas iguarias em países

asiáticos, que atribuem elevado valor ao comércio desse subproduto e consequentemente,

estimulam o finning (Jaiteh et al., 2016). Estima-se que a mortalidade de tubarões em 2010

por finning foi de 887 mil toneladas e que desde então esse comércio tem movimentado entre

306 e 409 milhões de dólares por ano (Worm et al., 2013).

No Brasil, o comércio de carne e subprodutos de tubarões colocou o país como o

maior importador do mundo, com mais de 20 mil toneladas em 2010 (Barreto et al., 2017). As

principais causas para esse cenário se deve à ineficiência de políticas governamentais voltadas

para regulamentação e fiscalização das capturas e comércio; além da precária conscientização

dos consumidores, que frequentemente desconhecem a procedência do que consomem

(Bornatowski, Braga e Barreto, 2018). Exemplo disso é o Plano de Ação Nacional para a

Conservação dos Tubarões e Raias Marinhos Ameaçados de Extinção (PAN-tubarões)

aprovado em 2014, em concordância com a Portaria de n°445 de 2014 do Ministério do Meio

Ambiente (MMA), que regulamenta a proteção de 12 espécies de elasmobrânquios ameaçados

de extinção, além de oito espécies sobreexplotadas e outras 35 que foram reconhecidas como

ameaçadas pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) (Brasil,

2014). Os resultados anuais de monitoramento do PAN-tubarões para o ano de 2017 revelam

Page 12: TUBARÕES CAPTURADOS EM PESCARIAS DE PEQUENA ESCALA … · marcelo moreira de carvalho tubarÕes capturados em pescarias de pequena escala do estado do rio grande do norte: abordagens

12

que apenas 4% dos objetivos foram cumpridos e que a grande parcela restante não foi iniciada

ou apresenta dificuldades na execução (ICMBio, 2018).

No Brasil, para o ano de 2011, as capturas de tubarões totalizaram 11.750,0 toneladas

ou 2,43% da produção nacional de peixes marinhos (MPA, 2011). Anteriormente a essa data,

os boletins estatísticos apresentavam maior refinamento de informações, discriminando

pescarias artesanais e industriais. Por exemplo, em 2007 (ano de último registro para dados

por modalidade de pesca), foram capturadas 11.237,7 toneladas de tubarões (industrial: 5.083

ton.; artesanal: 6.154,7 ton.), o equivalente a 2,36% da produção nacional de peixes nesse ano.

Ainda em 2007, na região Nordeste foram registradas 2.309 toneladas (industrial: 1.168 ton.;

artesanal: 1.141 ton.), com destaque para o Estado do Rio Grande do Norte (RN), que foi

responsável por aproximadamente 54% das capturas de tubarões no Nordeste para aquele ano

(IBAMA, 2007).

No RN, em 2006 (último ano de maior refinamento de dados pesqueiros por município),

as capturas de tubarões renderam 945,6 toneladas ao longo da costa litorânea [litoral leste

(Rio do Fogo - Baía Formosa): 878,1 ton.; litoral norte (Tibau - Touros: 67,5 ton.],

equivalente a 5,91 % do total de pescados registrados para aquele ano. Com exceção do

Município de Natal, que mais contribuiu nas capturas de tubarões (87,35%) através de

modalidade industrial, os demais municípios contribuíram por meio de pescarias artesanais

(IBAMA, 2008). Em primeira instância, as capturas de tubarões aparentam pouco

representativas frente às capturas comerciais totais em cenário nacional e regional. Contudo,

vale salientar que esses percentuais podem ser alarmantes dadas às características biológicas e

história de vida desses animais (Bornatowski, Braga e Vitule, 2014).

O histórico de capturas de tubarões e atual defasagem nas informações pesqueiras no

RN, como consequência da descontinuidade de programas governamentais de monitoramento

nacional (Barreto et al., 2017), agravam as condições de conservação desses recursos

pesqueiros. Outro fator ainda a ser considerado, é a precária identificação dos tubarões

desembarcados. Em geral, os boletins estatísticos agrupavam variadas espécies na categoria

“cação”, raramente distinguindo as diferentes espécies capturadas. Nesse contexto, a correta

identificação nas capturas é requisito mínimo essencial para definir a composição das espécies

em pescarias, identificar capturas acessórias (bycatch), avaliar o estado de estoques

populacionais e permitir o delineamento de medidas de conservação e gestão (Bornatowski,

Braga e Vitule, 2014; Merwe e Gledhill, 2015). Portanto, é evidente a necessidade de

acompanhamento e geração de informações atualizadas, que permitam traduzir o estado de

conservação dos estoques populacionais, subsidiando medidas normativas para

sustentabilidade socioeconômica e ambiental.

Page 13: TUBARÕES CAPTURADOS EM PESCARIAS DE PEQUENA ESCALA … · marcelo moreira de carvalho tubarÕes capturados em pescarias de pequena escala do estado do rio grande do norte: abordagens

13

Nos últimos anos, vários estudos vêm somando esforços para prover informações a

cerca da diversidade (Rosa, Bismarck e Gadig, 2014), capturas e comercialização de carne e

subprodutos de tubarões no Brasil (Almerón-Souza et al., 2018; Barreto et al., 2017; Feitosa

et al., 2018). Nesse sentido, diferentes abordagens complementam-se contribuindo para a

compreensão desses animais e subsidiam ações com vistas à conservação.

Abordagem etnotaxonômica

Estudos etnobiológicos junto às comunidades tradicionais proporcionam o

estreitamento das relações entre sociedade e natureza, dando base para ações de

conscientização e manejo sustentável dos recursos naturais para as presentes e futuras

gerações (Diegues, 2001). De maneira ampla, essas abordagens se revelam valiosas na

geração de conhecimento, além de serem vantajosas por utilizarem de métodos de baixo custo

e não necessitar de técnicas letais para obtenção de dados biológicos (Lima et al., 2017;

Silvano e Valbo-Jørgensen, 2008).

Nessa perspectiva, a etnoictiologia, que estuda as interações humanas com os peixes;

constitui um importante meio para a compreensão das relações entre o homem e a pesca,

possibilitando acompanhamento do estado de conservação de recursos pesqueiros e

desenvolvimento de planos estratégicos para pescarias mais sustentáveis (Begossi, 2013).

Estudos etnoictiológicos em comunidades de pescadores artesanais revelaram conhecimentos

de hábito alimentar, comportamental, uso de habitat e noções espaço-temporais para

diferentes espécies capturadas na costa brasileira (Barbosa-Filho et al., 2014; Lima et al.,

2017; Silvano e Begossi, 2012).

No campo etnoictiológico, a abordagem etnotaxonômica ou sistemática etnobiológica,

refere-se aos princípios de classificação e nomenclaturas atribuídas às espécies de peixes pelo

homem, refletindo a percepção desses recursos em diferentes contextos sociais (Begossi et al.,

2008). Para tanto, pescadores utilizam inúmeros atributos morfológicos, comportamentais e

ecológicos para nomear e categorizar as espécies. Por essa razão, a etnotaxonomia, em

caráter multidisciplinar, exibe complexidade pela nomenclatura e classificação popular

(Begossi et al., 2008; Ramires, Clauzet e Begossi, 2012).

Page 14: TUBARÕES CAPTURADOS EM PESCARIAS DE PEQUENA ESCALA … · marcelo moreira de carvalho tubarÕes capturados em pescarias de pequena escala do estado do rio grande do norte: abordagens

14

Abordagem para aspectos reprodutivos

A biologia reprodutiva constitui uma das principais bases para compreender o ciclo de

vida de tubarões, auxiliando no desenvolvimento de medidas voltadas para o manejo

sustentável desses recursos pesqueiros a médio e longo prazo (Dulvy et al., 2014). Inúmeras

espécies de interesse comercial tiveram seus aspectos reprodutivos estudados ao longo dos

anos (Regina et al., 2013; Brown, 2015; Galván-tirado, Galván-magana e Ochoa-báez, 2015).

Essas espécies, em sua maioria de grande porte e interesse econômico, são provenientes de

pescarias de média e grande escala, enquanto que espécies de menor porte, capturadas como

fauna acompanhante (bycatch) em pescarias de pequena escala, são comumente ignoradas nos

registros pesqueiros (Dent e Clarke, 2015).

As pescarias de pequena escala geralmente são responsáveis por mais de 60% das

capturas de espécies costeiras (Dent e Clarke, 2015). O gênero Rhizoprionodon compreende

tubarões costeiros de pequeno porte com distribuição tropical, comumente comercializado em

mercados locais no mundo (Dulvy et al., 2014). Ao longo da costa brasileira, as espécies

Rhizoprionodon lalandii (Müller & Henle, 1839) e R. porosus (Poey 1861) estão entre as

capturas bycatch mais comuns de pescarias comerciais de pequena escala (Motta et al., 2005).

Por não se tratarem de espécie-alvo, registos estatísticos de captura atualizados para esse

gênero são escassos (Barreto et al., 2017; Lessa et al., 2008).

Ambas as espécies ocorrem em abundância na costa brasileira e desempenham papéis

importantes nas cadeias tróficas marinhas, como predadores de topo, além de participarem das

pescarias de pequena escala (Mendonça, F. F. et al., 2009; Mendonça, Fernando Fernandes et

al., 2009). A carência de informações na composição das capturas de pequena escala e a

dependência de zonas costeiras coloca o gênero Rhizoprionodon entre os mais vulneráveis à

sobrepesca em seus locais de ocorrência (Mendonça, F. F. et al., 2009; Yokota e Lessa, 2006).

Apesar da importância socioeconômica e ecológica do gênero, estudos abordando aspectos

reprodutivos para o R. porosus nas águas costeiras do Estado do Rio Grande do Norte são

escassos (Yokota e Lessa, 2006).

Diante da problemática apresentada, este estudo teve como objetivo identificar as

espécies de tubarões capturados em pescarias de pequena escala no Estado do Rio Grande do

Norte, Nordeste brasileiro, através de abordagem etnotaxonômica; e apresentar aspectos

reprodutivos da espécie Rhizoprionodon porosus, visando subsidiar planos de gestão e manejo

desses recursos pesqueiros. Os objetivos específicos contemplaram investigar a

etnotaxonomia dos principais tubarões capturadas em pescarias de pequena escala no RN,

Page 15: TUBARÕES CAPTURADOS EM PESCARIAS DE PEQUENA ESCALA … · marcelo moreira de carvalho tubarÕes capturados em pescarias de pequena escala do estado do rio grande do norte: abordagens

15

relacionando com a forma de captura e comercialização desses recursos pesqueiros (Capítulo

1); e descrever aspectos reprodutivos de R. porosus capturado em pescarias de pequena escala

em águas costeiras do RN (Capítulo 2).

Em atendimento aos objetivos e conforme padronização estabelecida pelo Programa,

esta Dissertação se encontra composta por esta Introdução geral; Caracterização Geral da

Área de Estudo; Metodologia Geral empregada para o conjunto da obra (dissertação); e por

dois capítulos que correspondem a artigos científicos submetidos à publicação. O Cap. 1,

intitulado: “Ethnotaxonomy of sharks from tropical waters of Brazil” está submetido ao

periódico Journal of Ethnobiology and Ethnomedicine e, portanto, está formatado conforme

esse periódico (Normas no site https://ethnobiomed.biomedcentral.com/submission-

guidelines); O Cap. 2, intitulado: “Reproductive aspects of the Caribbean Sharpnose shark

Rhizoprionodon Porosus (Poey, 1861) (Elasmobranchii: Carcharhinidae) captured by small-

scale fisheries from tropical waters of Brazil” , foi submetido ao periódico Scientia Marina e,

portanto, está formatado conforme esse periódico (Normas no site

http://scimar.icm.csic.es/scimar/index.php/secId/2).

Page 16: TUBARÕES CAPTURADOS EM PESCARIAS DE PEQUENA ESCALA … · marcelo moreira de carvalho tubarÕes capturados em pescarias de pequena escala do estado do rio grande do norte: abordagens

16

CARACTERIZAÇÃO GERAL DA ÁREA DE ESTUDO

A Plataforma do Rio Grande do Norte, banhada pelo Oceano Atlântico, está inserida

na Bacia Potiguar, sendo considerada estreita por possuir 63 km de largura e quebra de 60 m

de profundidade (Vital et al., 2010). A costa do Estado possui 410 km de extensão,

subdividida em litoral norte, entre os municípios de Tibau e Touros; e litoral leste, entre Rio

do Fogo e Baía Formosa (IBGE, 2016) (Figura 1). No litoral norte, o clima tropical quente

demarca a região, com temperaturas médias anuais de 26,5°C e período chuvoso entre março

e abril. No litoral leste, tem-se o predomínio do clima tropical chuvoso, com médias de

temperaturas anuais acima de 25,6°C e período chuvoso de janeiro a agosto (IDEMA, 2008a).

Em geral, a pesca artesanal constitui uma atividade tradicional e rentável para todo o

Estado, com destaque para os municípios de Caiçara do Norte (litoral norte), Natal e Baía

Formosa (ambos litoral leste), que estão entre os principais produtores de pescado na região

(IBAMA, 2008).

Figura 1. Localização geográfica do Estado do Rio Grande do Norte com destaque para os

municípios de Caiçara do Norte, Natal e Baía Formosa (Fonte: Elaborado pelo autor).

O Município de Caiçara do Norte (Lat. 5º03’52” S.; Long. 35º03’21” O.) está

localizado na porção norte do Estado do Rio Grande do Norte, distando 150 km da capital

Natal. No município, a pesca constitui uma atividade importante, envolvendo de forma direta

e indireta pelo menos 25% de seus 6.317 habitantes (IDEMA, 2008a). Estima-se que no ano

Page 17: TUBARÕES CAPTURADOS EM PESCARIAS DE PEQUENA ESCALA … · marcelo moreira de carvalho tubarÕes capturados em pescarias de pequena escala do estado do rio grande do norte: abordagens

17

de 2015, aproximadamente 586 pescadores de pequena escala encontravam-se ativos na

região (IBAMA, 2015).

O Município de Natal (Lat. 5º47’42”S.; Long.: 35º12’34”O.) conta com 1,2 mil

pescadores cadastrados, que realizam pescarias comerciais diversificadas, atuando em regiões

costeiras, com embarcações simples como paquetes e canoas; até regiões oceânicas, utilizando

grandes embarcações industriais (IBAMA, 2007). Apesar da participação da pesca industrial

do estado estar centrada na capital, a pesca de pequena escala é responsável pela maior

parcela de contribuição nas pescarias nos últimos anos, gerando renda para muitas

comunidades locais (Gurgel et al., 2014; Oliveira et al., 2015).

O Município de Baía Formosa (Lat. 6º22’10” S.; Long. 35º00’28” O.), a 90 km de

Natal, Microrregião Sul do Estado, conta com nove mil habitantes (IBGE, 2016). Na região,

estão cadastrados cerca de mil pescadores (Govindin e Miller, 2015), com pescarias

expressivas na captura de albacora (Thunnus albacares) e lagosta vermelha (Panulirus argus)

(IDEMA, 2008b).

METODOLOGIA GERAL

Os dados obtidos neste estudo foram gerados a partir de levantamento bibliográfico de

trabalhos pretéritos, entrevistas com os pescadores locais e coleta de material biológico

proveniente de pescarias de pequena escala nos municípios de Caiçara do Norte, Natal e Baía

Formosa.

Entrevistas com pescadores locais

As entrevistas foram realizadas em três etapas em cada município estudado,

envolvendo: perguntas abertas; formulário semiestruturado; e estruturado (Projeto aprovado

pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal do Rio Grande do Norte; CAAE:

80014117.4.0000.5537; parecer n°: 2.448.527). Nas entrevistas envolvendo perguntas abertas,

foram feitos questionamentos simplificados e exploratórios para verificar as frequências nas

pescarias, ocorrência de espécies e possíveis pescadores com experiência na captura de

tubarões. A partir dessa etapa, constatou-se que praticamente não há pescarias direcionadas

para esse grupo de peixes nesses municípios, sendo a captura incidental. Devido à carência de

especialistas na captura de tubarões, na segunda etapa, foi aplicado um formulário (Consultar

Apêndice, página 55) com perguntas semiestruturadas aos pescadores de pequena escala

Page 18: TUBARÕES CAPTURADOS EM PESCARIAS DE PEQUENA ESCALA … · marcelo moreira de carvalho tubarÕes capturados em pescarias de pequena escala do estado do rio grande do norte: abordagens

18

ativos e aposentados, que atuam nas regiões costeiras do Estado em embarcações de até 15

metros de comprimento há pelo menos 15 anos.

O formulário foi composto por perguntas relacionadas à pesca na região e aspectos

específicos da captura de tubarões, como principais tipos capturados; artes de pesca;

sazonalidade; comercialização; e conhecimento dos pescadores quanto à importância das

espécies capturadas. Para identificação etnotaxonômica de tubarões, foram apresentadas

fotografias de 20 espécies pertencentes a três ordens (16-Carcharhiniformes; 2-Lamniformes;

e 2-Orectolobiformis), seis famílias (13- Carcharhinidae; 3- Sphyrnidae; 1-Alopiidae; 1-

Ginglymostomatidae; 1-Lamnidae; e 1-Rhincodontidae;) e dez gêneros (8-Carcharhinus; 3-

Sphyrna; 2- Rhizoprionodon; 1- Alopias; 1- Isurus; 1-Negaprion; 1-Prionace; 1- Galeocerdo;

1- Rhincodon; e 1- Ginglymostoma) de ocorrência registrada para o nordeste brasileiro de

acordo com a literatura revisada (Rosa, Bismarck e Gadig, 2014;Garcia-Jr, Nobrega e

Oliveira-Lins, 2015).

Todas as fotografias foram numeradas ao acaso e exibidas na mesma sequência para

todos os entrevistados. Nessa abordagem, foram selecionadas duas espécies como controle, as

quais se permitiu verificar a confiabilidade das respostas fornecidas pelos pescadores (Begossi

et al., 2008; Silvano e Begossi, 2012). Para cada fotografia exibida, foram registrados os

etnonomes citados e os principais critérios morfológicos utilizados pelos pescadores para

identificação e caracterização.

A última etapa consistiu na aplicação de um segundo formulário (Formulário 2,

Apêndice), específico para compreender a classificação dos tubarões com base em critérios

descritos pelos pescadores previamente. Para tanto, foram selecionados 30 pescadores (dez

de cada município) para participar desta etapa. O formulário foi composto por perguntas

fechadas em formato binário (0/1) para critérios morfológicos (tamanho; formato; coloração);

e ecológicos (alimentação e habitat) relatados na etapa anterior pelos pescadores. No entanto,

devido à inconsistência e ao baixo número de respostas na terceira etapa para os critérios

ecológicos, as análises foram restritas para dados morfológicos.

Dados biológicos - Rhizoprionodon porosus

Os exemplares inteiros de R. porosus obtidos durante as coletas foram classificados

em neonatos, juvenis e adultos (Machado, Silva e Castro, 2001). Os peixes foram

numerados, pesados (Peso total e eviscerado; g) e medidos (comprimento total e padrão; cm),

com precisão de duas casas decimais. Em seguida, foram calculados: Estrutura populacional e

relação peso-comprimento, Proporção sexual, Comprimento da primeira maturação gonadal

Page 19: TUBARÕES CAPTURADOS EM PESCARIAS DE PEQUENA ESCALA … · marcelo moreira de carvalho tubarÕes capturados em pescarias de pequena escala do estado do rio grande do norte: abordagens

19

(L50), estádios de maturação e Índice gonadossomático (IGS), segundo metodologia descrita

no Capítulo 2. Por fim, buscou-se correlacionar esses dados com a sazonalidade regional.

Análise de dados

Os dados originados neste estudo foram tabulados em planilha eletrônica e analisados

qualitativa e quantitativamente em softwares: PAST 3.17, XLSTAT 19.7; e R studio 3.3.1.

Para verificar a normalidade e distribuição dos dados foram utilizados os testes de Shapiro-

Wilk-W e Anderson-Darling A. Para dados não paramétricos foram utilizados os testes de

Cluster (Índice de dissimilaridade de Bray-Curtis); Kruskal-Wallis; Mann-Whitney; Chi-

quadrado; e Análise de Correspondência Múltipla (ACM) para verificar possíveis associações

entre variáveis categóricas. Considerou-se como nível de significância o valor de α= 0,05 para

todos os testes utilizados neste estudo.

Page 20: TUBARÕES CAPTURADOS EM PESCARIAS DE PEQUENA ESCALA … · marcelo moreira de carvalho tubarÕes capturados em pescarias de pequena escala do estado do rio grande do norte: abordagens

20

CAPÍTULO 1

Page 21: TUBARÕES CAPTURADOS EM PESCARIAS DE PEQUENA ESCALA … · marcelo moreira de carvalho tubarÕes capturados em pescarias de pequena escala do estado do rio grande do norte: abordagens

21

Page 22: TUBARÕES CAPTURADOS EM PESCARIAS DE PEQUENA ESCALA … · marcelo moreira de carvalho tubarÕes capturados em pescarias de pequena escala do estado do rio grande do norte: abordagens

22

Page 23: TUBARÕES CAPTURADOS EM PESCARIAS DE PEQUENA ESCALA … · marcelo moreira de carvalho tubarÕes capturados em pescarias de pequena escala do estado do rio grande do norte: abordagens

23

Page 24: TUBARÕES CAPTURADOS EM PESCARIAS DE PEQUENA ESCALA … · marcelo moreira de carvalho tubarÕes capturados em pescarias de pequena escala do estado do rio grande do norte: abordagens

24

Page 25: TUBARÕES CAPTURADOS EM PESCARIAS DE PEQUENA ESCALA … · marcelo moreira de carvalho tubarÕes capturados em pescarias de pequena escala do estado do rio grande do norte: abordagens

25

Page 26: TUBARÕES CAPTURADOS EM PESCARIAS DE PEQUENA ESCALA … · marcelo moreira de carvalho tubarÕes capturados em pescarias de pequena escala do estado do rio grande do norte: abordagens

26

Page 27: TUBARÕES CAPTURADOS EM PESCARIAS DE PEQUENA ESCALA … · marcelo moreira de carvalho tubarÕes capturados em pescarias de pequena escala do estado do rio grande do norte: abordagens

27

Page 28: TUBARÕES CAPTURADOS EM PESCARIAS DE PEQUENA ESCALA … · marcelo moreira de carvalho tubarÕes capturados em pescarias de pequena escala do estado do rio grande do norte: abordagens

28

Page 29: TUBARÕES CAPTURADOS EM PESCARIAS DE PEQUENA ESCALA … · marcelo moreira de carvalho tubarÕes capturados em pescarias de pequena escala do estado do rio grande do norte: abordagens

29

Page 30: TUBARÕES CAPTURADOS EM PESCARIAS DE PEQUENA ESCALA … · marcelo moreira de carvalho tubarÕes capturados em pescarias de pequena escala do estado do rio grande do norte: abordagens

30

Page 31: TUBARÕES CAPTURADOS EM PESCARIAS DE PEQUENA ESCALA … · marcelo moreira de carvalho tubarÕes capturados em pescarias de pequena escala do estado do rio grande do norte: abordagens

31

CAPÍTULO 2 1

2

Reproductive aspects of the Caribbean Sharpnose shark Rhizoprionodon porosus (Poey, 3

1861) (Elasmobranchii: Carcharhinidae) captured by small-scale fisheries from tropical 4

waters of Brazil 5

Marcelo Moreira de Carvalho1, Mônica Rocha de Oliveira

1, Louise Thuane Barreto de 6

Lima1, Marcelo Francisco Nóbrega

1, Bruno Mattos Silva Wanderley

1 and Jorge Eduardo Lins 7

Oliveira1

8

9

1Departament of Oceanography and Limnology, Center of Biosciences, Universidade Federal 10

do Rio Grande do Norte-UFRN, Via Costeira Senador Dinarte Medeiros Mariz, Mãe Luíza, 11

s/n, CEP: 59014-002, Natal, RN, Brazil. 12

(MMC) (Corresponding author) E-mail: [email protected]; ORCID ID: 0000-0003-2173-13

6968 14

(MRO) E-mail: [email protected]; ORCID ID:0000-0003-3004-3493 15

(LTBL) E-mail: [email protected]; ORCID ID: 0000-0002-9712-4143 16

(MFN) E-mail: [email protected]; ORCID ID: 0000-0002-3815-9979 17

(BMSW) E-mail: [email protected]; ORCID ID: 0000-0001-5492-6990 18

(JELO) E-mail: [email protected]; ORCID ID: 0000-0002-2841-7102 19

20

21

ABSTRACT: This study verifies the reproductive aspects of Rhizoprionodon porosus (Poey, 22

1861) captured by small-scale fisheries on coastal waters from Northeastern of Brazil. 23

Samples were obtained during the dry and rainy seasons between the years 2015 and 2016. 24

Specimens were sexed, measured (cm ± sd), weighted (g ± sd), eviscerated and had their 25

maturity stages verified. A total of 169 (103 male and 66 females) was sampled between 4 26

and 30 m depth. It was confirmed three maturity stages: neonate (37.95 ± 3.59 cm Total 27

Page 32: TUBARÕES CAPTURADOS EM PESCARIAS DE PEQUENA ESCALA … · marcelo moreira de carvalho tubarÕes capturados em pescarias de pequena escala do estado do rio grande do norte: abordagens

32

Length (Lt); 230.02 ± 72.90g Eviscerated Weight (We), juvenile (47.10 ± 2.91 cm Lt; 436.7 ± 28

79.60g We), and adults (69.15 ±12.29 cm Lt; 1556.08 ± 831.40g We). Males were 29

predominant over females along the year. The negative allometric coefficient for adults 30

suggests an adaptation strategy to reach larger sizes faster, avoiding predation. The size for 31

first sexual maturation was estimated in 57.5 cm Lt. However, over 60% of total samplings 32

corresponded to neonates. The period of reproduction seems to occur continuously with 33

females migrating to shallow waters during the dry season to give birth. The abundance of 34

neonates and some females at late maturity stages indicate fisheries are operating within 35

nursery areas, which might affect recruits in the stock. 36

Running title: Reproduction of Caribbean Sharpnose shark from Brazil 37

Keywords: coastal shark migration; size at first maturity; nursery areas. 38

39

INTRODUCTION 40

Elasmobranch species belonging to the Carchahinidae family comprise small to large 41

sized sharks, mostly in marine tropical and subtropical waters (Carpenter, 2002; Yokota and 42

Lessa, 2006). There are about twelve known genera, among them, the genus Rhizoprionodon, 43

which corresponds to small sharks found within coastal shallow waters. From the seven 44

known species, only Rhizoprionodon lalandii (Müller and Henle, 1839) and R. porosus (Poey, 45

1861) are found in the Brazilian coast (Mattos et al. 2002; Lessa et al. 2008) and together, 46

they represent 50 to 60% of total coastal sharks caught by the artisanal fisheries along the 47

Brazilian coast (Motta et al. 2005). 48

The Caribbean sharpnose shark R. porosus, occurs in shallow waters (usually within 49

100 m depth) along the western Atlantic Coast, from Honduras, in Central America, to South 50

of Uruguay, in South America (Compagno, 1984; Rosa, Bismarck and Gadig, 2014). The 51

species has a socioeconomic importance as it is regionally commercialized through its fresh, 52

salted and frozen meat, additionally to some byproducts such as skin, cartilage and liver oil 53

Page 33: TUBARÕES CAPTURADOS EM PESCARIAS DE PEQUENA ESCALA … · marcelo moreira de carvalho tubarÕes capturados em pescarias de pequena escala do estado do rio grande do norte: abordagens

33

(Carpenter, 2002). In Brazil, R. porosus is mainly caught as a by-catch from high value target 54

species fisheries and despite being one of the most abundant coastal shark species in Brazil 55

(Mattos et al. 2001), fisheries and degradation on inshore habitats imposes the main threats to 56

the species along their geographical distribution (Yokota and Lessa, 2006; Mendonça et al. 57

2011). 58

Rhizoprionodon porosus is a placental viviparous species (Compagno, 1984), 59

producing 1 to 6 pups in an estimated pregnancy of 10-11 months (Mattos et al. 2001), 60

making it particularly susceptible to overfishing (Yokota and Lessa, 2006). Such 61

susceptibility is even more aggravated due to its dependency of coastal zones for nursery 62

purposes, which are under intense fisheries activities (Machado, Silva and Castro, 2001). 63

Alongside Brazilian coast it has been reported at least two nursery areas for R. 64

porosus, one of them in the southeastern coast, São Paulo state (Motta et al. 2005); and 65

another in the northeastern coast, in Rio Grande do Norte state (Yokota and Lessa, 2006). 66

Besides the nursery sites, evidences for the existence of two distinct populations stocks for R. 67

porosus have been observed, and moreover, possible differentiation within populations in the 68

Northeast coast of Brazil (Mendonça et al. 2011). 69

The comprehension on basic aspects such as population structure and reproductive 70

period allows better understanding of conservation status and therefore the development of 71

management plans for the species. Despite the relevance, few studies on reproductive aspects 72

have been reported to Northeast Brazil (Mattos et al. 2001; Rosa, Bismarck and Gadig, 2014). 73

In this context, the present study describes the reproductive aspects of R. porosus caught by 74

artisanal fisheries in coastal waters of Rio Grande do Norte, Northeast of Brazil. 75

76

77

78

79

Page 34: TUBARÕES CAPTURADOS EM PESCARIAS DE PEQUENA ESCALA … · marcelo moreira de carvalho tubarÕes capturados em pescarias de pequena escala do estado do rio grande do norte: abordagens

34

MATERIALS AND METHODS 80

Specimens were obtained monthly from September, 2015 to August, 2016 along 20km 81

stretch in the coastal waters (from 3 to 30m depth) of the state of Rio Grande do Norte (Fig. 82

1) with the assistance of local small-scale fishers who used bottom gillnets (mesh size of 40 83

and 50 mm) on motor boats ranging from 7 to 10 m length. 84

The species identification was conducted according to (Gomes et al. 2010; FAO, 85

2016). Each specimen was numbered, weighted (g ± sd) and measured (cm± sd) with 86

precision up to two decimal places. The sex and maturity stages were analyzed considering 87

the regional seasonality, assuming dry season from September 2015 to February 2016 and 88

rainy season from March 2016 to August 2016 for the state of Rio Grande do Norte, 89

Northeastern coast of Brazil (Rao et al. 2016). 90

--Insert Fig 1 91

Sampling structure, maturity stage and sex ratio 92

The sampling structure range for total length (Lt) and total eviscerated weight (We) 93

were verified and discriminated on a bean plot chart. Sex and maturity stages identification 94

for both sexes follows (Machado, Silva and Castro, 2001). In addition, clasper size and its 95

flexibility were used as complementary information to support previous sex and maturity 96

stages determination for males (Mattos et al. 2001; Motta et al. 2007). Sex ratio was 97

calculated considering the relative frequency of males and females by dry and rainy season; 98

and by maturity stages. Kruskal-Wallis (W), Mann-Whitney (U) and Chi-square (χ2) tests 99

were performed assuming an alpha level equal to 0.05. 100

Length-weight relationship 101

The length-weight relationships were calculated considering total length Lt (cm) and 102

eviscerated weight We (g) values for neonates, juveniles, adults and general (grouped data) in 103

plotted in chart, adjusting the fitting curves to potential equation type: We= a.Lt b

, where “a” is 104

Page 35: TUBARÕES CAPTURADOS EM PESCARIAS DE PEQUENA ESCALA … · marcelo moreira de carvalho tubarÕes capturados em pescarias de pequena escala do estado do rio grande do norte: abordagens

35

the intercept; and “b” the allometric coefficient of growth (b=3 isometric; b<3 allometric 105

negative; and b>3 allometric positive) (Mattos and Pereira, 2002; Hoffmayer et al. 2013). 106

Size at first maturity (L50) 107

The first maturity of the species was determined by the relative frequency distribution 108

of maturing and mature individuals in Lt classes (Mattos and Pereira, 2002; Hoffmayer et al. 109

2013). For this calculation, immature individuals were not included in the analysis. The curve 110

was then adjusted to logistic type according to (Corro-Espinosa, Márquez-Farías and Muhlia-111

Melo, 2011). 112

Gonadossomatic Index (GSI) and period of reproduction 113

The Gonadossomatic Index was calculated by the percentage relation: GSI= (Gonad 114

weight/ eviscerated weight) * 100. The Kruskal-Wallis (W) and Mann-Whitney (U) tests were 115

performed in order to compare GSI values among the maturity stages and also between the 116

rainy and dry seasons. The period of reproduction was inferred based on the medians of 117

maturity stages by the seasonality (Motta et al. 2007; Hoffmayer et al. 2013). 118

119

RESULTS 120

121

Sampling structure, maturity stage and sex ratio 122

A total of 169 R. porosus sharks was sampled (103 males and 66 females). The total 123

length (Lt) ranged from 32.7 to 85.5 cm (mean 46.72 ± 13.47) for males and from 24 to 91 cm 124

(mean 45.46 ± 14.82) for females. Whereas for the eviscerated weight (We) it was recorded a 125

variation from 90.5 g to 3103 g (mean 550.11 ± 627.04) for males and from 102 to 3183 g 126

(mean 547.74 ± 703.67) for females. There were no significant differences for Lt (t test= 127

0.5701; p= 0.5696; d. f. =167) and We (t test= 0.0228; p= 0.9818; d.f. =167) between sexes. 128

The overall sex ratio differed from the expected 1:1 (d.f.= 1; p<0.05) with predominance of 129

Page 36: TUBARÕES CAPTURADOS EM PESCARIAS DE PEQUENA ESCALA … · marcelo moreira de carvalho tubarÕes capturados em pescarias de pequena escala do estado do rio grande do norte: abordagens

36

male by 1.30 M: 1F (χ2=17.967) and 1.67 M: 1F (χ

2=28.914) for the rainy and dry seasons, 130

respectively. 131

In this study it was verified three maturity stages for R. porosus: 1) neonates– 132

immature individuals (37.95 ± 3.59 cm Lt; 230.02 ± 72.90g We) with prominent umbilical 133

scars; filiform and transparent gonads, males with short and flexible clasper; 2) juveniles– 134

maturing individuals (47.10± 2.91 cm Lt; 436.7 ±79.60g We) with no umbilical scars; 135

enlarged, reddish and vascularized gonads, males with elongated and semi-rigid clasper; and 136

3) adults– mature individuals (69.15 ± 12.29 cm Lt; 1556.08 ± 831.40g We) with enlarged 137

vascularized gonads (female occasionally presenting oocytes; and males presenting large, 138

rigid clasper). There was a high predominance of neonates sampled in this study (61% from 139

the total). In general, neonates, juveniles and adults presented significant demarked Lt and We 140

range (Wsize = 132.8; p= 4.389E-23; Wweight = 111.4; p= 2.811E-19), moreover Mann-Whitney 141

tests indicated both Lt and We ranges differed among sex and seasons (Full Figure 2). 142

When considering the regional seasonality, there was a general predominance in 143

captures of neonates (73.17%) during the dry season (September to February) (χ2= 36.082; 144

d.f.= 2; p=1.4621E-08). Total length and eviscerated weight distribution indicated males were 145

slightly larger and heavier than females at neonate and juvenile stages, whereas most of 146

female adults had larger length and weight range at both dry and rainy seasons. For maturity 147

stages the sex ratio differed from the expected by 1.51 M: 1F for neonates (χ2= 46.487); 1.5 148

M: 1F for juveniles (χ2= 12.949); and 1.77M: 1F for adults (χ

2= 9.1144) (χ

2 test for each; d.f.= 149

1; p<0.05). 150

--Insert Fig. 2 151

The capture of neonates, juveniles and adults of R. porosus along the year presented a 152

pattern of stratification by water depth. During the dry season, neonates were captured 153

predominantly in shallow waters within 10m depth, whereas individuals at older maturity 154

stages were found between15 and 30m water depth, exception for some female adults 155

Page 37: TUBARÕES CAPTURADOS EM PESCARIAS DE PEQUENA ESCALA … · marcelo moreira de carvalho tubarÕes capturados em pescarias de pequena escala do estado do rio grande do norte: abordagens

37

sampled within 4m. Despite fewer samplings (46 individuals in total), a similar stratification 156

pattern between maturity stages and water depth was observed during the rainy season (Fig. 157

3A). 158

Based on the frequencies of capture, adults may migrate from deep to shallow waters 159

for giving birth at the end of dry season, returning afterwards. As the neonates increase in size 160

and maturate they tend to migrate to deeper waters, where they reach sexual maturity. After 161

copulation and gestation of one year round, female adults return to shallow waters for giving 162

birth, which renews the species life-history inshore the state of Rio Grande do Norte (Fig. 163

3B). 164

--Insert Fig.3 165

Length-weight relationship and size at first maturity 166

From the generated equations, adults presented negative allometric growth coefficient 167

(b<3), indicating R. porosus at this maturity stage gets larger by length than weight. Neonates 168

and juveniles, however, presented isometric coefficients (b~3), translated by a proportional 169

growth by length and weight at those stages of development. The overall equation for the 170

species regardless its maturity stages presented an isometric growth (Fig.4). The size of 171

maturity estimated for juveniles and adults of R. porosus regardless the sex ranged from 43.7 172

to 91 cm Lt, with 50% of the individuals reaching maturity at 57.5 cm Lt. 173

--Insert Fig. 4 174

Gonadossomatic Index (GSI) and period of reproduction 175

The Gonadossomatic index range differed between neonates, juveniles and adults (W= 176

37.88; p=3.987E-07), confirming distinct gonadal development among maturity stages (Fig. 177

5). Although the highest GSI value during the rainy season (4.92) may suggest a reproductive 178

peak, the Mann-Whitney test failed to detect significant differences for GSI values between 179

rainy and dry season for each maturity stage: neonates (U=129; p =0.0546), juveniles (U=28; 180

p =0.8708) and adults (U=83; p =0.2739). Therefore, considering maturity stages overlap and 181

Page 38: TUBARÕES CAPTURADOS EM PESCARIAS DE PEQUENA ESCALA … · marcelo moreira de carvalho tubarÕes capturados em pescarias de pequena escala do estado do rio grande do norte: abordagens

38

higher GSI values for neonates, juveniles and adults at both seasons, these results indicate the 182

reproduction of R. porosus occurs along the year. 183

--Insert Fig. 5 184

185

DISCUSSION 186

Studies targeting the Genus Rhizoprionodon have evidenced females present size and 187

weight ranges greater than those from males (Motta et al. 2007; Taylor, Harry and Bennett, 188

2016; Sen et al. 2018). In the Northeastern of Brazil, the same trend has been registered for R. 189

porosus, presenting females significantly larger than males by size and weight (Mattos et al. 190

2001). The current study, the ranges were lower (24.0-90.5 cm Lt and 90.5- 3183g We) and 191

similar to both sexes. This variation may result from fishing gear selectivity (mainly caught 192

by bottom gillnets at 15 m depth), which might have generated low quantification of adults 193

(21% from the total sampling). 194

Sex ratio of Rhizoprionodon species may fluctuate by their geographic distribution and 195

seasonality. On the Southeastern coast of Brazil, sex ratio for R. lalandii has been reported as 196

proportional (Motta et al. 2007; Macedo, Sousa and Batista, 2012). Although, partial 197

predominance has also been reported for males from April to July (rainy season) and females 198

during November, middle of dry season (Motta et al. 2005). On the Northeastern coast, R. 199

porosus females were more abundant throughout the year but immature and maturing males 200

(33-70 cm Lt) were predominant in comparison to females at the same size range, suggesting 201

sexual segregation by size (Mattos et al. 2001). In this study, R. porosus sex ratios were male-202

biased during rainy and dry seasons for all sampling size range. From this result it is 203

considerable to suppose either males might be abundant in the stock or sampling restriction by 204

fishing gear selectivity. 205

Coastal zones play important roles on the life-history of shark species. On the coast of 206

the state of Rio Grande do Norte at least four shark species, including R. porosus, use inshore 207

Page 39: TUBARÕES CAPTURADOS EM PESCARIAS DE PEQUENA ESCALA … · marcelo moreira de carvalho tubarÕes capturados em pescarias de pequena escala do estado do rio grande do norte: abordagens

39

waters as nursery areas during their first developmental stages (Yokota and Lessa, 2006). In 208

this study, neonates were captured in shallow waters throughout the year (mostly during the 209

dry season) and accounted for over 60% of total sampling. Such scenario may affect the 210

populations by decreasing the recruitment. Maturing and mature individuals were also 211

sampled within 5m depth, the majority however over 15m depth. This may suggest the 212

species migrates to deep waters as it matures, returning at the end of dry season (about first 213

maturity size) for giving birth. A similar pattern of migration has been observed for R. 214

lalandii on the Southeastern coast of Brazil (Motta et al. 2005). 215

The length-weight relationship for Rhizoprionodon species may vary between sexes 216

and environmental conditions. On the northeastern coast of Brazil, it was verified isometric 217

growth to R. porosus for both sexes (Mattos et al. 2001) and also negative and positive 218

allometric growth for males and females, respectively (Mattos and Pereira, 2002). In this 219

study, despite neonates and juveniles followed an isometric growth trend, adults expressed a 220

negative allometric growth. These results suggest the species tends to grow faster by size at 221

late juvenile stage, requiring suitable environmental conditions to reach maturity. Fast-222

growing patterns for Rhizoprionodon have been inferred as a life-history strategy to avoid 223

predation by larger shark species in nurseries zones (Yokota and Lessa, 2006; Carlson et al. 224

2008). Therefore R. porosus’ life-history inshore the state of Rio Grande do Norte may be 225

strictly dependent on nursery environmental conditions. 226

The sizes at first maturity (L50) for Rhizoprionodon sharks seem to be affected by the 227

species latitude distribution along the Brazilian coast. The L50 for R. lalandii has been 228

estimated at 55 cm Lt on the Northern (Lessa, Santana and Almeida, 2009), 65 cm Lt on the 229

Northeastern (Macedo, Sousa and Batista, 2012) and 62 cm Lt on the Southeastern coast of 230

Brazil (Motta et al. 2007). Assuming water temperature at different latitudes may affect L50 231

in sharks (Lombardi-Carlson et al. 2003), it seems there is a trend to reach sexual maturity by 232

smaller sizes at warmer coast zones in Brazil (North coast ~ 27-30°C; Southeastern coast ~ 233

Page 40: TUBARÕES CAPTURADOS EM PESCARIAS DE PEQUENA ESCALA … · marcelo moreira de carvalho tubarÕes capturados em pescarias de pequena escala do estado do rio grande do norte: abordagens

40

15-18°C). 234

Despite the similar range of temperature between Northern and Northeastern coast (~ 235

25-35°C), in this study, the L50 estimated was 57.5 cm Lt, smaller than ~65 cm Lt previously 236

verified to R. porosus within that range (Machado, Silva and Castro, 2001; Mattos et al. 237

2001). Thus, it is reasonable to account some alternatives (like: fishing gear selectivity or 238

oceanographic conditions) which are contributing to early sexual maturity for R. porosus. 239

Further studies may be necessary. 240

The reproductive period for Rhizoprionodon porosus has been marked by high values 241

of GSI due to the abundance of late mature adults generally before the rainy period on the 242

Western South Atlantic coast. From Colombian to the Northeastern Brazilian coast, high 243

values of GSI have been verified anticipating the rainy season for R. porosus (Machado, 244

Silva and Castro, 2001; Mattos et al. 2001; Dallos, Álvarez and Acero, 2012). During the 245

rainy season, availability of nutrients increase in nursery areas at tropical zones, therefore, 246

sharks tend approximate for optimizing reproduction and offspring survival (Yokota and 247

Lessa, 2006). In this study, the highest GSI values were prominent for adults at both seasons, 248

indicating R. porosus reproduces throughout the year. Moreover, the predominance of 249

neonates during the dry season suggests females return for giving birth before rainy season, 250

corroborating with previous patterns observed for the species on the Northeastern coast of 251

Brazil (Mattos et al. 2001). 252

This study has provided fundamental information concerning current population 253

structure and reproductive aspects of R. porosus captured by small-scale fisheries from the 254

state of Rio Grande do Norte, Northeastern of Brazil. Despite the indications of a constant 255

reproductive period throughout the year, the high abundance of neonates captured at nursery 256

zones reflects the main area of fisheries operation and therefore, may affect the species life-257

history by decreasing the recruitment in the stock. 258

259

Page 41: TUBARÕES CAPTURADOS EM PESCARIAS DE PEQUENA ESCALA … · marcelo moreira de carvalho tubarÕes capturados em pescarias de pequena escala do estado do rio grande do norte: abordagens

41

ACKNOWLEDGEMENTS 260

The authors thank all the fishers who collaborated generously providing the specimens 261

during the fieldwork. Special Thanks to Arnaldo and Wanezia for the fieldwork support. The 262

authors are also thankful to CAPES (Coordination for the Improvement of Higher Education 263

Personnel) which funded this study by a Master’s Degree grant to MMC (Ciências do Mar II- 264

Program Announcement: 43/2013). 265

266

267

REFERENCES 268

Carlson, J.K., Heupel, M. R.; Bethea, D. M.; Hollensead, L. D. 2008. Coastal habitat use and 269

residency of juvenile Atlantic sharpnose sharks (Rhizoprionodon terraenovae). Estuaries and 270

Coasts. 31:931–940. 271

Carpenter, K. E. 2002. The living marine resources of the Western Central Atlantic. In: FAO 272

Species Identification Guide for Fishery Purposes. Vol. 2. ed. Rome: FAO. 601–1374pp. 273

Compagno, L. J. V. 1984. Sharks of the World- An annotated and Illustrated Catalogue of 274

Shark species Known to Date. 1. ed. Rome/Italy: FAO, 4: 251-655pp. 275

Corro-Espinosa, D., Marquez-farias, J.F., Muhlia-Melo, A. 2011. Size at maturity of the 276

Pacific sharpnose shark Rhizoprionodon longurio in the Gulf of California, Mexico. Cienc 277

Mar., 37:201–214pp. 278

Dallos, I. M., Álvarez, M. N., Acero P. C. 2012. Aspectos Biológicos De Rhizoprionodon 279

lalandii y Rhizoprionodon porosus (Carcharhinidae-Carcharhiniformes) Capturados Mediante 280

La Pesca Artesanal En Isla Fuerte, Caribe Colombiano. Bol. Invest. Mar. Cost., 41: 179–191 281

pp. 282

FAO. 2016. Identification Guide to Common Sharks and Rays of the Caribbean. Rome/Italy. 283

FishFinder Programme, Marine and Inland Fisheries Branch (FIAF). 80pp. 284

Gomes, U. L., Signori, C.N., Gadig, O.B.F., Santos, H.R.S. 2010. Guia para Identificação de 285

Page 42: TUBARÕES CAPTURADOS EM PESCARIAS DE PEQUENA ESCALA … · marcelo moreira de carvalho tubarÕes capturados em pescarias de pequena escala do estado do rio grande do norte: abordagens

42

tubarões e Raias do Rio de janeiro. Ed. 1, Techinical Books Editora. Rio de Janeiro/Brazil. 286

234pp. 287

Hoffmayer, E. R.; Driggers, W. B.; Jones, L. M.; Hendon, J. M.; Sulikowski, J. A. 2013. 288

Variability in the Reproductive Biology of the Atlantic Sharpnose Shark in the Gulf of 289

Mexico. Mar. Coast. Fish., 5: 139–151pp. 290

Lessa, R. P.; Barreto, R. R.; Quaggio, A. L. C.; Valenca, L. R.; Santana, F.; Yokota, L.; 291

Gianetti, M. D. 2008. Survey of elasmobranch species caught by fishing gears that operate on 292

the nursery ground of Caicara do Norte, Rio Grande do Norte State, Brazil. TT - 293

Levantamento das especies de elasmobranquios capturados por aparelhos-de-pesca que atuam 294

no bercario de. Arq. Cienc. Mar, 41: 58–64pp. 295

Lessa, R.; Santana, F. M.; Almeida, Z. D. S. 2009. Age and growth of the Brazilian sharpnose 296

shark, Rhizoprionodon lalandii and Caribbean sharpnose shark, R. porosus (Elasmobranchii, 297

carcharhinidae) on the northern coast of Brazil (Maranhão). P.-Am. J. Aqua. Sci., 4: 532–298

544pp. 299

Lombardi-Carlson, L.; Cortés, E.; Parsons, G.; Manire, C. 2003. Latitudinal variation in life-300

history traits of bonnethead sharks, Sphyrna tiburo, (Carcharhiniformes : Sphyrnidae) from 301

the eastern Gulf of Mexico. Mar Freshw Res, 54:875–883pp. 302

Macedo, M. M.; Sousa, M. F.; Batista, V. S. 2012. Latitudinal disparity in the reproductive 303

cycle of sharpnose shark, Rhizoprionodon lalandii (Elasmobranchii: Carcharhinidae), in 304

Atlantic waters off South America. Zoologia (Curitiba), 29: 413–419pp. 305

Machado, M. R. B.; Silva, Z. A.; Castro, A. C. L. 2001. Estudo da biologia reprodutiva de 306

Rhizoprionodon porosus Poey, 1861 (Condrichthyes: Carcharhinidae) na plataforma 307

continental do estado do Maranhão, Brasil. Bol. do Lab. Hidro., 13: 51–65pp. 308

Mattos, S. M. G.; Broadhurst, M. K.; Hazin, F. H. V; Jonnes, D. M. 2001.Reproductive 309

biology of the Caribbean sharpnose shark, Rhizoprionodon porosus, from northern Brazil. 310

Mar. Freshw. Res. 52:745-752pp. 311

Page 43: TUBARÕES CAPTURADOS EM PESCARIAS DE PEQUENA ESCALA … · marcelo moreira de carvalho tubarÕes capturados em pescarias de pequena escala do estado do rio grande do norte: abordagens

43

Mattos, S. M. G.; Pereira, J. A. 2002. Parametros de crescimento do tubarao rabo seco 312

Rhizoprionodon porosus (Poey, 1861), no litoral do Estado de Pernambuco, Brasil. Arq.de 313

Cienc. Mar. 35: 57–66pp. 314

Mendonça, F. F.; Oliveira, C.; Burgess, G.; Coelho, R.; Piercy, A.; Gadig, O. B. F.; Foresti, F. 315

2011. Species delimitation in sharpnose sharks (genus Rhizoprionodon ) in the western 316

Atlantic Ocean using mitochondrial DNA. Cons. Gen., 12: 193–200pp. 317

Motta, F. S.; Gadig, O. B. F.; Namora, R. C.; Braga, F. M. S. 2005.Size and sex compositions, 318

length-weight relationship, and occurrence of the Brazilian sharpnose shark, Rhizoprionodon 319

lalandii, caught by artisanal fishery from southeastern Brazil. Fish. Res., 74:116-126pp. 320

Motta, F. S.; Namora, R. C.; Gadig, O. B. F.; Braga, F. M. S. 2007.Reproductive biology of 321

the Brazilian sharpnose shark (Rhizoprionodon lalandii) from southeastern Brazil. ICES J. 322

Mar.Sci. 64: 1829–1835pp. 323

Rao, V. B.; Franchito, S. H.; Santo, C. M. E.; Gan, M. A. 2016. An update on the rainfall 324

characteristics of Brazil: seasonal variations and trends in 1979-2011. Int. J. Clim., 36: 291–325

302pp. 326

Rosa, R. S.; Bismarck, O.; Gadig, F. 2014. Conhecimento da diversidade dos Chondrichthyes 327

marinhos no Brasil: a Contribuição de José lima de Figueiredo. Arq. Zoo. Mus. Z. Univ. São 328

Paulo, 45:89–104pp. 329

Sen, S.; Chakraborty, S. K.; Elayaperumal, V.; Zacharia, P. U.; Jaiswar, A. K.; Dash, G.; 330

Kizhakudan, S. J.; Bharadiya, S. A.; Gohel, J. K. 2018. Reproductive strategy of milk shark, 331

Rhizoprionodon acutus (Ruppell 1837), along north-eastern Arabian Sea. Icht.l Res., 65: 1–332

10pp. 333

Taylor, S. M.; Harry, A. V.; Bennett, M. B. 2016. Living on the edge: latitudinal variations in 334

the reproductive biology of two coastal species of sharks. Jou.Fish Biol., 89: 2399–2418pp. 335

Yokota, L.; Lessa, R. P. 2006. A nursery area for sharks and rays in Northeastern Brazil. 336

Environmental Biology of Fishes,75: 349–360pp. 337

Page 44: TUBARÕES CAPTURADOS EM PESCARIAS DE PEQUENA ESCALA … · marcelo moreira de carvalho tubarÕes capturados em pescarias de pequena escala do estado do rio grande do norte: abordagens

44

338

Fig 1. Geographical location of the state of Rio Grande do Norte, Northeastern of Brazil. 339

Dashed line near the coast represents the sampling zone. 340

Page 45: TUBARÕES CAPTURADOS EM PESCARIAS DE PEQUENA ESCALA … · marcelo moreira de carvalho tubarÕes capturados em pescarias de pequena escala do estado do rio grande do norte: abordagens

45

341

Fig 2. Sampling distribution for A. Total length (cm) and B. Eviscerated weight (g) of adults 342

(n= M:23; F:13), juveniles (n= M:18; F:12) and neonates (n= M:62; F:41) of Rhizoprionodon 343

porosus caught by small-scale fisheries from the state of Rio Grande do Norte, Northeastern 344

of Brazil. D-dry season (September 2015 to February 2016) and R- rainy (March 2016 to 345

August 2016). Different letters represent significant differences (paired-wise comparisons by 346

Mann-Whitney test, p < 0.05).* indicates data deficient (n<5). 347

Page 46: TUBARÕES CAPTURADOS EM PESCARIAS DE PEQUENA ESCALA … · marcelo moreira de carvalho tubarÕes capturados em pescarias de pequena escala do estado do rio grande do norte: abordagens

46

348

Fig 3. A. sampling frequency by water depth (m) and B. estimated migration of R. porosus 349

(neonates, juveniles and adults) captured by small-scale fisheries from the state of Rio Grande 350

do Norte, Northeastern of Brazil at dry (September 2015 to February 2016) and rainy (March 351

2016 to August 2016) seasons. 352

Page 47: TUBARÕES CAPTURADOS EM PESCARIAS DE PEQUENA ESCALA … · marcelo moreira de carvalho tubarÕes capturados em pescarias de pequena escala do estado do rio grande do norte: abordagens

47

353

Fig 4. Growth estimate by length-weight relationship for neonates, juveniles, adults and 354

pooled data (n= neonates: 100; juveniles: 30; adults: 36) of R. porosus caught by small-scale 355

fisheries from the state of Rio Grande do Norte, Northeastern of Brazil. 356

357

358

359

360

361

50

550

1050

1550

2050

2550

3050

20 30 40 50 60 70 80 90 100

evis

cera

ted

wei

gh

t (g

)

total length (cm)

adult

neonate

juvenile We= 0.0017Lt3.1907; R2= 0.9727

We= 0.0108Lt2.7266; R2= 0.8572

We= 0.0013Lt3.2762; R2= 0.8307

-- general (pooled data): We= 0.0032Lt3.0325; R2= 0.9177

Page 48: TUBARÕES CAPTURADOS EM PESCARIAS DE PEQUENA ESCALA … · marcelo moreira de carvalho tubarÕes capturados em pescarias de pequena escala do estado do rio grande do norte: abordagens

48

362

Fig 5. Gonadossomatic Index (%) distribution for neonate, juvenile and adults of R. porosus 363

captured by small-scale fisheries from the state of Rio Grande do Norte, Northeastern of 364

Brazil, at dry (September 2015 to February 2016) and rainy (March 2016 to August 2016) 365

seasons. Different letters represent significant differences among maturity stages (Kruskal-366

Wallis; paired-wise comparisons by Mann-Whitney test; p < 0.05). 367

Page 49: TUBARÕES CAPTURADOS EM PESCARIAS DE PEQUENA ESCALA … · marcelo moreira de carvalho tubarÕes capturados em pescarias de pequena escala do estado do rio grande do norte: abordagens

49

CONSIDERAÇÕES GERAIS

Ao longo deste estudo, torna-se evidente a importância das pescarias de pequena

escala no contexto regional e nacional. Essas atividades marcadamente tradicionais geram

emprego e renda para muitas comunidades ao longo da costa, além de comporem um dos

principais meios de obtenção de informações para monitoramento pesqueiro. Nesse contexto,

os pescadores tradicionais do Estado do Rio Grande do Norte configuram peças fundamentais

de acesso a informações básicas, como identificação de recursos explorados e aspectos

reprodutivos, para gestão e conservação pesqueira.

O estreito relacionamento desenvolvido entre os pescadores e os grupos explorados é

refletido na etnotaxonomia. Neste estudo, esse aspecto é evidenciado através da identificação

e caracterização de tubarões. Estes animais são, em geral, reconhecidos, nomeados e

classificados de maneira sistematizada pelos pescadores até o nível específico através de

aspectos morfológicos e ecológicos. A nomenclatura popular registrada mostra-se de elevada

riqueza, com 73 binomiais para tubarões na região. Ao todo, 23 etnoespécies foram

identificadas com maior expressividade, o que agrega confiabilidade ao conhecimento

tradicional dos pescadores para gestão desses recursos com as comunidades pesqueiras.

Através deste estudo, também foram identificadas possíveis limitações na aplicação da

etnotaxonomia para tubarões capturados em pescarias costeiras. Algumas espécies de mesmo

gênero científico foram indiscriminadas e nomeadas de maneira generalizada pelos

pescadores. Assim, os gêneros Rhizoprionodon e Sphyrna talvez necessitem de maior atenção

quando considerados para identificação correta das espécies. Apesar dos tubarões não estarem

entre as pescarias de maior interesse comercial, verificou-se que algumas espécies (ex.:

Shyrna spp; Isurus oxirinchus), frequentemente capturadas como fauna acompanhante e

comercializadas localmente, estão sob algum tipo de ameaça de extinção em cenário nacional

e global. É evidente, portanto, a necessidade de programas efetivos para acompanhamento e

avaliação dos impactos dessas pescarias em longo prazo.

Entre as capturas costeiras de tubarões, a espécie R. porosus encontra-se como uma

das mais frequentes nos desembarques no Estado. A espécie foi identificada em seus três

estádios de desenvolvimento maturacional (neonatos, juvenis e adultos) no ciclo anual, ainda

que com predomínio de neonatos durante o período seco. Neste estudo, observou-se que a

espécie desenvolve-se realizando migrações entre águas rasas e profundas. Em geral, fêmeas

adultas migram em direção a aguas mais rasas para dar a luz no final do período seco,

regressando em seguida. Os filhotes naturalmente aproveitam das condições ambientais

Page 50: TUBARÕES CAPTURADOS EM PESCARIAS DE PEQUENA ESCALA … · marcelo moreira de carvalho tubarÕes capturados em pescarias de pequena escala do estado do rio grande do norte: abordagens

50

favoráveis e, à medida que crescem, migram gradativamente para águas mais profundas,

evitando assim, predação e competição por recursos.

O comprimento da primeira maturação sexual, estimado para a população amostrada,

revelou que boa parte dos indivíduos capturados encontra-se imatura ou em fases iniciais de

maturação, e mais de 60% correspondeu a neonatos. Esses resultados indicam que as

pescarias de pequena escala estão operando áreas de berçário, que por definição, são áreas

essenciais para o ciclo de vida da espécie como um todo. Nesse sentido, o monitoramento

pesqueiro contínuo é de grande importância para avaliar a integridade dos estoques

populacionais e os impactos das pescarias costeiras, dando suporte para adoção de medidas

voltadas para sustentabilidade da atividade. Este estudo contribuiu com o provimento de

informações-base quanto à identificação etnotaxonômica de espécies de tubarões e aspectos

reprodutivos de uma espécie comercial amplamente capturada em pescarias costeiras.

Page 51: TUBARÕES CAPTURADOS EM PESCARIAS DE PEQUENA ESCALA … · marcelo moreira de carvalho tubarÕes capturados em pescarias de pequena escala do estado do rio grande do norte: abordagens

51

REFERÊNCIAS GERAIS

ALMERÓN-SOUZA, F.; SPERB, C.; CASTILHO, C. L.; FIGUEIREDO, P. I. C. C.;

GONÇALVES, L. T.; MACHADO, R.; OLIVEIRA, L. R.; VALIATI, V. H.; FAGUNDES,

N. J. R. Molecular identification of shark meat from local markets in Southern Brazil based

on DNA barcoding: Evidence for mislabeling and trade of endangered species. Frontiers in

Genetics, v. 9, n. APR, p. 1–12, 2018.

AMARAL, C.; SILVA, D.; AMORIM, A.; CARVALHO, E. Oceanography and Marine

Research Shark Finning and the Molecular Identification of Shark Species : Review and

Perspectives. Journal of Oceanography and Marine Research, v. 5, n. 3, p. 5, 2017.

BARBOSA-FILHO, M. L. V.; SCHIAVETTI, A.; ALARCON, D. T.; COSTA-NETO, E. M.

“Shark is the man!” : Ethnoknowledge of Brazil’s South Bahia fishermen regarding shark

behaviors. Journal of Ethnobiology and Ethnomedicine, v. 10, n. 1, p. 1–14, 2014.

BARRETO, R. R.; BORNATOWSKI, H.; MOTTA, F. S.; SANTANDER-NETO, J.;

VIANNA, G. M. S.; LESSA, R. Rethinking use and trade of pelagic sharks from Brazil.

Marine Policy, v. 85, n. February, p. 114–122, 2017.

BRASIL, Ministério do Meio Ambiente, MMA. Portaria MMA 445. ⟨http://www.

icmbio.gov.br/cepsul/images/stories/legislacao/Portaria/2014/p_mma_445_2014_

lista_peixes_ameacados_extincao_altrd_p_98_2015.pdf⟩ (Acessado 02 agosto 2018), 2014.

BEGOSSI, A. Small-scale Fisheries and Biodiversity: Alleviating Poverty and Conserving

Natural Resources. Journal of Marine Science: Research & Development, 2013.

BEGOSSI, A.; CLAUZET, M.; FIGUEIREDO, J. L.; GARUANA, L.; LIMA, R. V.; LOPES,

P. F.; RAMIRES, M.; SILVA, A. L.; SILVANO, R. A. M. Are Biological Species and

Higher‐Ranking Categories Real? Fish Folk Taxonomy on Brazil’s Atlantic Forest Coast and

in the Amazon. Current Anthropology, v. 49, n. 2, p. 291–306, 2008.

BORNATOWSKI, H.; BRAGA, R. R.; BARRETO, R. P. Elasmobranchs Consumption in

Brazil: Impacts and Consequences. In: Advances in Marine Vertebrate Research in Latin

America. [s.l.] Springer International Publishing AG, 2018. p. 251–262.

BORNATOWSKI, H.; BRAGA, R. R.; VITULE, J. R. S. Threats to sharks in a developing

country: The need for effective and simple conservation measures. Natureza a Conservacao,

v. 12, n. 1, p. 11–18, 2014.

BROWN, A. The Reproductive Biology of the Finetooth Shark , Carcharhinus isodon , in the

Northwest Atlantic Ocean. 2015.

CARRIER, J.; MUSICK, J.; HEITHAUS, M. Sharks and Their Relatives II: Biodiversity,

Adaptative Physiology, and Conservation. 1. ed. United States of America: CRC Press

Page 52: TUBARÕES CAPTURADOS EM PESCARIAS DE PEQUENA ESCALA … · marcelo moreira de carvalho tubarÕes capturados em pescarias de pequena escala do estado do rio grande do norte: abordagens

52

Taylor & Francis Group, 2010. v. 11

COMPAGNO, L. J. V. Sharks of the World- An annotated and Illustrated Catalogue of

Shark species Known to Date. 1. ed. Rome/Italy: FAO, 1984. v. 4

DENT, F.; CLARKE, S. State of the global market for shark products. FAO Fishereis and

Aquaculture Technical paper No. 590., p. 187, 2015.

DIEGUES, A. C. S. A. O mito moderno da natureza intocada. 3. ed. São Paulo:

HUCITEC; NÚCLEO DE APOIO À PESQUISA SOBRE POPULAÇÕES HUMANAS E

ÁREAS ÚMIDAS BRASILEIRAS/USP, 2001.

DULVY, N. K. et al. Extinction risk and conservation of the world’s sharks and rays. eLife,

v. 2014, n. 3, p. 1–34, 2014.

FEITOSA, L. M. et al. DNA-based identification reveals illegal trade of threatened shark

species in a global elasmobranch conservation hotspot. Scientific Reports, v. 8, n. 1, p. 33–

47, 2018.

GALVÁN-TIRADO, C.; GALVÁN-MAGANA, F.; OCHOA-BÁEZ, R. I. Reproductive

biology of the silky shark Carcharhinus falciformis in the southern Mexican Pacific. v. 95, n.

3, p. 561–567, 2015.

GARCIA-JR, J.; NOBREGA, M. F.; OLIVEIRA-LINS, J. E. Coastal fishes of RIo Grande do

Norte, northeastern Brazil, with new records. The Journal of Biodiversity data, v. 11, n. 3,

p. 1–24, 2015.

GOVINDIN, J. L. DOS S.; MILLER, F. DE S. Práticas sociais e simbólicas: comunidade de

pescadores e unidade de conservação em Baía Formosa/RN. Sociedade & Natureza, v. 27, n.

1, p. 125–139, 2015.

GURGEL, T. A. BE.; CARVALHO, M. M.; OLIVEIRA, M. R.; CHELLAPA, S. Ocorrência

e caracterização de peixes marinhos da praia de Ponta Negra , Rio Grande do Norte , Brasil.

Biota Amazônia, v. 4, n. 3, p. 112–118, 2014.

IBAMA. Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis-

ESTATPESCA. Estatística de pesca 2007 Brasil: Grandes regiões e unidades da

Federação. Brasilia/ DF: 113 p., 2007.

___. Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis-

MONITORAMENTO DA ATIVIDADE PESQUEIRA NO LITORAL NORDESTINO–

PROJETO ESTATPESCA. Tamandaré/PE-Brasil: 385 p., 2008.

___. Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis-

Cartilha: Projeto de Monitoramento do desembarque pesqueiro regional da Bacia

Potiguar. 1. ed. Natal/RN: 21 p., 2015.

IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - Coordenação de População e

Page 53: TUBARÕES CAPTURADOS EM PESCARIAS DE PEQUENA ESCALA … · marcelo moreira de carvalho tubarÕes capturados em pescarias de pequena escala do estado do rio grande do norte: abordagens

53

Indicadores Socias – COPIS. Brasilia/ DF: 25 p., 2016.

ICMBio, Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade, Plano de Açao Nacional

para a Conservação dos Tubarões e Raias Marinhos Ameaçados de Extinção. Disponível em:

⟨http://www.icmbio.gov.br/portal/faunabrasileira/plano-de-acao-nacional-lista/2839-plano-de-

acao-nacional-para-a-conservacao-dos-tubaroes ⟩. (Acessado 02 agosto 2018), 2018.

IDEMA. INSTITUTO DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E MEIO

AMBIENTE DO RIO GRANDE DO NORTE- Perfil do Seu Município: Caiçara do

Norte. Secretaria de Planejamento e Finanças. 1. ed. Natal/RN: 22 p., 2008a.

___. INSTITUTO DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E MEIO AMBIENTE

DO RIO GRANDE DO NORTE- Perfil do Seu Município: Baía Formosa. Secretaria de

Planejamento e Finanças. 1. ed. Natal/RN: 24 p., 2008b.

JAITEH, V. F.; HORDYK, A. R.; BRACCINI, M.; WARREN, C.; LONERAGAN, N. R.

Shark finning in eastern Indonesia: Assessing the sustainability of a data-poor fishery. ICES

Journal of Marine Science, v. 74, n. 1, p. 242–253, 2016.

LESSA, R. P.; BARRETO, R. R.; QUAGGIO, A. L. C.; VALENCA, L. R.; SANTANA, F.;

YOKOTA, L.; GIANETTI, M. D. Survey of elasmobranch species caught by fishing gears

that operate on the nursery ground of Caicara do Norte, Rio Grande do Norte State, Brazil. TT

- Levantamento das especies de elasmobranquios capturados por aparelhos-de-pesca que

atuam no bercario de. Arquivos de ciencias do mar, v. 41, n. 2, p. 58–64, 2008.

LIMA, M. S. P.; OLIVEIRA, J. E. L.; NÓBREGA, M. F. DE; LOPES, P. F. M. The use of

Local Ecological Knowledge as a complementary approach to understand the temporal and

spatial patterns of fishery resources distribution. Journal of Ethnobiology and

Ethnomedicine, v. 13, n. 1, p. 30, 2017.

MACHADO, M. R. B.; SILVA, Z. A.; CASTRO, A. C. L. Estudo da biologia reprodutiva de

Rhizoprionodon porosus Poey, 1861 (Condrichthyes: Carcharhinidae) na plataforma

continental do estado do Maranhão, Brasil. Boletim do Laboratório de Hidrobiologia, v. 13,

p. 51–65, 2001.

MENDONÇA, F. F.; HASHIMOTO, D. T.; PORTO-FORESTI, F.; OLIVEIRA, C.; GADIG,

O. B. F.; FORESTI, F. Identification of the shark species Rhizoprionodon lalandii and R.

porosus (Elasmobranchii, Carcharhinidae) by multiplex PCR and PCR-RFLP techniques.

Molecular Ecology Resources, v. 9, p. 771–773, 2009.

MENDONÇA, F. F.; OLIVEIRA, C.; BISMARCK, O.; GADIG, F.; FORESTI, F.

Populations analysis of the Brazilian Sharpnose Shark Rhizoprionodon lalandii (

Chondrichthyes : Carcharhinidae ) on the São Paulo coast , Southern Brazil : inferences from

mt DNA sequences. v. 7, n. 2, p. 213–216, 2009.

Page 54: TUBARÕES CAPTURADOS EM PESCARIAS DE PEQUENA ESCALA … · marcelo moreira de carvalho tubarÕes capturados em pescarias de pequena escala do estado do rio grande do norte: abordagens

54

MERWE, A. E. B. DER; GLEDHILL, K. S. Molecular species identification and population

genetics of chondrichthyans in South Africa : current challenges , priorities and progress.

African Zoology, v. 1, p. 13, 2015.

MOTTA, F. S.; GADIG, O. B. F.; NAMORA, R. C.; BRAGA, F. M. S. Size and sex

compositions, length-weight relationship, and occurrence of the Brazilian sharpnose shark,

Rhizoprionodon lalandii, caught by artisanal fishery from southeastern Brazil. Fisheries

Research, 2005.

MPA. Ministério da pesca e Aquicultura- BOLETIM ESTATÍSTICO DA PESCA E

AQUICULTURA 2011. 1. ed. Brasilia/ DF: 60 p., 2011.

OLIVEIRA, M. R. DE; CARVALHO, M. M. DE; YAMAMOTO, M. E.; CHELLAPPA, S.

Reproductive aspects of the flyingfish , Hirundichthys affinis from the Northeastern coastal

waters of Brazil. Brazilian journal of biology, v. 75, n. 1, p. 198–207, 2015.

RAMIRES, M.; CLAUZET, M.; BEGOSSI, A. Folk taxonomy of fishes of artisanal

fishermen of Ilhabela (São Paulo/Brazil). Biota Neotrop. Biota Neotrop, v. 12, n. 4, p. 0–0,

2012.

REGINA, M.; HAZIN, F. H. V; OLIVEIRA, P. G. V; COELHO, R.; BURGESS, G.;

ROQUE, P. C. G. REPRODUCTIVE ASPECTS OF THE OCEANIC WHITETIP SHARK ,.

Brazilian Journal of Oceanography, v. 61, n. 2, p. 161–168, 2013.

ROFF, G.; DOROPOULOS, C.; ROGERS, A.; BOZEC, Y. M.; KRUECK, N. C.;

AURELLADO, E.; PRIEST, M.; BIRRELL, C.; MUMBY, P. J. The Ecological Role of

Sharks on Coral ReefsTrends in Ecology and Evolution, 2016.

ROSA, R. S.; BISMARCK, O.; GADIG, F. ConheCimento da diversidade dos

ChondriChthyes marinhos no Brasil: a ContriBuição de José lima de Figueiredo. Arquivos de

Zoologia Museu de Zoologia da Universidade de São Paulo, v. 45, p. 89–104, 2014.

SILVANO, R. A. M.; BEGOSSI, A. Fishermen’s local ecological knowledge on southeastern

Brazilian coastal fishes: Contributions to research, conservation, and management.

Neotropical Ichthyology, v. 10, n. 1, p. 133–147, 2012.

SILVANO, R. A. M.; VALBO-JØRGENSEN, J. Beyond fishermen’s tales: Contributions of

fishers’ local ecological knowledge to fish ecology and fisheries management. Environment,

Development and Sustainability, v. 10, n. 5, p. 657–675, 2008.

VITAL, H.; GOMES, M. P.; TABOSA, W. F.; FRAZÃO, E. P.; SANTOS, C. L. A.;

PLÁCIDO JÚNIOR, J. S. Characterization of the Brazilian continental shelf adjacent to Rio

Grande do Norte State, Ne Brazil. Brazilian Journal of Oceanography, v. 58, n. SPEC.

ISSUE 1, p. 43–54, 2010.

WORM, B.; DAVIS, B.; KETTEMER, L.; WARD-PAIGE, C. A.; CHAPMAN, D.;

Page 55: TUBARÕES CAPTURADOS EM PESCARIAS DE PEQUENA ESCALA … · marcelo moreira de carvalho tubarÕes capturados em pescarias de pequena escala do estado do rio grande do norte: abordagens

55

HEITHAUS, M. R.; KESSEL, S. T.; GRUBER, S. H. Global catches, exploitation rates, and

rebuilding options for sharks. Marine Policy, v. 40, n. 1, p. 194–204, 2013.

YOKOTA, L.; LESSA, R. P. A nursery area for sharks and rays in Northeastern Brazil.

Environmental Biology of Fishes, v. 75, n. 3, p. 349–360, 2006.

Page 56: TUBARÕES CAPTURADOS EM PESCARIAS DE PEQUENA ESCALA … · marcelo moreira de carvalho tubarÕes capturados em pescarias de pequena escala do estado do rio grande do norte: abordagens

56

APÊNDICE

Formulário 1 utilizado durante as entrevistas com pescadores que atuam em pescarias de

pequena escala na costa do Estado do Rio Grande do Norte.

Page 57: TUBARÕES CAPTURADOS EM PESCARIAS DE PEQUENA ESCALA … · marcelo moreira de carvalho tubarÕes capturados em pescarias de pequena escala do estado do rio grande do norte: abordagens

57

LO

CA

LD

AT

A

ID

MO

RF

OM

ET

RIA

AR

RE

DO

ND

AD

AP

ON

TU

DA

CU

RT

OL

ON

GO

PE

QU

EN

AG

RA

ND

EP

EQ

UE

NO

GR

AN

DE

ES

TR

EIT

AL

AR

GA

PE

QU

EN

AG

RA

ND

EP

EQ

UE

NO

(<

1,4

m)

GR

AN

DE

(>

1,5

m)

CO

LO

RA

ÇÃ

OC

LA

RA

ES

CU

RA

CL

AR

AE

SC

UR

AC

LA

RA

ES

CU

RA

CL

AR

AE

SC

UR

AC

LA

RA

ES

CU

RA

CL

AR

AE

SC

UR

AC

LA

RA

ES

CU

RA

ON

DE

É E

NC

ON

TR

AD

O

O Q

UE

CO

ME

CR

US

CE

OS

PE

IXE

SM

OL

US

CO

S

ID

MO

RF

OM

ET

RIA

AR

RE

DO

ND

AD

AP

ON

TU

DA

CU

RT

OL

ON

GO

PE

QU

EN

AG

RA

ND

EP

EQ

UE

NO

GR

AN

DE

ES

TR

EIT

AL

AR

GA

PE

QU

EN

AG

RA

ND

EP

EQ

UE

NO

(<

1,4

m)

GR

AN

DE

(>

1,5

m)

CO

LO

RA

ÇÃ

OC

LA

RA

ES

CU

RA

CL

AR

AE

SC

UR

AC

LA

RA

ES

CU

RA

CL

AR

AE

SC

UR

AC

LA

RA

ES

CU

RA

CL

AR

AE

SC

UR

AC

LA

RA

ES

CU

RA

ON

DE

É E

NC

ON

TR

AD

O

O Q

UE

CO

ME

CR

US

CE

OS

PE

IXE

SM

OL

US

CO

S

ID

MO

RF

OM

ET

RIA

AR

RE

DO

ND

AD

AP

ON

TU

DA

CU

RT

OL

ON

GO

PE

QU

EN

AG

RA

ND

EP

EQ

UE

NO

GR

AN

DE

ES

TR

EIT

AL

AR

GA

PE

QU

EN

AG

RA

ND

EP

EQ

UE

NO

(<

1,4

m)

GR

AN

DE

(>

1,5

m)

CO

LO

RA

ÇÃ

OC

LA

RA

ES

CU

RA

CL

AR

AE

SC

UR

AC

LA

RA

ES

CU

RA

CL

AR

AE

SC

UR

AC

LA

RA

ES

CU

RA

CL

AR

AE

SC

UR

AC

LA

RA

ES

CU

RA

ON

DE

É E

NC

ON

TR

AD

O

O Q

UE

CO

ME

CR

US

CE

OS

PE

IXE

SM

OL

US

CO

S

ID

MO

RF

OM

ET

RIA

AR

RE

DO

ND

AD

AP

ON

TU

DA

CU

RT

OL

ON

GO

PE

QU

EN

AG

RA

ND

EP

EQ

UE

NO

GR

AN

DE

ES

TR

EIT

AL

AR

GA

PE

QU

EN

AG

RA

ND

EP

EQ

UE

NO

(<

1,4

m)

GR

AN

DE

(>

1,5

m)

CO

LO

RA

ÇÃ

OC

LA

RA

ES

CU

RA

CL

AR

AE

SC

UR

AC

LA

RA

ES

CU

RA

CL

AR

AE

SC

UR

AC

LA

RA

ES

CU

RA

CL

AR

AE

SC

UR

AC

LA

RA

ES

CU

RA

ON

DE

É E

NC

ON

TR

AD

O

O Q

UE

CO

ME

CR

US

CE

OS

PE

IXE

SM

OL

US

CO

S

ID

MO

RF

OM

ET

RIA

AR

RE

DO

ND

AD

AP

ON

TU

DA

CU

RT

OL

ON

GO

PE

QU

EN

AG

RA

ND

EP

EQ

UE

NO

GR

AN

DE

ES

TR

EIT

AL

AR

GA

PE

QU

EN

AG

RA

ND

EP

EQ

UE

NO

(<

1,4

m)

GR

AN

DE

(>

1,5

m)

CO

LO

RA

ÇÃ

OC

LA

RA

ES

CU

RA

CL

AR

AE

SC

UR

AC

LA

RA

ES

CU

RA

CL

AR

AE

SC

UR

AC

LA

RA

ES

CU

RA

CL

AR

AE

SC

UR

AC

LA

RA

ES

CU

RA

ON

DE

É E

NC

ON

TR

AD

O

O Q

UE

CO

ME

CR

US

CE

OS

PE

IXE

SM

OL

US

CO

S

ID

MO

RF

OM

ET

RIA

AR

RE

DO

ND

AD

AP

ON

TU

DA

CU

RT

OL

ON

GO

PE

QU

EN

AG

RA

ND

EP

EQ

UE

NO

GR

AN

DE

ES

TR

EIT

AL

AR

GA

PE

QU

EN

AG

RA

ND

EP

EQ

UE

NO

(<

1,4

m)

GR

AN

DE

(>

1,5

m)

CO

LO

RA

ÇÃ

OC

LA

RA

ES

CU

RA

CL

AR

AE

SC

UR

AC

LA

RA

ES

CU

RA

CL

AR

AE

SC

UR

AC

LA

RA

ES

CU

RA

CL

AR

AE

SC

UR

AC

LA

RA

ES

CU

RA

ON

DE

É E

NC

ON

TR

AD

O

O Q

UE

CO

ME

CR

US

CE

OS

PE

IXE

SM

OL

US

CO

S

ID

MO

RF

OM

ET

RIA

AR

RE

DO

ND

AD

AP

ON

TU

DA

CU

RT

OL

ON

GO

PE

QU

EN

AG

RA

ND

EP

EQ

UE

NO

GR

AN

DE

ES

TR

EIT

AL

AR

GA

PE

QU

EN

AG

RA

ND

EP

EQ

UE

NO

(<

1,4

m)

GR

AN

DE

(>

1,5

m)

CO

LO

RA

ÇÃ

OC

LA

RA

ES

CU

RA

CL

AR

AE

SC

UR

AC

LA

RA

ES

CU

RA

CL

AR

AE

SC

UR

AC

LA

RA

ES

CU

RA

CL

AR

AE

SC

UR

AC

LA

RA

ES

CU

RA

ON

DE

É E

NC

ON

TR

AD

O

O Q

UE

CO

ME

CR

US

CE

OS

PE

IXE

SM

OL

US

CO

S

ID

MO

RF

OM

ET

RIA

AR

RE

DO

ND

AD

AP

ON

TU

DA

CU

RT

OL

ON

GO

PE

QU

EN

AG

RA

ND

EP

EQ

UE

NO

GR

AN

DE

ES

TR

EIT

AL

AR

GA

PE

QU

EN

AG

RA

ND

EP

EQ

UE

NO

(<

1,4

m)

GR

AN

DE

(>

1,5

m)

CO

LO

RA

ÇÃ

OC

LA

RA

ES

CU

RA

CL

AR

AE

SC

UR

AC

LA

RA

ES

CU

RA

CL

AR

AE

SC

UR

AC

LA

RA

ES

CU

RA

CL

AR

AE

SC

UR

AC

LA

RA

ES

CU

RA

ON

DE

É E

NC

ON

TR

AD

O

O Q

UE

CO

ME

CR

US

CE

OS

PE

IXE

SM

OL

US

CO

S

ID

MO

RF

OM

ET

RIA

AR

RE

DO

ND

AD

AP

ON

TU

DA

CU

RT

OL

ON

GO

PE

QU

EN

AG

RA

ND

EP

EQ

UE

NO

GR

AN

DE

ES

TR

EIT

AL

AR

GA

PE

QU

EN

AG

RA

ND

EP

EQ

UE

NO

(<

1,4

m)

GR

AN

DE

(>

1,5

m)

CO

LO

RA

ÇÃ

OC

LA

RA

ES

CU

RA

CL

AR

AE

SC

UR

AC

LA

RA

ES

CU

RA

CL

AR

AE

SC

UR

AC

LA

RA

ES

CU

RA

CL

AR

AE

SC

UR

AC

LA

RA

ES

CU

RA

ON

DE

É E

NC

ON

TR

AD

O

O Q

UE

CO

ME

CR

US

CE

OS

PE

IXE

SM

OL

US

CO

S

ID

MO

RF

OM

ET

RIA

AR

RE

DO

ND

AD

AP

ON

TU

DA

CU

RT

OL

ON

GO

PE

QU

EN

AG

RA

ND

EP

EQ

UE

NO

GR

AN

DE

ES

TR

EIT

AL

AR

GA

PE

QU

EN

AG

RA

ND

EP

EQ

UE

NO

(<

1,4

m)

GR

AN

DE

(>

1,5

m)

CO

LO

RA

ÇÃ

OC

LA

RA

ES

CU

RA

CL

AR

AE

SC

UR

AC

LA

RA

ES

CU

RA

CL

AR

AE

SC

UR

AC

LA

RA

ES

CU

RA

CL

AR

AE

SC

UR

AC

LA

RA

ES

CU

RA

ON

DE

É E

NC

ON

TR

AD

O

O Q

UE

CO

ME

CR

US

CE

OS

PE

IXE

SM

OL

US

CO

SO

UT

RO

=

OU

TR

O=

FU

ND

O D

E L

AM

AF

UN

DO

DE

PE

DR

AF

UN

DO

DE

AR

EIA

OU

TR

O=

DIS

TA

NC

IA D

A C

OS

TA

=P

RO

FU

ND

IDA

DE

=

FU

ND

O D

E L

AM

AF

UN

DO

DE

PE

DR

AF

UN

DO

DE

AR

EIA

OU

TR

O=

DIS

TA

NC

IA D

A C

OS

TA

=P

RO

FU

ND

IDA

DE

=

OU

TR

O=

FU

ND

O D

E L

AM

AF

UN

DO

DE

PE

DR

AF

UN

DO

DE

AR

EIA

OU

TR

O=

DIS

TA

NC

IA D

A C

OS

TA

=P

RO

FU

ND

IDA

DE

=

OU

TR

O=

DIS

TA

NC

IA D

A C

OS

TA

=P

RO

FU

ND

IDA

DE

=

OU

TR

O=

FU

ND

O D

E L

AM

AF

UN

DO

DE

PE

DR

AF

UN

DO

DE

AR

EIA

OU

TR

O=

DIS

TA

NC

IA D

A C

OS

TA

=P

RO

FU

ND

IDA

DE

=

OU

TR

O=

FU

ND

O D

E L

AM

AF

UN

DO

DE

PE

DR

AF

UN

DO

DE

AR

EIA

OU

TR

O=

DIS

TA

NC

IA D

A C

OS

TA

=P

RO

FU

ND

IDA

DE

=

OU

TR

O=

FU

ND

O D

E L

AM

AF

UN

DO

DE

PE

DR

AF

UN

DO

DE

AR

EIA

OU

TR

O=

DIS

TA

NC

IA D

A C

OS

TA

=P

RO

FU

ND

IDA

DE

=

DIS

TA

NC

IA D

A C

OS

TA

=P

RO

FU

ND

IDA

DE

=

OU

TR

O=

FU

ND

O D

E L

AM

AF

UN

DO

DE

PE

DR

AF

UN

DO

DE

AR

EIA

OU

TR

O=

DIS

TA

NC

IA D

A C

OS

TA

=P

RO

FU

ND

IDA

DE

=

PR

OF

UN

DID

AD

E=

DIS

TA

NC

IA D

A C

OS

TA

=F

UN

DO

DE

PE

DR

AF

UN

DO

DE

AR

EIA

OU

TR

O=

OU

TR

O=

FU

ND

O D

E L

AM

AF

UN

DO

DE

PE

DR

AF

UN

DO

DE

AR

EIA

OU

TR

O=

CO

RP

O

CO

RP

O

CO

RP

O

OU

TR

O=

CO

RP

O

CO

RP

O

CO

RP

O

OU

TR

O=

FU

ND

O D

E L

AM

AF

UN

DO

DE

PE

DR

AF

UN

DO

DE

AR

EIA

CO

MP

RIM

EN

TO

NA

DA

DE

IRA

S

CO

RP

O

CO

RP

O

CO

RP

O

CA

BE

ÇA

FO

CIN

HO

BO

CA

OL

HO

SL

AR

GU

RA

NA

DA

DE

IRA

SC

OM

PR

IME

NT

O N

AD

AD

EIR

AS

CA

BE

ÇA

FO

CIN

HO

BO

CA

OL

HO

SL

AR

GU

RA

NA

DA

DE

IRA

SC

OM

PR

IME

NT

O N

AD

AD

EIR

AS

CA

BE

ÇA

FO

CIN

HO

BO

CA

OL

HO

SL

AR

GU

RA

NA

DA

DE

IRA

SC

OM

PR

IME

NT

O N

AD

AD

EIR

AS

CA

BE

ÇA

FO

CIN

HO

BO

CA

OL

HO

SL

AR

GU

RA

NA

DA

DE

IRA

SC

OM

PR

IME

NT

O N

AD

AD

EIR

AS

CA

BE

ÇA

FO

CIN

HO

BO

CA

OL

HO

SL

AR

GU

RA

NA

DA

DE

IRA

SC

OM

PR

IME

NT

O N

AD

AD

EIR

AS

CA

BE

ÇA

FO

CIN

HO

BO

CA

OL

HO

SL

AR

GU

RA

NA

DA

DE

IRA

SC

OM

PR

IME

NT

O N

AD

AD

EIR

AS

CA

BE

ÇA

FO

CIN

HO

BO

CA

OL

HO

SL

AR

GU

RA

NA

DA

DE

IRA

SC

OM

PR

IME

NT

O N

AD

AD

EIR

AS

CA

BE

ÇA

FO

CIN

HO

BO

CA

OL

HO

SL

AR

GU

RA

NA

DA

DE

IRA

SC

OM

PR

IME

NT

O N

AD

AD

EIR

AS

CO

RP

O

CA

BE

ÇA

FO

CIN

HO

BO

CA

OL

HO

SL

AR

GU

RA

NA

DA

DE

IRA

SC

OM

PR

IME

NT

O N

AD

AD

EIR

AS

FO

CIN

HO

FU

ND

O D

E L

AM

A

CA

BE

ÇA

BO

CA

OL

HO

SL

AR

GU

RA

NA

DA

DE

IRA

S

Formulário 2. Aplicado para pescadores de pequena escala para atributos morfológicos e

ecológicos das principais espécies de tubarões identificadas.

Page 58: TUBARÕES CAPTURADOS EM PESCARIAS DE PEQUENA ESCALA … · marcelo moreira de carvalho tubarÕes capturados em pescarias de pequena escala do estado do rio grande do norte: abordagens

58

Page 59: TUBARÕES CAPTURADOS EM PESCARIAS DE PEQUENA ESCALA … · marcelo moreira de carvalho tubarÕes capturados em pescarias de pequena escala do estado do rio grande do norte: abordagens

59

Page 60: TUBARÕES CAPTURADOS EM PESCARIAS DE PEQUENA ESCALA … · marcelo moreira de carvalho tubarÕes capturados em pescarias de pequena escala do estado do rio grande do norte: abordagens

60

Page 61: TUBARÕES CAPTURADOS EM PESCARIAS DE PEQUENA ESCALA … · marcelo moreira de carvalho tubarÕes capturados em pescarias de pequena escala do estado do rio grande do norte: abordagens

61

Page 62: TUBARÕES CAPTURADOS EM PESCARIAS DE PEQUENA ESCALA … · marcelo moreira de carvalho tubarÕes capturados em pescarias de pequena escala do estado do rio grande do norte: abordagens

62

Page 63: TUBARÕES CAPTURADOS EM PESCARIAS DE PEQUENA ESCALA … · marcelo moreira de carvalho tubarÕes capturados em pescarias de pequena escala do estado do rio grande do norte: abordagens

63

Page 64: TUBARÕES CAPTURADOS EM PESCARIAS DE PEQUENA ESCALA … · marcelo moreira de carvalho tubarÕes capturados em pescarias de pequena escala do estado do rio grande do norte: abordagens

64

Page 65: TUBARÕES CAPTURADOS EM PESCARIAS DE PEQUENA ESCALA … · marcelo moreira de carvalho tubarÕes capturados em pescarias de pequena escala do estado do rio grande do norte: abordagens

65

Page 66: TUBARÕES CAPTURADOS EM PESCARIAS DE PEQUENA ESCALA … · marcelo moreira de carvalho tubarÕes capturados em pescarias de pequena escala do estado do rio grande do norte: abordagens

66

Page 67: TUBARÕES CAPTURADOS EM PESCARIAS DE PEQUENA ESCALA … · marcelo moreira de carvalho tubarÕes capturados em pescarias de pequena escala do estado do rio grande do norte: abordagens

67

Fotografias utilizadas nas entrevistas com pescadores de pequena escala do Estado do Rio

Grande do Norte. Sequência de espécies aleatorizada e exibida em mesma ordem para todos

os entrevistados. 1- Alopias superciliosus; 1- Isurus oxyrinchus; 3- Galeocerdo cuvier; 4-

Prionace glauca; 5- Rhizoprionodon lalandii; 6- R. porosus; 7- Sphyrna lewini; 8- S.

mokarran; 9- Ginglymostoma cirratum;10- Carcharhinus falciformes; 11- C.leucas; 12- C.

limbatus; 13- C. perezi; 14- C. signatus; 15- C. acronotus; 16- C. plumbeus; 17- Negaprion

brevirostris; 18- S. zygaena; 19- Rhincodon typus; 20- C. obscurus.