Tudo de Novo, by Vanessa Oliveira

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Clipping do livro Tudo de Novo, biografia oficial do Roupa Nova por Vanessa Oliveira.

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Bio do Roupa Nova descortina mágoas ebastidores da indústria do disco

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Resenha de livro

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Título: Tudo novo de novo - Biografia oficial do Roupa NovaAutor: Vanessa OliveiraEditora: Best-SellerCotação: * * * *No momento em que ídolos da MPB arranham suas imagens na defesa públicada lei que exige autorização prévia para a publicação de biografias, as livrariasrecebem a biografia autorizada de um grupo ignorado pela maioria dessesmedalhões da MPB e desprezado pelos críticos de música, mas querido pelochamado grande público. Por mais que estampe o adjetivo oficial no subtítulo, abiografia do Roupa Nova - Tudo de novo, escrita pela jornalista mineira (criadano Rio de Janeiro) Vanessa Oliveira - é a prova de que uma biografia autorizadanão necessariamente precisa ser chapa branca. Sem maquiar os fatos e ostemperamentos dos artistas, a autora descortina mágoas e bastidores daindústria da música da década de 70 aos anos 2000 na tarefa de reconstituir, aolongo de 560 páginas, os principais passos de seis músicos - Cleberson Horsth(teclados e vocal), Kiko (Eurico Pereira da Silva Filho, violão, guitarra e vocal),Nando (Luiz Fernando Oliveira, baixo e vocal), Paulinho (Paulo César dosSantos, percussão, voz e vocal), Ricardo Feghali (teclados, violão, guitarra evocal) e Serginho (Sérgio Herval Holanda de Lima, bateria, voz e vocal) - quedeixaram suas pegadas na música brasileira sem ganhar o devidoreconhecimento (da própria classe artística) pela contribuição para o sucessopopular de gravações de cantoras como Gal Costa e Simone. O livro mostra que aorigem do Roupa Nova remete ao fim dos anos 60, época da criação de duasbandas cariocas - Los Panchos Villa e Os Famks - que fizeram o circuito debailes do Rio de Janeiro ao longo dos anos 70. A partir de 1976, quando o grupoOs Famks passou a contar com Feghali, Kiko e Paulinho (egressos de LosPanchos Villa), surgiu o embrião do Roupa Nova, fortalecido logo depois com aadesão ao grupo de Serginho, então desiludido por não ter se firmado comocantor. Tudo de novo revela as rivalidades entre os grupos dos bailes da vidacarioca e as incertezas dos próprios músicos, indecisos na época entre arriscartrabalho mais autoral ou garantir a segurança de continuar animando bailes egravando discos sob pseudônimos como Os Motokas. O risco acabou sendotomado em 1980, com o aval de Mariozinho Rocha, poderoso executivo entãoligado à gravadora Philips. Foi Mariozinho quem determinou a troca do nome dogrupo - de Os Famks para Roupa Nova, escolhido por conta da canção homônimade Milton Nascimento e Fernando Brant - e quem contratou o sexteto, moldadoem seus três primeiros álbuns para fazer concorrência ao grupo A cor do Som,

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então a mais perfeita tradução de pop brasileiro na era pré-rock dos anos 80.Assim foi feito. Só que esses três discos venderam abaixo do esperado, emboratenham emplacado sucessos como Bem simples (Ricardo Feghali e MariozinhoRocha,1981), Sapato velho (Mu Carvalho, Claudio Nucci e Paulinho Tapajós,1978) - música lançada pelo Quarteto em Cy, mas conhecida no registro doRoupa Nova - e Anjo (Renato Correa, Claudio Rabello e Dalto, 1983). Foi quandoo Roupa Nova deu cartada decisiva ao trocar a Philips pela RCA, gravadoracomandada por Miguel Plopshi na era Sullivan & Massadas. É nessa parte, aomostrar as cartas do jogo da indústria do disco, que o livro fica mais saboroso.Tudo de novo mostra como o Roupa Nova teve que se sujeitar às regras do jogode sua nova gravadora, na qual debutou em 1984 com o álbum de capa amarelaque emplacou sucessos como Whisky a go-go (Michael Sullivan e PauloMassadas, 1984). Jogo que incluiu regravar com Gal Costa uma música que já iriafazer parte do disco do Roupa Nova - Chuva de prata (Ed Wilson e RonaldoBastos) - para ajudar alavancar as vendas do álbum (Profana, 1984) que marcoua estreia da cantora na RCA. Vanessa Oliveira revela os ressentimentos dosmúsicos por não serem devidamente reconhecidos por estrelas da grandeza deGal. E mostra também como o grupo resolveu apostar em repertório cada vezmais autoral a partir do álbum de 1985, que venderia retumbantes 750 milcópias graças ao empenho das empresárias do grupo na época, Anelisa e Valéria,que fizeram o Roupa Nova fazer shows em quase todo o Brasil e - maisimportante - peitaram Miguel Plopshi, que queria um novo disco para 1986. Decomum acordo com os músicos, as empresárias desobedeceram Plopshi eprovaram que os shows da turnê iriam inflar as vendas do disco (o que, de fato,aconteceu, sobretudo quando elas perceberam a força popular da canção Lindademais, de Tavinho Paes e Kiko). Herança, o posterior álbum de 1987,sedimentou a obra autoral do Roupa Nova e manteve o sucesso. Mas veio aépoca de vacas magras em meados dos anos 90. Soterrado por modismos quemobilizavam a indústria fonográfica, o grupo se viu sem prestígio na RCA, foiparar na pequena Continental e posteriormente migrou para a Universal Music,cujo diretor artístico, Max Pierre, acreditava na força de um acústico gravadocom a chancela da MTV. Só que a MTV recusou o projeto, argumentando que ogrupo não se enquadrava no perfil da emissora. As mágoas do Roupa Nova comesses preconceitos - sobretudo com as pedradas dos críticos - são recorrentesnas páginas da biografia. Os músicos - em especial, Nando - ruminam essasqueixas com certo fundamento, como a autora prova ao reproduzir trechosdepreciativos de críticas e reportagens sobre o grupo. Mas Tudo de novo relata

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também o momento da virada, quando o sexteto recuperou o público e o sucessopopular com a gravação de um acústico gravado por conta da perseverança deJuca Müller, então empresário do grupo. Justiça seja feita: os músicos nemsempre são apontados como os mocinhos da história. Vanessa Oliveira narracomo o próprio Juca Müller seria descartado pela banda algum tempo depois,esmiúça o comportamento dos músicos no cotidiano estressante das turnês emostra como as decisões são tomadas democraticamente após discussões nemsempre civilizadas. Trabalho de fôlego, a biografia oficial do Roupa Novaenfatiza também a amizade que manteve o sexteto unido ao longo desses 33anos (com a mesma formação) e que o impediu de sofrer baixa quando Serginho,já convertido à religião evangélica, cogitou deixar o Roupa Nova. Não deixou,como sabem todos os admiradores deste grupo que, sim, merece respeito e temnomes como Milton Nascimento e Ronaldo Bastos entre seus fãs assumidos. Adespeito de nem sempre ter gravado discos à altura dos talentos individuais deseus seis integrantes (todos excelentes músicos), o Roupa Nova é desde 1980nome indissociável da história da música pop brasileira. De forma oficial, mascom credibilidade, Tudo de novo documenta para a posteridade esse (rico)legado.

2 comentários :

Mauro Ferreira [2] disse...No momento em que ídolos da MPB arranham suas imagens na defesa públicada lei que exige autorização prévia para a publicação de biografias, as livrariasrecebem a biografia autorizada de um grupo ignorado pela maioria dessesmedalhões da MPB e desprezado pelos críticos de música, mas querido pelochamado grande público. Por mais que estampe o adjetivo oficial no subtítulo, abiografia do Roupa Nova - Tudo de novo, escrita pela jornalista mineira (criadano Rio de Janeiro) Vanessa Oliveira - é a prova de que uma biografia autorizadanão necessariamente precisa ser chapa branca. Sem maquiar os fatos e ostemperamentos dos artistas, a autora descortina mágoas e bastidores daindústria da música da década de 70 aos anos 2000 na tarefa de reconstituir, aolongo de 560 páginas, os principais passos de seis músicos - Cleberson Horsth(teclados e vocal), Kiko (Eurico Pereira da Silva Filho, violão, guitarra e vocal),Nando (Luiz Fernando Oliveira, baixo e vocal), Paulinho (Paulo César dosSantos, percussão, voz e vocal), Ricardo Feghali (teclados, violão, guitarra e

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Grupo Roupa Nova tem biografiaautorizada 'sem ser chapa branca '

Músicos não deixam de fora as diversas brigas da banda,internas, com outros artistas e com a imprensa

Rio - É uma biografia autorizada, mas não é chapa branca. Quem garante é ajornalista Vanessa Oliveira, autora de ‘Tudo de Novo — Biografia Oficial doRoupa Nova’ (Ed. Best Seller, 540 págs., R$ 50). “Eu falei para eles que iriaescrever esse livro na raça, mesmo sem autorização. Até que, depois de seismeses insistindo com o empresário do grupo, eles finalmente me receberam etoparam participar”, conta Vanessa, que não se furtou a relatar os assuntos maisdelicados, das brigas internas e com outros artistas às inúmeras críticas naimprensa.

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O Roupa Nova no início da carreira, em 1980

Foto: ReproduçãoNa verdade, nem todos do sexteto viram com bons olhos o destemido projeto daautora. “Qualquer um ficaria grilado quando alguém que você não conhece dizquerer escrever sobre a sua vida. Nós mesmos já pensamos em escrever a nossabiografia, mas, com essa vida tão enlouquecida de compromissos, isso se tornouimpossível. Sentimos firmeza no trabalho da Vanessa e aceitamos dardepoimentos para o livro. Só o Serginho (Herval, baterista) não curtiu”, ressaltaRicardo Feghali, tecladista do Roupa Nova. “Nós somos seis pessoas diferentes.Eu gosto de estar perto da galera, sou o cara que bate papo, tira foto em todos oslugares, mas ele não gosta disso. O Serginho prefere, e tem todo o direito a isso,manter sua privacidade, não gosta de ter a vida exposta, não gosta de estar emtodos os lugares tirando fotos.”

Voto vencido (“Na banda, salvo em em situações como uma renovação decontrato, o que a maioria decidir os outros têm que acatar”, explica Feghali),Serginho não compareceu ao lançamento de ‘Tudo de Novo’, este mês, em umalivraria na Barra da Tijuca.

Esse lado ‘certinho’ do Roupa Nova, que isolou o grupo das manchetessensacionalistas, teve um efeito colateral: fez com que colecionassem umpunhado de críticas na imprensa. Aliás, os embates deles com os jornalistas sãohistóricos. “Não usamos drogas, não somos pessoas enlouquecidas, daquelasque quebram tudo. Essas coisas que a imprensa acha que gera algum glamour agente definitivamente não tem”, define Feghali. “Mas essa relação estámudando, já assumem que temos valor, isso depois de 33 anos de carreira.”

Outras tretas que rolaram durante a trajetória do grupo também estão lá,incluindo um mal-estar até hoje não resolvido com Gal Costa — a cantora,inclusive, não deu entrevista para o livro. “A música ‘Chuva de Prata’ foi feitapor Ed Wilson e Ronaldo Bastos para entrar em um disco do Roupa Nova.Quando o (produtor) Mariozinho Rocha ouviu, falou que era a cara da Gal e queprecisava dessa música para popularizar ela no mercado. O Roupa Nova cedeu,porque foi garantido que ‘Chuva de Prata’ não seria música de trabalho dela,mas, como seu disco não estava vendendo, tiveram que recorrer à música e foium sucesso”, explica a autora. Feghali completa: “O Mariozinho também disse

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que, sempre que alguém perguntasse, a Gal diria que era uma músicaoriginalmente do Roupa Nova. Só que ela foi no programa do Chacrinha e,mesmo quando ele a perguntou sobre a história da canção, ela sequer citou agente. Nunca mais falamos disso, deixamos para trás”, lamenta ele.

A banda, sem Serginho, com a autora no lançamento

Foto: arquivo pessoalDOCUMENTÁRIO

A história da banda não acaba em ‘Tudo de Novo’. O Roupa Nova já tem novoscapítulos em sua trajetória. “No ano que vem, vamos lançar um filme, vai sechamar ‘Todo Amor do Mundo’. Será um documentário contando nossa história,com diversas participações especiais”, antecipa Feghali.

O grupo acaba de liberar a caixa ‘Roupa Nova Music’, com cinco DVDs e um EPcom seis músicas inéditas. Atenção: não confundir com a caixa de quatro CDs‘Roupa Nova — Nossa História’, que a Sony, uma das gravadoras deles antes dese tornarem independentes, lançou também este ano. “Isso foi o que chamo devampirismo. Sempre que a gente vai lançar alguma coisa, eles soltam algoparecido para competir e confundir as pessoas”, reclama Feghali, sobre estelançamento que, ao que parece, não seria autorizado pela banda.

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01 de Novembro de 2013  07:00

A receita do whisky a go goJornalista formada pela UFJF lança biografia autorizada do grupo Roupa Nova

Por MAURO MORAIS

As roupas podem até ser novas, mas as músicas

nem tanto. Algumas já conquistaram ao menos duas

gerações. Em mais de 30 anos, canções como

"Dona", "A viagem", "Volta pra mim", "Sapato velho"

são entoadas por vozes distintas e conhecidas por

inúmeros brasileiros. Tanto é que os sucessos não

couberam em apenas um disco acústico. Foram

precisos dois volumes. Para alguns, pode soar

monótono ou até mesmo anticriativo, mas é fato que

resistir às décadas é tarefa árdua, exige um caminho

muito bem calçado. Olhando as pedras e também as

flores, a jornalista Vanessa Oliveira, nascida em

Visconde do Rio Branco, formada pela UFJF e

radicada no Rio de Janeiro, lança na próxima quarta,

na capital fluminense, o livro "Tudo de novo:

Biografia oficial do Roupa Nova" (Editora Best

Seller, 540 páginas).

"Eles são uma banda atípica. Todo artista tem

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Vanessa Oliveira levou três anos para escrever as 540 páginas do livro

sucessos, mas eles têm demais. Acredito que não

exista no Brasil uma pessoa que não conheça uma

música da banda. Eles são um fenômeno pop no

país", comenta Vanessa sobre a formação composta

por Cleberson (teclados e vocal), Feghali (teclado,

violão, guitarra, voz e vocal), Kiko (violão, guitarra,

voz e vocal), Nando (baixolão, baixo acústico,

violão, voz e vocal), Paulinho (voz e percussão) e

Serginho (bateria, djembe, voz e vocal). Sempre

juntos, os seis componentes foram entrevistados

separadamente, para que, assim, a biógrafa

descobrisse o que há de identidade de cada um

deles no sexteto. "O Roupa sempre lutou pela

questão do grupo. Eles sempre brigaram pelo

coletivo. Quando comecei a escrever o livro, eu

desejava entender como a música entrou na vida de

cada um deles. O livro começa falando da vida

pessoal de cada um, como eles foram crianças, o que queriam para a vida deles. O lado pessoal acho que será

uma descoberta para os fãs."

Lançado em 1981, o disco de estreia da banda trazia na capa o nome da formação e fotografias dos seis

integrantes. No interior, o primeiro hit, "Canção de verão" ("É como um sol de verão/ queimando no peito/ nasce

um novo desejo/ em meu coração..."). Em seguida vieram mais 21 CDs e cinco DVDs, frutos de uma carreira

ininterrupta. "O Roupa teve seu auge na década de 1980, e a década de 1990 foi bastante complicada para a

maioria dos músicos que já estavam no mercado. Nesse período houve o predomínio do sertanejo, do axé, do

pagode, que começaram a tocar nas rádios e a vender, fazendo com que outros artistas se afastassem da mídia",

conta Vanessa, referindo a certo reposicionamento da banda em seu retorno ao show business.

"Por volta de 2004, eles fizeram a retomada. Ali eles chegaram a um ponto em que era preciso partir para uma

carreira independente, já que haviam passado pela maioria das gravadoras. Depois de mais de 20 anos de

carreira, eles se sentiram confiantes para seguir o caminho por eles mesmos." Com uma agenda sempre cheia, o

Roupa Nova faz shows em praticamente todos os finais de semana, de quinta a domingo.

Para Vanessa, a harmonia e o entrosamento dos seis homens com convívio superestreito despertava

curiosidade. Afinal, eles nunca romperam, mas, de fato, se relacionam bem? "Eles são geniosos, cada um tem

sua linha de raciocínio e suas referências. Isso agrega e também ajuda a causar algumas brigas. No livro, mostro

essas diferenças pessoais", observa a jornalista, para logo destacar: "Há casos relacionados a namoros, com um

motivo de estar lá. A história tem que dizer alguma coisa sobre o artista, foi esse meu limiar. Por mais que eu

soubesse, não entrei em casos que achava que não iriam agregar naquela história que eu estava contando. É

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muito difícil escrever uma história sem acessar o sentimento, o lado pessoal".

 

Em tempos de polêmica: sem censura

Vanessa Oliveira começou a escrever o livro por iniciativa própria, sem procurar os personagens que buscava

compreender. Os integrantes do Roupa Nova foram os últimos entrevistados de um processo que durou três anos

e agora é editado por um dos maiores grupos editoriais do país, a Record. "Fiz o livro sem ter uma relação de fã.

Acompanhei a banda na década de 1980, por conta da minha madrinha, que gostava muito. Não escutava há

muito tempo, mas sempre respeitei e valorizei o Roupa. Na verdade, resolvi começar de novo minha vida

profissional e decidi conciliar a escrita e a música, duas coisas que amo", conta, revelando que mesmo que a

obra não fosse autorizada, publicaria na internet. "Na minha cabeça, esse trabalho sairia nem que fosse de graça,

por que eu estava fazendo por mim."

Na orelha do livro, um dos entrevistados de Vanessa, o músico Ronaldo Bastos, destaca o valor da banda e dos

atuais escritos: "A saga de uma banda, que começou a trilhar seus caminhos nos bailes da vida e faz parte da

memória afetiva de brasileiros dos quatro cantos do país há tempos merecia um relato. Quando se lê a história do

Roupa Nova, a pergunta se impõe: por que só agora? Eu só posso garantir que valeu a pena esperar". Segundo

ele, a despeito da crítica, o público e seus colegas de ofício abraçaram o sexteto. "Roupa Nova defende canções

de verdade  com início, meio e fim. Não há espaço para meros exercícios de estilo. Roupa Nova é um estilo",

defende.

Além de Bastos, Erasmo Carlos, Milton Nascimento e Zizi Possi, a biógrafa também entrevistou Jane Duboc,

Fagner e outros nomes de peso da música nacional, artistas que se solidarizaram com a causa de Vanessa,

propondo a ponte com Cleberson, Feghali, Kiko, Nando, Paulinho e Serginho. "Artistas do mercado musical,

principalmente uma galera mais velha, como Erasmo, Milton e Zizi, tem um grande respeito pelo Roupa Nova.

Eles tocaram no disco de muita gente, fazendo a base, servindo a essas pessoas como músicos. Na década de

1980, eles tocaram para praticamente todo o mundo da MPB. A sonoridade deles está em discos inimagináveis",

aponta a jornalista.

O resultado do que Vanessa chama de epopeia rendeu à capa de "Tudo de novo"  canção lançada em 1985

("Tudo de novo/ tão depressa que não sei se tem fim /ou começa outra vez")  o subtítulo de biografia oficial. "Eles

foram entrando no livro cada um a seu tempo. Entendo que para o artista seja uma coisa delicada, mas ao

mesmo tempo eles são pessoas públicas, que em muitos momentos compartilham seu privado com os fãs. Não

tive censura, fiz o trabalho que gostaria de ter feito. Eles disseram que a história deles está ali", entusiasmase a

autora.

A trajetória dos meninos que já ostentaram bigodes, cabelos compridos e roupas coloridas, e hoje se apresentam

mais sóbrios, revelando nas carecas a passagem do tempo que não transparece nas vozes, é oficial mas não

definitiva. Como toda biografia, parte de um olhar singular, banhado na subjetividade das palavras. "Toda

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Biografia: livro recupera trajetória dogrupo Roupa Nova

Fábio Nunes/Divulgação

Roupa Nova

A questão da autorização prévia para biografias no Brasil ainda não haviatomado a dimensão dos últimos meses quando a jornalista Vanessa Oliveiracomeçou a escrever "Tudo De Novo", livro que conta a história do Roupa Nova eleva em seu subtítulo a palavra "oficial". Mas, procure saber: o adjetivo nãocaracteriza o livro como chapa-branca. Bem apurada, a publicação relata semmaniqueísmo as personalidades de cada um dos seis integrantes, o preço dosucesso e, principalmente, a capacidade de se adaptar dentro do mercado que osforjou.

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Inicialmente, o grupo resistiu à ideia do livro. Na primeira reunião entre aautora e os músicos, em 2010, eles perguntaram a Vanessa se o livro seriapublicado mesmo sem autorização. "Se vocês não autorizarem eu coloco de graçana internet. A história de vocês precisa ser conhecida", foi a resposta. Aospoucos, Cleberson Horsth, Ricardo Feghali, Kiko, Nando e Paulinho abriramsuas casas, corações e baús. A exceção foi Serginho. De personalidade reservada,não forneceu depoimento e nem compareceu às sessões de autógrafos do livro.

"No caso do Serginho, tive de recorrer a outras fontes. Ele é uma pessoa quegosta de manter a vida privada. Mas nada foi imposto em nenhum momento pornenhum deles, ninguém me impediu de nada", afirma Vanessa, fã do RoupaNova desde criança. Ela conta que sua principal motivação ao escrever o livro eradesfazer alguns mitos, entre eles o de que o grupo só fez sucesso por conta demúsicas em trilhas de novela.

Os integrantes do Roupa Nova começaram a carreira no final dos anos 1960, emconjuntos de baile do subúrbio carioca. Na década seguinte se aglutinaram nabanda Famks, com a qual registraram diversos compactos, dois LPs e álbuns comsucessos do momento. Em 1979, o produtor Mariozinho Rocha, então nagravadora Polygram, precisava de um grupo no estilo de A Cor do Som e 14 Bispara seu elenco. Foi ele quem batizou o grupo, inspirado na música de MiltonNascimento e Fernando Brant.

Mas foi graças a um impulso agressivo de um dos integrantes que o Roupa Novapassou a existir definitivamente. O livro relata que o grupo chegou aos anos1980 dividido entre o dinheiro garantido como Famks e a possibilidade de umacarreira com nova denominação. Após um baile no interior de Minas sob oantigo nome, vendo os colegas comendo churrasco com farofa e batata frita delanche, o guitarrista Kiko ficou paralisado e reagiu, chutando o tabuleiro com acomida. "É isso que vocês querem? Porque não é isso que eu quero", disse. Foi -literalmente - o pontapé que faltava para convencer os outros músicos.

A partir de 1984, com a ida para a RCA, o grupo chega ao seu auge comercial. Oprimeiro disco na gravadora teve total interferência do produtor MiguelPlopschi. "Tudo de Novo" mostra que os integrantes ficaram divididos entreentregar o álbum nas mãos de Plopschi, que queria torná-los mais pop ecomerciais, ou manter a linha dos álbuns anteriores, com repertório fornecido

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por compositores alinhados com a MPB. A partir daí, o grupo emplaca hits como"Whisky A Go Go" e permanece nas paradas de sucesso até o início dos anos1990, quando o sertanejo e o pagode passaram a reinar absolutos.

O renascer da banda acontece nos anos 2000, após o projeto "Roupacústico",bancado pela própria banda. A ideia inicial era de que o Roupa Nova gravasse umAcústico MTV. Mas a emissora negou a proposta, alegando que a banda nãoatingia seu público-alvo. "Eles sofreram muito preconceito desde o início,porque têm diversas influências e não se encaixam em nenhum estilo. Foi otalento deles e a vontade de fazer música, além do contato com o público, queos fez permanecer na ativa", observa Vanessa.

O livro também disseca os bastidores das colaborações do Roupa Nova comgrandes nomes da MPB. Milton Nascimento, fã de primeira hora da banda,chamou o grupo para fazer a base de duas músicas do álbum "Caçador de Mim"(1981), entre elas "Nos Bailes da Vida", e se tornou uma espécie de padrinho dabanda. Com Rita Lee e Roberto de Carvalho, eles participaram do álbum lançadopela dupla em 1982, no qual consta "Flagra" e "Cor de Rosa Choque". E artistasinternacionais também cruzaram seus caminhos com o do grupo, como o ex-Deep Purple e vocalista do Whitesnake David Coverdale. As informações são dojornal O Estado de S. Paulo.

TUDO DE NOVO - BIOGRAFIA OFICIAL DO ROUPA NOVAAutora: Vanessa OliveiraEditora: Best Seller (560 págs., R$ 50)

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Jornalista escreve biografia sobre carreirado grupo Roupa Nova

Antes mesmo de ter a autorização da banda, Vanessa já tinha iniciado aempreitada

Quem gosta de ouvir Roupa Nova vai adorar ler sobre o Roupa Nova. E mesmoquem não é fã da banda, que já tem mais de três décadas de estrada, vai sedeleitar com a biografia do grupo que acaba de ser lançada pela Editora Record.Tudo de novo, mais do que contar a história do sexteto formado por Nando,Kiko, Feghali, Cleberson, Serginho e Paulinho é um projeto de vida da jornalistae escritora mineira, radicada no Rio, Vanessa Oliveira.

Insatisfeita com o rumo de sua vida profissional, ela decidiu jogar tudo para oalto e investiu dois anos em seu grande sonho. “Sempre gostei de escrever sobremúsica e comecei a procurar alguma coisa que tivesse a ver comigo. Sou fã do

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Roupa Nova desde criança e vi que não tinha nada no mercado sobre eles. Era aminha chance, foi uma grande virada e um resgate”, conta.

Antes mesmo de ter a autorização da banda, Vanessa já tinha iniciado aempreitada. Chegou a entrevistar 30 pessoas ligadas ao Roupa, pesquisado emjornais, revistas e internet. E foi com a cara e a coragem mostrar aos prováveisbiografados o que tinha produzido. A jornalista lembra que os amigos chegarama considerá-la maluca. “Várias pessoas falaram: ‘Meu Deus, mas você escolheuum grupo de seis pessoas? Vai dar trabalho demais. E se nem todos elestoparem?’. Mas quando mostrei o primeiro capítulo, o grupo viu a seriedade daminha proposta e o quanto estava empenhada em fazer aquilo. Já tinha colocadona cabeça. Ia fazer de qualquer jeito, com ou sem a participação do Roupa Nova.Que bom que eles aceitaram”, recorda.

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Eles não só entraram de cabeça, como abriram o coração para a autora. Depois dereunir mais de 100 horas de entrevistas em áudio, 40 livros de referência emuitos discos, Vanessa conseguiu apresentar toda a trajetória dos artistas, sejano campo da música ou mesmo no aspecto pessoal. A obra, com 540 páginas,mostra também um rico panorama da música brasileira nas últimas décadas,contando casos dos bastidores de bailes, turnês, festivais e programas de rádio.“Conto a trajetória de cada um. E o bacana é que não tive censura nenhuma. Elesforam muito generosos e encararam suas histórias. Consegui fazer uma biografiaautorizada, mas não é chapa branca. Conto as histórias boas e ruins da carreira”,frisa.

Privações

“E por que só agora?”, questiona o compositor Ronaldo Bastos na orelha dolivro. Vanessa Oliveira acredita que o fato de uma biografia demandar muitotempo, pesquisa e privações, pode ser uma das explicações. E escrever sobremúsica pop, sobretudo de uma banda popular, não é uma tarefa fácil no Brasil.“A música pop não tem tanto respeito pelos pesquisadores para virar livro. Émuito ignorada nesse sentido. E no caso de um grupo como o Roupa Nova, achoque tem até um preconceito. Tem quem torça a cara. E eu passei por cima detudo isso porque respeito esses músicos que venderam milhões de discos, têm

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33 anos de carreira e mereciam ter suas histórias reveladas. Sem falar que queriamostrar sua importância dentro da música brasileira e propor novas reflexões”,analisa.

Apesar de ter ficado sem salário durante um bom tempo e ter se dedicadoexclusivamente ao projeto, Vanessa não se arrepende e já quer até produzir umapróxima biografia, mesmo com toda a polêmica em torno do assunto. A escritoranão tem dúvidas de que foi o trabalho que mais gostou de fazer e a boarepercussão da crítica, dos fãs e, claro, dos próprios artistas, ainda lhe deu umasatisfação maior. “Olho para o livro e me sinto orgulhosa e extremamente feliz.Foi a melhor coisa que fiz na vida. Biografia, antes de qualquer coisa, é umahomenagem, e daqui a 50, 100 anos, este registro e tributo estará aí”, celebra.

Três perguntas para Ricardo Feghali, tecladista do Roupa Nova

Como vocês receberam inicialmente essa proposta do livro?

Temos sido procurados por vários escritores ao longo dos anos, sejamconhecidos ou não. E até nós mesmo já quisemos escrever a nossa própriahistória. Mas é difícil ter tempo, conciliar agenda. Quando a Vanessa nosprocurou, no começo, a gente se assustou um pouco (risos). Mas gostamos dainiciativa dela; vimos que ela tinha corrido atrás, pesquisado e estava realmenteinteressada em fazer uma coisa verdadeira. Por isso decidimos contribuir paraque saísse da forma mais correta. A iniciativa dela é que nos impressionou,como ela estava engajada naquele projeto.

E o que você e o grupo acharam do resultado?

Li o livro todo antes. Corrigi algumas informações que achava que não estavamcertas e Vanessa sempre se mostrou aberta. Ela contou as histórias individuaisde uma maneira tão poética e bonita e era importante que tivesse a nossaparticipação, nossos depoimentos, porque ela jamais saberia de alguma coisaparticular se a gente não estivesse presente. Estamos curtindo muito. Todosaprovaram. Só o Serginho (bateria e voz), que é mais reservado, ficou um poucogrilado no começo. Ele sempre foi uma pessoa que gostou de preservar sua vida eo público tem que entender e respeitar isso. Mas todos nós gostamos muito doresultado de uma maneira geral.

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1. http://www.correiobraziliense.com.br/diversao-e-arte/capa_diversao_arte/

E teve alguma coisa ou alguma história que você se surpreendeu ao ler abiografia depois de pronta?

Não, de jeito nenhum (risos). Eu sei de tudo. O Roupa Nova é a minha vida.Sempre fui muito ligado a tudo que acontecia. A não ser alguma coisa muitoparticular, até porque sempre tivemos muito respeito um pelo outro e ninguémfica entrando na vida privada do outro. Mas, de maneira geral, já conhecia tudoque está ali.

ServiçoTudo de Novo – Biografia oficial do Roupa NovaAutor: Vanessa OliveiraEditora: Editora Record, 540 páginasPreço: R$ 50

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1. http://www.googleadservices.com/pagead/aclk?

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Roupa Nova tem sua história contada embiografia autorizada

Extra

Quando os músicos Paulinho, Cleberson, Serginho, Kiko, Feghali e Nando sereuniram para decidir se participariam ou não do livro que a jornalista VanessaOliveira escrevia sobre eles, houve muito debate e zero consenso. A dinâmica doRoupa Nova é assim: opiniões fortes, muita discussão, mas no fim todos estãojuntos num só propósito, e o resultado é sinônimo de sucesso. Tudo isso écontado em “Tudo de novo — Biografia oficial do Roupa Nova”.

— A autorização é só uma assinatura num papel. Não houve censura, eu escrevi olivro que queria escrever — conta Vanessa, que acredita que no Brasil deveriamser escritas mais biografias, oficiais ou não: — A grande vantagem é que aparticipação dos próprios ajuda a humanizar os personagens. Ouvir o quesentiram, o que pensaram.

Em 540 páginas, a jornalista cobre mais de 30 anos de carreira do grupo e acabatraçando um painel da música brasileira nas últimas três décadas:

— Na história da MPB, o Roupa Nova sempre sofreu preconceito. E é umainjustiça.

Links patrocinados

Peregrinar na Terra Santa [1]Peregrinação à Terra Santa - Uma jornada

especialwww.goisrael.com.br [2]

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Page 27: Tudo de Novo, by Vanessa Oliveira

Vitória-ES, domingo, 1º de dezembro de 2013

EDITORA:

GISELE [email protected]

Tel.: 3321.8608agazeta.com.br/caderno2

twitter.com/caderno2

Caderno Dois

Em “Tudo de Novo”, biógrafa conta a história do Roupa Nova, comdepoimentos de ícones da cultura e análises da cena musical do país. Página 3

POR DENTRO DAMÁQUINA DE HITS

—COM 33 ANOS DECARREIRA, GRUPONUNCA ALTEROUSEU SEXTETOORIGINAL.FOTO: OTON RAMAN

Documento:AG01C200001;Página:1;Formato:(274.11 x 381.00 mm);Chapa:Composto;Data:29 de Nov de 2013 17:27:15

Page 28: Tudo de Novo, by Vanessa Oliveira

C2.3DOMINGO, 1º DE DEZEMBRO DE 2013 A GAZETA

MATÉRIA DE CAPA

CONFIRA

Tudo de Novot Vanessa OliveiraBest Seller, 560 páginas.Quanto: R$ 40.

AS TRÊS DÉCADAS DEUM FENÔMENO DO POP

Biógrafa detalha a trajetória de sucesso do Roupa NovaDurante a década de 1970, grupo adquiriu experiência tocando em bailes do Rio de Janeiro, ainda sob o nome de Os Famks, até assinar com a gravadora Odeon

LEANDRO [email protected]

Se alguém conseguiu pas-sar incólume pelos hits doRoupaNova, é certo que jáouviuabanda,nomínimo,portrásdavozdeoutrosar-tistas. Isso porque o grupofez a parede instrumentalque sustentou, por exem-plo,discosdeBetoGuedes,Milton Nascimento e RitaLee.Com33anosdecarrei-ra,oRoupaNovaseestabe-leceu como uma institui-ção do pop brasileiro, to-cando de quinta-feira a sá-bado, semnunca ter troca-do o sexteto original. Alémde ter firmado dezenas desucessos no imaginário dopúblico brasileiro.Mas quem sabe melhor

dessa história é VanessaOliveira, autora da re-cém-lançadabiografiaofi-cial da banda, “Tudo deNovo”. “Eles fazem parteda vida de todos os brasi-leiros. Estão na memóriaafetiva do país”, diz.Embora a biografia seja

autorizadapelabanda,Va-nessacaminhouporviassi-nuosas até concluir o livro.Nos trêsanosdepesquisaeescritadaobra,a jornalistaficou boa parte do temposemsaláriofixo.Sómaisdeumanodepoisdo iníciodoprocesso, Paulinho, voca-listadogrupo, foioprimei-

ro a concordar com umaentrevista. Antes, porém,houve uma reunião tensacomo seis integrantes.“Eutinhaqueconvencer

seispessoas,cadaumacomumaopiniãodiferente”,diza biógrafa. “Foi muito difí-cil, saí da reunião sem terideia do que iria acontecer.Mas apostei no trabalho econtinuei fazendo.”Depois de Paulinho, o

guitarrista Kiko resolveucontar suas histórias paraVanessa,atéRicardoFegha-li (guitarrista),Nando(bai-xista), Cleberson Horsth(tecladista) também acei-tarem.ObateristaSerginhofoi o membro relutante.“Eleéomaisreservado.En-tão,tivequedarmuitasvol-tar para mapear o Sergi-nho”, lembra Vanessa.Segundo o próprio Pau-

linho, a biografia serviu,também, para reativar amemória, já um pouco ba-queada com o tempo. “Al-gumas coisas já não lem-bramosmais,comoaépocade antes do RoupaNova. Etemoutracoisa:vocêacabaentendendo o lado do ou-troquandolêodepoimentodele no livro”, diz o cantor.A reconstituição das

origens do Roupa Nova,aliás, talvez seja o grandemérito de Vanessa. No li-vro, ela volta aos anos

1950enainfluênciadaJo-vemGuardapara costuraro início do grupo, nos bai-les do Rio de Janeiro. Ain-da sob o nome de OsFamks, na década de1970, o sexteto começoutocando rock and roll, deDeep Purple a Pink Floyd.Jáem1980, sobonome

atual, inspirado em umamúsicadocompositorFer-nando Brant, o RoupaNo-va chegou à gravadoraOdeonpara imprimir umapegadamaispopaosintér-pretesdaescolamineira, aexemplo de Milton Nasci-mento e Lô Borges. Commais confiança no própriorepertório, a banda come-çou a lançar sucesso atrásde sucesso, a exemplo de“Linda”, “A Viagem”,“Whiskey a Go-Go”, “ALenda” e “Volta praMim”.Quando o Roupa Nova

começouadespontar, ain-da em meados dos anos1980, o ideal de músicoglamourizado pela críticabebiana fontedorockandroll. Era a época do estou-ro do rock nacional, comTitãs, Legião Urbana, Lo-bão,eumasériederoquei-ros pouco comportadosdentro e fora dos palcos.Assim, o “problema” doRoupa Nova foi a junçãode seu profissionalismocomumaestéticalimpano

estúdio. Lobão, inclusive,apelidou o sexteto de “es-coteiros do rock”. “Todasas bandas tinhamumper-sonagem. O Roupa Novatinha seis caras. Isso tam-bém foi complicado, nin-guém era ‘a cara’ da ban-da”, analisa Vanessa.Aomesmo tempo, o ró-

tulo de banda “certinha” ea união entre os músicosfuncionaram durante 33anos–efuncionamatého-je, segundo Paulinho. “Osseis têm cabeça de banda,isso émuito importante.Anossacarreiranãoaconte-ceu por acaso”, diz.

Vanessa Oliveira resgatou as origens do grupo

DIVUGAÇÃO

RoupaNovavailançarfilmeem2014

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Documento:AG01C200003;Página:1;Formato:(274.11 x 381.00 mm);Chapa:Composto;Data:29 de Nov de 2013 17:32:46

Page 29: Tudo de Novo, by Vanessa Oliveira

Editorial Artigo 1 Artigo 2Fica o alerta aos motoristaspara que tenham mais pru-

dência no trânsito. A2

Edna Flor enfatizou seurepúdio ao aumento salarial

nas redes sociais. A3

Feliz 2014, vereadores: commuito dinheiro nos bolsos;

de vocês, é claro. A2

O povo precisa voltara ter motivos e até orgulho

para votar . A2

As diferentes épocas nãopodem servir para tornarPelé um ser supremo. A2

B4

A5

A6

18 PÁGINAS | Opinião A2 | Política A3 |Geral/Mundo A4 | Esporte A5 e A6 | Cidades B1-B4 | Economia B5 | Seu Ambiente B6 | Vida C1-C4 | Classificados 1-2

Acidente matajovem e deixa4 feridos emPenápolis

ArgentinoMessi é eleito omelhor do anopor jornal inglês

Estado desaúde deShummacherainda é crítico

Motociclista tempescoço cortadocom linha decerol na Elyeser

Periscópio

ida

Leitor

V

Placas de sinalização são alvo devandalismoesofremdeterioraçãoAs más condições e o vandalismo em inúmeras placas em ruas e avenidas de Araçatuba atrapalham a mobilidade urbana e o dia a dia dos motoristas. Reporta-gem flagrou sinais de difícil visualização e até ilegíveis que podem gerar problemas simples, como a dificuldade de localização, ou acidentes graves. Secretaria de

Mobilidade Urbana diz que empresa de São Paulo contratada por R$ 2,1 milhões fará renovação do material. Previsão é que serviços comecem neste mês. B3

Literatura Pela pri-

meira vez, a banda Roupa No-va ganha uma biografia. Escri-ta pela jornalista mineira Va-nessa Oliveira, que mora noRio de Janeiro, a obra “TudoDe Novo - A Biografia Oficialdo Roupa Nova” foi lançadano último mês. O livro abordaos 30 anos de trajetória deSerginho, Cleberson Horsth,Ricardo Feghali, Kiko, Nandoe Paulinho, e conta como ogrupo se tornou um dos maisimportantes da Música Popu-lar Brasileira em atividade. C1

Balconista de 56 anos,de Promissão, sofreuum corte no pescoçoquando passava pela ro-dovia Elyeser Montene-gro Magalhães, no bairroSão José, na tarde deanteontem. Ferimento foisuperficial, mas ele preci-sou levar 11 pontos. B1

População pedemais rigorcontra descarteilegal de lixo

Alexandre Souza/Folha da Região - 26/12/2013

Divulgação

Moradores de bairrosde Araçatuba, onde éfrequente o despejo irre-gular, defendem puni-ção mais rígida a quemjoga lixo e entulho emlocais impróprios, comoflagrado na avenida Ibi-rapuera (foto). B3

TRÂNSITO

Fotos: Alexandre Souza/Folha da Região - 30/12/2013

EM AVENIDA Na José Ferreira Batista, placa que está em situação precária (à esq.), enferrujada e com tinta descascando, soma-se à sinalização alvo de vandalismo (à dir.), que ganhou o número 1 de um pichador no limite de velocidade da mesma via

R$1,75 Araçatuba, 2 de janeiro de 2014 QUINTA-FEIRA Ano 41 - nº 12982

Page 30: Tudo de Novo, by Vanessa Oliveira

Araçatuba

Talita Rustichelli

[email protected]

Com 30 anos de carreira, abanda Roupa Nova ga-nha, pela primeira vez,

um livro que conta sua história.Em "Tudo De Novo - A BiografiaOficial do Roupa Nova", lançadono último mês, a jornalista mineiraVanessa Oliveira, que vive no Riode Janeiro, narra como as trajetó-rias de Serginho, Cleberson Hors-th, Ricardo Feghali, Kiko, Nando ePaulinho se cruzaram e como ogrupo se tornou um dos mais im-portantes da música popular brasi-leira em atividade.

A obra leva o nome de umadas famosas canções da banda. Ape-sar de autorizado pelos músicos, ajornalista (que se manifesta a favorde qualquer tipo de biografia, sejaautorizada ou não) garante quenão se trata de um livro "chapa-branca". Tanto que, quando final-mente conseguiu falar com o pri-meiro integrante, já havia entrevis-tado pelo menos 50 pessoas e afir-ma que daria andamento à obramesmo que todos eles resistissem àpublicação. Porém, acabou contan-do com o apoio de todos eles, atémesmo de Serginho, que preferiunão dar seu depoimento à autora.

Em conversa por telefonecom a reportagem, Vanessa contounão só sobre o processo, que du-rou mais de três anos, como tam-bém curiosidades da história doRoupa Nova, falou sobre as pessoasimportantes na carreira dos músi-cos e sobre sua decisão de abando-nar o emprego na área de marke-ting para seguir escrevendo biogra-fias musicais - um desejo antigo.

De quem partiu a ideiade contar a história do Rou-pa Nova em livro? Você é fãdo grupo?

A ideia foi minha. Eu sou jor-nalista, formada, estava trabalhan-do com outras coisas na área demarketing, mas não estava muitofeliz. Eu tinha um projeto antigode escrever livros e decidi voltar aisso. Então, pensei em temas comos quais eu tinha proximidade. Fuibuscando minhas referências e lem-brei do Roupa Nova, que eu acom-panhei quando era criança, nosanos 1980, e descobri que nin-guém tinha escrito nada ainda so-bre eles. É uma banda com maisde 30 anos de carreira e, como oRonaldo Bastos diz, está na memó-ria afetiva do brasileiro. Achei quevalia a pena contar essa história.

Quanto tempo durou esseprocesso?

Comecei em 2009, largueio emprego e comecei a focarno livro.

Você deixou o empregopara fazer o livro? O que vocêfazia?

Sim, deixei o emprego. Eutrabalhava no marketing de umaempresa de tecnologia. Eu resolvicomeçar de novo. Meu marido se-gurou as pontas, as contas da casa.Fiquei quase dois anos sem saláriofixo, fiz alguns freelas (trabalhosfreelances), mas meu foco duranteesse período era o livro, foi um tra-balho gigantesco.

As suas fontes de pesqui-sa foram alguns artistas, em-presários, produtores, alémdos próprios integrantes. Aque mais você recorreu?

Eu também recorri a jornais,CDs, LPs, fitas K7, livros etc. Osmúsicos da banda, na verdade, fo-ram os últimos a serem entrevista-dos. Comecei por fora, até porqueno início eu não sabia se os músi-cos iam topar participar. Procureipessoas como os compositores eprodutores Mariozinho Rocha eGuto Graça Mello, os intérpretesZizi Possi, Milton Nascimento, Fag-ner, entre outros, e muitos empre-sários da década de 1970. Ao mes-mo tempo em que eu ia fazendo,entrei em contato com o empresá-rio do Roupa Nova para falar sobreo livro. Seis meses depois, estiveem uma primeira reunião com to-dos os músicos; foi uma confusão,ninguém conseguia resolver nada.Cada um com uma expectativa di-ferente, tinha gente animada, ti-

nha gente desconfiada, tinha genteque não queria; cada um comuma opinião, porque isso é o Rou-pa Nova, não há um líder que to-ma a decisão por todos, mas cadaum briga pela sua opinião. Saí delá sem a menor ideia do que iaacontecer. Mas continuei fazendomeu trabalho.

Quando conversou com oprimeirodeles e quem foi?

Um ano depois é que conse-gui conversar com o primeiro de-les, e nisso eu já havia entrevista-do quase 50 pessoas. Foi o Pauli-nho. A partir daí, aos poucos, cadaum foi entrando no trabalho. Cadaum entrou da forma como queria,no tempo que queria, abrindo suasrecordações e histórias da formacomo gostava.

Não há depoimento doSerginho (baterista) no li-vro. Ele não quis concederentrevista?

Cheguei a mostrar a ele oque eu estava fazendo, mas elenão quis dar entrevista, não quisabrir a vida pessoal. Então, eu re-corri a outras fontes para contarum pouco a história dele. E ele au-torizou o trabalho, assim como osoutros integrantes. Mas os cincoque falaram entraram de alma aber-ta, falaram de tudo, sem nenhumpudor, e acho que foi incrível.

Você abordou não só acarreira, mas também a vidapessoal?

Eu senti a necessidade de fa-lar um pouco quem eram esses ho-mens antes de se tornarem músi-cos, como a música entrou na vidadeles. Então, falei de família, ami-

gos, namoradas, infância; neste as-pecto, eu entrei até onde eles per-mitiram. A partir dessas histórias éque fui contar como se formou oRoupa Nova. No livro, por maisque a gente esteja falando o tempointeiro da carreira e da música, sevê a personalidade e os valores decada um. Acho que consegui equi-librar as duas coisas.

Das pessoas que você en-trevistou, quais tiveram maiorimportância na trajetória dogrupo e por quê?

É difícil dizer, porque oRoupa Nova é uma banda demais de 30 anos, então, muitacoisa foi importante. Desde adécada de 1970, quando exis-tiam Os Famks (antiga bandaque deu origem ao Roupa No-va) - porque o livro fala sobretodo esse período, os bailes nosubúrbio, as influências da Jo-vem Guarda etc. Entre os em-presários e produtores, havia oMárcio Antonucci. Na décadade 1980, Mariozinho Rochaabriu as portas de entrada doRoupa Nova para o mercado, edepois o Miguel Plopschi, quelevou o grupo para a gravadoraRCA, as empresárias Valéria eAnelisa. Nos anos 1990, o JucaMüller começa a empresariá-los, e foi um dos responsáveispor eles fazerem o "Acústico"(nos anos 2000). Cada um tevesua importância naquele deter-minado momento.

Teve alguma dificuldadedurante o processo?

Todos os empresários e pro-dutores foram muito acessíveis, as-sim como os artistas. Na verdade,descobri que as pessoas estavamloucas para falar sobre o Roupa No-

va. Os mais difíceis foram mesmoos integrantes.

Houve algum tipo de inter-ferência dos músicos da ban-da?

Eu não tive nenhum tipo decensura, nenhuma intromissão;eles sempre disseram: "O livro édela, ela está fazendo como gosta-ria e a gente respeita isso". A postu-ra deles foi de ajudar alguém queestava pesquisando sobre a carreiradeles. Eu fiz uma biografia que éoficial, mas não é chapa-branca;conta de fato a história deles.

Quais os fatos mais inte-ressantes presentes no livro?

A parte pessoal deles me cha-mou a atenção, porque é o tipo decoisa que eles não costumavamabrir. Coisas como o Clebersonnão gostar de piano no início (que-ria ser guitarrista), e hoje ser ogrande maestro da banda; e ainda,o fato de o Nando não ser ligado àmúsica e entrar nesse universopor causa dos amigos. Histórias co-mo o encontro deles com figurascomo David Coverdale, comquem gravaram um jingle dos ci-garros Hollywood, também sãofantásticas. E tem a questão de bri-garem com os críticos na décadade 1980. Eles ficavam incomoda-dos pela forma como a imprensavia o trabalho deles. Mas todo ar-tista, em determinado momento,precisa fazer concessões à indús-tria; acho que o Roupa Nova apa-nhou e, no final das contas, conse-guiu jogar esse jogo.

Você é a favor de que asbiografias sejam autorizadaspelos biografados, ou defendea liberdade de expressão?

Eu acho que toda biografiadeve existir, seja autorizada ounão. Para mim foi um susto verartistas como Caetano Veloso eChico Buarque a favor das biogra-fias autorizadas. Acho que umasociedade cresce lendo, registran-do sua história, e não proibindo.Se você tem um problema em re-lação à sua história, faça uma au-tobiografia, conte sua versão. Nãotem que existir uma proibição emrelação a biografias, acho que to-do mundo tem o direito de escre-ver sobre essas pessoas, que sãofiguras públicas. A biografia doRoupa Nova eu ia fazer de qual-quer jeito, nem que eu colocassedisponível gratuitamente na inter-net. Muito artista fica com receiodo biógrafo, mas tem muito bió-grafo sério no Brasil.

Livro "Tudo De Novo"560 páginasPreço: de R$ 32,50 a R$ 50,00(em várias livrarias e lojas on-line)Selo Best Seller

LIVRO

Divulgação

Vanessa, sobre a escolhado grupo para temade seu primeiro livro

MISSÃO A jornalista Vanessa Oliveira demorou cerca de um ano até conseguir entrevistar os integrantes do Roupa Nova, Cleberson (à esquerda), Ricardo, Kiko, Nan-

do e Paulinho; Serginho (último, à direita) optou por não dar seu depoimento, mas autorizou a publicação da obra; para ela, foi um prazer documentar a história da banda

Serviço

A banda Roupa Nova está em atividade desde 1982 e já emplacoudiversos sucessos, como “Whisky a Go Go”, “Coração Pirata”, “Dona”,

“Sapato Velho”, entre outros; agora, grupo tem sua história registrada na obrarecém-lançada pela jornalista mineira Vanessa Oliveira

É uma banda commais de 30 anos de

carreirae está na memória

afetiva dobrasileiro. Acheique valia a pena

contar essa história

C1 Araçatuba, quinta-feira, 2 de janeiro de 2014

Page 31: Tudo de Novo, by Vanessa Oliveira
Page 32: Tudo de Novo, by Vanessa Oliveira

VITÓRIA, ES, SEGUNDA-FEIRA , 06 DE JA N E I R O DE 2014

Os shows efestas que vãoagitar asemana > 6

Marcelo maisre s p e i ta d oapós o sucessode Crô > 12

FALE COM A EDITORA ALELVI CARNEIRO E-MAIL: at 2 @ r e d e t r i b u n a . c o m . b r

História musicaldo Roupa NovaA banda, que tem quase34 anos de estrada,mostra sucessos naturnê “Cruzeiro RoupaNo va ” sexta, no palcodo Multiplace Mais

FOTOS: DIVULGAÇÃO

Paula Dell'Isola

Há quase 34 anos, o navio doRoupa Nova navega pelamúsica brasileira. A via-

gem, garante o tecladista RicardoFeghali, nem sempre foi de águascalmas. “Já passamos perrengue.Já tocamos em bailes vazios, co-memos lanches 'qualquer nota' ebatalhamos muito para chegaraqui”, conta, bem-humorado.

Toda a trajetória do grupo, quechega ao palco do Multiplace Maisem Guarapari na sexta-feira, coma turnê “Cruzeiro Roupa Nova”,está contada em “Tudo Novo – A

RICARDO FEGHALI T EC L A D I STA

“Vai ser um show demuita música e emoção”

AT2 O “Cruzeiro Roupa No-va ” chega a Guarapari. Comoserá esta viagem?

RICARDO FEGHALI Este showtem o mesmo clima do DVD, gra-vado em um transatlântico. A gale-ra vai se sentir em um navio, umlocal com espaço para muita músi-ca e emoções.>Cruzeiros normalmente são

ro m â n t i c o s.(Risos) E a nossa música tam-

bém. Claro que não somos aliena-dos, mas a essência do Roupa Novaé romântica e isso estará na noite.Não podemos deixar canções co-mo “Coração Pirata” e “Dona”.>Vão dar uma força para a ga-

lera que quer encontrar al-guém?

Claro. Sempre tem alguém que-rendo encontrar um par, né? (Ri-sos) Então vamos dar uma forci-nha para o romance sim.> Há 33 anos o público viaja

com vocês. Como tem sido estaviagem?

Quando criamos o grupo, não tí-nhamos a ideia de ser um fenôme-no passageiro. Queríamos fazeruma carreira. Então sempre tive-mos um respeito muito grande pe-lo público. Queremos sempre fa-zer o melhor som, o melhor show.

>No livro “Tudo Novo - A Bio-grafia Oficial do Roupa Nova”, aautora diz que a MTV não to-pou fazer o Acústico de vocês.Houve preconceito?

A MTV tinha um patrulhamen-to ideológico com a gente. Era umacoisa esquisita. Eles achavam quea banda tinha potencial, mas nun-ca tiveram coragem para assumirum projeto com o Roupa Nova.Mas isso não foi problema. Fize-mos o nosso Acústico com a nossagrana e deu tão certo que rendeuuma segunda versão. Nunca preci-samos da MTV para nada.>O Roupa Nova está junto há

33 anos com a mesma formação.Qual é o segredo?

Segredo de relacionamento feliznão existe. Se houvesse uma fór-mula, e funcionasse, todo mundoseria feliz. (Risos) Mas acho que onosso segredo passa por respeitopelo público, por ter noção do te-souro que você conquistou, porentender que ainda há muita coisapara aprender. Nunca nos acomo-d a m o s.>Onde o navio do Roupa Nova

ainda vai chegar?Primeiro, onde Deus quiser. E

depois, muito longe. Ainda temosmuita coisa para fazer.

S E RV I Ç O

Roupa Nova> O QUÊ: Show da turnê “Cruzeiro Rou-

pa Nova”> QUANDO: Próxima sexta> ABERTURA DOS PORTÕES: 22h> ONDE: No Multiplace Mais. Rua Iriri,

s/n, Me a í p e , Guarapari> QUANTO: Pista (meia): R$ 70,00.

Pista (inteira): R$ 140,00. Camarote1: R$ 600,00 (mesa para 4 pessoas).Camarote 2: R$ 120,00 (ingressosindividuais)

> PONTOS DE VENDA: Lojas Colcci(Shoppings Vitória e Praia da Cos-ta); Soft (Guarapari); Art e Corpo(Anchieta e Piúma); Padaria Em-

pório Bacutia (Praia do Morro,Centro e Ipiranga) ou no MultiplaceMa i s

> CLAS.: 16 anos no show e 18 na boa-te.

> INFORMAÇÕES: 3272-1565 ou noMultiplace Mais

> APOIO: Rede Tribuna

BIOGRAFIA

“TUDO NOVO – A BIOGRAFIAOFICIAL DO ROUPA NOVA”

A história do gru-po Roupa Nova queconta desde quan-do a música entrouna vida de cada umdos integrantes atéos dias atuais.> AUTOR: Va n ess a

O l i ve i ra> EDITORA: Best Seller Ltda> PÁGINAS: 560> PREÇO MÉDIO: R$ 50,00

Biografia Oficial do Roupa Nova”,da jornalista Vanessa Oliveira.

“Vanessa nos mostrou o resulta-do de uma pesquisa de três anossobre a banda. Depois que vimos aqualidade do material, pensamos'nada melhor do que ajudar'. Ébastante completo”, diz Feghali.

Na biografia, estão os perrenguespelos quais Cleberson, Serginho,Feghali, Nando, Kiko e Paulinhopassaram até chegar ao sucesso.“Lembro de voltar de um show nosubúrbio do Rio e ficar parado comum problema no carro na avenidaBrasil. Chutei o carro, fiquei per-guntando se era isso mesmo quequeria da vida”, diz Feghali.

“O sonho sempre foi viver demúsica. Nunca quisemos ser me-teóricos. A ideia sempre foi teruma carreira longeva”, completa.

Para ele, o sonho foi conquista-do. Feghali afirma que, hoje, 75%de seus fãs são formados por jo-vens entre 14 e 28 anos. “E st a m o sconseguindo conquistar novos fãs.

É incrível”, comemora.No show em Guarapari, o Roupa

Nova interpreta os maiores suces-sos de sua trajetória, além de mú-sicas inéditas como “God Gave Ro-ck and Roll To You”, do Kiss, trans-formada em “Tenha Fé na Músi-ca”.

O ROUPA NOVA tem a sua trajetória contada em biografia que acaba de chegar às livrarias

S E RG I N H O

K I KO

F EG H A L I

NA N D O PAU L I N H OC L E B E RS O N

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LEIDIANE MONTFORTDA REDAÇÃO

lustrações de encher os olhos, e sem grandes rodeios.Sem grandes recursos tecnológicos, nem muito texto,o livro Cantiga, lançamento da editora Cosac Naify,coleciona elogios da crítica especializada em todomundo, além de prêmios literários. Assinado peloartista francês Blexbolex, seu primeiro livro lançaedição brasileira. Cada página tem como intuitomostrar que a beleza está na simplicidade. Numtempo onde as crianças são encorajadas à overdosede informação, a obra busca ir na contramão paraaguçar a criatividade em pequenos detalhes.

A trama mostra sete versões cumulativas, onde asimagens roubam a cena. Cada página traz a ilustraçãoacompanhada de apenas uma palavra. A primeira

história narra uma criançavoltando da escola: “a escola, ocaminho, a casa”. No segundodia, outros lugares e personagensvão sendo acrescentados. E oque parecia um trajeto rotineirorevela-se uma grande aventuracom uma princesa e uma bruxaque, quando entra em ação,lança um feitiço capaz decolocar o texto e as ilustraçõesde cabeça para baixo. Com umanarrativa rica emexperimentações, as coresfluorescentes aparecem namedida certa.

No “livrinho de arte” épossível notar a influência daserigrafia - área de formação doartista, no estilo inconfundívelde suas imagens. Elementos

como castelos, rainha,duende, entre outros elementos que fazem sucessocom a criançada estão presentes. “Uma cantiga é umacanção.Mas pode ser também uma história. Cada uma retoma na sua vez, e sem se esquecer de nada quefoi dito, acrescenta a ela o que passar na cabeça”,assim Blexbolex apresenta a proposta de seu livro aosleitores.

O AUTOR - Blexbolex é o pseudônimo deBernard Granger. Seu traço, inspirado pelo estiloconhecido como ‘linha clara‘, popularizado porHergé, já chamou a atenção de críticosinternacionais. Em 2008, ganhou o prêmio de LivroMais Bonito do Mundo, na feira de Leipzig, naAlemanha. A versão americana de Cantiga foiincluída na lista de 10 livros infantojuvenis maisbonitos de 2013 do The New York Times BookReview.

SERVIÇO: Título: Cantiga. Autor: Blexbolex: Formato: 14 x 18. Páginas: 280. Ano de edição: 2013. Edição: 1ª.Preço: R$ 39,90.

CANTIGA

LANÇAMENTO DA EDITORACOSAC NAIFY, LIVROINFANTOJUVENILPRIORIZA USO DE IMAGENSNO ESTILO “LINHA CLARA”

Totalmente visual

Uma dasilustraçõescontidas no

livro deBlexbolex

Divulgação

LEIDIANE MONTFORTDA REDAÇÃO

epleta de clássicos que embalaram a trajetória de geraçõesa fio, a banda Roupa Nova representa um marco na músicapop nacional. As descobertas, o sucesso, o furor, e os maisimportantes acontecimentos do grupo “hitmaker” viraramo livro Tudo de Novo, escrito pela jornalista VanessaOliveira. Uma oportunidade de conhecer mais sobre estesmúsicos que juntos já venderam mais de 10 milhões dediscos em mais de três décadas de carreira.

Os integrantes do Roupa Nova começaram a carreiranos anos 1960, em grupos de baile do subúrbio carioca. Nadécada seguinte se aglutinaram na banda Famks, em quelançaram diversos compactos, dois LPs e álbuns comsucessos do momento. Em 1979, o produtor MariozinhoRocha, então na gravadora Polygram, queria um grupo noestilo de A Cor do Som e 14 Bis para seu elenco. Foi elequem batizou o grupo, inspirado na música de MiltonNascimento e Fernando Brant.

BIOGRAFIA AUTORIZADA? - “Se vocês nãoautorizarem eu coloco de graça na internet. A história devocês precisa ser conhecida”, esse foi o principalargumento para vencer a resistência do grupo sobre umabiografia, conta Vanessa à Agência Estado. Aos poucos,Cleberson Horsth, Ricardo Feghali, Kiko, Nando e Paulinhodecidiram compartilhar o baú de lembranças. A exceçãofoi Serginho. De personalidade reservada, não forneceu

depoimento e nem compareceu às sessões de autógrafos dolivro. A autora conta que sua principal motivação aoescrever o livro era desfazer alguns mitos,entre eles o de que o grupo só fezsucesso por conta de músicas emtrilhas de novela. A escritora juranão se tratar de uma biografia“chapa branca”.

SÃO MOSTRADOS - Hitscomo Whisky A Go Go fazem comque o grupo continue na lembrançapopular. Difícil uma festa que nãotoque esta música. A bandapermaneceu nas paradas de sucessoaté o início da década de 1990,quando o sertanejo e o pagode (alémdo axé) tomaram de assalto asparadas. Para a autora, os anos 2000,após o projeto Roupacústico, bancadopela própria banda, houve umrenascimento. “Eles sofreram muitopreconceito desde o início, porque têmdiversas influências e não se encaixamem nenhum estilo. Foi o talento deles e avontade de fazer música, além docontato com o público, que os fezpermanecer na ativa”, observa Vanessa. (Com Agência Estado)

TUDO DE NOVO

Em 3 décadas de carreira,grupo já vendeu mais de

10 milhões de discos

Livro traz história do Roupa Nova

CUIABÁ, TERÇA-FEIRA, 24 DE DEZEMBRO DE 2013 A GAZETAD- VIDA3

R

Divulgação

IA versão americana de Cantiga foi incluída nalista de 10 livros infantojuvenis mais bonitos de2013 do The New York Times Book Review

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Viva.26 Brasília, domingo,

12 de janeiro de 201 4JORNAL DE BRASÍLIA

LANÇAMENTO

História e glória doseternos românticos

Repleto de curiosidades, livrorecupera trajetória de três décadasde altos e baixos do Roupa Nova

Início nos bailesOs integrantes do RoupaNova começaram a carreirano final dos anos 1960, emconjuntos de baile dosubúrbio carioca. Na décadaseguinte se aglutinaram nabanda Famks, com a qualregistraram diversoscompactos, dois LPs eálbuns com sucessos dom o m e n to.Em 1979, o produtorMariozinho Rocha, então nagravadora Polygram,precisava de um grupo noestilo de A Cor do Som e 14Bis para seu elenco. Foi elequem batizou o grupo,inspirado na música deMilton Nascimento eFernando Brant.O livro também disseca osbastidores das colaboraçõesdo Roupa Nova comgrandes nomes da MPB,

como MiltonNascimento e Rita Lee.

S E RV I ÇO

Tudo De Novo» Autor: Vanessa Oliveira» Páginas: 560» Editora: Best Seller» Preço médio: R$ 50

“Se vocês nãoautorizarem eu colocode graça na internet.A história de vocêsprecisa serconhecida .”Vanessa Oliveira, a u to ra

Dilema entre olado autoral e omais comercial

Foi graças a um impulso agressi-vo de um dos integrantes que oRoupa Nova passou a existir defi-nitivamente. O livro relata que ogrupo chegou aos anos 1980 dividi-do entre o dinheiro garantido comoFamks e a possibilidade de umacarreira com nova denominação.

Após um baile no interior de Mi-nas, vendo os colegas comendochurrasco com farofa e batata fritade lanche, o guitarrista Kiko ficouparalisado e reagiu, chutando o ta-buleiro com a comida. "É isso quevocês querem? Porque não é issoque eu quero", disse. Foi - literal-mente - o pontapé que faltava paraconvencer os outros músicos.

AU G EA partir de 1984, com a ida para a

RCA, o grupo chega ao seu auge co-mercial. O primeiro disco na grava-dora teve total interferência do pro-dutor Miguel Plopschi. Tudo de Novomostra que os integrantes ficaramdivididos entre entregar o álbum nasmãos de Plopschi, que queria tor-ná-los mais pop e comerciais, oumanter a linha dos álbuns anterio-res, com repertório fornecido porcompositores alinhados com a MPB.

A partir daí, o grupo emplaca hitscomo Whisky A Go Goe permanecenas paradas de sucesso até o iníciodos anos 1990, quando o sertanejo eo pagode passaram a reinar absolu-tos. O renascer da banda acontecenos anos 2000, após o projeto Rou -pacústico, bancado pela própriabanda.

A questão da autorização préviapara biografias no Brasil aindanão era polêmica quando a jorna-lista Vanessa Oliveira começou aescrever Tudo De Novo, livro queconta a história do Roupa Nova eleva em seu subtítulo a palavra"oficial". Mas, procure saber: o ad-jetivo não caracteriza o livro comochapa-branca. Bem apurada, apublicação relata sem mani-queísmo as personalidades de ca-da um dos seis integrantes, o pre-ço do sucesso e, principalmente, acapacidade de se adaptar dentrodo mercado que os forjou.

Inicialmente, o grupo resistiu àideia do livro. Na primeira reuniãoentre a autora e os músicos, em2010, eles perguntaram a Vanessase a obra seria publicada mesmo

sem autorização. "Se vocês não au-torizarem eu coloco de graça na in-ternet. A história de vocês precisaser conhecida", foi a resposta. Aospoucos, Cleberson Horsth, RicardoFeghali, Kiko, Nando e Paulinhoabriram suas casas, corações e baús.

A exceção foi Serginho. De per-sonalidade reservada, não forneceudepoimento e nem compareceu àssessões de autógrafos do livro.

R E S E RVA D O"No caso do Serginho, tive de re-

correr a outras fontes. Ele é umapessoa que gosta de manter a vidaprivada. Mas nada foi imposto emnenhum momento por nenhumdeles, ninguém me impediu de na-da", afirma Vanessa, fã do RoupaNova desde criança. Ela contaque sua principal motivaçãoao escrever o livro era desfa-zer alguns mitos, entre eles ode que o grupo só fez sucessopor conta de músicas em tri-lhas de novela.

A banda queria gravar um Acús-tico MTV. ,as a emissora negou aproposta, alegando que a banda nãoatingia seu público-alvo. "Eles so-freram muito preconceito desde oinício", observa Vanessa.

D I VU LGAÇ ÃO

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