Est Tudo Sob Controle?

Passados quase dois meses, do incndio ocorrido no terminal de lquidos da empresa ULTRACARGO localizada no Porto de Santos dentro do bairro da Alemoa, supreendentemente vrias perguntas continuam sem respostas. O incndio teve incio no dia 02 de abril e foi extinto no dia 09 do mesmo ms, durante esses longos oito dias todas as informaes foram bastante

contraditrias e mesmo agora elas no esto bem claras para as populaes do seu entorno. Afinal, quais foram s verdadeiras causas do incndio? Quais os produtos foram queimados? Quais os agentes qumicos extintores utilizados? Quais os riscos reais para todas as pessoas, tanto os que atuaram no combate quanto as populaes? Qual a extenso dos danos ambientais. No se pode deixar de apurar profundamente de forma sria e isenta, todos os processos e desdobramentos do caso, afinal como vai ser monitorado a sade das populaes, sobretudo do entorno que durante cerca de 190 horas estiveram severamente expostos a agentes txicos perigosos oriundos da queima incompleta de combustveis. Certamente todo o cuidado que se deixou e est se deixando de ter com a populao diretamente impactada deveriam ser indenizados, pois esto na linha do tempo que se inicia no acidente, na assimilao dos materiais txicos advindos do acidente e da sua repercusso na sade, que poder levar dcadas para se manifestar em doenas, inclusive o cncer.

O incndio acabou, e agora?

A populao ainda espera muitas respostas e transparncia nas investigaes e na destinao das multas e compensaes, de modo que essas retornem para mitigar, sobretudo, as populaes mais impactadas pelo acidente, uma vez que, existem evidncias de grande probabilidade de danos sade devido exposio qumica que sofreram todas as pessoas envolvidas diretamente no combate ao incndio e toda a populao do entorno imediato, como tambm aquelas mais afastadas. O incndio lanou na atmosfera imensa quantidade de CO2, CO, NO, NO2, SO2, MP e fuligens que so tpicas de misturas pobres em oxignio quando da queima de alguns compostos aromticos. A queima incompleta tambm produz hidrocarbonetos policclicos aromticos (HPAs), sendo o mais preocupante deles o BENZOPIRENO. Ainda h preocupao da exposio aos vapores de solventes no queimados e as possveis combinaes ainda mais txicas devido as reaes da gua salgada e o LGE a base de Flor, quando expostos s altas temperaturas no local, estimada em 800C.

Dirio do Litoral

Sociedade de Melhoramentos do So Manoel UCOM Alemoa

Frum Cidadania de Santos Associao de Combate aos Poluentes (ACPO)

Txicos Por Toda Parte

de conhecimento cientfico que a combinao de hidrocarbonetos + altas temperaturas + compostos halogenados formam quantidades de compostos organo-halogenados como os famosos CFCs e as Dioxinas e Furanos, essas ltimas so conhecidas como molculas da morte. Esses e outros poluentes orgnicos persistentes (POPs), que so rigidamente controladas pelos termos da Conveno de Estocolmo, possivelmente, foram formados no incndio, podendo no desprendimento terem se somados aos particulados liberados durante o processo e dispersos por sobre toda a regio devido ao movimento dos ventos, que durante o perodo (nove dias) sopraram em direes variadas com foras e velocidades diversas.

importante que as nossas autoridades olhem para o lado certo, de modo a enxergar que na verdade nada est sob controle. preciso fazer enxergar, que se torna cada vez mais urgente a real atuao dos rgos competentes constitudos. A CONASQ e a CGVAM, por exemplo devem assumir de fato e completamente as suas responsabilidades, saindo da posio de meros espectadores para a ao concreta, a fim de evitar que nveis de poluio e exposio qumica como essa experimentada pela Baixada Santista, passe como se no houvesse nenhum perigo para a

populao da Regio. Por exemplo, a realizao de uma avaliao de risco a sade humana por meio da metodologia ATSDR adaptada pelo Ministrio da Sade, oferece condies de avaliar a situao de riscos no passado, presente e futuro, tanto para avaliar os efeitos desse acidente, como todo o perigo que comporta a Alemoa aos seus moradores e aos moradores do entorno. Isso sem falar da necessidade de se cobrar responsabilidades pela incapacidade tcnica instrumental dos rgos constitudos para lidar como esse tipo de acidente ampliado.

LGE lquido gerador de espuma No txico?

Os LGEs de ltima gerao, so sintticos-fluorados, so considerados no txicos e biodegradveis (???), so normalmente constitudos por tensoativos fluorados, hidrocarbonetos polimricos de alto peso molecular e solventes. Devem ser misturados com gua doce ou do mar na proporo de 3% de LGE para 97% de gua, em incndios envolvendo derivados de petrleo, ou na proporo de 6% de LGE para 94% de gua em incndios envolvendo solventes polares (ALCOOL, CETONAS, TER, ETC.). Podem ser usados com equipamentos de espuma convencionais, com gua doce, salgada ou salobra (G.N). Entendemos que esses componentes podem ser bem txicos.

Fontes Pesquisadas:

http://www.disaster-info.net/lideres/portugues/brasil_07/apresentacoes/CCGVAM.pdf http://www.ambiente.gov.br/clima/energia/energias-renovaveis/energia-maremotriz/itemlist/category/20-seguranca-quimica?limitstart=0 http://www.bombeiros.com.br/br/utpub/lge.php http://www.kidde.com.br/productssystemsandservices/pages/liquidfoamgenerators.aspx http://www.bombeiros.com.br/br/utpub/lge.php http://www.protexfire.com.br/linha-espuma-mecanica-e-lge/liquido-gerador-de-espuma-lge-3-e-6-kidde.php http://www.kidde.com.br/Documents/_Sintex%20AFFFARC%203_%20x%206_.pdf

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