TURMA SEREI DELTA 4

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MATERIAL DE APOIO ESQUEMATIZADO

A finalidade deste material não é exaurir o conteúdo, mas trazer de forma complementar, direcionada e esquematizada, fazendo com que o aluno tenha contato com os temas de maior incidência nas provas de Delegado de Polícia, baseando-se em pesquisas e análise das provas.

Além disso, utilizamos o processo de aprendizado avançado, explicitando informações na medida suficiente e necessária para que o aluno consiga estudar, revisar e memorizar com qualidade.

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MEDICINA LEGAL

SUMÁRIO

ANTROPOLOGIA FORENSE ......................................................................................................... 6

1) Identidade e Identificação ............................................................................................................ 6

2) Identificação médico-legal ........................................................................................................... 9

3) Identificação judiciária ............................................................................................................... 18

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NOVO EDITAL CODIFICADO – TURMA SEREI DELTA 4.0

DISCIPLINA: MEDICINA LEGAL

TÓPICO ANTROPOLOGIA FORENSE

SUBTÓPICO

Identidade e Identificação

Identificação médico-legal

Identificação judiciária

MAPA

Identidade e Identificação O que é identidade? Identidade é o conjunto de elementos que permitem a individualização de algo.

Identidade objetiva: Aquela que nos permite afirmar tecnicamente que determinada pessoa é ela mesma por apresentar um elenco de elementos positivos e mais ou menos perenes que a faz distinta das demais.

Identidade subjetiva: A sensação que cada indivíduo tem de que foi, é e será ele mesmo, ou seja, a consciência da sua própria identidade, ou do seu “eu”.

E o que é identificação? É a maneira de se definir algumas características individualizantes, ou melhor, é o uso de técnica ou técnicas confiáveis, por peritos, em busca desta identidade.

Identificação médico-legal Como se faz a identificação médico-legal? Nesses procedimentos, exige-se, além dos conhecimentos médico-legais, também entendimentos ciências acessórias.

1) Identificação da espécie: Através do estudo dos ossos e do sangue, possibilita diferenciar restos humanos de restos de outras espécies. Obviamente, antes de qualquer outro procedimento, a principal preocupação é a identificação da espécie.

2) Identificação da raça: Os tipos étnicos fundamentais são: caucasianos, mongólicos, indianos, negroides e australoides.

3) Identificação do sexo: Na pessoa normal ou no morto recentemente, é fácil a identificação do sexo. Na medida em que os fenômenos cadavéricos transformativos (putrefação) vão surgindo, as dificuldades vão se tornando maiores. Quando esqueleto, características que discriminam homens de mulheres não se manifestam até a puberdade.

4) Identificação da idade: Quanto mais jovem o periciando, melhor para conseguir a aproximação da idade cronológica, porque são maiores as alterações que ocorrem nos primeiros anos de vida.

5) Determinação da estatura: No cadáver, as medidas são tomadas em decúbito dorsal, por dois planos verticais que passam pelo vértice e pela planta dos pés.

Deve-se deduzir 16mm da medida total, correspondente ao achatamento natural dos discos intervertebrais sobre as cartilagens intra-articulares, e, no esqueleto em posição normal, deve-se aumentar, nessa medida total, 6cm correspondentes às partes moles destruídas.

6) Identificação pelos dentes: Importante principalmente nos carbonizados e esqueletizados. É possível desde que haja uma ficha dentária prévia, que permita comparação. Ademais, os dentes também podem fornecer material para a análise do DNA.

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7) Identificação pelo DNA: Muito utilizada nas perícias de investigação do vínculo genético para corpos desconhecidos, paternidade e análise de vestígios em locais de crime. Tem um grande grau de unicidade, pois é praticamente impossível duas pessoas com DNA igual. Ademais, sua probabilidade de acerto é de 99,99%. A probabilidade de existirem duas pessoas com o mesmo DNA é de um em trilhões.

8) Palatoscopia: Palatoscopia ou rugoscopia palatina é o processo pelo qual pode-se obter a identificação humana, inspecionando as pregas palatinas transversas encontradas na abóbada da boca. Consiste na reprodução que a impressão deixa nas saliências existentes no palato, que são facetas imutáveis.

9) Queiloscopia: Na identificação humana, em situações muito especiais, podem-se utilizar os sulcos da estrutura anatômica dos lábios, através de suas impressões quando os lábios estão com pintura ou batom comum (impressões visíveis) ou por meio de impressões deixadas pelos lábios cobertos apenas pela saliva (impressões latentes).

10) Identificação por superposição de imagens: Apesar de não ser um método seguro, pode ser usado quando falhar os métodos mais significativos. Consiste na superposição de fotos do indivíduo tiradas em vida sobre a foto do esqueleto do crânio. Destaca-se a altura de implantação das orelhas.

ATENÇÃO! Esses procedimentos sempre são feitos por legistas.

Identificação judiciária

Como é feita a identificação judiciária?

Ela pode ser feita das seguintes maneiras:

1) Assinalamento sucinto: É realizada uma anotação da estatura, da raça, da

idade, da cor dos olhos e do cabelo. Ainda hoje, é utilizado em documentos.

2) Fotografia simples: É um processo ainda utilizado nas cédulas de identificação. Apresenta, no entanto, grande possibilidade de falha, por alguns motivos: dificuldade de classificação, alterações dos traços fisionômicos com o decorrer dos anos (não perenidade) e o problema dos sósias e gêmeos (não unicidade).

3) Fotografia sinaléptica: É uma fotografia de frente e de perfil, com redução fixa de 1/7. Foi preconizado por Bertillon e utilizada na forma de superposição de imagens, comparando-se detalhes mínimos. Assim como a fotografia simples, é prova de valor relativo.

4) Retrato falado: Obtido por meio de pormenores relatados pelas testemunhas, com utilização de fichas e programas de computadores, contendo vários modelos de partes importantes da fisionomia.

5) Sistema datiloscópico de Vucetich: Datiloscopia estuda as impressões digitais, que são vestígios e marcas deixadas pelas polpas dos dedos graças à substância gordurosa secretada pelas glândulas sebáceas em quase todos os locais de crime e em objetos os mais variados.

Vucetich idealizou seu sistema de identificação com três sistemas de linhas (basilares, marginais e nucleares) e quatro figuras de classificação: arco, presilha interna, presilha externa e verticilo.

Vucetich se baseou, fundamentalmente, na presença ou ausência de delta.

Delta é uma figura triangular formada pelo encontro das linhas diretrizes, com a função de separar os três sistemas de linhas

Verticilo: São datilogramas que apresentam dois deltas.

Representado pela letra V, quando nos polegares, e pelo número 4 quando nos outros dedos

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ANTROPOLOGIA FORENSE 1) Identidade e Identificação COMPLEMENTAÇÃO DO TEMA! O que é identidade? Conceitua-se identidade como o conjunto de caracteres que individualiza uma pessoa ou uma coisa, fazendo-a distinta das demais. É um elenco de atributos que torna alguém ou alguma coisa igual apenas a si próprio.

A identidade é um fato e não uma convenção; torna-se, pois, necessário fixar meio inequívoco e único de prová-la, legalmente, para facilitar a prática de atos civis dos indivíduos, na vida jurídica, isto é, nas relações familiares, sucessórias, contratuais, políticas, no exercício de todos os direitos e obrigações pessoais que se baseiam na certeza da identidade individual.

Quem pode ser identificado? A identificação pode efetivar-se no vivo (desaparecidos, pacientes mentais desmemoriados, menores de idade, recusa de identidade); no morto (desastres em massa, cadáveres sem identificação, mutilados, estados avançados de putrefação e restos cadavéricos); e no esqueleto (decomposição em fase de esqueletização, esqueletos e ossos isolados).

Em qualquer perícia dessa natureza sua técnica é realizada em três fases:

1.1) Primeiro registro: Em que se dispõe de certos caracteres imutáveis do indivíduo, e que possa distingui-lo dos outros;

1.2) Segundo registro: Dos mesmos caracteres, feito posteriormente, na medida em que se deseja uma comparação;

1.3) Identificação propriamente dita: Em que se comparam os dois primeiros registros, negando ou afirmando a identidade procurada.

Quais são as condições para que um método de identificação seja aceito? Os fundamentos biológicos ou técnicos que qualificam e que preenchem as condições para um método de identificação ser considerado aceitável são:

Unicidade: Também chamado de individualidade, ou seja, que determinados elementos sejam específicos daquele indivíduo e diferentes dos demais.

Imutabilidade: São as características que não mudam e não se alteram ao longo do tempo.

Perenidade: Consiste na capacidade de certos elementos resistirem à ação do tempo, e que permanecem durante toda a vida, e até após a morte, como por exemplo o esqueleto.

Presilha Externa: São datilogramas que apresentam um delta à esquerda do observador.

Representada pela letra E, quando nos polegares, e pelo número 3 quando nos outros dedos.

Presilha interna: São datilogramas que apresentam um delta à direita do observador.

Representada pela letra I nos polegares e pelo número 2 nos demais dedos

Arco: Ausência de delta.

Representado pela letra A nos polegares e pelo número 1 nos demais.

ATENÇÃO! Diferentemente da identificação médico-legal, a identificação judiciária independe de conhecimentos médicos. Utiliza dados antropométricos e antropológicos para a identidade civil e caracterização dos criminosos. É realizada por peritos e não médicos.

BIZU! Presilha Externa = Delta à Esquerda

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Praticabilidade: Um processo que não seja complexo, tanto na obtenção como no registro dos caracteres.

Classificabilidade: Este requisito é muito importante, pois é necessária certa metodologia no arquivamento, assim como rapidez e facilidade na busca dos registros.

ATENÇÃO! Não confunda identificação com reconhecimento, método previsto no CPP.

Reconhecimento é o método que a polícia utiliza na fase inquisitiva (fase de Inquérito).

O método reconhecimento é falho, pois é subjetivo, pessoal, e depende de vários fatores como memória, visão e emoção de quem vai reconhecer.

O método da identificação é objetivo, técnico e científico, sendo mais preciso. Por isso, o perito não deve reconhecer, mas sim identificar (o exame no DNA, o exame na arcada dentária, não são processos de reconhecimento, mas sim de identificação).

QUADRO ESQUEMÁTICO! Veja as diferenças entre os seguintes institutos:

IDENTIDADE IDENTIFICAÇÃO RECONHECIMENTO

Conjunto de elementos característicos de uma pessoa, que a individualiza, distinguindo-a das demais.

Processo técnico e científico empregado para determinar a identidade. É o método para obter a identidade.

Método que a polícia utiliza na fase inquisitiva (fase de Inquérito).

É falho, pois é subjetivo, pessoal, e depende de vários fatores como memória, visão e emoção de quem vai reconhecer.

QUADRO ESQUEMÁTICO! Um método de identificação adequado possui as seguintes qualidades técnicas e biológicas:

FUNDAMENTOS BIOLÓGICOS FUNDAMENTOS TÉCNICOS

UNICIDADE OU INDIVIDUALIDADE

IMUTABILIDADE PERENIDADE PRATICABILIDADE CLASSIFICABILIDADE

O elemento escolhido como identificador é específico para cada indivíduo

São características que não mudam ao longo do tempo.

Capacidade de certos elementos resistirem à ação do tempo; permanecem durante toda a vida e, até certo tempo, após a morte.

Fácil de ser obtido e de ser registrado.

Pode ser arquivado, tornando fácil a busca do registro.

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QUADRO ESQUEMÁTICO! Agora vejamos os sinais que podem ajudar na identificação:

SINAIS QUE AUXILIAM NA IDENTIFICAÇÃO

INDIVIDUAIS Todo sinal personalíssimo, como, por exemplo, a forma e a disposição dos olhos, a forma e a implantação das orelhas, os nevos, os desgastes, as cáries e as próteses dentárias, a consolidação viciosa das fraturas, as cicatrizes etc., fornece elementos importantes para a caracterização dos indivíduos, ou mesmo para excluí-la.

MALFORMAÇÕES Anomalias congênitas (presentes no nascimento), como lábio leporino, pé torto, dedos supranumerários, bem como anomalias adquiridas, como calos de fraturas antigas, podem ajudar na identificação.

PROFISSIONAIS Os estigmas que a constância de um trabalho imprime nos obreiros, como as unhas dos fotógrafos, a calosidade na mão dos sapateiros, os resíduos perduráveis corporais, as ulcerações e os vestígios de doenças peculiares às indústrias insalubres têm real importância na identificação médico-legal, pois dão indicação segura das profissões exercidas por esses indivíduos.

CICATRIZES Traumáticas (ação de agentes mecânicos, queimaduras), patológicas (vacinas) ou cirúrgicas, além das resultantes de fraturas (calo ósseo).

TATUAGENS As tatuagens constituem sinais de identidade particular, pois indicam o passado, os costumes, a profissão do indivíduo. Ademais, traduzem informes raciais, regionais, afetivos, criminais.

VAMOS PRATICAR! 1. (FUNCAB - 2016 - PC-PA – Papiloscopista) Um bom método de identificação deve atender a quatro características ou exigências: duas de caráter biológico e duas de caráter técnico. Assim, aponte dentre as opções abaixo, aquela que apresenta as quatro características corretas.

a) Unicidade, imutabilidade, classificabilidade e praticabilidade

b) Visibilidade, praticabilidade, variabilidade e classificabilidade

c) Unicidade, variabilidade, imutabilidade e praticabilidade

d) Unicidade, imutabilidade, classificabilidade e variabilidade

e) Variabilidade, imutabilidade, visibilidade e praticabilidade

2. (INSTITUTO AOCP - 2018 - ITEP - RN - Perito Médico Legista – Médico) Em relação ao processo

de reconhecimento, assinale a alternativa correta.

a) É o ato de certificar-se, conhecer de novo, afirmar conhecer o qual deverá ser realizado por perito criminal.

b) É uma afirmação laica de um parente ou conhecido sobre alguém que diz conhecer, portanto não pode ser utilizado como rotina em repartições médico-legais.

c) É uma perícia de identificação objetiva que se dá por comparação dos registros dentários e dados antropométricos.

d) É um conjunto de técnicas específicas empregadas para que se tenha a identidade.

e) A pessoa que reconhece, normalmente, assina um termo de reconhecimento cujos formulários estão disponíveis nos institutos médico-legais.

GABARITOS COMENTADOS

1. Comentários: Métodos de identificação humana confiáveis devem dispor de ao menos 4 (quatro) características indispensáveis, sendo 2 (duas) de caráter biológico, quais sejam, a unicidade e a imutabilidade; e 02 (duas) de caráter técnico, quais sejam, classificabilidade e praticabilidade.

A alternativa “a” está certa.

b) Incorreta. A visibilidade e a variabilidade não são características indispensáveis.

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c) Incorreta. A variabilidade não é uma característica indispensável.

d) Incorreta. A variabilidade não é uma característica indispensável.

e) Incorreta. A visibilidade e a variabilidade não são características indispensáveis

2. Comentários: O reconhecimento significa apenas o ato de certificar-se, conhecer de novo, admitir

como certo ou afirmar conhecer. É, pois, uma afirmação laica, de um parente ou conhecido, sobre alguém

que se diz conhecer ou de sua convivência. Pode essa pessoa que reconhece inclusive, assinar um

"termo de reconhecimento", cujos formulários habitualmente existem nas repartições médico-legais.

A alternativa “e” está certa.

a) Incorreta. O erro da questão está em afirmar que o perito deve realizar o reconhecimento, quando, na verdade, o perito participa do processo de identificação (que é o processo técnico de determinação da identidade) e não de reconhecimento (método não-científico).

b) Incorreta. O reconhecimento, embora seja um método subjetivo, opinativo, precário e não-científico, ainda é muito utilizado em repartições médico-legais. As informações obtidas pelo reconhecimento não podem fundamentar a perícia, mas servem para dar maior embasamento aos elementos encontrados por meio de métodos científicos confiáveis.

c) Incorreta. Não se trata de perícia. É um método de comparação no qual a pessoa que realiza o reconhecimento compara os dados memoriais que possui com a imagem que lhe foi apresentada. Não é feito por perito, mas por pessoas comuns.

d) Incorreta. O processo técnico que determina a identidade chama-se identificação e não reconhecimento como afirma a questão.

2) Identificação médico-legal COMPLEMENTAÇÃO DO TEMA Como se dá a identificação médico-legal? Neste processo de identificação, exigem-se não só conhecimentos e técnicas médico-legais, como também entendimento de suas ciências acessórias. Sempre é feita por legistas. A identificação médico-legal pode ser efetuada quanto aos seguintes aspectos:

2.1) Identificação da espécie Este estudo pode ser levado a efeito nos elementos definidos a seguir:

Ossos: A distinção entre os ossos de animais e do homem é feita de início, morfologicamente, pelo exame de suas dimensões e caracteres que os tornam diferentes.

Sangue: Depois de ter-se a certeza de que o material pesquisado é sangue, passa-se à identificação específica.

A forma e a dimensão dos glóbulos sanguíneos, a presença ou não de núcleos, tudo isso pode ser a pedra de toque para a perícia.

2.2.) Identificação da raça São várias as dificuldades para estimar a cor da pele pelo esqueleto. Isso porque, além dos tipos fundamentais, há uma enorme miscigenação. Desta forma, tal identificação possui valor relativo.

Os tipos étnicos fundamentais são: Caucasianos, mongólicos, indianos, negroides e australoides.

Ottolenghi classifica em cinco os tipos étnicos fundamentais: 2.2.1) Tipo caucásico: Pele branca ou trigueira; cabelos lisos ou crespos, louros ou castanhos; íris azuis ou castanhas; contorno craniofacial anterior ovoide ou ovoide-poligonal; perfil facial ortognata e ligeiramente prognata.

2.2.2) Tipo mongólico: Pele amarela; cabelos lisos; face achatada de diante para trás; fronte larga e baixa; espaço interorbital largo; maxilares pequenos e mento saliente.

2.2.3) Tipo negroide: Pele negra; cabelos crespos, em tufos; crânio pequeno; perfil facial prognata; fronte alta e saliente; íris castanhas; nariz pequeno, largo e achatado; perfil côncavo e curto; narinas espessas e afastadas, visíveis de frente e circulares.

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2.2.4) Tipo indiano. Não se afigura como um tipo racial definido. Estatura alta; pele amarelo-trigueira, tendente ao avermelhado; cabelos pretos, lisos, espessos e luzidios; íris castanhas; crânio mesocéfalo; supercílios espessos; orelhas pequenas; nariz saliente, estreito e longo; barba escassa; fronte vertical: zigomas salientes e largos.

2.2.5) Tipo australoide. Estatura alta; pele trigueira; nariz curto e largo; arcadas zigomáticas largas e volumosas; prognatismo maxilar e alveolar; cintura escapular larga e pélvica estreita; dentes fortes; mento retraído; arcadas superciliares salientes e crânio dolicocéfalo.

No Brasil além do negro, do índio e do branco, devido à miscigenação, temos: Mulato: branco com negro

Mameluco: branco com índio

Cafuso: negro com índio

Elementos que caracterizam as raças: Forma do crânio

Índice cefálico (relação largura-comprimento do crânio) - a capacidade do crânio é maior na raça branca, seguindo-se em ordem decrescente, a amarela e a negra.

Ângulo facial (projeção da mandíbula ou maxilar para frente) – é máximo nos brancos e mínimo nos negros

Envergadura - os negros comumente têm os membros superiores mais longos em relação aos inferiores. Assim, os índices tibiofemoral e radioumeral tem importância para a identificação racial.

Tipo de cabelo

Cor da pele

Os ângulos do crânio usados para a estimativa da cor da pele são:

JACQUART: Constituído pela linha horizontal aurículo-espinhal e a linha facial que passa pela parte mais saliente do centro da fronte e cruza a linha AS na base da espinha nasal anterior.

CLOQUET: Constituído pela linha aurículo-alveolar e a linha facial. Constituído pela linha horizontal aurículo-espinhal e a linha facial que passa pela parte mais saliente do centro da fronte e cruza a linha AS na base da espinha nasal anterior.

CUVIER: Constituído pela linha aurículo-dental e a linha facial.

2.3) Identificação do sexo

Qual é a diferença entre o esqueleto do homem e da mulher? O esqueleto do homem é, em geral, maior, mais resistente e com as extremidades articulares maiores.

As partes que realmente fornecem subsídios de valor para a identificação do sexo são (em ordem de importância):

1) Pelve (bacia)

2) Crânio

3) Tórax

4) Fêmur

5) Úmero

6) Primeira vértebra cervical

2.4) Identificação da idade

Quais são as fases etárias da vida humana? São as seguintes:

Vida intrauterina: Embrião, até o 3.º mês. Feto, até o parto;

Infante nascido: Nascido que ainda não recebeu cuidados higiênicos;

Recém-nascido: Nascido, recebeu cuidados higiênicos;

Primeira infância: Até os 7 anos;

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Primeira infância: Dos 8 aos 11 anos;

Adolescência: 12 aos 18 anos;

Mocidade: 19 aos 21 anos;

Idade adulta: 22 aos 60 anos;

Velhice: 61 aos 80 anos;

Senilidade: Após os 80 anos.

No feto, a identificação é feita pelo aspecto morfológico e pela estatura.

Do primeiro ao terceiro mês de vida intrauterina, o crescimento é de 6 cm por mês.

A partir do quarto mês, é de 5,5cm por mês.

Não é difícil distinguir-se uma criança de um adulto ou de um velho. É no período de transição das fases etárias da vida humana que surgem as dificuldades, pois a aparência do indivíduo modifica-se paulatinamente com o passar dos anos. Vários são os parâmetros utilizados. Vejamos:

Quanto à pele, o aparecimento de rugas, a partir de 25 ou 30 anos, é variável.

Quanto aos pelos pubianos, na mulher surgem aos 12 ou 13 anos, nos homens aproximadamente entre 13 e 15.

No globo ocular, a presença de faixa acinzentada ao redor da íris, chamada arco senil, ocorre:

Em 20% das pessoas - na faixa de 40 anos

Em 100% - na faixa acima de 80 anos

Portanto, esses parâmetros têm valor relativo na identificação da idade.

Os dentes também podem auxiliar na identificação. Os dentes passam por vários estágios de desenvolvimento desde o útero até a idade adulta e esses estágios de desenvolvimento e erupção podem ser usados para estimar a idade do indivíduo.

Quanto mais jovem o periciando, melhor para conseguir a aproximação da idade cronológica, porque são maiores as alterações que ocorrem nos primeiros anos de vida. O melhor método de identificação da idade é a radiografia dos ossos, mais especificamente do punho.

Atualmente se aceita a Tabela de Grevlisch para determinar a idade das pessoas. Grevlisch, ao radiografar os ossos dos braços das pessoas, chegou a um padrão de calcificação para determinar as faixas etárias jurídicas.

Esse processo de calcificação dos ossos se encerra com 21 (vinte e um) anos.

Temos 32 (trinta e dois) pontos de observação (ossos) para identificar a idade das pessoas no braço e mão. É por isso que se adota essa parte do corpo para proceder a identificação: Pela quantidade de detalhes e variedade de pontos de observação.

Os ossos das crianças e adolescentes apresentam uma região constituída por cartilagem, que permite o crescimento.

2.5) Identificação pela estatura

Como é feita a identificação pela estatura? No vivo, a estatura é obtida com o indivíduo em pé, em perfeita posição de verticalidade; no cadáver, com uma régua especial, cujas hastes tocam no ponto mais alto da cabeça e na face inferior do calcanhar.

Porém, quando dispomos apenas dos ossos longos dos membros, podemos alcançar a estatura baseada na tábua osteométrica de Broca ou nas tabelas de Étienne-Rollet, de Trotter e Gleser, de Mendonça ou de Lacassagne e Martin.

Basta multiplicarmos o comprimento de um dos ossos longos pelos seus índices, para nos aproximarmos da sua altura quando vivo.

Foi constatado que os ossos fêmur e tíbia, respectivamente, são mais importantes nos cálculos para o estabelecimento da estatura. Quando na ausência dos ossos dos membros inferiores, pode-se apelar para os ossos do membro superior, porém com uma maior margem de erro.

2.6) Identificação pelos dentes

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A identificação pela arcada dentária é algo relevante, principalmente em se tratando de carbonizados ou esqueletizados. Para tanto, é preciso dispor de uma ficha dentária anterior fornecida pelo dentista da vítima. Essa ficha é a peça mais importante para a identificação de desconhecidos ou vítimas de catástrofes de qualquer espécie.

Destarte, a posição e as características de cada dente, seja ele temporário ou permanente, as cáries em sua precisa localização, os restos radiculares, a colocação de uma prótese ou de um aparelho ortodôntico, a condição dos dentes no que diz respeito a cor, erosão, limpeza e malformações, tudo é importante no processo de uma identificação.

Esse processo é também conhecido como Sistema Odontológico de Amoedo, que tem como estratégia o levantamento completo do arco dentário e os assinalamentos de cada peça dentária, formando um conjunto individualizador.

No entanto, esse método de identificação apresenta alguns inconvenientes, tais como: dificuldade de classificação e arquivamento das fichas, mutabilidade das peças dentárias por processos naturais ou patológicos ou por desgastes, além de não se apresentar como um método de execução muito prática.

Em suma, a identificação pelos dentes, levando em conta os requisitos de um bom método, no que diz respeito a cada uma das peças dentárias não seria esse bom método. No entanto, no seu conjunto de caracteres, pode-se dizer que satisfaz, principalmente diante de certas circunstâncias. Pode-se dizer que a arcada dentária é a “caixa preta” do nosso corpo.

2.7) Identificação pelo DNA

O DNA é uma molécula orgânica que contém a informação que coordena o desenvolvimento e o funcionamento de todos os organismos vivos, sendo o responsável pela transmissão de características hereditárias de cada espécie.

Muito utilizado nas perícias de investigação do vínculo genético para corpos desconhecidos, paternidade e análise de vestígios em locais de crime. Tem um grande grau de unicidade, pois é praticamente impossível duas pessoas com DNA igual.

Ademais, sua probabilidade de acerto é de 99,99%. A probabilidade de existirem duas pessoas com o mesmo DNA é de um em trilhões. A variabilidade do DNA, que permite identificar o indivíduo se houver material para confronto, está presente nas células de todos os tecidos.

Como qualquer método de identificação, é necessário que haja registro prévio de DNA do indivíduo que se quer identificar, para que haja a comparação.

Uma vantagem do DNA em relação a outros métodos é que, na ausência de material do próprio indivíduo, a análise de material dos familiares pode suprir.

2.8) Palatoscopia

O que se entende por palatoscopia? Palatoscopia ou rugoscopia palatina é o processo pelo qual pode-se obter a identificação humana, inspecionando as pregas palatinas transversas encontradas na abóbada da boca. Consiste na reprodução que a impressão deixa nas saliências existentes no palato, que são facetas imutáveis.

A impressão palatina é feita na ficha palatoscópica com o uso de material plastiforme, que, aderindo extensamente a toda a mucosa palatina, emite vestígios registrados nas respectivas fichas.

O palato, ou face superior da abóbada bucal, é revestido por uma mucosa muito delicada, que produz rugosidades em face do relevo da superfície óssea dos maxilares superiores. Na linha média existe, a partir do espaço entre os incisivos centrais, um rafê saliente que percorre toda a abóbada bucal.

Para um lado e outro desse rafê, existe uma série de cristas, simples ou ramificadas, de formas mais variadas, chamadas dobras palatinas. De acordo com a disposição dessas rugas, chamadas inicial, complementar, subinicial ou subcomplementar, recebem elas a designação de números e letras e, depois de impressas em material próprio, de acordo com cada fórmula, terão seu destino em fichas para arquivamento.

2.9) Queiloscopia

Na identificação humana, em situações muito especiais, podem-se utilizar os sulcos da estrutura anatômica dos lábios, através de suas impressões quando os lábios estão com pintura ou batom comum

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(impressões visíveis) ou por meio de impressões deixadas pelos lábios cobertos apenas pela saliva (impressões latentes).

O método de identificação pelas impressões labiais foi idealizado pelo norte-americano Lemoyne Snyder e aperfeiçoado pelo brasileiro Martin Santos.

Mesmo não sendo um sistema comum e prático a ser usado na identificação humana, pelas dificuldades de classificação e pelas modificações que essas impressões sofrem no passar do tempo com a idade das pessoas, ele pode tornar-se útil quando no confronto recente de impressões deixadas em objetos ou pertences, como copos, taças, vasos, ou em pontas de cigarro e guardanapos de papel com marcas de batom, ou ainda em almofadas ou similares usados em casos de sufocação.

Seu emprego, portanto, é mais significativo na investigação criminal, pois como método de identificação padronizado necessitaria de um arquivo prévio e de uma metodologia de classificação para futuras comparações a partir de fichas labiais em um grande número de pessoas.

Mesmo que o desenho dessas impressões seja imutável, deve-se considerar que o envelhecimento das pessoas leva a sensíveis modificações dos lábios pela diminuição da massa muscular, principalmente a do lábio superior, levando a um apagamento progressivo das pregas labiais.

2.10) Identificação por superposição de imagens

Também conhecido por método de Piacentino ou craniofotocomparativo, consiste na identificação individual por demonstração fotográfica, utilizando-se a superposição de negativos de fotos do indivíduo tiradas em vida sobre as do esqueleto do crânio.

Não é um método de grande segurança. É usado quando falharem os mais significativos. Fundamenta-se em encontrar perfeita correspondência dos vários pontos ósseos e das partes moles da face, principalmente na fronte, no nariz, no mento e nas órbitas, cotejados em fotografias de frente e três quartos perfil.

Os pontos mais importantes para a presumível identificação devem ser: arcadas orbitárias espinha nasal, meato acústico externo, ângulo nasofrontal, dentes incisivos, prognatismo, forma do nariz e bordas alveolares.

ATENÇÃO! Ângulo facial: Sua importância está na determinação do prognatismo, constituindo-se em um valioso elemento da distinção racial.

Segundo Jacquart, o ângulo é dado por uma linha que passa pelo ponto mais saliente da fronte e pela linha nasal anterior, e por outra linha que vai da espinha nasal anterior ao meio da linha medioauricular, conseguindo, aproximadamente, um ângulo de 76,5° para os brancos, de 72 para os amarelos e de 70,3 para os negros.

São importantes também os ângulos de Curvier (uma linha que passa pela parte mais saliente da fronte até o ângulo dentário superior, e por outra linha que vai do ângulo dentário superior até o conduto auditivo externo) e de Cloquet (uma linha que vai da parte mais saliente da fronte até o ponto alveolar, e outra linha que vai do ponto alveolar até o conduto auditivo externo)

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QUADRO ESQUEMÁTICO! No tema da identificação da raça, é importante conhecer os tipos étnicos:

IDENTIFICAÇÃO DA RAÇA – TIPOS ÉTNICOS FUNDAMENTAIS

CAUCÁSICO MONGÓLICO NEGROIDE INDIANO AUSTRALOIDE

Pele branca ou trigueira; cabelos lisos ou crespos; louros ou castanhos; íris azuis ou castanhas; contorno crânio facial anterior ovoide ou ovoide-poligonal; perfil facial ortognata e ligeiramente ptognata.

Pele amarela; cabelos lisos; face achatada de diante para trás; fronte larga e baixa; espaço interorbital largo; maxilares pequenos e mento saliente.

Pele negra; cabelos crespos, em tufos; crânio pequeno; perfil facial prognata; fronte alta e saliente; íris castanhas; nariz pequeno, largo e achatado; perfil côncava e curto; narinas espessas e afastadas, visíveis de frente e circulares.

Estatura alta; pele amarelo-trigueira, tendente ao avermelhado; cabelos pretos, lisos, espessos e luzidios; íris castanhas; crânio mesocéfalo; supercílios espessos; orelhas pequenas; nariz saliente, estreito e longo; barba escassa; fronte vertical; zigomas saliente e largos.

Estatura alta; pele trigueira; nariz curto e largo; arcadas zigomáticas largas e volumosas; prognatismo.

QUADRO ESQUEMÁTICO! Vejamos as diferenças entre o homem e a mulher:

HOMEM MULHER

Bacia (PELVE) mais estreita e mais funda Bacia mais larga e menos funda

Crânio mais espesso Crânio menos espeço

Tórax é cônico Tórax é ovoide

Dimensões musculares maiores Dimensões e as inserções musculares menos pronunciadas

Sacro mais alto O sacro é mais baixo

Malares mais salientes São mais delicados.

Extremidades articulares são de menores.

Fronte mais inclinada para trás Fronte mais vertical

Glabela salientes Glabela não saliente

Articulação frontonasal angulosa Articulação frontonasal curva

Rebordos supra-orbitários rombos Rebordos supra-orbitários cortantes

Apófises mastóides proeminentes Apófises mastóides menos desenvolvidas

Crânio mais pesado Crânio mais leve

Mandíbula mais robusta Mandíbula menos robusta

Cristas de inserções musculares mais acentuadas. Cristas de inserções musculares menos pronunciadas.

Côndilos occipitais longos e delgados Côndilos occipitais curtos e largos

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QUADRO ESQUEMÁTICO! Para identificar a espécie pelos ossos, podemos utilizar dois métodos:

MACROSCOPICAMENTE MICROSCOPICAMENTE

Pela morfologia dos ossos ou dos dentes. Pela mensuração dos canais de Havers e dos osteoplastos.

Importante destacar a clavícula, pois sua forma em “S” não se repete em nenhuma outra espécie animal.

Os canais de Havers são mais largos e em menor número nos humanos e mais estreitos, redondos e numerosos nos outros animais.

QUADRO ESQUEMÁTICO! Ainda em relação ao osso, temos que:

HUMANO ANIMAL

Forma oval Forma Circular

Mais largo Mais estreito

Menos denso Mais denso

Som abafado Som metálico

VAMOS PRATICAR! 3. (INSTITUTO AOCP - 2018 - ITEP - RN - Perito Médico Legista – Médico) Sobre a identificação

médico-legal, assinale a alternativa correta.

a) Sempre é feita por legistas.

b) Utiliza o DNA como elemento de caracterização do sexo do indivíduo.

c) Leva em conta o estudo da raça, o retrato falado, a himenologia, a dactiloscopia de Vucetich e o estudo do DNA.

d) Em relação à espécie, deve-se levar em consideração a divisão em cinco tipos étnicos fundamentais: caucásico, mongólico, negroide, indiano e australoide.

e) É sinônimo de identificação judiciária, independe de conhecimentos médicos e está fundamentada no uso dos dados antropométricos e antropológicos para a identidade civil e caracterização dos criminosos.

4. (UEG - 2013 - PC-GO - Delegado de Polícia - 1ª prova) Em Antropologia Forense, os ângulos faciais (Jacquart, Cloquet e Curvier) são determinantes para:

a) altura

b) idade

c) sexo

d) raça

5. (FUMARC - 2011 - PC-MG - Delegado de Polícia) No esqueleto, a estimativa do sexo, faz-se pelas características morfológicas observadas, após a puberdade. Os achados mais evidentes do dimorfismo sexual são observados no(a)

a) clavícula.

b) úmero.

c) fêmur.

d) pelve.

6. (Instituto Acesso - 2019 - PC-ES - Delegado de Polícia) Em junho de 2011, um menino de 11 anos de nome Juan foi morto na Grande Vitória. Seu desaparecimento durou duas semanas. Um corpo de criança foi encontrado, no mesmo período, em estado de putrefação, nas margens de um córrego, cerca de alguns quilômetros de distância do local do crime. Na perícia de local, a antropóloga forense identificou o cadáver

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como sendo de uma menina. Posteriormente, por meio de exame genético, comprovou-se que aquele cadáver era do menino de 11 anos. A antropóloga forense, para identificação daquele corpo, de acordo com sua faixa etária, não poderia utilizar o(s)/a(s):

a) desenvolvimento de pelos pubianos.

b) parâmetros morfológicos confiáveis.

c) radiografias das mãos.

d) crânio braquicéfalo.

e) suturas cranianas afastadas.

7. (CEPERJ - 2009 - PC-RJ - Delegado de Polícia) Durante operação policial na favela do Barbante, em Campo Grande, foi encontrado um crânio humano incompleto que apresentava em análise preliminar:

1- suturas cranianas bem visíveis;

2- fronte verticalizada;

3- glabela curva;

4- margens supra-orbitárias finas;

5- orifício em tronco de cone com o bisel voltado para a face externa do osso frontal;

6- processos mastóideos pouco volumosos;

7- ausência de crista na nuca;

8- côndilos occipitais curtos e largos.

Assinale a opção que aponta o diagnóstico pericial.

a) Mulher jovem com uma lesão de saída de projétil de arma de fogo no osso frontal.

b) Homem adulto com uma lesão de entrada de projétil de arma de fogo no osso frontal.

c) Mulher adulta com uma lesão de saída de projétil de arma de fogo no osso frontal.

d) Homem jovem com uma lesão de saída de projétil de arma de fogo no osso frontal.

e) Mulher idosa com uma lesão de entrada de projétil de arma de fogo no osso frontal.

8. (INSTITUTO AOCP - 2018 - ITEP - RN - Perito Médico Legista – Médico) No osso, existe o sistema

de Havers, formado pelo canal e suas lamelas circundantes. Na diferenciação da espécie,

microscopicamente, são observados: forma, diâmetro, direção e número de canais de Havers por

área de tecido ósseo. Humanos apresentam sistema de Havers

a) circulares e paralelos ao longo eixo do osso.

b) elípticos e transversais ao longo eixo do osso.

c) circulares e pouco numerosos.

d) elípticos e com distribuição heterogênea.

e) elípticos e pouco numerosos.

9. (FGV - 2012 - PC-MA - Médico legista) O esqueleto humano pode mostrar aspectos singulares no que diz respeito ao diagnóstico diferencial do sexo. Assinale, entre as características apresentadas a seguir, a que indica tratar- se de um esqueleto do sexo feminino.

a) Forma do arco dental triangular.

b) Côndilos occipitais longos e delgados.

c) Arcos superciliares salientes

d) Ângulo mandibular mais aberto.

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e) Pelve em forma de coração.

GABARITOS COMENTADOS

3. Comentários: Neste processo de identificação, exigem-se não só conhecimentos e técnicas médico -legais, como também entendimento de suas ciências acessórias. Sempre é feita por legistas, sejam eles médicos ou odontologistas.

A alternativa “a” está certa.

b) Incorreta. Dentro da identificação médico-legal o DNA é normalmente utilizado para individualizar um cadáver, comparando com uma amostra referência, para comprovação de parentesco, dentre outras aplicações. O sexo pode ser aferido por meio da análise da amelogenina do DNA, no entanto, não é sua principal função. No caso da identificação médico-legal do sexo, serão utilizadas principalmente características do esqueleto humano para diferenciação.

c) Incorreta. Vejamos cada um separadamente:

Estudo da raça: Certo.

Retrato falado: Errado, identificação judiciária.

Himenologia: Errado, não é um ramo da identificação e sim da sexologia.

Dactiloscopia de Vucetich: Errado, identificação judiciária.

Estudo do DNA: Certo.

d) Incorreta. Os tipos fundamentais citados dizem respeito à identificação da raça, e não da espécie.

e) Incorreta. Identificação médico-legal e judiciária são conceitos distintos. No caso, a alternativa trouxe o conceito de identificação judiciária.

4. Comentários: Na antropologia forense, os ângulos faciais (Jacquart, Cloquet e Curvier) são determinantes para a raça.

A alternativa “d” está certa.

5. Comentários: Na pelve do homem predominam as dimensões verticais (mais estreita e funda) e o sacro é mais alto. Já na mulher a pelve tem maior diâmetro transversal (mais larga e menos funda) e o sacro é mais baixo, características próprias para a reprodução. As partes que realmente fornecem subsídios de valor são (em ordem de importância): A pelve (bacia), crânio, tórax, fêmur, úmero e a primeira vértebra cervical.

A alternativa “d” está certa.

6. Comentários: A braquiocefalia é uma condição de um crânio largo em relação a seu comprimento. Apenas a presença/ausência dessa condição não nos permite inferir nada a respeito da idade do cadáver.

A alternativa “d” está certa.

a) Incorreta. O desenvolvimento de pelos pubianos pode ser utilizado na determinação da idade; no sexo feminino, os pelos pubianos apontam-se dos 12 aos 13 anos. No sexo masculino, dos 13 aos 15 anos.

b) Incorreta. É possível utilizar alguns parâmetros morfológicos para se obter uma avaliação aproximada da idade, como o desenvolvimento e lesões dos órgãos, desenvolvimento das genitálias, aspecto da pele.

c) Incorreta. O estudo radiológico visa cronologicamente ao aparecimento dos pontos de ossificação, o completo desenvolvimento e soldadura dos ossos, dentre outros parâmetros.

e) Incorreta. As suturas cranianas vão se ossificando e desaparecendo na idade adulta, de maneira lenta e progressiva, com um maior surto de atividade na idade avançada.

7. Comentários: Vamos analisar cada uma das características:

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Suturas cranianas bem visíveis: em pessoas mais jovens a sutura é mais visível; com o passar do tempo, elas desaparecem - JOVEM

Fronte verticalizada: MULHER

Glabela curva: Observando-se o crânio de lado, o contorno do osso frontal é liso e reto nas mulheres; nos homens, há uma proeminência evidente da glabela para fora da linha média supraorbital. Esse quesito pode deixar em dúvida.

Margens supra-orbitárias finas: MULHER

Orifício em tronco de cone com o bisel voltado para a face externa do osso frontal: Trata-se do sinal de Bonnet. Tronco do cone - orifício menor. Base do tronco do cone - orifício maior. Bisel voltado para dentro - entrada do projétil. Bisel voltado para fora - saída. Logo, é uma lesão de saída.

Processos mastóideos pouco volumosos – MULHER

Ausência de crista na nuca: MULHER

Côndilos occipitais curtos e largos: MULHER

A alternativa “a” está certa.

8. Comentários: Verificação dos OSSOS: distinção MICROSCÓPICA entre ossos humanos e ossos de animais, através dos CANAIS DE HAVERS. Nos humanos: mais largos, em menor número, elípticos (cerca de 8 por mm²). Nos animais: mais estreitos, numerosos e circulares (cerca de 40 por mm²).

A alternativa “e” está certa.

9. Comentários: Vejamos a diferença:

Esqueleto masculino: Côndilos mandibulares mais robustos, arco dental retangular ou triangular, angulo mandibular mais fechado.

Esqueleto feminino: Arco dental arredondado /triangular, ângulo mais aberto

A alternativa “d” está certa.

3) Identificação judiciária COMPLEMENTAÇÃO DO TEMA! Quais são os métodos mais utilizados para a identificação judiciária? Vejamos: 3.1) Assinalamento sucinto Esse método foi de uso corrente entre nós. Ainda hoje, é utilizado em documentos, daí a anotação da estatura, da raça, da compleição física, idade, cor dos olhos e dos cabelos e algumas alterações mais apelativas da atenção. Tem aceitação, ainda pela imprensa, quando se procura individualizar alguém desaparecido.

3.2) Fotografia simples É um processo ainda em voga nas cédulas de identificação. Até pouco tempo era muito empregada como meio de reconhecimento. Apresenta, no entanto, vários inconvenientes, entre os quais: dificuldade de classificação, alterações dos traços fisionômicos com o decorrer dos anos e o problema dos sósias.

3.3) Fotografia sinaléptica Preconizada por Bertillon, essa técnica resumia-se em fotografar de frente e de perfil o indivíduo, na redução fixa de 1/7.

As fotografias obtidas dessa forma eram superpostas e comparadas em seus menores detalhes, como estatura da fronte, aspecto da fenda palpebral, diâmetros da boca e do nariz, altura do pavilhão auricular, entre outros.

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3.4) Retrato falado

Neste sistema, aproveitam-se minúcias, reveladas por pessoas de boa memória, que produzem detalhes mais importantes de uma fisionomia, emprestando-se maior destaque ao rosto.

As testemunhas relatam uma série de pormenores até formar uma fisionomia que, em certas ocasiões, coincide quase precisamente com o real.

Estes pormenores são de ordem cromática (cor da íris, do cabelo e da pele); morfológica (altura, inclinação e proeminência da fronte; forma, dimensões e particularidades do nariz; forma, separação e particularidades das orelhas); complementar (configuração do crânio; forma dos lábios e do queixo; configuração do cabelo e do penteado; destaque dos lábios, da barba, das sobrancelhas e bigodes).

Embora não inserido como um meio de prova, este método pode ser útil no sentido de apontar, no conjunto dos elementos investigados, indivíduos suspeitos.

3.5) Sistema datiloscópico de Vucetich

Atenção, pois esse é o mais importante e o mais cobrado em provas.

Este notável processo de identificação foi lançado em 1891 e instituído oficialmente no Brasil em 1903, convertendo-se no método exclusivo e mais eficiente da ciência da identidade, disputando a primazia de excelência com a impressão digital genética do DNA.

Juan Vucetich definiu Dactiloscopia como “a ciência que se propõe a identificar as pessoas, fisicamente consideradas, por meio das impressões ou reproduções físicas dos desenhos formados pelas cristas papilares das extremidades digitais”.

Chama-se de desenho digital o conjunto de cristas e sulcos existentes nas polpas dos dedos, apresentando muitas variedades. E, de impressão digital, o reverso do desenho, exibindo-se como um ajuntamento de linhas brancas e pretas sobre determinado suporte.

Um dos elementos mais importantes do desenho digital é o delta: Pequeno ângulo ou triângulo formado pelo encontro dos três sistemas de linhas.

O delta é a característica fundamental na classificação de uma impressão digital. Esta, todavia, põe à vista dois ou três sistemas lineares: Nuclear, basilar e marginal e, na união deles, o delta.

O sistema nuclear é representado por linhas colocadas entre as basilares e as marginais. O sistema marginal é constituído pelas linhas superiores que se sobrepõem ao núcleo. E o sistema basilar é composto pelas linhas que ficam na base da impressão digital, isto é, abaixo do núcleo.

A presença de um, dois ou nenhum delta em uma impressão digital estabelece os quatro tipos fundamentais do Sistema Dactiloscópico de Vucetich:

3.5.1) Verticilo: Presença de dois deltas e um núcleo central. Representado pela letra V, quando nos polegares, e pelo número 4 quando nos outros dedos.

3.5.2) Presilha externa: Presença de um delta à esquerda do observador e de um núcleo voltado em sentido contrário ao delta. Representada pela letra E, quando nos polegares, e pelo número 3 quando nos outros dedos.

3.5.3) Presilha interna: Presença de um delta à direita do observador e de um núcleo voltado à esquerda. Representada pela letra I nos polegares e pelo número 2 nos demais dedos.

3.5.4) Arco: Ausência de deltas e apenas os sistemas de linhas basilares e marginais. Não tem núcleo. Representado pela letra A nos polegares e pelo número 1 nos demais.

Para sua prova saiba que:

Série: Relativo à mão Direita. A letra indica o Polegar e os números em sequência os demais dedos.

Seção: Relativo à mão Esquerda. A letra indica o Polegar e os números em sequência dos demais dedos.

A classificação padrão no estudo da antropologia consiste no famoso "VEIA 4321".

V ou 4- Verticilo;

E ou 3 - Presilha Externa;

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I ou 2 - Presilha Interna;

A ou 1- Arco.

E o que significa 0 e X?

0- significa que ocorreu uma amputação ou adalactia.

X- significa uma ilegibilidade que pode decorrer de cicatrizes ou outro tipo de alteração.

Finalmente, pode-se dizer que o método de identificação pelo sistema dactiloscópico de Vucetich é um processo de grande valia e de extraordinário efeito, porque ele apresenta os requisitos essenciais de um bom método: Unicidade, praticabilidade, imutabilidade e classificabilidade.

Só não apresenta o requisito da perenidade.

BIZU! VEIA

Verticilo: V – 4

Presilha externa: E – 3

Presilha interna: I – 2

Arco: A – 1

VAMOS PRATICAR! 10. (INSTITUTO AOCP - 2019 - PC-ES - Médico Legista) Identidade é a soma de caracteres que individualizam uma pessoa, distinguindo-a das demais. Os métodos de identificação por meio dos dentes e das impressões digitais são considerados, respectivamente:

a) identificação técnica e biológica.

b) identificação médico-legal e biológica.

c) identificação técnica e médico-legal.

d) identificação policial e biológica.

e) identificação médico-legal e judiciária.

11. (VUNESP - 2018 - PC-SP - Papiloscopista Policial) O sistema datiloscópico [...] foi introduzido na medicina legal brasileira por volta de 1903, representando uma verdadeira mudança nos métodos de identificação, ante sua praticidade, simplicidade, eficiência e segurança nos resultados [...]. (https://fezanella.jusbrasil.com.br/. Adaptado) O sistema mencionado no texto refere-se ao sistema criado por

a) Ricardo Gumbleton Daunt.

b) Rodrigues Alves.

c) Marcello Malpighi.

d) Eduardo Ramos.

e) Juan Vucetich.

12. (FUNCAB - 2016 - PC-PA – Papiloscopista) Acerca do sistema datiloscópico de Vucetich, qual das alternativas abaixo apresenta corretamente as quatro formas básicas de desenhos de cristas papilares das polpas digitais?

a) Arco, presilha interna, verticilo e presilha externa

b) Presilha interna, delta, presilha externa e verticilo

c) Arco, delta, presilha interna e presilha externa

d) Delta, arco, presilha interna e verticilo

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e) Presilha externa, verticilo, delta e arco

13. (FGV - 2012 - PC-MA - Médico legista) O Sistema Dactiloscópico de Vucetich é um processo eficiente de identificação. Ele se baseia no desenho digital e na sua impressão. Um dos elementos mais importantes do desenho digital é o delta que é a característica fundamental da classificação de uma impressão digital. Assinale a alternativa que indica o tipo fundamental do Sistema Dactiloscópico de Vucetich representado pela impressão digital abaixo:

a) Presilha interna.

b) Presilha externa

c) Arco.

d) Verticilo.

e) Não é possível classificar

14. (FGV - 2012 - PC-MA - Delegado de Polícia) O sistema dactiloscópico de Vucetich é um dos

principais métodos utilizados na identificação policial e judiciária. Numa individual dactiloscópica expressa

pela fórmula , verifica-se que a pessoa identificada apresenta

a) amputação do dedo polegar esquerdo.

b) amputação do dedo indicador direito.

c) amputação do dedo indicador esquerdo.

d) amputação do dedo polegar direito.

e) amputação do dedo mínimo esquerdo.

GABARITOS COMENTADOS

10. Comentários: Identificação pelos dentes: Importante principalmente nos carbonizados e esqueletizados. É possível desde que haja uma ficha dentária prévia, que permita comparação. Ademais, os dentes também podem fornecer material para a análise do DNA. É uma identificação médico-legal.

Já a datiloscopia estuda as impressões digitais, que são vestígios e marcas deixadas pelas polpas dos dedos graças à substância gordurosa secretada pelas glândulas sebáceas em quase todos os locais de crime e em objetos os mais variados. É uma identificação judiciária.

A alternativa “e” está certa.

11. Comentários: Este notável processo de identificação foi lançado em 1891 e instituído oficialmente no Brasil em 1903, convertendo-se no método exclusivo e mais eficiente da ciência da identidade, disputando a primazia de excelência com a impressão digital genética do DNA. Juan Vucetich definiu Dactiloscopia como “a ciência que se propõe a identificar as pessoas, fisicamente consideradas, por meio das impressões ou reproduções físicas dos desenhos formados pelas cristas papilares das extremidades digitais”.

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A alternativa “e” está certa.

12. Comentários: Vucetich idealizou seu sistema de identificação com três sistemas de linhas (basilares, marginais e nucleares) e quatro figuras de classificação: arco, presilha interna, presilha externa e verticilo.

A alternativa “a” está certa.

13. Comentários: Segundo o Método de Juan Vucetich, na presença de um delta à direita do observador, estamos diante de uma presilha interna.

A alternativa “a” está certa.

14. Comentários: Na questão temos a fórmula datiloscópica:

Série E 0313

----------

Seção A X442

Série: Relativo à mão Direita. A letra indica o Polegar e os números em sequência os demais dedos.

Seção: Relativo à mão Esquerda. A letra indica o Polegar e os números em sequência dos demais dedos.

A classificação padrão no estudo da antropologia consiste no famoso "VEIA 4321".

a) V ou 4- Verticilo; b) E ou 3- Presilha Externa; c) I ou 2- Presilha Interna; d) A ou 1- Arco.

E o que significa 0 e X?

0- significa que ocorreu uma amputação ou adalactia

X- significa uma ilegibilidade que pode decorrer de cicatrizes ou outro tipo de alteração

Logo a pessoa identificada apresenta:

Mão direita: Dedo polegar (Presilha externa), dedo indicador (amputação ou adalactia), dedo médio

(presilha externa), dedo anelar (arco), mindinho (presilha externa);

Mão esquerda: dedo polegar (arco), dedo indicador (cicatriz ou outra alteração), dedo médio (verticilo),

dedo anelar (verticilo), mindinho (presilha interna)

Lembre-se da fórmula:

DIREITA

----------------

ESQUERDA

A alternativa “b” está certa.