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ISBN 978-85-7846-455-4A IMPORTÂNCIA DE SE TRABALHAR MEMÓRIAS CULTURAIS NA
EDUCAÇÃO INFANTIL
Mariane Eiras PapeDiscente da Graduação em Pedagogia da Universidade Estadual de Londrina.
[email protected] Vitor Mussini Batista
Professora Associada do Departamento de Educação Universidade Estadual de Londrina/UEL. Núcleo de Estudos e Pesquisas do Brincar, Infância e Diferentes
Contextos. Psicóloga da GEAE/SME. ALPL- Membro da Associação Livre-Psicanálise em Londrina. CRP 08/18428
[email protected] 1: Formação e Ação Docente
Resumo: Este artigo tem como objetivo resgatar memórias historicamente acumuladas, compreendendo a diversidade e particularidade de cada família e seu resgate histórico e atribuir a devida importância a essa temática para o processo de ensino e aprendizagem na Educação Infantil. A intervenção foi realizada em uma instituição privada situada na região Central do município de Londrina, estado do Paraná que atende crianças e adolescentes da Educação Infantil ao Ensino Médio. A proposta de intervenção foi realizada com a turma de Nível V, mais especificamente com crianças de 5 anos. O tema escolhido foi Resgate das memórias culturais das famílias, onde a escolha do mesmo partiu da eleição de um livro por parte das crianças: “No tempo dos meus bisavós” do autor Nye Ribeiro. Trabalhar esta temática com as crianças nos permitiu integrar esse conhecimento de forma interdisciplinar, buscando ir para além do livro, bem como, a participação ativa dos pais nas atividades desenvolvidas pelo projeto. Palavras-Chave: Educação Infantil. Resgate Histórico. Intervenção pedagógica.
INTRODUÇÃO
“A principal meta da educação é criar homens que sejam capazes de fazer coisas novas, não simplesmente repetir o que outras gerações já fizeram. Homens que sejam criadores, inventores, descobridores. A segunda meta da educação é formar mentes que estejam em condições de criticar, verificar e não aceitar tudo que elas se propõe.” (PIAGET)
As crianças das novas gerações que já nasceram nesse universo
digital, desde pequenas sabem usar o computador, acessar a internet, manusear um
tablet ou um telefone celular. Contudo com essas ferramentas tecnológicas as
crianças passaram a não mais brincar de amarelinha, pique-esconde, pega-pega, pé
de lata, não fazem mais seus próprios brinquedos e, não usam mais as cartas para
se comunicarem com parentes e amigos distantes.Tendo em vista a importância de
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se trabalhar o resgate histórico na Educação Infantil, em que o tema é riquíssimo
possibilitando: contato com o que não é conhecido, relação com seus familiares e
aprimoramento da criatividade em meio as atividades práticas.
Diante de tal afirmação, este trabalho tem como objetivo resgatar
memórias historicamente acumuladas, compreendendo a diversidade e
particularidade de cada família e seu resgate histórico e atribuir a devida importância
a essa temática para o processo de ensino e aprendizagem na Educação Infantil. E,
como objetivos específicos: Sequenciar fatos históricos; garantir a participação da
criança juntamente com a família no processo de ensino e aprendizagem; conhecer
e identificar objetos de outras épocas, antigos e, por fim conseguir o maior número
de resgates históricos para que houvesse a compreensão da diversidade e
particularidade de cada família.
A intervenção foi realizada em uma instituição privada situada na
região Central da cidade de Londrina, estado do Paraná que atende crianças e
adolescentes da Educação Infantil ao Médio. A proposta de intervenção foi realizada
com a turma de Nível V, mais especificamente com crianças de 5 anos. O tema
escolhido foi o “Resgate das memórias culturais das famílias”, onde a escolha do
mesmo partiu da eleição do livro: “No tempo dos meus bisavós” do autor Nye
Ribeiro, realizado pelas crianças. A princípio percebemos o quanto o livro levantou
interesse em meio as crianças, pelo fato de apresentar objetos, brincadeiras e
culturas antigas que as mesmas ainda não tinham o conhecimento.
Importância do Brincar
Podemos dizer que o primeiro contato da criança com o brincar é por
meio do Outro. A criança não nasce sabendo brincar, ela aprende por meio dos
estímulos dados pelos pais ou professores que a ensinam a brincar. O Brincar vai
muito além do simples prazer, é por meio dele que o sujeito se constitui, sendo a
base para sua construção como indivíduo do meio social em que vive.
O brincar desempenha uma função na estruturação psíquica da
criança, bem como a ação de brincar é função essencial para o desenvolvimento
infantil, fazendo parte da condição humana.
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Para Wajskop (2007) a brincadeira é uma ação voluntária e
consciente, sendo uma forma de atividade social infantil na qual a criança tem a
possibilidade de experimentar novas situações, socializar e administrar sua relação
com o outro, decidir, imaginar, inventar, aprimorar seus conhecimentos e valores
culturais, obedecendo ao ritmo individual e sem precisão nas características que
serão adquiridas através de uma determinada brincadeira.
Aquele que brinca pode sempre evitar aquilo que não gosta. Se a liberdade caracteriza as aprendizagens efetuadas na brincadeira, ela produz também a incertitude quanto aos resultados. De onde a impossibilidade de assentar de forma precisa às aprendizagens na brincadeira. Este é o paradoxo da brincadeira, espaço de aprendizagem fabuloso e incerto. (WAJSKOP, 2007, p. 31)
Ao observar uma criança na idade, a qual realizamos a intervenção,
brincando de faz-de-conta percebemos uma representação complexa diante ao
significado atribuído por ela ao objeto e a função real do mesmo. Esse tipo de
atividade lúdica recebe várias denominações como jogo simbólico, imaginativo, de
papéis, sócio dramático, representativo, entre outros, contudo vale dar ênfase aos
atos mais importantes da brincadeira que são a simulação, imaginação e
criatividade.
Durante essa faixa etária a criança desenvolve a capacidade de
alterar o significado de objetos, expressar sonhos, assumir e representar papéis
presentes no contexto em que está inserida, tornando evidente a presença da
situação imaginária, e a simulação de situações vivenciadas dentro de um contexto
social. Essas vivências são responsáveis pelo repertório amplo de experiências
adquiridas, assimiladas e internalizadas que posteriormente por meio do jogo de faz
de conta são encenadas pelas crianças.
Segundo Piaget (apud KISHIMOTO, 2000, p. 59) quando brinca, a
criança assimila o mundo à sua maneira, sem compromisso com a realidade, pois
sua interação com o objeto não depende da natureza do objeto, mas da função que
a criança lhe atribuiu, ou melhor, um mesmo objeto representa vários outros, sua
função varia de acordo com a necessidade.
Nessa faixa etária a criança introduz no jogo simbólico suas ações
imitativas, como o fato de simular que é um piloto de avião quando brinca em um
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balanço. Isso acontece devido ao intenso grau de fantasia que permite a ela sentir
que realmente faz parte daquele personagem que está representando. Esse jogo de
fantasias oportuniza a interpretação de situações e experiências vivenciadas no
passado.
A representação constitui-se em dar forma às experiências humanas
que são significativas, tornando permanentes as lembranças de circunstâncias
marcantes e criando um arranjo de ideias, pensamentos e sentimentos que poderão
ser transmitidos por intermédio das linguagens expressivas. Por consequência a
criança adquire um aperfeiçoamento da linguagem verbal socializada, o que permite
a interiorização dessas experiências e possibilita às crianças imaginar, compreender
e tomar consciência do meio físico e social que a cerca.
Segundo Vygotsky (2007) a definição do brincar depende da
situação imaginária da criança e seus aspectos diferem de acordo com a idade e
maturação, devendo levar em consideração as regras que o ato comporta, sendo
elas mais implícitas quando a situação imaginária está em ênfase e mais explicita
quando jogo de papéis já não é foco principal nas brincadeiras.
Para o autor, simbolizar objetos é uma condição anterior ao uso do
jogo de papéis, pois a partir do momento em que a criança é capaz de conferir a um
objeto um novo significado ela executa por meio de um mundo ilusório a realização
de desejos não possíveis naquele momento, e como o indivíduo nessa idade não
possui a capacidade de esperar ele reproduz a situação fazendo uma transição
entre a ação e o pensamento.
Como vemos tanto Vygotsky como Piaget consideram as
brincadeiras relevantes ao desenvolvimento infantil, sendo por meio da imaginação,
jogo de faz de conta, interação e demais situações, que acontece as variadas
transições essenciais para internalização de conhecimentos e aprendizagens
necessárias à formação do indivíduo. Contudo, salientamos que as brincadeiras,
jogos e qualquer outro tipo de atividade lúdica, exige uma interação entre sua ação,
o objeto ou brinquedo usado e a realidade expressada, devendo esse elo ser
valorizado em conjunto, pois sua fragmentação impossibilita resultados qualitativos.
A importância da Cultura
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A cultura faz parte do nosso intimo, somos criadores e propagadores
da cultura, de forma que a manifestamos de diversas maneiras. Candau (2003)
afirma que cultura é um fenômeno plural, multiforme que não é estático, mas que
está em constante transformação, envolvendo um processo de criar e recriar. Ou
seja, a cultura é por sua vez um componente ativo na vida do ser humano e
manifesta-se nos atos mais corriqueiros da conduta do indivíduo e, não há individuo
que não possua cultura, pelo contrário cada um é criador e propagador de cultura.
Assim, podemos enfatizar que cultura exerce uma influência sobre
diversos aspectos do desenvolvimento das crianças. As experiências de
aprendizado de uma criança que vive em uma cultura sem sistema de educação
oficial são moldadas pela sua participação ou sua observação dos adultos
praticando atividades culturalmente pertinentes, como por exemplo, na cultura
camponesa tradicional maia, as meninas aprendem a tecer com suas mães. A
cultura desempenha também um papel no desenvolvimento sócio emocional,
estimulando ou desencorajando certos comportamentos.
Embora a maioria dos conhecimentos atuais sobre desenvolvimento
sócio emocional provenha de estudos realizados com crianças da América do Norte,
há evidências de uma variabilidade cultural, como por exemplo, brincadeiras de faz
de conta são muito menos comuns para as crianças de países orientais, como a
Coréia, que para as crianças ocidentais. Quando as crianças de culturas orientais
participam nesse tipo de brincadeiras, elas personificam normalmente um membro
da família e, raramente fazem de conta que são personagens de contos de fadas.
Segundo Levin (2007), o mundo e a cultura atual oferecem outros
tipos de brinquedos as crianças, onde estes ocupam seu tempo. As crianças de hoje
têm outro jeito de brincar, pensar, construir. A tecnologia tem sido muito utilizada
para preencher este tempo do brincar. É importante certificar-se de que a criança
está se constituindo como sujeito seja como for seu brincar. Para Levin (2007) os
brinquedos tecnológicos prendem a criança em seu mundo paralelo, onde a
máquina é quem manda na criança e não ao contrário. Desta forma o brinquedo
passa a ser o protagonista e não a criança que está sendo controlada por ele.
Para o autor, a criança que brinca apenas com seu controle remoto
na mão, tem uma falsa ideia de que está no comando, onde na verdade quem
comanda é o próprio brinquedo. Crianças assim, correm o risco de adquirir doenças
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adultas como depressão, distúrbio alimentar, insônia. Uma criança que acha que
tem o controle de tudo e de todos, ao se deparar com novas situações não aceita as
divergências de opiniões tornando-se alguém completamente frustrado.
Desta forma, destacamos a importância da cultura na escola e,
principalmente, na Educação Infantil. A cultura do brincar, principalmente, traz novas
opções, alternativas de brincadeiras antigas da época dos pais e avós, onde a
criança torna-se principal responsável pelo seu desenvolvimento sendo livre para
pensar e crescer de forma mais saudável psicologicamente.
Memórias Culturais: um relato de experência
Como vemos, a memória cultural é constituída, assim, por heranças
simbólicas materializadas em textos, ritos, monumentos, celebrações, objetos,
escrituras sagradas e outros suportes mnemônicos que funcionam como gatilhos
para acionar significados associados ao que passou. Além disso, remonta ao tempo
mítico das origens, cristaliza experiências coletivas do passado e pode perdurar por
milênios.
A valorização das histórias, memórias, saberes e fazeres locais
permite que crianças se reconheçam nessa história, possibilitando-lhes a articulação
entre passado e presente e entre o local e o global. Assim, os jogos e as
brincadeiras tradicionais são importantes manifestações espontâneas da cultura
popular, pois têm como principal função consolidar a vivencia da cultura infantil para
o desenvolvimento social da criança.
Durante as intervenções realizadas foram apresentadas brincadeiras
antigas que os pais e avós brincaram, onde foi possível perceber a empolgação das
crianças com as novas brincadeiras apresentadas, suas ideias e comparações. As
novas oportunidades apresentadas abriram um leque de oportunidades para as
crianças que perceberam a importância de brincar do lado de fora e, ainda de
montar seu próprio brinquedo, ou seja, o ensino cultural tem esse poder de integrar
os diferentes saberes e levá-los a discussão em sala de aula.
Iniciamos as intervenções, então, com um momento em roda para a
leitura da história “No tempo dos meus bisavós” (Figura 1), livro que havia sido
escolhido anteriormente com a turma.
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Figura 1- Livro “No tempo dos meus bisavós”.
Fonte: Arquivo da Autora.
Antes de contar a história, as crianças puderam folhear o livro e ler
as imagens, visto que as mesmas ainda não são alfabetizadas. Após esta
exploração do livro pelas crianças, foi contado a história pela professora, como
vemos na Figura 2. Após o término da história foi estimulado um momento para que
as crianças pudessem tirar dúvidas, fazer questionamentos e contar suas vivências
relacionadas ao livro.
Figura 2- Contação da história “No tempo dos meus bisavós”
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Fonte: Arquivo da autora.A atividade seguinte foi um momento muito aguardado pelas
crianças, pois no dia anterior as mesmas levaram para a casa uma proposta de linha
do tempo de cada criança. Cada aluno por sua vez, fez sua linha do tempo
juntamente com a família, relatando momentos, idade e anexando fotos, eles
trouxeram todos empolgados e ansiosos para o momento da apresentação.
Podemos dizer, que este momento da apresentação foi incrível, onde com as
crianças mais tímidas precisamos ir perguntando do que se tratava cada foto, já os
mais falantes contaram momentos além das fotos colocadas no cartaz. Essa
atividade possibilitou relembrar momentos vividos pelas próprias crianças até os
seus 5 anos e aprimorou a retórica dos mesmos. Após a apresentação, os cartazes
foram expostos fora da sala para que outras turmas, pais e professores pudessem
observar o trabalho realizado como vemos na Figura 3.
Figura 3 - Linha do tempo
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Fone: Arquivo da autora
Esta atividade, ao nosso ver contribuiu com o desenvolvimento do
das crianças envolvidas, pois oportunizou a construção, a reconstrução e a
experimentação dos jogos, brinquedos e brincadeiras tradicionais resgatados,
proporcionando um enriquecimento do conhecimento e vicência da cultura infantil.
Na intervenção seguinte, a aula começou com a apresentação de
uma música, que tinha como objetivo relembrar os alunos da história contada no dia
anterior. A música “Tempo de Antigamente” do autor Marcelo Serralva foi trabalhada
com chocalho na aula de música com as crianças como vemos na Figura 4.
Figura 4 - Música: Tempo de antigamente.
Fonte: Arquivo da autora.
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Após ouvir diversas vezes a música, as crianças ficaram curiosas
em relação a alguns nomes que tinham na música que a princípio ainda era
novidade para as mesmas e, com isto, juntamente com a professora fomos
esclarecendo as dúvidas apresentadas por elas. Com esta discussão as crianças
puderam manipular os objetos que ainda não conheciam ou que conheciam mais
tinham curiosidade.
Figura 5- Manipulação de objetos antigos
Fonte: Arquivo da autora
Como tarefa foi solicitado as crianças trazerem para a próxima aula:
uma foto com seus avós, para que juntos pudéssemos fazer o porta retrato antigo.
Na aula seguinte com as fotos dos avós, fomos todos para a sala de Arte para juntos
montarmos o porta retrato antigo com gibi. As crianças puderam rasgar e colar
apresentando total autonomia, como vemos na Figura 6, na elaboração do porta
retrato.
Figura 6- Confecção dos porta retrato
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Fonte: Arquivo da autora
Em meio a proposta de se trabalhar memórias culturais na Educação
Infantil e vista sua importância para o desenvolvimento da criança, não poderíamos
ficar apenas na escola. Com isso juntamente com a professora regente da turma
propomos a coordenação da escola de irmos ao Museu Histórico de Londrina.
A aula de campo se basearia no conhecimento e aprimoramento do
que já havia sido trabalhado em sala de aula, ampliando ainda mais o conhecimento
dos alunos a cerca da vivencia em meio ao museu.
No primeiro momento ainda na escola, fizemos uma roda com os
alunos, como vemos na Figura 7, em que foi atribuído regras ao passeio e elaborado
um roteiro com as dúvidas e questionamentos dos alunos em meio a aula de campo.
Figura 7- Roda da conversa
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Fonte: Arquivo da autora
Elaborado o roteiro e a entrevista fomos ao museu Histórico onde as
crianças receberam a mesma informação de uma única maneira, ao qual a
professora expôs. Contudo, no museu cada criança conseguiu absorver o que lhe é
apresentado de uma determinada maneira, fazendo assim, com que a criança
pudesse relacionar o que esta vivenciando com o que já foi lhe ensinado em sala de
aula, sendo construtor da sua própria aprendizagem. A aula de campo foi fantástica,
as crianças exploraram todos os ambientes do museu, como vemos na Figura 8,
fazendo também perguntas ao monitor da visita.
Figura 8- Visita ao Museu Histórico de Londrina
Fonte: Arquivo da autora
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Sendo assim, faz se necessário, aulas de campo que incentivem as
crianças a associarem o conteúdo previamente recebido em sala de aula, com as
realidades históricas e culturais presentes nesses locais, em que muitas vezes é
esquecido pela maioria da população.
Logo que voltamos do Museu, a atividade proposta era em relação
ao relógio. Na entrada no Museu podemos observar, vários relógios de diferentes
formatos e épocas. Tendo como finalidade trabalhar a relação de tempo com as
crianças, o livro nos traz a ampulheta como instrumento antigo que no século VIII,
em que este era útil para marcar os intervalos de pequenos tempos, muitas vezes
nas competições esportivas ou jogos de raciocínio, a ampulheta era utilizada para
contabilizar o tempo de cada participante.
Com isso cada criança pode confeccionar a sua ampulheta, como
vemos na Figura 8, para que, após a confecção pudessemos juntos marcar os
segundos/minutos que cada uma marcava.
Figura 8- Ampulheta
Fonte: Arquivo da autora
Tendo como finalidade finalizar o projeto de memórias culturais, visto
que o mais esperado pelas crianças seria confeccionar o seu próprio brinquedo,
igualmente havia sido contado no livro, as crianças ficaram curiosos em saber como
se brincava de pé de lata. Com isso contamos a história do pé de lata aos mesmos e 1334
após separar as crianças em duplas, disponibilizamos materiais diversificados para
que eles pudessem confeccionar o seu próprio pé de lata, podendo assim,
experimentar essa nova experiência.
Figura 8- Confecção do pé de lata
Fonte: Arquivo da autora
Após a confecção as crianças tiveram que deixar o brinquedo secar
e, enquanto o mesmo secava, as crianças foram para o pátio, para poderem
experimentar algumas brincadeiras antigas tais como: Bolinha de gude, Pipa e Barra
manteiga, como vemos na Figura 8.
Figura 8 - Brincando de brincadeiras antigas.
Fonte: Arquivo da autora
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Sendo assim, finalizamos a intervenção de estágio em que a mesma
pode estar possibilitando a ampliação dos conhecimentos das crianças, lembrando
sempre como dizia Freire (1996, p.47) que o ato de ensinar não significa transferir
o conhecimento que já possuo mais sim criar possíveis meios para que a criança
consiga criar a sua própria produção ou a sua aquisição do conhecimento.
Considerações Finais
Considerando o estágio parte fundamental da formação acadêmica
do pedagogo, sendo que a mesma possibilita um momento de prática inicial no
campo de atuação do professor, perante a teoria vivenciada na graduação em
Pedagogia, pressupomos que a experiência vivenciada durante o estágio na
Educação Infantil, proporcionaram vivências em que além de criar vínculos com as
crianças, participamos ativamente do processo de ensino e aprendizagem das
mesmas.
Os conteúdos propostos na regência foram de necessidade para
faixa etária, mais sobretudo veio de encontro aos interesses das crianças, em que
os mesmos puderam estar escolhendo o livro que permeou toda a regência. Bem
como, a experimentação desses jogos, brinquedos e brincadeiras tradicionais
proporcionou as crianças um enriquecimento em seu conhecimento e em sua
vivência, principalmente ao que se refere às culturas local, regional e nacional.
Outro fator importante que destacamos nessas intervenções de
estágio, por meio do projeto é a importância dos jogos, brinquedos e brincadeiras
tradicionais na socialização dentro do ambiente escolar, pois foram fundamentais na
busca e na realização do envolvimento de toda a comunidade escolar, bem como
dos pais. Acreditamos, ainda, que o desenvolvimento desse projeto, que as crianças
também puderam vivenciar outras formas de atividades por meio de uma
metodologia lúdica e consciente para o seu desenvolvimento e sua formação.
Considero que a disciplina de Estágio Supervisionado na Educação
Infantil, foi uma experiência gratificante e enriquecedora, em que, em tão pouco
tempo pude estar a frente de uma sala de aula, exercendo minha futura profissão
com êxito e sabedoria advindo dos saberes ministrados anteriormente nas
disciplinas do curso de Pedagogia da Universidade Estadual de Londrina.
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ReferênciasCANDAU, Vera Maria Ferrão - Educação escola e Cultura(s): construindo
caminhos. Revista Brasileira de Educação, 2003.
CANDAU, Vera Maria Ferrão - Sociedade, cotidiano escolar e cultura(s): uma aproximação. Educ. Soc., 79: 125-161, 2002.
FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. Ed. São Paulo: Paz e terra, 1996.
KISHIMOTO, T. M. Et al. Jogo, Brinquedo, Brincadeira e a Educação. SãoPaulo: Cortez, 2000.
LIMA, J. M. O jogo como recurso pedagógico no contexto educacional.São Paulo: Cultura Acadêmica, 2008.
VYGOTSKI, L. S. A formação social da mente. São Paulo: Martins Editora,2007.
WAJSKOP, G. Brincar na pré-escola. São Paulo: Cortez, 2007
Disponível em: <http://www.bastosmaia.com.br/noticias/a-importancia-do-museu-para-a-educacao/>. Acesso em: 01 jun. 2017.
Disponível em: < https://www.significados.com.br/ampulheta/>. Acesso em: 01 jun. 2017.
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