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UESC – UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ FRANKLIN DELANO PORTO JÚNIOR A EFICÁCIA DO SOFTWARE DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL UTILIZADO NO ENSINO À DISTÂNCIA ILHÉUS – BAHIA 2007

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UESC – UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ

FRANKLIN DELANO PORTO JÚNIOR

A EFICÁCIA DO SOFTWARE DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL UTILIZADO NO ENSINO À DISTÂNCIA

ILHÉUS – BAHIA 2007

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FRANKLIN DELANO PORTO JÚNIOR

A EFICÁCIA DO SOFTWARE DE EDUCAÇÃO

AMBIENTAL UTILIZADO NO ENSINO À DISTÂNCIA.

Dissertação apresentada para obtenção do título de mestre em meio ambiente e desenvolvimento sustentável, à Universidade Estadual de Santa Cruz.

Orientador: Prof. Dr. Diego Frias Suarez

ILHÉUS – BAHIA 2007

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FRANKLIN DELANO PORTO JÚNIOR

A EFICÁCIA DO SOFTWARE DE EDUCAÇÃO

AMBIENTAL UTILIZADO NO ENSINO À DISTÂNCIA.

Ilhéus – Bahia, 2007

Prof. Dr. Diego Frias Suarez Orientador

Prof. Dr. Paulo Hellmeister Filho Examinador Interno – UESC – Universidade Estadual de Santa Cruz

Profª Dra Denise Aparecida Brito Barreto Examinadora Externa – UESB – Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia

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DEDICATÓRIA Dedico esse trabalho a minha esposa que com amor e carinho me deu forças para

enfrentar as dificuldades e superá-las.

À minha mãe, minha eterna professora, a quem devo minha formação profissional,

social e cultural.

À DEUS, sem ele a vida não teria sentido.

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AGRADECIMENTOS Ao meu orientador, Prof. Dr. Diego Frias Suarez, por ter acreditado na importância

deste trabalho.

Aos meus colegas de curso e companheiros inseparáveis nessa jornada acadêmica

especialmente minha irmã Micheline Flores.

À Liojes, meu sócio e amigo que compreendeu as minhas faltas quando

necessárias.

Ao professor Guilhardes, professor Humberto e professor Neylor, principais

mentores para que este projeto de mestrado virasse realidade.

Aos professores da Universidade Estadual de Santa Cruz que dispuseram seus

finais de semana a nos ensinar e orientar.

Ao Marcelo por sua ajuda no desenvolvimento do software.

A todos meus interlocutores, do passado e do presente, por meio dos quais minha

consciência foi formada e que me ajudaram a enxergar o mundo com os olhos que

hoje tenho.

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SUMÁRIO

Lista de Siglas ...........................................................................................................viii

Lista de Figuras ..........................................................................................................ix

Lista de Tabelas ..........................................................................................................x

Lista de Quadros .........................................................................................................xi

Lista de Gráficos.........................................................................................................xii

Resumo......................................................................................................................xiii

Abstract......................................................................................................................xiv

1 INTRODUÇÃO .........................................................................................................1

1.1 Problema...............................................................................................................3

1.2 Objetivos ...............................................................................................................3

1.2.1. Objetivos Gerais .......................................................................................3

1.2.2. Objetivos Específicos................................................................................3

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA...............................................................................4

2.1 A Educação no Brasil ............................................................................................4

2.2 Pilares do Processo Educativo..............................................................................6

2.3 Aprender a Conhecer ............................................................................................7

2.4 Aprender a fazer....................................................................................................7

2.5 Aprender a ser.......................................................................................................8

2.6 Aprender a viver juntos..........................................................................................8

2.7 Paradigmas Educacionais (metodologias de ensino, formas de aprendizagem,

avaliação do processo) ...............................................................................................9

2.8 Paradigmas da Ciência .......................................................................................13

2.9 O Paradigma Inovador ........................................................................................13

2.10 Sociedade da Informação e do Conhecimento..................................................14

3 EDUCAÇÃO AMBIENTAL.....................................................................................17

3.1 Histórico da Educação Ambiental no Brasil.........................................................17

3.2 Conferência de Estocolmo ..................................................................................18

3.3 Conferência de Tiblisi ..........................................................................................19

3.4 Conferência do Rio-92 (ECO 92) ........................................................................21

3.5 Protocolo de Kyoto ..............................................................................................23

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4 CONCEITUANDO A EDUCAÇÃO AMBIENTAL...................................................25

4.1 A Educação Ambiental sob a Ótica de um Desenvolvimento Sustentável ..........28

4.2 Princípio da Igualdade.........................................................................................29

4.3 Transformações Humanas e Sociais...................................................................29

4.4 Valor do Inter-Relacionamento............................................................................29

4.5 Valor da Diversidade ...........................................................................................30

4.6 Os Paradigmas da Educação Ambiental .............................................................30

4.7 Novas Tecnologias de Acesso a Educação Ambiental. ......................................31

4.8 Política nacional de Educação Ambiental............................................................32

5 INCLUSÃO DIGITAL .............................................................................................33

5.1 Conceitos de Inclusão Digital ..............................................................................33

5.2 Desigualdade Social............................................................................................33

5.3 Realidade Estadual e Nacional ...........................................................................35

5.3.1. Renda .....................................................................................................36

5.4 Inclusão Digital como Ação Estratégica ..............................................................36

5.5 Infra Estrutura......................................................................................................38

5.5.1. Telecentro ...............................................................................................38

6 EDUCAÇÃO À DISTÂNCIA – EaD........................................................................41

6.1 Conhecendo a Educação à Distância .................................................................41

6.2 Paradigmas da EAD............................................................................................41

6.3 Foco Econômico..................................................................................................42

6.4 Ambientes Virtuais ..............................................................................................43

6.4.1. Tempo.....................................................................................................43

6.4.2. Local .......................................................................................................43

6.4.3. Espaço....................................................................................................44

6.4.4. Tecnologia ..............................................................................................44

6.5 Nova Ordem........................................................................................................44

7 METODOLOGIA ....................................................................................................46

7.1 Procedimentos. ...................................................................................................46

7.2 Revisão bibliográfica e observação.....................................................................47

7.3 Desenvolvimento de software .............................................................................49

7.4 Escolha da amostra e aplicação do software e questionários .............................50

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7.5 Aplicação do software e questionário..................................................................52

7.6 Metodologia aplicada ..........................................................................................52

7.7 Aplicação.............................................................................................................53

7.8 Tratamento dos dados ........................................................................................53

8 RESULTADOS E DISCUSSÕES...........................................................................55

8.1 Metodologia de ensino ........................................................................................56

8.2 Aspectos técnicos do software ............................................................................57

8.3 Facilidade de acessar o sistema .........................................................................58

8.4 Facilidade de uso do sistema..............................................................................59

8.5 Visual do sistema ................................................................................................60

8.6 Conteúdo do sistema ..........................................................................................61

8.7 Acesso à tecnologia ............................................................................................62

8.8 Local de acesso ..................................................................................................63

8.9 Aprendizagem do aluno.......................................................................................64

8.10 Análise da Escola Cláudio Manoel da Costa.....................................................66

8.11 Análise da Escola CAIC ....................................................................................68

8.12 Análise Integral..................................................................................................70

9 CONCLUSÕES ......................................................................................................71

10 REFERÊNCIAS....................................................................................................74

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LISTA DE SIGLAS ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas

AVICA Ambiente Virtual de Informação e Capacitação Ambiental

EA Educação Ambiental

EAD Ensino à Distância

FTC Faculdade de Tecnologia e Ciências

PEAA Programa de Educação Ambiental Assistida

PROINFO Programa Nacional de Informática na Educação

TIC Tecnologias de Informação e Comunicação

UESC Universidade Estadual de Santa Cruz

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LISTAS DE FIGURAS

Figura 1 - O novo paradigma para a aprendizagem..................................................42

Figura 2 - Etapas da Pesquisa ..................................................................................47

Figura 3 - Passo a Passo do trabalho dentro da sala de aula...................................53

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LISTAS DE TABELAS

Tabela.1 – Escolas Pesquisadas – Cláudio Manoel da Costa e CAIC......................62

Tabela 2 – Local de Acesso à internet pelos alunos .................................................63

Tabela 3 - Resultados dos questionários por Escolas – CAIC e Cláudio Manoel da

Costa..................................................................................................................66

Tabela 4 – Nível de aprendizagem - Cláudio Manoel da Costa ................................66

Tabela 5 – Média de Aprovação - Cláudio Manoel da Costa ....................................68

Tabela 6 - Nível de aprendizagem - CAIC.................................................................69

Tabela 7 - Média de Aprovação - CAIC.....................................................................70

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LISTAS DE QUADROS

Quadro 1- Ações Didáticas para Herbart e Dewey....................................................10

Quadro 2 - Educação vinculada ao tempo e ambiente..............................................11

Quadro 3 - Paradigmas Educacionais.......................................................................12

Quadro 4 - Comparativo entre Dados, Informação e Conhecimento.........................16

Quadro 5 - Educação formal, não-formal e informal..................................................27

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LISTAS DE GRÁFICOS

Gráfico 1 – Aspectos Técnicos do Software..............................................................58

Gráfico 2 - Acesso dos alunos à Internet, por mês....................................................63

Gráfico 3 - Questionário Antes do Curso...................................................................64

Gráfico 4 - Questionário Após o Curso......................................................................65

Gráfico 5 - Comparativo do questionário aplicado aos alunos da Escola Cláudio

Manoel da Costa antes e depois do AVICA .......................................................67

Gráfico 6 – Comparativo do questionário aplicado aos alunos da Escola CAIC antes

e depois do AVICA.............................................................................................69

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RESUMO Atualmente a degradação ambiental tornou-se um dos temas mais abordados pela

comunidade, deixou de ser assunto tratado apenas no meio acadêmico para ser

trabalhado em todas as esferas da sociedade. Percebe-se a cada momento mais a

importância da educação ambiental em todos os campos do conhecimento e suas

potencialidades para a melhoria de vida do ser humano. Neste trabalho foi discutida

a educação ambiental aplicada com o uso de um software de educação à distância.

Esta pesquisa proporcionou o desenvolvimento de um software e sua aplicação em

um grupo de estudantes de baixa renda, com pouco ou nenhum acesso à

tecnologia. A discussão perpassa a importância de capacitar o jovem ao uso da

tecnologia de comunicação, concomitante ao estudo de um tema ambiental

desenvolvido especificamente para ele, avaliando seu nível intelectual e cultural para

absorção do conhecimento. Esta pesquisa se faz importante para toda a sociedade

uma vez que temos uma enorme proporção da população despreparada para a

preservação ambiental, para galgar melhores empregos e como conseqüência baixa

perspectiva de aumento da qualidade de vida, uma vez que vivem em um mundo

altamente informatizado. O estudo realizado provou que os alunos que estão

aprendendo a utilizar os recursos tecnológicos aprendem simultaneamente conceitos

sobre tecnologia e educação ambiental, validando assim nossa expectativa.

Palavras-chave: Educação Ambiental; Inclusão digital; Desenvolvimento

sustentável; Educação à distância.

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ABSTRACT

Currently environmental degradation has become one of the topics most

discussed by the community, no longer subject only in academia to be working in all

spheres of society. The company every day understands more the importance of

environmental education in all fields of knowledge and its potential for the

improvement of life of human beings. We discussed the environmental education

implemented with the use of a software program for distance education. This

research provided the development of a software and its application to a group of

students from low income with little or no access to technology. The discussion goes

over the importance of preparing the young to the use of technology to communicate

its concomitant environmental study of a theme developed specifically for them,

assessing their intellectual and cultural level for absorption of knowledge. The

importance of this research is great because we have a huge slice of the population

unprepared for environmental preservation, to reach better jobs and low prospects as

a result of increased quality of life as living in a highly computerized world. The study

showed that students who are learning to use the technological resources while

learning about technology and concepts on environmental education, thus validating

our expectations.

Key–words: Enviromental Education; Digital Inclusion; Sustainable Development;

Education at a Distance.

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1 INTRODUÇÃO

A preservação ambiental é a cada dia um dos temas mais discutidos por

todos os setores da sociedade contemporânea e a importância desta discussão é

fundamental para a sobrevivência do próprio homem. Existe uma enorme

necessidade de se pensar sobre as ações que foram desenvolvidas e praticadas ao

longo dos anos. Estas ações criaram e desenvolveram um consenso que está se

formatado nas pessoas e neste contexto a educação Ambiental - EA se destaca

como uma das iniciativas mais importantes e necessárias.

É inegável o crescente interesse da sociedade brasileira pela preservação

ambiental, neste sentido a EA em suas diferentes possibilidades teóricas e

metodológicas, atua com uma abordagem que permite e estimula novas

possibilidades de aprendizagem que são discutidas a todo instante pelos

educadores, pela comunidade e pelos órgãos competentes. A EA não pode ser

discriminada, direcionada apenas a uma classe social, mas um projeto que deve ser

elaborado para todos sem exceção.

Ao falarmos dos recursos que podem apoiar o desenvolvimento da EA, a

tecnologia se destaca como um dos mais importantes. Torna-se necessário analisar

e estudar não somente o avanço tecnológico das máquinas, mas todos os

componentes dos recursos computacionais que são eles: hardware, rede de

computadores, banco de dados e o software que são desenvolvidos para funcionar

em um ambiente hipermídia, através do canal de comunicação chamado internet.

Um percentual pequeno de pessoas possui acesso a Tecnologia Informação e

Comunicação – TIC, menor ainda o percentual dessas que não sabem utilizar os

recursos computacionais como diferencial para uma melhoria da carreira. As

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pessoas que não tem acesso à tecnologia ficam marginalizadas pela sociedade,

impossibilitadas de ocuparem um cargo melhor, criando grande dificuldade em

aumentar a renda familiar, reduzindo à possibilidade de melhorar sua qualidade de

vida.

Transformar os meios tecnológicos em ferramentas para promover a

aprendizagem é objetivo de muitos entre mais diversos projetos de educação

existentes, mas poucos são direcionados as comunidades de baixa renda, menos

ainda, seu direcionamento para a EA.

A EA, tal como proposta pela UNESCO, visa construir uma nova sociedade

orientada por uma ética baseada na solidariedade planetária e na sustentabilidade

sócio-ambiental.

Para pensar em mudar o meio ambiente e melhorar a qualidade de vida da

população de baixa renda, é preciso proporcionar a estas pessoas conhecimento

tecnológico e de preservação ambiental, aproveitando de programas já existentes,

utilizando de tecnologia de comunicação à distância em qualquer lugar do Brasil ou

até mesmo do nosso planeta.

A contribuição deste trabalho para a sociedade é bastante ampla, desde o

momento em que se discute um tema inovador que é a união de uma ferramenta

tecnológica aliada à disseminação de conteúdos de preservação ambiental,

passando pela análise e avaliação de recursos tecnológicos voltados para promover

o conhecimento de temas específicos.

A conscientização do homem para preservação ambiental gera grandes

mudanças no meio ambiente em que vive, este será o maior ganho que este

trabalho proporcionará, pois ao concluí-lo e viabilizá-lo para a comunidade,

estaremos criando mecanismos de estudo ambiental à distância, ajudando a todos,

sem exclusão.

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1.1 Problema

O problema chave desta pesquisa é avaliar se a abordagem da temática EA,

aplicada dentro dos programas de inclusão digital, promovem maior conhecimento

para a preservação ambiental por parte dos alunos destes programas?

1.2 Objetivos

1.2.1. Objetivos Gerais

Desenvolver uma ferramenta de Educação Ambiental à Distância (assistida) –

EAD(a) para avaliar a eficácia da metodologia de ensino através dos meios

tecnológicos.

1.2.2. Objetivos Específicos

Analisar a postura dos alunos quando introduzidos no ambiente de aula

informatizada, suas reações positivas e negativas.

Medir o grau de absorção de conhecimento utilizando a técnica de aula

informatizada para o tema proposto.

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2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1 A Educação no Brasil

A educação brasileira oficialmente teve sua origem nas mãos dos

portugueses que ao chegarem ao Brasil Colônia no ano de 1500 procuraram educar

a população conforme a sua maneira de ser, agir, pensar, procurando moldar os

habitantes originais (índios) da maneira como eles tinham sido educados. Em 1549

os jesuítas introduziram no modelo europeu existente de educação a moral e os

ideais do catolicismo, procurando a catequização e instrução dos gentios sendo para

esse fim desenvolvidas escolas de primeiras letras.

Esse processo durou cerca de 200 anos e nele os jesuítas, que estiveram no

poder todo o tempo, dominaram a “política” educacional que desde o início esteve

voltada para atender aos interesses da igreja católica, cujo objetivo era educar uma

pequena minoria de privilegiados. Os índios aprendiam a ler e escrever, plantar e

passavam a atender aos interesses da igreja.

O Brasil vivenciou ainda o período denominado como Pombalino, que durou

de 1760 a 1808, caracterizado pelo controle do Marquês de Pombal que além de

não dar continuidade a obra dos jesuítas não fez absolutamente nada pela educação

da colônia, terminando com a chegada da família imperial portuguesa no Brasil1.

Outro período marcante na educação brasileira foi o período imperial, que

teve como ponto marcante a independência do Brasil declarada pelo imperador D.

Pedro I, em 1824 é promulgada a primeira Constituição brasileira, que tem em seu

Art. 179 a seguinte determinação: "instrução primária e gratuita para todos os

1 Para aprofundar nestas informações, verificar livros que retratam a história da educação do Brasil

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cidadãos", apesar da vontade de criar e modificar a realidade da educação no país

pouco se consegue e a educação continua ainda sendo renegada a planos

secundários.

Nesta seqüência histórica, tem-se o período denominado como a primeira

república, que existiu entre (1889 - 1929), baseadas nas teorias do Positivismo2.

Este período buscou transformar a educação existente, que tinha o formato de

leitura clássica e literária, em educação científica.

Em 1929, houve no mundo a “primeira grande crise econômica” que assolou a

todos os países. No Brasil, o poder que estava nas mãos dos produtores agrícolas

passa a mudar de mãos, o país é enfim inserido no mundo mais capitalista, visando

à criação de indústrias, que exigiam uma mão de obra mais capacitada e

especializada. Este período que durou de 1930 a 1936 foi denominado como

período da segunda república.

Temos em seguida os períodos do Estado Novo e da Nova República, esta

última apresentando características mais liberais e democráticas ocorrendo neste

momento a criação de uma nova constituição

Esta nova Constituição, na área da Educação, determina a obrigatoriedade de se cumprir o ensino primário e dá competência à União para legislar sobre diretrizes e bases da educação nacional. Além disso, a nova Constituição fez voltar o preceito de que a educação é direito de todos, inspirada nos princípios proclamados pelos Pioneiros, no Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova, nos primeiros anos da década de 30 (MONLEVADE, 2007, p79)

Na seqüência histórica da educação brasileira, o período que mais chama a

atenção é o período militar, que persistiu de (1964 - 1985) e ficou marcado pela

perseguição de professores e alunos que discordavam da política nacional. Este

período também ficou marcado pela tentativa de erradicação do analfabetismo no

Brasil, porém, todo o processo foi delineado e orientado segundo os conceitos do

estado.

Após o término do período militar, chegamos ao período vivido atualmente e

caracterizado pela abertura política, onde no primeiro momento o governo assumiu o

controle de uma educação completamente orientada para um regime político,

esquecendo dos ideais pedagógicos. Este período, ainda em construção, é marcado

2 O Positivismo é uma corrente sociológica. Propõe à existência humana com valores completamente humanos, afastando radicalmente teologia ou metafísica.

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por uma série de tentativas de melhorias na educação, formulação de leis,

dispositivos e ações voltadas para melhoria técnica e profissional do brasileiro.

2.2 Pilares do Processo Educativo

Antes de nos debruçarmos na análise dos pilares do processo educativo

devemos primeiramente conceituar o termo educação. Faz–se necessário entender

que o termo educar tem como base o conceito de reconstrução da experiência.

A educação é um processo contínuo que não tem fim, significa ao mesmo

tempo dizer que educar permite ao mundo uma constante mutação, possibilita que

os processos sejam melhorados diariamente através do conhecimento que é

passado de geração para geração. É importante pensar em educação como um

sistema de formação da criança e do adulto, que tem efeitos de longa duração que

não mudam facilmente.

No processo educacional dois são os períodos mais importantes para avaliar

as conseqüências que a educação provoca nas comunidades ao longo do tempo; a

infância e a juventude. No primeiro, a criança aprende os conceitos de respeito,

capacidade e limite onde percebe que o mundo não gira em torno apenas de si,

desta maneira aprende a respeitar e entender as outras pessoas. Na juventude,

vive-se um mundo que é definido em ter que conviver com as outras pessoas, onde

suas ações são percebidas, notadas e criticadas por todos ao seu redor.

Educar significa “desenvolver e orientar as ações do indivíduo, de acordo com

os ideais de uma sociedade determinada”. (BUENO, 1898, p. 457). O IBGE em seu

relatório dos indicadores sociais aponta a importância da educação.

A já reconhecida relação direta entre educação e rendimentos do trabalho mostra que o aumento do nível educacional da população é fator preponderante na redução da pobreza e das desigualdades sociais. Em suma, uma população mais educada é capaz de participar mais ativamente da vida social, política e cultural do País. Em última instância, a educação interfere diretamente na qualidade de vida e no bem estar das pessoas, representando um valioso instrumento para as políticas de inclusão social.” IBGE, Síntese de Indicadores Sociais, 2004, p 53.

No relatório do estudo sobre a Educação do Século XXI, auspiciado pela

UNESCO sob o título Educação – Um tesouro a descobrir, comenta que os quatro

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pilares da aprendizagem são: aprender a conhecer; aprender a fazer; aprender a

viver juntos e aprender a ser. (Delor´s, 2003, p 90)

2.3 Aprender a Conhecer

Aprender a conhecer é exercitar a capacidade de entender, interpretar e

memorizar o conhecimento, este processo não acontece num simples piscar de

olhos, ele precisa de maturação e persistência.

Vem desde a infância com os jogos, leituras rápidas e estágios ao longo da

vida. Necessário também exercitar a capacidade de pensar avaliando a percepção

crítica dos acontecimentos.

Este processo de pensar e criticar advém da infância, orientado em primeiro

lugar pelos pais e depois pelos professores. Mas o trabalho de aprendizagem nunca

se acaba, pois a cada experiência novos saberes são acumulados em nosso cérebro

e novas formas de pensar, interpretar e criticar são formulados.

O aumento dos saberes, que permite compreender melhor o ambiente sob os seus diversos aspectos, favorece o despertar da curiosidade intelectual, estimula o sentido crítico e permite compreender o real, mediante a aquisição de autonomia na capacidade de discernir (DELOR`S. 2003, p. 91).

2.4 Aprender a fazer

Não há como separar o aprender a conhecer do aprender a fazer, o que difere

na verdade é o foco. A aprendizagem do fazer é direcionada ao processo de

formação profissional: quando o aluno põe em prática o que aprendeu, isto é,

quando cria habilidades para utilizar os conhecimentos adquiridos para a realização

de atividades próprias da sua profissão.

Um dos objetivos do ensino é preparar o aluno para situações futuras,

preparar em certos casos para o desconhecido, deixando-o consciente que o seu

conhecimento será utilizado em breve, mas não somente operacionalmente, fazer o

que foi treinado, mas ter capacidade de criar e inovar.

Sendo assim “as aprendizagens devem evoluir e não podem mais ser

consideradas como simples transmissão de práticas mais ou menos rotineiras,

embora estas continuem a ter valor formativo que não é capaz de desprezar”

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(DELOR`S, 2003, p. 93).

Na sociedade moderna é imperativo que o profissional seja multidisciplinar,

que tenha conhecimentos diversos e que tenha competência3 nas atividades

propostas a fazer. Muitos estudam e defendem os conceitos da gestão do

conhecimento como sendo uma das poucas maneiras que populações carentes têm

de saírem de crises. Tapscott escreveu que

A teoria da gestão do conhecimento descreve o capital humano como a soma da capacidade de indivíduos de uma empresa [.…] Ele consiste em habilidade, conhecimento, intelecto, criatividade e Know How. (TAPSCOTT, 2001, p. 26)

2.5 Aprender a ser

A educação sempre deve buscar o desenvolvimento pessoal do ser humano,

através dos ensinamentos deve-se aprender a pensar, criticar, agir e reagir. As

atitudes morais e técnicas são passadas e repassadas por inúmeras maneiras e

formas, o ser humano deve então ser preparado para ter raciocínio lógico,

formulando seu próprio juízo de valor, sendo capaz de tomar decisões que sejam

decisivas em toda a vida.

Mais do que preparar uma criança para uma dada sociedade, o problema será, então, fornecer-lhes constantemente forças e referências intelectuais que lhes permitam compreender o mundo que as rodeia e comportar-se nele como atores responsáveis e justos. (DELOR`S, 2003, p. 93)

Para transformar um indivíduo a educação não deve negligenciar qualquer

recurso ou oportunidade, deve utilizar todas as potencialidades de cada individuo:

memorização, raciocínio, percepção do mundo, atitude psíquica, condição física e

capacidade de comunicação.

2.6 Aprender a viver juntos

Esta é uma posição importante a ser discutida, em pleno século XXI

observamos e vivemos verdadeiros campos de batalha dentro das cidades, a

população especialmente de comunidades mais pobres vivem em bolsões sem

3 Capacidade de fazer as atividades corretas adequando-se ao tempo disponível ou necessário.

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qualidade de vida, onde a prostituição e a violência fazem parte de seu dia-a-dia.

Não estamos sós, as ações de uns indivíduos têm efeitos diretos ou indiretos

sobre outros indivíduos, estejam eles perto ou distante dependendo da natureza e

do impacto da sua ação. Por outro lado vivemos em uma sociedade marcada pela

existência de redes de contatos (networks), devemos então fazer uso deste recurso

para melhorar as condições de disseminação dos valores coletivos, afinal, esse é o

objetivo maior da educação.

A educação tem por missão, por um lado, transmitir conhecimento sobre a diversidade da espécie humana e, por outro, levar pessoas a tomar consciência das semelhanças e da inter dependência entre todos os seres humanos do planeta. (DELOR`S, 2003, p. 98)

Alguns autores comparam a educação como uma arte, que é muito complexa

e completa, mas que pode ser realizada de diversas maneiras e formas, porém a

educação deve buscar meios mais científicos, não necessariamente ser formal ou

informal, mas utilizar da psicologia, pedagogia e tecnologia a fim de ganhar mais

produtividade no seu objetivo final.

2.7 Paradigmas Educacionais (metodologias de ensino, formas de aprendizagem,

avaliação do processo)

A Pedagogia é conceituada como a ciência que estuda as formas de se

educar, a aplicação e importância da teoria, gerando ao longo do tempo diversos

paradigmas educacionais. É um estudo mais amplo que estuda quais os ideais da

educação, avaliando as concepções de vida e buscando concretizar esses ideais.

A Pedagogia surgiu como ciência no século XIX de maneira clara, consciente,

organizada e sistemática. Começa neste momento a utilizar os conceitos científicos

para delinear os caminhos da educação, “Desde então, e até os dias de hoje, o

pensamento pedagógico se vincula fortemente às teorias de aprendizagem e à

psicologia do desenvolvimento” (FERRARI, 2004, p. 28).

Dentre os autores mais proeminentes destaca-se Herbart, que aponta a

pedagogia como uma ciência filosófica e a necessidade de realizar uma pesquisa

mais profunda sobre a forma de educar apoiada nos conceitos psicológicos. Ferrari

destaca “Sendo assim, Herbart foi o precursor de uma psicologia experimental

aplicada à pedagogia e também foi o primeiro a elaborar uma pedagogia que

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10

pretendia ser uma ciência da educação” (HERBART, 2006, p. 28).

Em seu trabalho, Ferrari aponta as cinco etapas principais para o

desenvolvimento da aprendizagem do aluno, baseando-se nos apontamentos que

Zacharias (2005) fez de Herbart. São elas: preparação, apresentação, assimilação,

generalização e aplicação.

A primeira – preparação – é o processo de relacionar o novo conteúdo a conhecimentos ou lembranças que o aluno já possua, para que ele adquira interesse na matéria. Em seguida vem a apresentação ou demonstração do conteúdo. A terceira fase é a associação, na qual a assimilação do assunto se completa por meio de comparações minuciosas com conteúdos prévios. A generalização, quarto passo do processo, parte do conteúdo recém aprendido para a formulação de regras globais; é especialmente importante para desenvolver a mente além da percepção imediata. A quinta etapa é a da aplicação, que tem como objetivo mostrar util idade para o que se aprendeu (FERRARI, 2004, p.30).

Este método passou a ser chamado de herbatiano e compreendia pensar que

a aprendizagem baseava-se no processo de participação passiva, onde o aluno era

mero expectador. Este foi denominado de tradicional por ser o ensino um processo

de aprendizagem receptiva, onde o mestre era considerado o “todo poderoso” e o

aluno totalmente “submisso”, não havendo nesta metodologia uma interação entre

às partes.

Esta relação obviamente foi combatida à medida que evoluíam os conceitos

de educação e aprendizagem. Um dos opositores deste processo pedagógico foi o

filósofo John Dewey. “Para Dewey e a maioria dos pedagogos do século 20, o

pensamento de Herbart subestima e até ignora a ação do próprio aluno e sua

capacidade de auto-educar” (FERRARI, 2004, p.30).

Abaixo temos um quadro comparativo que explica as diferenças entre Herbart

e Dewey.

Quadro 1- Ações Didáticas para Herbart e Dewey Herbart Dewey Preparação Atividade de Pesquisa Apresentação Formulação de Problemas Associação Levantamento de Dados Generalização Construção de Hipóteses Aplicação Avaliação de Hipóteses e/ou Experimentação

Fonte: Adaptado de Ferrari, 2006.

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Do momento de conceituação da ciência pedagógica até a data atual, tudo se

transformou, as práticas sociais e comerciais, as necessidades de uma nova

conduta por parte do homem e sua relação com a natureza. Surgiram várias outras

tendências pedagógicas que são muito bem explicadas por autores da área.

As teorias pedagógicas não ficam hoje limitadas às classes sociais, à

distância ou a qualquer outro obstáculo, as mudanças ocorrem a todo instante,

possuindo uma grande diversidade de qualidade de vida e acesso à tecnologia.

Quadro 2 - Educação vinculada ao tempo e ambiente Pré-industrial Industrial Informação

Linguagem Latim e Grego Línguas Nacionais Inglês Alunos Jovens da elite Jovens em geral Todos

Idade dos alunos

6 a 20 anos 6 a 16 anos Qualquer idade

Pagamento Os pais Impostos Alunos Instituição Igreja Estado Corporações

Lugar Lugares de conhecimento

Cidades Qualquer lugar

Tempo Combinado Fixo Qualquer tempo Economia Tradicionalismo Taylorismo Neo-liberalismo Fonte do conteúdo

Professor Estado Necessidades do aluno

Fonte: Traduzido de Tiffin e Rajasingham (1995, p. 85)

Buscando ilustrar melhor as teorias pedagógicas, a tabela abaixo vem para

ilustrar as principais características destes paradigmas educacionais.

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Quadro 3 - Paradigmas Educacionais

Modelo Definição Objetivo Premissas Instrutor/Prof.

Objetivismo Aprendizado é a absorção não crítica do conhecimento

Transferência do conhecimento do professor para o aluno. Memorização do conhecimento

Professor detém todo o conhecimento. Estudantes aprendem melhor estudando de forma intensiva e isolada.

Controla o material e a velocidade de aprendizado. Provê estímulo.

Construtivismo Aprendizado é o processo de construção de conhecimento por um indivíduo.

Formação de conceitos abstratos para representar a realidade. Dar significado a eventos e informações.

Indivíduos aprendem melhor quando descobrem sozinhos e quando controlam a velocidade do aprendizado.

Aprendizado centrado nas atividades dos alunos. Instrutor mais ajuda do que direciona.

Colaborativismo Aprendizado emerge através de entendimento partilhado por mais de um aluno.

Promove habilidades grupais, comunicação, participação, capacidade de ouvir. Promove socialização.

Envolvimento é crítico no aprendizado. Alunos tem algum conhecimento anterior sobre o assunto.

Orientado para a comunicação. Instrutor atua como questionador e líder da discussão

Cognitivo Aprendizado é o processamento e transferência de novos conhecimentos para a memória de longo termo.

Melhora as habilidades cognitivas dos estudantes. Melhora memorização e retenção do conhecimento.

Limitado pela atenção seletiva. Conhecimento anterior afeta nível de apoio necessário.

Estímulo pode afetar a atenção. Instrutor necessita retorno do aprendizado dos estudantes.

Socio-culturalismo

Aprendizado é subjetivo e individualista.

Delegação. Emancipação do aprendizado. Orientado para a ação, consciência social com a visão mais de mudar do que de aceitar ou entender a sociedade.

Informações distorcidas e formatadas em seus próprios termos. Aprendizado ocorre melhor em ambientes familiares ao aluno.

Instrutor é sempre considerado representante de uma cultura. A instrução é sempre no contexto social e cultural do grupo.

Fonte: Tradução de Leindner e Jarvenpaa (1995)

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2.8 Paradigmas da Ciência

Todos os modelos educacionais existentes possuem suas características, que

em determinado momento foram bastante aproveitadas e benéficas a toda a

população, mas deve-se notar que, com a globalização4, o processo educativo

precisa ser constantemente discutido. É preciso quebrar os paradigmas5, rever os

conceitos e propor mudanças.

“A revolução tecnológica atingiu o povo em geral, não foi uma reestruturação

só da comunidade científica, mas do universo como um todo” (BEHRENS, 2005,

p.27). Impossível o ser humano acompanhar a quantidade de informação veiculada

no mundo, os recursos de telecomunicação distribuem a informação em volume e

velocidade que não se pode acompanhar.

2.9 O Paradigma Inovador

A nova situação de mundo exige uma abordagem menos tecnicista e mais

libertadora, quando oferece ao indivíduo a possibilidade de pensar e criticar, ao

invés de apenas repetir os ensinamentos do educador. Segundo (BEHRENS, 2005,

p. 54), o “[...] paradigma inovador na ciência propõe que o homem seja visto como

um ser indiviso, que haja o reconhecimento da unanimidade cérebro-espírito levando

à reintegração sujeito-objeto”.

Os novos cientistas buscam uma ação pedagógica que leve à produção de

conhecimento, e não a simples reprodução, buscando formar um sujeito crítico para

o novo mundo. Na busca de maior entendimento desta teoria, busca-se entender

todas as características que envolvem esta forma de ensino. As características estão

abaixo relacionadas.

A visão sistêmica ou holística busca a superação da fragmentação do

conhecimento, o resgate do ser humano em sua totalidade, considerando o homem

como com suas inteligências múltiplas, levando à formação de um profissional

humano, ético e sensível.

As outras características segundo o mesmo autor (Idem, 2005) são a

4 Globalização - é um dos processos de aprofundamento da integração econômica, social, cultural, política, com o barateamento dos meios de transporte e comunicação dos países do mundo no final do século XX e inicio do século XXI. 5 Paradigmas - é a representação do padrão de modelos a serem seguidos. uma teoria, um conhecimento que origina o estudo de um campo científico.

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abordagem progressista, que tem como pressuposto central a transformação social,

e instigar o diálogo e a discussão coletiva como forças propulsoras de uma

aprendizagem significativa, que contempla os trabalhos coletivos, as parcerias e a

participação crítica e reflexiva dos alunos e dos professores.

E ainda: O ensaio com pesquisa pode provocar a superação da reprodução

para a produção do conhecimento, com autonomia, espírito crítico e investigativo.

Cambi (1999, p. 513) afirma que “[...] no século XX, a escola sofre um processo de

profunda e radical transformação. Abre-se às massas”. E ainda completa “[...] à

escola, portanto, é confiado o papel de transformar até politicamente a face da

sociedade, de torná-la cada vez menos repressiva e autoritária e de desenvolver os

momentos de participação e colaboração” (Idem, p. 551).

As mudanças ao longo dos anos são constantes em todos os seus modelos

de educação, mas a partir da década de 80 a pedagogia foi extremamente focada,

vários fenômenos ocorreram e várias transformações econômica-sócio-cultural

influenciaram diretamente na maneira de agir e pensar.

Edgar Morin escreveu, em 1999, um trabalho a pedido da UNESCO, que tinha

o objetivo de sistematização das reflexões para a educação do século XXI, este

trabalho resultou em um livro “Os Sete Saberes Necessários à Educação do Futuro”.

Este estudo apontou uma série de falhas do modelo existente, propondo novos

caminhos para a formação de jovens, futuros cidadãos do mundo.

Na linha de pensamento sobre educação moderna, Sato comenta:

“Entretanto, é na potencialidade da educação que queremos ancorar nossos

pensamentos, abrindo as janelas para um horizonte mais próximo, buscando uma

utopia que teremos a coragem de realizar” (MORIN, 2003, p.4)

2.10 Sociedade da Informação e do Conhecimento

Utiliza-se com muita freqüência o termo “era da informação”6, Todos dando

suas explicações e conceituando esta frase baseados no senso comum, mas em

que era realmente estamos vivendo nos dias atuais com referência ao

conhecimento?

Sendo assim qual a diferença entre informação e conhecimento? Como

6 Informação cuja origem etmológica é o vocábulo latino informattio – que designa a ação de informare – dar forma, moldar.

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identificá-las e qual a sua importância? Segundo Angeloni dados, informação e

conhecimento são pontos diferentes de um mesmo sistema que devem e precisam

ser analisados separadamente.

Ao se falar em conhecimento faz-se necessário perceber que não existe um

conhecimento absoluto. O conhecimento é transmitido de um ponto de origem até

um ponto final, podendo e sofrendo interpretações conforme a capacidade

interpretativa de quem recebe.

Em seu trabalho (MORIN, 2000, p. 20) afirma: “O conhecimento não é um

espelho das coisas ou do mundo externo. Todas as percepções são, ao mesmo

tempo, traduções e reconstruções cerebrais com base em estímulos ou sinais

captados e codificados pelos sentidos”. Some-se a isto outra colocação acerca do

conhecimento: o conhecimento, sob forma de palavra, de idéia, de teoria, é o fruto

de uma tradução/reconstrução por meio da linguagem e do pensamento e, por

conseguinte, está sujeito ao erro.

Quando se fala em informação e conhecimento, remetemo-nos a pensar em

tecnologia da informação (TI), o que é um grande erro, porém, não podemos deixar

de analisar a importância destes recursos nos dias atuais. Ao observar em nossa

volta tantas ferramentas tecnológicas, constatamos que estes recursos são na

verdade nossos aliados têm-se mais informação para aprender hoje que em anos

atrás.

O grande erro está e não está no uso destas ferramentas de TIC7, mas sim

em investir mais nelas que no ser humano, partindo do princípio que quem as

concebe e utiliza é o próprio ser humano, de que adianta ter soluções super

desenvolvidas para atender a uma pequena parcela da população.

No livro Ecologia da Informação expõe muito bem todos estes conceitos, mas

especialmente define: “Conhecimento é a informação mais valiosa, e

conseqüentemente, mais difícil de gerenciar” (DAVENPORT, 2001, p. 19) e

complementa que o conhecimento credencia ao ser humano uma maior capacidade

de síntese, de crítica e posição privilegiada dentro da comunidade para tomada de

decisão, seja na vida pessoal ou profissional.

Fica evidente a importância do conhecimento para a natureza humana, e o

quadro a seguir procura ilustrar melhor as diferenças existentes entre dados,

7 TIC – Tecnologia de Informática e Comunicação

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informação e conhecimento.

Quadro 4 - Comparativo entre Dados, Informação e Conhecimento

Dados Informação Conhecimento

Simples observação sobre o estado do mundo

Dados dotados de relevância e propósito

Informação valiosa da mente humana

Facilmente estruturado Requer Unidade de análise

Inclui reflexão, síntese, contexto

Facilmente obtido por máquinas

Exige consenso em relação ao significado

De fácil estruturação

Freqüentemente quantificado

Exige necessariamente a mediação humana

De difícil captura em máquinas

Facilmente transferível Dificuldade média De difícil transferência

Fonte: Adaptada do livro: Ecologia da Informação de Davenport

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3 EDUCAÇÃO AMBIENTAL

3.1 Histórico da Educação Ambiental no Brasil

A EA nunca foi tão discutida no mundo como agora, tornou-se um dos temas

mais debatidos em congressos e governos em todo o planeta, esta era uma

realidade muito diferente até algumas décadas atrás. Somente ecologistas discutiam

o tema, enquanto o resto do mundo criticava, achando que eram idéias super

valorosas de pessoas que não entendiam e não queriam o progresso da

humanidade.

No século XX, na década de 60 e 70 começaram a aparecer vários problemas

ao meio ambiente8, tais como: desertificação, desmatamento, secas avassaladoras,

erosão cada dia maior e em mais locais, poluição do ar cada vez maior em função

do número de fábricas, empresas e veículos afetando diretamente a qualidade de

vida dos homens. Observou-se que o desequilíbrio ambiental era enorme, que o

homem havia causado um terrível caos no ecossistema9 mundial.

Neste momento começaram a surgir no mundo várias discussões sobre o

meio ambiente, buscando maior conhecimento e esclarecimentos sobre a triste

realidade que estava em estudo. (DIAS, 2004, p 40) observa que em 1968 foi criado

o Clube de Roma, que foi uma Instituição formada pela união de chefes de Estado,

8 Entende-se por meio ambiente “um sistema no qual interagem fatores de ordem biológica, física, química, sócio-econômica e cultural, onde as relações homens-natureza se fazem marcantes”. (Sunkel e Glico, 1980) 9 Ecossistemas - “conjunto de interações desenvolvidas pelos componentes vivos (animais, vegetais, fungos, protozoários e bactérias) e não-vivos (água, gases atmosféricos, sais minerais e radiação solar) de um determinado ambiente.” ( Secretaria do Meio Ambiente do Estado de São Paulo, 1992).

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economistas, pedagogos, humanistas, industriais, banqueiros, líderes políticos,

cientistas e outros membros de diversos países, que se reúnem visando analisar a

situação mundial e oferecer previsões e soluções para o futuro da humanidade.

Segundo o Instituto Brasileiro de Produção Sustentável e Direito Ambiental –

www.ibps.com.br, esta reunião foi significativa porque trouxe à tona a conseqüência

dos problemas voltados à questão ambiental versus populacional. Conclui-se que

são cinco os fatores limitantes da expansão humana no planeta: demografia,

produção agrícola, recursos naturais, produção industrial e poluição.

Dias ainda observa que neste evento o tema EA – Educação Ambiental foi

submetido a apreciação dos participantes, e apontado como uma das muitas ações

que o homem teria como obrigação de tomar para si a responsabilidade.

Vários são os autores (SOUSA E ANNA MARIA, 2005. p99) e (FERREIRA,

2005. P.109), que afirmam que é preciso criar estratégias “simultâneas”, ou seja, não

adianta soluções isoladas para que a degradação ambiental seja retardada e

realizada com mais consciência, menos danosa.

São muitos os eventos que aconteceram ao longo dos anos, muitos de

importância globalizada e outros de importância localizada. Cada um dentro de suas

características e limites que devem ser lembrados e observados devido a sua

importância histórica no processo de preservação ambiental do planeta. Dentre os

principais eventos, podemos citar alguns deles.

3.2 Conferência de Estocolmo

Onde a discussão realmente aconteceu, de forma ampla e oficial do tema EA

foi no ano de 1972, em Estocolmo, onde ocorreu a Conferência das Nações Unidas

sobre o Meio Ambiente. De acordo com, (PARDO DIAZ, 2002, p.53) “A

confederação de Estocolmo fez uma reflexão profunda sobre os problemas

ambientais de nossa época e suas causas”. Após a Conferência de Estocolmo a EA

segue como uma obrigatoriedade em vários projetos. A declaração de Estocolmo

proclama em seu segundo parágrafo que

A proteção e o melhoramento do meio ambiente humano é uma questão fundamental que afeta o bem-estar dos povos e o desenvolvimento econômico do mundo inteiro, um desejo urgente dos povos de todo o mundo e um dever de todos os

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governos. Declaração de Estocolmo sobre o Meio Ambiente Humano, 1972.

Como conseqüência direta da conferência de Estocolmo, em 1972 foi criado

pela ONU a PNUMA10 – Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente, que

tem como principal característica a formação e capacitação de pessoas com

atividades voltadas ao desenvolvimento de atividades que buscam a preservação do

meio ambiente.

Muitos autores ainda lembram que, na contramão da história, o Brasil no

mesmo ano anuncia aos diversos empresários em todo o mundo que está

interessado em montar fábricas e que não importam com a poluição gerada. Com

uma manobra de extrema incompetência política, nossos representantes convidam

multinacionais para aqui montarem suas fábricas independentes dos danos

ambientais.

Em 1975 o PNUMA e a UNESCO formam parceria para criação do PIEA –

Programa Internacional de Meio Ambiente. Este grande projeto ocorreu no

Congresso de Belgrado, que recebe especialistas de 65 paises, e conclui o

congresso com diretrizes para um programa de EA internacional.

Com as discussões aumentando a cada dia, foi criada no ano de 1977 a The

International Society for EE (Sociedade internacional para EA), esta organização foi

criada para desenvolver atividades de EA, na Escola de Recursos Naturais, Ohio,

EUA. Este ano para o Brasil foi marcante, podendo citar inúmeros marcos no

desenvolvimento de projetos de EA: Assinaturas de protocolo entre MEC e Minter-

Sema buscando uma ação integrada de apoio a pesquisa pertinentes às políticas de

meio ambiente, (DIAS, 2004, p 81 a 85).

Ainda no ano de 1977, temos inúmeros projetos que foram criados para o

aumento da discussão no mundo acadêmico, quando foram criados cursos na área

ambiental dentro de várias universidades.

3.3 Conferência de Tiblisi

Mas o que realmente marcou o ano de 1977 foi a Conferência de Tiblisi,

segundo Dias “A Conferência de Tiblisi – como ficou conhecida – é o ponto

10 PNUMA - é uma entidade privada sem fins lucrativos, que tem como atividade principal a divulgação dos resultados do trabalho do PNUMA e suas publicações, além da promoção e participação em atividades de educação e conscientização ambiental

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culminante da primeira fase do programa internacional de EA, iniciada em 1975, pela

Unesco/PNUMA”. Para Díaz “A conferência passou em revista os principais

problemas ambientais da sociedade contemporânea e examinou as realizações de

educação no sentido de contribuir para resolvê-los” (DÍAZ, 2002, p.53). Esta

conferência marcou definitivamente a EA como uma necessidade absoluta de

discussão, aumento e aprimoramento pelos cientistas.

Conforme Marcatto em seu estudo sobre a Conferência de Tiblisi “Tbilisi foi o

marco para a disseminação e conscientização da necessidade da EA em todos os

níveis, pois suas normas, princípios, diretrizes e recomendações propostas são até

hoje respeitados.” (MARCATTO, 2003, p.17)

Ao longo dos anos foram vários os eventos que discutiram o tema EA. EA,

seminários e congressos internacionais foram realizados com o objetivo de

aprofundamento no tema, maior embasamento e discussão das ações realizadas e

novas alternativas para alcançar maior eficiência na EA.

No ano de 1986, exatamente em 26 de abril, ocorreu o mais famoso acidente

nuclear de todos os tempos, causando grande comoção em todo o mundo. A

explosão liberou 60% a 90% do combustível atômico segundo o físico nuclear e

matou entre 7 a 10 mil pessoas e afetou a mais de 4 milhões de pessoas.

“http://vejaonline.abril.com.br”

O governo russo, cinco anos depois, então presidente Mikhail Gorbachev

pede ajuda internacional e comenta: “a humanidade está apenas começando a

conhecer plenamente a natureza global dos problemas sociais, médicos e

psicológicos gerados pela catástrofe”.(http://grupocurrupiao.blogspot.com/, 2007,

acesso em 20 de janeiro, 15:00:00).

O agravamento dos problemas ambientais continua em ritmo crescente,

devido às condições tão desfavoráveis, os organizadores da Conferência de Tiblisi

organizaram um novo congresso, com objetivo semelhante, avaliar as políticas de

EA e propor um plano estratégico para a próxima década.

No ano de 1987, em Moscou, os coordenadores da conferência de Tiblisi, a

UNESCO e PNUMA, organizaram o Congresso de Moscou com a participação de

110 paises, as discussões foram voltadas para as decisões tomadas em Tiblisi,

avaliando o avanço que estas tiveram ao longo da década.

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[...] o congresso de Moscou propõe a urgência máxima de “definir objetivos e recorrer a novos meios que permitam aos indivíduos serem mais conscientes, ser mais responsáveis e estar funcionalmente mais bem preparado para fazer frente aos desafios da preservação ambiental”. Propõe em suma tornar mais operacionais as operações em Tiblisi. (PARDO DIAZ, 2002, p. 59)

As discussões em Moscou buscaram uma maior compreensão da EA e a

melhor forma de fazer projetos virarem realidade, saírem do papel e mente dos

pesquisadores e educadores. Objetivou-se introduzir a EA em todos os níveis de

estudo de todos os níveis de ensino, a qualificação de pessoal e a elaboração de

materiais didáticos de qualidade.

No Brasil, no ano de 1986 é criado o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e

dos Recursos Naturais e Renováveis - IBAMA, que tem a finalidade de formular,

coordenar e executar a política nacional do meio ambiente. Ao IBAMA ficou a

responsabilidade de preservar e controlar o uso dos recursos naturais do país, em

todo o território nacional, atuando na proteção da fauna e flora brasileira e como

estímulo a EA.

Neste ano é criado um curso à distância que envolveu 15 universidades

nordestinas, com o objetivo de divulgar o curso de ecologia que promoveu o

conhecimento em formas de encartes em jornais e revistas.

No ano de 1990 foi declarado pela Organizações das Nações Unidas - ONU o

ano internacional do meio ambiente e em 1991, no Brasil, foi definido pelo MEC –

Ministério da Educação e Cultura a portaria 678 (14/5/91), que resolve que os

sistemas de ensino, em todas as instâncias, níveis e modalidades, contemplem, nos

seus respectivos currículos, entre outros, os temas referentes à EA.

3.4 Conferência do Rio-92 (ECO 92)

O Rio-92, em 1992, foi uma das maiores conferências internacionais do Meio

Ambiente e Desenvolvimento, realizado no Rio de Janeiro, em junho de 1992, essa

conferência propôs ações mais pragmáticas, uma proposta de estratégia local, a

Agenda 2111, uma maneira de instrumentalizar as políticas ambientais no mundo.

11 Agenda 21 - um documento que estabeleceu a importância de cada país se comprometer a refletir, global e localmente, sobre a forma pela qual governos, empresas, organizações não governamentais e todos os setores da sociedade poderiam cooperar no estudo de soluções para os problemas sócio-ambientais.

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Em seu artigo publicado Formação em EA – da escola à comunidade,

“Movimentos como a Agenda 21 e a Carta da Terra12 são informações que não

podem deixar de existir na estrutura curricular da EA” (SATO, 2002, p.6),

convalidada por Boldrin e Talpo Boldrin “Na Rio-92 os documentos resultantes foram

a Carta da Terra13 e a Agenda 21, que constitui num plano de ação com o objetivo

de colocar em prática programas que visam frear o processo de degradação

ambiental e colocar em prática os princípios da Declaração do Rio”. (BOLDRIM,

2004, p.5).

O principal ponto desta conferência foi discutir e propor ações práticas para a

melhoria da qualidade de vida e preservação do meio ambiente, pois estão

intimamente ligadas, amarradas e complexas. Pode-se observar pelos seus

objetivos citados abaixo.

A conferência no Rio teve como principais objetivos: examinar a situação

ambiental do mundo e as mudanças ocorridas depois da conferência de Estocolmo;

identificar estratégias regionais e globais para ações apropriadas referentes ás

principais questões ambientais; recomendar medidas as serem tomadas, nacional e

internacionalmente, referentes à proteção ambiental através de política ambiental

através de política de desenvolvimento sustentado; promover o aperfeiçoamento da

legislação ambiental internacional; examinar estratégia de promoção do

desenvolvimento sustentável e da eliminação da pobreza nos países em

desenvolvimento, entre outros.

A conferência tomou como base a conferência Tiblisi, mas na prática significa

uma reorientação também da EA como instrumento a serviço do desenvolvimento

sustentável. Diversos autores apontam as ações de escala global que se referem à

EA, e apontam 3 grandes linhas de discussão: educação, conscientização e

capacitação.

As premissas discutidas sobre educação entendem a necessidade e urgência

nas ações que envolvam e desenvolvam todos na discussão da temática ambiental,

como parte fundamental na aprendizagem. Observa-se que a conscientização sobre

o meio ambiente e o desenvolvimento em escala mundial precisa ser

12 Carta da Terra - Também chamada de Declaração do Rio constituída de 27 princípios básicos, que visam estabelecer acordos internacionais que respeitem os interesses de todos e que protejam a integridade do sistema global de ecologia e desenvolvimento)

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exaustivamente discutido em todas as áreas educacionais.

A discussão do segundo tópico, que é a conscientização, perpassa pela

intensidade de informações existentes e nos formatos existentes e disponibilizados

ao mercado em diversas maneiras.

Na capacitação, assinala a importância como um dos instrumentos mais

importantes para desenvolver os recursos humanos e facilitar a transição para um

mundo mais sustentável. 170 países participaram desta conferência que discutiram o

passado, presente e principalmente o futuro do meio ambiente do planeta terra.

Nos anos seguintes outras tantas ações ao redor do mundo foram

desenvolvidos, entre os principais destacam-se: Ano de 1997, a II Conferência das

Nações Unidas sobre os Assentamentos Humanos – Habitat II (City Summit). Neste

evento a Agenda 21 é eleita como a melhor estratégica reconhecida para a

promoção do desenvolvimento.

No mesmo ano, o MEC – Ministério Educação e Cultura, após 02 anos de

avaliação e preparação do PCN – Padrões Curriculares Nacionais. É neste momento

que a EA é inserida como tema transversal nos currículos escolares.

O governo de Pernambuco desenvolveu um trabalho denominado Agenda

Comum, abordando a EA como tema central e como referência a Agenda 21, e

comenta: “Agenda 21 é um referencial para todos os atores que atuam nas questões

ambientais e, em seu Artigo 36, estabelece a necessidade de que sejam

implementadas ações educativas voltadas para as instituições educacionais e para

todos os setores da sociedade.” (AGENDA COMUM, 2001, p 12).

No Brasil, ano de 1996, foi realizado a 1ª Conferência Nacional de EA, que

teve por objetivo criar um espaço para reflexão sobre práticas de EA no Brasil.

3.5 Protocolo de Kyoto

Após estes eventos, culminou no Japão em 1998, mais especificamente na

cidade de Kyoto, um documento que foi intitulado “Protocolo de Kyoto”. Trata-se de

um acordo internacional entre países desenvolvidos e países em desenvolvimento,

que comprometem a criar rígidos controles para a emissão de gases que provocam

o aquecimento global.

1997: Em Kyoto, Japão, é assinado o Protocolo de Kyoto, um novo

componente da Convenção, que contém, pela primeira vez, um acordo vinculante

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que compromete os países do Norte a reduzir suas emissões. Os detalhes sobre

como será posto em prática ainda estão sendo negociados e devem ser concluídos

na reunião de governos que se realizará entre 13 e 24 de novembro deste ano em

Haia, Holanda. Essa reunião é conhecida formalmente como a COP6 (VI

Conferência das Partes). (http://www.greenpeace.org.br.)

Denise Hamú, secretária-geral do WWF-Brasil afirma “Está na hora de

arregaçarmos as mangas e fazermos tudo que podemos. Não dá mais para ficar

apenas falando no assunto,” e acrescenta “O IPCC fez uma ‘radiografia’ do clima do

planeta e nos mostrou o que devemos fazer para deter as mudanças climáticas

antes que seja tarde demais”, completa a sua afirmativa com uma observação aos

políticos: “Agora está na hora de pressionar os políticos e mobilizar a sociedade para

tomarmos decisões conjuntas e realmente colocar em prática o que se vem

discutindo.” (WWW-Brasil, acesso em 30 de julho de 2007, 21:10:00.)

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25

4 CONCEITUANDO A EDUCAÇÃO AMBIENTAL

Muito se discute sobre a EA, nos centros educacionais, nos governos, nas

ruas, enfim em todos os lugares e em todos os momentos esta discussão é

extremamente vital e possibilita conceituar EA de forma mais simples, ressaltando

sua importância e sua urgência.

Faz parte deste trabalho a busca para uma melhor compreensão desta

temática e torna-se imprescindível que o leitor tenha capacidade de entender estes

conceitos.

As discussões sobre EA iniciaram nos primeiros eventos internacionais,

quando os cientistas e políticos ainda não entendiam a sua real importância. Ainda

eram nebulosos os números sobre os danos ambientais até aquele momento, ao

longo dos anos a discussão foi ganhando mais adeptos, mais importância e maior

respeito por parte dos envolvidos.

Segundo Dias, O termo enviromental education14 ao ser ouvido pela primeira

vez na Grã Bretanha, era vista por muitos, como conservação ou ecologia aplicada,

conduzidas pela biologia (1998, p.35). A EA é percebida como ações isoladas de

limpeza de rios, plantio de árvores, programas escolares e programas

televisionados.

Para se entender de fato EA, necessário se faz conhecer as propostas nos

vários congressos e conferências internacionais, conhecer à complexidade das suas

ações e objetivos, percebendo desta maneira que a EA não pode ser tratada como

ação isolada, mas como um conjunto de ações que devam ser realizadas de forma

ordenada, inteligente, buscando resultados práticos e não apenas conceituais.

14 Enviromental Education – Educação Ambiental

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26

Buscar conceitos para a EA vai depender do ponto de vista do observador,

caso fôssemos olhar a EA pelos olhos de um biólogo, físico, matemático,

administrador, advogado, engenheiro, etc, teríamos diversas explicações que

possivelmente seriam diferentes ou se completariam, fato é que: a EA tem diversos

enfoques a depender de seu ângulo de visão e interesse do assunto, do seu senso

crítico.

Durante as conferências era sempre avaliada e solicitada por partes dos

atores uma mudança de suas atitudes para com o meio ambiente, uma mudança do

seu foco de visão, para mais tarde poder implantar uma mudança real nas ações,

tornando-as mais eficientes sob a perspectiva dos resultados esperados.

É necessário um senso crítico e um conhecimento da realidade na qual se

vive, no tratado de EA para Sociedades Sustentáveis e Responsabilidade Global,

foram desenvolvidos quinze princípios, quatro estão citados abaixo como modelo.

(DIAS, 2000, p.44).

A EA deve se crítica e inovadora, seja na modalidade formal, não-formal e

informal. Ela é tanto individual como coletiva. Não é neutra; é um ato político voltado

para a transformação social.

A EA deve buscar uma perspectiva holística, relacionando homem, natureza e

universo e também ser interdisciplinar. Além disso, deve buscar a solidariedade,

igualdade e respeito através de formas democráticas de atuação, bem como

promover o diálogo.

A EA deve valorizar as diversas etnias, culturas e sociedades, principalmente

aquelas dos povos tradicionais, deve criar novos estilos de vida, desenvolver uma

consciência ética, trabalhar pela democratização dos meios de comunicação em

massa. Objetiva formar cidadãos.

Ao deparar com estes pontos se entende por que sua aplicação não se

baseia apenas em atividades isoladas e sem objetivos maiores, observa-se que para

alcançar as mudanças propostas de atitudes e conscientização do individuo, é

necessário aplicar ações mais ousadas e organizadas.

Existem muitas definições para a EA, para Sauvé, “Trata-se de uma dimensão

essencial da educação fundamental que diz respeito a uma esfera de interações que

está na base do desenvolvimento pessoal e social: a da relação com o meio em que

vivemos, com essa “casa de vida” compartilhada”(2005, p307).

Quanto ao objetivo da EA, pode-se assim definir: contribuir para a

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conservação da biodiversidade, para a auto-realização individual e comunitária e

para a autogestão política e econômica, mediante processos educativos que

promovam a melhoria do meio ambiente e da qualidade de vida.

Quanto às classificações dos tipos e ações da EA, Amâncio (2002) cita

Leonardi (1996) que aborda em três as modalidades de EA: EA formal; EA não-

formal e EA informal. Esta classificação é utilizada por muitos dos educadores que

entendem ser esta forma de análise mais pragmática e direcionada à realidade atual.

Os conceitos estão abaixo definidos em quadro explicativo.

Quadro 5 - Educação formal, não-formal e informal Educação Modelo

EA formal É aquela exercida nas escolas em quaisquer graus (pré-escola, ensino

fundamenta, médio, superior, etc.). É muito diversa em métodos,

conteúdos, formas, etc. Pode ser desenvolvida dentro dos ambientes

escolares ou não, e até em associação com outras disciplinas,

escolares ou não. Cita-se, como exemplo, que com a comemoração do

Dia do Meio Ambiente pelos alunos, está se praticando a EA formal.

EA não-formal (Entenda-se esta como a enfocada neste trabalho) é exercida em outros

tipos de lugares da vida social, com ferramentas didáticas, métodos,

materiais, diferentes daqueles da EA formal. O aspecto não-formal,

coloca este tipo em contato com vários outros atores sociais que

também atuam com a questão ambiental. Destaca-se o fato de, mesmo

sendo não-formal, ela poder ter objetivos, métodos e periodicidade bem

claros. É menos estruturada do que a formal, mas pode ser muito rica

em parcerias. Um exemplo pode ser a EA desenvolvida em empresas.

Outro, seria os programas de EA feitos em parques e outros espaços

públicos com os seus freqüentadores.

EA informal também é realizada em locais variados da vida social, mas, neste caso,

sem ter um compromisso com a continuidade, periodicidade,

metodologias e processos de avaliação. Um exemplo poderiam ser

programas eventuais, isolados que tratam de questões ambientais, sem

avaliar o aproveitamento real que os telespectadores tiveram da sua

mensagem.

Fonte: adaptado de Dias.

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Para finalizar, o Conselho Nacional do Meio Ambiente – CONAMA, definiu a

EA como um processo de formação e informação, orientado para o desenvolvimento

da consciência crítica sobre as questões ambientais, e de atividades que levem à

participação das comunidades na preservação do equilíbrio ambiental. (DIAS, 2000,

p.27)

Tratar a questão ambiental apenas pelo aspecto ecológico, no sentido

biológico, é desprezar os problemas ambientais oriundos da imposição do modelo de

crescimento econômico adotados pelos países desenvolvidos, o maior responsável

pela degradação ambiental.

Na percepção do Ministério do Maio Ambiente - MMA, a EA está entre as

principais ferramentas para preparação das pessoas, independentes de classes

sociais, culturais, financeiras, étnicas ou idade. É a condição mais adequada para

transferir os ideais de sustentabilidade, que somente poderá ser alcançados com a

revisão dos valores humanos, das atitudes éticas e dos comportamentos concretos,

tanto dos homens entre si como destes com a natureza.

4.1 A Educação Ambiental sob a Ótica de um Desenvolvimento Sustentável15

Qual seria o mundo ideal, pois temos de um lado da balança o ser humano,

em sua necessidade “insana” de consumo, uma necessidade desenfreada de

produção, seja devido ao fato de um crescimento acelerado da população seja pela

sua capacidade, quase irracional de querer produtos novos a todo dia, a qualquer

preço e custo.

As discussões seguem e as perguntas são sempre repetidamente feitas:

Como podemos consumir sem destruir. Sem utilizar e degradar os recursos naturais

que tempos atrás eram abundantes e agora começam a rarear em áreas outrora

ricas. Vemos nos telejornais, revistas, e outros meios de comunicação uma vasta

quantidade de informações, portanto é necessário analisar nossas ações atuais pois

repercutiram as nossas próximas gerações, se destruirmos o que resta destes

recursos, o que deixaremos de herança aos nossos descendentes. Para responder

estas perguntas, devemos estudar os novos conceitos de desenvolvimento

15 Desenvolvimento Sustentável – Segundo a Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (CMMAD), conhecida como Comissão Brundtland, "desenvolvimento sustentável é aquele que atende às necessidades do presente sem comprometer as necessidades das gerações futuras, de atenderem as suas próprias necessidades".

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sustentável.

O termo desenvolvimento sustentável surgiu pela primeira vez em 1980 em

um documento intitulado World Conservation Strategy, produzido pela IUCN (União

Internacional para a Conservação da Natureza) e pela WWF (World Wide Found for

Nature). (BARBIERI, 1997, p. 23).

4.2 Princípio da Igualdade

O princípio da igualdade é a noção de justiça que por vezes falta nas

sociedades; a igualdade se baseia no sentido que não existe maior injustiça que

tratar os iguais como desiguais. Desde essa discussão pessoas e grupos

desfavorecidos tem sido beneficiados com políticas estimuladoras, que exprimam

prioridades para a satisfação de suas necessidades. Eles requerem, sem dúvida,

que alguns setores e áreas do planeta deixem de crescer para que outras possam

crescer com maior velocidade e maior qualidade.

4.3 Transformações Humanas e Sociais

A idéia de transformação está direcionada ao desenvolvimento de soluções

que realmente venham a ser mais que simples ajustes de sistemas que estão

deficitários, mas profundas mudanças no sentido de resolução dos desequilíbrios

ambientais. Neste sentido é que se exige uma grande orientação para o

direcionamento de ações de transformação dos paradigmas existentes, para novos

paradigmas interpretativo das relações humanas e do meio ambiente e entre os

grupos de pessoas economicamente favorecidas, que por ironia, são a grande

minoria existente no mundo. Tendo com o contra ponto, uma grande parte da

população vivendo abaixo da linha de miséria.16

4.4 Valor do Inter-Relacionamento

Vivemos em um sistema fechado, as ações originadas em um determinado

ponto irão repercutir em todo o resto do sistema. Não existe nenhuma parte isolada,

nenhuma ação que possa ser realizada de forma independente e não gere reflexos

16 Linha de miséria - linha abaixo da qual estão as pessoas cuja renda não é suficiente para cobrir os custos mínimos de manutenção da vida humana: alimentação, moradia, transporte e vestuário. (ONU)

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(positivos ou negativos). Entender que esta relação existe e deve ser respeitada é a

chave do sucesso dos projetos de EA, é o elemento para a compreensão da

dinâmica da biosfera, conduzindo os seus atores ao entendimento do todo e a

necessidade de conscientização da urgência de novas diretrizes e ações.

4.5 Valor da Diversidade

O Ecossistema não pode ser compreendido apenas na esfera biológica, mas

também na esfera sócio-cultural. A análise da biodiversidade perpassa pelo ser

humano, alcançando as suas atitudes e seu habitat. Nossos ecossistemas estão

sofrendo inúmeras depreciações, em um ritmo acelerado, causando o risco de

extinção de espécies da fauna e flora e eliminação de muitas culturas, estes

deveriam ser objeto de vários programas educativos para preservação da

biodiversidade.

4.6 Os Paradigmas da Educação Ambiental

A EA por muito tempo viveu em um modelo desenvolvido no conceito mais

tradicional, moldada e delineada para trabalhar em cima de conceitos formados e

não com o objetivo de desenvolver o senso crítico do aluno. Entender que o

estudante tem capacidade de interpretar e ser mais pró-ativo é uma das maiores

responsabilidades dos novos programas, esta quebra de paradigmas é vital para os

programas que começaram a surgir, pois antes de termos “robôs” precisamos ter

cientistas.

A aposta hoje é no aluno, que com suas perguntas, idéias, interatividade e

criatividade torna o responsável pelo desenvolvimento de novas propostas de

preservação do meio ambiente. Construir uma nova forma de pensar e agir, é o

desafio das novas propostas educacionais.

Para Costa Neto (apud, Morin (1977), paradigmas são estruturas de

pensamento que de modo inconsciente comandam nosso discurso ou ainda define

paradigmas como “uma constelação de concepções, de valores, de percepções e de

práticas compartilhadas por uma comunidade, que dão a uma visão particular da

realidade, a qual constitui a base de como uma comunidade se organiza” (CAPRA,

1996, p. 25). Das palavras destes autores, Percebe-se que precisamos avaliar todos

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os pontos de vistas, analisar as ações executadas e, se preciso for, alterar a forma

como está sendo praticado nos dias atuais.

Os paradigmas nos levam a pensar e agir como se este modelo já estivesse

pré-estabelecido, apoiado por uma percepção de que o mundo age como se tudo

estivesse pré-disposto a se destruir. Crescemos com a percepção de que os

recursos naturais seriam inesgotáveis podendo gastar água à vontade, tendo terra

suficiente para plantar e que a poluição do ar não nos causava mal algum. Estes

pensamentos já não são mais reais, observamos hoje toda a destruição que o

homem, o ser humano racional, que habita a terra e nela se desenvolveu, toda esta

destruição, precisa ser controlada e quem sabe, cancelada.

4.7 Novas Tecnologias de Acesso a Educação Ambiental.

O desenvolvimento tecnológico tem sido acelerado nos últimos anos,

aproveitando este, a ciência também se modernizou, conseguindo melhorar o seu

conhecimento, aumentar a sua área de atuação, dar respostas mais rápidas as

perguntas dos cientistas e fazer acompanhamento e prever situações que antes

eram muito difíceis em virtude das limitações.

A tecnologia é hoje a maior ferramenta de apoio e suporte para os cientistas,

Vários autores, entre eles Paula Brugger, tem destacado a importância da tecnologia

e utilizado um nome que denomina esta união: Tecnociência.

A tecnociência é todo o composto tecnológico existente que atua direta ou

indiretamente “com a” e “para a” ciência, não importando a área de estudo. Vivemos

ligados ou plugados em computadores e atentos aos apelos da mídia, e devemos

utilizar estes recursos ao nosso favor.

Brugger comenta o uso da mídia como “poderosa ferramenta” para o

desenvolvimento do planeta, mas devendo esta ser trabalhada e orientada para não

ocorrer disparidades entre aqueles que têm e não têm acesso. Esse autor defende o

conceito de socialização da educação e do conhecimento.

Neste contexto, o meio ambiente é constantemente discutido, a mídia, seja

ela internet, TVs, rádios, etc, tem veiculado a importância do meio ambiente para a

sobrevivência do ser humano. Esta mídia, implicitamente, tem a responsabilidade de

difundir a participação de organizações, ações dos órgãos governamentais e

também da responsabilidade das empresas neste contexto.

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As relações entre mídia e meio ambiente, ao longo do tempo, tem sofrido

várias transformações, com a denúncia diária de catástrofes ambientais, o homem

começa a olhar para dentro de si e a perguntar que mundo está desenvolvendo e

deixará para as próximas gerações. Isto tem refletido diretamente na exigência de

mais informações, mais conhecimento para saber como lidar com esta realidade.

4.8 Política nacional de Educação Ambiental

Trataremos aqui apenas de colocar alguns artigos da lei, sem fazer

aprofundamento, entendendo que, caso o leitor tenha interesse, deverá procurar

obra literária apropriada.

O art. 37 da Constituição, fundamentando-se no art. 225: “Todos têm direito a

um meio ambiente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia

qualidade de vida, impondo-se ao poder público e à coletividade o dever de defendê-

lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações”.

O governo, como detentor do poder no estado, é responsável em promover

ações que visam o bem estar da sua população, devendo estar presente em todas

as áreas, e agir entendendo que educação é base do desenvolvimento de qualquer

país. Neste processo educacional, a EA entra como tema transversal, tendo grande

importância para o desenvolvimento de uma consciência voltada para uma

sociedade sustentável, e preservação do meio ambiente.

A necessidade de transformação social se torna urgente, atuando com a EA

no sentido de promover a superação das injustiças ambientais, da desigualdade

social, da apropriação capitalista da natureza e da própria humanidade.

(SORRENTINO, 2005) e (GADOTTI, 2000) apontam a grande responsabilidade do

estado, porém, afirma ainda a responsabilidade da sociedade civil organizada, das

ong´s, dos gestores escolares.

Assim, a educação ambiental insere-se nas políticas públicas do Estado brasileiro de ambas as formas, como crescimento horizontal (quantitativo) e vertical (qualitativo), pois enquanto no âmbito do MEC pode ser entendida como uma estratégia de incremento da educação pública, no do MMA é uma função de Estado totalmente nova. (SORRENTINO, 2005, p. 290).

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5 INCLUSÃO DIGITAL

5.1 Conceitos de Inclusão Digital

Os conceitos para inclusão digital (ID) são os mais variados possíveis, alguns

se destacam pela forma bastante direta de abordar o problema e de propor

soluções. Podemos destacar alguns de vários conceitos apontados no 9° Congresso

de Informática Pública e a participação da Cidade do Conhecimento

A importância do uso de computadores, mais propriamente de tecnologia é

vital para o crescimento de um país, a idéia central da inclusão digital é democratizar

o acesso à tecnologia da informação para todos, independente de classe social ou

financeira. Qualquer restrição deve ser banida, sem exceção.

Quando se diz que todo cidadão tem direito a informação também se quer

dizer que todos tem direito ao acesso; portanto, precisa ser educado para atingir o

conhecimento que se deseja. Quando este sujeito não tem capacidade de extrair

esta informação, ele é denominado analfabeto digital, atualmente, tão grave quanto

o analfabeto com relação a leitura e a escrita.

5.2 Desigualdade Social

A Desigualdade social e financeira é sem dúvida um dos maiores desafios a

serem vencidos. O mundo vive hoje um total desequilíbrio e dados mostram que

existem diversos bolsões de pobreza no mundo inteiro. Apesar de termos visto que a

economia dos países em desenvolvimento tem crescido ao longo destes anos,

percebemos que ainda falta muito para alcançar um nível de tolerância para os

povos.

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Em todo o mundo, cerca de 1,1 bilhão de pessoas estão hoje subnutridas, a

maioria é composta de pobres em áreas rurais, com terra insuficiente para cultivar o

alimento necessário e renda insuficiente para comprá-los de outros. Muitas destas

pessoas vivem em países com excedente alimentícios, mas enquanto agricultores

abastados vendem seus produtos a consumidores de classe média em nações

distantes, as receitas não beneficiam milhões de crianças famintas, em alguns

países africanos como Quênia, Zâmbia e Zimbábue, até 40% da população é

subnutrida.

Aproximadamente 1,3 bilhão de pessoas não tem acesso à água potável, Na

China, a parcela que se enquadra nesta categoria é de 10% (125 milhões de

pessoas); na Índia é de 19% e na África do Sul 30%.(www.worldwatch.org.br)

O desenvolvimento de uma nação perpassa o desenvolvimento dos ricos e

mais abastados, uma nação somente pode considerar desenvolvida e rica, quando

toda a sua população puder usufruir dos benefícios básicos que esta “riqueza” pode

lhe proporcionar: educação, saúde, alimentação, transporte, possibilidade de

trabalho, entre outras.

Neste sentido, discute-se o desenvolvimento sustentável, que tem como

objetivo maior a integração entre os seres humanos e entre a humanidade e a

natureza. O desenvolvimento sustentável é aquele que atende as necessidades do

presente sem comprometer a possibilidade da às gerações futuras atenderem as

suas próprias necessidades.

A pesquisa realizada pela FGV “Mapa da Exclusão Digital” aponta diversos

pontos de observação e afirma que “Um verdadeiro modelo de desenvolvimento

social não é composto pela mera soma de ações isoladas. É preciso buscar

integração ampla destas ações” (NERI, 2003, p 16) e completa seu pensamento

citando a preocupação de diversos políticos da época, que se resume em uma frase

muito feliz: “[...]pobres precisam, acima de tudo, de oportunidades. Oportunidades

hoje são representados pela posse de ativos de ligados a tecnologia da informação.”

(NERI, 2003, p16).

Aproximadamente 1,2 bilhão de pessoas, ou um quinto da população mundial,

ainda vivem em estado de extrema pobreza, com menos de um dólar por dia, e 2,8

bilhões de pessoas, ou quase metade da população mundial, vivem com menos de

dois dólares por dia (UNDP, 2001). Três quartos dos que vivem em extrema pobreza

situam-se em áreas rurais (IFAD,2001), sendo a maioria mulheres. A pobreza não se

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limita aos países em desenvolvimento: mais de 130 milhões de pessoas que vivem

nos países membros da OCDE – Organização para a Cooperação e o

Desenvolvimento Econômico.

A pobreza é um dos principais agentes da degradação ambiental urbana. A

população carente urbana, impedida de competir pelos escassos recursos ou de se

proteger das condições ambientais adversas, é a mais afetada pelos impactos

negativos da urbanização. Visando uma melhor distribuição de renda, a ONU insere

a Inclusão digital como uma das ações a serem desenvolvidas em especial nos

países mais necessitados, enxergando a sua necessidade e reflexo positivos nas

comunidades que conseguiram alcançar com êxito seu projeto.

Vejamos o comparativo entre a Coréia do Sul e o Brasil, em 1960, que não

passavam de países subdesenvolvidos, a taxa de analfabetismo da Coréia beirava

os 35%. Na época a renda per capita da Coréia do Sul equivalia a do Sudão:

patinava em torno de 900 dólares por ano, enquanto no Brasil era o dobro. Hoje,

passados quarenta anos, um abismo separa as duas nações. A Coréia exibe uma

economia fervilhante, capaz de triplicar a cada década. Atualmente a renda per

capita dos coreanos chega a 17.900,00 dólares, enquanto à brasileira em 7.500,00

dólares, ou seja, em quarenta anos, a Coréia se transformou numa grande potência

econômica. O remédio utilizado por eles foi investimento profundo em educação. Em

1960 o Brasil e Coréia amargavam um vergonhoso índice de analfabetismo de 39%

e 33% respectivamente. Hoje, os índices destes países são 11,4% e 2%

respectivamente. O percentual de jovens na universidade, 82% Coréia e 18% no

Brasil. Estes dados foram obtidos da Revista Veja de 16 de fevereiro de 2005, p25.

5.3 Realidade Estadual e Nacional

Para se pensar em inclusão digital, primeiro é preciso pensar nos aspectos

sociais envolvidos: escolaridade, renda familiar, acesso à tecnologia, aspectos

raciais, posição de ocupação, Idade. Todos estes e outros mais são variáveis que

afetam diretamente o acesso da população a informação e dificultam o crescimento.

Por esta razão, trabalharemos neste artigo o termo Inclusão Digital.

A análise dos índices de desenvolvimento se faz de extrema importância, com

este estudo pode-se desenvolver ações preventivas, corretivas e preditivas. Entre os

principais índices estudados, citaremos:

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5.3.1. Renda

Outro ponto negativo que necessita ser combatido é a distribuição de renda.

Segundo dados colhidos na SEI, somente 14% das famílias na Bahia recebem mais

de 5 salários mínimos. Mas os números mostram que tem melhorado o número de

famílias que aumentaram a sua capacidade de renda, porém muito ruins se

analisarmos o Brasil e países desenvolvidos.

A realidade mostra que as famílias de baixa renda, cerca de 60%, sobrevivem

com menos de 2 salários mínimos (somados ai as famílias sem renda e sem

declaração), dados obtidos do IBGE do ano de 2005. A distribuição de renda por ser

fator primordial dentro dos princípios da democracia deveria existir ações com

resultados mais concretos que o que vemos hoje.

5.4 Inclusão Digital como Ação Estratégica

Pensar em inclusão digital como mais um dos inúmeros projetos que viram

modismo é um grande erro, pois longe disto, ele deve ser focado no planejamento

estratégico do país, estado e município.

É sempre bom lembrar que a informação somente gera conhecimento quando

devidamente trabalhada e utilizada. (AMADEU, 2001, p.21) aponta que “é preciso

inserir as pessoas no dilúvio informacional das redes e orientá-las sobre como obter

conhecimento.” Bom lembrar ainda que, inserir uma pessoa no mundo digital não é

ensiná-las a usar a internet, este é apenas um grande e vital, passo no processo

educacional.

A cada dia que passa um maior numero de empresas, escolas e casas são

informatizadas, necessitando das pessoas que nelas trabalham, uma maior

capacidade técnica para utilizar os recursos computacionais, sendo assim, quem

não estiver devidamente treinado, estará com menor capacidade de trabalho.

Estudo recente intitulado: Mapa das Desigualdades Digitais no Brasil,

desenvolvido pela RITLA – Rede de Informação Tecnológica Latino América e MEC,

apontou alguns dados atualizados sobre o acesso e a desigualdade digital do povo

brasileiro.

As pessoas com computador no domicílio passaram de 12,5% em 2001 para

18,5% em 2005 – crescimento de 38,4% da mesma forma que pessoas com Internet

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domiciliar passaram de 8,3% para 13,6% - crescimento de 62,9% entre essas

mesmas datas. Apesar desse enorme volume de usuários – acima de 31 milhões – o

Brasil, quanto à proporção de sua população total que em 2005 teve acesso à

Internet (17,2%), encontra-se, na América Latina, atrás de Chile (28,9%), Costa Rica

(21,3%), Uruguai (20,6%) e Argentina (17,8%), e na 76ª posição entre os 193 países

do mundo pesquisados pela União Internacional de Telecomunicação (UIT).

Se a brecha que separa o Brasil dos países avançados é larga – a Suíça, com

76,2% de sua população acessando a Internet, tem um índice 4,4 vezes maior que o

do Brasil -- as fraturas internas são bem maiores: o índice de Alagoas (7,6%) é 5,4

vezes menor que o do Distrito Federal (41,2%). Mas a distância que separa o grupo

de menor renda (0,5% de acesso) do grupo de maior renda (77% de acesso) é bem

maior ainda: 154 vezes. Fica evidente que as brechas internas – por renda, raça/cor,

região geográfica do país -- são muito mais largas e profundas do que as brechas

que separam o Brasil dos países avançados.

Espaços que deveriam promover a democratização do acesso, como os

computadores nas escolas para os alunos, e centros gratuitos de acesso para a

população, beneficiam até agora, em maior medida, os grupos privilegiados. Se nos

grupos de menor renda o acesso via centros gratuitos é de 0,6%, na faixa de renda

mais elevada esse índice ultrapassa 4%. Entre os estudantes do ensino

fundamental, só 2,5% dos mais pobres usaram computador na escola. Esse índice

sobe para 37,3% no grupo de alunos de maior nível de renda. (Mapa das

desigualdades digitais no Brasil, 2007, p. 6).

Portanto, todas as Camadas da sociedade precisam se qualificar para

acompanhar o desenvolvimento das tecnologias intelectuais. Não se consegue

resolver os problemas de uma população que vive na miséria fornecendo-lhes

alimento, é preciso dar-lhes condições de trabalho e desenvolvimento.

Amadeu nos mostra que somente com a massificação das pessoas ao uso da

tecnologia e acesso ao uso indiscriminado do uso do computador podemos

potencializar o desenvolvimento do povo e conclui. “é estratégico disseminar

amplamente o acesso aos instrumentos mais avançados das tecnologias de

informação como elemento essencial de valorização do nosso espaço nacional”

(AMADEU, 2005, p.22)

Muitas famílias já percebem o computador como uma ferramenta de melhoria

da qualidade de vida e oportunidade de uma vida melhor para seus filhos. O

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desenvolvimento de projetos de inclusão digital possibilitará criar uma legião de

novos empreendedores, em um novo mercado que ainda é dominado pelos países

chamados desenvolvidos.

Atualmente, o empreendedorismo na área da tecnologia é responsável pela

criação das maiores riquezas do mundo. O Brasil, apesar de possuir projetos nesta

área, como é o caso do Softex, é pouco abrangente, somente atingindo um número

pequeno de empresas e pessoas interessadas, ou melhor, preparadas para adentrar

neste mercado.

5.5 Infra Estrutura.

Pensar em inclusão digital e não prover uma boa infra-estrutura ao público

alvo do projeto é gastar energia e tempo à toa. Pois estes projetos devem ser

construídos para atender a uma classe específica da sociedade, que não tem

acesso a estes recursos por questões financeiras, sendo o país co-responsável em

atender a esta necessidade.

Neste intuito, foram vários os investimentos e projetos desenvolvidos para

melhorar e facilitar o acesso desta população a tecnologia; os recursos destinados

foram direcionados para as áreas mais críticas, entre elas:

5.5.1. Telecentro

O conceito do termo é:

“O termo “telecentro” tem sido utilizado genericamente para denominar as instalações que prestam serviços de comunicações eletrônicas para camadas menos favorecidas, especialmente na periferia dos grandes centros urbanos e mesmo de áreas distantes” (TADAO TAKAHASHI 2000, p. 34)

É um ambiente desenvolvido para ofertar aos interessados cursos e

treinamentos que podem ser presenciais ou à distância, criando oportunidades de

aprendizagem e de preparação para pessoas menos favorecidas. Serve até como

um instrumento para aproximar os empresários, as instituições públicas e privadas,

as organizações não governamentais e a sociedade em geral.

Por característica básica, os Telecentros possuem um lugar físico, de fácil

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acesso público, que oferece gratuitamente serviços de informática e

telecomunicações, num contexto de desenvolvimento social, econômico,

educacional e pessoal.

Segundo Litto em artigo publicado na USP – Escola do Futuro em 2000, a

concepção do telecentro “se baseia na crença de que “o cidadão tem o seu poder

aumentado quando tem acesso ao conhecimento”

http://www.futuro.usp.br/producao_cientifica/artigos/fl_telecentros.htm. Diversos

foram os Telecentros que foram criados através da participação da população em

debates de política pública, melhorar a administração de recursos municipais e

estaduais.

As características básicas de um “telecentro”, em sua grande maioria, são:

possuir uma infra estrutura similar, apesar de cada telecentro ter uma política própria

das atividades ofertadas, os componentes principais permanecem, são eles: Micro

Computadores, software, acesso à internet e um monitor.

São montados para realizar atividades definidas no projeto de criação, mas

devem ser flexíveis para adaptar-se as mudanças e temáticas que ocorram em

qualquer momento, por necessidade das pessoas ou do próprio telecentro.

Necessário observar alguns outros detalhes, os telecentros normalmente são

mantidos pelo governo, empresa, ONGs ou uma união destes organismos. A

população por já pagar impostos, entende que este serviço deve ser oferecido de

graça para a própria comunidade, Obviamente existem diversas pessoas que não

pagam impostos e mesmo assim, utilizam a estrutura, esta assistência é de caráter

primordial do estado, pois também é do estado a responsabilidade em resolver o

problema da exclusão digital.

Entende-se com isso que existem custos para se manter um telecentro, estes

devem ser administrados pelos seus gestores, responsáveis em prestar um

atendimento de qualidade ao usuário.

Nesse sentido, transformar a inclusão digital em política pública, consolida no

mínimo quatro pressupostos: Primeiro é o reconhecimento que a exclusão digital

amplia a miséria e dificulta o desenvolvimento humano local e nacional. A exclusão

digital não se trata de uma mera conseqüência da pobreza crônica, mas torna-se

fator de congelamento da condição de miséria e de grande distanciamento das

sociedades ricas.

Como segundo pressuposto tem a constatação de que o mercado não irá

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incluir na era da informação os extratos pobres e desprovidos de dinheiro. A própria

alfabetização e escolarização da população não seria massiva se não fosse pela

transformação da educação em política pública e gratuita. A alfabetização digital e a

formação básica para viver na cibercultura também dependerão da ação do Estado

para serem amplas ou universalistas.

A velocidade da inclusão, correspondente ao terceiro pressuposto, é decisiva

para que a sociedade tenha sujeitos e quadros em número suficiente para aproveitar

as brechas de desenvolvimento no contexto da mundialização de trocas desiguais e,

também, para adquirir capacidade de gerar inovações.

O último pressuposto corresponde a aceitação de que a liberdade de

expressão e o direito de se comunicar seriam falácias se fossem apenas para a

minoria que tem acesso à comunicação em rede. Hoje, o direito à comunicação é

sinônimo de direito à comunicação mediada por computador. Portanto, trata-se de

uma questão de cidadania.

Deve-se concluir que o telecentro é uma das maiores estratégias para

disseminação da informação. Diversos projetos ao redor do mundo foram e ainda

estão sendo implantadas, buscando uma maior democratização dos recursos

computacionais.

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41

6 EDUCAÇÃO À DISTÂNCIA – EaD

6.1 Conhecendo a Educação à Distância

Inicialmente a educação à distância era realizada através de manuais e livros,

enviados pelo correio para que os alunos estudassem e posteriormente praticassem

os exercícios. Esta metodologia vem sofrendo enormes transformações e os pilares

para que aconteça este modelo de educação são: conhecimento cientifica e as

ferramentas que possibilitem levar a informação a centros mais distantes.

Portanto, podemos conceituar a educação à distância como sendo: processo

de ensino-aprendizagem, mediado por tecnologias, onde professores e alunos estão

separados, espacial e/ou temporalmente.

A educação a distância pode ser utilizada nos mais diversos processos

educacionais, auxiliando as aulas sejam elas presenciais ou semi presenciais. O

grande trunfo desta educação é que o processo pode se dar a qualquer lugar, hora

ou pessoa. Os mecanismos para educação a distância são muitos: livros, manuais,

cd, rádio, tv, internet, entre outros.

Iremos discutir o ensino através da internet que é atualmente o maior

mecanismo de disseminação de conteúdo do planeta. Paloff cita o site do Califórnia

Distance Learning Project (1997) que aponta diversas definições para a educação a

distância, e características próprias para um projeto de EAD.

6.2 Paradigmas da EAD

Os adultos, em sua maioria, tem uma maior dificuldade de absorção dos

conhecimentos tecnológicos utilizados hoje em dia, enquanto as crianças, criadas

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com controle remoto, internet e vídeo games, possuem uma capacidade incrível de

aprendizagem neste novo ambiente.

Autores apontam uma lacuna existente entre as gerações, sugerindo que a

educação somente alcançará suas metas se utilizar diversas práticas e recursos.

Palloff afirma: “Colaboração, objetivos comuns e uso das questões abertas são

algumas das atividades utilizadas para alcançar tais objetivos” (2002, p.38)

Defende, portanto, o formato de aprendizagem através da execução de

atividades, onde o processo central está focado no aluno, que determina a forma de

trabalho e o tempo que resta para execução da aprendizagem e conclusão do curso.

Este novo formato está começando a se formar, moldar-se aos novos tempos

e exigências. O consumo de tecnologia aumenta a cada dia, o número de

computadores em domicílios, residências, empresas, salas de aula, e até mesmo em

ambientes públicos tem aumentado em escala geométrica.

A figura abaixo ilustra o novo paradigma da aprendizagem.

Figura 1 - O novo paradigma para a aprendizagem. Fonte: Adaptado de Palloff.

6.3 Foco Econômico

A educação a distância apresenta nesta nova fase um modelo de distribuição

semelhante a uma indústria, caracterizando por produção de conteúdo para

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distribuição de massa: “No campo da educação, esta lógica de “massa” vai

evidenciar-se na expansão da oferta de educação [ ... ] e nas estratégias

implementadas” (BELLONI, 2006, p.13).

O que de fato existe é uma grande demanda para o consumo deste processo

educacional, uma grande necessidade de implantação deste modelo, objetivando a

melhoria cultural da população.

6.4 Ambientes Virtuais

Buscando identificar um ambiente virtual para que a EA ocorra, segue abaixo

algumas das principais características que devem ser observadas. Alguns autores,

entre eles Piccoli, Ahmad e Ives (2001), denominaram os ambientes virtuais de

aprendizagem como VLEs17 (VLE – do inglês Virtual Learning Environment).

6.4.1. Tempo

É o período que acontecerá o curso, este tempo é determinado em parte pelo

aluno, mas a depender do curso, pode ser também definido pelo professor ou tutor.

Não existe necessidade de um horário fixo, determinado previamente para que o

aluno complete seus afazeres. Esta flexibilidade é uma das principais vantagens da

educação via Internet, constituindo uma grande oportunidade para muitas pessoas

que não possuem tempo de freqüentar cursos com horários fixos.

6.4.2. Local

É o ambiente físico onde os estudantes têm acesso ao material didático,

podendo se conectar de qualquer local, acessando o conteúdo, entrando em contato

com outros alunos e com o professor mediador.

Não existe necessidade de o estudante estar presente em um local

específico, pode estar em sala de aula ou em casa, porém, cada curso tem a sua

dinâmica e sua exigência, neste caso, fica o processo completamente maleável a

situação do foco do curso. Pode o aluno participar inclusive de vários cursos ao 17 VLEs (VLE – do inglês Virtual Learning Environment – Ambiente virtual de aprendizagem)

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mesmo tempo, aproveitando ao máximo o tempo que se tem.

A Intel completa “A tecnologia permite que cada criança, em cada pequena

comunidade, tenha acesso às mesmas oportunidades” www.nextg.com.br.

6.4.3. Espaço

Entende-se como espaço todos os recursos disponíveis para a execução do

curso, aprimoramento de conhecimento e aumento de performance dos

interessados. Testa aponta (apud Piccoli, Ahmad e Ives, 2001). Os VLEs provêm

acesso a uma ampla gama de recursos que até podem ser utilizados em um modelo

tradicional de sala de aula, mas normalmente neste caso eles permanecem como

um recurso secundário.

6.4.4. Tecnologia

Este item refere-se ao conjunto de hardware e software, utilizados no

armazenamento e distribuição de materiais necessários para a aprendizagem, e que

proporcione facilidade de comunicação nos ambientes virtuais. Citamos como

exemplos os softwares utilizados, os arquivos de texto, áudio e vídeo.

A tecnologia é fator primordial para a qualidade do curso de EAD, esta

definirá a velocidade de aprendizagem, podendo motivar positivamente ou

negativamente o usuário em seu ambiente de estudo.

6.5 Nova Ordem

Com a globalização, precisamos entender que as pessoas passaram a ter

novas posturas, independente de classe social, financeira e cultural. A Intel18

contempla que:

Estudantes vivem hoje em um mundo on demand19 e tecnologicamente

dependente. Bem diferente dos mundos do século XIX e mesmo do XX. O século

XXI traz a esse cenário a Internet e os conceitos de colaboração e construção

compartilhada do conhecimento, baseados em sistemas descentralizados e

18 Intel – Uma das maiores fábricas do mundo em desenvolvimento de soluções tecnológicas. 19 On demand – Processo que trabalham sobre demanda.

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estimuladores da emancipação individual.

Atingir as pessoas que estão distantes, esta é sem dúvida uma, ou talvez a

maior característica do EaD, mas a distância é também um problema quando o

aluno não tem uma disciplina mais aplicada. E esse é o grande desafio da EaD,

criar recursos que chamam a atenção do aluno e não o deixa disperso. O Preti

comenta “os momentos presenciais (individuais ou coletivos), o estímulo à

organização dos aprendizes em comunidades educativas em seus locais de moradia

ou de trabalho, o acompanhamento tutorial, etc. fazendo recurso também dos

recursos tecnológicos de comunicação.” (Educação a distância: construindo

significados. Cuiabá: NEAD 2000. p. 9)

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7 METODOLOGIA

Pesquisa é o processo formal e sistemático de desenvolvimento do método

científico, sendo seu objetivo descobrir respostas para problemas mediante o

emprego de procedimentos científicos. (GIL, 1999, p 42)

Utilizar uma metodologia de pesquisa é ação obrigatória de um pesquisador,

não existe ciência sem método. Lakatos complementa que o método é o conjunto de

atividades sistemáticas e racionais que, com maior segurança e economia, permite

alcançar o objetivo – conhecimentos válidos e verdadeiros, traçando caminho a ser

seguido, detectando erros e auxiliando as decisões dos cientistas. (LAKATOS, 2007,

p. 83)

7.1 Procedimentos.

Para alcançar o objetivo da pesquisa, foi definido o uso do método

comparativo, que tem como principal característica “comparação de grupos no

presente, no passado, ou entre existentes e os do passado, quanto entre sociedades

de iguais e diferentes estágios de desenvolvimento.” (LAKATOS, 2007, p 107)

A pesquisa executada utilizou do processo comparativo para analisar o

experimento no momento anterior e no momento posterior a aplicação da pesquisa.

Foram utilizadas técnicas da pesquisa quantitativa e qualitativa.

As técnicas utilizadas na pesquisa qualitativa foram a entrevista e a

observação com os atores do processo, realizadas ao longo do estudo, organizadas

em um roteiro semi estruturado, facilitando assim a seqüência dos pontos a serem

observados. Estas entrevistas foram realizadas com os diretores de programas de

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inclusão digital, com pesquisadores, com estudantes das escolas públicas e

monitores. A técnica de observação foi bastante utilizada no momento em que

estavam utilizando o software para estudo e responder ao questionário, objetivando

perceber pequenos detalhes do comportamento dos alunos.

A pesquisa quantitativa foi aplicada no fim do estudo, quando oferecemos aos

alunos pertencentes a amostra escolhida um questionário para medir o

conhecimento destes para o tema estudado. O questionário foi aplicado 2 vezes, a

primeira antes dos alunos estudarem o software, desta maneira conhecendo o

conhecimento dos alunos sobre o tema escolhido antes da aplicação do software

educacional. A segunda após a demonstração do software aos alunos e proposto o

estudo, aplicou-se novamente o questionário, desta maneira avaliando se após o

uso do software houve aprendizagem por parte dos alunos.

A figura abaixo ilustra as etapas da pesquisa que foram realizadas para se

alcançar o objetivo proposto.

Figura 2 - Etapas da Pesquisa

A seguir segue a descrição de cada etapa da pesquisa, conforme figura 02,

que foram executadas para alcançar os objetivos propostos.

7.2 Revisão bibliográfica e observação

A revisão literária tem grande importância para o estudo, permitirá a

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abordagem cientifica sobre os pontos a serem explorados no trabalho, permitirá

conhecer os conceitos e o ponto de vista dos diversos autores e permitirá o melhor

entendimento do tema ao longo do crescimento do projeto.

Ao realizar a pesquisa bibliográfica, temos como objetivos: Identificar as

informações e os dados constantes em livros, periódicos e artigos, etc; estabelecer

relações entre as informações e dados dos problemas propostos, e analisar a

consistência das informações e dados apresentados pelos autores.

A pesquisa bibliográfica foi uma constante em toda a pesquisa, fez-se

necessária para conhecer melhor todos os conceitos e acompanhar os dados mais

novos disponibilizados pelo governo, organismos não governamentais, por todos.

O uso da pesquisa por observação e as entrevistas aos atores do processo

apresentam inúmeras vantagens: Possibilita meios diretos e satisfatórios para

estudar uma ampla variedade de fenômenos; Exige menos do observador que as

outras técnicas; Permite coleta de dados sobre um conjunto de atitudes

comportamentais típicas; Depende menos de introspecção ou da reflexão.

Gil contempla que “a observação nada mais é que o uso dos sentidos com

vistas a adquirir conhecimentos necessários para o cotidiano” e ainda aponta como

grande característica o fato dos aspectos poderem ser observados diretamente sem

intermediários. (GIL, 1999, p 111)

Também foram utilizadas técnicas de entrevista com objetivo de coletar mais

informações, atualizadas conforme o ponto de vista das pessoas que estão inseridas

no processo, “A entrevista pessoal consiste em o entrevistador e o entrevistado

estarem em contato pessoal para a obtenção dos dados.” (FAZZAR, 2005, p 184).

As entrevistas foram aplicadas aos gestores dos programas de inclusão

digital, EA e educação à distância; aos instrutores destes projetos e seus respectivos

alunos. As entrevistas foram aplicadas de maneira sistemática a fim de alcançar as

informações necessárias para conclusão do trabalho. As observações foram de

fundamental importância para criar no pesquisador um conceito do formato prático

dos processos de inclusão digital, EA e educação à distância. Foram observados

ainda os diversos softwares existentes de educação à distância e modulados a idéia

do nosso experimento.

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7.3 Desenvolvimento de software

Após o estudo dos diversos softwares de EA existentes, foram observados

com muito cuidado, buscando a melhor opção, aliando os aspectos técnicos aos

objetivos propostos na pesquisa. Esta fase buscou definir qual a linguagem de

desenvolvimento mais adequada e principalmente seu formato e modelo aplicado.

O desenvolvimento do software AVICA foi realizado pelo autor do projeto,

juntamente com profissionais da área, que foram alocados para melhorar o nível

técnico do sistema. Este desenvolvimento ocorreu de duas maneiras, definição do

formato de software e da linguagem técnica a ser utilizada.

O autor desenvolveu todo o texto, o conteúdo a ser utilizado para o nível

educacional que estaria sendo proposto. Sendo assim, foi observado às

características mais apropriadas para o usuário do sistema.

No ato de escrever o sistema, o autor trabalhou em conjunto cm outros

profissionais, definindo qual seria o modelo mais apropriado e como deveria se

comportar diante do usuário, estes profissionais ao escrever as rotinas do software,

o autor aprovava ou solicitava alterações técnicas.

As diversas mudanças foram desenvolvidas observando a aplicabilidade do

software, sempre avaliando os detalhes de design e comunicação visual,

fundamentais para o aprendizado do conteúdo como citado em várias partes deste

texto.

A escolha da linguagem e a produção do software foram definidas com ajuda

dos profissionais do curso de sistema de informação, onde por consenso de todos os

envolvidos, seria desenvolvida uma solução para funcionar em ambiente web, via

internet voltada para atender as demandas de um curso à distância.

Nesta etapa também foi observado qual a melhor metodologia educacional

para atender ao aluno, aliando a estrutura de curso proposta para permitir o uso em

qualquer local, através da internet, de forma que qualquer aluno pudesse acessar e

verificar o conteúdo disponibilizado.

Foram definidos a disciplina e os conteúdos mais adequados, foi demarcado o

procedimento operacional do curso a distância, como efetuar o cadastramento do

usuário e o processo de conclusão do curso.

Como características principais para o software ser utilizado no ambiente que

se pretende, foram observadas algumas, entre elas:

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Lúdico – O software tem que ser lúdico, descontraído e envolvente para que o

aluno se entusiasme com o aprendizado.

Usabilidade – Como o software é voltado para um usuário com baixa ou

quase nenhuma experiência de utilização de computador é preciso que seja de

extrema facilidade no uso, sendo assim, terão facilidade de aprendizagem.

Diagramação Visual – Este aspecto é muito importante para o software, pois a

escolha das cores corretas desperta atenção, interesse e não cansa a vista de quem

está utilizando o mesmo.

Multimídia – O software foi desenvolvido utilizando os recursos de multimídia

no primeiro momento, sempre aliando imagens a textos que impactavam na leitura e

criavam interesse na aprendizagem, neste momento não foram utilizados recursos

de áudio e movimentação, deixados para a segunda etapa do projeto.

7.4 Escolha da amostra e aplicação do software e questionários

Com o objetivo de aplicar o software desenvolvido, algumas etapas foram

obrigatórias.

1ª etapa - Avaliação técnica do pesquisador O pesquisador foi o responsável pela definição do conteúdo utilizado e

imagens propostas, além de ter como tarefa acompanhar todas as etapas de criação

do software para não sair do projeto inicial proposto.

2ª etapa – Pré-teste. Realização de um pré teste que é o procedimento de verificação que envolve

aplicação experimental do questionário a um grupo de respondentes para remover

problemas fundamentais em um projeto de pesquisa. (ZIKMUND, 2006, p206).

Este pré-teste foi aplicado em um pequeno grupo de pessoas com objetivo de

verificar as primeiras impressões, dificuldades e satisfação quanto ao uso do

software. O desenvolvimento final passou por 03 aprovações até chegar a versão

final.

3ª etapa - Amostragem O público alvo da pesquisa a ser realizada são pessoas, jovens de 10 a 17

anos, que estudam em escolas públicas, com baixo poder aquisitivo, que não

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possuem acesso à internet em casa ou na escola e não possuem computador. Estes

alunos têm que cursar os últimos anos do ensino médio, porque já tiveram

oportunidade dentro da própria escola em participar de projetos educacionais que

tratam da preservação ambiental.

Definição das escolas Para executar a pesquisa, foram escolhidas 2 escolas da cidade, que

possuem características que atendem aos problemas pesquisados.

A primeira escola estudada foi a Cláudio Manoel da Costa, localizada próximo

ao centro da cidade de Vitória da Conquista, e possui algumas características como:

A renda per capita de 65% das famílias ganham em sua maioria até de 1 salário

mínimo, não possui computador para oferecer aos alunos. A escola por estar situada

próximo ao centro, tem acesso a um maior número de lan-house.

A segunda escola estudada foi a CAIC, localizada na saída da cidade de

Vitória da Conquista, e possui como características: A renda per capita de 75% das

famílias, ganham em sua maioria 1 salário mínimo, não possui computador para

oferecer aos alunos. A escola é situada longe em bairro marginal da cidade,

possuindo menores pontos de lan-house.

Estas escolas foram escolhidas por fazerem parte da rede municipal de

ensino, possuindo características sócio-econômicas parecidas, porém o

comportamento dos alunos são diferentes por sua localização, por estar mais perto

do centro da cidade, o jovem acaba tendo mais próximo de si à realidade digital e

conseqüentemente, observando mais esta realidade, gerando mais curiosidade de

como se envolver e utilizar os recursos computacionais.

Foram estabelecidas algumas características para determinação da amostra:

Que o estudante esteja cursando a 7ª ou 8ª série do ensino fundamental e seja de

escola pública, esteja devidamente matriculado nas escolas escolhidas, uma das

características destas escolas é que fazem parte de um projeto educacional que

abordam temáticas ambientais de maneira interdisciplinar em suas atividades. Estas

escolas representam satisfatoriamente o universo de escolas públicas. As turmas de

aula destas escolas que vieram participar do experimento, foram liberadas por suas

respectivas diretoras, que demonstraram interesse em participar do projeto e

envolver os alunos em atividades de ensino aprendizagem diferentes.

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7.5 Aplicação do software e questionário

A aplicação do software aconteceu no laboratório de informática da FTC –

Faculdade de Tecnologia e Ciência de Vitória da Conquista, acesso que foi

gentilmente liberado pelo seu Diretor Acadêmico Professor Mestre Cláudio Cardoso.

O laboratório é constituído de 20 micro computadores com acesso à internet,

todos os micros possuem uma CPU de 512 Mb de memória Ram e monitores de 15”

coloridos. O Acesso à internet tem um link fornecido pela própria instituição de

ensino que permite navegação rápida pela internet.

A aplicação desta pesquisa aconteceu nos dias 09 e 10 de setembro de 2007,

na parte da tarde. As turmas foram conduzidas de seus colégios para a FTC e ao

terminar foram conduzidas de volta por um ônibus escolar fretado pelo pesquisador,

objetivando assim, dar maior segurança aos alunos que iriam participar da pesquisa.

Para execução do experimento, foi convidada uma monitora para auxiliar no

processo de aprendizagem, para o sucesso desta pesquisa, é vital a participação de

monitor de informática, objetivando assim dar apoio técnico aos principiantes. Sem

este acompanhamento, o processo educacional fica sempre prejudicado e com alto

risco.

Foi definido o laboratório da FTC – Faculdade de Tecnologia e Ciência por

possuir uma excelente estrutura técnica, com computadores modernos, acesso

rápido à internet, possuir bom espaçamento entre as bancadas de micro, ser

arejado, claro e limpo. O laboratório fica situado na sede da FTC da unidade de

Vitória da Conquista, com grande facilidade ao acesso dos alunos da instituição.

7.6 Metodologia aplicada

Por se tratar de uma pesquisa de natureza comparativa, a metodologia

aplicada foi analisar o conhecimento anterior de um determinado tema, que neste

caso foi definido como Aquecimento Global, antes do experimento e após a

aplicação do software. Esta medição será realizada através de um único

questionário a ser aplicado, que avaliará se após o término da pesquisa houve

aumento no conhecimento sobre o tema abordado.

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7.7 Aplicação

Os alunos que participaram da pesquisa gastaram cerca de 2 horas no

laboratório da FTC, e seguiram os passos definidos pelo pesquisador conforme

figura abaixo. Todos os alunos demonstraram grande interesse em participar do

projeto, com um pouco de ansiedade pelo desconhecimento do experimento e

curiosidade pela participação, os passos do experimento estão descritos abaixo.

Figura 3 - Passo a Passo do trabalho dentro da sala de aula Após estas fases, os dados foram tabulados e trabalhados para futuro estudo.

7.8 Tratamento dos dados

O tratamento dos dados após a verificação dos questionários foi realizada

com os recursos computacionais, utilizando de planilhas eletrônicas que objetivaram

fazer o cruzamento de dados e compreender as características envolvidas no

processo. Utilizando de recursos de tabela dinâmica que facilita e amplia as

oportunidades de análise dos dados selecionados.

As informações obtidas foram comparadas com as levantada na fase de

pesquisa bibliográfica, informações que nortearam o trabalho em discussão. Vale

lembrar que as diversas variáveis estudadas foram sempre ponto de abordagem de

conceitos EA e inclusão digital.

Diversos cruzamentos de dados foram analisados, de maneira objetiva e

prática os principais resultados foram separados para preparação da fase final do

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trabalho, a parte literária deste trabalho intitulado resultados foi elaborada com base

nas tabelas e gráficos originados da etapa de tabulação, avaliando os melhores

elementos a serem apresentados e comentados.

A conclusão, etapa final deste estudo foi uma discussão do autor com os

resultados encontrados na aplicação da pesquisa e com os elementos teóricos

levantados ao longo do processo de estudo, foram avaliados os principais fatores e

sugestões foram exprimidas dentro da capacidade do pesquisador e da pesquisa

realizada.

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8 RESULTADOS E DISCUSSÕES

A intenção ao se desenvolver esta pesquisa foi avaliar a viabilidade do uso da

Tecnologia da Informação e Comunicação – TIC no ambiente educacional, voltado

exclusivamente para a EA, analisando as melhorias do processo de aprendizagem

dos alunos.

Algumas características foram observadas cuidadosamente, pois o perfil do

público alvo desta pesquisa são alunos com pouco ou nenhum conhecimento de

tecnologia, indivíduos de baixa renda e escolaridade que têm pouca ou nenhuma

facilidade de acesso à TIC.

Foi observado no cenário do projeto, comparando-o com outros já existentes

no mundo; as percepções que os alunos tiveram quanto ao software; os aspectos

sócio-econômicos dos alunos; o grau de absorção do conteúdo do curso virtual, e a

comparação entre as escolas, possibilitando, desta maneira, avaliar o curso quando

ao sucesso do aprendizado e necessidade de futuras alterações para

melhoramento.

Na pesquisa observamos algumas características funcionais de um

laboratório de TIC, entre eles: Número adequado de micro computadores por aluno,

acesso à internet, um monitor para a turma. O laboratório definido foi fundamental

para o sucesso da pesquisa porque ao agradar, invariavelmente, não cria obstáculo

para o aluno que passa a ter acesso àquela tecnologia.

Por se tratar de uma pesquisa com metodologia comparativa, os alunos foram

orientados a responder o questionário para observar o conhecimento referente ao

aquecimento global, conteúdo abordado no curso virtual e escolhido devido à grande

cobertura que este tema teve recentemente na mídia televisiva e escrita no país.

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Este questionário mostrou que os alunos já possuíam algum conhecimento, pois não

somente viram informações nos meios de comunicação, mas também porque

participaram de processos educacionais do tema em sala de aula, com outros

professores da sua escola.

Os dados pesquisados mostraram que não existe um processo de EA sendo

realizado com freqüência nas escolas, apesar de existirem diretrizes do MEC para

isso. Ficou claro, na fala dos alunos, que o processo de EA é feito sem um

planejamento. Foi perguntado a eles se consideram importantes e gostariam de

participar mais vezes de projetos escolares que trouxessem à tona o tema,

obtivemos uma totalidade de respostas positivas.

Nas entrevistas realizadas, notamos o grande interesse dos alunos em

participar de atividades que desenvolvem conhecimento referente aos problemas

ambientais; muitos dos entrevistados afirmaram que gostam de participar de

atividades que possam aprender meios de preservar o planeta. Demonstrando

grande interesse pela aprendizagem participativa, o que corrobora para execução de

projetos educacionais que venham a melhorar o nível cultural destes.

Os alunos demonstraram aprovação pelo laboratório escolhido e definido para

realização da pesquisa; foi expresso espontaneamente, por parte deles, que

gostariam de ter um laboratório similar em suas escolas. Afirmaram que um

laboratório assim ajudaria muito o seu desenvolvimento técnico.

Analisando estatisticamente os dados encontrados podemos afirmar que

100% dos alunos, das 02 turmas, que participaram da pesquisa informaram ter

interesse em ter maior conhecimento para preservação do meio ambiente, ponto

positivo porque o aprendizado passa a ter maior absorção quando existe interesse

por parte dos mesmos.

O aumento dos saberes, que permite compreender melhor o ambiente sob os seus diversos aspectos, favorece o despertar da curiosidade intelectual, estimula o sentido crítico e permite compreender o real, mediante a aquisição de autonomia na capacidade de discernir (DELOR´S, Relatório UNESCO, 2003 p. 91)

8.1 Metodologia de ensino

Os alunos participantes do projeto disseram aprovar a maneira que o trabalho

foi conduzido, elogiaram a metodologia utilizada e consideram que as aulas práticas

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deveriam ter continuidade. Sendo assim podemos afirmar que o projeto foi aprovado

pelos seus usuários.

Perguntas comparando aula virtual e presencial também foram realizadas e

os resultados apurados apontam que os alunos não querem apenas um modelo de

aula (virtual ou presencial), mas desejam ambos os métodos; afirmaram considerar

as aulas presenciais muito importantes, e o modelo de aprendizagem antiquado,

mas funcional.

Quando perguntado sobre a satisfação do novo modelo de aprendizagem,

100% dos alunos gostaram de ter participado do projeto, consideraram o programa

de aprendizagem funcional importante, que deveria ser trabalhado sempre e não

apenas em momentos específicos. Quando perguntados se acreditam que a relação

de aprendizagem aumenta utilizando os dois métodos, os resultados foram

unânimes, 100% acreditam que programas interdisciplinares com o uso de

tecnologia facilitam e aumentam o seu conhecimento sob determinado conteúdo

exposto.

Os alunos apontam a necessidade e interesse em estudar com os dois

processos, apoiando sua base de conhecimento na dinâmica da aprendizagem.

Assim confirmam os anseios da educação moderna que trabalha o conceito de

aprender a fazer.

aprender a conhecer e aprender a fazer são, em larga medida, indissociáveis. Mas a segunda aprendizagem está mais estreitamente ligada à questão da formação profissional: como ensinar o aluno a pôr em prática os seus conhecimentos e, também, como adaptar a educação ao trabalho futuro quando não se pode prever qual será a sua evolução (DELOR´S, 2003, p 93)

8.2 Aspectos técnicos do software

Trataremos abaixo uma discussão relacionando os aspectos do software

quanto ao seu desenvolvimento, os aspectos técnicos que foram trabalhados para

que o mesmo se tornasse uma ferramenta de apoio à aprendizagem, estimulando o

jovem à aprendizagem, mas atendendo os aspectos definidos na metodologia de

desenvolvimento de software.

Por se tratar de um projeto nunca antes oferecido a este público, faz-se

necessário avaliar a nova ferramenta ofertada, alguns questionamentos foram feitos:

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A forma de abordagem destes alunos estaria condizente com sua capacidade

interpretativa? Haverá rejeição ou dificuldade neste formato, por parte do aluno

deste curso? Qual será a reação de jovens com pouco ou nenhum acesso ao

computador antes do curso?

Realizamos diversas discussões ao longo do trabalho abordando os aspectos

técnicos envolvidos e obtivemos por parte dos alunos as percepções que eles

tiveram após a aplicação do software. Apontamos a facilidade de acessar o sistema,

a facilidade em usar o sistema, o visual do sistema, e o conteúdo de aprendizagem.

Abaixo uma análise melhor destes aspectos.

Gráfico 1 – Aspectos Técnicos do Software

Os resultados ilustrados acima, no gráfico 01, quando analisando as

características técnicas do software, foram muito positivos. A seguir as análises

individuais para esclarecimento dos pontos.

8.3 Facilidade de acessar o sistema

A interação entre sistema e usuários aconteceu por meio da interface, sendo

o seu design uma das etapas importantes de um projeto de desenvolvimento de um

software. “A interação é um processo que engloba as ações do usuário sobre a

interface de um sistema e suas interpretações sobre as respostas reveladas por esta

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interface” (SOUZA etal, 2002).

Neste momento o aluno teve o apoio e a orientação técnica de como utilizar o

sistema através de um monitor devidamente qualificado e treinado para facilitar e

orientar a aprendizagem através do software. Mesmo tendo o apoio do monitor, se a

acessibilidade não for facilitada, o objetivo de aprendizagem pode não ser

alcançado.

Segundo Hamilcar Boing em sua tese de doutorado,

O design de interfaces tem como principal objetivo criar layout's eficientes, com o máximo aproveitamento do espaço disponível, criando uma lógica nas informações para o usuário. Trabalha com a organização visual, metáforas, ergonomia de interfaces, técnicas e ferramentas para design, sendo estudados detalhes gráficos para levar ao usuário todas as informações desejadas com eficiência. (HAMILCAR, 2003, p.66)

Os alunos consideraram o uso do sistema de extrema facilidade, 98% dos

alunos consideraram o sistema como muito fácil de utilizar, sendo que 77% foi

considerado como excelente e 21% como bom, apenas 3% consideraram ruim e

ninguém considerou péssimo. Observando mais de perto estes alunos que

consideraram a facilidade como ruim, são alunos com pouca ou nenhuma

experiência em utilizar micro computadores, induzidos pela falta das habilidades

psico-motoras necessárias para manipular as interfaces de entrada do pc, isto é,

mouse e teclado.

[...}as novas tecnologias não são simples ferramentas a serem aplicadas, mas processos a serem desenvolvidos. Usuários e criadores podem tornar-se a mesma coisa. Desta forma, os usuários podem assumir o controle da tecnologia, como no caso da Internet. Segue-se uma relação muito próxima entre os processos sociais de criação e manipulação de símbolos (a cultura da sociedade) e a capacidade de produzir e distribuir bens e serviços (forças produtivas)” (CASTELLS, 1999, p.50-51).

8.4 Facilidade de uso do sistema

Foi considerado como facilidade em usar o software a característica do aluno

saber operar o sistema sem ajuda do instrutor, esta sensação de independência é

proposital em um software educacional para que o aluno comece a ter maior

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segurança em suas ações e passe a quebrar paradigmas relacionados ao uso da

tecnologia de informação.

Quando desenvolvemos o software, avaliamos as necessidades do usuário,

como ficou claro em declarações anteriores, então foi criado um ambiente onde o

aluno tivesse liberdade e facilidade de movimentar de uma página para outra, com

velocidade controlada por usuário, de acordo ao seu próprio tempo de

aprendizagem.

Os resultados obtidos da pesquisa foram surpreendentes, 97% consideraram

o software satisfatório, sendo que (82%) excelente, (15%) bom, apenas 3%

consideraram o aspecto usabilidade como ruim. Estes números retratam que os

alunos aprovaram a metodologia utilizada no desenvolvimento e como houve

absorção do conhecimento por parte dos alunos concluímos que este aspecto

técnico é importante e funcional.

8.5 Visual do sistema

Ter um visual agradável é de fundamental importância para motivar os

usuários a trabalharem com o software. Este ambiente, por ser agradável, facilita a

leitura e aumenta a absorção do conteúdo disponibilizado para estudo; conteúdo

este que foi elaborado para atender ao nível etário e cultural do público estudado.

O software foi desenvolvido baseado nos aspectos multimídia. No primeiro

momento apenas apresentou imagens e texto, de forma que pudesse deixar o texto

mais leve e agradável para o aluno que iria trabalhar no sistema. Em um segundo

momento de desenvolvimento, foi utilizado recurso de hipermídia, além de texto e

imagem, som e movimento, criando um ambiente ainda mais dinâmico e ainda mais

lúdico, tornando-o mais agradável para o estudo. Este segundo momento aconteceu

após diversas melhorias implementadas ao longo dos trabalhos.

Segundo Ellen Selma Peraro, em sua dissertação de mestrado que aborda o

desenvolvimento de material multimídia para EA.

A confecção de um software multimídia baseia-se no princípio de que se devam utilizar, todos os sentidos do usuário para a transmissão das informações. Isso significa transmitir informação não somente em forma de textos e imagens, mas também em forma de vídeos, sons, movimentos, etc., o que isso, por si só, também não garante o aprendizado. É preciso criar relações com o pensamento,

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porque se o pensamento não criar relações podemos olhar e ouvir que não vamos compreender. (PERARO, 2003, P.50)

Estudamos cuidadosamente o conteúdo a colocado no software de maneira

que atendesse aos alunos de forma simples e funcional, observamos que o

conteúdo deve ser posto segundo o nível intelectual e etário dos estudantes,

somente desta maneira conseguiríamos sucesso no processo educacional.

Os resultados observados foram bastante satisfatórios. 100% dos usuários

consideraram o visual entre excelente (90%) e bom (10%), concluímos então que

mesmo os alunos que possuíam pouco ou nenhum acesso à tecnologia

consideraram o visual atraente, chegando à conclusão que o visual agradável facilita

muito a aprendizagem.

8.6 Conteúdo do sistema

Outro aspecto avaliado foi o conteúdo utilizado no experimento. A

preocupação inicial foi em colocar um material didático adequado para a faixa de

idade, conhecimento técnico do assunto e ainda nível cultural do grupo para não

utilizar de termos técnicos que levassem o aluno a desistir da leitura por não

entender o seu conteúdo.

Sendo assim, o conteúdo foi levado a cheque quando avaliado pelos alunos;

a sua aprovação ou reprovação requer medidas imediatas de intervenção para a

melhoria do processo educacional, seja qual for o tema abordado. Não se pode

optar por um conteúdo muito sofisticado, que force o aluno a entender e interpretar

termos jamais vistos, lembrando que a população escolhida não possui um

conhecimento muito amplo.

Os resultados colhidos foram satisfatórios, porém inferiores às demais

características anteriores, 89,74% aprovaram o conteúdo definido, mas apenas

74,36% assinalaram como excelentes e 15,38% como bom, o resultado negativo

desta questão foi que 10,26% da população pesquisada indica como ruim o

conteúdo, mas uma vez avaliando melhor este resultado percebe-se que estes são

os mesmos alunos que sempre encontram maior dificuldade de acesso aos meios

tecnológicos.

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8.7 Acesso à tecnologia

Quando analisamos os dados pesquisados, relativos ao acesso à tecnologia,

podemos observar uma série de características que são peculiares a todas as

pesquisas já realizadas no Brasil; entre elas as dificuldades de pessoas de baixa

renda possuir acesso à tecnologia.

A tabela abaixo apresenta a realidade da população estudada quanto ao

acesso à tecnologia da informação, segundo o PNAD 2006, 58,11% da população

brasileira tem até 1 salário mínimo de renda, destes, 44,11% não possuem

rendimentos.

Tabela.1 – Escolas Pesquisadas – Cláudio Manoel da Costa e CAIC. ESCOLAS PESQUISADAS Cláudio M. Costa CAIC Quantidade de Alunos 22 17 Possuem computadores em casa 0 0 Quantas vezes acessam a internet

0 a 2 vezes por Mês 72% 82% 3 a 6 vezes por Mês 8% 9% 7 a 9 vezes por Mês 14% 6%

acima de 10 vezes 6% 3%

Estes números retratam a realidade de certas populações, que

invariavelmente buscam melhoria de qualidade de vida através do aumento da renda

familiar. Mas como ser “bem sucedido” se não sabe utilizar as ferramentas que

possibilitam esta virada de mesa.

Segundo dados do PNAD de 2005, no estado da Bahia, na população de

baixa renda, 99,17% não possuem micro computadores; este é o público alvo de

ações de políticas de inclusão digital para o governo do estado.

O gráfico abaixo ilustra os números coletados na pesquisa e apresenta dados

preocupantes; 77% dos alunos pesquisados têm pouco ou nenhum acesso a internet

ao longo do mês, deste elevado percentual existem alunos que não possuem acesso

à internet de forma alguma, e ainda alunos que nunca haviam operado um micro

computador.

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Gráfico 2 - Acesso dos alunos à Internet, por mês

8.8 Local de acesso

Outro dado extremamente preocupante esta relacionado ao local de acesso à

tecnologia, dos jovens pesquisados. Observamos que existem alunos que possuem

pouco acesso aos TIC´s, mas quando tem fazem sem qualquer orientação técnica,

permitindo que execute qualquer sistema, até mesmo aqueles considerados

inadequados para a idade do aluno.

Não ter acesso através da escola, de forma orientada, direcionada poderá

criar vícios, atitudes nefastas, que não o desenvolvem e não o preparam para o seu

melhoramento. Segundo entrevista muitos destes vão as Lan-House para jogar e se

divertir, poucos utilizam o acesso para buscar conteúdos destinados às atividades

escolares. A tabela abaixo mostra a realidade enfrentada por estes alunos.

Tabela 2 – Local de Acesso à internet pelos alunos

LOCAL DE ACESSO % ALUNOS ENTREVISTADOS Casa 0% Escola 0% Lan-House 100% Casa de amigos 5%

O principal acesso deveria ser a escola, mas como pode ser percebido,

nenhum dos alunos, em nenhuma das escolas tem acesso à internet. As escolas

não possuem laboratório e por isso não oferecem este recurso; verdade que alguns

projetos estão em desenvolvimento, mas a passos lentos e pouco efetivos.

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Os valores da tabela acima mostram que 100% dos alunos que tem acesso à

internet utilizam lan house e destes 5% ainda também utilizam casas de amigos que

possuem micro computador um percentual muito pequeno que reflete a situação do

Brasil com relação ao acesso a TIC.

8.9 Aprendizagem do aluno

Como foi comentado na metodologia, aplicamos o questionário antes do

procedimento tecnológico com o objetivo de avaliar o conhecimento, relativo ao tema

em estudo, que o aluno possuirá no momento anterior. Podemos então comparar

este mesmo questionário com o momento posterior, após a aplicação do software,

medindo assim se houve aprendizagem do conteúdo através do meio digital.

Com relação ao conhecimento do tema antes do curso virtual, a média de

acertos foi de apenas 7 respostas por aluno, 41,17% do total das respostas corretas.

Este resultado tem como reflexo o pouco contato que o aluno tem com o tema

abordado pelo curso de educação à distância.

O gráfico abaixo ilustra bem os resultados obtidos no primeiro questionário de

todos os alunos pesquisados, nas duas escolas, porém, somente serve para

evidenciar a falta de conhecimento do tema e posteriormente comparar com o

questionário anterior.

Estes resultados foram obtidos antes e após a aplicação do AVICA, foi

necessária a avaliação dos resultados comparando os alunos antes e após a

conclusão do curso.

Gráfico 3 - Questionário Antes do Curso

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Gráfico 4 - Questionário Após o Curso

Os resultados acima mostram que houve um aumento de respostas certas

após a conclusão do curso. O número de respostas certas aumentou em uma média

de 7 para 9 respostas certas, um aumento de 30% nos números encontrados. Estes

mesmos valores foram encontrados quando analisados os valores da mediana dos

dados.

Quando analisados os resultados analíticos, observamos que antes do curso

o percentual de alunos, até 8 respostas certas, era de 74,4%; após a aplicação do

curso estes índices baixaram para 59%. Este resultado indica que houve

aprendizagem por parte dos alunos, o número de respostas certas aumentou, o que

reflete o fato de que o sistema funciona e aumentou o conhecimento dos alunos ao

tema apresentado.

As tabelas abaixo ilustram os resultados das duas escolas, cujo resultados

serão agora estudados detalhadamente. Esta tabela ilustra os números de respostas

certas antes e após a aplicação do software, sendo, então, medidas exatas do

conhecimento de seus alunos.

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Tabela 3 - Resultados dos questionários por Escolas – CAIC e Cláudio Manoel da Costa

Escola Cláudio Manoel da Costa Escola CAIC Antes Depois Antes Depois

Aluno 01 3 8 Aluno 23 5 11 Aluno 02 5 12 Aluno 24 11 11 Aluno 03 9 8 Aluno 25 8 8 Aluno 04 6 7 Aluno 26 3 4 Aluno 05 11 12 Aluno 27 6 7 Aluno 06 7 14 Aluno 28 7 7 Aluno 07 7 8 Aluno 29 7 11 Aluno 08 4 10 Aluno 30 4 7 Aluno 09 10 14 Aluno 31 9 13 Aluno 10 6 9 Aluno 32 8 11 Aluno 11 7 13 Aluno 33 9 12 Aluno 12 8 13 Aluno 34 8 8 Aluno 13 10 14 Aluno 35 7 10 Aluno 14 8 8 Aluno 36 7 10 Aluno 15 5 9 Aluno 37 10 9 Aluno 16 10 10 Aluno 38 7 7 Aluno 17 10 10 Aluno 39 7 8 Aluno 18 4 8

Aluno 19 3 5

Aluno 20 7 9

Aluno 21 5 9

Aluno 22 7 11

8.10 Análise da Escola Cláudio Manoel da Costa

Tabela 4 – Nível de aprendizagem - Cláudio Manoel da Costa Escola Cláudio Manoel da Costa %

Resposta Abaixo 1 4,55%Resposta Igual 3 13,64%Resposta Acima 18 81,82%

TOTAL 100,00%

Na escola Cláudio Manoel da Costa 81,82% dos alunos melhoraram seu

desempenho, respondendo corretamente um número maior de questões certas no

segundo questionário que no primeiro, como mostrado na Tabela x.1.1. Vale

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ressaltar que o progresso observado em relação ao conhecimento do tema tratado

foi após uma única sessão de trabalho com o AVICA. O número total de respostas

corretas cresceu em 45,4% nesta escola.

Os resultados positivos encontrados para os alunos desta escola podem ser

explicados pelo fato deles terem utilizado melhor a tecnologia. Isto reforça a idéia

que a facilidade de utilizar o micro computador aumenta a capacidade de absorção

dos conhecimentos propostos.

Antes do Curso

Depois do Curso

Gráfico 5 - Comparativo do questionário aplicado aos alunos da Escola Cláudio Manoel da Costa antes e depois do AVICA

O eixo horizontal representa o número de questões respondidas corretamente

e o eixo vertical a fração total dos alunos que passaram no curso.

No gráfico 5 mostramos a distribuição dos alunos desta escola antes e depois

da aplicação do curso virtual, segundo o número de questões respondidas

corretamente. Para facilitar a interpretação foram definidas três classes de alunos,

segundo seus resultados: (1) inferior à média, (2) na média e (3) superior à média. O

histograma antes do curso foi desenhado com linha tracejada (cor vermelha) e o

posterior ao curso em linha contínua (cor azul). O sensível deslocamento dos

resultados para a direita evidencia o aumento médio do conhecimento do tema após

a sessão on-line. Os incrementos tanto na média (45.44%) quanto na mediana

(35.71%), foram listados na Tabela 5.

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Estes resultados indicam que a aprendizagem, através da metodologia, foi

obtida por parte da maioria absoluta dos alunos. Sendo assim, pode-se afirmar que

o processo de ensino funciona e que o aluno aprende e acumula conhecimento após

a aplicação do sistema.

Tabela 5 – Média de Aprovação - Cláudio Manoel da Costa Escola Cláudio Manoel da Costa

Índice Antes (A) Depois (D) Variação (D-A)/A*100 % Média 6.91 10.05 45.44% Mediana 7 9.5 35.71%

Os alunos que tiveram os mesmos resultados no primeiro e no segundo

questionário chegaram a 13,64% (3 alunos), e apenas 1 aluno (4,55%) piorou seu

desempenho.

A metodologia utilizada mostrou-se válida nesta escola, resultando em uma

nova maneira de ensinar e de aumentar o conhecimento de pontos importantes para

a preservação ambiental.

8.11 Análise da Escola CAIC

Os resultados obtidos com os alunos da escola CAIC são mostrados na

tabela 6. Observamos em geral um menor aproveitamento em relação a escola

Cláudio Manoel da Costa. Contudo, dos 17 alunos analisados, 11 (64.7%)

melhoraram seu desempenho nos testes de conhecimentos aplicados antes e

depois da sessão on-line com o AVICA. Foi constatado que os alunos que mais

gostaram das aulas e se entusiasmaram pelo projeto tiveram em geral um melhor

desempenho. Daí a importância do fator motivação no processo de ensino-

aprendizagem. A melhoria global nos conhecimentos, sobre o tema tratado com os

alunos da escola CAIC, pode ser relacionada com o aumento em 25,2% do número

de questões certas, quando comparados os resultados do primeiro e do segundo

questionário.

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Tabela 6 - Nível de aprendizagem - CAIC

Escola CAIC % Resposta Abaixo 1 5,88% Resposta Igual 5 29,41% Resposta Acima 11 64,71%

TOTAL 100,00%

No gráfico 6 mostramos a distribuição dos alunos desta escola antes e depois

da aplicação do curso virtual, segundo o número de questões respondidas

corretamente. Para facilitar a análise dos resultados foram mantidas as classes e os

códigos de cores e linhas utilizados na fig. X1, para diferenciar os resultados antes e

depois do uso do sistema AVICA. O deslocamento para a direita obedece a um

aumento na média (25.14%) e na mediana (28.57%) das questões respondidas

corretamente, como detalhado na tabela x2.2.

Antes do Curso

Depois do Curso

Gráfico 6 – Comparativo do questionário aplicado aos alunos da Escola CAIC

antes e depois do AVICA.

Na tabela 7 a Distribuição dos alunos da Escola CAIC antes e depois do

curso. O eixo horizontal representa o número de questões respondidas corretamente

e o eixo vertical a fração total dos alunos que passaram o curso.

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A distribuição dos alunos após os testes não manteve a distribuição

observada nos outros casos, o que pode ter ocorrido devido menor quantidade de

alunos participantes.

Tabela 7 - Média de Aprovação - CAIC. Escola CAIC

Índice Antes (A) Depois (D) Variação (D-A)/A*100 % Média 7.24 9.06 25.14% Mediana 7.0 9.0 28.57%

8.12 Análise Integral

Estamos trabalhando com 2 escolas públicas, com algumas características

próprias, que atuam com alunos de famílias de baixa renda. Estas escolas são

mantidas pela prefeitura municipal e não recebem recurso tecnológico para

disponibilizar a seus alunos.

A diferença maior entre elas é sua localização. O CAIC é uma escola

localizada na zona periférica da cidade e do lado mais pobre. A sua população

possui maior dificuldade em ter acesso inclusive às lan house. Nesta localização não

existe acesso à internet por meio de banda larga. Enquanto a escola Cláudio Manoel

da Costa localiza-se em bairro próximo ao centro, situa-se em zona de maior renda e

maior acesso aos meios de comunicação digital, possibilitando aos seus alunos

estarem mais familiarizados com o processo. Talvez este aspecto seja responsável

pela diferença de resultados observados na pesquisa, onde se constatou que a

aprendizagem maior deu-se na escola Cláudio Manoel da Costa.

Os resultados encontrados por escola devem ser avaliados com muito

cuidado e atenção, o índice de qualidade relacionado à tecnologia e ao

conhecimento ambiental se encontram muito baixo, deixando uma perigosa lacuna

de conhecimento para o futuro.

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9 CONCLUSÕES

Ao estudar o ensino à distância percebe que inúmeras oportunidades que

podem e devem ser utilizadas para ajudar as pessoas a melhorarem seu

aprendizado referente a algum assunto específico. Utilizando os recursos

computacionais, podemos oferecer aos alunos uma opção de aprender não somente

o uso de tecnologia, o que sem dúvida irá ajudar ao mesmo no futuro, mas também,

proporcionar um aumento do seu conhecimento para a preservação ambiental.

Ao estudar temas de EA através de sistemas desenvolvidos para funcionar na

internet, possibilitamos aos alunos, aumentar o seu grau de conhecimento com o

uso de tecnologia, exigência quase obrigatório em um mundo tão informatizado. Ao

capacitar o aluno tecnicamente, tirando este do processo de exclusão digital, damos

ao mesmo uma grande vantagem e aumentamos as suas potencialidades para uma

vida melhor.

Minimizar os problemas ambientais é uma responsabilidade de todos, por isso

a EA é de suma importância na nova geração. Precisamos melhorar o conhecimento

dos seres humanos para que as ações desenvolvidas por nós cada dia sejam de

menor impacto. A preservação ambiental não será uma atitude de curto prazo, mas

sim, uma estratégia de gerações.

É possível afirmar que ao aumentar o conhecimento para a preservação

ambiental possibilitamos uma melhoria na qualidade de vida do cidadão. Melhorar a

capacidade intelectual a fim de utilizar dos recursos tecnológicos também é uma

conseqüência semelhante, pois o uso de recursos computacionais é claramente um

diferencial para se conseguir um bom emprego ou encontrar uma nova oportunidade

de trabalho, que permita que o usuário tenha acesso a uma quantidade infinita de

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informações que até então era impossível.

Sendo assim, nossa proposta mostrou-se coerente e eficiente, pois permitiu

aos alunos que utilizassem o micro computador perdendo o receio do uso da

tecnologia, ganhando conhecimento para manusear o equipamento e

conseqüentemente vislumbrar o conteúdo fornecido pelo mesmo, possibilitando

assimilar novas informações para melhoria de sua capacidade intelectual.

Os alunos em sala de aula perceberam esta importância, demonstraram

grande interesse em participar da aula, perguntando, tirando dúvidas, solicitando

ajuda. A metodologia aplicada mostrou bastante atrativa aos alunos, que

demonstraram grande interesse em se aperfeiçoarem.

Não faz parte de nossa pesquisa comparar as metodologias de ensino

(presencial e à distância), mas faz parte analisar a satisfação dos alunos com a

metodologia, avaliar seu interesse e mensurar a aprendizagem. O AVICA permite

aos alunos e professores compartilharem conhecimento e aperfeiçoarem seus

mecanismos de aprendizagem.

Um dos objetivos deste trabalho era verificar a facilidade de aprendizado dos

alunos com a utilização dos recursos computacionais, que tem como finalidade

propiciar a interação entre professor, monitor e alunos. Desta forma, percebeu-se

claramente a importância do domínio da tecnologia pelos alunos, disponível para

participar com eficiência em todos os eventos da disciplina.

Ficou evidente nesta pesquisa a relação entre a facilidade de utilização dos

recursos computacionais e comunicação com a aprendizagem, onde se evidenciou

que quanto mais há acessibilidade e habilidade técnica no uso das ferramentas,

maior conhecimento do tema estudado é adquirido.

Observou-se na pesquisa, que os alunos precisam ser estimulados e

cobrados, pois como têm pouco acesso a este tipo de tecnologia, quando encontram

oportunidade preferem utilizar a ferramenta para entretenimento, uma utilização

pouco recomendável. Portanto, é importante que exista uma forma de monitorar o

acesso para não ser prejudicada a aprendizagem do aluno.

Este trabalho comprova que a EA aliada às ferramentas de inclusão digital

promove a aprendizagem dos alunos, preparando-os para o mercado de forma mais

técnica e os conscientizam para a necessidade da preservação ambiental, em uma

só ação, que pode ser oferecida através das políticas públicas ou de órgãos não

governamentais.

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Como sugestão final, acredito na viabilidade deste projeto e em seus

resultados. O processo deveria ser mais detalhado e transformado em um projeto

educacional de grande alcance, buscando abordar usuários de diversas escolas e

organizações. A apresentação deste projeto em programas de Inclusão digital

existentes no país proporcionará aos usuários absorverem conhecimento para uso

das ferramentas tecnológicas como conhecimento de áreas diversas.

No momento em que os governos trabalham para melhorar as condições de

vida da sua população, programas de exclusão digital e EA devem ser amplamente

divulgados e oferecidos ao público geral. No momento que se consegue unir as duas

necessidades, cria-se uma excelente oportunidade do desenvolvimento de uma

única ação que aborde as duas temáticas.

Muitos projetos podem ser criados a partir deste projeto, entre eles: Um jogo

interativo para ser jogado on line ou off line, um site com propostas lúdicas de

participação, um site que permita ao jogador além de navegar por suas páginas

possam participar de um curso que distribua certificados e brindes aos seus

usuários.

São vários os pontos e ações que podem ser discutidos, o que não se pode é

continuar com o conformismo e com a falta de atitude em promover a disseminação

do conhecimento técnico e de preservação ambiental. Não somente os governos

são responsáveis, mas entidades não governamentais, entidades educacionais,

empresas e a sociedade civil organizada.

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10 REFERÊNCIAS

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www.nextg.com.br, Site da Intel que possui o curso TI na Educação.

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