UFOP - CETEC - UEMG...UFOP - CETEC - UEMG Curso de Pós-Graduação em Engenharia de Materiais...

90
Rede Temática em Engenharia de Materiais UFOP - CETEC - UEMG Pós-Graduação em Engenharia de Materiais Dissertação de Mestrado " " S S Í Í N N T T E E S S E E E E C C A A R R A A C C T T E E R R I I Z ZA A Ç Ç Ã Ã O O D D E E T T I I T T A A N N A AT TO O D D E E B B Á Á R R I I O O H H I I D D R R O O T T É É R R M MI I C C O O D D O O P P A A D D O O C C O O M M L L A A N N T T Â Â N N I I O O E E M M A A N N G G A A N N Ê Ê S S " " Autor: Renato Alves Pereira Orientador: Fernando Gabriel da Silva Araújo, Msc, Dr. Co-Orientador: Antonio Alves Mendes Filho, Msc. MAIO 2004 UFOP - CETEC - UEMG

Transcript of UFOP - CETEC - UEMG...UFOP - CETEC - UEMG Curso de Pós-Graduação em Engenharia de Materiais...

Page 1: UFOP - CETEC - UEMG...UFOP - CETEC - UEMG Curso de Pós-Graduação em Engenharia de Materiais Renato Alves Pereira “SÍNTESE E CARACTERIZAÇÃO DE TITANATO DE BÁRIO HIDROTÉRMICO

Rede Temática em Engenharia de Materiais

UFOP - CETEC - UEMG Pós-Graduação em Engenharia de Materiais

Dissertação de Mestrado

""" SSSÍÍÍ NNNTTTEEESSSEEE EEE CCCAAARRRAAACCCTTTEEERRRIII ZZZAAAÇÇÇÃÃÃOOO DDDEEE

TTT III TTTAAANNNAAATTTOOO DDDEEE BBBÁÁÁRRRIII OOO HHH III DDDRRROOOTTTÉÉÉRRRMMM III CCCOOO

DDDOOOPPPAAADDDOOO CCCOOOMMM LLL AAANNNTTTÂÂÂNNNIII OOO EEE

MMM AAANNNGGGAAANNNÊÊÊSSS"""

Autor: Renato Alves Pereira

Orientador: Fernando Gabriel da Silva Araújo, Msc, Dr.

Co-Orientador: Antonio Alves Mendes Filho, Msc.

MAIO 2004

UFOP - CETEC - UEMG

Page 2: UFOP - CETEC - UEMG...UFOP - CETEC - UEMG Curso de Pós-Graduação em Engenharia de Materiais Renato Alves Pereira “SÍNTESE E CARACTERIZAÇÃO DE TITANATO DE BÁRIO HIDROTÉRMICO

i

REDE TEMÁTICA EM ENGENHARIA DE MATERIAIS

UFOP - CETEC - UEMG

Curso de Pós-Graduação em Engenharia de Materiais

Renato Alves Pereira

“SÍNTESE E CARACTERIZAÇÃO DE TITANATO DE BÁRIO HIDR OTÉRMICO

DOPADO COM LANTÂNIO E MANGANÊS”

Dissertação de Mestrado apresentada ao Curso de Pós-

Graduação em Engenharia de Materiais da REDEMAT,

como parte dos requisitos necessários para obtenção do grau

de Mestre em Engenharia de Materiais.

Área de Concentração: Processos de Fabricação

Orientador: Dr. Fernando Gabriel da Silva Araújo

Co-Orientador: Antonio Alves Mendes Filho, Msc.

Ouro Preto

2004

Page 3: UFOP - CETEC - UEMG...UFOP - CETEC - UEMG Curso de Pós-Graduação em Engenharia de Materiais Renato Alves Pereira “SÍNTESE E CARACTERIZAÇÃO DE TITANATO DE BÁRIO HIDROTÉRMICO
Page 4: UFOP - CETEC - UEMG...UFOP - CETEC - UEMG Curso de Pós-Graduação em Engenharia de Materiais Renato Alves Pereira “SÍNTESE E CARACTERIZAÇÃO DE TITANATO DE BÁRIO HIDROTÉRMICO
Page 5: UFOP - CETEC - UEMG...UFOP - CETEC - UEMG Curso de Pós-Graduação em Engenharia de Materiais Renato Alves Pereira “SÍNTESE E CARACTERIZAÇÃO DE TITANATO DE BÁRIO HIDROTÉRMICO

ii

O dicionário é o único lugar onde o sucesso vem antes do trabalho.

Albert Einstein

Page 6: UFOP - CETEC - UEMG...UFOP - CETEC - UEMG Curso de Pós-Graduação em Engenharia de Materiais Renato Alves Pereira “SÍNTESE E CARACTERIZAÇÃO DE TITANATO DE BÁRIO HIDROTÉRMICO

iii

AGRADECIMENTOS

Agradeço a todos que colaboraram para a realização deste trabalho.

Agradecimentos especiais:

• A Deus, por tudo.

• Aos meus pais, Miguel e Emília, pelo apoio constante.

• A minha esposa, Valquíria, e meu filho Albert, pelo carinho e compreensão.

• A todos os meus colegas do SDO (Cíntia, Luciana, José Geraldo, Renata, Thiago,

Neusa, Wanderson, Walisson, Giliane e outros) e ao coordenador do SDO, Fernando

Madeira.

• Ao pessoal do setor de metalurgia (Talarico, Rondineli e Cristiano).

• Ao apoio de Luiz Carlos de Miranda e Geraldo de Oliveira do SDO.

• Ao meu co-orientador, Antonio, pela paciência e dedicação.

• Ao pessoal do MEV, Vanderlei e Ivete.

• Ao meu orientador, Fernando Gabriel, pelo intenso apoio e dedicação.

• Ao Professor Antônio Valadão, pelo apoio inicial.

• A REDEMAT pelo apoio material.

• Ao CNPq pelo apoio financeiro.

Page 7: UFOP - CETEC - UEMG...UFOP - CETEC - UEMG Curso de Pós-Graduação em Engenharia de Materiais Renato Alves Pereira “SÍNTESE E CARACTERIZAÇÃO DE TITANATO DE BÁRIO HIDROTÉRMICO

iv

ÍNDICE

"S ÍNTESE E CARACTERIZAÇÃO DE TITANATO DE BÁRIO HIDROTÉRMICO DOPADO COM

LANTÂNIO E MANGANÊS" ...................................................................................................... I

Agradecimentos ............................................................................................................... iii

Índice ................................................................................................................................ iv

Índice de Figuras ............................................................................................................. vi

Índice de Tabelas ............................................................................................................. x

Resumo ............................................................................................................................. xi

Abstract ........................................................................................................................... xii

1. INTRODUÇÃO ................................................................................................................. 1

2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ............................................................................................. 2

2.1. Titanato de Bário ...................................................................................................... 2

2.2. Propriedades do Titanato de Bário ......................................................................... 3

2.2.1. Resistividade elétrica ........................................................................................... 4

3.2.2. Ferroeletricidade .................................................................................................. 5

3.2.3. Propriedades dielétricas ....................................................................................... 6

2.3. Técnicas utilizadas para obtenção de titanato de bário ........................................ 8

3.3.1. Obtenção do Pó de BaTiO3 por Síntese Hidrotérmica ......................................... 9

2.4. Dopagem .................................................................................................................. 11

2.4.1. Dopagem com lantânio ...................................................................................... 14

2.4.2. Dopagem com manganês ................................................................................... 15

2.5. Prensagem e Sinterização ....................................................................................... 17

2.5.1. Prensagem .......................................................................................................... 17

2.5.2. Sinterização ........................................................................................................ 18

3. PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL ............................................................................... 20

3.1. Síntese e Caracterização dos Pós e das Pastilhas Sinterizadas ........................... 20

3.2. Síntese dos pós (autoclavagem) .............................................................................. 21

Page 8: UFOP - CETEC - UEMG...UFOP - CETEC - UEMG Curso de Pós-Graduação em Engenharia de Materiais Renato Alves Pereira “SÍNTESE E CARACTERIZAÇÃO DE TITANATO DE BÁRIO HIDROTÉRMICO

v

3.3. Caracterização dos Pós de Titanato de Bário Puro e Dopado ............................ 23

3.4. Prensagem e Sinterização ....................................................................................... 23

3.5. Caracterização das Pastilhas ................................................................................. 24

3.5.1. Difração de Raios-X (DRX) .............................................................................. 24

3.5.2. Microscopia Eletrônica de Varredura (MEV) ................................................... 25

3.5.3. Impedanciometria complexa .............................................................................. 26

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO ......................................................................................... 28

4.1. Difração de Raios-X ................................................................................................ 28

4.1.1. Caracterização dos Pós ...................................................................................... 28

4.1.2. Caracterização das Pastilhas Sinterizadas .......................................................... 30

4.2. Análises Micrográficas das Amostras de BaTiO3 dopadas e não dopadas ........ 33

4.2.1. Titanato de Bário Puro ....................................................................................... 33

4.2.2. Titanato de Bário Dopado com Lantânio (BLT) ............................................... 35

4.2.3. Titanato de Bário Dopado com Manganês (BMT) ............................................ 45

4.3.Caracterização Elétrica das Pastilhas Sinterizadas .............................................. 55

4.3.1. Caracterização Elétrica das Pastilhas de Titanato de Bário Sinterizadas Dopadas

com Lantânio .............................................................................................................. 55

4.3.2. Caracterização Elétrica das Pastilhas de Titanato de Bário Sinterizadas Dopadas

com Manganês ............................................................................................................ 62

5. CONCLUSÕES ............................................................................................................... 68

5.1. Sugestões Para Trabalhos Futuros ........................................................................ 70

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................. 71

Page 9: UFOP - CETEC - UEMG...UFOP - CETEC - UEMG Curso de Pós-Graduação em Engenharia de Materiais Renato Alves Pereira “SÍNTESE E CARACTERIZAÇÃO DE TITANATO DE BÁRIO HIDROTÉRMICO

vi

ÍNDICE DE FIGURAS

FIGURA 2. 1. Célula unitária do BaTiO3 (CALLISTER JR., 2002)........................................................ 2

FIGURA 2. 2. Variação da resistividade com o aumento de temperatura (DANIELS et al., 1978). ................................................................................................................................................................ 4

FIGURA 2. 3. Efeito de substituições isovalentes na Tc do BaTiO3 (MENDES FILHO, 1998). .............................................................................................................................................................. 11

FIGURA 2. 4. Etapas de compactação para pós granulados. Em (a) forma esférica, em (b) forma aleatória e em (c) corpo prensado. (MENDES FILHO, 1998) ........................................................ 17

FIGURA 2. 5. Vias de transporte de matéria durante o 1º estágio de sinterização. Mecanismos: (1) difusão superficial a partir da superfície; (2) difusão na rede a partir da superfície; (3) transporte via fase vapor a partir da superfície; (4) difusão no contorno de grão a partir do contorno; (5) difusão na rede a partir de deslocações. (MENDES FILHO, 1998). .............................................................................................................................................................. 19

FIGURA 3. 1. Diagrama de execução ............................................................................................................. 20

FIGURA 3. 2. Autoclave de aço inoxidável martensítico, de marca Berghoff, e controlador do tipo PID. CETEC .................................................................................................................................................... 21

FIGURA 3. 3. Amostras de titanato de bário hidrotérmico sinterizadas, dopadas com lantânio e manganês, nas composições indicadas na figura. ............................................................................................ 24

FIGURA 3. 4. Amostras de titanato de bário hidrotérmico sinterizadas, dopadas com lantânio e manganês, metalizadas com ouro. ................................................................................................................... 25

FIGURA 3. 5. Microscópio eletrônico de varredura. REDEMAT/DEGEO. ................................................... 26

FIGURA 3. 6. Amostras de titanato de bário hidrotérmico sinterizadas, dopadas com lantânio e manganês, na forma de capacitores, com eletrodos fixados nas superfícies planas e encapsuladas com resina epóxi. ............................................................................................................................................. 26

FIGURA 3. 7. Impedancímetro Hewlett-Packard modelo 4192A. CETEC..................................................... 27

FIGURA 4. 1. Difratograma de amostra de titanato de bário hidrotérmico puro, sintetizado a 220ºC, por 20h. ................................................................................................................................................ 28

FIGURA 4. 2. Difratograma de amostra de titanato de bário hidrotérmico dopado com 0,8 mol% de lantânio, sintetizado a 220ºC, por 20h. ........................................................................................................ 29

FIGURA 4. 3. Difratograma de amostra de titanato de bário hidrotérmico dopado com 0,1 mol% de manganês, sintetizado a 220ºC, por 20h...................................................................................................... 29

FIGURA 4. 4. Difratograma de amostra de titanato de bário hidrotérmico puro, sinterizada a 1250ºC, por 5h. ................................................................................................................................................ 30

FIGURA 4. 5. Difratograma de amostra de titanato de bário hidrotérmico dopado com 0,8 mol% de lantânio, sinterizada a 1250ºC, por 5h. ........................................................................................................ 31

FIGURA 4. 6. Difratograma de amostra de titanato de bário hidrotérmico dopado com 0,1 mol% de manganês, sinterizada a 1250ºC, por 5h. ..................................................................................................... 31

FIGURA 4. 7. Gráfico comparativo do fator tetragonalidade com amostras de titanato de bário hidrotérmico puro, dopado com 0,8 mol% de lantânio e 0,1 mol% de manganês respectivamente, imediatamente após a síntese hidrotérmica e após sinterizadas a 1250ºC, por 5h. .......................................... 32

FIGURA 4. 8. Micrografia por MEV de amostra de titanato de bário hidrotérmico puro, sinterizada a 1250°C, por 5h. 500X. ................................................................................................................ 33

Page 10: UFOP - CETEC - UEMG...UFOP - CETEC - UEMG Curso de Pós-Graduação em Engenharia de Materiais Renato Alves Pereira “SÍNTESE E CARACTERIZAÇÃO DE TITANATO DE BÁRIO HIDROTÉRMICO

vii

FIGURA 4. 9. Micrografia por MEV de amostra de titanato de bário hidrotérmico puro, sinterizada a 1250°C, por 5h. Tamanho médio de grão de 5,62 µm. 2000X. .................................................. 34

FIGURA 4. 10. Micrografia por MEV de amostra de titanato de bário hidrotérmico puro, sinterizada a 1250°C, por 5h. Tamanho médio de grão de 0,41µm. 10.000X. ................................................ 34

FIGURA 4. 11. Micrografia por MEV de amostra de titanato de bário hidrotérmico dopado com 0,2 mol% de lantânio, sinterizada a 1250°C, por 5h. 2.500X. ......................................................................... 35

Figura 4. 12. Micrografia por MEV de amostra de titanato de bário hidrotérmico dopado com 0,2 mol% de lantânio, sinterizada a 1250°C, por 5h. Tamanho médio de grão de 11,05 µm. 1000X. .................. 36

FIGURA 4. 13. Micrografia por MEV de amostra de titanato de bário hidrotérmico dopado com 0,2 mol% de lantânio, sinterizada a 1250°C, por 5h. Tamanho médio de grão de 0,86 µm. 10.000X. .......................................................................................................................................................... 36

FIGURA 4. 14. Micrografia por MEV de amostra de titanato de bário hidrotérmico dopado com 0,4 mol% de lantânio, sinterizada a 1250°C, por 5h. 1000X. .......................................................................... 37

FIGURA 4. 15. Micrografia por MEV de amostra de titanato de bário hidrotérmico dopado com 0,4 mol% de lantânio, sinterizada a 1250°C, por 5h. Tamanho médio de grão de 5,16 µm. 2,500X. ............. 38

FIGURA 4. 16. Micrografia por MEV de amostra de titanato de bário hidrotérmico dopado com 0,4 mol% de lantânio, sinterizada a 1250°C, por 5h. Tamanho médio de grão de 1,20 µm. 5000X. .............. 38

FIGURA 4. 17. Micrografia por MEV de amostra de titanato de bário hidrotérmico dopado com 0,6 mol% de lantânio, sinterizada a 1250°C, por 5h. 500X. ............................................................................ 39

FIGURA 4. 18. Micrografia por MEV de amostra de titanato de bário hidrotérmico dopado com 0,6 mol% de lantânio, sinterizada a 1250°C, por 5h. Tamanho médio de grão de 19,20µm. 1000X. ............. 40

FIGURA 4. 19. Micrografia por MEV de amostra de titanato de bário hidrotérmico dopado com 0,6 mol% de lantânio, sinterizada a 1250°C, por 5h. Tamanho médio de grão de 0,87 µm. 5000X. .............. 40

FIGURA 4. 20. Micrografia por MEV de amostra de titanato de bário hidrotérmico dopado com 0,8 mol% de lantânio, sinterizada a 1250°C, por 5h. 1000X. .......................................................................... 41

FIGURA 4. 21. Micrografia por MEV de amostra de titanato de bário hidrotérmico dopado com 0,8 mol% de lantânio, sinterizada a 1250°C, por 5h. Tamanho médio de grão de 4,94µm. 25000X. ............ 42

FIGURA 4. 22. Micrografia por MEV de amostra de titanato de bário hidrotérmico dopado com 0,8 mol% de lantânio, sinterizada a 1250°C, por 5h. Tamanho médio de grão de 1,20 µm. 5000X. .............. 42

FIGURA 4. 23. Micrografia por MEV de amostra de titanato de bário hidrotérmico dopado com 1,0 mol% de lantânio, sinterizada a 1250°C, por 5h. 1000X. .......................................................................... 43

FIGURA 4. 24. Micrografia por MEV de amostra de titanato de bário hidrotérmico dopado com 1,0 mol% de lantânio, sinterizada a 1250°C, por 5h. Tamanho médio de grão de 0,48 µm. 5000X. .............. 44

FIGURA 4. 25. Micrografia por MEV de amostra de titanato de bário hidrotérmico dopado com 0,02 mol% de manganês, sinterizada a 1250°C, por 5h. 500X. ....................................................................... 45

FIGURA 4. 26. Micrografia por MEV de amostra de titanato de bário hidrotérmico dopado com 0,02 mol% de manganês, sinterizada a 1250°C, por 5h. Tamanho médio de grão de 12,78µm. 800X. ............................................................................................................................................................... 46

FIGURA 4. 27. Micrografia por MEV de amostra de titanato de bário hidrotérmico dopado com 0,02 mol% de manganês, sinterizada a 1250°C, por 5h. Tamanho médio de grão de 0,70µm. 5000X. ............................................................................................................................................................. 46

FIGURA 4. 28. Micrografia por MEV de amostra de titanato de bário hidrotérmico dopado com 0,04 mol% de manganês, sinterizada a 1250°C, por 5h. 1000X. ..................................................................... 47

FIGURA 4. 29. Micrografia por MEV de amostra de titanato de bário hidrotérmico dopado com 0,4 mol% de manganês, sinterizada a 1250°C, por 5h. Tamanho médio de grão de 8,93µm. 1000X. ............ 48

FIGURA 4. 30. Micrografia por MEV de amostra de titanato de bário hidrotérmico dopado com 0,04 mol% de manganês, sinterizada a 1250°C, por 5h. Tamanho médio de grão de 0,33µm. 15000X. ........................................................................................................................................................... 48

Page 11: UFOP - CETEC - UEMG...UFOP - CETEC - UEMG Curso de Pós-Graduação em Engenharia de Materiais Renato Alves Pereira “SÍNTESE E CARACTERIZAÇÃO DE TITANATO DE BÁRIO HIDROTÉRMICO

viii

FIGURA 4. 31. Micrografia por MEV de amostra de titanato de bário hidrotérmico dopado com 0,06 mol% de manganês, sinterizada a 1250°C, por 5h. 500X. ....................................................................... 49

FIGURA 4. 32. Micrografia por MEV de amostra de titanato de bário hidrotérmico dopado com 0,06 mol% de manganês, sinterizada a 1250°C, por 5h. Tamanho médio de grão de 9,80µm. 1000X. ............................................................................................................................................................. 50

FIGURA 4. 33. Micrografia por MEV de amostra de titanato de bário hidrotérmico dopado com 0,06 mol% de manganês, sinterizada a 1250°C, por 5h. Tamanho médio de grão de 0,47µm. 10.000X. .......................................................................................................................................................... 50

FIGURA 4. 34. Micrografia por MEV de amostra de titanato de bário hidrotérmico dopado com 0,08 mol% de manganês, sinterizada a 1250°C, por 5h.1000X. ...................................................................... 51

FIGURA 4. 35. Micrografia por MEV de amostra de titanato de bário hidrotérmico dopado com 0,08 mol% de manganês, sinterizada a 1250°C, por 5h. Tamanho médio de grão de 8,93µm. 1000X. ............................................................................................................................................................. 52

FIGURA 4. 36. Micrografia por MEV de amostra de titanato de bário hidrotérmico dopado com 0,08 mol% de manganês, sinterizada a 1250°C, por 5h. Tamanho médio de grão de 0,48µm. 10.000X. .......................................................................................................................................................... 52

FIGURA 4. 37 Micrografia por MEV de amostra de titanato de bário hidrotérmico dopado com 0,10 mol% de manganês, sinterizada a 1250°C, por 5h. 500X. ....................................................................... 53

FIGURA 4. 38. Micrografia por MEV de amostra de titanato de bário hidrotérmico dopado com 0,1 mol% de manganês, sinterizada a 1250°C, por 5h. Tamanho médio de grão de 7,41µm. 2500X. ............ 54

FIGURA 4. 39. Micrografia por MEV de amostra de titanato de bário hidrotérmico dopado com 0,1 mol% de manganês, sinterizada a 1250°C, por 5h. Tamanho médio de grão de 0,36µm. 10.000X. .......................................................................................................................................................... 54

FIGURA 4. 40. Gráfico comparativo da variação da constante dielétrica com a temperatura na .................... 55

FIGURA 4. 41. Gráfico comparativo da variação constante dielétrica na temperatura de transição de fase com a dopagem, de amostras de titanato de bário hidrotérmico puro e dopado com 0,2 a 1,0 mol% de lantânio, sinterizadas a 1250ºC por 5h. Frequência 1kHz. ......................................................... 56

FIGURA 4. 42. Gráfico comparativo da variação da temperatura de transição de fase com a dopagem, de amostras de titanato de bário hidrotérmico puro e dopado com 0,2 a 1,0 mol% de lantânio, sinterizadas a 1250ºC por 5h. Frequência 1kHz. ............................................................................... 57

FIGURA 4. 43. Gráfico comparativo da variação da resistividade elétrica com a temperatura na faixa de 80 a 195ºC, de amostras de titanato de bário hidrotérmico puro e dopado com 0,2 a 1,0 mol% de lantânio, sinterizadas a 1250ºC por 5h. Frequência 1kHz. ............................................................... 58

FIGURA 4. 44. Gráfico comparativo da variação da inclinação média da resistividade com a temperatura na faixa de 80 a 195ºC, de amostras de titanato de bário puro de dopado com 0,2 a 1,0 mol% de lantânio, sinterizadas a 1250ºC por 5h. Frequência 1kHz. ............................................................... 59

FIGURA 4. 45. Gráfico comparativo da variação do fator de dissipação com a temperatura na faixa de 80 a 195ºC, de amostras de titanato de bário hidrotérmico puro e dopado com 0,2 a 1,0 mol% de lantânio, sinterizadas a 1250ºC por 5h. Frequência 1kHz. ............................................................... 61

FIGURA 4. 46. Gráfico comparativo da variação da constante dielétrica com a temperatura na faixa de 80 a 195ºC, de amostras de titanato de bário hidrotérmico puro e dopado com 0,02 a 0,1 mol% de manganês, sinterizadas a 1250ºC por 5h. Frequência 1kHz. ............................................................ 62

FIGURA 4. 47. Gráfico comparativo da variação constante dielétrica na temperatura de transição de fase com a dopagem, de amostras de titanato de bário hidrotérmico puro e dopado com 0,02 a 0,1 mol% de manganês , sinterizadas a 1250ºC por 5h. Frequência 1kHz. ..................................................... 63

FIGURA 4. 48. Gráfico comparativo da variação da temperatura de transição de fase com a dopagem, de amostras de titanato de bário hidrotérmico puro e dopado com 0,02 a 0,1 mol% de manganês, sinterizadas a 1250ºC por 5h. Frequência 1kHz............................................................................. 64

FIGURA 4. 49. Gráfico comparativo da variação da resistividade elétrica com a temperatura na faixa de 80 a 195ºC, de amostras de titanato de bário hidrotérmico puro e dopado com 0,02 a 0,1 mol% de manganês, sinterizadas a 1250ºC por 5h. Frequência 1kHz. ............................................................ 65

Page 12: UFOP - CETEC - UEMG...UFOP - CETEC - UEMG Curso de Pós-Graduação em Engenharia de Materiais Renato Alves Pereira “SÍNTESE E CARACTERIZAÇÃO DE TITANATO DE BÁRIO HIDROTÉRMICO

ix

FIGURA 4. 50. Gráfico comparativo da variação da inclinação média da resistividade com a temperatura, na faixa de 140 a 195ºC, de amostras de titanato de bário puro e dopado com 0,02 a 0,1 mol% de manganês, sinterizadas a 1250ºC por 5h. Frequência 1kHz. ...................................................... 66

FIGURA 4. 51. Gráfico comparativo da variação do fator de dissipação com a temperatura na faixa de 80 a 195ºC, de amostras de titanato de bário hidrotérmico puro e dopado com 0,02 a 0,1 mol% de manganês, sinterizadas a 1250ºC por 5h. Frequência 1kHz. ............................................................ 67

Page 13: UFOP - CETEC - UEMG...UFOP - CETEC - UEMG Curso de Pós-Graduação em Engenharia de Materiais Renato Alves Pereira “SÍNTESE E CARACTERIZAÇÃO DE TITANATO DE BÁRIO HIDROTÉRMICO

x

ÍNDICE DE TABELAS

TABELA 2. 1. Comparação entre as técnicas de obtenção do BaTiO3 (MENDES FILHO, 1998). .................. 8

TABELA 3. 1. Codificação das amostras de acordo com o tipo e quantidade de dopante .............................. 22

Page 14: UFOP - CETEC - UEMG...UFOP - CETEC - UEMG Curso de Pós-Graduação em Engenharia de Materiais Renato Alves Pereira “SÍNTESE E CARACTERIZAÇÃO DE TITANATO DE BÁRIO HIDROTÉRMICO

xi

RESUMO

Foi investigado o efeito dos teores de lantânio e manganês sobre o coeficiente de

temperatura positivo, PTC, da resistividade do titanato de bário hidrotérmico. Pós de

titanato de bário foram produzidos por síntese hidrotérmica, a 220°C, por 20h, com

enchimento de 1/3 da autoclave, a partir de Ba(OH)2.8H2O e TiO2, como precursores.

Foram feitas as sínteses de pós de titanato de bário estequiométrico, além de pós de titanato

de bário dopado com concentrações de lantânio entre 0,2 e 1,0mol% e com concentrações

de manganês entre 0,02 e 0,10mol%. Os pós foram caracterizados por difratometria de

raios X, identificando-se apenas a fase BaTiO3 e em seguida prensados na forma de

pastilhas de aproximadamente 10mm por 3mm, com carga de 3.000kgf. As pastilhas

prensadas foram sinterizadas ao ar a 1250°C por 5h e tiveram suas microestruturas e fases

identificadas por microscopia eletrônica de varredura e difratometria de raios X,

respectivamente. As pastilhas de todas as composições foram metalizadas nas duas faces

planas para a confecção de capacitores, que foram caracterizados eletricamente por

impedanciometria complexa, a 1kHz, entre 80°C e 195°C, para determinação de suas

constantes dielétricas, temperaturas de Curie, fatores de dissipação, resistividades e

coeficientes de temperatura. Observou-se um máximo efeito PTC para a dopagem com

lantânio de 0,6mol%, apresentando um coeficiente de temperatura de 94.750Ω.mm/°C, um

aumento de 250% com respeito ao titanato de bário puro. O maior efeito PTC observado

para a dopagem com manganês ocorreu a 0,1mol%, com coeficiente de temperatura de

38.000Ω.mm/°C. A dopagem com lantânio reduziu continuamente a temperatura de Curie

do titanato de bário, de 123°C, para 95°C, enquanto a dopagem com manganês

praticamente não a alterou.

Page 15: UFOP - CETEC - UEMG...UFOP - CETEC - UEMG Curso de Pós-Graduação em Engenharia de Materiais Renato Alves Pereira “SÍNTESE E CARACTERIZAÇÃO DE TITANATO DE BÁRIO HIDROTÉRMICO

xii

ABSTRACT

This work investigates the effect of lantanum and manganese contents on the postive

temperature coefficient, PTC, of hidrothermal barium titanate resistivity. Barium titanate

powders were produced by hydrothermal synthesis at 220°C for 20h and an autoclave

filling of 1/3, using Ba (OH)2 .8H2 O and TiO2 as precursors. The barium titanate powders

were synthezised in its stoichiometric composition, as well as doped with lantanum, with

concentrations varying from 0.2 and 1.0mol%, and doped with manganese, with

concentrations varying from 0.02 and 0.10mol%. The powders were characterized by X-

ray diffraction, revealing only the BaTiO3 phase, and then pressed at 3,000kgf to form 10

by 3mm discs. The pressed discs were sinterized on air at 1250°C for 5 hours and had their

microstructures and phases identified by scanning electron microscopy and X-ray

diffraction, respectively. The discs, in all compositions, were metalized in their plane faces

to build capacitors, which were characterized by complex impedanciometry at 1kHz

between 80 and 195°C, for the determination of their dielectric constants, Curie

temperatures, loss factors, resistivities and temperature coeficients. The maximum PTC

effect ocurred for 0.6mol% lantanum, with a temperature coefficient of 94,750Ω.mm/°C,

representing an increase of 250%, with respect to pure barium titanate. The largest PTC

effect for the manganese doped samples ocurred at 0.1mol%, with a temperature

coefficient of 38,000Ω.mm/°C. The lantanum doping continuously reduced the barium

titanate Curie temperature, from 123 to 95°C, while the manganese doping practicaly did

not change it.

Page 16: UFOP - CETEC - UEMG...UFOP - CETEC - UEMG Curso de Pós-Graduação em Engenharia de Materiais Renato Alves Pereira “SÍNTESE E CARACTERIZAÇÃO DE TITANATO DE BÁRIO HIDROTÉRMICO

Introdução

Síntese e Caracterização de Titanato de Bário Hidrotérmico Dopado Com Lantânio e Manganês 1

1. INTRODUÇÃO

O desempenho de componentes cerâmicos é fortemente influenciado pelas características

dos pós utilizados. A pureza, a composição química, o tamanho de partículas, a porosidade

das partículas e a distribuição de tamanhos de partículas afetam fortemente os processos de

prensagem e sinterização e, conseqüentemente, as propriedades finais dos dispositivos.

No processamento de cerâmicas avançadas, há uma necessidade crescente de se

desenvolver técnicas capazes de processar pós com ótimas características físico-químicas.

Dentre os pós cerâmicos mais tradicionais usados na indústria eletrônica, encontram-se os

do sistema BaO-TiO2, principalmente na composição BaTiO3, que é ferroelétrico, possui

alta constante dielétrica e baixa perda. Nesse contexto, a síntese hidrotérmica já se firmou

como uma das técnicas que atendem a tais exigências.

Dentre as várias aplicações do titanato de bário, destaca-se seu uso como sensor do tipo

PTC (Coeficiente Positivo de Temperatura), para o qual ele deve ser submetido a dopagem

com íons metálicos. As características dos PTC tais como valor do coeficiente de

temperatura, resistividade elétrica e faixa de temperatura para uso, dependem basicamente

das condições de processamento e da composição utilizada. Estas características são

também um resultado da interação entre a condutividade e a ferroeletricidade, apresentadas

pelo titanato de bário.

Quando o titanato é dopado com lantânio e manganês, o componente cerâmico pode ser

empregado como relé de partida em motores monofásicos, sensor de temperatura,

aquecedor auto-controlado, protetor para motores elétricos e sensor de fluxo, dentre outras

aplicações.

O presente trabalho teve por principal objetivo estudar o efeito dos teores de lantânio e

manganês sobre o coeficiente de temperatura positivo, PTC, da resistividade do titanato de

bário hidrotérmico, dopado durante a síntese e sinterizado ao ar.

Page 17: UFOP - CETEC - UEMG...UFOP - CETEC - UEMG Curso de Pós-Graduação em Engenharia de Materiais Renato Alves Pereira “SÍNTESE E CARACTERIZAÇÃO DE TITANATO DE BÁRIO HIDROTÉRMICO

Revisão Bibliográfica

Síntese e Caracterização de Titanato de Bário Hidrotérmico Dopado Com Lantânio e Manganês 2

2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1. TITANATO DE BÁRIO

Titanato de bário é um composto cerâmico que possui estrutura cristalina do tipo

perovskita (ABO3). Na forma pura ele se encontra na composição BaTiO3. A temperaturas

acima de 120ºC (temperatura de transição de fase ou temperatura de Curie) possui estrutura

cúbica, onde os íons de Ba+2 estão localizados nos oito vértices do cubo, um íon Ti+4 se

localiza no centro e cada íon de O-2 se localiza em cada uma das seis faces (CALLISTER

JR., 2002), como mostra a figura 2.1.

FIGURA 2. 1. Célula unitária do BaTiO3 (CALLISTER JR., 2002).

Quando resfriado abaixo de 120ºC, os íons titânio e bário se deslocam em relação ao

oxigênio formando uma estrutura tetragonal, com um eixo em torno de 1% mais longo que

os outros dois.

A aproximadamente 0oC há um novo deslocamento dos íons e o cristal se torna

ortorrômbico. Em torno de -90oC há uma nova mudança estrutural, passando agora para

Page 18: UFOP - CETEC - UEMG...UFOP - CETEC - UEMG Curso de Pós-Graduação em Engenharia de Materiais Renato Alves Pereira “SÍNTESE E CARACTERIZAÇÃO DE TITANATO DE BÁRIO HIDROTÉRMICO

Propriedades Revisão Bibliográfica

Síntese e Caracterização de Titanato de Bário Hidrotérmico Dopado Com Lantânio e Manganês 3

uma estrutura romboédrica, na qual os três eixos são do mesmo comprimento, mas não são

mutuamente perpendiculares. Para temperaturas superiores a 1460oC, o titanato de bário

apresenta uma estrutura hexagonal, que em condições normais não é estável a temperaturas

inferiores, entretanto esta fase pode ser encontrada em algumas amostras, mesmo à

temperatura ambiente, como resultado de impurezas ou do não-equilíbrio (MENDES

FILHO, 1998).

Cerâmicas à base de titanato de bário se enquadram na classe das cerâmicas eletro-

eletrônicas, tidas como cerâmicas avançadas. Na estrutura policristalina pode ser utilizado

como material base para capacitores mono e multicamadas, ressonadores de microondas

(polititanato de bário), dispositivos PTC, sensores piezelétricos e sensores de gás (ZHOU

et al., 2001; MENDES FILHO et al., 2001; MENDES FILHO et al., 2003). Além de todas

estas aplicações, o titanato de bário também tem sido utilizado, na forma de filme fino,

para composição de componentes de memória RAM de computadores, uma vez que a

tendência é a substituição das memórias ferromagnéticas por memórias ferroelétricas

(VARELA et al., 2000).

2.2. PROPRIEDADES DO TITANATO DE BÁRIO

As propriedades das cerâmicas de titanato de bário dependem da temperatura de uso, da

intensidade e da freqüência do campo elétrico e da pressão à qual o dispositivo é

submetido (MENDES FILHO, 1998). As características das cerâmicas eletrônicas são

fortemente influenciadas por parâmetros tecnológicos utilizados no processamento dos pós

cerâmicos, tais como tamanho de partícula, morfologia, pureza e composição química

(ARAUJO et al., 2000a; XU et al., 2002). As propriedades elétricas apresentadas neste

trabalho são a resistividade, comportamento dielétrico, ferroeletricidade e piezeletricidade.

Outras propriedades vez ou outra serão citadas, ou estarão inseridas nas propriedades já

mencionadas.

Page 19: UFOP - CETEC - UEMG...UFOP - CETEC - UEMG Curso de Pós-Graduação em Engenharia de Materiais Renato Alves Pereira “SÍNTESE E CARACTERIZAÇÃO DE TITANATO DE BÁRIO HIDROTÉRMICO

Propriedades Revisão Bibliográfica

Síntese e Caracterização de Titanato de Bário Hidrotérmico Dopado Com Lantânio e Manganês 4

2.2.1. RESISTIVIDADE ELÉTRICA

A resistividade de um material pode aumentar ou diminuir com o acréscimo de

temperatura, e a grandeza que estabelece esta relação é denominada coeficiente de

temperatura da resistividade. O fenômeno que relaciona o aumento não linear da

resistividade de um material com o aumento de temperatura é denominado efeito PTC ou

PTCR (Positive Temperature Coefficient Resistivity) (SCHNEIDER JR., 1991). Será

utilizado neste trabalho o termo PTC (Coeficiente de temperatura). A equação 2.1 mostra a

relação entre a resistividade e a temperatura, sendo α o coeficiente de resistividade.

dT

dρρ

α 1= (eq. 2. 1)

Os mecanismos que explicam o efeito PTC têm sido aceito por diversos autores segundo o

modelo de Heywang (DANIELS, 1978; WANG, 1989; CHATTERJEE, 1999;

BRZOZOWSKI, 2000). O modelo de Heywang é baseado no efeito resistivo dos contornos

de grão, uma vez que o mesmo não ocorre em um único monocristal. Entre os contornos de

grão é formada uma barreira de energia, ou barreira de potencial, que aumenta com o

aumento de temperatura. Essas barreiras são fortemente influenciadas por detalhes de

preparação da amostra, principalmente a atmosfera de sinterização e resfriamento. A figura

2.2 mostra qualitativamente o efeito PTC.

FIGURA 2. 2. Variação da resistividade com o aumento de temperatura (DANIELS et al., 1978).

Page 20: UFOP - CETEC - UEMG...UFOP - CETEC - UEMG Curso de Pós-Graduação em Engenharia de Materiais Renato Alves Pereira “SÍNTESE E CARACTERIZAÇÃO DE TITANATO DE BÁRIO HIDROTÉRMICO

Propriedades Revisão Bibliográfica

Síntese e Caracterização de Titanato de Bário Hidrotérmico Dopado Com Lantânio e Manganês 5

De acordo com os valores da resistividade (ou condutividade), os materiais podem ser

classificados em condutores, semicondutores ou isolantes. Os condutores, como os metais,

por exemplo, exibem condutividade da ordem de 107 (Ω.m)-1. Os isolantes possuem altos

valores de resistividade e a condutividade varia de 10-10 a 10-20 (Ω.m)-1. Os materiais que

apresentam condutividades intermediárias, entre 10-6 a 104 (Ω.m)-1, são denominados

semicondutores (CALLISTER JR., 2002).

Uma definição mais formal de condutores, isolantes e semicondutores é dada através das

bandas de valência e condução. O BaTiO3 pode ser considerado como um isolante ou

como um semicondutor conforme será citado posteriormente.

2.2.2. FERROELETRICIDADE

Um cristal ferroelétrico exibe um momento de dipolo elétrico mesmo na ausência de um

campo elétrico aplicado. No chamado estado ferroelétrico, o centro das cargas positivas do

cristal não coincide com o centro das cargas negativas. A ferroeletricidade geralmente

desaparece acima de uma certa temperatura denominada temperatura de transição ou ponto

de Curie, Tc (KITTEL, 1978).

Um cristal ferroelétrico normalmente é constituído por regiões denominadas domínios, em

cada uma das quais a polarização se encontra em diferentes direções. A polarização

macroscópica total depende da diferença de volume entre os domínios orientados em

sentidos opostos. O cristal como um todo parecerá despolarizado quando, usando-se

eletrodos nas extremidades do cristal, a medida não acusar nenhum campo elétrico. Isto

indicará que os volumes dos domínios com sentidos opostos são iguais entre si. O

momento de dipolo total do cristal pode variar pelo movimento das paredes entre os

domínios ou pela nucleação de novos domínios (KITTEL, 1978).

A ferroeletricidade do titanato de bário é proporcionada pela movimentação do íon Ti+4 da

estrutura tetragonal em fase com campos elétricos externamente aplicados. A extensão do

deslocamento do Ti+4 alcança a ordem de 1% da dimensão da célula unitária. Na estrutura

cúbica, o titanato de bário não apresenta as propriedades de ferroeletricidade, não havendo

a polarização da mesma (MENDES FILHO, 1998).

Page 21: UFOP - CETEC - UEMG...UFOP - CETEC - UEMG Curso de Pós-Graduação em Engenharia de Materiais Renato Alves Pereira “SÍNTESE E CARACTERIZAÇÃO DE TITANATO DE BÁRIO HIDROTÉRMICO

Propriedades Revisão Bibliográfica

Síntese e Caracterização de Titanato de Bário Hidrotérmico Dopado Com Lantânio e Manganês 6

Muitos autores (MENDES FILHO, 1998; MENDES FILHO, 2002; XU et al., 2002)

afirmam que existe um tamanho crítico para a partícula do pó de BaTiO3, acima do qual a

estrutura cristalina é tetragonal. Partículas com tamanhos médios de 30nm, 49nm, 80nm,

100nm, 120nm, 190nm foram encontradas como correspondendo a tal tamanho crítico.

Uma justificativa das divergências de valores talvez possa ser encontrada nos mecanismos

de preparação dos pós ou nas técnicas para a obtenção de medidas (LU, et al., 2000; XU et

al., 2002).

2.2.3. PROPRIEDADES DIELÉTRICAS

Um material é classificado como dielétrico quando ele é isolante e exibe, ou pode ser feito

para exibir, uma estrutura com presença de dipolos elétricos. Em um dipolo elétrico existe

uma separação das entidades eletricamente carregadas positivas e negativas, em um nível

molecular ou atômico. Os materiais dielétricos são utilizados em capacitores, com a função

de diminuir o campo elétrico efetivo entre as placas, permitindo maior armazenamento de

cargas (CALLISTER JR., 2002).

Propriedades dielétricas do titanato de bário dependem fortemente do tamanho de grão.

Muitos autores consideram que tamanhos de grão abaixo de 700 nm mudam a estrutura do

titanato de bário de tetragonal para pseudocúbico, resultando em uma constante dielétrica

muito baixa. A densidade e o tamanho de grão aumentam rapidamente com o aumento da

temperatura de sinterização. A natureza da transição dielétrica muda com a redução do

tamanho de grão. Um alargamento da constante dielétrica na temperatura de transição de

fase é uma característica de materiais do tipo “relaxor”, que são materiais que exibem

transição de fase difusa (LUAN et al., 1999).

Com a redução do tamanho de grão a quantidade de interfaces aumenta e os efeitos de

despolarização se fortalecem, resultando em uma baixa constante dielétrica. Outra

conseqüência é que a energia necessária para o dipolo girar, sob o efeito do campo elétrico,

é reduzida, reduzindo assim o fator de dissipação. Pelo aumento da energia de vibração

com a temperatura, a energia para girar o dipolo é reduzida, resultando também na redução

do fator de dissipação com a temperatura (LUAN et al., 1999).

Arlt et al. (ARLT et al, 1985) estudaram as propriedades dielétricas, a estrutura e a

Page 22: UFOP - CETEC - UEMG...UFOP - CETEC - UEMG Curso de Pós-Graduação em Engenharia de Materiais Renato Alves Pereira “SÍNTESE E CARACTERIZAÇÃO DE TITANATO DE BÁRIO HIDROTÉRMICO

Propriedades Revisão Bibliográfica

Síntese e Caracterização de Titanato de Bário Hidrotérmico Dopado Com Lantânio e Manganês 7

microestrutura do BaTiO3 com tamanhos de grão entre 0,3 e 100µm. Para tamanhos de

grão menor que 10µm, a largura dos domínios ferroelétricos decresceu proporcionalmente

à raiz quadrada do diâmetro do grão. O autor também observou que, quanto menores os

grãos, mais a contribuição das paredes de domínio de 90o determinam a constante

dielétrica.

Através da obtenção de BaTiO3 processado por diferentes técnicas Fukai et al. (FUKAI et

al., 1990) relacionaram as constantes dielétricas com os respectivos tamanhos de grão.

Constante dielétrica com valores em torno de 4300, 3200 e 2000, a temperatura ambiente,

foram encontradas para tamanhos de grão de 2,1; 4,3 e 7,8µm respectivamente, para pós

processados pelos métodos hidrotérmico, oxalato e convencional.

De acordo com Fang et al. (FANG et al., 1993) além de se conhecer o efeito do tamanho

de grão, é necessário entender o efeito da morfologia dos poros e porosidade nas

propriedades dielétricas. A constante dielétrica é influenciada não somente pelo tamanho

de grão, mas também pela morfologia dos poros, e a variação de constante dielétrica com a

porosidade apresenta melhor entendimento, se considerada a presença de poros contínuos

abertos.

Segundo Viswanath et al., a transição de fase difusa encontrada em pós sinterizados a

1250ºC é uma evidência que o sistema possui cristalitos nanométricos distribuídos

aleatoriamente. O corpo sinterizado é um conjunto de partículas de BaTiO3 aglomeradas e

separadas por contornos de grãos. Cada aglomerado contém um número de diferentes

cristalitos (pequenos núcleos de cristalização) nanométricos orientados com interfaces de

baixa energia. Na sinterização as partículas formam uma sólida e densa massa. Como

resultado, um grande número de cristalitos nanométricos com orientações cristalográficas

aleatórias é formado. Devido a esta aleatoriedade na orientação dos cristalitos, o efeito dos

momentos de dipolo são distribuídos por uma ampla faixa de temperatura. Daí, baixo valor

de permissividade relativa, εr, ou constante dielétrica, com ampla distribuição, são obtidos

na região de transição de fase. A εr resultante é o efeito líquido do dipolo polarizado

formado no grão, interface e contorno de grão. O decréscimo no valor de εr a altas

freqüências é devido a fácil despolarização dos dipolos que existem nas fracas interfaces e

contornosdegrão(VISWANATHetal.,1997).

Page 23: UFOP - CETEC - UEMG...UFOP - CETEC - UEMG Curso de Pós-Graduação em Engenharia de Materiais Renato Alves Pereira “SÍNTESE E CARACTERIZAÇÃO DE TITANATO DE BÁRIO HIDROTÉRMICO

Técnicas Utilizadas Revisão Bibliográfica

Síntese e Caracterização de Titanato de Bário Hidrotérmico Dopado Com Lantânio e Manganês 8

2.3. TÉCNICAS UTILIZADAS PARA OBTENÇÃO DE TITANATO DE

BÁRIO

As técnicas utilizadas, ou mais utilizadas, para a produção de pós de titanato de bário são:

reação no estado sólido (processo convencional), Sol-Gel, coprecipitação (oxalato) e

síntese hidrotérmica (MENDES FILHO, 1998). Sucintas comparações entre as técnicas são

feitas na tabela 2.1, uma vez que o interesse do presente trabalho é na síntese hidrotérmica.

TABELA 2. 1. Comparação entre as técnicas de obtenção do BaTiO3 (MENDES FILHO, 1998).

Convencional Sol-Gel Coprecipitação Hidrotermal

Custo Baixo/Moder. Alto Moderado Moderado

Controle. Comp. Razoável Excelente Bom Bom/Excel.

Controle. Morf. Razoável Moderado Moderado Bom

Reatividade Razoável Boa Boa Boa

Pureza (%) < 99,5 >99,9 >99,5 >99,5

Calcinação Sim Sim Sim Não

Moagem Sim Sim Sim Não

A síntese hidrotérmica consiste na obtenção de um composto através da reação de

materiais precursores na presença de uma solução hidrotérmica, com controle de

temperatura, pressão e tempo de reação, mediante o uso de uma autoclave (MENDES

FILHO, 1998).

Eckert et al. (ECKERT, et tal, 1996), Pinceloup et al. (PINCELOUP et al., 1999) e mais

recentemente Xu et al. (XU et al., 2002b), estudaram os mecanismos de formação do

BaTiO3 e sugerem que o mesmo é formado pelo mecanismo de dissolução-precipitação.

Uma das vantagens da síntese hidrotérmica frente às demais técnicas citadas, é a não

utilização das etapas de calcinação, que ocorre a altas temperaturas (1000 a 1200ºC), e

Page 24: UFOP - CETEC - UEMG...UFOP - CETEC - UEMG Curso de Pós-Graduação em Engenharia de Materiais Renato Alves Pereira “SÍNTESE E CARACTERIZAÇÃO DE TITANATO DE BÁRIO HIDROTÉRMICO

Técnicas Utilizadas Revisão Bibliográfica

Síntese e Caracterização de Titanato de Bário Hidrotérmico Dopado Com Lantânio e Manganês 9

moagem. Além disso, os pós obtidos via síntese hidrotérmica são muito reativos,

cristalinos, monofásicos, possuem tamanho de partícula e estequiometria controlados,

controle morfológico e os precursores são relativamente baratos (MENDES FILHO, 1998).

2.3.1. OBTENÇÃO DO PÓ DE BATIO3 POR SÍNTESE HIDROTÉRMICA

Os materiais precursores empregados para obtenção de pós de titanato de bário são,

geralmente, óxidos, hidróxidos, nitratos, sulfatos e cloretos (MENDES FILHO, 1998). Os

precursores TiO2, TiCl4 e TiCl3 como fonte de titânio e BaCl2, BaCO3, e BaOH como fonte

de bário têm sido utilizados por diversos autores para a obtenção de BaTiO3 (ARAÚJO et

al., 1996; MENDES FILHO, 1998; CHOI et al., 1999; XU et al., 2002a; MENDES

FILHO et al, 2002a; ERKALFA et al., 2003). Também tem-se utilizado NaOH, KOH e

outros como mineralizadores (NEWALKAR et al., 2001).

Xu et al. (XU et al., 2002a) destaca a importância dos precursores utilizados na síntese

hidrotérmica para a obtenção de BaTiO3 na forma tetragonal. Segundo o autor, o

processamento de pós na forma tetragonal a uma temperatura de síntese de 240ºC pode

levar semanas, ou, para reduzir o tempo de síntese, é necessária uma temperatura acima de

450ºC, conforme os precursores utilizados. Em seus trabalhos, utilizando TiCl4, BaCl2 e

NaOH como precursores, foram obtidos pós com alto fator de tetragonalidade, em 12h e a

240ºC.

Mendes Filho (MENDES FILHO, 1998), Xu et al. (XU et al., 2002a) e Shi et al. (SHI et

al., 1997) concordam que pós com alto fator de tetragonalidade são obtidos pelo aumento

da razão Ba/Ti, tempo e temperatura de síntese, pelo fato de tais fatores influenciarem

fortemente no tamanho médio de partícula do pó (ARAUJO et al., 2000b).

Newalkar et al. (NEWALKAR et al., 2001) obtiveram pós de titanato de bário com

tamanho médio de partícula de 0,3µm na forma cúbica, em 3h a uma temperatura de 160ºC

pelo processo hidrotérmico. O curto tempo e a baixa temperatura de síntese se devem ao

auxílio de microondas para o aquecimento. O autor destaca que o processo precisa ser

otimizado, uma vez outras fases foram encontradas nos pós obtidos.

Page 25: UFOP - CETEC - UEMG...UFOP - CETEC - UEMG Curso de Pós-Graduação em Engenharia de Materiais Renato Alves Pereira “SÍNTESE E CARACTERIZAÇÃO DE TITANATO DE BÁRIO HIDROTÉRMICO

Técnicas Utilizadas Revisão Bibliográfica

Síntese e Caracterização de Titanato de Bário Hidrotérmico Dopado Com Lantânio e Manganês 10

Mendes Filho et al. (MENDES FILHO et al., 2002b) produziram pós de titanato de bário

por síntese hidrotérmica entre 140ºC e 220ºC, com tempos variando entre 4 e 20 h, com

enchimento crítico da autoclave.

Page 26: UFOP - CETEC - UEMG...UFOP - CETEC - UEMG Curso de Pós-Graduação em Engenharia de Materiais Renato Alves Pereira “SÍNTESE E CARACTERIZAÇÃO DE TITANATO DE BÁRIO HIDROTÉRMICO

Dopagem Revisão Bibliográfica

Síntese e Caracterização de Titanato de Bário Hidrotérmico Dopado Com Lantânio e Manganês 11

2.4. DOPAGEM

Dopagem consiste na adição de íons, chamados de impurezas, em quantidades

preestabelecidas, e de acordo com sua solubilidade, na composição de um material. A

inserção de íons dopantes em uma rede cristalina poderá provocar dois tipos de defeitos

pontuais, segundo o raio iônico do dopante: intersticial ou substitucional. Quando a

dopagem é substitucional os íons podem ser dos tipos isovalente, doador ou receptor

(também chamados aceitador). O íon a ser substituído pelo dopante é comumente

denominado íon hospedeiro (CALLISTER JR., 2002). Defeitos intersticiais na estrutura

perovskita têm sido descartados por diversos autores (XUE et al., 1988).

FIGURA 2. 3. Efeito de substituições isovalentes na Tc do BaTiO3 (MENDES FILHO, 1998).

Page 27: UFOP - CETEC - UEMG...UFOP - CETEC - UEMG Curso de Pós-Graduação em Engenharia de Materiais Renato Alves Pereira “SÍNTESE E CARACTERIZAÇÃO DE TITANATO DE BÁRIO HIDROTÉRMICO

Dopagem Revisão Bibliográfica

Síntese e Caracterização de Titanato de Bário Hidrotérmico Dopado Com Lantânio e Manganês 12

Substituições isovalentes são feitas com íons que possuem tamanho e carga similares ao

Ba+2 e Ti+4. O estrôncio e o chumbo, por exemplo, são tipos de íons isovalentes que

substituem o bário. O estrôncio provoca uma redução linear da Tc enquanto o chumbo

provoca um aumento linear da Tc com o aumento da concentração de ambos. Já o Ti+4

quando substituído pelos íons isovalentes Zr+4, Hf+4 e Sn+4 provoca um abaixamento da Tc

no BaTiO3 (SCHNEIDER JR., 1991). Alguns exemplos são mostrados na figura 2.3.

Dopantes receptores são íons que possuem menor carga (valência) que os íons hospedeiros

e dopantes doadores são íons que possuem maior carga (valência) que o íon hospedeiro.

Quando o BaTiO3 é dopado com um íon aceitador ou doador, ele pode se comportar como

um semicondutor tipo p, com portadores de carga positivos, ou tipo n, com portadores de

carga negativos, respectivamente (DANIELS et tal., 1978).

A influência da dopagem nas propriedades do titanato de bário está relacionada com o tipo

de íon dopante, raio iônico, concentração do dopante, razão (Ba+dopante)/Ti ou

Ba/(Ti+dopante), temperatura de sinterização, taxa de aquecimento e resfriamento no

processo de sinterização, atmosfera de sinterização, etc.

Um dos critérios para que se possa atingir qualquer solubilidade sólida apreciável de

átomos substitucionais, é que o tamanho e a carga iônica do dopante devem ser muito

próximos do íon hospedeiro (CALLISTER JR., 2002). A solubilidade de íons terras raras,

por exemplo, decresce com o decréscimo dos raios iônicos dos mesmos, no titanato de

bário (BUSCAGLIA et al., 2000). Para um íon dopante que possui uma carga diferente

daquela apresentada pelo íon hospedeiro, o cristal deve compensar essa diferença de carga

de modo que a eletroneutralidade do sólido seja mantida. Uma forma de manter a

eletroneutralidade é através da formação de defeitos da rede cristalina, pela introdução de

vacâncias ou intersticiais de ambos os tipos de íons (CALLISTER JR., 2002).

Os modos possíveis para a incorporação de íons no titanato de bário podem ser feitos por

compensação eletrônica, vacâncias de bário, vacâncias de titânio, buracos ou vacâncias de

oxigênio (XUE et al., 1988).

Page 28: UFOP - CETEC - UEMG...UFOP - CETEC - UEMG Curso de Pós-Graduação em Engenharia de Materiais Renato Alves Pereira “SÍNTESE E CARACTERIZAÇÃO DE TITANATO DE BÁRIO HIDROTÉRMICO

Dopagem Revisão Bibliográfica

Síntese e Caracterização de Titanato de Bário Hidrotérmico Dopado Com Lantânio e Manganês 13

A química dos defeitos pontuais em BaTiO3 puro são geralmente investigados medindo-se

a condutividade elétrica em relação a pressão parcial de oxigênio (2OP ) a elevadas

temperaturas (>750ºC) (CLARK et al., 2002).

Vacância de oxigênio talvez seja o mais significante defeito típico de compostos ABO3. A

concentração de vacâncias de oxigênio é controlada não somente pela temperatura e

pressão de oxigênio, mas também pela concentração de outros defeitos, como os

substitucionais (DUVERGER et al., 1994).

Devido à grande diferença entre os raios iônicos do Ba+2 e do Ti+4, 0,147 nm e 0,068 nm

respectivamente, o raio iônico é um fator relevante na determinação do sítio que será

ocupado pelo íon dopante. O titânio possui número de coordenação 6 e o bário 12. O Y+3 ,

por exemplo, possui um raio intermediário, 0,092 nm para o Ti+4 e 0,099 nm para o Ba+2.

Quando o BaTiO3 possui excesso de TiO2, o Y+3 age como doador, e com excesso de BaO

ele age como receptor (XUE et al., 1988).

A razão molar Ba/Ti, é outro fator de grande relevância. Medidas da condutividade elétrica

a altas temperaturas mostram que Er+3 e Y+3 comportam-se como aceitadores (substituindo

preferencialmente os sítios de Ti) quando Ba/Ti>1 e como doadores (substituindo

preferencialmente os sítios de Ba), quando Ba/Ti<1 (BUSCAGLIA et al., 2000).

O fator de tetragonalidade c/a é um parâmetro de grande importância para as propriedades

elétricas do BaTiO3, influenciado pelo uso de dopantes. Muitos autores concordam que

dopantes com Nb+5, La+3 e Nd+3 determinam um aumento moderado do parâmetro de rede

a e um pronunciado decréscimo do parâmetro de rede c, resultando em uma contração

global da célula unitária do titanato de bário. A estrutura do BaTiO3 torna-se cúbica

quando a dopagem com tais íons excede a 5 mol% (BUSCAGLIA et al., 2000).

Segundo Buscaglia et al., baixas concentrações de dopantes doadores (<0,5mol%)

caracterizam o titanato de bário como semicondutor e o mesmo apresenta efeito PTC,

entretanto concentrações mais altas de dopantes tornam o titanato de bário isolante com

baixa concentração de vacâncias de oxigênio e melhora a resistência à quebra da rigidez

dielétrica. Titanato de bário é um isolante à temperatura ambiente quando dopado com íons

Page 29: UFOP - CETEC - UEMG...UFOP - CETEC - UEMG Curso de Pós-Graduação em Engenharia de Materiais Renato Alves Pereira “SÍNTESE E CARACTERIZAÇÃO DE TITANATO DE BÁRIO HIDROTÉRMICO

Dopagem Revisão Bibliográfica

Síntese e Caracterização de Titanato de Bário Hidrotérmico Dopado Com Lantânio e Manganês 14

aceitadores. Dopantes aceitadores da primeira série dos metais de transição (Fe. Co, Ni,

Cr) podem ser usados para produzir cerâmicas de titanato de bário em atmosfera redutora

conservando ótimas propriedades de isolante (BUSCAGLIA et al., 2000).

2.4.1. DOPAGEM COM LANTÂNIO

Reagentes químicos como La2O3 e outros têm sido utilizados para dopagem de La em

BaTiO3 por diversos pesquisadores. La+3 possui número de coordenação 12 e raio iônico

0,123 nm, e é reconhecido como um típico doador, substituindo o Ba+2, e inibidor do

crescimento de grãos (XUE et al., 1988; LIN et al., 2002).

A solubilidade do lantânio no BaTiO3 tem sido discutida por diversos pesquisadores.

Morrison et al. (MORRISON et al., 2001), conseguiram dopagens de até 20mol% de La,

em amostras de titanato de bário, sinterizados a 1350ºC, com pressão de 1atm de oxigênio.

Para Buscaglia et al., elementos doadores no titanato de bário podem exceder a 10mol%

(BUSCAGLIA et al., 2000).

Morrison et al. obtiveram BaTiO3 com estrutura tetragonal para dopagens abaixo de

4,0mol% e estrutura cúbica para dopagens acima de 4,0mol% de La (MORRISON et al.,

2001).

Utilizando o método oxalato, Costa e outros (COSTA et al., 1999) prepararam BaTiO3

dopados com La e com excesso de Ti (Ba0, 997La0, 003Ti1, 0045O3). As amostras foram

sinterizadas ao ar a 1250, 1300 e 1350ºC por 2h. As amostras sinterizadas apresentaram

microestrutura com largos poros uniformemente distribuídos e tamanhos de grãos não

uniformes, como grãos pequenos próximos aos poros e grãos grandes próximos à parte

densificada. Este tipo de microestrutura sugere que agregados de partículas rapidamente

densificam, promovendo posterior crescimento de grãos, deixando largos poros entre eles.

A cor do corpo cerâmico após a sinterização é também um parâmetro que deve ser levado

em conta como um indicativo da dopagem. Para Buscaglia, pós dopados com 1,0mol% de

La apresentaram cor amarelada (BUSCAGLIA et al., 2000). Costa et al. obtiveram

amostras de cor amarelo claro quando sinterizadas a 1250ºC e azul quando sinterizadas a

Page 30: UFOP - CETEC - UEMG...UFOP - CETEC - UEMG Curso de Pós-Graduação em Engenharia de Materiais Renato Alves Pereira “SÍNTESE E CARACTERIZAÇÃO DE TITANATO DE BÁRIO HIDROTÉRMICO

Dopagem Revisão Bibliográfica

Síntese e Caracterização de Titanato de Bário Hidrotérmico Dopado Com Lantânio e Manganês 15

1350ºC, para dopagem de 0,3 mol% de La. O mesmo autor ainda afirma que isto é um

indicativo que o material é um semicondutor tipo n (COSTA et al., 1999).

Uma das influências do lantânio no BaTiO3 é a mudança na temperatura de transição de

fase (MORRISON et al., 2001). Costa e outros, constataram a mudança de temperatura

curie de 125ºC (BaTiO3 não dopado) para 115ºC (BaTiO3 dopado com 0,3 mol% de La)

(COSTA et al., 1999).

Costa et al., sugerem que a substituição do Ba pelo La é compensada pela criação de

vacâncias de bário na presença de excesso de Ti. A criação de vacâncias de Ti não é

possível devido ao excesso de titânio na composição, e intersticiais de oxigênio só podem

existir nos contornos de grão devido à estrutura da perovskita ser muito densa (COSTA et

al., 1999).

Segundo Langhammer et al. (LANGHAMMER et al., 2000), dopagens abaixo de 0,5mol%

de La, com sinterização em atmosfera de ar e temperatura de 1350ºC, fazem o lantânio agir

como doador e o material apresenta características de semicondutor sob condições

apropriadas de pressão parcial de oxigênio (com razão molar [Ba+La]/[Ti] = 1). Para

dopagens acima de 0,5 mol%, sob as mesmas condições, produz um material com

características de isolante elétrico (com razão molar [Ba+La]/[Ti] > 1).

Em seus experimentos, Buscaglia et al. (BUSCAGLIA et al., 2000) utilizaram dopagem de

1,0mol% de La no BaTiO3, sinterizado a 1350ºC por 62h em atmosfera de ar, e encontrou

tamanho médio de grão 0,7µm. Nenhuma outra fase foi detectada por difração de raios-X.

Amostras dopadas com 1,0mol% de La, e recozidas a 950ºC por 14h apresentaram baixo

fator de tetragonalidade (1,003) (BUSCAGLIA et al., 2000).

2.4.2. DOPAGEM COM MANGANÊS

Dopagem com Mn é um dos caminhos para confinar elétrons em uma pequena região do

BaTiO3. Quando sítios do retículo do titanato de bário são ocupados por íons de Mn com

valências +3 ou +4, elétrons podem ficar presos nesses sítios pelo fato desses íons

possuírem um potencial de redução maior que o do Ti+4. Assim, aumentando a

Page 31: UFOP - CETEC - UEMG...UFOP - CETEC - UEMG Curso de Pós-Graduação em Engenharia de Materiais Renato Alves Pereira “SÍNTESE E CARACTERIZAÇÃO DE TITANATO DE BÁRIO HIDROTÉRMICO

Dopagem Revisão Bibliográfica

Síntese e Caracterização de Titanato de Bário Hidrotérmico Dopado Com Lantânio e Manganês 16

concentração de Mn no BaTiO3, a concentração dos portadores de carga (no caso elétrons)

é reduzida e o material adquire alta resistividade elétrica. Através do efeito Hall o mesmo

autor constatou que os portadores de carga no BaTiO3 são elétrons (WANG et al., 2002).

Reagentes químicos como MnO, MnO2, MnCO3 e outros tem sido utilizados por diversos

pesquisadores na dopagem do titanato de bário. Manganês substitui o titânio no BaTiO3

como isovalente ou aceitador.

Para Langhammer et al. (LANGHAMMER et al., 2002), quando o BaTiO3 dopado com

Mn é sinterizado ao ar, substituições isovalentes Mn+4 dominam e, quando sinterizado em

atmosfera redutora, reduz o manganês para +3 ou +2, respectivamente. No estado de

valência +3 e +2, respectivamente, o sítio de Ti ocupado pelo Mn é carregado

negativamente (carga efetiva) e deve ser compensado eletronicamente por buracos ou por

vacâncias de oxigênio carregadas positivamente.

Em cerâmicas PTC, quando o Mn age como doador, o mesmo provoca redução do

tamanho de grão e melhora o aumento da resistividade elétrica próximo à temperatura

Curie do BaTiO3. Altas dopagens de Mn tendem a estabilizar o BaTiO3 na estrutura

hexagonal. Langhammer et al. utilizaram dopagem de 0 a 5mol% no BaTiO3 e as amostras

foram sinterizadas a 1400ºC ao ar. Uma pequena quantidade de Mn (máx. 0,3 mol%) é

suficiente para mudar o chamado efeito redutor de crescimento de grãos do Mn que é

acompanhado pela mudança da forma do grão, de aspecto esférico para forma de placas.

Com o aumento da quantidade de Mn a microestrutura torna-se bimodal com um aumento

da porção esférica (LANGHAMMER et al., 2002).

Quanto à solubilidade do Mn no BaTiO3, até uma dopagem de 1,5mol% o Mn é totalmente

incorporado no BaTiO3 substituindo o Ti, acima dessa quantidade os íons de Mn ficam

segregados nos contornos de grãos ou formam fases intergranulares ricas em Mn. As

mudanças na microestrutura para dopagem de Mn entre 1.5 e 1.8 mol% são causadas pela

mudança de tetragonal para hexagonal. (LANGHAMMER et al., 2002).

Page 32: UFOP - CETEC - UEMG...UFOP - CETEC - UEMG Curso de Pós-Graduação em Engenharia de Materiais Renato Alves Pereira “SÍNTESE E CARACTERIZAÇÃO DE TITANATO DE BÁRIO HIDROTÉRMICO

Prensagem e Sinterização Revisão Bibliográfica

Síntese e Caracterização de Titanato de Bário Hidrotérmico Dopado Com Lantânio e Manganês 17

2.5. PRENSAGEM E SINTERIZAÇÃO

2.5.1. PRENSAGEM

A figura 2.4 mostra as etapas de compactação durante a prensagem. Sem a aplicação de

pressão, a distribuição dos poros é bimodal, ou seja, existem dois tipos de porosidade,

porosidade intragranular e intergranular. Após a aplicação de pressão e durante a evolução

da prensagem, haverá um colapso dos vazios intergranulares, no entanto, isso não acontece

tão pronunciadamente com a porosidade intragranular, e essa distribuição bimodal da

porosidade persiste até o estágio final da prensagem (MENDES FILHO, 1998).

FIGURA 2. 4. Etapas de compactação para pós granulados. Em (a) forma esférica, em (b) forma aleatória e em (c) corpo prensado. (MENDES FILHO, 1998)

Segundo Sarrazin et. Al (SARRAZIN et al., 1995), o parâmetro de rede a permanece

constante enquanto o parâmetro de rede c decresce ligeiramente com o aumento de pressão

para compactação dos pós. A razão c/a resultante, ou seja, o fator tetragonalidade, diminui.

Este é um típico comportamento de um monocristal de BaTiO3 sob pressão hidrostática.

Do ponto de vista macroscópico prensagem uniaxial induz modificações microestruturais

no pó assim como a prensagem hidrostática. Isto é devido as forças de reação do molde

durante a prensagem e ao fato que zonas de contato entre grãos não são necessariamente

orientados perpendicularmente à direção de prensagem. A pressão utilizada foi de 200 a

1000 Mpa.

Em relação aos domínios ferroelétricos, Sarrazin et tal. afirmam que à temperatura

Page 33: UFOP - CETEC - UEMG...UFOP - CETEC - UEMG Curso de Pós-Graduação em Engenharia de Materiais Renato Alves Pereira “SÍNTESE E CARACTERIZAÇÃO DE TITANATO DE BÁRIO HIDROTÉRMICO

Prensagem e Sinterização Revisão Bibliográfica

Síntese e Caracterização de Titanato de Bário Hidrotérmico Dopado Com Lantânio e Manganês 18

ambiente, grãos de BaTiO3 são geralmente divididos em domínios ferroelétricos cujo

tamanho é comumente relacionado com o tamanho de grão. Esta divisão permite a

minimização da deformação global e indução de polarização durante a transição de fase

(SARRAZIN et al., 1995).

2.5.2. SINTERIZAÇÃO

Objetiva-se, normalmente, com a sinterização no estado sólido, a produção de materiais

policristalinos densos com microestruturas controladas numa temperatura e num tempo tão

baixos quanto possível. Para atingir esse objetivo é necessário conhecer alguns

fundamentos do processo.

O processo de sinterização ocorre em quatro estágios seqüenciais. O estágio zero se

caracteriza pela chamada adesão espontânea, que ocorre instantaneamente em materiais

onde atuam forças interatômicas, produzindo superfícies com área de contato mínima

(pescoços). Em seguida, vem o estágio inicial, onde há um acentuado crescimento dos

pescoços por difusão, mas há a preservação da integridade das partículas iniciais. O estágio

intermediário é caracterizado por grandes pescoços e poros cilíndricos interconectados.

Quando os poros se formam isolados e esféricos, tem início do estágio final do processo de

sinterização (MENDES FILHO, 1998).

A figura 2.5 apresenta caminhos possíveis e independentes do transporte atômico, durante

o processo de sinterização.

Page 34: UFOP - CETEC - UEMG...UFOP - CETEC - UEMG Curso de Pós-Graduação em Engenharia de Materiais Renato Alves Pereira “SÍNTESE E CARACTERIZAÇÃO DE TITANATO DE BÁRIO HIDROTÉRMICO

Prensagem e Sinterização Revisão Bibliográfica

Síntese e Caracterização de Titanato de Bário Hidrotérmico Dopado Com Lantânio e Manganês 19

FIGURA 2. 5. Vias de transporte de matéria durante o 1º estágio de sinterização. Mecanismos: (1) difusão superficial a partir da superfície; (2) difusão na rede a partir da superfície; (3) transporte via fase vapor a partir da superfície; (4) difusão no contorno de grão a partir do contorno; (5) difusão na rede a partir de deslocações. (MENDES FILHO, 1998).

Segundo Urek et al., de modo geral não é possível provocar crescimento anômalo de grãos

em BaTiO3 dopado com lantânio para dopagens acima de 0,3mol%, sinterizado em

atmosfera de ar. A conseqüência é que corpo cerâmico final não apresenta efeito PTC. Para

altas concentrações de dopantes doadores é necessária baixa pressão de oxigênio na

sinterização (UREK et al., 1999).

Page 35: UFOP - CETEC - UEMG...UFOP - CETEC - UEMG Curso de Pós-Graduação em Engenharia de Materiais Renato Alves Pereira “SÍNTESE E CARACTERIZAÇÃO DE TITANATO DE BÁRIO HIDROTÉRMICO

Procedimento Experimental

Síntese e Caracterização de Titanato de Bário Hidrotérmico Dopado Com Lantânio e Manganês 20

3. PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL

3.1. SÍNTESE E CARACTERIZAÇÃO DOS PÓS E DAS PASTILHAS

SINTERIZADAS

A obtenção e caracterização das pastilhas sinterizadas de titanato de bário hidrotérmico

puro e dopado com lantânio e manganês, que é o produto final, passou por diversas etapas

conforme mostra o diagrama da figura 3.1.

FIGURA 3. 1. Diagrama de execução

1. AUTOCLAVAGEM

2. PÓ DE BATIO3

4. LAVAGEM

5. SECAGEM

6. CARACTERIZAÇÃO DO PÓ

7. PRENSAGEM

8. SINTERIZAÇÃO

9. CARACTERIZAÇÃO DAS

PASTILHAS

DOPAGEM (LA E MN)

DRX

DRX

MEV

IMPEDANCIOMETRIA

Page 36: UFOP - CETEC - UEMG...UFOP - CETEC - UEMG Curso de Pós-Graduação em Engenharia de Materiais Renato Alves Pereira “SÍNTESE E CARACTERIZAÇÃO DE TITANATO DE BÁRIO HIDROTÉRMICO

Procedimento Experimental

Síntese e Caracterização de Titanato de Bário Hidrotérmico Dopado Com Lantânio e Manganês 21

3.2. SÍNTESE DOS PÓS (AUTOCLAVAGEM )

A síntese dos pós de titanato de bário hidrotérmico, puros e dopados, foi realizada em uma

autoclave de aço inoxidável martensítico, de marca Berghoff (figura 3.2), com capacidade

útil de 210ml e com controlador do tipo PID. O enchimento da autoclave foi de 1/3 do

volume útil. A taxa de aquecimento foi de aproximadamente 8ºC/min até uma temperatura

próxima de 110ºC, e de 4º/min até a temperatura preestabelecida. Todos os pós foram

obtidos a 220ºC por 20h. O resfriamento foi ao ar livre até a temperatura ambiente.

FIGURA 3. 2. Autoclave de aço inoxidável martensítico, de marca Berghoff, e controlador do tipo PID. CETEC

Os reagentes utilizados para obtenção do titanato de bário hidrotérmico foram:

• Ba (OH)2 .8H2 O (PA) - 98% de pureza - marca Merck.

• TiO2 (PA) - anatásio - 99,8% de pureza - marca Ridel-de Haen.

Os reagentes utilizados para dopagem foram :

• La2 O3 (PA) - 99,99% de pureza - marca VETEC.

• MnO2 (PA) - 90-95% de pureza - marca Ridel-de Haen.

Os precursores foram colocados dentro do corpo da autoclave nas quantidades

Page 37: UFOP - CETEC - UEMG...UFOP - CETEC - UEMG Curso de Pós-Graduação em Engenharia de Materiais Renato Alves Pereira “SÍNTESE E CARACTERIZAÇÃO DE TITANATO DE BÁRIO HIDROTÉRMICO

Procedimento Experimental

Síntese e Caracterização de Titanato de Bário Hidrotérmico Dopado Com Lantânio e Manganês 22

preestabelecidas, de modo a obter os produtos finais de acordo com as fórmulas químicas

3.1 (titanato de bário puro), 3.2 (titanato de bário dopado com lantânio) e 3.3 (titanato de

bário dopado com manganês).

3BaTiO (fórmula 3. 1)

31 TiOLaBa xx− (fórmula 3. 2)

31 OTiBaMn xx − (fórmula 3. 3)

Na dopagem com lantânio os valores de x foram: x =0,002; x =0,004; x =0,006; x 0,008 e

x=0,01. Na dopagem com manganês os valores de x foram: x =0,0002; x=0,0004;

x=0,0006; x=0,0008 e x=0,001. Para facilitar a identificação das amostras, as mesmas

foram codificadas de acordo com a tabela 3.1. As razões entre os reagentes foram Ba/Ti=1,

(Ba+La)/Ti=1 e Ba/(Ti+Mn)=1.

TABELA 3. 1. Codificação das amostras de acordo com o tipo e quantidade de dopante

Amostra Quantidade de dopante

BT Não dopado

BLT02 0,2 mol% de lantânio

BLT04 0,4 mol% de lantânio

BLT06 0,6 mol% de lantânio

BLT08 0,8 mol% de lantânio

BLT10 1,0 mol% de lantânio

BMT002 0,02 mol% de manganês

BMT004 0,04 mol% de manganês

BMT006 0,06 mol% de manganês

BMT008 0,08 mol% de manganês

BMT010 0,10 mol% de manganês

Após a reação, o pH da solução ficou sempre acima de 11. Para retirar os íons de bário em

excesso, utilizou-se ácido acético (CH3CO2H) Merck, diluído (20% em água) conforme a

Page 38: UFOP - CETEC - UEMG...UFOP - CETEC - UEMG Curso de Pós-Graduação em Engenharia de Materiais Renato Alves Pereira “SÍNTESE E CARACTERIZAÇÃO DE TITANATO DE BÁRIO HIDROTÉRMICO

Procedimento Experimental

Síntese e Caracterização de Titanato de Bário Hidrotérmico Dopado Com Lantânio e Manganês 23

fórmula química 3.4.

(fórmula 3. 4)

Após a adição de ácido acético na solução, a mesma foi filtrada com água deionizada (pH

entre 6,5 e 7,5), até que o pH final ficasse próximo de 7. Os pós, em seguida, foram

levados à estufa a 60ºC, para o processo de secagem.

3.3. CARACTERIZAÇÃO DOS PÓS DE TITANATO DE BÁRIO PURO E

DOPADO

Para a caracterização dos pós, foi utilizada a técnica de difração de raios-X, utilizada em

trabalhos anteriores (GASTELOIS et al. 1996). A utilização da difração de raios-X teve

como principais objetivos determinar possíveis fases existentes, cristalinidade, detecção de

outras possíveis impurezas originadas do processo e fator de tetragonalidade (c/a). O

equipamento utilizado foi um Difratômetro Shimadzu modelo XRD 6000 equipado com

tubo de Co e filtro de Fe do ICEB/UFOP. O software de análise foi o Jade.

3.4. PRENSAGEM E SINTERIZAÇÃO

Para a desaglomeração dos pós, utilizou-se uma peneira ABNT 100. Em seguida, foi

colocado aproximadamente 1g de pó no porta amostra da prensa e os pós foram prensados

a seco. Os pós foram prensados unixialmente em uma prensa manual, em pastilhas de

aproximadamente 10mm de diâmetro e 3mm de espessura. A carga aplicada foi de 3

toneladas.

A sinterização das pastilhas foi realizada em um forno tubular, Lindberg, modificado para

forno de câmara na temperatura de 1250oC por 5 horas, com taxa de aquecimento de

1oC/min em atmosfera de ar. A taxa de resfriamento para todas as peças foi de 1oC/min até

600oC. A partir dessa temperatura, o resfriamento foi feito ao ar. Após a sinterização, as

OHCOCHBaOHBaHCOCH 2223223 2)()(2 +→+

Page 39: UFOP - CETEC - UEMG...UFOP - CETEC - UEMG Curso de Pós-Graduação em Engenharia de Materiais Renato Alves Pereira “SÍNTESE E CARACTERIZAÇÃO DE TITANATO DE BÁRIO HIDROTÉRMICO

Procedimento Experimental

Síntese e Caracterização de Titanato de Bário Hidrotérmico Dopado Com Lantânio e Manganês 24

pastilhas de titanato de bário ficaram conforme mostra a fotografia da figura 3.3.

FIGURA 3. 3. Amostras de titanato de bário hidrotérmico sinterizadas, dopadas com lantânio e manganês, nas composições indicadas na figura.

3.5. CARACTERIZAÇÃO DAS PASTILHAS

Para a caracterização das pastilhas foram utilizadas as seguintes técnicas :

• Difração de raios-X.

• Microscopia eletrônica por varredura.

• Impedanciometria complexa.

3.5.1. DIFRAÇÃO DE RAIOS-X (DRX)

A difração de raios-X das amostras sinterizadas, feita a 0,5°/min, teve como principais

objetivos determinar possíveis fases existentes, cristalinidade, detecção de outras possíveis

impurezas originadas do processo e fator de tetragonalidade (c/a), uma vez que a

sinterização pode alterar tais propriedades, com respeito às iniciais presentes nos pós. O

equipamento utilizado foi novamente o Difratômetro Shimadzu, modelo XRD 6000,

equipado com tubo de Co e filtro de Fe, do ICEB/UFOP. O software de análise foi o Jade.

Page 40: UFOP - CETEC - UEMG...UFOP - CETEC - UEMG Curso de Pós-Graduação em Engenharia de Materiais Renato Alves Pereira “SÍNTESE E CARACTERIZAÇÃO DE TITANATO DE BÁRIO HIDROTÉRMICO

Procedimento Experimental

Síntese e Caracterização de Titanato de Bário Hidrotérmico Dopado Com Lantânio e Manganês 25

3.5.2. M ICROSCOPIA ELETRÔNICA DE VARREDURA (MEV)

As análises de microscopia eletrônica de varredura objetivaram medir o tamanho médio de

grão e verificar a sinterização. As pastilhas sinterizadas foram quebradas e tratadas

termicamente, para revelar os contornos de grão. O tratamento térmico consistiu em levar

as pastilhas ao forno a 1150ºC, por aproximadamente 20 minutos, e em seguida resfriá-las

ao ar. Após o tratamento térmico as amostras foram metalizadas com ouro (figura 3.4). As

análises por MEV foram feitas em um microscópio marca Jeol, do laboratório de

microscopia eletrônica do DEGEO e da REDEMAT, na Universidade Federal de Ouro

Preto (figura 3.5).

FIGURA 3. 4. Amostras de titanato de bário hidrotérmico sinterizadas, dopadas com lantânio e manganês, metalizadas com ouro.

Page 41: UFOP - CETEC - UEMG...UFOP - CETEC - UEMG Curso de Pós-Graduação em Engenharia de Materiais Renato Alves Pereira “SÍNTESE E CARACTERIZAÇÃO DE TITANATO DE BÁRIO HIDROTÉRMICO

Procedimento Experimental

Síntese e Caracterização de Titanato de Bário Hidrotérmico Dopado Com Lantânio e Manganês 26

FIGURA 3. 5. Microscópio eletrônico de varredura. REDEMAT/DEGEO.

3.5.3. IMPEDANCIOMETRIA COMPLEXA

O uso da técnica de análise por impedanciometria complexa, utilizada em outros trabalhos

(CHÍNCARO et al., 1996), objetivou determinar a influência das concentrações dos

dopantes lantânio e manganês, nos pós de titanato de bário hidrotérmico, sobre a constante

dielétrica, a resistividade e o fator de dissipação. A temperatura de transição de fase de

todas as amostras também foi obtida. Para tal caracterização elétrica foi preciso

confeccionar pequenos capacitores, como os mostrados na figura 3.6.

FIGURA 3. 6. Amostras de titanato de bário hidrotérmico sinterizadas, dopadas com lantânio e manganês, na forma de capacitores, com eletrodos fixados nas superfícies planas e encapsuladas com resina epóxi.

Page 42: UFOP - CETEC - UEMG...UFOP - CETEC - UEMG Curso de Pós-Graduação em Engenharia de Materiais Renato Alves Pereira “SÍNTESE E CARACTERIZAÇÃO DE TITANATO DE BÁRIO HIDROTÉRMICO

Procedimento Experimental

Síntese e Caracterização de Titanato de Bário Hidrotérmico Dopado Com Lantânio e Manganês 27

Para as análises de impedanciometria complexa, as pastilhas em forma de disco foram

recobertas por tinta prata comercial, DuPont Eletronic Materials, nas superfícies planas,

com um pequeno pincel. Em seguida foram levadas ao forno a 650ºC para a secagem da

tinta por 2 horas. Após esse procedimento, eletrodos de estanho e cobre foram soldados nas

superfícies metalizadas, através de um banho de solda (60% estanho e 40% chumbo) a uma

temperatura de aproximadamente 220ºC. As pastilhas foram então encapsuladas com

resina epóxi, e terminais de cobre com dimensões apropriadas foram soldados nos

eletrodos.

Para a medida das propriedades elétricas das amostras, utilizou-se um impedancímetro

Hewlett-Packard modelo 4192A (figura 3.7), com frequência fixa de 1kHz. Todas as

análises foram feitas com variação de temperatura na faixa de 80º a 195ºC. A aquisição de

dados do impedancímetro foi feita via computador, através do software HPVE. A

temperatura foi controlada por um controlador tipo PID. Os valores de temperatura foram

registrados manualmente, de modo a associar cada medida do impedancímetro com sua

respectiva temperatura.

FIGURA 3. 7. Impedancímetro Hewlett-Packard modelo 4192A. CETEC.

Page 43: UFOP - CETEC - UEMG...UFOP - CETEC - UEMG Curso de Pós-Graduação em Engenharia de Materiais Renato Alves Pereira “SÍNTESE E CARACTERIZAÇÃO DE TITANATO DE BÁRIO HIDROTÉRMICO

Difração de Raios-X Resultados e Discussão

Síntese e Caracterização de Titanato de Bário Hidrotérmico Dopado Com Lantânio e Manganês 28

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.1. DIFRAÇÃO DE RAIOS-X

4.1.1. CARACTERIZAÇÃO DOS PÓS

As figuras 4.1, 4.2 e 4.3 mostram difratogramas de amostras de titanato de bário

hidrotérmico, na forma de pó, sintetizadas a 220ºC, por 20h. As amostras correspondem,

respectivamente, ao titanato de bário puro, dopado com 0,8 mol% de lantânio e dopado 0,1

mol% de manganês.

20 30 40 50 60 70

0

1000

2000

3000

4000

5000

6000

BT

Inte

nsid

ade

rela

tiva

2 θ (graus)

FIGURA 4. 1. Difratograma de amostra de titanato de bário hidrotérmico puro, sintetizado a 220ºC, por 20h.

Page 44: UFOP - CETEC - UEMG...UFOP - CETEC - UEMG Curso de Pós-Graduação em Engenharia de Materiais Renato Alves Pereira “SÍNTESE E CARACTERIZAÇÃO DE TITANATO DE BÁRIO HIDROTÉRMICO

Difração de Raios-X Resultados e Discussão

Síntese e Caracterização de Titanato de Bário Hidrotérmico Dopado Com Lantânio e Manganês 29

20 30 40 50 60 70

0

2000

4000

6000

8000

BLT08

Inte

nsid

ade

Rel

ativ

a

2θ (graus)

FIGURA 4. 2. Difratograma de amostra de titanato de bário hidrotérmico dopado com 0,8 mol% de lantânio, sintetizado a 220ºC, por 20h.

20 30 40 50 60 70

0

1000

2000

3000

4000

5000

BMT010

Inte

nsid

ade

rela

tiva

2θ (graus)

FIGURA 4. 3. Difratograma de amostra de titanato de bário hidrotérmico dopado com 0,1 mol% de manganês, sintetizado a 220ºC, por 20h.

Page 45: UFOP - CETEC - UEMG...UFOP - CETEC - UEMG Curso de Pós-Graduação em Engenharia de Materiais Renato Alves Pereira “SÍNTESE E CARACTERIZAÇÃO DE TITANATO DE BÁRIO HIDROTÉRMICO

Difração de Raios-X Resultados e Discussão

Síntese e Caracterização de Titanato de Bário Hidrotérmico Dopado Com Lantânio e Manganês 30

Os difratogramas de raios-X dos pós analisados revelaram pós cristalinos e monofásicos de

titanato de bário. Devido ao limite de detecção do equipamento, não foi possível identificar

a presença de fases contendo lantânio ou manganês.

4.1.2. CARACTERIZAÇÃO DAS PASTILHAS SINTERIZADAS

As figuras 4.4, 4.5 e 4.6 mostram difratogramas de amostras de titanato de bário

hidrotérmico, puro e dopado com 0,8 mol% de lantânio e 0,1 mol% de manganês,

sinterizadas a 1250ºC, por 5 h. Para que pudessem ser analisadas por difração de raios-x, as

amostras foram moídas.

20 30 40 50 60 70

0

2000

4000

6000

8000

BT - sinterizado

Inte

nsid

ade

rela

tiva

2θ (graus)

FIGURA 4. 4. Difratograma de amostra de titanato de bário hidrotérmico puro, sinterizada a 1250ºC, por 5h.

Os difratogramas de raios-X das amostras revelaram a formação de titanato de bário

monofásico, com estrutura cristalina da perovskita. Devido ao limite de detecção do

equipamento de análises de difração de raios-X, não foi possível detectar a presença de

fases contendo lantânio ou manganês, mesmo após a sinterização.

Page 46: UFOP - CETEC - UEMG...UFOP - CETEC - UEMG Curso de Pós-Graduação em Engenharia de Materiais Renato Alves Pereira “SÍNTESE E CARACTERIZAÇÃO DE TITANATO DE BÁRIO HIDROTÉRMICO

Difração de Raios-X Resultados e Discussão

Síntese e Caracterização de Titanato de Bário Hidrotérmico Dopado Com Lantânio e Manganês 31

20 30 40 50 60 70 80

0

1000

2000

3000

4000

5000

BLT08 - sinterizadoIn

tens

idad

e re

lativ

a

2θ (graus)

FIGURA 4. 5. Difratograma de amostra de titanato de bário hidrotérmico dopado com 0,8 mol% de lantânio, sinterizada a 1250ºC, por 5h.

20 30 40 50 60 70 80

0

1000

2000

3000

4000

5000

6000

BMT010 - sinterizado

Inte

nsid

ade

rela

tiva

2θ (graus)

FIGURA 4. 6. Difratograma de amostra de titanato de bário hidrotérmico dopado com 0,1 mol% de manganês, sinterizada a 1250ºC, por 5h.

Page 47: UFOP - CETEC - UEMG...UFOP - CETEC - UEMG Curso de Pós-Graduação em Engenharia de Materiais Renato Alves Pereira “SÍNTESE E CARACTERIZAÇÃO DE TITANATO DE BÁRIO HIDROTÉRMICO

Difração de Raios-X Resultados e Discussão

Síntese e Caracterização de Titanato de Bário Hidrotérmico Dopado Com Lantânio e Manganês 32

A figura 4.7 mostra o fator tetragonalidade das amostras de titanato de bário hidrotérmico

puro, dopado com 0,8 mol% de lantânio e dopado com 0,1 mol% de manganês, antes e

após a sinterização. Observa-se que o titanato de bário puro, mesmo antes da sinterização,

já se encontra com tetragonalidade de, aproximadamente, 0,8%. Observa-se ainda que,

para as concentrações analisadas, a dopagem com lantânio resultou em diminuição do fator

de tetragonalidade antes da sinterização e seu aumento após a sinterização. A amostra

dopada com manganês apresentou comportamento semelhante ao da amostra sem

dopagem, provavelmente em razão do baixo teor de dopagem.

0,0

0,2

0,4

0,6

0,8

1,0

BT BLT08 BMT01

Amostra

Tet

rago

nalid

ade

(%)

Não Sinterizada Sinterizada

FIGURA 4. 7. Gráfico comparativo do fator tetragonalidade com amostras de titanato de bário hidrotérmico puro, dopado com 0,8 mol% de lantânio e 0,1 mol% de manganês respectivamente, imediatamente após a síntese hidrotérmica e após sinterizadas a 1250ºC, por 5h.

Page 48: UFOP - CETEC - UEMG...UFOP - CETEC - UEMG Curso de Pós-Graduação em Engenharia de Materiais Renato Alves Pereira “SÍNTESE E CARACTERIZAÇÃO DE TITANATO DE BÁRIO HIDROTÉRMICO

Análises Micrográficas Resultados e Discussão

Síntese e Caracterização de Titanato de Bário Hidrotérmico Dopado Com Lantânio e Manganês 33

4.2. ANÁLISES M ICROGRÁFICAS DAS AMOSTRAS DE BATIO3

DOPADAS E NÃO DOPADAS

4.2.1. TITANATO DE BÁRIO PURO

As figuras 4.8 a 4.10 mostram micrografias, obtidas por microscopia eletrônica de

varredura, de amostras de titanato de bário hidrotérmico puro. A figura 4.8 revela a

presença de regiões de grãos submicrométricos, intercalando grãos maiores, da ordem de

micrômetros. A figura 4.9 mostra região com a estrutura mais grosseira, que apresenta

tamanho médio de grãos de 5,62µm. A figura 4.10 apresenta região com microestrutura de

grãos não coalescidos, com tamanho médio de grãos de 0,41µm.

Não foi possível, pela análise das micrografias destas amostras e de todas as demais, medir

as frações de grãos pequenos e de grãos grandes, para cálculo exato do tamanho médio de

grãos. O procedimento de fazer medições separadas para as diferentes regiões foi adotado

para todas as composições.

FIGURA 4. 8. Micrografia por MEV de amostra de titanato de bário hidrotérmico puro, sinterizada a 1250°C, por 5h. 500X.

Page 49: UFOP - CETEC - UEMG...UFOP - CETEC - UEMG Curso de Pós-Graduação em Engenharia de Materiais Renato Alves Pereira “SÍNTESE E CARACTERIZAÇÃO DE TITANATO DE BÁRIO HIDROTÉRMICO

Análises Micrográficas Resultados e Discussão

Síntese e Caracterização de Titanato de Bário Hidrotérmico Dopado Com Lantânio e Manganês 34

FIGURA 4. 9. Micrografia por MEV de amostra de titanato de bário hidrotérmico puro, sinterizada a 1250°C, por 5h. Tamanho médio de grão de 5,62 µµµµm. 2000X.

FIGURA 4. 10. Micrografia por MEV de amostra de titanato de bário hidrotérmico puro, sinterizada a 1250°C, por 5h. Tamanho médio de grão de 0,41µµµµm. 10.000X.

Page 50: UFOP - CETEC - UEMG...UFOP - CETEC - UEMG Curso de Pós-Graduação em Engenharia de Materiais Renato Alves Pereira “SÍNTESE E CARACTERIZAÇÃO DE TITANATO DE BÁRIO HIDROTÉRMICO

Análises Micrográficas Resultados e Discussão

Síntese e Caracterização de Titanato de Bário Hidrotérmico Dopado Com Lantânio e Manganês 35

4.2.2. TITANATO DE BÁRIO DOPADO COM LANTÂNIO (BLT)

As figuras 4.11 a 4.13 mostram micrografias, obtidas por microscopia eletrônica de

varredura, de amostras de titanato de bário hidrotérmico dopado com 0,2 mol% de

lantânio. A figura 4.11 revela a presença de regiões de grãos submicrométricos,

intercalando grãos maiores, da ordem de micrômetros. A figura 4.12 mostra região com a

estrutura mais grosseira, que apresenta tamanho médio de grãos de 11,05µm. A figura 4.13

apresenta região com microestrutura de grãos não coalescidos, com tamanho médio de

grãos de 0,86µm.

Um dos efeitos esperados do lantânio, como citado anteriormente, é o de controlar o

crescimento de grãos na sinterização. Pela análise das micrografias, tal efeito revela-se

mais pronunciado em certas regiões, em detrimento de outras, nas quais se observa

crescimento pronunciado dos grãos. Uma sugestão para trabalhos futuros é a investigação

por espectroscopia Auger dos teores de lantânio e manganês nas regiões de grãos grandes e

pequenos, para verificar sua possível segregação.

FIGURA 4. 11. Micrografia por MEV de amostra de titanato de bário hidrotérmico dopado com 0,2 mol% de lantânio, sinterizada a 1250°C, por 5h. 2.500X.

Page 51: UFOP - CETEC - UEMG...UFOP - CETEC - UEMG Curso de Pós-Graduação em Engenharia de Materiais Renato Alves Pereira “SÍNTESE E CARACTERIZAÇÃO DE TITANATO DE BÁRIO HIDROTÉRMICO

Análises Micrográficas Resultados e Discussão

Síntese e Caracterização de Titanato de Bário Hidrotérmico Dopado Com Lantânio e Manganês 36

Figura 4. 12. Micrografia por MEV de amostra de titanato de bário hidrotérmico dopado com 0,2 mol% de lantânio, sinterizada a 1250°C, por 5h. Tamanho médio de grão de 11,05 µµµµm. 1000X.

FIGURA 4. 13. Micrografia por MEV de amostra de titanato de bário hidrotérmico dopado com 0,2 mol% de lantânio, sinterizada a 1250°C, por 5h. Tamanho médio de grão de 0,86 µµµµm. 10.000X.

Page 52: UFOP - CETEC - UEMG...UFOP - CETEC - UEMG Curso de Pós-Graduação em Engenharia de Materiais Renato Alves Pereira “SÍNTESE E CARACTERIZAÇÃO DE TITANATO DE BÁRIO HIDROTÉRMICO

Análises Micrográficas Resultados e Discussão

Síntese e Caracterização de Titanato de Bário Hidrotérmico Dopado Com Lantânio e Manganês 37

As figuras 4.14 a 4.16 mostram micrografias, obtidas por microscopia eletrônica de

varredura, de amostras de titanato de bário hidrotérmico dopado com 0,4 mol% de

lantânio. A figura 4.14 revela a presença de regiões de grãos submicrométricos,

intercalando grãos maiores, da ordem de micrômetros. A figura 4.15 mostra região com a

estrutura mais grosseira, que apresenta tamanho médio de grãos de 5,16µm. A figura 4.16

apresenta região com microestrutura de grãos não coalescidos, com tamanho médio de

grãos de 1,20µm.

FIGURA 4. 14. Micrografia por MEV de amostra de titanato de bário hidrotérmico dopado com 0,4 mol% de lantânio, sinterizada a 1250°C, por 5h. 1000X.

Page 53: UFOP - CETEC - UEMG...UFOP - CETEC - UEMG Curso de Pós-Graduação em Engenharia de Materiais Renato Alves Pereira “SÍNTESE E CARACTERIZAÇÃO DE TITANATO DE BÁRIO HIDROTÉRMICO

Análises Micrográficas Resultados e Discussão

Síntese e Caracterização de Titanato de Bário Hidrotérmico Dopado Com Lantânio e Manganês 38

FIGURA 4. 15. Micrografia por MEV de amostra de titanato de bário hidrotérmico dopado com 0,4 mol% de lantânio, sinterizada a 1250°C, por 5h. Tamanho médio de grão de 5,16 µµµµm. 2,500X.

FIGURA 4. 16. Micrografia por MEV de amostra de titanato de bário hidrotérmico dopado com 0,4 mol% de lantânio, sinterizada a 1250°C, por 5h. Tamanho médio de grão de 1,20 µµµµm. 5000X.

Page 54: UFOP - CETEC - UEMG...UFOP - CETEC - UEMG Curso de Pós-Graduação em Engenharia de Materiais Renato Alves Pereira “SÍNTESE E CARACTERIZAÇÃO DE TITANATO DE BÁRIO HIDROTÉRMICO

Análises Micrográficas Resultados e Discussão

Síntese e Caracterização de Titanato de Bário Hidrotérmico Dopado Com Lantânio e Manganês 39

As figuras 4.17 a 4.19 mostram micrografias, obtidas por microscopia eletrônica de

varredura, de amostras de titanato de bário hidrotérmico dopado com 0,6 mol% de

lantânio. A figura 4.17 revela a presença de regiões de grãos submicrométricos,

intercalando grãos maiores, da ordem de micrômetros. A figura 4.18 mostra região com a

estrutura mais grosseira, que apresenta tamanho médio de grãos de 19,20µm. A figura 4.19

apresenta região com microestrutura de grãos não coalescidos, com tamanho médio de

grãos de 0,87µm.

FIGURA 4. 17. Micrografia por MEV de amostra de titanato de bário hidrotérmico dopado com 0,6 mol% de lantânio, sinterizada a 1250°C, por 5h. 500X.

Page 55: UFOP - CETEC - UEMG...UFOP - CETEC - UEMG Curso de Pós-Graduação em Engenharia de Materiais Renato Alves Pereira “SÍNTESE E CARACTERIZAÇÃO DE TITANATO DE BÁRIO HIDROTÉRMICO

Análises Micrográficas Resultados e Discussão

Síntese e Caracterização de Titanato de Bário Hidrotérmico Dopado Com Lantânio e Manganês 40

FIGURA 4. 18. Micrografia por MEV de amostra de titanato de bário hidrotérmico dopado com 0,6 mol% de lantânio, sinterizada a 1250°C, por 5h. Tamanho médio de grão de 19,20µµµµm. 1000X.

FIGURA 4. 19. Micrografia por MEV de amostra de titanato de bário hidrotérmico dopado com 0,6 mol% de lantânio, sinterizada a 1250°C, por 5h. Tamanho médio de grão de 0,87 µµµµm. 5000X.

Page 56: UFOP - CETEC - UEMG...UFOP - CETEC - UEMG Curso de Pós-Graduação em Engenharia de Materiais Renato Alves Pereira “SÍNTESE E CARACTERIZAÇÃO DE TITANATO DE BÁRIO HIDROTÉRMICO

Análises Micrográficas Resultados e Discussão

Síntese e Caracterização de Titanato de Bário Hidrotérmico Dopado Com Lantânio e Manganês 41

As figuras 4.20 a 4.22 mostram micrografias, obtidas por microscopia eletrônica de

varredura, de amostras de titanato de bário hidrotérmico dopado com 0,8 mol% de

lantânio. A figura 4.20 revela a presença de regiões de grãos submicrométricos,

intercalando grãos maiores, da ordem de micrômetros. A figura 4.21 mostra região com a

estrutura mais grosseira, que apresenta tamanho médio de grãos de 4,94µm. A figura 4.22

apresenta região com microestrutura de grãos não coalescidos, com tamanho médio de

grãos de 1,20µm.

FIGURA 4. 20. Micrografia por MEV de amostra de titanato de bário hidrotérmico dopado com 0,8 mol% de lantânio, sinterizada a 1250°C, por 5h. 1000X.

Page 57: UFOP - CETEC - UEMG...UFOP - CETEC - UEMG Curso de Pós-Graduação em Engenharia de Materiais Renato Alves Pereira “SÍNTESE E CARACTERIZAÇÃO DE TITANATO DE BÁRIO HIDROTÉRMICO

Análises Micrográficas Resultados e Discussão

Síntese e Caracterização de Titanato de Bário Hidrotérmico Dopado Com Lantânio e Manganês 42

FIGURA 4. 21. Micrografia por MEV de amostra de titanato de bário hidrotérmico dopado com 0,8 mol% de lantânio, sinterizada a 1250°C, por 5h. Tamanho médio de grão de 4,94µµµµm. 25000X.

FIGURA 4. 22. Micrografia por MEV de amostra de titanato de bário hidrotérmico dopado com 0,8 mol% de lantânio, sinterizada a 1250°C, por 5h. Tamanho médio de grão de 1,20 µµµµm. 5000X.

Page 58: UFOP - CETEC - UEMG...UFOP - CETEC - UEMG Curso de Pós-Graduação em Engenharia de Materiais Renato Alves Pereira “SÍNTESE E CARACTERIZAÇÃO DE TITANATO DE BÁRIO HIDROTÉRMICO

Análises Micrográficas Resultados e Discussão

Síntese e Caracterização de Titanato de Bário Hidrotérmico Dopado Com Lantânio e Manganês 43

As figuras 4.23 e 4.24 mostram micrografias, obtidas por microscopia eletrônica de

varredura, de amostras de titanato de bário hidrotérmico dopado com 1,0 mol% de

lantânio. A figura 4.23 revela apenas presença de regiões de grãos submicrométricos.

figura 4.24 apresenta região com microestrutura de grãos não coalescidos, com tamanho

médio de grãos de 0,48µm.

FIGURA 4. 23. Micrografia por MEV de amostra de titanato de bário hidrotérmico dopado com 1,0 mol% de lantânio, sinterizada a 1250°C, por 5h. 1000X.

Page 59: UFOP - CETEC - UEMG...UFOP - CETEC - UEMG Curso de Pós-Graduação em Engenharia de Materiais Renato Alves Pereira “SÍNTESE E CARACTERIZAÇÃO DE TITANATO DE BÁRIO HIDROTÉRMICO

Análises Micrográficas Resultados e Discussão

Síntese e Caracterização de Titanato de Bário Hidrotérmico Dopado Com Lantânio e Manganês 44

FIGURA 4. 24. Micrografia por MEV de amostra de titanato de bário hidrotérmico dopado com 1,0 mol% de lantânio, sinterizada a 1250°C, por 5h. Tamanho médio de grão de 0,48 µµµµm. 5000X.

Embora as frações de grãos pequeno e grandes, em cada amostra, não pudesse ser medida

com exatidão, foi observado, qualitativamente, que o aumento do teor de lantânio implicou

no aumento da fração de grãos não coalescidos na amostra.

Page 60: UFOP - CETEC - UEMG...UFOP - CETEC - UEMG Curso de Pós-Graduação em Engenharia de Materiais Renato Alves Pereira “SÍNTESE E CARACTERIZAÇÃO DE TITANATO DE BÁRIO HIDROTÉRMICO

Análises Micrográficas Resultados e Discussão

Síntese e Caracterização de Titanato de Bário Hidrotérmico Dopado Com Lantânio e Manganês 45

4.2.3. TITANATO DE BÁRIO DOPADO COM MANGANÊS (BMT)

As figuras 4.25 a 4.27 mostram micrografias, obtidas por microscopia eletrônica de

varredura, de amostras de titanato de bário hidrotérmico dopado com 0,02 mol% de

manganês. A figura 4.25 revela a presença de regiões de grãos submicrométricos,

intercalando grãos maiores, da ordem de micrômetros. A figura 4.26 mostra região com a

estrutura mais grosseira, que apresenta tamanho médio de grãos de 12,78µm. A figura 4.27

apresenta região com microestrutura de grãos não coalescidos, com tamanho médio de

grãos de 0,70µm.

À semelhança do que aconteceu com a adição de lantânio, embora as frações de grãos

pequeno e grandes, em cada amostra, não pudesse ser medida com exatidão, foi observado,

qualitativamente, que o aumento do teor de manganês implicou no aumento da fração de

grãos não coalescidos na amostra.

FIGURA 4. 25. Micrografia por MEV de amostra de titanato de bário hidrotérmico dopado com 0,02 mol% de manganês, sinterizada a 1250°C, por 5h. 500X.

Page 61: UFOP - CETEC - UEMG...UFOP - CETEC - UEMG Curso de Pós-Graduação em Engenharia de Materiais Renato Alves Pereira “SÍNTESE E CARACTERIZAÇÃO DE TITANATO DE BÁRIO HIDROTÉRMICO

Análises Micrográficas Resultados e Discussão

Síntese e Caracterização de Titanato de Bário Hidrotérmico Dopado Com Lantânio e Manganês 46

FIGURA 4. 26. Micrografia por MEV de amostra de titanato de bário hidrotérmico dopado com 0,02 mol% de manganês, sinterizada a 1250°C, por 5h. Tamanho médio de grão de 12,78µµµµm. 800X.

FIGURA 4. 27. Micrografia por MEV de amostra de titanato de bário hidrotérmico dopado com 0,02 mol% de manganês, sinterizada a 1250°C, por 5h. Tamanho médio de grão de 0,70µµµµm. 5000X.

Page 62: UFOP - CETEC - UEMG...UFOP - CETEC - UEMG Curso de Pós-Graduação em Engenharia de Materiais Renato Alves Pereira “SÍNTESE E CARACTERIZAÇÃO DE TITANATO DE BÁRIO HIDROTÉRMICO

Análises Micrográficas Resultados e Discussão

Síntese e Caracterização de Titanato de Bário Hidrotérmico Dopado Com Lantânio e Manganês 47

As figuras 4.28 a 4.30 mostram micrografias, obtidas por microscopia eletrônica de

varredura, de amostras de titanato de bário hidrotérmico com 0,08 mol% de manganês. A

figura 4.28 revela a presença de regiões de grãos submicrométricos, intercalando grãos

maiores, da ordem de micrômetros. A figura 4.29 mostra região com a estrutura mais

grosseira, que apresenta tamanho médio de grãos de 8,93µm. A figura 4.30 apresenta

região com microestrutura de grãos não coalescidos, com tamanho médio de grãos de

0,33µm.

FIGURA 4. 28. Micrografia por MEV de amostra de titanato de bário hidrotérmico dopado com 0,04 mol% de manganês, sinterizada a 1250°C, por 5h. 1000X.

Page 63: UFOP - CETEC - UEMG...UFOP - CETEC - UEMG Curso de Pós-Graduação em Engenharia de Materiais Renato Alves Pereira “SÍNTESE E CARACTERIZAÇÃO DE TITANATO DE BÁRIO HIDROTÉRMICO

Análises Micrográficas Resultados e Discussão

Síntese e Caracterização de Titanato de Bário Hidrotérmico Dopado Com Lantânio e Manganês 48

FIGURA 4. 29. Micrografia por MEV de amostra de titanato de bário hidrotérmico dopado com 0,4 mol% de manganês, sinterizada a 1250°C, por 5h. Tamanho médio de grão de 8,93µµµµm. 1000X.

FIGURA 4. 30. Micrografia por MEV de amostra de titanato de bário hidrotérmico dopado com 0,04 mol% de manganês, sinterizada a 1250°C, por 5h. Tamanho médio de grão de 0,33µµµµm. 15000X.

Page 64: UFOP - CETEC - UEMG...UFOP - CETEC - UEMG Curso de Pós-Graduação em Engenharia de Materiais Renato Alves Pereira “SÍNTESE E CARACTERIZAÇÃO DE TITANATO DE BÁRIO HIDROTÉRMICO

Análises Micrográficas Resultados e Discussão

Síntese e Caracterização de Titanato de Bário Hidrotérmico Dopado Com Lantânio e Manganês 49

As figuras 4.31 a 4.33 mostram micrografias, obtidas por microscopia eletrônica de

varredura, de amostras de titanato de bário hidrotérmico dopado com 0,6 mol% de

manganês. A figura 4.31 revela a presença de regiões de grãos submicrométricos,

intercalando grãos maiores, da ordem de micrômetros. A figura 4.32 mostra região com a

estrutura mais grosseira, que apresenta tamanho médio de grãos de 9,80µm. A figura 4.33

apresenta região com microestrutura de grãos não coalescidos, com tamanho médio de

grãos de 0,47µm.

FIGURA 4. 31. Micrografia por MEV de amostra de titanato de bário hidrotérmico dopado com 0,06 mol% de manganês, sinterizada a 1250°C, por 5h. 500X.

Page 65: UFOP - CETEC - UEMG...UFOP - CETEC - UEMG Curso de Pós-Graduação em Engenharia de Materiais Renato Alves Pereira “SÍNTESE E CARACTERIZAÇÃO DE TITANATO DE BÁRIO HIDROTÉRMICO

Análises Micrográficas Resultados e Discussão

Síntese e Caracterização de Titanato de Bário Hidrotérmico Dopado Com Lantânio e Manganês 50

FIGURA 4. 32. Micrografia por MEV de amostra de titanato de bário hidrotérmico dopado com 0,06 mol% de manganês, sinterizada a 1250°C, por 5h. Tamanho médio de grão de 9,80µµµµm. 1000X.

FIGURA 4. 33. Micrografia por MEV de amostra de titanato de bário hidrotérmico dopado com 0,06 mol% de manganês, sinterizada a 1250°C, por 5h. Tamanho médio de grão de 0,47µµµµm. 10.000X.

Page 66: UFOP - CETEC - UEMG...UFOP - CETEC - UEMG Curso de Pós-Graduação em Engenharia de Materiais Renato Alves Pereira “SÍNTESE E CARACTERIZAÇÃO DE TITANATO DE BÁRIO HIDROTÉRMICO

Análises Micrográficas Resultados e Discussão

Síntese e Caracterização de Titanato de Bário Hidrotérmico Dopado Com Lantânio e Manganês 51

As figuras 4.34 a 4.36 mostram micrografias, obtidas por microscopia eletrônica de

varredura, de amostras de titanato de bário hidrotérmico dopado com 0,8 mol% de

manganês. A figura 4.34 revela a presença de regiões de grãos submicrométricos,

intercalando grãos maiores, da ordem de micrômetros. A figura 4.35 mostra região com a

estrutura mais grosseira, que apresenta tamanho médio de grãos de 8,93µm. A figura 4.36

apresenta região com microestrutura de grãos não coalescidos, com tamanho médio de

grãos de 0,48µm.

FIGURA 4. 34. Micrografia por MEV de amostra de titanato de bário hidrotérmico dopado com 0,08 mol% de manganês, sinterizada a 1250°C, por 5h.1000X.

Page 67: UFOP - CETEC - UEMG...UFOP - CETEC - UEMG Curso de Pós-Graduação em Engenharia de Materiais Renato Alves Pereira “SÍNTESE E CARACTERIZAÇÃO DE TITANATO DE BÁRIO HIDROTÉRMICO

Análises Micrográficas Resultados e Discussão

Síntese e Caracterização de Titanato de Bário Hidrotérmico Dopado Com Lantânio e Manganês 52

FIGURA 4. 35. Micrografia por MEV de amostra de titanato de bário hidrotérmico dopado com 0,08 mol% de manganês, sinterizada a 1250°C, por 5h. Tamanho médio de grão de 8,93µµµµm. 1000X.

FIGURA 4. 36. Micrografia por MEV de amostra de titanato de bário hidrotérmico dopado com 0,08 mol% de manganês, sinterizada a 1250°C, por 5h. Tamanho médio de grão de 0,48µµµµm. 10.000X.

Page 68: UFOP - CETEC - UEMG...UFOP - CETEC - UEMG Curso de Pós-Graduação em Engenharia de Materiais Renato Alves Pereira “SÍNTESE E CARACTERIZAÇÃO DE TITANATO DE BÁRIO HIDROTÉRMICO

Análises Micrográficas Resultados e Discussão

Síntese e Caracterização de Titanato de Bário Hidrotérmico Dopado Com Lantânio e Manganês 53

As figuras 4.37 a 4.39 mostram micrografias, obtidas por microscopia eletrônica de

varredura, de amostras de titanato de bário hidrotérmico dopado com 0,1 mol% de

manganês. A figura 4.37 revela a presença de regiões de grãos submicrométricos,

intercalando grãos maiores, da ordem de micrômetros. A figura 4.38 mostra região com a

estrutura mais grosseira, que apresenta tamanho médio de grãos de 7,41µm. A figura 4.39

apresenta região com microestrutura de grãos não coalescidos, com tamanho médio de

grãos de 0,36µm.

FIGURA 4. 37 Micrografia por MEV de amostra de titanato de bário hidrotérmico dopado com 0,10 mol% de manganês, sinterizada a 1250°C, por 5h. 500X.

Page 69: UFOP - CETEC - UEMG...UFOP - CETEC - UEMG Curso de Pós-Graduação em Engenharia de Materiais Renato Alves Pereira “SÍNTESE E CARACTERIZAÇÃO DE TITANATO DE BÁRIO HIDROTÉRMICO

Análises Micrográficas Resultados e Discussão

Síntese e Caracterização de Titanato de Bário Hidrotérmico Dopado Com Lantânio e Manganês 54

FIGURA 4. 38. Micrografia por MEV de amostra de titanato de bário hidrotérmico dopado com 0,1 mol% de manganês, sinterizada a 1250°C, por 5h. Tamanho médio de grão de 7,41µµµµm. 2500X.

FIGURA 4. 39. Micrografia por MEV de amostra de titanato de bário hidrotérmico dopado com 0,1 mol% de manganês, sinterizada a 1250°C, por 5h. Tamanho médio de grão de 0,36µµµµm. 10.000X.

Page 70: UFOP - CETEC - UEMG...UFOP - CETEC - UEMG Curso de Pós-Graduação em Engenharia de Materiais Renato Alves Pereira “SÍNTESE E CARACTERIZAÇÃO DE TITANATO DE BÁRIO HIDROTÉRMICO

CaracterizaçãoElétrica Resultados e Discussão

Síntese e Caracterização de Titanato de Bário Hidrotérmico Dopado Com Lantânio e Manganês 55

4.3.CARACTERIZAÇÃO ELÉTRICA DAS PASTILHAS SINTERIZADAS

4.3.1. CARACTERIZAÇÃO ELÉTRICA DAS PASTILHAS DE TITANATO DE BÁRIO

SINTERIZADAS DOPADAS COM LANTÂNIO

4.3.1.1 CONSTANTE DIELÉTRICA E TEMPERATURA DE TRANSIÇÃO DE FASE

A figura 4.40 mostra o gráfico da variação da constante dielétrica com a temperatura, na

faixa de 80 a 195ºC, e frequência de 1kHz, de amostras de titanato de bário hidrotérmico

puro e dopado com 0,2 a 1,0 mol% de lantânio.

FIGURA 4. 40. Gráfico comparativo da variação da constante dielétrica com a temperatura na faixa de 80 a 195ºC, de amostras de titanato de bário hidrotérmico puro e dopado com 0,2 a 1,0 mol% de lantânio, sinterizadas a 1250ºC por 5h. Frequência 1kHz.

80 100 120 140 160 180 200

1000

1500

2000

2500

3000

3500

4000

4500

5000

5500

6000

6500

7000

7500

Con

stan

te d

ielé

tric

a

Temperatura (ºC)

BT BLT02 BLT04 BLT06 BLT08 BLT10

Page 71: UFOP - CETEC - UEMG...UFOP - CETEC - UEMG Curso de Pós-Graduação em Engenharia de Materiais Renato Alves Pereira “SÍNTESE E CARACTERIZAÇÃO DE TITANATO DE BÁRIO HIDROTÉRMICO

CaracterizaçãoElétrica Resultados e Discussão

Síntese e Caracterização de Titanato de Bário Hidrotérmico Dopado Com Lantânio e Manganês 56

A figura 4.41 mostra o gráfico da variação da constante dielétrica na temperatura de

transição de fase com a dopagem, na frequência de 1kHz, de amostras de titanato de bário

hidrotérmico puro e dopado com 0,2 a 1,0 mol% de lantânio.

FIGURA 4. 41. Gráfico comparativo da variação constante dielétrica na temperatura de transição de fase com a dopagem, de amostras de titanato de bário hidrotérmico puro e dopado com 0,2 a 1,0 mol% de lantânio, sinterizadas a 1250ºC por 5h. Frequência 1kHz.

A figura 4.42 mostra o gráfico da variação da temperatura de transição de fase com a

dopagem, na frequência de 1kHz, de amostras de titanato de bário hidrotérmico puro e

dopado com 0,2 a 1,0 mol% de lantânio.

BT BLT02 BLT04 BLT06 BLT08 BLT102000

3000

4000

5000

6000

7000

Con

stan

te d

ielé

tric

a

Amostras

Page 72: UFOP - CETEC - UEMG...UFOP - CETEC - UEMG Curso de Pós-Graduação em Engenharia de Materiais Renato Alves Pereira “SÍNTESE E CARACTERIZAÇÃO DE TITANATO DE BÁRIO HIDROTÉRMICO

CaracterizaçãoElétrica Resultados e Discussão

Síntese e Caracterização de Titanato de Bário Hidrotérmico Dopado Com Lantânio e Manganês 57

FIGURA 4. 42. Gráfico comparativo da variação da temperatura de transição de fase com a dopagem, de amostras de titanato de bário hidrotérmico puro e dopado com 0,2 a 1,0 mol% de lantânio, sinterizadas a 1250ºC por 5h. Frequência 1kHz.

As figuras 4.40 a 4.42 revelam que o aumento do teor de lantânio no titanato de bário, de 0

até 1,0mol%, implica em diminuição da temperatura Curie, de 123°C para 95°C,

concomitantemente com o alargamento da curva de transição de fase e a diminuição de seu

pico. O redução da temperatura Curie com a adição de lantânio está de acordo com o

trabalho de outros autores (COSTA et al., 1999; MORRISON et al., 2001).

A diminuição da temperatura de transição está relacionada à diminuição do tamanho médio

de grãos, como já foi demonstrado em vários trabalhos anteriores (BELL et al., 1985;

UCHINO et al., 1990), enquanto o alargamento do pico de transformação, assim como sua

diminuição, são funções do alargamento da distribuição de tamanhos de grão, mostrada

qualitativamente pela análise das micrografias.

BT BLT02 BLT04 BLT06 BLT08 BLT10

95

100

105

110

115

120

125

Tem

pera

tura

Cur

ie (

ºC)

Amostras

Page 73: UFOP - CETEC - UEMG...UFOP - CETEC - UEMG Curso de Pós-Graduação em Engenharia de Materiais Renato Alves Pereira “SÍNTESE E CARACTERIZAÇÃO DE TITANATO DE BÁRIO HIDROTÉRMICO

CaracterizaçãoElétrica Resultados e Discussão

Síntese e Caracterização de Titanato de Bário Hidrotérmico Dopado Com Lantânio e Manganês 58

4.3.1.2. RESISTIVIDADE ELÉTRICA

A figura 4.43 mostra o gráfico da variação da resistividade elétrica com a temperatura na

faixa de 80 a 195ºC, na frequência de 1kHz, de amostras de titanato de bário hidrotérmico

puro e dopado com 0,2 a 1,0 mol% de lantânio.

FIGURA 4. 43. Gráfico comparativo da variação da resistividade elétrica com a temperatura na faixa de 80 a 195ºC, de amostras de titanato de bário hidrotérmico puro e dopado com 0,2 a 1,0 mol% de lantânio, sinterizadas a 1250ºC por 5h. Frequência 1kHz.

A figura 4.44 mostra o gráfico da variação da inclinação média da resistividade elétrica

com a dopagem, na frequência de 1kHz, de amostras de titanato de bário hidrotérmico puro

e dopado com 0,2 a 1,0 mol% de lantânio.

80 100 120 140 160 180 200

0

1x10 6

2x10 6

3x10 6

4x10 6

5x10 6

6x10 6

Res

istiv

idad

e (

ohm

.mm

)

Temperatura (ºC)

BT BLT02 BLT04 BLT06 BLT08 BLT10

Page 74: UFOP - CETEC - UEMG...UFOP - CETEC - UEMG Curso de Pós-Graduação em Engenharia de Materiais Renato Alves Pereira “SÍNTESE E CARACTERIZAÇÃO DE TITANATO DE BÁRIO HIDROTÉRMICO

CaracterizaçãoElétrica Resultados e Discussão

Síntese e Caracterização de Titanato de Bário Hidrotérmico Dopado Com Lantânio e Manganês 59

0

20000

40000

60000

80000

100000

0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0

Concentração de La no Titanato de Bário (mol%)

Coe

ficie

nte

de T

empe

ratu

ra

(ohm

.mm

/ºC

)

FIGURA 4. 44. Gráfico comparativo da variação da inclinação média da resistividade com a temperatura na faixa de 80 a 195ºC, de amostras de titanato de bário puro de dopado com 0,2 a 1,0 mol% de lantânio, sinterizadas a 1250ºC por 5h. Frequência 1kHz.

Para expressar quantitativamente a variação da resistividade elétrica do titanato de bário

hidrotérmico puro e dopado com lantânio, em função da temperatura, foi utilizada a

inclinação média da curva resistividade elétrica versus temperatura, ou coeficiente de

temperatura médio, αm, definido pela equação 4.1.

Tm ∆∆= ρα

(eq. 4. 1)

Onde ∆ρ foi definida neste trabalho como a diferença de resistividade elétrica entre 195ºC,

a temperatura máxima do ensaio, e 140°C, a temperatura de início do regime crescente de

resistividade. É o coeficiente de temperatura que determina o comportamento “PTC” do

material, ou seja, quanto maior o valor de αm, mais adequado será o material à utilização

como sensor de temperatura.

Page 75: UFOP - CETEC - UEMG...UFOP - CETEC - UEMG Curso de Pós-Graduação em Engenharia de Materiais Renato Alves Pereira “SÍNTESE E CARACTERIZAÇÃO DE TITANATO DE BÁRIO HIDROTÉRMICO

CaracterizaçãoElétrica Resultados e Discussão

Síntese e Caracterização de Titanato de Bário Hidrotérmico Dopado Com Lantânio e Manganês 60

Observa-se que o aumento do teor de lantânio de 0,0mol% para 0,6mol%, no titanato de

bário, implica em um aumento da ordem de 250% no coeficiente de temperatura, passando

de 27.700Ωmm/°C para 94750Ωmm/°C . A partir daí, o aumento na concentração de

lantânio promove a diminuição do coeficiente de temperatura, que se reduz para

38.940Ωmm/°C, com 1,0mol% de lantânio. Portanto, foi observado um pico de

coeficiente de temperatura, correspondente a um máximo efeito PTC, para com a

concentração lantânio de 0,6mol%.

De acordo com vários autores (WANG, 1989; CHATTERJEE, 1999; BRZOZOWSKI,

2000), o aumento da resistividade do titanato de bário com a temperatura pode ser

explicado pelo modelo de Heywang, que o relaciona com o aumento das barreiras de

potencial nos contornos de grão com o aumento da temperatura. Nas amostras deste

trabalho, foi constatada a diminuição do tamanho médio de grão com o aumento da

concentração de lantânio. Isto implica em aumento da superfície total dos contornos de

grão e, conseqüentemente, no aumento do coeficiente de temperatura, segundo o modelo

de Heywang, até uma concentração de 0,6mol% de lantânio. Para as concentrações de 0,8 e

1,0mol% de lantânio, no entanto, observou-se a diminuição do coeficiente de temperatura,

o que possivelmente está relacionado a um aumento mais pronunciado da condutividade,

em razão da carga eletrônica adicional, o elétron 5d1, do lantânio em substituição ao bário.

4.3.1.3. FATOR DE DISSIPAÇÃO

A figura 4.45 mostra o gráfico da variação do fator de dissipação com a temperatura na

faixa de 80 a 195ºC, na frequência de 1kHz, de amostras de titanato de bário hidrotérmico

puro e dopado com 0,2 a 1,0 mol% de lantânio.

Considerando-se que o fator de dissipação é a razão entre a resistência e a reatância do

material, associado ao fato de que a reatância permanece pouco variável acima da

temperatura de Curie, as curvas para o fator de dissipação podem ser explicadas pelos

mesmos fenômenos que regem a resistividade, estabelecidos acima.

Page 76: UFOP - CETEC - UEMG...UFOP - CETEC - UEMG Curso de Pós-Graduação em Engenharia de Materiais Renato Alves Pereira “SÍNTESE E CARACTERIZAÇÃO DE TITANATO DE BÁRIO HIDROTÉRMICO

CaracterizaçãoElétrica Resultados e Discussão

Síntese e Caracterização de Titanato de Bário Hidrotérmico Dopado Com Lantânio e Manganês 61

80 100 120 140 160 180 200

0

10

20

30

40

50

60

70

80

Fat

or d

issi

paçã

o (%

)

Temperatura (ºC)

BT BLT02 BLT04 BLT06 BLT08 BLT10

FIGURA 4. 45. Gráfico comparativo da variação do fator de dissipação com a temperatura na faixa de 80 a 195ºC, de amostras de titanato de bário hidrotérmico puro e dopado com 0,2 a 1,0 mol% de lantânio, sinterizadas a 1250ºC por 5h. Frequência 1kHz.

Page 77: UFOP - CETEC - UEMG...UFOP - CETEC - UEMG Curso de Pós-Graduação em Engenharia de Materiais Renato Alves Pereira “SÍNTESE E CARACTERIZAÇÃO DE TITANATO DE BÁRIO HIDROTÉRMICO

CaracterizaçãoElétrica Resultados e Discussão

Síntese e Caracterização de Titanato de Bário Hidrotérmico Dopado Com Lantânio e Manganês 62

4.3.2. CARACTERIZAÇÃO ELÉTRICA DAS PASTILHAS DE TITANATO DE BÁRIO

SINTERIZADAS DOPADAS COM MANGANÊS

4.3.2.1. CONSTANTE DIELÉTRICA E TEMPERATURA DE TRANSIÇÃO DE FASE

A figura 4.46 mostra o gráfico da variação da constante dielétrica com a temperatura na

faixa de 80 a 195ºC, e frequência de 1kHz, de amostras de titanato de bário hidrotérmico

puro e dopado com 0,02 a 0,1 mol% de manganês.

80 100 120 140 160 180 2001000

1500

2000

2500

3000

3500

4000

4500

5000

5500

Con

stan

te d

ielé

tric

a

Temperatura (ºC)

BT BMT002 BMT004 BMT006 BMT008 BMT010

FIGURA 4. 46. Gráfico comparativo da variação da constante dielétrica com a temperatura na faixa de 80 a 195ºC, de amostras de titanato de bário hidrotérmico puro e dopado com 0,02 a 0,1 mol% de manganês, sinterizadas a 1250ºC por 5h. Frequência 1kHz.

A figura 4.47 mostra o gráfico da variação da constante dielétrica na temperatura de

Page 78: UFOP - CETEC - UEMG...UFOP - CETEC - UEMG Curso de Pós-Graduação em Engenharia de Materiais Renato Alves Pereira “SÍNTESE E CARACTERIZAÇÃO DE TITANATO DE BÁRIO HIDROTÉRMICO

CaracterizaçãoElétrica Resultados e Discussão

Síntese e Caracterização de Titanato de Bário Hidrotérmico Dopado Com Lantânio e Manganês 63

transição de fase com a dopagem, na frequência de 1kHz, de amostras de titanato de bário

hidrotérmico puro e dopado com 0,02 a 0,1 mol% de manganês.

FIGURA 4. 47. Gráfico comparativo da variação constante dielétrica na temperatura de transição de fase com a dopagem, de amostras de titanato de bário hidrotérmico puro e dopado com 0,02 a 0,1 mol% de manganês , sinterizadas a 1250ºC por 5h. Frequência 1kHz.

A figura 4.48 mostra o gráfico da variação da temperatura de transição de fase com a

BT BMT002 BMT004 BMT006 BMT008 BMT010 2500

3000

3500

4000

4500

5000

Con

stan

te d

ielé

tric

a na

tem

pera

tura

Cur

ie

Amostras

Page 79: UFOP - CETEC - UEMG...UFOP - CETEC - UEMG Curso de Pós-Graduação em Engenharia de Materiais Renato Alves Pereira “SÍNTESE E CARACTERIZAÇÃO DE TITANATO DE BÁRIO HIDROTÉRMICO

CaracterizaçãoElétrica Resultados e Discussão

Síntese e Caracterização de Titanato de Bário Hidrotérmico Dopado Com Lantânio e Manganês 64

dopagem, na frequência de 1kHz, de amostras de titanato de bário hidrotérmico puro e

dopado com 0,02 a 0,1 mol% de manganês.

FIGURA 4. 48. Gráfico comparativo da variação da temperatura de transição de fase com a dopagem, de amostras de titanato de bário hidrotérmico puro e dopado com 0,02 a 0,1 mol% de manganês, sinterizadas a 1250ºC por 5h. Frequência 1kHz.

As figuras 4.46 a 4.48 revelam que o aumento do teor de manganês no titanato de bário, de

0 até 0,1mol%, praticamente não modifica a temperatura Curie, que oscila entre 124ºC e

126ºC. O pequeno efeito deve estar relacionado às baixas concentrações de Mn

empregadas.

BT BMT002 BMT004 BMT006 BMT008 BMT010

124,0

124,5

125,0

125,5

126,0

Tem

pera

tura

Cur

ie (

ºC)

Amostras

Page 80: UFOP - CETEC - UEMG...UFOP - CETEC - UEMG Curso de Pós-Graduação em Engenharia de Materiais Renato Alves Pereira “SÍNTESE E CARACTERIZAÇÃO DE TITANATO DE BÁRIO HIDROTÉRMICO

CaracterizaçãoElétrica Resultados e Discussão

Síntese e Caracterização de Titanato de Bário Hidrotérmico Dopado Com Lantânio e Manganês 65

4.3.2.2. RESISTIVIDADE ELÉTRICA

A figura 4.49 mostra o gráfico da variação da resistividade elétrica com a temperatura na

faixa de 140 a 195ºC, na frequência de 1kHz, de amostras de titanato de bário hidrotérmico

puro e dopado com 0,02 a 0,1mol% de manganês.

FIGURA 4. 49. Gráfico comparativo da variação da resistividade elétrica com a temperatura na faixa de 80 a 195ºC, de amostras de titanato de bário hidrotérmico puro e dopado com 0,02 a 0,1 mol% de manganês, sinterizadas a 1250ºC por 5h. Frequência 1kHz.

80 100 120 140 160 180 200

0,0

2,0x105

4,0x105

6,0x105

8,0x105

1,0x106

1,2x106

1,4x106

1,6x106

1,8x106

2,0x106

2,2x106

2,4x106

2,6x106

2,8x106

Res

istiv

idad

e (Ω

.mm

)

Temperatura (ºC)

BT BMT002 BMT004 BMT006 BMT008 BMT010

Page 81: UFOP - CETEC - UEMG...UFOP - CETEC - UEMG Curso de Pós-Graduação em Engenharia de Materiais Renato Alves Pereira “SÍNTESE E CARACTERIZAÇÃO DE TITANATO DE BÁRIO HIDROTÉRMICO

CaracterizaçãoElétrica Resultados e Discussão

Síntese e Caracterização de Titanato de Bário Hidrotérmico Dopado Com Lantânio e Manganês 66

A figura 4.50 mostra o gráfico da variação da inclinação média da resistividade elétrica

com a dopagem, na frequência de 1kHz, de amostras de titanato de bário hidrotérmico puro

e dopado com 0,02 a 0,1 mol% de manganês.

0

10000

20000

30000

40000

50000

0 0,02 0,04 0,06 0,08 0,1

Concentração de Mn no Titanato de Bário (mol%)

Coe

ficie

nte

de T

empe

ratu

ra

(ohm

.mm

/°C)

FIGURA 4. 50. Gráfico comparativo da variação da inclinação média da resistividade com a temperatura, na faixa de 140 a 195ºC, de amostras de titanato de bário puro e dopado com 0,02 a 0,1 mol% de manganês, sinterizadas a 1250ºC por 5h. Frequência 1kHz.

Os gráficos das figuras 4.49 e 4.50 mostram que o coeficiente de temperatura do titanato

de bário, para adições de Mn entre 0,02 e 0,10mol%, apresenta um valor mínimo, de

17.000Ω.mm/°C, para 0,04mol% de Mn e apresenta seu maior valor para 0,10mol% de

Mn, correspondente a 38.000Ω.mm/°C.

O maior valor do coeficiente de temperatura obtido com a adição de Mn, para a dopagem

com 0,10mol%, corresponde a 40% do obtido com a adição de 1,0mol% de La. Estes

resultados contrariam os observados por Chatterjee et al. (CHATTERJEE, 1999), que

afirmam que teores de Mn na faixa testada neste trabalho promovem maiores aumentos no

coeficiente de temperatura que as adições de La testadas. Isto pode estar relacionado à

relativamente baixa pureza do reagente de Mn deste trabalho, de apenas 95%, associado ao

fato de que foi realizada a sinterização ao ar.

Page 82: UFOP - CETEC - UEMG...UFOP - CETEC - UEMG Curso de Pós-Graduação em Engenharia de Materiais Renato Alves Pereira “SÍNTESE E CARACTERIZAÇÃO DE TITANATO DE BÁRIO HIDROTÉRMICO

CaracterizaçãoElétrica Resultados e Discussão

Síntese e Caracterização de Titanato de Bário Hidrotérmico Dopado Com Lantânio e Manganês 67

4.3.2.3. FATOR DE DISSIPAÇÃO

A figura 4.51 mostra o gráfico da variação do fator de dissipação com a temperatura na

faixa de 80 a 195ºC, na frequência de 1kHz, de amostras de titanato de bário hidrotérmico

puro e dopado com 0,02 a 0,1 mol% de manganês. Como já foi explicado no caso das

adições de La, estas curvas acompanham as curvas de resistividade.

FIGURA 4. 51. Gráfico comparativo da variação do fator de dissipação com a temperatura na faixa de 80 a 195ºC, de amostras de titanato de bário hidrotérmico puro e dopado com 0,02 a 0,1 mol% de manganês, sinterizadas a 1250ºC por 5h. Frequência 1kHz.

80 100 120 140 160 180 200

4

6

8

10

12

14

16

18

Fat

or d

issi

paçã

o (%

)

Temperatura (ºC)

BT BMT002 BMT004 BMT006 BMT008 BMT010

Page 83: UFOP - CETEC - UEMG...UFOP - CETEC - UEMG Curso de Pós-Graduação em Engenharia de Materiais Renato Alves Pereira “SÍNTESE E CARACTERIZAÇÃO DE TITANATO DE BÁRIO HIDROTÉRMICO

Conclusões

Síntese e Caracterização de Titanato de Bário Hidrotérmico Dopado Com Lantânio e Manganês 68

5. CONCLUSÕES Para o titanato de bário hidrotérmico, dopado com lantânio e manganês durante a síntese, podemos concluir que:

Os difratogramas de raios-X das amostras produzidas por síntese hidrotérmica revelaram a

formação de titanato de bário monofásico, com estrutura cristalina da perovskita.

O titanato de bário puro, mesmo antes da sinterização, já se encontra com tetragonalidade

de, aproximadamente, 0,8%.

Para as concentrações analisadas, a dopagem com lantânio resultou em diminuição do fator

de tetragonalidade antes da sinterização e seu aumento após a sinterização.

Em todas as amostras foi identificada a presença de regiões de grãos nanométricos,

intercalando grãos maiores, da ordem de micrômetros.

Não foi possível, pela análise das micrografias das amostras, medir as frações de grãos

pequenos e de grãos grandes.

Foi observado, qualitativamente, que o aumento do teor de lantânio implicou no aumento

da fração de grãos nanométricos na amostra.

Foi observado, qualitativamente, que o aumento do teor de manganês implicou no aumento

da fração de grãos nanométricos na amostra.

O aumento do teor de lantânio no titanato de bário, de 0 até 1,0mol%, implica em

diminuição da temperatura Curie, de 123°C para 95°C, concomitantemente com o

alargamento da curva de transição de fase e a diminuição de seu pico.

A concentração para máximo efeito PTC revelou-se a uma concentração de lantânio de

0,6mol%. O aumento do teor de lantânio de 0,0mol% para 0,6mol%, no titanato de bário,

implica em um aumento da ordem de 250% no coeficiente de temperatura, passando de

27.700Ωmm/°C para 94750Ωmm/°C . A partir daí, o aumento na concentração de

Page 84: UFOP - CETEC - UEMG...UFOP - CETEC - UEMG Curso de Pós-Graduação em Engenharia de Materiais Renato Alves Pereira “SÍNTESE E CARACTERIZAÇÃO DE TITANATO DE BÁRIO HIDROTÉRMICO

Conclusões

Síntese e Caracterização de Titanato de Bário Hidrotérmico Dopado Com Lantânio e Manganês 69

lantânio promove a diminuição do coeficiente de temperatura, que se reduz para

38.940mm/°C, com 1,0mol% de lantânio.

O tamanho médio de grão diminui com o aumento da concentração de lantânio, como

resultado do aumento da fração de grãos nanométricos.

O aumento do teor de manganês no titanato de bário, de 0 até 0,1mol%, praticamente não

modifica a temperatura Curie, que oscila entre 124ºC e 126ºC.

O coeficiente de temperatura do titanato de bário, para adições de Mn entre 0,02 e

0,10mol%, apresenta um valor mínimo, de 17.000Ω.mm/°C, para 0,04mol% de Mn e

apresenta seu maior valor para 0,10mol% de Mn, correspondente a 38.000Ω.mm/°C.

O maior valor do coeficiente de temperatura obtido com a adição de Mn, para a dopagem

com 0,10mol%, corresponde a 40% do obtido com a adição de 1,0mol% de La.

Page 85: UFOP - CETEC - UEMG...UFOP - CETEC - UEMG Curso de Pós-Graduação em Engenharia de Materiais Renato Alves Pereira “SÍNTESE E CARACTERIZAÇÃO DE TITANATO DE BÁRIO HIDROTÉRMICO

Conclusões

Síntese e Caracterização de Titanato de Bário Hidrotérmico Dopado Com Lantânio e Manganês 70

5.1. SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS

Analisar a distribuição dos dopantes na amostra, para revelar eventual relação

crescimento de grão heterogêneo.

Analisar a distribuição de tamanho de partículas dos pós sintetizados e relacionar as

frações de tamanhos com eventuais segregações dos dopantes.

Estudar o efeito da atmosfera e das condições de tempo e temperatura de sinterização

sobre as propriedades elétricas do titanato de bário hidrotérmico dopado com lantânio e

manganês.

Estudar efeito de moagem e homogeneização sobre a distribuição de tamanho de grão.

Analisar os mecanismos de ação do lantânio e do manganês sobre as propriedades

elétricas do titanato de bário hidrotérmico e o efeito das condições da síntese

hidrotérmica sobre tais mecanismos.

Page 86: UFOP - CETEC - UEMG...UFOP - CETEC - UEMG Curso de Pós-Graduação em Engenharia de Materiais Renato Alves Pereira “SÍNTESE E CARACTERIZAÇÃO DE TITANATO DE BÁRIO HIDROTÉRMICO

Referências Bibliográficas

Síntese e Caracterização de Titanato de Bário Hidrotérmico Dopado Com Lantânio e Manganês 71

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ARAUJO, FGS; MENDES FILHO, A A; PINTO, L C B M, Efeito da concentração de

bário na síntese hidrotérmica de titanato de bário sobre o tamanho da partícula. Revista da

Escola de Minas de Ouro Preto, 53, 1, 51-54, 2000b.

ARAUJO, FGS; MENDES FILHO, A A; PINTO, L C B M, The influence of the

processing conditions on the properties of hydrothermal processed barium titanium oxide

powders. Scripta Materialia, Estados Unidos, 43, 447-452, 2000a.

ARAUJO, FGS; MENDES FILHO, A. A.; PINTO, L C B M; CARVALHO, E G, The

Structural Evolution of Hydrothermal Barium Titanate. Cerâmica, 42, 276, 490-493, 1996.

ARLT, G.; HENNINGS, D.; WITH, G., Dieletric Properties of Fine-Grained Barium

Titanate Ceramics, J. Appl. Phys., 54 [4], 1619-1625, 1985.

BELL, A. J.; MOULSON, A. J., The Effect of Grain Size on the Dieletric Properties of

Barium Titanate Ceramic, Brit. Ceram. Proc., 36, 57-66, 1985.

BRZOZOWSKI, E.; CASTRO, M. S., Conduction Mechanism of Barium Titanate

Ceramics, Ceramics International, 26, 265-269, 2000.

BUSCAGLIA, M. T.; BUSCAGLIA, V.; VIVIANI, M.; NANNI , P.; HANUSKOVA, M.,

Influence of Foreign Ions on the Crystal Structure of BaTiO3, Journal of European

Ceramics Society, 20, 1997-2007, 2000.

CALLISTER JR., W. D.; Ciência e Engenharia de Materiais: Uma Introdução. Tradução

de Sérgio Murilo Stamile Soares. Rio de Janeiro: Livros Técnicos e Científicos Editora S.

A., 2002. 589p. Título original: Materials Science and Engineering: An Introduction.

CHATTERJEE, S.; SENGUPTA, K.; MAITI, H. S., A Miniature PTC Thermistor Based

Sensor Element Fabricated by Tape Casting Technique, Sensors and Actuators, B 60, 155-

160, 1999.

CHÍNCARO, M A; MENDES FILHO, A A; MOREIRA, R L; GASTELOIS, P L; PINTO,

L C B M; OLIVEIRA, G; CARVALHO, E G; ARAUJO, FGS, Caracterização de Titanato

de Bário por Impedanciometria. Cerâmica, 42, 278, 767-771, 1996.

Page 87: UFOP - CETEC - UEMG...UFOP - CETEC - UEMG Curso de Pós-Graduação em Engenharia de Materiais Renato Alves Pereira “SÍNTESE E CARACTERIZAÇÃO DE TITANATO DE BÁRIO HIDROTÉRMICO

Referências Bibliográficas

Síntese e Caracterização de Titanato de Bário Hidrotérmico Dopado Com Lantânio e Manganês 72

CHOI, G. J.; KIM, H. S.; CHO, Y. S., BaTiO3 Particles Prepared by Microwave-assisted

Hydrothermal Reaction Using Titanium Cylate Precursors, Materials Letters, 41, 122-127,

1999.

CLARK, I. J.; MARQUES, F. B.; SINCLAIR, D. C., The Influence of Grain Boundary

Impedance on the p-Type Conductivity of Undoped BaTiO3 Ceramics, Journal of the

European Ceramics Society, 22, 579-586, 2002.

COSTA, M. E. V.; MANTAS, P. Q., Dieletric Properties of Porous Ba0,997La0,003Ti1,0045O3

Ceramics, Journal of the European Ceramic Society, 19, 1077-1080, 1999.

DANIELS, J.; HÄRDTL, K. H.; WERNICKE, R., The PTC Effect of Barium Titanate,

Philips Technical Review, 38, 73-82, 1978.

DUVERGER, E.; JANNOT, B.; MAGLIONE, M.; JANNIN, M., Electrical Transport

Properties of Mn- and Ni-doped Barium Titanate at High Temperature, Solid State Ionics,

73, 139-145, 1994.

ECKERT, J. O.; HUNG-HOUSTON, C. C.; GERSTEN, B. L.; LENCKA, M. M.;

RIMAN, R. E., Kinetics and Mechanism of Hydrothermal Synthesis of Barium Titanate,

Journal of the American Ceramic Society, 79 [11], 2929-2939, 1996.

ERKALFA, H.; YUKSEL, B.; OZKAN, T., The Effect of Stoichiometry and The TiCl3

Addition on the Microstructure of BaTiO3 , Ceramics International, 29, 1-5, 2003.

FANG, T. -T.; HSIEH, H. -L.; SHIAU, F. -S., Effects of Morphology and Grain Size on

the Dieletric Properties and Tetragonal-Cubic Phase Transition of High-Purity Barium

Titanate, J. Am. Ceram. Soc., 76 [5], 1205-12011, 1993.

FUKAI, K.; HIDAKA, K.; AOKI, M.; ABE, K., Preparation and Properties of Uniform

Fine Perovskite Powders by Hydrothermal Syntesis, Ceramics International, 16, 285-290,

1990.

GASTELOIS, P L; SPEZIALI, N L; CHÍNCARO, M A; MENDES FILHO, A A;

MOREIRA, R L; PINTO, L C B M; OLIVEIRA, G; CARVALHO, E G; ARAUJO, FGS,

Caracterização de titanato de bário obtido pelo processo hidrotermal através de difração de

raios X. Cerâmica, 42, 278, 763-766,1996.

Page 88: UFOP - CETEC - UEMG...UFOP - CETEC - UEMG Curso de Pós-Graduação em Engenharia de Materiais Renato Alves Pereira “SÍNTESE E CARACTERIZAÇÃO DE TITANATO DE BÁRIO HIDROTÉRMICO

Referências Bibliográficas

Síntese e Caracterização de Titanato de Bário Hidrotérmico Dopado Com Lantânio e Manganês 73

KISHI, H.; KOHZU, N.; IGUCHI, Y.; SUGINO, J.; KATO, M.; OHSATO, H.; OKUDA,

T., Occupational Sites and Dieletric Properties of Rare-Earth and Mn substituted BaTiO3,

Journal of the European Ceramic Society, 21, 1643-1647, 2001.

KITTEL, C.; Introdução à Física do Estado Sólido. Tradução de Adir M. Luiz. Rio de

Janeiro: Editora Guanabara Dois S.A., 1978. 571p. Titulo original: Introduction to Solid

State Physics.

LANGHAMMER, H. T.; MULLER, T.; FELGNER; K.-H; ABICHT, H.-P, Influence of

Strontium on Manganese-doped Barium Titanate Ceramics, Materials Letters, 42, 21-24,

2000.

LANGHAMMER, H. T.; MULLER, T.; POLITY, A.; FELGNER, K. -H; ABICHT, H. -P,

On the Crystal and Defect Structure of Manganese-doped Barium Titanate Ceramics,

Materials Letters, 205-210, 1996.

LANGHAMMER, H. T.; SONG, Q. M.; FELGNER, K. –H; ABICHT, H.-P,

Investigations on the Defect Chemistry and the Sintering of Barium Titanate Ceramics by

Oxygen coulometry, Solid State Sciences, 4, 197-203, 2002.

LI, B.; ZHOU, D.; ZHANG, D.; JIANG, S., Analysis on the Aging Characteristics of

PTCR of Donor-doped Barium Titanate, Materials Science and Engineering, B00, 1-5,

2003.

LIN, M. -H; LU, H. -Y, Densification Retardation in the Sintering of La2O3-doped Barium

Titanate Ceramic, Materials Science and Engineering, A323, 167-176, 2002.

LU, S. W., LEE, B. I., WANG, Z. L., SAMUELS, W. D., Hydrothermal synthesis and

structural characterization of BaTiO3 nanocrystals, Journal of Crystal Growth, 219, 269-

276, 2000

LUAN, W.; GAO, L.; GUO, J., Size Effect on Dieletric Properties of Fine-Grained BaTiO3

Ceramics, Ceramics International, 25, 727-729, 1999.

MENDES FILHO, A. A.; ARAUJO, F. G. S.; PINTO, L. C. B. M., Titanato de Bário

Produzido por Síntese Hidrotérmica, Congresso Brasileiro de Cerâmica, 46, 2328-2339,

2002a.

Page 89: UFOP - CETEC - UEMG...UFOP - CETEC - UEMG Curso de Pós-Graduação em Engenharia de Materiais Renato Alves Pereira “SÍNTESE E CARACTERIZAÇÃO DE TITANATO DE BÁRIO HIDROTÉRMICO

Referências Bibliográficas

Síntese e Caracterização de Titanato de Bário Hidrotérmico Dopado Com Lantânio e Manganês 74

MENDES FILHO, A. A; ARAUJO, FGS; PINTO, L C B M; SOUZA, V. F.,

Processamento Hidrotérmico de Pós de BaTi4O9 e Ba2Ti9O20, Congresso Brasileiro de

Cerâmica, 45, 01-08, 2001.

MENDES FILHO, A. A; PINTO, L C B M; SOUZA, V. F.; ARAUJO, FGS,

Processamento Hidrotérmico de Polititanatos de Bário. Revista Matéria, Rio de Janeiro, 7,

4, 1-6,2003.

MENDES FILHO, A. A; PINTO, L. C. B. M; OLIVEIRA, C. P; ARAUJO, F. G. S.,

Influência das Temperaturas de Síntese e de Queima na Sinterização de Cerâmicas de

Titanato Obtido por Via Hidrotérmica. Revista da Escola de Minas de Ouro Preto, 55, 89-

92, 2002b.

MENDES FILHO, Antonio Alves. Titanato de Bário Obtido Pelo Processo Hidrotérmico

e a sua Caracterização Elétrica. 1998. 134 f. Dissertação (Mestrado em Engenharia de

Materiais) - Escola de Minas, REDEMAT, Universidade Federal de Ouro Preto.

MORRISON, F. D.; SINCLAIR, D. C.; WEST, A. R., Doping Mechanism and Electrical

Properties of La-doped BaTiO3 Ceramics, International Journal of Inorganic Materials, 3,

1205-1210, 2001.

NEWALKAR, B, L.; KOMARNENI, S.; KATSUKI, H., Microwave-Hydrothermal

Syntesis and Characterization of Barium Titanate Powders, Materials Research Bulletin,

36, 2347-2355, 2001.

PINCELOUP, P.; COURTOIS, C.; VICENS, J.; LERICHE, A.; THIERRY, B., Evidence

of a Dissolution-Precipitation Mechanism in Hydrothermal Synthesis of Barium Titanate

Powders, 19, 973-977,1999. OBS: Completar referência.

SARRAZIN, P.; THIERRY, B.; NIEPCE, J. C., Forming Pressure Dependence of the

Ferroeletric Domain Structure in Green Barium Titanate Pellets, Journal of the European

Ceramic Society, 15, 623-629, 1995.

SCHNEIDER JR., S. J., Engineered Materials Handbook: Ceramics And Glasses, vol. 4,

USA: ASM International, 1991, 1112-1118.

SHI, E. -W; XIA, C. -T; ZHONG, W. -Z; WANG, B. -G; FENG, D. -C, Crystallographic

Page 90: UFOP - CETEC - UEMG...UFOP - CETEC - UEMG Curso de Pós-Graduação em Engenharia de Materiais Renato Alves Pereira “SÍNTESE E CARACTERIZAÇÃO DE TITANATO DE BÁRIO HIDROTÉRMICO

Referências Bibliográficas

Síntese e Caracterização de Titanato de Bário Hidrotérmico Dopado Com Lantânio e Manganês 75

Properties of Hydrothermal Barium Titanate Crystallites, Journal of the American Ceramic

Society, 80 [6], 1567-1572, 1997.

UCHINO, K.; SADANAGA, E..; KAISHA, T. K. K.; OGUSHI, O.; YAMAGUCHI, U. -

S.; OONISHI, K.; MOROHASHI, T.; YAMAMURA, H., Particle/Grain Size Dependence

of Ferroeletricity, Ceram. Trans., 8, 107-115, 1990.

UREK, S.; DROFENIK, M., PTCR Behavior of Highly Donor Doped BaTiO3, Journal of

the European Ceramic Society, 19, 919-916, 1999.

VARELA, J. A.; LONGO, E., Maior Capacidade de Memória, Pesquisa Fapesp, 52, 2000.

VISWANATH, R. N.; RAMASAMY, S., Preparation and Ferroeletric Phase Transition

Studies of Nanocrystalline BaTiO3, NanoStructured Materials, 8 [2], 155-162, 1997.

WANG, D. Y.; UMEYA, K., Electrical Properties of PTCR Barium Titanate, J. Am.

Ceram. Soc., 73 [3], 669-677, 1989.

WANG, X., GU, M., YANG, B., ZHU, S., CAO, W., Hall effect and dielectric properties

of Mn-doped barium titanate, Microelectronic Engineering, 1, 000-000, 2002.

XU, H.; GAO, L., New Evidence of a Dissolution-precipitation Mechanism in

Hydrothermal Syntesis of Barium Titanate Powders, Materials Letters, 57, 490-494,

2002b.

XU, H.; GAO, L.; GUO, J., Preparation and Characterizations of Tetragonal Barium

Titanate Powders by Hydrothermal Method, Journal of the European Ceramic Society, 22,

1163-1170, 2002a.

XUE, L. A.; CHEN, Y.; BROOK, R. J., The Influence of Ionic Radii on the Incorporation

of Trivalent Dopants into BaTiO3, Materials Science and Engineering, BI, 193-201, 1988.

ZHOU, Z. -G.; TANG, Z. -L; ZHANG, -Z.; WLODARSKI, W., Perovskite Oxide of

PTCR Ceramics as Chemichal Sensors, Sensors and Actuators, B, 77, 22-26, 2001.