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UFRRJ INSTITUTO DE VETERINÁRIA DEPARTAMENTO DE EPIDEMIOLOGIA E SAÚDE PÚBLICA DISCIPLINA : DOENÇAS PARASITÁRIAS TOXOPLASMOSE E NEOSPOROSE LIANNA MARIA DE CARVALHO BALTHAZAR Nov 2012

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UFRRJ

INSTITUTO DE VETERINÁRIA

DEPARTAMENTO DE EPIDEMIOLOGIA E SAÚDE PÚBLICA

DISCIPLINA : DOENÇAS PARASITÁRIAS

TOXOPLASMOSE E NEOSPOROSE

LIANNA MARIA DE CARVALHO BALTHAZAR

Nov 2012

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Introdução

• Neospora caninum Neosporose doença parasitária de grande

importância econômica, distribuição mundial sendo considerada, em

muitos países, como uma das maiores causas de aborto em bovinos.

• Acomete principalmente cães e bovinos. Ocasionalmente pode ocorrer

em coiotes, ovinos, caprinos, eqüinos, gatos, cervídeos e bubalinos.

Anticorpos contra Neospora tem sido descritos em raposas, camelos e

felinos.

• A via transplacentária é a principal via de transmissão de Neospora

caninum em bovinos.

• Não há relato da ocorrência da doença em humanos, embora já tenham

sido detectados anticorpos contra Neospora caninum.

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• Neosporose primeiramente descrita na Noruega por Bjerkas e

colaboradores em 1984 em cães com problemas neurológicos.

• Em 1988 – o agente Neospora caninum foi isolado em cultura

celular (Dubey e colaboradores). Verificou-se que não era

Toxoplasma gondii (grande semelhança).

• Em 1989 – Descrito em herbívoros e carnívoros.

• Em 1996 - Descrito no Brasil em bovinos.

• Em 1998 – O ciclo do parasita foi confirmado Cão - Hospedeiro

definitivo (McAllister e colaboradores).

• Em 2004 – Coiote também atua como hospedeiro definitivo (Gondin

e colaboradores).

• Em 2010 – King e colaboradores descreveram o dingo como

hospedeiro definitivo

• Em 2011 – O lobo cinzento foi descrito como hospedeiro definitivo

por Dubey e colaboradores

Histórico

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• Neospora caninum principais causadores de aborto em

bovinos em praticamente todo o mundo.

• Em algumas regiões, mais de 42,5% dos abortos são atribuídos a

neosporose.

• Califórnia prejuízos de U$35 milhões por ano aos produtores de

leite.

• Austrália neosporose perdas anuais de U$85 milhões na

bovinocultura de leite e de U$25 milhões na produção de carne.

Importância econômica

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Taquizoítos

• Forma intracelular de multiplicação rápida

• Mede: 3 a 7 x 1 a 5 µm

• Formato de lua crescente, globosos

• Infecta macrófagos, leucócitos polimorfonucleares, neurônios,

fibroblastos, endotélio vascular, miócitos, células tubulares renais,

hepatócitos e trofoblastos (placenta).

Biologia

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Bradizoítos

• Forma intracelular de multiplicação lenta

• Mede de 6 a 8 x 1 a 1,8 µm

• Semelhantes aos taquizoítos, são delgados com núcleo terminal ou

sub-terminal.

• Contém grânulos de amilopectina, resistentes a soluções pépticas e

ácidas.

Biologia

bradizoítos

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Cistos

• Medem até 107 μm, contém centenas de bradizoítos.

• Forma de resistência no organismo, redondos ou ovais envoltos por

membrana lisa de 1 a 4 µm, sem septos.

• Encontrados principalmente no Sistema Nervoso Central (SNC),

também são observados em tecido muscular

Biologia

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Biologia

Oocistos

• Tem 10-11 µm diâmetro

• Esporulam no ambiente em 24 a 72 horas

• Ainda não se sabe por quanto tempo o oocisto sobrevive no ambiente

• Contém 2 esporocistos e 4 esporozoítas em cada esporocisto

• Muitos semelhantes aos oocistos de Toxoplasma gondii e de

Hammondia heydorni do cão e Hammondia hammondi de gatos.

Toxoplasma gondii Hammondia heydorni - cão

Neospora caninum

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Ciclo Biológico

• Ciclo de vida heteroxeno facultativo

• HOSPEDEIROS INTERMEDIÁRIOS (HI): bovinos, ovinos, caprinos,

eqüinos, gatos, cervídeos e bubalinos. Reprodução assexuada

• HOSPEDEIROS DEFINITIVOS (HD): cão, coiote, dingo, lobo cinzento.

Reprodução assexuada e sexuada. Após reprodução sexuada

eliminação de oocistos para o meio ambiente.

• A reprodução sexuada do ciclo intestinal de Neospora caninum, ainda

não está totalmente descrita deve ser semelhante ao Toxoplasma

em gatos.

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Transmissão Vertical - Transmissão transplacentária

• Principal forma de disseminação de Neospora caninum em bovinos,

mantendo a infecção por várias gerações. Ocorre também em ovinos,

caprinos, felinos e macacos.

• Muito eficiente, mais de 90% dos bezerros que nascem de vacas

infectadas apresentam o parasita.

• Vacas mais jovens - maior índice de transmissão vertical.

• Transmissão lactogênica – possível, mas sem importância

epidemiológica.

• Bovino/bovino Somente há transmissão vertical, não há transmissão

horizontal.

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Transmissão

Redução da produção de INFg Redução da produção de INFg

Reativação dos cistos Reativação dos cistos

Liberação dos bradizoítos Liberação dos bradizoítos

Multiplicação dos parasitas na placenta Multiplicação dos parasitas na placenta

Lesão na placenta Lesão na placenta

Infecção do feto, nutrição e oxigenação insuficiente Infecção do feto, nutrição e oxigenação insuficiente

Aborto Aborto

Fonte: Trends in Parasitology, v.18, p.546-552, 2002

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• Vacas são assintomáticas e podem transmitir o agente por sucessivas

gestações Imunidade insuficiente para prevenir re-infecções ou

reativação da doença.

• 2 FORMAS NO GADO: EXÓGENA: ingestão de oocistos

ENDÓGENA: reativação da infecção

• Reativação:

• Início da prenhez: resposta imune eficiente

• No meio da gestação: diminuição da eficiência da resposta imune

Transmissão

Vertical

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• Transmissão vertical em Neospora caninum ≠ Toxoplasma gondii

• A infecção não precisa ocorrer durante a prenhez para acometer o

feto.

• Matrizes podem apresentar abortos em várias gestações.

Transmissão

Vertical

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Transmissão

Horizontal

• Herbívoros: ingestão de água ou alimentos contaminados com

oocistos liberados pelos cães.

• Cães: ingestão de alimento contaminado de origem bovina, como

fetos, membranas fetais e fluidos (ocorre principalmente em cães de

área rural). Também podem-se contaminar pela ingestão de oocistos.

• Cães de propriedades rurais apresentam maior prevalência de

infecção do que os de área urbana. CARNIVORISMO

• Convívio cães/bovinos aumenta a prevalência de soropositivos para

Neospora caninum em ambas as espécies.

• Cães podem eliminar oocistos por mais de uma ocasião # de

Toxoplasma gondii em felinos

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Figura 1 - Formas parasitárias de N.

caninum. (A) Nessa imagem podem ser

observados diferentes taquizoítos

(coloração de Giemsa). A forma e

tamanho dos taquizoítos variam

conforme o estágio de divisão e corte

histológico: a- taquizoíto alongado; b-

antes da divisão; c- três taquizoítos em

divisão e comparados em tamanho com

uma hemácea (seta); (B) secção

histológica de um cisto contendo no seu

interior os bradizoítos identificados pela

seta aberta (coloração de hematoxilina e

eosina). Entre as setas fechadas a

espessura da parede do cisto; (C)

oocisto não esporulado (escala 10 µm);

(D) oocisto esporulado contendo dois

esporocistos, cada qual com quatro

esporozoítos (escala 10 µm). Fonte:

adaptado de Dubey et al. (2007).

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Em rebanhos bovinos a neosporose pode ocorrer de duas

formas:

• Surtos epidêmicos: Alto percentual do rebanho aborta num curto espaço

de tempo (mais de 30%) provavelmente, ingestão de alimento e/ou

água contaminados com oocistos de cães infectados.

• Após o surto animais cronicamente infectados aborto endêmico.

• Forma endêmica: Conseqüência da transmissão vertical taxas anuais

de aborto elevadas (superiores a 5%) que ocorrem em qualquer época

do ano. Geralmente ocorrem em rebanhos cronicamente infectados, há

reativação da doença durante a prenhez.

Patogenia

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• Mais comum em gado leiteiro, proximidade com cães

• Animais adultos aborto é o único sinal clínico. Ocorre em vacas e

novilhas do 3o ao 7º mês de gestação (maioria entre 5 e 6 meses).

• O feto pode :

• morrer no útero aborto

• nascer morto (natimorto)

• sofrer reabsorção, autólise ou mumificação

• nascer vivo e com sintomas

• nascer clinicamente normal, mas cronicamente infectado (mais

comum) importante para a manutenção da doença no rebanho.

Patogenia

Bovinos

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Patogenia Fetos

• Aborto

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Patogenia Bezerros

• Sintomas: membros anteriores e/ou posteriores flexionados ou

hiperestendidos. Pode ocorrer exoftalmia ou aparência

assimétrica dos olhos.

• Lesão microscópica: encefalomielite multifocal, sobretudo na

porção cinzenta da medula espinhal

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Encefalite focal

Em BOVINOS: Infiltrações multifocais de células mononucleares,

principalmente no cérebro, medula óssea, coração e músculos

esqueléticos

Lesões microscópicas

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Lesões microscópicas

Taquizoítos em musculo cardáico

Miocardite

Necrose pulmonar focal Necrose focal em placenta

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• Abortamento

• Parasitas no cérebro (fetos)

• Lesões no SNC, músculos esqueléticos, placenta

Patogenia

Ovinos, caprinos

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• Cadelas infectadas subclinicamente podem transmitir por via vertical

Neospora caninum a seus fetos, ninhadas sucessivas podem nascer

infectadas.

• Sintomas clínicos em filhotes infectados congenitamente paralisia

ascendente, geralmente dos membros posteriores, hiperextensão rígida ou

flácida. Dificuldade de deglutição, paralisia da mandíbula, cegueira,

convulsões, incontinência urinária e fecal, flacidez e atrofia muscular e

falha cardíaca.

Patogenia – Sinais Clínicos

Cães

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• Cães podem sobreviver durante meses com paralisia progressiva,

meningoencefalite, insuficiência cardíaca, complicações pulmonares.

Muitas vezes precisam ser sacrificados.

• Cães adultos sintomatologia variada, quadro neuromuscular,

dermatite piogranulomatosa, miocardite fatal e pneumonia

• Necropsia lesões inespecíficas, áreas de necrose do SNC,

granulomas em vísceras, estrias esbranquiçadas nos músculos e

megaesôfago. Pode haver hepatomegalia e lesões musculares (atrofia

e fibrose).

Patogenia – Lesões

Cães

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Diagnóstico • Pesquisa do agente

• O encontro de oocistos não é suficiente para dar o diagnóstico

semelhança com Hammondia.

• PCR- reação em cadeia da polimerase

• Cultivo do agente em cultura de células

• Métodos imuno-histoquímicos

• Ensaio biológico em gerbil

• Exame sorológico

• Sorologia positiva em feto ou vaca só indica exposição, é

necessário exame histológico do feto.

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Diagnóstico

• Exame histológico

• Feto

• Cérebro, coração, fígado, medula espinhal e músculos

esqueléticos, além de fluídos corporais.

• Cistos em cortes histológicos de cérebro e medula, corados com

hematoxilina-eosina (técnica de rotina em patologia).

• Confirmação do diagnóstico imunohistoquímica: revela a

presença de taquizoítos ou cistos de Neospora caninum nos

cortes de tecidos.

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Diagnóstico

Bovinos:

• Antes de se fechar um diagnóstico: observar a faixa gestacional que

ocorreu o aborto, presença de lesões microscópicas nos fetos e

parasitas detectados pela técnica de imunohistoquímica, evidência

sorológica da infecção e a ausência de outras possíveis causas de

aborto.

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Diagnóstico

Cães:

• Diagnóstico clínico difícil

• Oocistos semelhantes a Hammondia spp.

• Sintomatologia neurológica pode confundir com traumatismos,

patologias do disco intervertebral, cinomose, raiva, entre outros.

• Necessários exames complementares: imunohistoquímica, testes

sorológicos

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Tratamento

• Bovinos: Não há tratamento eficaz. Vacas soropositivas irão

transmitir a doença.

• Cães infectados congenitamente: trimetroprina e sulfadiazina +

pirimetamina algum resultado quando feito antes do

aparecimento da paralisia ou encefalite.

• Não há tratamento que previna transmissão congênita.

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Controle

Bovinos:

• Transferência de embrião: doadoras podem ser positivas ou negativas;

receptoras sempre negativas

• Inseminação artificial auxilia no controle

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• Medidas sobre o hospedeiro definitivos (Cães)

• Evitar alimentar cães domésticos com carnes cruas

• Enterrar ou cremar os fetos abortados e natimortos

• Medidas sobre os hospedeiros intermediários (Herbívoros)

• Evitar ingestão de oocistos proteger os alimentos

• Matriz infectada deve ser eliminada (ressalvas)

Controle

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• Hospedeiro Definitivo

• Toxoplasmose: felídeos, gato

• Neosporose: cão, coiote, dingo, lobo cinzento

• Hospedeiro intermediário

• Toxoplasmose: mais comum em ovinos, humanos e raro em

bovinos

• Neoporose: comumente observado em bovinos, não é

observado em humanos

• Transmissão vertical

• Diferentemente de toxoplasmose, na neosporose a infecção

não precisa ocorrer durante a prenhez para acometer o feto.

• Neoporose: matrizes podem apresentar abortos em várias

gestações.

Principais diferenças entre Toxoplasmose e Neosporose

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• Eliminação de oocistos

• Toxoplasmose: geralmente grande quantidades (milhões)

numa única vez.

• Neosporose: eliminação intermitente

Principais diferenças entre Toxoplasmose e Neosporose

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TOXOPLASMOSE

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INTRODUÇÃO

• Toxoplasma gondii é um protozoário intracelular

obrigatório. Os felinos são os únicos hospedeiros

definitivos. O homem e outros animais vertebrados são

hospedeiros intermediários.

• É uma zoonose de distribuição mundial.O parasito

reproduz-se de forma assexuada e sexuada nos felinos,

seus hospedeiros definitivos, e apenas de formas

assexuadas nos hospedeiros intermediários, no caso,

mamíferos e aves.

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Toxoplasma gondii

• Descoberto simultâneamente em 1908 por Splendore, em

coelhos de laboratório, São Paulo, no Brasil e por Nicolle

& Manceaux, no Ctenodactylus gundi, roedor africano, em

Tunis, Tunísia. Com isso ampla distribuição geográfica e

grande variedade de hospedeiros do novo protozoário no

reino animal têm sido descritos

• Nome do gênero é derivado de Toxon, palavra grega que

significa arco e que se refere à forma que os taquizoítos

apresentam in vitro

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Gundi

Coelho

Taquizoítos

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• Há 3 diferentes estágios infectantes de T. gondii:

taquizoítos (em colônias ou clones)

bradizoítos (nos cistos teciduais)

esporozoítos (nos oocistos)

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Taquizoíto de Toxoplasma gondii.

Fonte: DUBEY et al, 1998

Bradizoítos de Toxoplasma gondii em cistos teciduais de diferentes

tamanhos A: cisto tecidual contendo três bradizoítos; B: três cistos teciduais

com números diferentes de bradizoítos em seu interior; C, D e E: cistos

teciduais com inúmeros bradizoítos. Fonte: DUBEY et al, 1998

Oocistos de Toxoplasma gondii em diferentes estágios A: Oocisto

não esporulado; B: Oocisto esporulado com dois esporocistos –

quatro esporozoítos (setas) são visíveis em um dos esporocistos; C:

Oocisto esporulado com dois esporocistos e quatro esporozoítos

Fonte: DUBEY et al, 1998.

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Imagens de oocistos de Toxoplasma gondii isolados de fezes de gatos (a e b) (c) oocisto não esporulado.

(d) Imagem fluorescente de um oocisto esporulado com dois esporocistos . Fonte:DJP Ferguson

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Oocistos esporulados de T. gondii . Fonte:Topics in Companion Animal Medicine, v.25, n.3, 2010.

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CICLO BIOLÓGICO

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EPIDEMIOLOGIA

• Inquéritos sorológicos têm demonstrado que a

toxoplasmose é uma infecção muito prevalente em

inúmeras regiões no mundo, com exceção da Antártida;

é uma das zoonoses mais difundidas no planeta, com

importância médica e veterinária

• Brasil :70% da população humana (Sobral et al., 2005)

• 84,4% dos gatos testados eram positivos para

anticorpos anti-T. gondii (Dubey et al., 2004)

• em carnívoros e aves silvestres 44 a 80% (Costa , 2000)

• felídeos neotropicais 55% Silva et al. (2007)

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Distribuição Geográfica

• Toxoplasmose é encontrada em todo o mundo .

• Infecções são particulamente comuns em climas quentes e úmidos e em baixas altitudes .

• Atualmente, estima-se que 500 milhões de pessoas em todo o mundo são infectadas

• Crianças no Brasil são mais afetadas que na Europa, com toxoplasmose congênita e severas lesões oculares devido a cepas mais virulentas (Gilbert et al., 2008)

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IMPORTÂNCIA

• Zoonose

• Problemas sociais e econômicos

• Alterações clínicas: congênitas

adquiridas

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ALTERAÇÕES CLÍNICAS

• Congênitas:

aborto

encefalite

retardamento mental

problemas oculares

desordens neurológicas

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• Espécie animal

• Cepa

• Idade do hospedeiro

• Imunidade do hospedeiro

• Doenças intercorrentes

FATORES PREDISPONENTES

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CONSIDERAÇÕES

• T. gondii possui dois hospedeiros:

Hospedeiro definitivo- gatos e outros

felídeos

Hospedeiro intermediário – vertebrados,

inclusive primatas.

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• Oocistos são altamente resistentes no meio

ambiente e podem permanecer infecciosos por 18

meses na água ou em solos quentes ou úmidos,

desde que estejam esporulados. Não sobrevivem

bem em zonas áridas ou climas frios.

• Cistos teciduais podem permanecer infecciosos

por semanas em fluidos do corpo a temperatura

ambiente, e na carne enquanto a carne é comestível

e não cozida

• Taquizoítos são mais frágeis e podem sobreviver

nos fluidos corporais por até um dia, e no sangue

total por 50 dias à 4°C. Não sobrevivem à -20°C.

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• Gatos domesticáveis

• Roedores

• Solo contaminado (persiste no meio

ambiente úmido)

• Animais de produção (vacas, cabras,

ovelhas, suínos, coelhos)

• Água

Fontes de infecção

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Transmissão

• Pode ocorrer pela ingestão de oocistos excretados de fezes de gatos ou pela ingestão de carne mal cozida com cistos teciduais.

• Aproximadamente 5-35% de carne de porco, 9-60% de cordeiro e 0-9% de carne de vaca contém T. gondii.

• Transmissão transplacentária para o feto, de uma mãe infectada durante a gravidez.

• Transfusão de sangue e leucócitos, transplante de órgãos.

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TRANSMISSÃO

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• Infecção ativa normalmente ocorre uma vez

• Risco: uma infecção pega pela primeira vez

durante a gravidez, ou 2-3 meses antes da

concepção

• Parasito permanece no corpo como infecção

latente na forma de cisto no músculo esquelético,

cardíaco e cérebro

• Normalmente inativo e inofensivo.

• Reativação ocorre apenas em pacientes

imunocomprometidos, em quimioterapia,

corticoterapia, imunodeficiência congênita, HIV,

trasnplantados

Imunidade ao Toxoplasma gondii

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Desinfecção • Oocistos são resistente a maioria dos desinfetantes,

porém podem ser inativados pelo iodo, formol e amônia.

• Podem ser destruídos durante 10 minutos por temperaturas acima de 66°C , e podem ser mortos com água fervente.

• Taquizoítos e cistos teciduais são susceptíveis a maioria dos desinfetantes, incluíndo hipoclorito de sódio à l% e etanol à 70% .

• Taquizoítos também podem ser inativados ao pH < 4.0.

• Congelamento à –15°C ou mais que três dias ou à –20°C por mais de dois dias destrói uma alta porcentagem de oocistos.

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Período de incubação

10 à 23 dias após a ingestão de carne

contaminada ,

5 à 20 dias após exposição a gatos

contaminados.

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Sinais clínicos • Usualmente assintomáticos.

• Determinados pelo local e pela extensão dos danos ao

órgão envolvido

• Fase aguda e fase crônica

• Em humanos, aproximadamente 10-20% desenvolvem

linfadenite ou uma leve gripe caracterizada por febre,

mal estar, mialgia, dor de cabeça, dor de garganta,

erupção cutânea.

• Sintomas mais severos como miosite, miocardite,

pnemonia e sinais neurológicos são mais frequentes em

pacientes imunossuprimidos

• Toxoplasmose ocular com uveíte, algumas vezes pode

ser unilateral , muitas vezes resultado de uma infecção

assintomática congênita.

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Pacientes imunossuprimidos

Quadro mais severo da doença.

Doença neurológica é o sinal mais comum,

com sintomas:

Encefalites,

Múltiplos abscessos no SNC

Corioretinites, miocardites e

pneumonites

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Fonte:CLINICAL PRACTICE • CID 2008:47 (15 August) • 557

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As consequências da infecção nos fetos, tanto de humanos quanto de

animais podem ser subclínicas ou muito graves:

Aborto ou natimorto.

Manifesta sintomas da doença com a triade clássica:

Hidrocefalia

Calcificação intracraniana

Corioretinite

Infecção subclínica - Normalmente assintomática ao nascimento

No homem mais tarde desenvolve defeitos de audição,

distúrbios visuais, mentais, retardo de deficiência de aprendizagem.

Toxoplasmose congênita

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Fonte:http://www.fabcats.org/breeders/infosheets/kitten_health/kitten_deaths1.html

Fonte:http://www.pathobio.sdu.edu.cn/sdjsc/engparabook/ch084.htm

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Fonte: http://www.iagro.ms.gov.br

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Fonte: J. Vet. Sci. v.10, n.2, p. 147-151, 2009

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Fígado de porca apresentando necrose multifocal (H&E, ×200).

Taquizoítas em marrom de Toxoplasma gondii

em sinusóides e células de Kupffer. ABC stain, (×400).

Pulmão de um feto suíno abortado, severa

necrose pulmonar, H&E, ×200. Taquizoítas em

marrom deToxoplasma

gondii em macrófagos alveolare( X 400)

Fonte:J. Vet. Sci. , v.2, n.10, p.147-151, 2009

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Fonte: JC Pfohl and CW Dewey

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HIDROCEFALIA

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CALCIFICAÇÃO INTRACRANIAL

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Fonte:Australian Veterinary Journal Volume 84, Nos 1 & 2, January, February 2006

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Australian Veterinary Journal Volume 84, Nos 1 & 2, January, February 2006

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Fonte:J.P. Dubey / Veterinary Parasitology 106 (2002) 121–153

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Fonte: J.P. Dubey / Veterinary Parasitology 106 (2002) 121–153

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Fonte: Dr. John Cavender

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Fonte:Emerging Infectious Diseases • Vol. 9, No. 1, January 2003

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Fonte: Proc. R. Soc. Lond. B (2000) 267, 1591-1594

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Fonte:http://dougal.union.ic.ac.uk/media/iscience/blog/the-subtle-parasite/

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Diagnóstico da toxoplasmose

• Pode ser estabelecido por:

– Teste sorológicos,

– Polymerase chain reaction (PCR),

– Cortes histológicos demonstrando o parasito,

– Isolamento do organismo através de provas biológicas, em camundongos.

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Fonte:http://www.pnas.org/content/102/11/4146/F4.expansion.html

Microplaca de Hemaglutinação

Fonte: foto de Luciano Gatti

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Corte histológico de fígado com área de necrose, infiltrado mononuclear e grupo de taquizoíto (seta)

de Toxoplasma gondii (coloração de HE, obj. 40x)

Cisto na musculatura esquelética (coloração de HE, obj. 40x).

Toxoplasmosis in a chinchilla (Chinchilla laniger).

Fonte: http://www.ufrgs.br/patologia/EVENTOS/resumo_toxo_chincila.htm

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Toxoplasma gondii. Taquizoítos de exudato peritoneal, camundongo infectado . Giemsa (× 100).

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MEDIDAS PROFILÁTICAS

• Lavar bem as mãos e os utensílios de cozinha, com água morna e sabão, após a manipulação de carne crua

• Lavar bem frutas e legumes antes de ingerí-las

• Usar luvas durante atividade de jardinagem e lavar as mãos logo após

• Se comer durante atividade de jardinagem, lavar bem as mãos e evitar áreas que possam ter sido contaminadas com fezes de gatos

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MEDIDAS PROFILÁTICAS

• Evitar carnes curadas

• Não ingerir carne crua, com traços de sangue ou rosada

• Não beber leite sem pasteurização ou derivados, principalmente leite de cabra

• Cobrir caixas de areia para prevenir de serem usadas por gatos

• Remover as fezes dos gatos de suas caixas de areia diariamente e lavar bem as mãos após

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Fonte : CDC photo

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Fonte: M.A. Moura e H. S. Barbosa

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Fonte:Topics in Companion Animal Medicine, v.25, n.3, 2010.

Fonte:http://www.medicinanet.com.br/conteudos/revisoes/1270/toxoplasmose.htm

TRATAMENTO

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Conclusão

Protozoonose de importância mundial, principalmente pela ocorrência da transmissão congênita que pode provocar alterações neonatais, tanto no homem quanto nos animais

Sintomatologia clínica além de não ser frequente, se confude com outras etiologias

Continua sendo uma doença grave embora os recentes avanços no diagnóstico e tratamento têm melhorado bastante o prognóstico.

Exame sorológico repetido, aliado ao histórico clínico e resposta positiva ao tratamento são os mais utilizados para o diagnóstico.

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Positive Neospora IFAT result

Tissue cyst of N.caninum

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