Úlrico Zwínglio E OUTROS REFORMADORES

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 Úlrico Zwínglio (1484-1531) Era mais novo do que Lutero apenas 50 dias, mas tinha formação e idéias diferentes do reformador alemão,nasceu na Suíça, 1º de janeiro de 1484. Graduou-se Bacharel em Artes, em 1504, e Mestre dois anos depois. Em 1506 tornou-se padre, o seu interesse pela religião foi mais intelectual do que espiritual. Em 1522 iniciou um trabalho de pregação do evangelho, baseando-se tão somente na Escritura Sagrada. O Papa Adriano VI proibiu-o de pregar. Poucos meses depois, o governo de Zurique, na Suíça, resolveu apoiar e ordenou que ele continuasse pregando. Se casou em 1525 Zwínglio. Nesse mesmo ano Zurique tornou-se, oficialmente, protestante. Em 1531 estourou a guerra entre católicos e os protestantes, liderados por Zurique. Homem de gênio forte, também foi para o campo de batalha, onde morreu no dia 11 de outubro de 1531. Suas idéias foram reestudadas e aperfeiçoadas. As igrejas que surgiram como resultado do movimento iniciado por Zwínglio são chamadas de igrejas reformadas em alguns países, e igrejas presbiterianas em outros. Dentre os lí deres que levaram avante o movimento iniciado por Zwínglio destacam-se Guilherme Farel e João Calvino. ³E, quanto à verdade, não podemos abandoná-la, mesmo que isso implique na perda de nossa vida, pois não vivemos para esta geração, nem para servir aos príncipes, mas  para o Senhor´ Anabaptistas O primeiro uso do termo Anabaptistas ocorreu após o Segundo Concílio de Cartago no ano 225 quando 87 bispos sob a direção de Cipriano de Cartago decidiram rebatizar os fiéis das igrejas adeptas Novaciano, porém o bispo da Igreja Católica, Papa Estevão I combateu a aceitação do batismo feito por grupos cismáticos. Em primeira instância, os grupos que realizavam o re-batismo eram os adeptos do Montanismo e Novacianismo até o séc.IV, os seguidores do Donatismo até o séc.X na África, os Paulícianos condenados pelo código justiniano pelo anabaptismo em 525 d.C., expandindo a prática até meados da reforma,

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Úlrico Zwínglio (1484-1531)

Era mais novo do que Lutero apenas 50 dias, mas tinha formação eidéias diferentes do reformador alemão,nasceu na Suíça, 1º de janeirode 1484.

Graduou-se Bacharel em Artes, em 1504, e Mestre dois anos depois.Em 1506 tornou-se padre, o seu interesse pela religião foi maisintelectual do que espiritual.

Em 1522 iniciou um trabalho de pregação do evangelho, baseando-setão somente na Escritura Sagrada. O Papa Adriano VI proibiu-o depregar. Poucos meses depois, o governo de Zurique, na Suíça,resolveu apoiar e ordenou que ele continuasse pregando.

Se casou em 1525 Zwínglio. Nesse mesmo ano Zurique tornou-se,

oficialmente, protestante.

Em 1531 estourou a guerra entre católicos e os protestantes, lideradospor Zurique. Homem de gênio forte, também foi para o campo debatalha, onde morreu no dia 11 de outubro de 1531.

Suas idéias foram reestudadas e aperfeiçoadas. As igrejas quesurgiram como resultado do movimento iniciado por Zwínglio sãochamadas de igrejas reformadas em alguns países, e igrejaspresbiterianas em outros.

Dentre os líderes que levaram avante o movimento iniciado por Zwínglio destacam-se Guilherme Farel e João Calvino.

³E, quanto à verdade, não podemos abandoná-la, mesmo que isso implique na perda de

nossa vida, pois não vivemos para esta geração, nem para servir aos príncipes, mas

 para o Senhor´

Anabaptistas

O primeiro uso do termo Anabaptistas ocorreu após o Segundo Concílio de Cartago no

ano 225 quando 87 bispos sob a direção de Cipriano de Cartago decidiram rebatizar osfiéis das igrejas adeptas Novaciano, porém o bispo da Igreja Católica, Papa Estevão Icombateu a aceitação do batismo feito por grupos cismáticos.

Em primeira instância, os grupos que realizavam o re-batismo eram os adeptosdo Montanismo e Novacianismo até o séc.IV, os seguidores do Donatismo até o séc.Xna África, os Paulícianos condenados pelo código justiniano pelo anabaptismo em 525d.C., expandindo a prática até meados da reforma,

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os Bogomilos nos Bálcãs e Bulgária do século IX até meados da reforma.

A Reforma Protestante do século XVI "reacendeu" os princípios bíblicos da  justificação pela fé e do sacerdócio universal que foram novamente colocados em foco.Contudo, enquanto Lutero, Calvino e Zwínglio mantiveram o batismo infantil e avinculação da igreja ao Estado, os anabatistas liderados por Georg Blaurock , ConradGrebel e Félix Manz ansiavam por uma reforma mais radical.

Os anabatistas fundaram então sua primeira igreja no dia 21 de janeiro de 1525, próxima a Zurique, na Suíça.

É difícil sistematizar as crenças anabatistas daquela época, porque qualquer grupo quenão era católico ou protestante e que batizava adultos, como os unitários socinianos ousemi-gnósticos como Thomas Muentzer eram rotulados como anabatistas. Essesgrupos, junto com os Anabaptistas constituem a Reforma Radical.

Em "In nomine Dei", José Saramago retrata um conhecido episódio na história do

movimento anabatista que teve lugar na cidade de Münster (no norte da Alemanha),onde entre 1532 e 1535 foi estabelecida uma teocracia nas linhas das orientações destadenominação. Ver a Rebelião de Münster. 

JACOBUS ARMINIUS E O ARMINIANISMO

O arminianismo holandês foi originalmente articulado na Remonstrância (1610),uma declaração teológica assinada por 45 ministros e apresentado ao estado holandês. OSínodo de Dort (1618±19) foi chamado pelos estados gerais para mudar aRemonstrância. Os cinco pontos da Remonstrância afirmam que:

1. A eleição (e condenação no dia do julgamento) foi condicionada pelafé racional ou não-fé do homem;

2. A expiação, embora qualitativamente suficiente à todos os homens,

 

só é eficaz ao homem de fé;3. Sem o auxílio do Espírito Santo, nenhuma pessoa é capaz de

responder à vontade de Deus;4. A graça não é irresistível; e5. Os crentes são capazes de resistir ao pecado, mas não estão fora da

 possibilidade de cair da graça.

O ponto crucial do arminianismo remonstrante reside na afirmação de que a

 

dignidade humana requer a liberdade perfeita do arbítrio.

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Calvinismo, Arminianismo e a Teologia da Salvação 

Dr. Robert E. Picirilli 

Palestras Leroy Forlines no Free Will Baptist Bible College 

19-22 de novembro de 2002 

Palestra Um: Calvinismo Versus Arminianismo 

Introdução 

Quando fui solicitado para ministrar estas palestras, me sugeriram queeu lidasse com as questões que tratei no meu novo livro, publicado na últimaprimavera pela Randall House, intitulado Grace, Faith, Free Will: a saber, asantigas diferenças entre Calvinismo e Arminianismo. Estas envolvem algumasdas importantes questões aos nossos ensinos denominacionais distintivos. 

Importante: estas são diferenças entre cristãos. Não pretendo, portanto,demonizar aqueles com quem irei discordar: há crentes calvinistas da mesmaforma que há crentes arminianos. Devemos enfatizar que todos os cristãosgenuínos concordam com as verdades básicas que dão significado à vida.Nossas diferenças são relativamente sem importância comparadas com nossosacordos básicos. Ainda, estas diferenças são importantes para que possamosentender quem somos e no que cremos. 

Pano de Fundo 

Calvinismo e Arminianismo revelam diferentes modos de pensar sobre a

provisão de Deus para salvação conforme pela primeira vez sistematicamentedefinida por dois teólogos do passado. 

João Calvino (m. 1564), um dos primeiros produtos da ReformaProtestante na Suiça, foi um grande teólogo sistemático. Sua exposiçãoteológica permanece como um dos sistemas mais influentes de doutrina dentrodo Cristianismo, considerada como uma autoridade, especialmente dentro degrupos chamados reformados ou presbiterianos e alguns batistas. 

Jacob Arminius (m. 1609), pastor e teólogo da Igreja Reformada naHolanda, embora admirador de Calvino, diferiu dele sobre algumas das

doutrinas básicas da salvação. Seu modo de pensar, com váriosdesenvolvimentos, prevalece em denominações cristãs como os metodistas,alguns batistas (como os free willers), e a maior parte dos grupos holiness. 

Calvinismo e Arminianismo significam os modos de pensar sobre asalvação que se desenvolveram das diferenças doutrinárias entre Calvino e Arminius. 

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Diferenças Calvinismo X Arminianismo 

Embora demais simplista, uma definição tradicional das diferenças usaa TULIP como um acróstico para representar a soteriologia (doutrinas sobre asalvação) do Calvinismo: 

T = Depravação Total (Total Depravity). Esta é enfatizada para indicarque os seres humanos não são capazes de crer em Cristo até que Deusprimeiramente mude sua natureza através da regeneração. O novo nascimentoprecede a fé salvadora! 

U = Eleição Incondicional (Unconditional Election). Na eternidade,antes de algo ter sido criado, Deus antecipou e escolheu certas pessoas paraser salvas sem considerar nada de sua parte, nem mesmo a fé. Os eleitos Eledeterminou salvar, e o restante Ele determinou condenar. 

L = Expiação Limitada (Limited Atonement). Isto quer dizer que Deus

enviou Seu Filho para morrer pelos pecados dos eleitos apenas. Num sentidosalvador, Jesus não morreu pelo mundo todo. 

I = Graça Irresistível (Irresistible Grace). Quando na história os eleitos são salvos, a obra de Deus da regeneração não pode, com êxito, serresistida por eles. Embora todas as pessoas caídas resistam a Deus, Eleregenera os eleitos sem sua cooperação. Somente após a regeneração eles sãotrazidos à fé e à submissão. 

P = Perseverança (Perseverance). Aqueles que Deus regenerou nuncase tornarão irregenerados novamente, por causa de sua natureza regenerada e

da obra graciosa que Ele faz dentro deles. 

Todos estes pontos se harmonizam logicamente para significar que asalvação é pelo decreto incondicional de Deus, os decretos significando asdecisões que Deus fez na eternidade conforme planejou as coisas. Assim, asalvação é pela eleição, não pela fé. 

Sumário das Diferenças: Arminianismo 

Como o Arminianismo se posiciona sobre estes cinco pontos doCalvinismo? 

Depravação Total? Sim. A queda afetou negativamente todo oindivíduo: fisicamente, espiritualmente, emocionalmente e mentalmente. Umapessoa caída, depravada não é capaz, à parte de uma obra sobrenatural deDeus, de crer em Cristo para salvação. Nossa obra da FWB (Free Will Baptist)diz que nós não somos desejosos de obedecer a Deus, mas somos inclinadosao mal. Mas onde o Calvinismo diz que a primeira obra de Deus sobre os sereshumanos caídos deve ser a regeneração (de forma que somente os eleitospodem ser salvos), os arminianos dizem que Deus primeiramente faz uma obra

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da graça capacitante, anterior à regeneração, que torna possível que umapessoa irregenerada responda em fé à oferta de salvação em Cristo. Isto tornaa fé possível mas não garante a fé ou produz a regeneração até que a fé éexercida. 

Eleição Incondicional? Não. Ao invés, os arminianos ensinam aeleição condicional. Sim, na eternidade Deus escolheu salvar alguns e nãotodos, mas escolheu aqueles que satisfariam a condição da fé. Ele escolheusalvar os crentes e não salvar os incrédulos. Como a salvação, a eleição é pormeio da fé. 

Expiação Limitada? Os arminianos crêem que a Bíblia ensina aexpiação ilimitada: que Jesus morreu por todos, para cada e todo ser humano,assim tornando a salvação acessível a todos. 

Graça Irresistível? Não, a obra salvadora de Deus pode ser resistida. Agraça capacitante de Deus, tornando a fé possível aos seres humanos

depravados, pode ser recebida ou rejeitada. Ele graciosamente opera tantonaqueles que irão crer como naqueles que não irão, para tornar a fé possível,apesar de sua depravação. Em resposta, alguns crêem e são salvos; outros,que poderiam por meio disso crer, não crêem e se perdem. 

Perseverança? Os arminianos crêem que a própria perseverança écondicional, que uma pessoa verdadeiramente regenerada pode ou não podeperseverar na fé salvadora. 

Novamente, o sistema constitui um todo lógico: Deus ama todos eproporcionou salvação para todos na obra expiadora de Cristo, capacitando

todos que ouvem o evangelho (apesar de sua depravação) a responder em fé.Mas no fim Ele respeita a liberdade de cada um e não força a salvação sobreninguém. Cada um, após Sua obra graciosa de convencimento, faz sua própriaescolha quanto a crer ou rejeitar Cristo e ser salvo ou permanecer perdido. Ecada um persevera ou se apostata em virtude dessa mesma liberdade deescolha. Esta é a salvação por meio da fé: o Deus soberano e onipotente, queestá no controle final de tudo neste universo, livremente decidiu (decretou)proporcionar salvação para todos e então salvar somente aqueles queresponderem (e perseverarem) em fé. 

O Problema do Pré-conhecimento 

Como reconciliamos o conhecimento e as decisões de Deus naeternidade com o que fazemos no tempo? Se Deus sabe o que iremos fazeramanhã, deixaremos de fazê-lo? Se Deus sabia de antemão quem iria crer emCristo, eles têm outra escolha? 

  Atualmente há um movimento na teologia (em minha opinião, neo-arminiano) chamado open theism, que nega que Deus conheceantecipadamente as livres decisões que os seres humanos tomam. Seu

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argumento é interessante. Eles dizem que se Deus conhece anteriormente quedecisão irei tomar, então esta é a decisão que eu irei tomar, porque se eutomar uma decisão diferente, Deus estaria enganado! Assim, a fim de protegernossa liberdade, eles tomaram a medida drástica, teologicamente, de negarque Deus conhece o futuro! Como responderemos a este problema lógico? 

Em primeiro lugar, fazemos uma distinção entre certeza,contingência e necessidade. Uma necessidade tem que ser do jeito que é,por razões de causa e efeito. Uma contingência realmente pode ser de umaou outra (ou mais) maneira. Não tem que ser do jeito que é, ainda que sejadesse jeito; qualquer decisão livre está nesta categoria. Uma certeza, poroutro lado, é o que foi, ou é, ou será: um mero fato, em outras palavras. 

Notem: todos os eventos são certezas (fatos). Alguns eventos sãocertezas e necessidades ao mesmo tempo: leis da física, por exemplo. Por outrolado, alguns eventos são certezas e contingências: se os Flames irão perder seupróximo jogo, é certo que irão (somente se irão), mas se eles ganharão ou

perderão é contingente, dependendo de como eles e o outro time jogarem,como os árbitros apitarem o jogo, etc. Mas nenhum evento é uma contingênciae uma necessidade ao mesmo tempo. 

Todos nós cremos que realmente há decisões livres que sãocontingências. Realmente podemos escolher de um ou de outro modo sobretodas as coisas, bobas e importantes, morais e não-morais. Embora Deus saibaque modo irei escolher, Seu conhecimento não causa as escolhas. Ele conheceas escolhas que iremos fazer se fizermos essas escolhas. Ele pode saber algoantecipadamente sem impedir outras possibilidades. 

Comparando o conhecimento de Deus com o nosso pode ajudar.Enquanto não podemos conhecer o futuro, podemos conhecer o passado. Eusei que terno vesti logo pela manhã, por exemplo. Eu tinha que vesti-lo? Eupoderia ter escolhido algum diferente? Certamente. É certo que eu escolhieste? Sim. Ninguém pensaria em dizer que, visto que eu sei com certeza queusei este terno, eu não poderia ter usado algum outro porque, assim fazendo,eu estaria enganado! Seu eu tivesse decidido usar um terno diferente, eusaberia, agora, que eu certamente usaria esse. 

Do mesmo modo, o conhecimento de Deus de um fato futuronão é a causa do fato. Nem isto significa que o fato tem que ser do jeito que

será. Ele sabe que os Estados Unidos irão guerrear contra o Iraque somente se,de fato, isto irá acontecer. Quando contingências estão envolvidas, as livresdecisões serão tomadas pelas pessoas envolvidas quando o tempo chegar. Oconhecimento prévio de Deus dessas escolhas antecipadamente não mais ascausa ou impede outras possibilidades do que meu conhecimento do passado.Ele sabe que escolha irei fazer somente se eu for fazer essa escolha. 

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Os Cinco Pontos do Arminianismo 

Duane Edward Spencer 

Um teólogo holandês chamado Jacob Hermann, que viveu de 1560 a 1609, era melhor conhecido pela forma latinizada de seu último nome,  Arminius. Ainda que educado na

tradição reformada, ele se inclinou para as doutrinas humanistas de Erasmo, porquetinha sérias dúvidas a respeito da graça soberana (de Deus), como era ensinada pelosreformadores. Seus discípulos, chamados arminianos ou sectários de Arminius,disseminaram o ensino de seu mestre. Alguns anos depois da morte de Arminius, elesformularam sua doutrina em cinco pontos principais, conhecidos como Os Cinco Pontos

do  Arminianismo.

Pelo fato de as igrejas dos Países Baixos, em comum com as principais IgrejasProtestantes da Europa, subscreverem as Doutrinas Reformadas da Bélgica e asConfissões de Heidelberg, os arminianos resolveram fazer uma representação aoParlamento Holandês. Este protesto contra a Fé Reformada, cuidadosamente escrito, foisubmetido ao Estado da Holanda, e, em 1618, um Sínodo Nacional da Igreja reuniu-se

em Dort para examinar os ensinos de Arminius à luz das Escrituras. Depois de 154calorosas sessões, que consumiram sete meses, Os Cinco Pontos do Arminianismoforam considerados contrários ao ensino das Escrituras e declarados heréticos. Aomesmo tempo, os teólogos reafirmaram a posição sustentada pelos ReformadoresProtestantes como consistente com as Escrituras, e formularam aquilo que é hojeconhecido como Os Cinco Pontos do Calvinismo (em honra do grande teólogo francês,João Calvino).

Ao longo dos anos, a estudada resposta do Sínodo de Dort às heresias arminianas temsido apresentada na forma de um acróstico formado pela palavra TULIP. Daí o nomedeste pequeno livro.

Os Cinco Pontos do Calvinismo são:

T  T otal Depravity  Depravação Total 

U  U nconditional Election  Eleição Incondicional 

L   Limited  Atonement   Expiação Limitada 

I   I rresistible Grace  Graça Irresistível 

P   Perseverance of Saints  Perseverança dos Santos 

Uma vez que vamos examinar, pormenorizadamente, aquilo que os teólogos reformados

de Dort querem dizer com os Cinco Pontos cio Calvinismo, retro referidos,consideremos primeiro, sumariamente, os Cinco Pontos do Arminianismo.

1.VONTADE LIVRE : O primeiro ponto do arminianismo sustenta que o homem édotado de vontade livre.

1.1. Os reformadores reconhecem que o homem foi dotado de vontade livre, masconcordam com a tese de Lutero ² defendida em sua obra ³A Escravidão da Vontade´

 ², de que o homem não está livre da escravidão a Satanás.

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1.2. Arminius acreditava que a queda do homem não foi total, e sustentou que, nohomem, restou bem suficientemente capaz de habilitá-lo a querer aceitar Cristo comoSalvador.

2.ELEIÇÃO CONDICIONAL 

2.1. Arminius ensinava também que a eleição estava baseada no pré-conhecimento deDeus em relação àquele que deve crer.

2.2. Em outras palavras, o ato de fé, por parte do homem, é a condição para ele ser eleito para a vida eterna, uma vez que Deus previu que ele exerceria livremente suavontade, num ato de volição positiva para com Cristo.

3.EXPIAÇÃO UNIVERSAL 

3.1. Conquanto a convicção posterior de Arminius fosse a de que Deus ama a todos, deque Cristo morreu por todos e de que o Pai não quer que ninguém se perca, ele e seusseguidores sustentam que a redenção (usada casualmente como sinônimo de expiação) égeral. Em outras palavras:

3.2. A morte de Cristo oferece a Deus base para salvar a todos os homens.

3.3. Contudo, cada homem deve exercer sua livre vontade para aceitar a Cristo.

4.A GRAÇA PODE SER IMPEDIDA 

4.1. O arminiano, em seguida, crê que uma vez que Deus quer que todos os homenssejam salvos, ele envia seu Santo Espírito para atrair todos os homens a Cristo.

4.2. Contudo, desde que o homem goza de vontade livre absoluta, ele pode resistir àvontade de Deus em relação a sua própria vida. (A ordem arminiana sustenta que, primeiro, o homem exerce sua própria vontade e só depois nasce de novo.)

4.3. Ainda que o arminiano creia que Deus é onipotente, insiste em que a vontade deDeus, em salvar a todos os homens, pode ser frustrada pela finita vontade do homemcomo indivíduo.

5.O HOMEM PODE CAIR DA GRAÇA 

5.1. O quinto ponto do arminianismo é a conseqüência lógica das precedentes posiçõesde seu sistema.

5.2. O homem não pode continuar na salvação, a menos que continue a querer ser salvo.

O CONTRASTE 

Quando contrastamos estes Cinco Pontos do Arminianismo com o acróstico TULIP, queforma os Cinco Pontos do Calvinismo, torna-se claro que os cinco pontos deste sãodiametralmente opostos aos daquele. Para que possamos ver claramente as ³linhas de

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  batalha´ traçadas pelas afiadas mentes de ambos os lados, comecemos por fazer um breve contraste entre as duas posições à base de ponto por ponto.

PONTO 1 

1.1.O arminianismo diz que a vontade do homem é µlivre¶ para escolher, ou a Palavra de

Deus, ou a palavra de Satanás. A salvação, portanto, depende da obra de sua fé.

1.2.O calvinismo responde que o homem não regenerado é absolutamente escravo deSatanás, e, por isso, é totalmente incapaz de exercer sua própria vontade livremente(para salvar-se), dependendo, portanto, da obra de Deus, que deve vivificar o homem,antes que este possa crer em Cristo.

PONTO 2 

2.1.Arminius sustentava que a µeleição¶ é condicional, enquanto os reformadoressustentavam que ela é incondicional. Os arminianos acreditam que Deus elegeu àquelesa quem µpré-conheceu¶, sabendo que aceitariam a salvação, de modo que o pré-conhecimento [de Deus] estava baseado na condição estabelecida pelo homem.

2.2 Os calvinistas sustentam que o pré-conhecimento de Deus está baseado no propósitoou no plano de Deus, de modo que a eleição não está baseada em alguma condiçãoimaginária inventada pelo homem, mas resulta da livre vontade do Criador à parte dequalquer obra de fé do homem espiritualmente morto.

2.3 Dever-se-á notar ainda que a segunda posição de cada um destes partidos(arminianos e calvinistas) é expressão natural de suas respectivas doutrinas a respeito dohomem. Se o homem tem ³vontade livre´, e não é escravo nem de Satanás nem do

 pecado, então ele é capaz de criar a condição pela qual Deus pode elegê-lo e salvá-lo.

Contudo, se o homem não tem vontade livre, mas, em sua atual situação, é escravo deSatanás e do pecado, então sua única esperança é que Deus o tenha escolhido por sualivre vontade e o tenha elegido para a salvação.

PONTO 3 

Os arminianos insistem em que a expiação (e, por esta palavra, eles significamµredenção¶) é universal. Os calvinistas, por sua vez, insistem em que a Redenção é

 parcial, isto é, a Expiação Limitada é feita por Cristo na cruz.

3.1. Segundo o arminianismo, Cristo morreu para salvar não um em particular, porémsomente àqueles que exercem sua vontade livre e aceitam o oferecimento de vida eterna.

Daí, a morte de Cristo foi um fracasso parcial, uma vez que os que têm voliçãonegativa, isto é, os que não a querem aceitar, irão para o inferno.

3.2. Para o calvinismo, Cristo morreu para salvar pessoas determinadas, que lhe foramdadas pelo Pai desde toda a eternidade. Sua morte, portanto, foi cem por cento bemsucedida, porque todos aqueles pelos quais ele não morreu receberão a ³justiça´ deDeus, quando forem lançados no inferno.

PONTO 4 

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4.1.Os arminianos afirmam que, ainda que o Espírito Santo procure levar todos oshomens a Cristo (uma vez que Deus ama a toda a humanidade e deseja salvar a todos oshomens), ainda assim, como a vontade de Deus está amarrada à vontade do homem, oEspírito [de Deus] pode ser resistido pelo homem, se o homem assim o quiser. Desdeque só o homem pode determinar se quer ou não ser salvo, é evidente que Deus, pelomenos, µpermite¶ ao homem obstruir sua santa vontade. Assim, Deus se mostra

impotente em face da vontade do homem, de modo que a criatura pode ser como Deus,exatamente como Satanás prometeu a Eva, no jardim [do Éden].

4.2. Os calvinistas respondem que a graça de Deus não pode ser obstruída, visto que suagraça é irresistível. Os calvinistas não querem significar com isso que Deus esmaga avontade obstinada do homem como um gigantesco rolo compressor! A graça irresistívelnão está baseada na onipotência de Deus, ainda que poderia ser assim, se Deus oquisesse, mas está baseada mais no dom da vida, conhecido como regeneração. Desdeque todos os espíritos mortos (alienados de Deus) são levados a Satanás, o deus dosmortos, e todos os espíritos vivos (regenerados) são guiados irresistivelmente para Deus(o Deus dos vivos), nosso Senhor, simplesmente, dá a seus escolhidos o Espírito deVida.

  No momento em que Deus age nos eleitos, a polaridade espiritual deles é mudada:Antes estavam mortos em delitos e pecados, e orientados para Satanás; agora sãovivificados em Cristo, e orientados para Deus.

É neste ponto que aparece outra grande diferença entre a teologia arminiana e a teologiacalvinista. Para os calvinistas, a ordem é: primeiro o dom da vida, por parte de Deus; e,depois, a fé salvadora, por parte do homem.

PONTO 5 

511. Os arminianos concluem, muito logicamente, que o homem, sendo salvo por um

ato de sua própria vontade livremente exercida, aceitando a Cristo por sua própriadecisão, pode também perder-se depois de ter sido salvo, se resolver mudar de atitude para com Cristo, rejeitando-o! (Alguns arminianos acrescentariam que o homem pode  perder, subseqüentemente, sua salvação, cometendo algum pecado, uma vez que ateologia arminiana é uma ³teologia de obras´ ² pelo menos no sentido e na extensãoem que o homem precisa exercer sua própria vontade para ser salvo.) Esta possibilidadede perder-se, depois de ter sido salvo, é chamada de ³queda (ou perda) da graça´, pelosseguidores de Arminius. Ainda, se depois de ter sido salva, a pessoa pode perder-se, ela

 pode tornar-se livremente a Cristo outra vez e, arrependendo-se de seus pecados, ³podeser salva de novo´. Tudo depende de sua contínua volição positiva até à morte!

5.2. Os calvinistas sustentam muito simplesmente que a salvação, desde que é obra

realizada inteiramente pelo Senhor ² e que o homem nada tem a fazer antes,absolutamente, ³para ser salvo´ ², é óbvio que o ³permanecer salvo´ é, também, obrade Deus, à parte de qualquer bem ou mal que o eleito possa praticar. Os eleitosµperseverarão¶ pela simples razão de que Deus prometeu completar, em nós, a obra queele começou. Por isso, os cinco pontos de TULIP incluem a Perseverança dos Santos.

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OS DOIS SISTEMAS PODEM SER RESUMIDOS EM CINCO

PONTOS.

O Calvinismo defende a ³depravação total´, enquanto o Arminianismo defende a ³depravação parcial´. Segundo a

³depravação total´, cada aspecto da humanidade está contaminado

pelo pecado, e por isso, os seres humanos são incapazes de vir a

Deus por iniciativa própria. A ³depravação parcial´ defende que

cada aspecto da humanidade está contaminado pelo pecado, mas

não ao ponto de fazer que os homens sejam incapazes de colocar 

sua fé em Deus por iniciativa própria. 

O Calvinismo defende a ³eleição incondicional´, enquanto o Arminianismo defende a ³eleição condicional´. A ³eleição

incondicional´ afirma que Deus elege pessoas para a salvação

baseado inteiramente em Sua vontade, e não em nada que seja

inerente à pessoa. A ³eleição condicional´ afirma que Deus elege

pessoas para a salvação baseado em sua pré-ciência de quem

crerá em Cristo para a salvação. 

O Calvinismo defende a ³expiação limitada´, e o Arminianismo

defende a ³expiação ilimitada´. Este, dos cinco pontos, é o maispolêmico. A ³expiação limitada´ é a crença de que Jesus morreu

apenas pelos eleitos. A ³expiação ilimitada´ é a crença de que

Jesus morreu por todos, mas que Sua morte não tem efeito

enquanto a pessoa não crê. 

O Calvinismo defende a ³graça irresistível´ e o Arminianismo, a

³graça resistível´. A ³graça irresistível´ defende que quando Deus

chama alguém para a salvação, esta pessoa inevitavelmente virá

para a salvação. A ³graça resistível´ afirma que Deus chama a

todos para a salvação, mas muitas pessoas resistem e rejeitam este

chamado. 

O Calvinismo defende a ³perseverança dos santos´, enquanto o

 Arminianismo defende a ³salvação condicional´. A ³perseverança

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dos santos´ se refere ao conceito de que a pessoa que é eleita por 

Deus irá perseverar em fé e nunca negará a Cristo ou se desviar 

Dele. A ³salvação condicional´ é a visão de que um crente em Cristo

pode, por seu livre arbítrio, se desviar de Cristo e, assim, perder a

salvação.Pietismo: 

 A origem da palavra é latina, ³pius´ = ³aquele que cumpre seus deveres´, mas é usada

para se referir a uma ³reverência especial a Deus´, sinônimo de ³devoção´.

 A ênfase do pietismo está aobre as experiências religiosas, incluindo o misticismo.

Entre os séculos III e XV houve uma migração lenta de muitos cristãos para os

desertos e lugares solitários da Palestina, Síria e Egito com a intenção de não fazer 

parte da secularização do cristianismo desde sua constantinização. Alguns optaram

em formar comunidades fechadas e outros tornaram-se ermitões. O monasticismo

caracterizou esse período e o pietismo certamente tem suas raízes aí.

Historicamente, o pietismo como um movimento organizado teve inicio entre os

luteranos da Alemanha, no final do século 17, principalmente com Philip Jakob

Spener. Onde surgiu uma ênfase sobre a conversão pessoal, a santificação

(perfeccionismo) e experiência religiosa.

John Wesley pode ser classificado como pietista (influenciado pelo pietismo

alemão). O metodismo de Wesley era caracterizado por desprezo aos credos e

confissões; uma ênfase a retidão pessoal; a necessidade de renunciar o mundo (semi-monástico); a fraternidade universal dos crentes e uma grande dose de emocionalismo

religioso.

Podemos enxergar hoje um certo pietismo em alguns pentecostais e em alguns

puritanos, por que não?

Alguns descendentes religiosos históricos do pietismo:

Metodismo, os menonitas, os dunkers (batistas alemães) e os moravianos.

O lado negativo do pietismo:

 A vida religiosa torna-se um teatro, as pessoas transformam-se em atores, procurandoser uma mais piedosa do que as outras. Uma religiosidade entusiasmada de

experiências religiosas; uma religiosidade onde o emocional supera a iluminação

racional; fanatismo; ascetismo não bíblico; isolamento de outros cristãos e

antintelectualismo.

Reverência, temor, santificação, são coisas boas na vida cristã, mas quando parte

algum tipo de fanatismo é gerado o pietismo. Que é irmão do legalismo e ascetismo

não bíblico.

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Como identificar:

Quando alguém se apresenta com um ar de superioridade espiritual, gente que

apresenta suas realizações como se fossem superiores àquilo que realmente são;

pessoas que se exibem como se fossem melhores que realmente são. -- Esse

conhecimento deve nos manter humildes pois de uma forma ou de outra, todos nós

somos hipócritas.

Quem foram essas pessoas chamadas de ´Os Puritanosµ? 

por 

 John Winthrop 

Primeiro foram os ´Peregrinosµ, nos anos 1620. Eles foram seguidospor milhares de Puritanos nos anos 1630 e estes deixaram suas fortesmarcas em sua nova terra, tornando-se a mais dinâmica força nascolônias Americanas. Reportando-nos à Inglaterra, os Puritanosforam influentes pessoas na vida política do país, até que o ReiCharles não tolerou mais suas tentativas de reformar a Igreja daInglaterra. Estava montada a perseguição. Veio então a idéia de quea única esperança seria deixar o país. Quem sabe na América elespoderiam estabelecer uma colônia cujo governo, sociedade e igrejafosse totalmente baseadas na Bíblia. A ´Nova Inglaterraµ poderia vira ser a velha Inglaterra sem todos os defeitos de incredulidade ecorrupção. ´Puritanosµ foi um termo ridiculamente usado durante oreinado da Rainha Elizabeth. 

Eles eram os cristãos que desejavam uma Igreja da Inglaterra isentade qualquer liturgia, cerimônia ou práticas que não estivessemabsolutamente com base bíblica. A Bíblia era sua única autoridade, eeles defendiam que deveria ser usada em todos os níveis e áreas da

vida.

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UMA BRECHA ALTERNATIVA, UMA OMISSÃO PROVIDENCIAL 

Quando o Rei Charles permitiu (ou concedeu) uma carta de privilégiosà Massachusetts Bay Company , o documento falhou em nãoespecificar que a sede e a direção da Companhia tinha depermanecer na Inglaterra. Os acionistas Puritanos tiraram proveitodessa omissão e combinaram em transferir a Empresa e toda a suadireção para a América. Fizeram todo o esforço então paraestabelecer uma comunidade bíblica, uma república santa e cristã,como um verdadeiro exemplo para a Inglaterra e para o mundo. 

´NOVA INGLATERRAµ - UM NOVO JEITO DE SER  

No país de origem, todo cidadão britânico fazia parte da IgrejaNacional da Inglaterra. Na nova Inglaterra apenas os verdadeirosconvertidos eram membros da igreja. Somente aqueles indivíduoscujas vidas haviam sido transformadas pela crença no Evangelho deCristo, tinham acesso ao Rol de Membros da Igreja. Somente estestinham direito de voto na Colônia. Eles tentavam estabelecer normaspara uma ordem social piedosa, uma sociedade que verdadeiramenteglorificasse a Deus. Como a Lei Mosaica regulamentou a sociedade de

Israel nos Dias do Velho Testamento, do mesmo modo a Igreja sob aautoridade das Escrituras poderia ser regulamentada na sociedade daNova Inglaterra. Não havia lugar para concessões na AméricaPuritana. Todos aqueles que não estivessem de acordo com ossublimes propósitos da colônia, estavam livres para se mudar paraqualquer lugar. Em que pese serem os puritanos pessoas de umaconvicção e fé muito fortes, eles não eram individualistas. Elesvieram para a América em grupos, não como povoadores individuais.

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Muitas vezes, congregações inteiras, lideradas pelos seus Ministros,deixaram a Inglaterra e se estabeleceram juntas na Nova Inglaterra.Organizadamente se estabeleceram nas vilas, construindo seustemplos ou pequenas casas de reunião bem no centro da cidade. AIgreja era o centro de sua comunidade, provendo propósito e direção

para suas vidas. 

HONRA AO DIA DO SENHOR  

Os Puritanos defendiam tenazmente que o Senhor e o Seu culto eramimportantes o suficientemente para que fosse reservado um diainteiro na semana para total dedicação ao Senhor. E os Puritanosdedicavam seriamente o domingo ao Senhor. Os sermões tinhamimportância vital para a vida intelectual dos Puritanos e elesraramente gastavam menos do que uma hora nas exposições. Os

instantes de oração podiam ser igualmente longos. A princípio nãohavia cânticos de hinos nos cultos dos Puritanos. Apenas os Salmos outextos parafraseados da Bíblia eram cantados. O primeiro livroimpresso na América foi o ´Livro Geral dos Salmosµ, uma versãométrica dos Salmos de Davi, impresso em 1640. A família era ainstituição básica mais importante da sociedade Puritana, efuncionava como uma igreja em miniatura. Estabelecida por Deusantes de qualquer outra instituição e antes da queda do homem, afamília era considerada o fundamento de toda vida civil, social eeclesiástica. Todos os dias, pela manha e a noite, a família se reunia

para cultuar, a aos domingos se alegravam em poder cultuar juntocom outras famílias. 

CUIDADOS PARALELOS DO INTELECTO E DA ALMA 

A instrução e o treinamento das crianças eram levadas muito a sérioe os pais oravam para que os filhos se tornassem vigorosos para aglória do Senhor. Logo nos seus primeiros cinco anos deestabelecimento, Massachusetts organizou escolas para crianças.Toda criança deveria aprender a ler, pois somente assim teriacondições de ler a Bíblia. Como uma das Leis de Massachusettsmencionava - ´Sendo um antigo projeto do velho Enganador Satanásimpedir que os homens tomem conhecimento das verdades bíblicas,escolas têm de ser estabelecidasµ. Em 1636 a colônia fundou oHarvard College, especialmente para preparar pastores. As principaisregras do Harvard testificam o compromisso cristão que os alunosassumiam: ´Todos os estudantes devem ser plenamente instruídos eseriamente pressionados a considerar bem o principal propósito de

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suas vidas e estudos, isto é, conhecer a Deus e a Jesus Cristo - que éa vida eterna (João 17:3), e, por conseguinte, ter consciência quesomente tendo Cristo por fundamento terá um perfeito aprendizado econhecimentoµ. 

TUDO É DO SENHOR  

Tendo por fundamento sua crença de que todas as áreas da vidadeveriam ser moldadas pelos princípios cristãos, os Puritanosdefendiam que toda a profissão honrosa deveria ser exercida para aglória de Deus. Tudo na vida pertence ao Senhor, não havendodistinção entre trabalho secular e sagrado. Deus chama cada pessoapara uma vocação específica, e os cristãos devem atuar comoverdadeiros despenseiros dos talentos e dons com os quais o Senhoros contempla. Atender ao chamado do Senhor era uma forma de

servi-lo, assim como aos homens. A preguiça era considerada umgrande pecado; dedicação ao chamado, uma grande virtude. 

FORMANDO A AMÉRICA 

Os Puritanos que se estabeleceram na Nova Inglaterra deixaram umlegado para a formação de uma nação única na História. Eles tiveramtambém uma significativa influência no desenvolvimento subseqüenteda América. Uma grande parte dos demais pioneiros que vieram a

seguir e ocupantes do longínquo oeste, eram descendentes daquelesprimitivos Puritanos. Seus valores e princípios, embora muitas vezessecularizados e distanciados dos fundamentos religiosos, continuarama moldar o pensamento Americano e suas práticas nos séculos aseguir.

Christian History Institute's - Glimpses of people, events, life and  faith from the Church Across the Ages.