Ultimato ingles e conseq

12
MAPA COR-DE-ROSA Cor-de-rosa foi o nome dado ao mapa desenhado em 1886, representativo das pretensões portuguesas em África. Em 1877 realizaram-se viagens de exploração como as de Hermenegildo Capelo, Roberto Ivens e Serpa Pinto destinadas a conhecer a zona que separava as colónias de Angola e Moçambique, integradas numa nova estratégia portuguesa para o continente africano que privilegiava a ocupação efectiva através da exploração e colonização em detrimento dos simples direitos históricos.

description

MAPA COR-DE-ROSA A Inglaterra, representada pela figura anafada de John Bull, envia um Ultimato a Portugal, dando-lhe um prazo para evacuar as tropas do Chire e dos países dos Macololos e dos Machonas. Rafael Bordalo Pinheiro (1890). Pontos nos ii: (20 de Novembro). Lisboa: Litographia da Companhia Nacional Editora. Nº 282, p. 372

Transcript of Ultimato ingles e conseq

Page 1: Ultimato ingles e conseq

MAPA COR-DE-ROSA

Cor-de-rosa foi o nome dado ao mapa desenhado em 1886, representativo das

pretensões portuguesas em África. Em 1877 realizaram-se viagens de exploração ‒

como as de Hermenegildo Capelo, Roberto Ivens e Serpa Pinto ‒ destinadas a

conhecer a zona que separava as colónias de Angola e Moçambique, integradas numa

nova estratégia portuguesa para o continente africano que privilegiava a ocupação

efectiva através da exploração e colonização em detrimento dos simples direitos

históricos.

Page 2: Ultimato ingles e conseq

Rafael Bordalo Pinheiro (1890). Pontos nos ii: (20 de Novembro). Lisboa: Litographia da Companhia Nacional Editora. Nº 282, p. 372

A Inglaterra, representada pela figura anafada de John Bull, envia um Ultimato a Portugal, dando-lhe um prazo para evacuar as tropas do Chire e dos países dos Macololos e dos Machonas.

Page 3: Ultimato ingles e conseq

Rafael Bordalo Pinheiro (1890). Pontos nos ii. (16 de Janeiro). Lisboa: Litographia da Companhia Nacional Editora. Nº 238, p.23.

Barros Gomes, ministro dos Negócios Estrangeiros do governo progressista de Luciano de Castro, é confrontado com o Ultimato, vindo a cair dias depois, por má condução das negociações. Na parte superior da imagem é evidente o interesse da Companhia Britânica da África do Sul pelos territórios portugueses em África.

Page 4: Ultimato ingles e conseq

Rafael Bordalo Pinheiro (1890). Pontos nos ii: Suplemento ao nº 237 de 9 de Janeiro. Lisboa: Litographia da

Companhia Nacional Editora.

A Monarquia portuguesa cedeu aos interesses ingleses, como o demonstra a atitude de subserviência do rei D. Carlos à rainha Vitória. O espezinhamento do Zé Povinho, significa o total desprezo pelos interesses de Portugal.

Page 5: Ultimato ingles e conseq

Rafael Bordalo Pinheiro (1890). Pontos nos ii. (9 de Outubro). Lisboa: Litographia da Companhia Nacional Editora. Nº 276, pp.324-325.

Enquanto a Pátria jaz amarrada, os políticos portugueses disputam as eleições ‒ devido à queda do governo

progressista ‒ e os ingleses riem da situação

Page 6: Ultimato ingles e conseq

Rafael Bordalo Pinheiro (1890). Pontos nos ii: Suplemento ao nº 237 de 9 de Janeiro. Lisboa: Litographia da Companhia Nacional Editora.

A “guerra de Portugal ao inglês” está patente na atitude determinada do Zé Povinho, que expulsa do país, com um chicote, todas as marcas de dominação económica britânica.

Page 7: Ultimato ingles e conseq

Rafael Bordalo Pinheiro (1890). Pontos nos ii. (17 de Abril de 1890). Lisboa: Litographia da Companhia Nacional Editora. Nº251, p.123

Bordalo ilustra os versos: “O caçador Simão” de Guerra Junqueiro que ridicularizam o rei. Ao fazê-lo procura reproduzir a atmosfera hostil à monarquia e a um rei que, nos momentos mais graves da Nação, prefere ocupar-se da caça em vez dos negócios do Estado.

Page 8: Ultimato ingles e conseq

A Portuguesa, escrita por Henrique Lopes de Mendonça e musicada por

Alfredo Keil, surgiu no rescaldo dos protestos contra a Inglaterra decorrentes

do Ultimato. A Portuguesa será adoptada pelos republicanos como hino

nacional, em 1911, embora tenham substituído, nessa altura, a palavra

“bretões” pela de “canhões”.

Page 9: Ultimato ingles e conseq

Rafael Bordalo Pinheiro (1890). Pontos nos ii. (27 de Fevereiro de 1890). Lisboa: Litographia da Companhia Nacional Editora. Nº244, p.65.

A “Grande Subscrição Nacional”, presidida pelo Conde de Pomares, integra-se no movimento nacionalista e destina-se à compra de um couraçado (o Adamastor) para defesa da pátria. Para esta subscrição, divulgada pela imprensa, contribuíram muitos civis, a Igreja, o exército, a Marinha, corpos militarizados, corporações da polícia, colectividades de recreio e do desporto, o Jardim Zoológico, etc…

Page 10: Ultimato ingles e conseq

Rafael Bordalo Pinheiro (1990). Pontos nos ii. (10 de Abil de 1890). Lisboa: Litographia da Companhia Nacional

Editora. Nº250, p.113.

Referência ao decreto de 29 de Março de 1890, que, no rescaldo do Ultimato, responsabilizava editores e redactores pelos ataques à Monarquia e ao Parlamento. A imprensa era encarada como elemento de agitação, pelo que o governo pretendia prevenir alguns excessos. Bordalo interpretava o decreto como uma nova “lei da rolha”.

Page 11: Ultimato ingles e conseq

Rafael Bordalo Pinheiro (1890). Pontos nos ii. (2 de Outubro de 1890). Lisboa: Litographia da Companhia Nacional Editora. Nº275, p. 317

Alusão ao Tratado de Londres (Agosto de 1890) efectuado entre Portugal e a Inglaterra e assinado por Barjona de Freitas, que estabelece as fronteiras de Angola e Moçambique.

Page 12: Ultimato ingles e conseq

Pontos nos ii. (25 de Setembro de 1890). Lisboa: Litographia da Companhia Nacional Editora. Nº274, p. 207.