Um beijo, um queijo, biocombustíveis

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AGRO PECUÁRIO ESTADO DE MINAS S E G U N D A - F E I R A , 1 2 D E M A I O D E 2 0 0 8 2 AGRO PECUÁRIO ESTADO DE MINAS S E G U N D A - F E I R A , 1 2 D E M A I O D E 2 0 0 8 11 O ex-ministro da Agri- cultura Roberto Rodrigues lançou durante a Agrishow 2008 o livro Antes da tor- menta. Produzido como uma coletânea de crônicas, análises, artigos e palestras, o livro conta cronologica- mente toda a experiência de Roberto Rodrigues, des- de 1977, quando começou a ganhar notoriedade co- mo líder rural na Coopera- tiva dos Plantadores de Ca- na da Região de Guariba, até 2003, quando assumiu oMinistériodaAgricultura, Pecuária e Abastecimento do governo de Luís Inácio Lula da Silva. Antes da tor- menta é prefaciado por Alysson Paulinelli, tam- bém ex-ministro da Agri- cultura, e tem apresenta- ção do presidente do Con- selho de Administração da BM&F, Manoel Felix Cintra Neto. Muitos dos capítulos do livro são abertos com manchetes de primeira pá- gina dos principais jornais do país. O livro lança para- lelos entre acontecimentos no Brasil e no mundo. En- tre outras idéias, Rodri- gues defende que “o agri- cultor protegido repre- senta menos risco para o sistema financeiro”, disse- minando a idéia de que produtores e cooperativas podem encontrar nos de- rivativos a proteção ne- cessária contra oscilação de preços por meio da uti- lização do hedge. O preço sugerido para o livro é de R$ 40. Informações sobre onde comprar com a Editora Nova Ban- deira, no telefone (11) 3473-1282 ou [email protected] BIBLIOTECA DO CAMPO Experiência no campo ARTIGO LATICÍNIOS MUDAS AGRO OPORTUNIDADES FILÉ BALANÇAS REPRODUÇÃO/NOVA BANDEIRA MARA LUIZA GONÇALVES FREITAS* Os alimentos, de forma geral, são uma dádiva tão especial que desperta- ram em mim a necessidade de dissertar a respeito da relação do romance com a agricultura. É há uma ligação passional entre a beleza poética do amor e a arte de produzir riquezas, a partir do labor da terra. Ante o embate meio shakesperia- no entre o ser ou não ser agricultura de energia e ou de alimentos, o mundo uníssonamente impõem sua tese, con- sumada por meio da mídia ao longo das últimas semanas: o temor da fome cole- tiva. Para conferir certa leveza à drama- cidade da trama, principia-se tal reflexão tomando o leitor pelo intelecto, condu- zindo-o à arena da delicadeza impressa em momentos de felicidade onírica: Co- mo a crise internacional de alimentos poderá impactar naquele flerte típico do interior das Minas Gerais, no qual ante a porta da igreja, em noite enluarada, o moço compra pipoca para moça e lança um primeiro olhar acanhado, oferecen- do a candura da inocência e premiando poetas e poetisas com a dádiva do amor? Eros e Psiquê não conheceram a pi- poquinha nossa de cada dia, mas é certo que como divindades gregas, conheciam a importância da agricultura para o de- senvolvimento nacional. Os gregos, sem dúvida, eram exímios promotores de festivais de culto à Deméter (Ceres para os romanos), deusa mitológica da agri- cultura, em agradecimento às colheitas fartas, pois a fome é e sempre foi uma mácula que mancha a existência huma- na há milênios, assim como as guerras e genocídios que se perpetuaram ao lon- go da história. A falta do alimento era ti- da como uma hecatombe, que expressa- va a ira dos deuses contra os mortais. É certo que quem tem fome não po- de esperar. Nada mais digno para um ser humano do que o acesso a um bem elementar para a sobrevivência: um prato de comida de qualidade, bem pre- parado, diariamente, pelo menos. É o justo, o sacro. Contudo, não é justo que essa mazela que ofusca a história hu- mana, seja tomada como o “bode expia- tório” para coibir o desenvolvimento nacional, em decorrência de interesses nacionais muito mesquinhos, como aconteceu no caso do questionamento à produção de biocombustíveis. De acordo com estudos da organiza- ção não-governamental WWF (2008), o fundamento da produção de alimentos centra-se na eficiência do uso das áreas agricultáveis: entre 1965 e 2008, a rela- ção de área agricultável saiu de 1,3 hecta- re para 0,7 hectare per capita/mundo, sem que houvesse perdas da capacida- de de atendimento da oferta média de calorias diárias necessárias a um ser hu- mano, que também em média saiu de 2.400 kcal para 3.000 kcal per capi- ta/mundo, para o mesmo período. Ocorre que, considerando esses dados da WWF, que considera os 3 bilhões de habitantes do planeta, é visível que a dis- paridade na distribuição de renda, os próprios índices de desenvolvimento de importantes países e os inabaláveis sub- sídios agrícolas distribuídos “a rodo” nos países desenvolvidos (especialmente Es- tados Unidos e União Européia) e as al- tas acumuladas do petróleo nos últimos anos criaram um ambiente temerário em relação à falta de oferta de comida. Há uma crise real de alimentos ou um arranjo diplomático na União Euro- péia para desmantelar a concorrência (o acordo bilateral do Brasil e Estados Uni- dos, que ia de vento em popa), afim de favorecer o seu programa interno de biocombustíveis, francamente subsidia- do? Por que o primeiro alerta aconteceu na Alemanha somente este ano, se já era uma crise anunciada? Será que, com a elevação do seu grau de investimento, o Brasil está apto a jogar tão bem quanto os europeus no comércio internacional? A culpa é do milho mesmo ou há algo mais? Será que quadruplicar a produção de milho no Brasil não seria positivo pa- ra atender a demanda mundial? Eis al- gumas questões interessantes, para a re- flexão coletiva, para as quais eu tam- bém busco respostas. Voltando à pipoca do romance, é vá- lido ressaltar que ela poderá sofrer um incremento de preços sim. Produzir ali- mentos está mais caro, em razão dos custos de produção agrícolas: desde o milho até o óleo para seu preparo. O es- sencial aqui é a manutenção da tradição poética dos enamorados combinada com a franca expansão da produtivida- de de nossos campos. Inovação, tecno- logia e sustentabilidade são as palavras de ordem nesse processo, que, sem dú- vida, colocará o Brasil entre os chama- dos países de primeiro mundo. *Gerente de Negócios da CBM Agroenergia [email protected] Um beijo, um queijo, biocombustíveis Será que quadruplicar a produção de milho no Brasil não seria positivo para atender a demanda mundial? FERNANDO WEBERICH/CNH/DIVULGAÇÃO - 24/3/08 Apesar da queda, quantidade ainda é 24% maior que a de março de 2007 Cai volume de leite captado O volume de leite captado em março recuou 7,14% em rela- ção ao de fevereiro, segundo o Ín- dice de Captação de Leite (ICAP- L/Cepea), calculado com base em pesquisas do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplica- da, da Esalq/USP, em Minas ge- rais, paraná, Rio Grande do Sul, São Paulo, Goiás e Bahia. Tradi- cionalmente, março é o mês de maior recuo da produção, mas pesquisadores do Cepea desta- cam que, mesmo com a expres- siva queda, o volume de leite captado ainda é 24% superior ao de março de 2007. A diminuição no volume de leite recebido pelas indústrias em março foi observada em to- dos os estados da pesquisa. A maior baixa, de 10,14%, ocorreu no Rio Grande do Sul. Em São Paulo, o recuo foi de 9,8%, em Mi- nas Gerais, de 4,89%, em Goiás, de 5,76%, e na Bahia, de 2,63%. Com o menor volume capta- do e as demandas interna e ex- terna se mantendo firmes, o pre- ço médio recebido pelos produ- tores de leite em abril, referente à produção de março, subiu 3,44%, ou 2,5 centavos por litro, passando para R$ 0,7361/litro, na média dos estados – sem descon- tar 2,3% de CESSR (ex-Funrural) e o frete. Para o preço líquido (efe- tivamente recebido pelo produ- tor), a média foi de R$ 0,6940/li- tro, elevação de 2 centavos por li- tro ou de 3,24% em relação à mé- dia de março. As pesquisas do Cepea mos- tram que a maior alta nos preços pagos aos produtores de março para abril, de 6,24%, foi registra- da em São Paulo, com o litro pas- sando para R$ 0,7554. Em Minas Gerais, houve aumento de 1,87%, a R$ 0,7614/litro. Para os derivados, no merca- do atacadista paulista da Grande do São Paulo, houve aumento médio de 5,5% de fevereiro para março, segundo o Cepea. O des- taque foi para o leite UHT (longa- vida), que teve valorização de 11%. O preço desse produto já acumula alta de 15% este ano, enquanto a média dos demais derivados subiu em torno de 7%. O leite pasteurizado, a muçarela e o queijo prato tiveram altas de 5,6%, de 5,3% e de 5,96%, respecti- vamente. Para o leite em pó, o aumento foi de 3%. A menor va- lorização, de 2%, foi verificada para a manteiga. UNIDADE PIONEIRA O Laticínios Porto Alegre, maior fábrica de queijos de Minas Gerais, inaugurou quinta-feira sua segunda unidade industrial, em Mutum (MG), com investimentos de R$ 20 milhões. A unidade é pioneira no Brasil quanto à secagem do leite em pó e pelo fato de ser integrada, ou seja, de permitir tanto a geração quanto a secagem do produto na mesma planta. A nova fábrica vai transformar em pó todo o soro gerado na matriz em Ponte Nova e na filial em Mutum, e também poderá comprar de outras indústrias. A previsão de produção mensal é de 900 toneladas de soro de leite em pó. O número de empregados deve dobrar, passando de 70 para 140, e o laticínio vai ampliar a captação de leite em mais 100 mil litros de leite por dia. ALEXANDRE LÚCIO PEIXOTO./DIVULGAÇÃO

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A G R O P E C U Á R I O

E S T A D O D E M I N A S ● S E G U N D A - F E I R A , 1 2 D E M A I O D E 2 0 0 8

2 A G R O P E C U Á R I O

E S T A D O D E M I N A S ● S E G U N D A - F E I R A , 1 2 D E M A I O D E 2 0 0 8

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O ex-ministro da Agri-cultura Roberto RodrigueslançouduranteaAgrishow2008 o livro Antes da tor-menta. Produzido comoumacoletâneadecrônicas,análises,artigosepalestras,o livro conta cronologica-mente toda a experiênciade Roberto Rodrigues, des-de 1977, quando começoua ganhar notoriedade co-mo líder rural na Coopera-tivadosPlantadoresdeCa-na da Região de Guariba,até 2003, quando assumiuoMinistériodaAgricultura,Pecuária e Abastecimentodo governo de Luís InácioLula da Silva. Antes da tor-menta é prefaciado porAlysson Paulinelli, tam-bém ex-ministro da Agri-cultura, e tem apresenta-ção do presidente do Con-selho de Administração daBM&F,ManoelFelixCintraNeto.Muitosdoscapítulosdo livro são abertos commanchetesdeprimeirapá-gina dos principais jornaisdo país. O livro lança para-lelosentreacontecimentosno Brasil e no mundo. En-tre outras idéias, Rodri-gues defende que “o agri-cultor protegido repre-senta menos risco para osistema financeiro”, disse-minando a idéia de queprodutoresecooperativaspodem encontrar nos de-rivativos a proteção ne-cessária contra oscilaçãode preços por meio da uti-lização do hedge.

O preço sugerido para o livro é de

R$ 40. Informações sobre onde

comprar com a Editora Nova Ban-

deira, no telefone (11) 3473-1282 ou

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Experiênciano campo

AARRTTIIGGOO LLAATTIICCÍÍNNIIOOSS

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MARA LUIZA GONÇALVES FREITAS*

Os alimentos, de forma geral, sãouma dádiva tão especial que desperta-ram em mim a necessidade de dissertara respeito da relação do romance com aagricultura. É há uma ligação passionalentre a beleza poética do amor e a arte deproduzir riquezas, a partir do labor daterra. Ante o embate meio shakesperia-no entre o ser ou não ser agricultura deenergia e ou de alimentos, o mundouníssonamente impõem sua tese, con-sumada por meio da mídia ao longo dasúltimas semanas: o temor da fome cole-tiva. Para conferir certa leveza à drama-cidade da trama, principia-se tal reflexãotomando o leitor pelo intelecto, condu-zindo-o à arena da delicadeza impressaem momentos de felicidade onírica: Co-mo a crise internacional de alimentospoderá impactar naquele flerte típico dointerior das Minas Gerais, no qual ante aporta da igreja, em noite enluarada, omoço compra pipoca para moça e lançaum primeiro olhar acanhado, oferecen-do a candura da inocência e premiandopoetas e poetisas com a dádiva do amor?

Eros e Psiquê não conheceram a pi-poquinha nossa de cada dia, mas é certoque como divindades gregas, conheciama importância da agricultura para o de-senvolvimento nacional. Os gregos, semdúvida, eram exímios promotores defestivais de culto à Deméter (Ceres paraos romanos), deusa mitológica da agri-cultura, em agradecimento às colheitasfartas, pois a fome é e sempre foi umamácula que mancha a existência huma-na há milênios, assim como as guerras egenocídios que se perpetuaram ao lon-go da história. A falta do alimento era ti-da como uma hecatombe, que expressa-va a ira dos deuses contra os mortais.

É certo que quem tem fome não po-de esperar. Nada mais digno para umser humano do que o acesso a um bemelementar para a sobrevivência: umprato de comida de qualidade, bem pre-parado, diariamente, pelo menos. É ojusto, o sacro. Contudo, não é justo queessa mazela que ofusca a história hu-mana, seja tomada como o “bode expia-tório” para coibir o desenvolvimentonacional, em decorrência de interessesnacionais muito mesquinhos, comoaconteceu no caso do questionamentoà produção de biocombustíveis.

De acordo com estudos da organiza-ção não-governamental WWF (2008), o

fundamento da produção de alimentoscentra-se na eficiência do uso das áreasagricultáveis: entre 1965 e 2008, a rela-ção de área agricultável saiu de 1,3 hecta-re para 0,7 hectare per capita/mundo,sem que houvesse perdas da capacida-de de atendimento da oferta média decalorias diárias necessárias a um ser hu-mano, que também em média saiu de2.400 kcal para 3.000 kcal per capi-ta/mundo, para o mesmo período.Ocorre que, considerando esses dadosda WWF, que considera os 3 bilhões dehabitantes do planeta, é visível que a dis-paridade na distribuição de renda, ospróprios índices de desenvolvimento deimportantes países e os inabaláveis sub-

sídios agrícolas distribuídos “a rodo” nospaíses desenvolvidos (especialmente Es-tados Unidos e União Européia) e as al-tas acumuladas do petróleo nos últimosanos criaram um ambiente temerárioem relação à falta de oferta de comida.

Há uma crise real de alimentos ouum arranjo diplomático na União Euro-péia para desmantelar a concorrência (oacordo bilateral do Brasil e Estados Uni-dos, que ia de vento em popa), afim defavorecer o seu programa interno debiocombustíveis, francamente subsidia-do? Por que o primeiro alerta aconteceuna Alemanha somente este ano, se já erauma crise anunciada? Será que, com aelevação do seu grau de investimento, o

Brasil está apto a jogar tão bem quantoos europeus no comércio internacional?A culpa é do milho mesmo ou há algomais? Será que quadruplicar a produçãode milho no Brasil não seria positivo pa-ra atender a demanda mundial? Eis al-gumas questões interessantes, para a re-flexão coletiva, para as quais eu tam-bém busco respostas.

Voltando à pipoca do romance, é vá-lido ressaltar que ela poderá sofrer umincremento de preços sim. Produzir ali-mentos está mais caro, em razão doscustos de produção agrícolas: desde omilho até o óleo para seu preparo. O es-sencial aqui é a manutenção da tradiçãopoética dos enamorados combinadacom a franca expansão da produtivida-de de nossos campos. Inovação, tecno-logia e sustentabilidade são as palavrasde ordem nesse processo, que, sem dú-vida, colocará o Brasil entre os chama-dos países de primeiro mundo.

*Gerente de Negócios da CBM Agroenergia

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Será que quadruplicar a produçãode milho no Brasil não seria positivo

para atender a demanda mundial?

FERNANDO WEBERICH/CNH/DIVULGAÇÃO - 24/3/08

Apesar da queda, quantidade ainda é 24% maior que a de março de 2007

Cai volume de leite captadoO volume de leite captado

em março recuou 7,14% em rela-ção ao de fevereiro, segundo o Ín-dice de Captação de Leite (ICAP-L/Cepea), calculado com base empesquisas do Centro de EstudosAvançados em Economia Aplica-da, da Esalq/USP, em Minas ge-rais, paraná, Rio Grande do Sul,São Paulo, Goiás e Bahia. Tradi-cionalmente, março é o mês demaior recuo da produção, maspesquisadores do Cepea desta-cam que, mesmo com a expres-siva queda, o volume de leitecaptado ainda é 24% superior aode março de 2007.

A diminuição no volume deleite recebido pelas indústriasem março foi observada em to-dos os estados da pesquisa. Amaior baixa, de 10,14%, ocorreuno Rio Grande do Sul. Em SãoPaulo, o recuo foi de 9,8%, em Mi-nas Gerais, de 4,89%, em Goiás,de 5,76%, e na Bahia, de 2,63%.

Com o menor volume capta-do e as demandas interna e ex-terna se mantendo firmes, o pre-ço médio recebido pelos produ-tores de leite em abril, referenteà produção de março, subiu3,44%, ou 2,5 centavos por litro,passando para R$ 0,7361/litro, na

média dos estados – sem descon-tar 2,3% de CESSR (ex-Funrural) eo frete. Para o preço líquido (efe-tivamente recebido pelo produ-tor), a média foi de R$ 0,6940/li-tro, elevação de 2 centavos por li-tro ou de 3,24% em relação à mé-dia de março.

As pesquisas do Cepea mos-tram que a maior alta nos preçospagos aos produtores de marçopara abril, de 6,24%, foi registra-da em São Paulo, com o litro pas-sando para R$ 0,7554. Em MinasGerais, houve aumento de 1,87%,a R$ 0,7614/litro.

Para os derivados, no merca-

do atacadista paulista da Grandedo São Paulo, houve aumentomédio de 5,5% de fevereiro paramarço, segundo o Cepea. O des-taque foi para o leite UHT (longa-vida), que teve valorização de11%. O preço desse produto jáacumula alta de 15% este ano,enquanto a média dos demaisderivados subiu em torno de 7%.O leite pasteurizado, a muçarelae o queijo prato tiveram altas de5,6%, de 5,3% e de 5,96%, respecti-vamente. Para o leite em pó, oaumento foi de 3%. A menor va-lorização, de 2%, foi verificadapara a manteiga.

UNIDADE PIONEIRA

O Laticínios Porto Alegre, maior fábrica de queijos de MinasGerais, inaugurou quinta-feira sua segunda unidade industrial,em Mutum (MG), com investimentos de R$ 20 milhões. Aunidade é pioneira no Brasil quanto à secagem do leite em pó epelo fato de ser integrada, ou seja, de permitir tanto a geraçãoquanto a secagem do produto na mesma planta. A nova fábricavai transformar em pó todo o soro gerado na matriz em PonteNova e na filial em Mutum, e também poderá comprar deoutras indústrias. A previsão de produção mensal é de 900toneladas de soro de leite em pó. O número de empregadosdeve dobrar, passando de 70 para 140, e o laticínio vai ampliar acaptação de leite em mais 100 mil litros de leite por dia.

ALEXANDRE LÚCIO PEIXOTO./DIVULGAÇÃO