Um conto de meia noite

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Um jovem universitário procurando tranquilidade decide estudar no cemitério. O sono e o cansaço o vencem ficando preso nesse lugar por toda a noite. Fatos sem explicação acontecem causando-lhe pânico, e como é lógico, o desejo de fugir desse macabro lugar vira uma obsessão. Contatos com seres do além, não tem explicação cientifica, mas existem fatos, que deixam muitas dúvidas ao respeito

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Livro digital:

Um conto de meia noite

Todos os direitos reservados a: Júlio A. Sinara.

E-mail: [email protected]

Agradecimentos:

Agradeço de todo coração a força recebida de minha querida esposa e família, como também de meus colaboradores e amigos que revisaram e colocaram sua cultura, na difícil tarefa de esculpir cada página desta obra.

A meus amigos:

João Carlos Degar.

Maria de Lurdes Furno da Silva

Paulo Ronaldo Oliveira Machado

Sonja Soares Pinto

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Os times de Engenharia e Arquitetura disputavam a final do campeonato de basquete da liga universitária. As improvisadas arquibancadas do ginásio estavam repletas de ferventes torcedores, que gritavam sem cessar incentivando as respectivas equipes.

As moças da Enfermaria torciam pelos engenheiros, enquanto as do Serviço Social pelos arquitetos. Dançavam enfeitadas com roupas coladas ao corpo e bandeiras com as cores dos times..Ricardo e Fernando jogavam pelos Engenheiros. Conheciam-se há muitos anos e tinham lances estudados que sempre deram excelentes resultados. A altura de ambos era aproximadamente de um metro e noventa centímetros, magros e corpos atléticos. Ricardo era moreno enquanto Fernando assemelha um viking pelo branco e loiro.

Faltando somente quatro segundos para o encerramento, os Engenheiros perdiam pela diferença mínima de 1 ponto, 95 a 94.

Nesse momento a bola estava com Ricardo, este observou o companheiro ingressando no campo inimigo e fez um passe aéreo, em seguida correu até a área, mas foi bloqueado. Fez um drible, conseguiu enganar os adversários, pegou a bola de volta e quase sem olhar, a lançou no pequeno aro que se encontrava a vários metros de distância. Um grito de entusiasmo escapou de forma espontânea dos torcedores. As moças agitavam as bandeiras e gritavam de alegria. 95 a 96 os Engenheiros passavam na frente, nesse momento se escutou o apito final.

----- Engenheiros campeões da temporada universitária...!!!!

O ato de premiação deu por encerrado o ano esportivo. No vestiário antes de tomar uma reconfortante ducha, Ricardo e Fernando conversavam alegremente:

---- Que jogo disputado! Não foi fácil ganhar esta última partida----- dizia Ricardo.----- Um pontinho fez a maior diferença. 95 a 96 foi incrível! ----- comentava Fernando.----- Quando temos a prova de matemática? ----- Amanha na primeira hora ----- Que droga. Não consegui estudar absolutamente nada! ----- Nos empolgamos demais com este último jogo.----- Preciso estudar hoje de tarde.----- Podemos fazê-lo juntos ----- propôs Fernando----- Podemos, mas não será na minha casa. ----- Qual é o problema? ----- Tu conheces meus irmãos pequenos, eles enchem o saco o dia todo. É impossível concentrar-se, com essas pimentinhas por perto. ----- Juntemo-nos na minha.----- Tenho um lugar especial que me proporciona total tranquilidade.----- Que lugar é esse?

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----- O cemitério.----- Está louco! ----- Conhece o cemitério que fica perto da minha casa? Nesse lugar costumo estudar quando tenho prova. ----- Estuda com os mortos? Huaaaauuuuuuuuuu!!!!! ----- Existem pequenas praças rodeadas de árvores y jardins para quem procura tranquilidade.----- Tem mesas também? ----- Há, há, há, há. Mesas e bancos para você e os espíritos que nos vão acompanhar ----- Nunca aconteceu alguma coisa estranha? ----- Nada grave. Em várias oportunidades transei com algumas das garotas mortas, só isso. ----- Tarado! Aconteceu alguma coisa? Sim ou não? ----- Claro que não, os mortos são pacíficos. Ao final; Vai ou não vai? ----- A que horas nos encontrarmos? ----- A partir das duas horas na Praça das Lembranças, fica a direita da entrada principal. ----- Está marcado, nos vemos às duas horas.

Depois de um rápido almoço Ricardo abasteceu a mochila com os materiais que precisava para estudar. Colocou capacete e luvas, montou a velha moto Suzuki, e se dirigiu ao destino previamente escolhido.

Estacionou o veículo na entrada do recinto e caminhou até a Praça das Lembranças. Nesse lugar tirou o laptop, cadernos, calculadora e lápis. A área era muito agradável. Frondosas árvores brindavam proteção do sol, que nessa hora iluminava com força. Várias fontes orladas com pequenas estátuas de crianças lançavam água proporcionando uma suave brisa.

*******Na parada Fernando esperava o ônibus que o levaria até o cemitério. Depois de alguns minutos pegou a condução desejada.

Os passageiros eram relativamente poucos, mas todos reclamavam da imperícia do motorista. Constantemente entrava em competição com outros veículos de forma imprudente.

Na sinaleira a luz indicava preferência aos pedestres. Muitas pessoas cruzavam pela faixa demarcada, quando o ônibus em alta velocidade, avançou o sinal arremessando corpos em diversas direções. A louca corrida terminou, ao impactar num poste de iluminação pública.

Os paramédicos tiveram bastante trabalho para retirar as vítimas que ficaram presas entre as ferragens. As ambulâncias transportaram os acidentados a centros hospitalares. Entre eles se encontrava Fernando.

*******Depois de duas horas de intenso trabalho, Ricardo pensou que seu amigo não viria.

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----- Tem realmente medo deste lugar ----- comentou para si mesmo.

Tentou entrar em contato atreves do telefone celular, mas estava sem bateria. Após algum tempo, a concentração estava voltada exclusivamente ao computador. Através do teclado, conseguia uma constante e produtiva informação. Depois de algumas horas de intenso trabalho, a maior parte das incógnitas estava elucidada, só faltava fazer alguns exercícios para compreender totalmente a matéria.

De forma silenciosa, séquitos cruzavam a pequena praça em direção às sepulturas. Cada vez que isto acontecia, instintivamente Ricardo observava às pessoas. Uma garota chamou sua atenção: magra, de cabelo curto e preto, quase de seu tamanho. Vestia uma calça jeans e tênis. Semelhava um garoto, mas os pequenos seios que apareciam no blusão, deixavam claro que era uma linda moça. Sua expressão refletia a dor pela perda de um ser querido.

Quando seus olhares se cruzaram, Ricardo observou um belo rosto onde um pequeno nariz erguido, destacava-se dando um toque de elegância as feições. Olhos grandes e tristes, mesmo assim eles não perdiam a beleza. Tinha aproximadamente vinte anos.

Nesse momento o principal objetivo era estudar, pois no dia seguinte precisava aprovar essa matéria para receber finalmente a graduação de engenheiro. Por esse motivo, embora a garota chamasse sua atenção, não lhe deu importância.

Sem perder a concentração, continuou respondendo as perguntas do gabarito, que se apresentava na tela do laptop.

Algumas horas se passaram até que o cansaço do jogo disputado durante a manhã, e a temperatura que nesse momento era bastante alta, o venceram e pouco a pouco, seus olhos se fecharam até ficar totalmente adormecido.

Longe do cemitério Fernando abriu os olhos rodeado de pessoas desacordadas. Comprovou que seu corpo não apresentava nenhuma lesão, tampouco sentia dor ou algum tipo de sintoma que o incomodasse.

Caminhou livremente pelos corredores do hospital até encontrar a saída. A noite estava iluminada, a temperatura amena, e as pessoas que circulavam pelo lugar pareciam contentes.

---- Que aconteceu com Ricardo? ---- Estaria ainda estudando no cemitério? ----- perguntou-se

Ligou pelo celular, mas o telefone do amigo estava na caixa de mensagens, posteriormente entrou em contato com a residência, onde lhe foi informado que no se encontrava. A última alternativa era enviar um SMS. Ficou preocupado e a pesar que o relógio já ultrapassasse as 21 horas, decidiu ir ao local marcado para estudar.

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Ao chegar à necrópole, encontrou a moto de Ricardo estacionada na entrada, o que indicava que o amigo permanecia no interior, mas as portas estavam fechadas e ninguém zelava a entrada. Sem saber o que fazer, começou a circundar o muro que fechava o recinto, procurando outro meio de comunicação.

Consultou o celular para saber se tinha retorno, mas nada encontrou.

*******Quando Ricardo abriu os olhos na Praça das Lembranças, uma grande e redonda lua brilhava no céu.

----- O que aconteceu?

O medo tomou conta dele ao compreender que ainda permanecia no cemitério. Tinha que voltar para casa e abandonar esse lugar, que de noite, lhe proporcionava arrepios.

O relógio do computador marcava 21h30min Rapidamente colocou os pertences na mochila, e correu até a porta principal. Uma enorme grade freou seus ímpetos. Bateu palmas, gritou para chamar a atenção de algum guarda noturno, mas não teve resposta.

Temeroso observou ao redor procurando um escape, mas a terra dos mortos estava bem protegida. Um alto muro de pedras e grades evitava a entrada ou saída de qualquer ente vivo.

Pensou em pedir ajuda pelo celular, mas lembrou-se que não tinha bateria.....

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Sobre o autor:

Julio A. Sinara, nascido em Santiago de Chile, escritor, atualmente mora no litoral do Estado do Rio Grande do Sul. Durante o ano de 2005 publicou uma autobiografia titulada “Memórias de um paraquedista”, a qual foi lançada na Feira do Livro na cidade de Porto Alegre.

No ano de 2008 lançou a segunda obra “O Predador” na Bienal de São Paulo.

Entre os romances digitais e ainda não editados encontram-se “1000 vidas”, “O Código Genético de um Assassino”, “Arturo”, “O Pergaminho”, “Vila das Sombras”, “Um conto de meia noite”, ”Lagoa dos Barros” e “Sol de Outono”

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