UM MAPA PARA DESCOBRIR O PATRIMÔNIO

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AULA/FICHAMENTO CAP. 01 UM MAPA PARA DESCOBRIR O PATRIMÔNIO Professor Carlos Benjoino

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AULA/FICHAMENTOCAP. 01

UM MAPA PARA DESCOBRIR O PATRIMÔNIO

Professor Carlos Benjoino

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1.1. PRESENTE E PASSADO: CONTEMPORANEIDADE E TEMPO HISTÓRICO

• Em primeiro lugar, a queda da Bastilha está presente de forma implícita ou manifesta no discurso histórico que ouvimos desde que encetamos nossos estudos. Nós a usamos como um dos marcos que assinala o início da Idade Contemporânea.

• O significado capital da Queda da Bastilha está, como todos sabem, na ruptura do antigo regime do absolutismo monárquico e no aparecimento de um mundo novo com as idéias republicanas – de coisa pública – e monarquias com poderes limitados por princípios constitucionais.

• Ainda que profundamente distintos, somos, historicamente, contemporâneos de todos aqueles homens, pois os traços elementares de nossa visão de mundo têm suas origens naquele tempo e lugar.

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2.1. EDIFICIAÇÕES E MONUMENTOS: FUNÇÕES E ATRIBUIÇÕES SIMBÓLICAS. POR QUE SE DESTRÓI?

• Valor simbólico: Ela foi arrasada por ser um símbolo da arbitrariedade do poder real e daquele Estado monárquico que se confundia com a própria pessoa do rei.

• Pretendia-se apagar da memória a existência do arbítrio real por meio da destruição da cidadela. Embora as motivações sejam claramente ideológicas, a ação é emblemática de um mundo que morre trazendo, ao mesmo tempo, à luz o mundo novo.

• Memória: Curiosamente, já que uma das referências iniciais da fala em sensibilidade contemporânea,é oportuno lembrar que o acontecimento se perpetua com a confecção de souvenirs elaborados das pedras da prisão. Pequenas miniaturas da Bastilha são remetidas de Paris para as províncias, além de bonbonniéres, tinteiros, peso de papéis... Havia objetos para todos os gostos e bolsos: para clientela endinheirada, sobre uma pedra polida da fortaleza em formato de medalhão, escrevia-se com brilhantes engastados a palavra Liberdade.

• Não é fácil resistir à tentação de analogia com a destruição do muro de Berlim e a comercialização dos fragmentos de concreto.

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• Importante: Até aqui, vimos pelo menos um motivo para a destruição: embates entre ideologias distintas podem produzir a necessidade de fazer desaparecer monumentos que simbolizam os opositores a que se quer combater.

• 11 de setembro as torres eram símbolos do poder econômico dos Estados Unidos, tanto quanto o Pentágono em Washington simboliza a hegemonia militar americana.

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3.1. REVOLUÇÃO E SOCIEDADE INDUSTRIAIS: TRANSFORMÇÕES E DEVASTAÇÃO; LAZER, EVASÃO E TURISMO

• Conceito de Patrimônio: Herança e identidade cultural que não se quer perder. Ou enquanto identidade nacional que se quer afirmar ou reafirmar, ainda que se desloque e se descentre em nossos dias.

• O turismo, ele é a modalidade dos deslocamentos e retornos ao domicílio original, das viagens de lazer, do tempo de não trabalho.

• Turismo/Lazer: Não é preciso dizer que a divisão do tempo social de trabalho que gera o não trabalho ou o lazer combina-se com as pressões sociais e a necessidade de evasão. Decorrem delas as aspirações de reencontrar o “paraíso perdido” delineado pelo imaginário em mundos imaginados. Viajar...

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4.1. PRESERVAÇÃO E CONSERVAÇÃO: A CONSTRUÇÃO DO PATRIMÔNIO NACIONAL

• Voltando na Revolução Francesa:• O que importa salientar é a formação de um modelo de preservação conduzido

como política do Estado que, se surgiu neste período, só irá tornar-se consistente, na própria França, 60 anos após a queda da Bastilha. É fundamental que possamos conhecê-lo, pois é o modelo pelo qual se estruturou a política de preservação federal no Brasil na terceira década do século XX.

• Ao lado das propriedades monárquicas e eclesiásticas, juntam-se os bens do emigrados, ou seja, dos aristocratas que abandonaram a França revolucionária.

• Constituem-se então os Bens Nacionais • As destruições: Para citar um único exemplo, a catedral de Notre-Dame teve

sua fachada severamente danificada com a remoção, a golpes de marreta, das cabeças dos reis de Judá, que a população erroneamente identificava com representações dos reis da França.

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Preservação: • Em 1974 são tomadas as primeiras medidas para deter o “vandalismo”. A

figura mais importante deste processo é Henri Grégoire.

• Se as destruições e reutilizações inadequadas não cessam (abadias transformadas em manufaturas têxteis, de porcelana, de papéis), é, em contrapartida, inventado e forjado o conceito de patrimônio nacional.

• Os descendentes são herdeiros dos bens do pai cujos bens materiais constituem patrimônio herdade do pai, acrescentou-se o qualificativo de nacional. Ou seja, os cidadãos, com a Revolução Francesa, eram livres e iguais perante a lei (liberdade/Igualdade), e, nascidos no país, são todos irmãos (Fraternidade) e herdeiros do mesmo pai, o Estado Nacional.

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Conceito de Monumento:

• Os monumentos seriam a materialização da identidade nacional, e por meio deles, os cidadãos se reconheciam como franceses. A idéia assim estruturada foi exportada para os países que adotaram o modelo do patrimônio nacional francês, embora o tenham adaptado às suas próprias realidades históricas.

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5.1. O REPERTÓRIO DAS DIFICULDADES: CLASSIFICAR E CATALOGAR. MAS, AFINAL, O QUE É UM MONUMENTO HISTÓRICO?

• Ao contrário do que se poderia imaginar, até aquela data, finais do século XVIII, técnicas museográficas eram desconhecidas, por uma razão muito simples: não existiam museus. Havia coleções reais ou de particulares às quais o público não tinha acesso. Ou quando tinha, isto devia exclusivamente à benevolência de seus proprietários.

• Eram coleções de gabinete, que poderiam misturar curiosidades, peças artísticas e preciosas ao lado de objetos grotescos.

• A preocupação era que elas constituíssem parte integrante da decoração, elementos componentes de uma cenografia de representação da posição social e status dos seus proprietários.

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Monumentos:• Se quisermos, os monumentos, na acepção comum do termo, são

edificações ou construções que pretendem perpetuar a memória de um fato, de uma pessoa, de um povo. Estão nesta categoria os obeliscos egípcios, os arcos de triunfo romanos, as lápides tumulares, as estátuas de personagens, etc. Em suma, elementos co-memorativos.

• Mas é necessário acrescentar que também os monumentos intencionais podem ser considerados monumentos históricos, bens patrimoniais, ou seja, teriam uma característica simbólica para nós que ultrapassa o seu significado primeiro e intencional.

• Da mesma forma que os monumentos são destruídos por motivos ideológicos, isto é, constituem-se símbolos que se quer apagar da memória, os monumentos históricos são a outra face da mesma moeda, símbolos que se quer perpetuar.

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• A denominação monumento, atualmente, é pouco utilizada, exceção feita aos bens já classificados no passado ou, para usar o termo, familiar entre nós, tombados. Esta denominação pode, também, induzir a pensarmos em escala de grandeza: seriam sempre artefatos gigantescos diante dos quais sentiríamos, ao contemplá-los, uma sensação de atordoamento, de pequenez ameaçada de esmagamento.

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• Um outro aspecto relativo aos bens patrimoniais, ademais de não serem necessariamente obras de arte: eles não são exclusivamente produtos eruditos, isto é, resultado de soluções eruditas ou acadêmicas, destinados às elites sociais.

• Tombamento: A preservação, a classificação ou o tombamento de objetos móveis e imóveis decorre do significado simbólico que atribuímos a eles.

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• Conceito de Patrimônio: Herança e identidade cultural que não se quer perder. Ou enquanto identidade nacional que se quer afirmar ou reafirmar, ainda que se desloque e se descentre em nossos dias.

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Conceito de Patrimônio:• Uma camisa usada por um jogador de futebol durante

uma partida é apenas uma das peças de vestimenta do uniforme. E ela não deixa de ser também um símbolo: de um time, de uma localidade, de um país. Todavia, se considerarmos a camisa de número dez, usada por Pelé no último jogo da Copa, quando o Brasil conquistou o tricampeonato mundial, temos uma peça de coleção, ou de museu. Esta camisa, em particular, as outras camisas deste jogo, a bola, a própria taça, se articulam como bens culturais virtuais, se tivermos em conta a importância do futebol e de sua história para a sociedade brasileira.

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Concluindo:

• O valor simbólico que atribuímos aos objetos ou artefatos é decorrente da importância que lhes atribui à memória coletiva.