UM MODELO DE SUBSTITUIÇÃO DO SISTEMA DIGITAL DE CONTROLE...

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UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO DEPARTAMENTO ACADÊMICO DE ELETRÔNICA ESPECIALIZAÇÃO EM AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL FRANCIO SHARLLITON LIMA BARROS SILVA UM MODELO DE SUBSTITUIÇÃO DO SISTEMA DIGITAL DE CONTROLE DISTRIBUÍDO E INSTALAÇÃO DE CONTROLADORES LÓGICOS PROGRAMÁVEIS DE SEGURANÇA EM UMA INDÚSTRIA DE PETRÓLEO MONOGRAFIA - ESPECIALIZAÇÃO CURITIBA 2011

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UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO

DEPARTAMENTO ACADÊMICO DE ELETRÔNICA

ESPECIALIZAÇÃO EM AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL

FRANCIO SHARLLITON LIMA BARROS SILVA

UM MODELO DE SUBSTITUIÇÃO DO SISTEMA DIGITAL

DE CONTROLE DISTRIBUÍDO E INSTALAÇÃO DE

CONTROLADORES LÓGICOS PROGRAMÁVEIS DE

SEGURANÇA EM UMA INDÚSTRIA DE PETRÓLEO

MONOGRAFIA - ESPECIALIZAÇÃO

CURITIBA 2011

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FRANCIO SHARLLITON LIMA BARROS SILVA

UM MODELO DE SUBSTITUIÇÃO DO SISTEMA DIGITAL

DE CONTROLE DISTRIBUÍDO E INSTALAÇÃO DE

CONTROLADORES LÓGICOS PROGRAMÁVEIS DE

SEGURANÇA EM UMA INDÚSTRIA DE PETRÓLEO

Monografia de conclusão do curso de Especialização em Automação Industrial do Departamento Acadêmico de Eletrônica da Universidade Tecnológica Federal do Paraná apresentada como requisito parcial para obtenção do grau de Especialista em Automação Industrial. Prof. MSc. Guilherme Alceu Schneider

CURITIBA 2011

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TERMO DE APROVAÇÃO

UM MODELO DE SUBSTITUIÇÃO DO SISTEMA DIGITAL DE CON TROLE

DISTRIBUÍDO E INSTALAÇÃO DE CONTROLADORES LÓGICOS

PROGRAMÁVEIS DE SEGURANÇA EM UMA INDÚSTRIA DE PETRÓ LEO

Área de conhecimento: Automação Eletrônica de Processos Elétricos e Industriais

FRANCIO SHARLLITON LIMA BARROS SILVA

Esta Monografia foi julgada e aprovada como requisito parcial para a obtenção do grau de Especialista em Automação Industrial no Curso de Especialização em Automação Industrial da Universidade Tecnológica Federal do Paraná.

Curitiba, 23 de Março de 2011. Prof. Dr. Jean M. Simão Coordenador do Curso

BANCA EXAMINADORA Prof. M.Sc. Guilherme Alceu Schneider Prof. Dr. Flávio Neves Junior Universidade Tecnológica Federal do Paraná Universidade Tecnológica Federal do Paraná Orientador

Prof. Silvio Cezar Bortolini, MSc. Universidade Tecnológica Federal do Paraná

A Folha de Aprovação assinada encontra-se na Coordenação do Curso.

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AGRADECIMENTOS

A realização deste trabalho somente foi possível devido à compreensão da minha

esposa, Marilis, que com paciência cuidou dos nossos filhos Pedro e Clara, e com

responsabilidade me lembrava dos meus deveres como discente. Agradeço a ela também pelo

amor e carinho sem os quais tudo seria mais difícil, ou mais amargo, nesta empreitada.

Agradeço também aos meus filhos, que sempre são motivo para o meu crescimento. A

eles dedico todo o meu amor e minha vida.

Agradeço a equipe de automação da Engenharia da REPAR, que começou há mais de

um ano os trabalhos aqui descritos, e agradeço a equipe de automação da Manutenção da

REPAR, da qual faço parte, e que há oito meses se integrou com a Engenharia nesta

empreitada. Este trabalho é desta equipe!

Agradeço a Petrobras SA, empresa que trabalho com orgulho, que sempre teve espaço

para crescimento profissional dos seus funcionários e sempre esteve à frente do crescimento

deste país.

Agradeço aos mestres da UTFPR que dedicam parte de suas vidas para o

desenvolvimento de seus alunos, para o desenvolvimento do Brasil.

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Descobri como é bom chegar quando se tem paciência. E para se chegar, onde quer que seja, aprendi que não é preciso dominar a força, mas a razão. É preciso, antes de mais nada, querer.

Autor: Amyr Klink

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RESUMO Silva, Francio Sharlliton Lima Barros. Um Modelo de Substituição do Sistema Digital de Controle Distribuído e Instalação de Controladores Lógicos Programáveis de Segurança em uma Indústria de Petróleo. 2011. 59 p. Monografia (Especialização em Automação Industrial) – Departamento Acadêmico de Eletrônica, Universidade Tecnológica Federal do Paraná – UTFPR, Curitiba, 2011. Este trabalho apresenta as etapas executadas na modernização do sistema de automação de uma refinaria de petróleo. Aborda ligeiramente as principais plantas industriais de uma refinaria de petróleo e apresenta conceitos de instrumentação, SDCD e Sistemas Instrumentados de Segurança, conceitos estes necessários para o entendimento do trabalho. Para complementar o entendimento, traz o cenário dos sistemas de automação na Refinaria Presidente Getúlio Vargas, REPAR, anterior a mudança. Em seguida, descreve os passos seguidos para alcançar a modernização dos sistemas de automação dentro dos prazos estabelecidos e atendendo as exigências de confiabilidade e segurança. Palavras-Chave: Automação. SDCD. Sistema Instrumentado de Segurança. Modernização.

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ABSTRACT Silva, Francio Sharlliton Lima Barros. A Model of Substitution of Distributed Control System and Installation of Programmable Logic Controllers Security in oil industry. 2011. 59 p. Monografia (Especialização em Automação Industrial) – Departamento Acadêmico de Eletrônica, Universidade Tecnológica Federal do Paraná – UTFPR, Curitiba, 2011. This research presents the steps taken to modernize the automation system of an oil refinery. Covers slightly major industrial plants of an oil refinery and introduces concepts of instrumentation, DCS and Safety Instrumented Systems, concepts necessary for understanding the work. To complement the understanding, brings the landscape of automation systems in Presidente Getúlio Vargas Refinery, REPAR, previous change. It then, describes the steps taken to achieve the modernization of automation systems within the deadlines and meeting the requirements of reliability and safety. Key Words: Automation. DCS. Safety Instrumented System. Modernization.

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LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1 – EXEMPLO DE TORRE DE DESTILAÇÃO ................................................................................... 14 FIGURA 2 – EXEMPLO DE TROCADOR DE CALOR...................................................................................... 15 FIGURA 3 – EXEMPLO DE CONJUNTO CONVERSOR .................................................................................. 17 FIGURA 4 - EXEMPLO DE INSTRUMENTOS E SUAS FUNÇÕES ................................................................. 21 FIGURA 5 – CONCEITO DE CAMADAS DE SEGURANÇA............................................................................ 25 FIGURA 6 - EXEMPLO DE MALHA DE SEGURANÇA DO SIS...................................................................... 26 FIGURA 7 - LIGAÇÃO DE INSTRUMENTOS DA ÁREA ATÉ O SDCD ......................................................... 28 FIGURA 8 - LIGAÇÃO DE INSTRUMENTOS DA ÁREA ATÉ A CAIXA DE PASSAGEM ........................... 29 FIGURA 9 - LIGAÇÃO DO ARMÁRIO DE REARRANJO ................................................................................ 31 FIGURA 10 - UM EXEMPLO DE REDE INFI-NET............................................................................................ 32 FIGURA 11 - UM EXEMPLO DE PCU................................................................................................................ 33 FIGURA 12 - UM EXEMPLO ARQUITETURA DO INFI-90 ............................................................................. 34 FIGURA 13 - CONSOLES LIGADAS AO PROCESS PORTAL A ..................................................................... 37 FIGURA 14 - TOPOLOGIA DE REDE DO AC800M.......................................................................................... 38 FIGURA 15 - NOVA LIGAÇÃO DE INSTRUMENTOS DA ÁREA ATÉ O SDCD NOVO............................... 40 FIGURA 16 - LIGAÇÃO DE PAINÉIS NO PERÍODO DE PRÉ-PARADA........................................................ 41 FIGURA 17 - RÉGUAS “A” E “B” DO REARRANJO ANTIGO DESCONECTADAS NO PERÍODO DE

PARADA..................................................................................................................................................... 42 FIGURA 18 - DETALHAMENTO DA LIGAÇÃO DE PAINÉIS NO PERÍODO DE PARADA ........................ 43 FIGURA 19 - DETALHAMENTO DO EQUIPAMENTO A SER TESTADO NA FASE 1, DESDE O

MULTICABO DE ESPERA ATÉ AS ESTAÇÕES DE OPERAÇÃO (CONSOLE)................................... 46 FIGURA 20 - DETALHAMENTO DO EQUIPAMENTO A SER TESTADO NA FASE 2, DESDE A RÉGUA

“A” DO REARRANJO ANTIGO ATÉ AS ESTAÇÕES DE OPERAÇÃO (CONSOLE)........................... 48 FIGURA 21 - LIGAÇÃO ENTRE AS REGUAS “A” E “B” DOS REARRAJOS DO NOVO SIS ....................... 52 FIGURA 22 - DETALHAMENTO DO EQUIPAMENTO A SER TESTADO NA FASE 1 O CLP DE

SEGURANÇA, DESDE O MULTICABO DE ESPERA ATÉ AS ESTAÇÕES DE OPERAÇÃO ............. 53

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LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS

AC800M – SDCD fabricado pela empresa ABB

CIC – Centro Integrado de Controle

CLP – Controlador Lógico Programável

CP – Caixa de Passagem

DCS – Distributed Control System

EWS – Engineer Work Station (Estação de Engenharia)

IHM – Interface Homem Máquina

INFI-90 – SDCD fabricado pela empresa Bailey Controls

INFI-NET – Rede do SDCD INFI-90

ISA – International Society of Automation

MODBUS – Protocolo de comunicação de dados

OIC – Operator Interface Console

OIS – Operator Interface Station

PCU – Process Control Unit

PPA – Process Portal A

PROFBUS – Padrão aberto de rede de campo

REPAR – Refinaria Presidente Getúlio Vargas

SCMD – Sistema de Comando de Motores

SDCD – Sistema Digital de Controle Distribuído

SIS – Sistema Instrumentado de Segurança

TAC – Teste de Aceitação de Campo

TAF – Teste de Aceitação de Fábrica

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................8

1.1 TEMA . ..........................................................................................................................8 1.1.1 Delimitação do tema .........................................................................................................9 1.2 PROBLEMA E PREMISSAS ...........................................................................................9 1.3 OBJETIVOS ...................................................................................................................10 1.3.1 Objetivo geral..................................................................................................................10 1.3.2 Objetivo específico..........................................................................................................10 1.4 JUSTIFICATIVA............................................................................................................10 1.5 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS....................................................................11 1.6 ESTRUTURA DO TRABALHO....................................................................................11

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA..................................................................................13

2.1 PROCESSO DE DESTILAÇÃO ....................................................................................13 2.2 PROCESSO DE CRAQUEAMENTO CATALÍTICO ...................................................15 2.3 PROCESSO DE DESASFALTAÇÃO............................................................................18 2.4 INSTRUMENTAÇÃO....................................................................................................19 2.5 SISTEMA DIGITAL DE CONTROLE DISTRIBUÍDO................................................22 2.6 SISTEMA INSTRUMENTADO DE SEGURANÇA.....................................................23

3 SISTEMA PRÉ-RETROFITTING................................................................................27

3.1 SISTEMA ELETRO-PENUMÁTICO............................................................................27 3.2 ESTRUTURA DA AUTOMAÇÃO COM O SDCD INFI-90.........................................27 3.3 INSTRUMENTAÇÃO DE CAMPO ..............................................................................28 3.4 CAIXAS DE PASSAGEM..............................................................................................29 3.5 ARMÁRIOS DE REARRANJO.....................................................................................30 3.6 SDCD INFI-90 ................................................................................................................31 3.6.1 INFI-NET . .................................................................................................................31 3.6.2 Unidade de Controle de Processo ...................................................................................33 3.6.3 Estação de operação e engenharia...................................................................................34 3.7 PAINÉIS DE RELÉ DE SEGURANÇA .........................................................................35

4 SUBSTITUIÇÃO DO SISTEMA DE AUTOMAÇÃO DA REPAR...... .....................36

4.1 SUBSTITUIÇÃO DO SDCD..........................................................................................36 4.1.1 Definição do novo SDCD ...............................................................................................36 4.1.2 Testes de aceitação de fábrica .........................................................................................38 4.1.3 Estratégia de interligação dos instrumentos....................................................................40 4.1.4 Testes de aceitação de campo .........................................................................................44

4.1.4.1 Testes de comunicação .................................................................................44 4.1.4.2 Testes fase 1..................................................................................................45 4.1.4.3 Testes fase 2..................................................................................................47 4.1.4.4 Testes fase 3..................................................................................................49

4.1.5 Testes de partida da planta ..............................................................................................49 4.2 IMPLANTAÇÃO DOS CLPS DE SEGURANÇA..........................................................50 4.2.1 Definição do novo CLP...................................................................................................50 4.2.2 Estratégia de interligação dos instrumentos....................................................................51

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4.2.3 Testes de aceitação de fábrica .........................................................................................51 4.2.4 Testes de aceitação de campo .........................................................................................52

4.2.4.1 Testes fase 1..................................................................................................53 4.2.4.2 Testes fase 2..................................................................................................54 4.2.4.3 Testes fase 3..................................................................................................54

4.2.5 Testes de partida da planta ..............................................................................................55

5 CONCLUSÃO .................................................................................................................56

REFERÊNCIAS .....................................................................................................................58

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1 INTRODUÇÃO

1.1 TEMA .

O Sistema Digital de Controle Distribuído, no Brasil abreviado para SDCD e no inglês

DCS (Distributed Control System), é um sistema de automação industrial voltado para o

controle. Inicialmente foi desenvolvido para o controle de variáveis analógicas, mais tarde

expandiu a praticamente todas as área de automação, incluindo “variáveis discretas, controle

de batelada, controles estatísticos, geração de relatório” (BEGA; DELMÉE, COHN,

BULGARELLI; KOCH; FINKEL, 2003, p. 497), alem de suporte para controles avançados e

históricos de processo.

O Controlador Lógico Programável, no Brasil abreviado para CLP e no inglês PLC

(Programmable Logic Controller), é um equipamento de automação criado inicialmente para

controle lógico de variáveis discretas, cuja evolução atual abrange todos os tipos de controle

(BEGA; DELMÉE, COHN, BULGARELLI; KOCH; FINKEL, 2003, p.497). Uma destas

evoluções é o CLP de segurança (ou Safy PLC), desenvolvidos para atender ao “conceito de

falha segura e alta integridade” (Carvalho, 2009, p. 1), tornado assim o equipamento mais

confiável para atuar no Sistema Instrumentado de Segurança (SIS).

Devido as suas características de processo e aos produtos perigosos que manipula

(produtos tóxicos, explosivos e inflamáveis), a indústria do petróleo busca excelência em

segurança. Esta busca necessita “não só atender às normas técnicas, como também aos

requisitos legais, de forma a proporcionar plena performance com segurança para as unidades

industriais e trabalhadores”( RANGEL JÚNIOR, 2003, p. 1). O uso de Camadas de Proteção

é uma técnica que usa PLC de segurança e SDCD como parte do sistema de segurança de

instalações industriais (CONTEC SC-10, 2008).

A evolução das tecnologias gera oportunidades de melhorias em praticamente todos os

processos. Nos sistemas industriais, esta evolução disponibiliza melhorias no controle e na

segurança das plantas. Quando é difícil manter uma tecnologia dita ultrapassada, quer seja

pela falta de equipamentos para reposição, quer seja pelo alto custo, torna-se viável a

modernização de plantas e do sistema de automação. O desafio é executar esta modernização

nos prazos e custos que as empresas e o mercado oferecem sem comprometer a qualidade e a

segurança do sistema. Para isso podem ser aplicados ou até mesmo desenvolvidos métodos

que auxiliam e norteiam as etapas da modernização, facilitando os trabalhos e melhorando a

qualidade final na segurança e no controle.

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1.1.1 Delimitação do tema

A reestruturação do sistema de automação de uma refinaria, além de modernizar,

diminui custos de manutenção e aumenta a confiabilidade e segurança da planta. É preciso

dispor de estratégia para atender aos prazos, custos e qualidade estabelecidos.

Este trabalho refere-se aos métodos e etapas utilizados pela equipe de automação da

Refinaria Presidente Getúlio Vargas, REPAR, para a substituição do SDCD e a instalação de

CLP de segurança nas suas plantas de processo. Pretende-se apenas apresentar o trabalho

executado como uma solução para os problemas de retrofitting de sistemas de automação de

grande porte no que se diz respeito a prazos e qualidade do serviço.

1.2 PROBLEMA E PREMISSAS

Sistemas de automação de grande porte que estão há muito tempo em funcionamento

contam com uma mínima possibilidade de erro de montagem. Além disso, são sistemas que

tanto os técnicos quanto os operadores já conhecem devido ao tempo de contato (experiência)

e às vezes de treinamentos específicos. Quando se muda o sistema, a possibilidade de erro na

montagem é muito maior do que no antigo em funcionamento, pois este foi sendo corrigido ao

longo dos anos. O contato com uma tecnologia nova requer treinamentos para suprir a falta de

experiência, entretanto, apenas o estudo não é suficiente para que se tenha segurança que se

tinha antes.

Outro problema na substituição de sistemas de automação de grande porte é o prazo

disponível para a realização dos trabalhos. Tanto as empresas quanto o mercado não dispõem

de meses parados ou desabastecidos. Todo trabalho que puder ser executado antes que se

parem os processos industriais (plantas) é um ganho de tempo. É preciso determinar o que só

pode ser feito com as plantas paradas, todo o restante tem que ser executado numa etapa de

pré-parada ou o sucesso do retrofitting é comprometido.

Garantir que o sistema novo terá no mínimo a confiabilidade do antigo é premissa de

segurança nos sistemas de automação de refinarias de petróleo. Não basta montar

corretamente, é preciso garantir que o projeto respeite aspectos de segurança como

redundância de sistemas importantes, confiabilidade dos equipamentos implantados e

simplicidade. Aspectos também importantes são o suporte do fabricante, equipe competente e

disciplina.

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Os testes do sistema são fundamentais na busca da excelência. Quando se testa uma

determinada parte do sistema, além de garantir que muitos aspectos estão funcionando

conforme o desejado, se adquire um pouco de experiência no novo equipamento. Determinar

quais testes são necessários e quais pessoas participarão é importante e refletirá ao longo dos

trabalhos.

1.3 OBJETIVOS

1.3.1 Objetivo geral

Descrever as etapas para a execução de uma reestruturação de um sistema de

automação de grande porte em uma refinaria de petróleo.

1.3.2 Objetivo específico

• Caracterizar o sistema de automação da Refinaria Presidente Getúlio Vargas (REPAR);

• Apresentar a disposição dos instrumentos e suas ligações com o SDCD da REPAR;

• Descrever a substituição do SDCD no prazo disponível e atendendo a meta de não haver

falhas;

• Descrever a substituição dos painéis de relé por um CLP de segurança no prazo

disponível e atendendo a meta de não haver falhas.

1.4 JUSTIFICATIVA

A evolução tecnológica dos sistemas de automação oferece mais ferramentas que

facilitam a operação e manutenção, oferece equipamentos mais robustos e confiáveis,

funcionalidades que antes eram necessidades e também diminuem os custos com aquisições

de sobressalentes e manutenção.

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Para manterem-se competitivas no mercado, as indústrias de grande porte usam diversas

ferramentas de otimização de produção. Os sistemas de automação são parte fundamental

destas ferramentas. Um sistema de automação bem projetado, que ofereça custo aceitável,

confiabilidade e flexibilidade, é importante para o bom desempenho das operações industriais.

Modernizar os sistemas de automação de uma refinaria de petróleo requer cuidados

especiais, uma vez que estas manipulam produtos perigos. Entretanto, isso não pode ser

proibitivo. É necessário desenvolver métodos para tornar possível esta modernização.

O desafio de substituir um SDCD com mais de cinco mil pontos físicos de entrada/saída

e mais de sete mil pontos de comunicação, e de substituir o Sistema Instrumentado de

Segurança baseado em relés por CLPs de segurança, é a motivação deste trabalho.

1.5 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

Este trabalho é de natureza aplicada, pois existe um objetivo prático específico, a

substituição dos sistemas de automação de uma refinaria de grande porte atendendo a prazo,

confiabilidade e segurança do sistema.

O objetivo maior deste trabalho é classificado como explicativo, pois se trata do registro

de fatos ocorridos para atender ao objetivo aqui explorado.

O objeto de estudo e suas técnicas de apreensão são classificadas como experimental,

pois são baseados em eventos estudados e experiências foram realizadas para se chegar e se

verificar os resultados.

1.6 ESTRUTURA DO TRABALHO

Este trabalho compõe-se de 6 (seis) partes, com 5 (cinco) capítulos, sendo;

• Parte 1 – Capítulo introdutório: Capítulo 1;

• Parte 2 – Fundamentação teórica: Capítulo 2;

• Parte 3 – Sistema pré-retrofitting: Capítulo 3;

• Parte 4 – Substituição do sistema de automação da REPAR: Capítulo 4;

• Parte 5 – Conclusões: Capítulo 5;

• Parte 6 – Referências.

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O Capítulo 1 estabeleceu o tema, apresentou os problemas e justificativas para sua

execução, descreveu o objetivo e introduziu as fases do trabalho.

O Capítulo 2 traz a fundamentação teórica, apresentando os conceitos de processos

industriais de uma refinaria de petróleo, descrevendo brevemente sistemas de automação

como o SDCD, o Sistema Instrumentado de Segurança e a instrumentação industrial.

O Capítulo 3 demonstra como era o sistema de automação da REPAR que antecedeu

este trabalho.

No Capítulo 4 são descritas todas as etapas realizadas para a substituição do sistema de

automação da REPAR, apresentando os tópicos mais relevantes deste trabalho.

O Capítulo 5 conclui este trabalho, seguido das referências bibliográficas utilizadas para

a fundamentação teórica do mesmo.

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2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Este capítulo apresenta uma descrição dos processos mais importantes numa industria

de petróleo e dois exemplos de sistemas de automação utilizados nestas plantas, o Sistema

Digital de Controle Distribuído (SDCD) e o Sistema Instrumentado de Segurança (SIS).

2.1 PROCESSO DE DESTILAÇÃO

O petróleo é a principal fonte de energia da humanidade, seu uso remota a 4000 a.C. Na

antiguidade, o petróleo era usado na forma natura, o petróleo cru, para fins de pavimentação

de estradas, calefação, iluminação e até fins bélicos (wikipedia).

A destilação é um antigo método de separação que usa os diferentes pontos de ebulição

dos produtos. Quando aquecida, a mistura evapora e, resfriando este vapor em diferentes

temperaturas, tem-se os diferentes produtos separados (wikipedia).

O petróleo é composto basicamente de moléculas de hidrocarbonetos, compostas de

hidrogênio e carbono. Quanto menor for a molécula, mais leve é o derivado de petróleo. O gás

de petróleo possui de um a quatro átomos de carbono; a nafta de cinco a nove; a gasolina de

cinco a doze; o querosene de dez a dezoito; o gasóleo doze ou mais; óleo lubrificante de vinte

a cinquenta; óleo combustível de vinte a setenta; por fim, os resíduos como o asfalto e as

ceras possuem mais de setenta átomos de carbono (FREUDENRICH, 2010, p. 1).

O processo de destilação do petróleo consiste em aquecê-lo e assim separar estas

diferentes moléculas. A destilação industrial de petróleo é basicamente realizada em grandes

colunas de destilação verticais, as torres de destilação. O petróleo é bombeado de maneira

contínua, aquecido, seus vapores sobem pela torre de destilação e vão sendo fracionados

(separados) conforme o tamanho da sua molécula (DESTILAÇÃO..., 2001, p.1). No nível de

menor cota da torre são retirados os produtos pesados, como o óleo combustível. No nível de

maior cota são retirados os mais leves, como o gás de petróleo. Ao longo da torre são

retirados os produtos intermediários.

A figura 1 mostra um exemplo de torre de destilação, onde o produto entra numa certa

altura da torre e os produtos leves, aquecidos, sobem. Os produtos pesados, mesmo aquecidos,

descem e são reaquecidos num trocador de calor, na figura 1 apresentado como refervedor.

Este refervedor serve para aquecer um pouco mais os produtos do fundo da torre, fazendo

evaporar produtos leves que foram arrastados junto com os produtos pesados.

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FIGURA 1 – EXEMPLO DE TORRE DE DESTILAÇÃO

FONTE: Adaptado de Destilação... (2001, p. 164)

Para aquecer o petróleo são necessários fornos com capacidade suficiente para realizar o

processo de destilação. Estes equipamentos utilizam, geralmente, os próprios produtos

retirados da torre de destilação para gerar o calor através da queima (DESTILAÇÃO..., 2001,

p.4).

Uma maneira de otimizar o balanço térmico da destilação é utilizar equipamentos

trocadores de calor, os permutadores. Quando um produto é retirado da torre de destilação,

este deve ser resfriado para condensar e ser utilizado como produto final ou processado em

outra parte do processo. Ao passar com este produto aquecido em uma entrada do permutador,

e com o petróleo frio na outra entrada, estes trocam calor, resfriando o produto (temperatura

2) e aquecendo o petróleo (temperatura 1), conforme a figura 2. Este procedimento é repetido

diversas vezes ao longo do processo de destilação, de modo que se gaste o mínimo de energia

possível no processo (DESTILAÇÃO..., 2001, p.110).

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FIGURA 2 – EXEMPLO DE TROCADOR DE CALOR

FONTE: Autoria própria

Um importante equipamento da destilação industrial de petróleo é a dessalgadora. Este

equipamento é utilizado para retirar a água, os sais e os sedimentos contidos no petróleo antes

que este vá para as torres de resfriamento (DESTILAÇÃO..., 2001, p.2).

Em geral, as plantas industriais de grande porte possuem vários equipamentos que

auxiliam na otimização do processo. Todo este complexo de torres, fornos, dessalgadoras,

permutadores e outros equipamentos trabalham com produtos altamente perigosos, que podem

ser tóxicos, inflamáveis ou explosivos. O controle de processos com estas características pode

ser facilitado com o uso de sistemas de automação, pois estes sistemas têm por característica a

redução da mão-de-obra, aumento da eficiência operacional das instalações e redução do

custo operacional do equipamento (FUNDAMENTOS..., 1999, p. 6).

2.2 PROCESSO DE CRAQUEAMENTO CATALÍTICO

O processo de craqueamento catalítico separa as diversas moléculas (tamanhos

diferentes) do petróleo, classificando assim os produtos derivados. Na segunda guerra

mundial, a demanda por nafta e borracha artificial levou os paises aliados a desenvolverem

uma técnica para literalmente quebrar as moléculas mais pesadas de hidrocarboneto. Esta

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técnica consiste em usar catalisadores1, na época da segunda guerra eram à base de alumina e

hoje de óxido de alumínio e sílica ou então zeólita (wikipedia).

O catalisador é superaquecido (geralmente entre 665 e 760°C) e seu vapor catalisa as

reações de craqueamento (vem do termo inglês cracking, quebra, divisão), dividindo as

moléculas de óleos pesados e gerando produtos leves como gás de petróleo, nafta e óleo diesel

(wikipedia).

O processo de craqueamento catalítico é muito utilizado em todo o mundo devido a

grande demanda de produtos como gasolina e gás de petróleo, produtos que não poderiam ser

adquiridos só da destilação caso a exploração do petróleo não aumentasse consideravelmente

(wikipedia).

Para a reação do catalisador com os produtos pesados do petróleo, é utilizada uma serie

de equipamentos denominados Conjunto Conversor, apresentado na figura 3. O Riser é uma

tubulação vertical, localizada na lateral do Conjunto Conversor, onde a carga aquecida e o

catalisador regenerado se encontram, ocorrendo o craqueamento (ROGAL; MENDONÇA,

2005, p. 16). O Vaso Separador, ou reator, fica na parte superior do Conjunto Conversor, é

nele que se separa o hidrocarboneto craqueado do catalisador (ROGAL; MENDONÇA, 2005,

p. 17).

Na parte inferior do Conjunto Conversor fica o Regenerador, cuja função é recuperar o

catalisador utilizado no Riser e separado no Vaso Separador para que seja reutilizado. Esta

regeneração se dá com a combustão de produtos agregados ao catalisador, o calor resultante

desta queima é conduzido para o Riser, otimizando o balanço térmico do processo (ROGAL;

MENDONÇA, 2005, p. 17). A figura 3 mostra um exemplo do Conjunto Conversor.

1 Substância que acelera uma reação química

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FIGURA 3 – EXEMPLO DE CONJUNTO CONVERSOR

FONTE: Adaptado de Rogal e Mendonça (2005, p. 14)

O processo de grande porte em altas temperaturas e pressões consideráveis, e com

produtos altamente inflamáveis e tóxicos, precisa de controles adequados para tornar segura a

operação destas plantas. Os sistemas de automação e controle auxiliam os operadores e

engenheiros na condução segura destes processos. Operar unidades de craqueamento

catalítico com sistemas automáticos possibilita maior confiabilidade e produtividade,

ajudando no abastecimento de derivados de petróleo essenciais no cenário atual.

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2.3 PROCESSO DE DESASFALTAÇÃO

Parte dos produtos pesados retirada das torres de destilação é processada nas unidades

de craqueamento catalítico. Entretanto, uma parte excessivamente pesada não pode ser

utilizada nestas plantas. Estes produtos muito pesados são em geral processados nas unidades

de desasfaltação ou unidades de coque.

A desasfaltação processa os produtos pesados, gerando resíduo asfáltico e frações mais

leves incorporadas ao gasóleo de vácuo (MOURA, 2008, p. 2). Uma das principais utilidades

dos óleos desasfaltados é a manufatura de lubrificantes, alem disso, vem crescendo a sua

utilização como componente da carga para unidades de Craqueamento Catalítico

(DESASFALTAÇÃO..., 2008, p.3).

O principal equipamento do processo de desasfaltação é a torre de extração. Na

desasfaltação a propano, processo utilizado na REPAR, o solvente a base de propano é posto

em contato com o produto pesado, geralmente resíduo da destilação à vácuo. A relação de

solvente por resíduo de vácuo e a temperatura interna das torres de extração são a chave para

qualidade do produto final (DESASFALTAÇÃO..., 2008, p.7).

Mais denso, o resíduo de vácuo desce pela torre e vai entrando em contato com o

solvente. Dessa reação, o óleo desasfaltado é extraído e, por ser menos denso, é extraído no

topo da torre, junto com o solvente. Este produto vai para um sistema que separa o óleo

desasfaltado do solvente, este solvente recuperado é tratado para reutilização. O resíduo

asfáltico, juntamente com o óleo não extraído e com uma parte do solvente, se acumulam no

fundo da torre extratora. Esse produto vai para um outro sistema de recuperação de solvente,

para separá-lo do resíduo asfáltico (produto pesado do fundo da torre)

(DESASFALTAÇÃO..., 2008, p.7 e p. 8).

O sistema de separação de solvente é composto de evaporadores. Nestes equipamentos,

a solução de solvente e óleo desasfaltado é aquecida por vapor de baixa pressão, o solvente

então evapora e é retirado no topo dos evaporadores. O óleo desasfaltado é decantado em

vasos decantadores na saída dos evaporadores e então tratado para ser comercializado

(DESASFALTAÇÃO..., 2008, p.20).

Para a separação do solvente com o resíduo asfáltico é necessária a utilização de fornos

para aquecer o produto. Depois de aquecido, o produto é processado em torres evaporadoras,

onde grande parte do solvente é recuperada na entrada destas torres. O resíduo asfáltico, ainda

com uma pequena quantidade de solvente, é então processado numa torre retificadora. Com

injeção de vapor, o restante do solvente é recuperado e o resíduo asfáltico é tratado para ser

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então processado, geralmente na queima como combustíveis em fornos

(DESASFALTAÇÃO..., 2008, p.26).

2.4 INSTRUMENTAÇÃO

Os diversos processos industriais exigem controles precisos para a melhor geração dos

produtos finais (BEGA; DELMÉE, COHN, BULGARELLI; KOCH; FINKEL, 2003, p. 1).

Os instrumentos, em suas diversas funções, possibilitam este controle.

Um clássico exemplo no entendimento da instrumentação é o do chuveiro, no banho é

controlada a vazão de água para que a temperatura seja a desejada. Neste exemplo, a válvula

de controle de vazão da água, a mão que a manipula e a sensibilidade à temperatura são

exemplos de ‘instrumentos’ para o controle do banho.

A classificação dos instrumentos se divide em função e pelo tipo de sinal transmitido.

Em geral, existem sete funções básicas dos instrumentos (INSTRUMENTAÇÃO, 1999, p. 6):

- Detector ou sensor: no exemplo do chuveiro, seria a capacidade de sentir determinada

grandeza física, direta ou indiretamente. Os sensores são desenvolvidos para detectar as

alterações nas variáveis do processo, tornando possível a aquisição de dados que serão

utilizados nas lógicas de controle.

- Transmissor: é o instrumento que recebe o sinal do sensor, converte em um padrão pré-

estabelecido, e envia a um receptor, seja outro instrumento, um SDCD ou um CLP. Este sinal

será mais detalhado adiante.

- Indicador: antes da larga utilização de sistemas de automação como o SDCD e o CLP,

os indicadores eram importantes para que os operadores e engenheiros pudessem saber os

valores das variáveis de processo, são a interface homem máquina (IHM). Os indicadores são

instrumentos que podem estar embutidos nos transmissores ou receberem o sinal destes, ou

então diretamente ligados aos sensores. Em geral, eles convertem os sinais transmitidos em

unidades de engenharia, quer seja em forma de caracteres (indicadores digitais, por exemplo)

ou escalas. Os termômetros domésticos são bons exemplos de indicadores, os termômetros a

mercúrio são exemplos de indicadores interligados aos sensores (no caso, a expansão do

mercúrio) e indicam em escala de °C (ou outra escala), já os digitais, recebem o sinal do

sensor e converte em caracteres para indicar a temperatura também em °C (ou outra escala).

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- Registrador: também um instrumento que vem perdendo a importância com a

implantação de SDCDs e CLPs. Estes instrumentos recebem sinais dos transmissores e

integram um registro no tempo. Os primeiros registradores possuíam penas com tintas, eram

sensíveis aos sinais provindos dos transmissores. Estas penas marcavam graficamente um

papel (rolo) que ia passando compassadamente ao longo do tempo, registrando cada instante

da variável. Mais tarde, registradores digitais foram desenvolvidos, estes instrumentos

registravam os valores das variáveis em memórias, que mais tarde eram mostradas em IHMs

ou em computadores.

- Conversor: basicamente, este instrumento recebe a informação em um tipo de sinal,

converte em outro proporcional ao primeiro e a retransmite. Ele é útil para interligar sistemas

com tipos de transmissão diferentes, como sinais pneumáticos e elétricos, por exemplo.

- Controlador: é um instrumento que tem que ser ajustado para um determinado valor

desejado, então se houver diferença entre este valor desejado e o valor medido, o controlador

emite sinal de correção, buscando que estes valores sejam iguais. Atualmente, lógicas

computacionais dos SDCDs e CLPs podem fazer o papel dos controladores, emitindo o sinal

de correção diretamente sem a necessidade do instrumento físico.

- Elemento final de controle: é o instrumento que atua diretamente no processo para

modificá-lo, no exemplo do chuveiro, seria a válvula de controle de vazão de água.

A figura 4 mostra uma malha de controle com diversos instrumentos. O formato de cada

identificação dos instrumentos (TAG) traz primeiro uma letra indicando a variável de

processo, no caso do FT-2201, ‘F’ de vazão (flow em inglês). A segunda letra representando a

função (‘T’ de transmitter em inglês). Em seguida vem a área onde o instrumento está

localizado, neste caso na área ‘22’. Para concluir a identificação, um número sequencial para

distinguir os instrumentos daquela área, ‘01’ indica que ele é o primeiro transmissor de vazão

da área ‘22’.

A malha apresentada na figura 4 faz a leitura da vazão através do FT-2201, este envia o

sinal para o indicador (FI-2201), onde o operador pode visualizar a vazão instantânea, envia

também para o registrador (FR-2201), onde o operador pode visualizar a evolução da vazão

ao longo do tempo. Por fim, o transmissor envia também o sinal para o controlador (FC-

2201), onde o operador insere o valor desejado de vazão, o controlador compara se o sinal

recebido do controlar é diferente do desejado e então envia um sinal de correção para o

conversor (FY-2201), que converte o sinal de corrente elétrica em sinal pneumático (I/P) e

então a válvula (FV-2201) controla a vazão, corrigindo para o valor desejado.

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FIGURA 4 - EXEMPLO DE INSTRUMENTOS E SUAS FUNÇÕES

FONTE: Adaptado de Instrumentação (1999, p. 5)

Já a classificação quanto ao tipo de sinal de transmissão se divide em cinco principais

(INSTRUMENTAÇÃO, p. 6):

- Pneumático: utiliza gás comprimido. O sinal transmitido é dado pela variação da

pressão deste gás. Tem como vantagem a segurança em locais com atmosfera explosiva, pois

não causa centelhamento e evita a ignição de gases. As desvantagens são a dificuldade de

montagem e manutenção dos tubos que levam o sinal, a necessidade de compressores e

equipamentos para tratar o gás (filtros, desumidificadores, etc.), não podem ser ligados a

grandes distâncias para que a queda de pressão não prejudique o valor do sinal e os

vazamentos são difíceis de serem percebidos.

- Hidráulico: similar com o pneumático, usa óleos hidráulicos em lugar de gás. Como

vantagem, podem gerar grandes forças e possuem resposta rápida. As desvantagens são

parecidas com os sinais pneumáticos.

- Elétrico: são utilizados sinais de corrente ou tensão (diferença de potencial) elétrica.

Para transmissão em percursos curtos, o sinal de tensão pode ser utilizado sem que haja perda

de sinal. Entretanto, para percursos longos, a resistência do cabo pode causar perda, sendo

mais utilizado então o sinal de corrente elétrica. As vantagens são a fácil interligação destes

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sinais com computadores, utilizam o próprio meio de alimentação (fios condutores elétricos)

para transmitir o sinal e permitem a transmissão em longas distancias. Como desvantagem,

exige cuidados especiais na instalação em atmosferas explosivas e proteção contra ruídos

elétricos.

- Digital: utilizam protocolos de comunicação para enviar mensagens contendo

informações das variáveis. Como vantagem, são mais robustos contra ruídos elétricos e

podem fornecer diagnósticos de falha. Como desvantagem, a incompatibilidade de protocolos

de fabricantes diferentes requer cuidados na montagem dos instrumentos.

- Rádio: utiliza ondas de rádio para enviar pacotes de sinais. Como vantagem, podem ser

utilizados em equipamentos em movimento e em locais remotos. A desvantagem fica por

conta do custo e possíveis interferências no sinal.

2.5 SISTEMA DIGITAL DE CONTROLE DISTRIBUÍDO

No final da década de 1970, a empresa Honeywell apresentou um estudo sobre a rotina

das salas de controle centralizadas (ou centro integrado de controle, CIC). Baseado neste

estudo, buscou-se definir uma maneira mais eficiente de fazer a interação da informação entre

o homem e a máquina. A principal recomendação do estudo foi que o operador precisava

acessar todas as informações necessárias para o controle a partir de um local específico de

trabalho, sentado (BEGA; DELMÉE, COHN, BULGARELLI; KOCH; FINKEL, 2003, p. 498

e 499).

Para atender as necessidades observadas nos estudos da Honeywell, foi desenvolvido

um sistema para substituir os controladores analógicos nas plantas industriais e que fornecesse

as informações necessárias para que os operadores pudessem operar a planta de um posto

específico de trabalho. O Sistema Digital de Controle Distribuído, SDCD, foi uma solução

desenvolvida para este fim (BEGA; DELMÉE, COHN, BULGARELLI; KOCH; FINKEL,

2003, p. 497).

O SDCD é constituído de três elementos básicos: os equipamentos de interface com o

processo, a interface com o operador (IHM) e os barramentos que interligam estas interfaces

(BEGA; DELMÉE, COHN, BULGARELLI; KOCH; FINKEL, 2003, p. 497).

A interface com o processo possui características de distribuição de processamento,

reduzindo o uso de computadores centralizados, “reduzindo assim o risco de falha do sistema

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como um todo” (SCHEUER, 2004, p. 36). A ideia é criar ‘ilhas’ computacionais que

controlam parte da planta, com controladores, configuração de controle e lógica e cartões de

entrada/saída que interagem com a planta. Cada um destes sistemas distribuídos é interligado,

através dos barramentos de comunicação, aos outros sistemas computacionais e as interfaces

com o operador.

Uma característica importante disponível pelo SDCD é que, caso haja falha no

barramento de comunicação ou em um determinado sistema computacional, a planta continue

operando com o menor prejuízo possível. Esta característica é possível quando o projeto de

implantação for cuidadoso ao alocar os equipamentos, pois se um processo estiver em dois

sistemas computacionais diferentes, qualquer um que falhe irá possivelmente parar este

processo.

A interface com o operador tem a capacidade de receber os dados de todo o SDCD,

desde que o projeto conceba a comunicação desta IHM com a interface com o processo. Ela

passou por evoluções ao longo dos anos, no início eram utilizadas interfaces via tubos de raios

catódicos (saída de informações) e teclados (entrada de informações), mais tarde, com a

evolução dos computadores e com o conceito de janelas (windows), a IHM dos SDCDs

incorporou mouses e melhorou a interação com o sistema (BEGA; DELMÉE, COHN,

BULGARELLI; KOCH; FINKEL, 2003, p. 499 e 500).

Os primeiros SDCDs utilizavam protocolos de comunicação proprietários, sendo difícil

a interação com equipamentos de outros fabricantes. Como evolução, os SDCDs disponíveis

atualmente oferecem, além dos protocolos proprietários, possibilidade de comunicação com

outros equipamentos através de protocolos abertos (BEGA; DELMÉE, COHN,

BULGARELLI; KOCH; FINKEL, 2003, p. 513), como os que utilizam padrão Ethernet.

Inicialmente desenvolvidos para o controle em grandes plantas industriais, os SDCDs

foram flexibilizados de modo que pudessem ser aplicados em plantas de médio e pequeno

portes (SCHEUER, 2004, p. 36), onde o controle com CLPs seja de difícil configuração.

2.6 SISTEMA INSTRUMENTADO DE SEGURANÇA

Os Sistemas Instrumentados de Segurança (SIS) são responsáveis pela segurança

operacional de equipamentos e unidades operacionais. Eles são projetados para, em caso de

emergência, parar unidades ou equipamentos com segurança ou então evitar que condições

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operacionais inseguras ocorram (BEGA; DELMÉE, COHN, BULGARELLI; KOCH;

FINKEL, 2003, p. 525), evitando danos às pessoas, meio ambiente e equipamentos.

As lições aprendidas de acidentes reais, alvo de estudos, auxilia na constante evolução

do SIS. Equipamentos destruídos, danos ao meio ambiente e até vidas humanas foram vitimas

de acidentes que poderiam ser evitados ou minimizados caso houvesse um SIS ou que esse

fosse bem projetado.

No inicio, os primeiros SIS tratavam de redundância em instrumentos importantes nas

áreas nuclear e aeroespacial. O conceito logo foi incorporado a diversas áreas, como a

indústria petroquímica, indústria naval, dentre outras (BEGA; DELMÉE, COHN,

BULGARELLI; KOCH; FINKEL, 2003, p. 526).

Atualmente, muitos governos e instituições privadas possuem normas que regem o SIS.

Em geral, o conceito de camadas de segurança está incorporado em grande parte destas

normas. Trata-se de um “modelo físico semelhante às camadas de uma cebola” (BEGA;

DELMÉE, COHN, BULGARELLI; KOCH; FINKEL, 2003, p. 526). O centro ou camada

central é o risco, a situação perigosa que pode gerar um acidente. A primeira camada de

proteção é o próprio controle do processo, afinal, se a planta opera em condições de projeto, o

risco de acidentes é minimizado. A próxima camada de proteção é a ação operacional, pois

caso o processo saia de controle, o operador pode, manualmente, conduzi-lo a condições de

segurança.

A terceira camada de proteção é o SIS. Caso o controle e a ação do operador não

garantam as condições seguras de operação, o SIS é acionado, comandando instrumentos de

forma que o processo volte a operar em segurança ou que pare de forma segura (BEGA;

DELMÉE, COHN, BULGARELLI; KOCH; FINKEL, 2003, p. 526). Para falhas no SIS,

ainda é possível uma outra camada de segurança, como válvulas de segurança (PSV) que, em

pressões elevadas, atuem aliviando a pressão, ou tochas para incinerar produtos. Uma quinta

camada ainda é possível como forma mitigadora, ou seja, que abrande o acidente, como

diques de contenção. Caso esta quinta camada não seja suficiente, uma camada de segurança

deve tratar da evacuação da área, com abandono ordenado da comunidade atingida.

A figura 5 mostra o conceito de camadas de segurança.

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FIGURA 5 – CONCEITO DE CAMADAS DE SEGURANÇA

FONTE: Autoria própria

O SIS é composto de malhas de segurança, estas malhas possuem instrumentos

chamados iniciadores da lógica. São geralmente transmissores ou conjunto de dispositivos

que fornecem informação sobre o valor das variáveis de processo ao executor da lógica. O

executor da lógica é o componente que processa os estados dos iniciadores e executa a ação

nos atuadores, podem ser CLPs de segurança, painéis de relés ou equipamentos dedicados. Os

atuadores são, principalmente, elementos finais de controle. A figura 6 mostra um exemplo de

uma malha de segurança de um SIS (CONTEC SC-10, 2008, p. 4 e 5).

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FIGURA 6 - EXEMPLO DE MALHA DE SEGURANÇA DO SIS

FONTE: Autoria própria

Quando o nível de segurança exige maior confiabilidade dos componentes de uma

malha do SIS (iniciador, executor da lógica e atuador), é necessário utilizar de conceitos de

redundância (BEGA; DELMÉE, COHN, BULGARELLI; KOCH; FINKEL, 2003, p. 536).

Sistemas redundantes são usados com o conceito de votação, ou seja, casa haja divergência

entre os valores, uma lógica de votação determina a ação a ser tomada.

No exemplo da figura 6, caso o iniciador tivesse tripla redundância, uma lógica de

votação “2 de 3” poderia ser empregada. Neste tipo de votação, para que o executor da lógica

mandasse abrir a válvula de alívio (atuador), seria necessário que dois dos três transmissores

acusasse pressão alta. Este tipo de votação suporta até uma falha espúria, ou seja, se um

iniciador erroneamente acusar pressão alta, o SIS não irá atuar. A votação “2 de 3” também

suporta até uma falha na demanda, ou seja, se a pressão realmente subir a níveis fora de

projeto e um dos iniciadores não acusar, o SIS irá atuar, pois os outros dois iniciadores

acusarão pressão alta.

Pode haver redundância também no atuador, no nosso exemplo, poderiam existir duas

válvulas de alívio em paralelo, caso uma falhasse, a outra iria abrir, aliviando a pressão no

vaso. A redundância no executor da lógica é possível quando o risco é muito grande, os CLPs

de segurança, em geral, são desenvolvidos com redundância e taxas de falhas compatíveis

com a necessidade do SIS (BEGA; DELMÉE, COHN, BULGARELLI; KOCH; FINKEL,

2003, p. 536).

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3 SISTEMA PRÉ-RETROFITTING

Este capítulo descreve como era o sistema de automação da REPAR antes da

substituição do mesmo, apresentando as características mais importantes deste sistema.

3.1 SISTEMA ELETRO-PENUMÁTICO

Até o início da década de 1990, o controle de toda a planta industrial da REPAR era

realizado basicamente de maneira eletro-pneumática. Algumas malhas mais importantes para

a planta eram gerenciadas por um computador de processo.

No Centro Integrado de Controle, o CIC, existiam instrumentos de interface com o

operador que eram ligados através de tubos pneumáticos aos instrumentos no campo. Estas

IHMs tinham a função de indicação e controle.

A dificuldade de operação se dava pelo fato de que, numa emergência, muitos

instrumentos alarmavam ao mesmo tempo e em locais fisicamente diferentes no CIC. Para

atuar no controle da planta, os operadores tinham que se deslocar até cada uma destas IHMs e

intervir com parâmetros corretos e no tempo certo.

Outra dificuldade se dava quando era necessária uma mudança, seja do tipo de controle,

uma ampliação ou uma melhoria. Era necessário uma mudança física no CIC, pedreiros,

caldeireiros, soldadores, eletricistas e instrumentistas eram necessários para a implementação

de qualquer modificação.

A manutenção constante para evitar vazamentos do sistema pneumático era dispendiosa

e também comprometia a confiabilidade da operação. Todos estes fatores, aliados a abertura

de mercado ocorrida no início da década de 1990 levaram a modernização da automação na

REPAR.

3.2 ESTRUTURA DA AUTOMAÇÃO COM O SDCD INFI-90

O SDCD de fabricação da Bailey Controls, o INFI-90, foi instalado na planta industrial

da REPAR em substituição do sistema eletro-pneumático.

No CIC, foram instalados painéis com o SDCD propriamente dito e painéis chamados

de rearranjo, para ligar corretamente os instrumentos do campo ao SDCD. No campo foram

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substituídos os instrumentos eletro-pneumáticos por instrumentos analógicos eletrônicos,

todos com transmissão/recepção de sinal na faixa de 4~20mA. Os instrumentos digitais

permaneceram os mesmos, uma vez que estes já eram acionados eletricamente (115Vcc).

Para facilitar a montagem e manutenção, foram instaladas caixas de passagem (CP) no

campo, aonde vários instrumentos chegam individualmente à CP e desta parte um multicabo

para o armário de rearranjo no CIC, conforme figura 7.

FIGURA 7 - LIGAÇÃO DE INSTRUMENTOS DA ÁREA ATÉ O SD CD

FONTE: Autoria própria

3.3 INSTRUMENTAÇÃO DE CAMPO

Os instrumentos analógicos de campo, conforme citado anteriormente, foram

substituídos por instrumentos eletrônicos com sinal de 4~20mA, já os digitais foram

mantidos. Foi utilizada a padronização da norma ISA para identificação de cada instrumento.

Os instrumentos de indicação no CIC foram cancelados, uma vez que o SDCD contava

com consoles onde todas as indicações estavam disponíveis para o operador nas várias telas

de processo.

A alimentação dos instrumentos analógicos, sejam saídas analógicas (válvulas de

controle, variadores de velocidade, etc.), sejam entradas analógicas (transmissores de pressão,

vazão, temperatura, etc.), era de 24Vcc, um nível suficiente para a transmissão do sinal e que

não trazia risco de choque elétrico, além de ser um nível que estava sendo padronizado para

MULTI-CABO

TT-7901

TT-7902

FT-7901

FT-7902

CP-7901

MULTI-CABO

REARRANJO7912

SDCD ÁREA - 7900

TT-7903

PT-7901

PT-7902

FT-7903

CP-7902

MULTI-CABO

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os instrumentos de controle. A exceção de alimentação dos sinais analógicos se deu apenas

nas indicações de temperatura através de termopares, onde cartões especiais para temperatura

recebiam diretamente o termopar e fazia a leitura do sinal em mV (mili-Volt).

A alimentação dos instrumentos digitais, sejam saídas digitais (solenóides, lâmpadas,

etc.), sejam entradas digitais (botoeiras, contatos de relés e contatores, etc.), foi mantida nos

115Vcc por dois motivos: para diminuir o número de instrumentos que deveriam ser

substituídos na implantação do SDCD e para diminuir o tamanho da fonte de 24Vcc de

alimentação dos instrumentos de campo, pois com a tecnologia da época estas fontes teriam

grandes dimensões.

3.4 CAIXAS DE PASSAGEM

As caixas de passagem foram utilizadas para otimizar a montagem e facilitar a

manutenção depois do sistema entrar em operação. Estas CPs têm duas réguas com vinte

pares de bornes cada. De um lado vinte instrumentos são ligados, do outro um multicabo,

conectado ao painel de rearranjo no CIC, interliga estes instrumentos.

FIGURA 8 - LIGAÇÃO DE INSTRUMENTOS DA ÁREA ATÉ A CA IXA DE PASSAGEM

FONTE: Autoria própria

TT-7901

TT-7902

FT-7901

FT-7902

CP-7901

MULTI-CABO

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A idéia é juntar o máximo possível de instrumentos dispostos geograficamente próximos

e levar seus sinais ao SDCD utilizando o mínimo possível de cabos individuais, diminuindo

mão-de-obra de montagem, volume de cabos e custos.

Para evitar interferência de sinais, mesmo que os instrumentos discretos sejam

alimentados em Vcc, houve uma separação de CPs em analógicas e digitais.

3.5 ARMÁRIOS DE REARRANJO

Os armários de rearranjo fazem a ligação das CPs com o SDCD. Numa determinada CP

podem haver sinais de entra e de saída, mas no SDCD existem apenas cartões ou de entrada

ou de saída. Um outro problema com as CPs é que nesta podem estar instrumentos de partes

diferentes de sub-processos, mas no SDCD cada sub-processo é disposto isolado fisicamente

para que um eventual problema de hardware não afete várias áreas do processo como um

todo.

Para organizar a ligação entre o SDCD e as CPs foi definido que no armário de rearranjo

teriam duas réguas de borne. A primeira régua, determinada de régua “A”, seria espelho da

CP, desta forma cada multicabo (de cada CP) tem uma régua de vinte bornes numa régua “A”

em determinado armário de rearranjo.

A segunda régua, determinada de régua “B”, seria espelho do cartão do SDCD, desta

forma cada cartão do SDCD tem uma régua “B” com um número de bornes igual ao número

de ligações de cada cartão.

O maior trabalho da montagem seria ligar a régua “A” a régua “B”, pois nesta ligação é

que está o único emaranhamento de todo o percurso do sinal desde o instrumento até o SDCD.

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31

FIGURA 9 - LIGAÇÃO DO ARMÁRIO DE REARRANJO

FONTE: Autoria própria

3.6 SDCD INFI-90

O SDCD INFI-90 é um sistema de controle e gerenciamento de plantas industriais de

médio a grande porte. Devido a flexibilidade do seu hardware pode, mesmo que inviável

financeiramente em relação aos CLPs, ser instalado em aplicações de pequeno porte.

3.6.1 INFI-NET .

O INFI-90 possui uma rede de controle denominada INFI-NET. Trata-se de uma rede

em anel repetidor ativo, redundante, unidirecional, podendo operar entre 2 e 10MHz, com os

principais meios físicos o par trançado, coaxial e fibra ótica (FECHINGHAUS; LOPES, 2009,

p. 43).

A topologia desta rede contém um anel central e pode ser composto de até 249 anéis

orbitais. O anel principal, no jargão deste SDCD tratado como loop, deve obrigatoriamente

MULTI-CABO

REARRANJO7912

SDCD ÁREA - 7900CP-7901

MULTI-CABO

CP-7901

MULTI-CABO

RÉGUA "A"

RÉGUA "A"

EN

T. A

NA

LOG

ICA

SA

Í. AN

ALO

GIC

AS

AÍ. D

IGIT

AL

MULTI-CABO

MULTI-CABO

RÉGUA "B"

RÉGUA "B"

RÉGUA "B"

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32

ser endereçado como loop 1. Os demais loops, conectados diretamente ou não ao loop 1, tem

seus endereços incrementados a partir do endereço 2.

Nesta rede não existe mestre ou token, cada nó controla suas mensagens de interesse.

Existe um cabeçalho na mensagem que endereça a mensagem, cada nó recebe

sequencialmente esta mensagem e verifica sua integridade e destino, caso esteja corrompida,

o nó de origem é avisado para que seja retransmitida. Caso o destino não seja o nó que está

verificando a mensagem, esta é passada adiante. Este ciclo segue até que a mensagem chegue

corretamente ao destino.

Para evitar um tráfego maior na rede, algumas regras são respeitadas. Primeira, os

valores de variáveis analógicas são enviados apenas quando ocorre uma mudança

significativa, este valor é configurável e normalmente fica em 2% da faixa de medição do

instrumento. A segunda regra é o tempo mínimo, ou seja, mesmo que haja uma mudança

significativa somente após este tempo que uma nova mensagem enviará este valor na rede,

geralmente configurado em 1 segundo. A terceira regra é o tempo máximo, para evitar que

um valor fique estático, mesmo sem uma mudança significativa no valor, num intervalo

geralmente ajustado para 60 segundos o valor é enviado na rede, desta forma é possível

determinar varáveis ‘congeladas’.

Quando um dos meios de transmissão é interrompido entre dois nós, a comunicação é

ativada pelo meio redundante e um alarme é acionado no sistema para que seja feita a

manutenção. A figura abaixo mostra um exemplo de uma rede INFI-NET.

FIGURA 10 - UM EXEMPLO DE REDE INFI-NET

FONTE: Autoria própria

LOOP 1

LOOP 2

LOOP 3LOOP 4

LOOP 5

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3.6.2 Unidade de Controle de Processo

A Unidade de Controle de Processo, PCU (Process Control Unit), é uma célula de

controle do SDCD INFI-90. É a PCU que, distribuída ao longo da rede, faz o controle da

unidade. Cada PCU possui cartões redundantes de comunicação com a INFI-NET, possui no

mínimo um controlador e pode ou não possuir cartões de entrada e saída (analógica ou

digital). A figura 11 mostra um exemplo de uma PCU.

FIGURA 11 - UM EXEMPLO DE PCU

FONTE: Autoria própria

Cada controlador da PCU, caso redundante, tem o mesmo endereço nos dois cartões,

começando no endereço 2 e sempre aos pares, conforme a figura 11. Mesmo que um

controlador não tenha redundância, seu endereço sempre será par, pois o número ímpar

seguinte é reservado para uma possível redundância futura.

Nos controladores de uma PCU está o programa desenvolvido para o controle da planta.

O projeto da REPAR dividiu as PCUs de modo que, numa eventual falha da INFI-NET, a

PCU tenha os dados suficientes para operar aquela parte do processo de maneira autônoma.

Assim, uma PCU que controla, por exemplo, uma torre de destilação, possui nos seus cartões

de entradas e saídas (analógicas e digitais) todos os instrumentos desta torre, bem como a

lógica de controle e parâmetros seguros de operação.

Em suma, cada PCU controla uma parte do processo. O conjunto de PCUs ligadas na

INFI-NET caracteriza a arquitetura de controle do INFI-90.

LOOP 2

Cartão de comunicação

Cartão de comunicação

Processador 2

Processador 2

Processador 4

Processador 4PCU 15

Ent. Analógica

Saí. Analógica

Ent. Digital

Saí. Digital

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3.6.3 Estação de operação e engenharia

As estações de operação do INFI-90, denominadas OIS (Operator Interface Station) e

OIC (Operator Interface Console), estação de operação mestra e escrava respectivamente, são

a interface do operador com o INFI-90, sua IHM.

São computadores que possuem as telas dos processos e que mostram o valor de cada

variável necessária para a operação da planta. Destas estações é possível operar cada malha de

controle da planta, alem de interagir com alarmes de processo e históricos das variáveis.

O conceito de estação mestra e escrava se dá pela opção, na época da implantação do

SDCD, de redução de custo, pois a estação mestra possui cartões de comunicação com a

INFI-NET e seu computador requer uma configuração de software e hardware mais

avançados. Já a estação escrava possui apenas um terminal remoto da mestra, onde é possível

acessar todos os dados desta, a desvantagem é que caso haja uma falha na mestra, a escrava

também para de funcionar.

As estações de engenharia, ou EWS, do inglês Engineer Work Station, são

computadores ligados a INFI-NET de onde se faz a configuração dos controladores das PCUs.

É nas EWSs que são configurados os programas de controle e de onde se faz o diagnóstico de

problemas do INFI-90. São computadores comuns que se comunicam através da porta serial

com cartões de comunicação da INFI-NET. Possuem programas específicos do INFI-90,

licenciados para execução de configurações.

A figura 12 abaixo mostra um exemplo da arquitetura do INFI-90

FIGURA 12 - UM EXEMPLO ARQUITETURA DO INFI-90

FONTE: Feckinghaus; Lopes (2009, p. 43)

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35

3.7 PAINÉIS DE RELÉ DE SEGURANÇA

O SDCD é uma camada de segurança de uma indústria de petróleo (CONTEC SC-10),

pois mantém a planta operando em valores de pressão e temperatura projetados. Entretanto, se

a planta sair de controle e o sistema do SDCD não conseguir garantir a integridade dos

equipamentos, meio ambiente e pessoas em níveis aceitáveis, um Sistema Instrumentado de

Segurança deve ser acionado para controlar a situação.

Na época que foi implantado, o SIS da REPAR atendia as normas vigentes e usou da

tecnologia disponível. Relés de alta confiabilidade foram usados para implementar a lógica de

segurança. Estes relés, responsáveis por parar a planta com segurança ou trazê-la a um

patamar aceitável de operação, eram certificados para tal função.

Uma desvantagem desde sistema se dá na necessidade de mudança ou ampliação.

Qualquer modificação é literalmente física. Para a mudança de uma lógica é necessário inserir

ou retirar relés e suas ligações com fios. Qualquer manobra nestes painéis está sujeita à falhas

espúrias, pois um mau-contato pode causar uma parada indevida de uma planta.

Em geral, os SIS implementados em lógica com relés tem uma confiabilidade aceitável,

porém não têm flexibilidade a mudanças e são de difícil manutenção.

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4 SUBSTITUIÇÃO DO SISTEMA DE AUTOMAÇÃO DA REPAR

A substituição do sistema de automação foi realizada por mais de um ano. Inicialmente

apenas a equipe de automação da Engenharia trabalhou no projeto, fazendo algumas

definições importantes para o sucesso do trabalho. Mais tarde, a equipe de automação da

Manutenção, que é responsável pela automação existente na refinaria, foi integrada ao projeto,

contribuindo para a execução com excelência e no prazo previsto.

O sistema de automação foi modificado nas plantas de Destilação, Craqueamento

Catalítico e Desasfaltação. Os passos para o desenvolvimento do trabalho são descritos a

seguir.

4.1 SUBSTITUIÇÃO DO SDCD

O primeiro passo para a modernização da automação da REPAR é a substituição do

INFI-90 por um SDCD mais moderno. O INFI-90 foi produzido pela empresa Bailey

Controls, que mais tarde foi adquirida pela ABB Automation and Power Technologies.

O processo de modernização precisava definir qual SDCD iria ser implantado. Os

conhecidos problemas de prazo e qualidade exigem estratégias de interligação e testes de

forma a tornar viável o projeto. Os subitens seguintes descrevem as decisões executadas neste

trabalho.

4.1.1 Definição do novo SDCD

Com a aquisição da Bailey Controls, a ABB incorporou conceitos do INFI-90 e, ao

longo dos anos, desenvolveu e melhorou o seu próprio SDCD, o AC800M.

Naturalmente, substituir um sistema por outro do mesmo fabricante é mais vantajoso,

pois alguns componentes dos dois produtos, o novo e o antigo, são compatíveis

propositalmente. No caso da REPAR, as OISs e OICs aos poucos vinham sendo substituídas

pelo “Process Portal A” (PPA) da ABB, produto que usa um servidor conectado a rede INFI-

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NET e que usa a rede Ethernet para ligar as novas estações de operação (console) ao INFI-90,

conforme a figura 13. Esta substituição se deu pelo fato que os computadores das OISs e OICs

eram dedicados e obsoletos, não sendo mais fabricados, o que dificultava a manutenção do

sistema.

FIGURA 13 - CONSOLES LIGADAS AO PROCESS PORTAL A

FONTE: Autoria própria

O processo de compra do novo SDCD pelo sistema Petrobras que adquiriu o AC800M,

em parte facilitou o trabalho, uma vez que muitas estações de operação já estavam no PPA,

Uma vez definido o SDCD, era preciso projetar sua configuração, quer seja de hardware

ou software. O projeto de hardware observou a disposição do INFI-90 e a distribuição de suas

PCUs.

Algumas melhorias, baseado na experiência anterior, foram propostas, como a separação

de sinais meramente de indicação (monitoração) e sinais de controle. Neste exemplo, a

intervenção no SDCD novo tem duas estratégias diferentes, quando se trata de sinais apenas

de indicação é mais simples, pois não afeta o controle. Quando a intervenção se dá nos sinais

de controle, toda uma análise e contornos operacionais são executados para possibilitar um

trabalho com segurança. Antes, qualquer intervenção, quer seja em sinais de indicação ou

controle, precisava de análise e contornos operacionais complexos, pois estes sinais estavam

na mesma PCU.

Requisitos de redundância de alimentação e processamentos existentes no INFI-90

foram projetados no AC800M de forma a manter a integridade no mínimo no mesmo patamar

do sistema anterior.

Por não usar o conceito de rede em anel redundante, o projeto do AC800M, que usa o

conceito de ‘cliente/servidor’, foi projetado pela REPAR para ter servidores redundantes e

LOOP 2

Cartão de comunicação

Cartão de comunicação

Servidor de conectividade

Swicth

Console

Servidor de conectividade

Console Console

Ethernet

INFI-NET

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redes redundantes. A figura 14 mostra a topologia da rede do AC800M, que faz parte do novo

sistema.

FIGURA 14 - TOPOLOGIA DE REDE DO AC800M

FONTE: Adaptada de Isystems Automation (2007)

4.1.2 Testes de aceitação de fábrica

Os testes de aceitação de fábrica, TAF, são parte do contrato de fornecimento de

equipamentos de média a grande porte para o Sistema Petrobras.

A empresa fornecedora tem um prazo de preparação de um ambiente de testes que se

aproxime o máximo possível da realidade. Neste ambiente, uma equipe formada por técnicos

e engenheiros da Petrobras e da empresa fornecedora executam testes para comprovar que

todos os requisitos de projetos foram atendidos.

Os TAFs do novo SDCD foram divididos em quatro partes. Primeiro foram realizados

os testes de painéis SDCD propriamente dito, onde todo o hardware foi testado na própria

ABB. Existem procedimentos próprios da Petrobras para estes testes. Em geral são

verificados se todos os cartões (controle, comunicação, fonte, entra/saída, redundância, etc.)

estão dispostos conforme o projeto e funcionando conforme especificação. Observa-se

também as ligações, identificações e acabamento dos painéis. Estes testes garantem que,

quando os painéis forem instalados na planta, apresentem o mínimo possível de falhas.

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A outra parte dos testes diz respeito ao software, testados também na ABB. Mais uma

vez existem procedimentos específicos da Petrobras para esta etapa. São testadas as

funcionalidades de todas as malhas de controle, pois como elas foram configuradas

manualmente, uma vez que não existe processo automático comercial para converter a lógica

do INFI-90 em lógica do AC800M, há a possibilidade de falhas nesta configuração.

Nos testes de software foram simulados processos e suas respostas a eventos de

distúrbios na planta. Foi verificada também a correspondência dos eventos e dos sinais dos

instrumentos com seus respectivos sinópticos nas telas das estações de operação.

A terceira parte foi o teste dos painéis de rearranjo novos, que foram construídos por

uma outra empresa. Nestes painéis foram testados as ligações das réguas e o material

utilizado, pois o projeto especificou bornes especiais para garantir a maior durabilidade e

confiabilidade do sistema. Foram verificadas também as identificações, pois estas são

importantes para a montagem e a manutenção do sistema.

A quarta parte foi o teste dos painéis de fonte de alimentação elétrica, montados por um

outro fornecedor. Aspectos como ensaio de isolamento elétrico, ensaio de potência e

fornecimento das fontes, bem como redundância, foram efetuados no fornecedor e corrigidas

falhas apontadas nos testes.

Embora não seja objeto de estudo deste trabalho por já está definido no Sistema

Petrobras e em outras empresas, o TAF representa uma das maiores garantias de sucesso nas

grandes implantações de equipamentos nas refinarias de petróleo e em indústrias como um

todo. Nestes testes de fábrica que a maioria dos problemas é detectada e sanada a um custo

baixo. Um erro detectado depois de implantado o sistema e com a planta em funcionamento

custa muitas vezes mais, pois pode por a planta em risco, pode ter que parar a produção e a

solução depois de tudo instalado pode ser muito dispendiosa.

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4.1.3 Estratégia de interligação dos instrumentos

Periodicamente, a cada quatro ou seis anos, é efetuada uma parada geral de manutenção

nas refinarias da Petrobras. Estas paradas acontecem para executar serviços que só são

possíveis com a planta parada, tais como manutenção no interior de equipamentos e inspeções

para atender a normas brasileiras, como as normas de fornos, vasos de pressão e caldeiras.

É importante citar que o período destas paradas é determinado pela situação da planta,

pelo prazo de inspeção determinado por norma e pelo caminho crítico do planejamento dos

trabalhos de caldeiraria. Embora a automação seja importante, ela não determina este prazo de

parada, tendo assim que se adequar ao tempo que é disponível e também a data que ela ocorre.

Diante do prazo imutável, observou-se que a interligação de mais de cinco mil

instrumentos, trabalho em mais de vinte mil pontos (dois fios por instrumento para

desconectar do SDCD antigo e conectar no SDCD novo), seria o caminho crítico do projeto.

A ideia apresentada foi não trabalhar na ligação que vai do instrumento até o armário de

rearranjo, pois o trabalho no campo seria demorado e inviável dentro do prazo estabelecido.

Como os SDCDs, tanto o antigo quanto o novo, são instalados dentro do CIC (bem como os

armários de rearranjo), foi decidido que seriam instalados novos armários de rearranjo e que

os antigos seriam usados como uma caixa de passagem secundária. A figura 15 mostra como

ficou a ligação dos instrumentas com o novo SDCD.

FIGURA 15 - NOVA LIGAÇÃO DE INSTRUMENTOS DA ÁREA AT É O SDCD NOVO

FONTE: Autoria própria

MULTI-CABO

TT-7901

TT-7902

FT-7901

FT-7902

CP-7901

MULTI-CABO

REARRANJOANTIGO 7912

SDCD NOVOÁREA - 7900TT-7903

PT-7901

PT-7902

FT-7903

CP-7902

MULTI-CABO

REARRANJONOVO 7932

MULTI-CABO

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41

O objetivo era montar a malha de cada instrumento do SDCD novo ao rearranjo novo, e

deste passar multicabos até o rearranjo antigo durante o período de pré-parada (com a

refinaria em funcionamento).

Para diminuir os serviços de montagem, o projeto determinou que as réguas “B”

(idênticas aos cartões do SDCD) novas seriam de um modelo que sua ligação com os cartões

do SDCD fossem feitas com cabos pré-formados e com encaixe rápido, facilitando a

montagem. Entretanto, estas réguas com encaixe rápido não têm opção de alimentação

externa para os instrumentos.

Para solucionar este entrave, determinou-se que as réguas “A” novas fossem montadas

de forma que alimentassem os instrumentos. Isso acarretou na decisão de manter as réguas

“A” antigas (idênticas às novas) e, durante a parada, o trabalho seria apenas interligar os

multicabos entre as réguas “A” novas e antigas.

Inicialmente, na pré-parada monta-se o SDCD novo e interliga ao rearranjo novo com os

cabos pré-formados. Do rearranjo novo se passam multicabos para o rearranjo antigo e espera

a parada de manutenção. Faz todos os testes para garantir que, dos multicabos em espera até a

tela na estação de operação nova, todos os instrumentos foram ligados fisicamente e

configurados logicamente corretos.

FIGURA 16 - LIGAÇÃO DE PAINÉIS NO PERÍODO DE PRÉ-PA RADA

FONTE: Autoria própria

MULTI-CABO

TT-7901

TT-7902

FT-7901

FT-7902

CP-7901

MULTI-CABO

REARRANJOANTIGO 7912

SDCD NOVOÁREA - 7900

TT-7903

PT-7901

PT-7902

FT-7903

CP-7902

MULTI-CABO

REARRANJONOVO 7932

SDCDÁREA - 7900

MULTI-CABO

MULTI-CABO ESPERA

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O próximo passo é, durante a parada, desconectar as réguas “A” e “B” do rearranjo antigo.

FIGURA 17 - RÉGUAS “A” E “B” DO REARRANJO ANTIGO DE SCONECTADAS NO PERÍODO DE PARADA

FONTE: Autoria própria

MULTI-CABO

REARRANJO7912

SDCD ANTIGOÁREA - 7900CP-7901

MULTI-CABO

CP-7901

MULTI-CABO

RÉGUA "A"

RÉGUA "A"

EN

T. A

NA

LOG

ICA

SA

Í. AN

ALO

GIC

AS

AÍ. D

IGIT

AL

MULTI-CABO

MULTI-CABO

RÉGUA "B"

RÉGUA "B"

RÉGUA "B"

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43

Em seguida, os multicabos em espera do rearranjo novo são ligados nas réguas “A”

antigas, conectando os instrumentos ao SDCD novo.

FIGURA 18 - DETALHAMENTO DA LIGAÇÃO DE PAINÉIS NO P ERÍODO DE PARADA

FONTE: Autoria própria

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44

É importante salientar que as réguas “A” novas e antigas são idênticas, e que o

multicabo de uma régua é ligado de forma idêntica nas duas extremidades, diminuindo assim

a possibilidade e ligações erradas.

Esta estratégia garantiu o mínimo de trabalho possível no período de parada, atendendo

ao prazo estabelecido com o mínimo de erro.

4.1.4 Testes de aceitação de campo

Após os testes de aceitação de fábrica, os equipamentos são enviados para a instalação

no campo. No caso do novo SDCD, os painéis de rearranjo novos, os painéis de alimentação

elétrica e do próprio SDCD foram instalados, como já citado, no CIC.

Existiam dois tipos de instrumentos a serem ligados no novo SDCD. Os instrumentos

existentes e novos instrumentos que seriam instalados durante a parada de manutenção. Para

estes últimos, a ligação não podia ser feita apenas dos painéis de rearranjo novos para os

antigos, pois estes instrumentos não estavam ligados a nenhum painel. Desta forma se

determinou que os instrumentos novos teriam um teste a mais que os instrumentos existentes,

eles seriam testados do campo até o SDCD novo.

Diante deste cenário, foi proposta a realização de cinco etapas de teste: teste de

comunicação, testes fase 1, 2 e 3, teste de partida da planta, conforme descrito a seguir.

4.1.4.1 Testes de comunicação

Um teste importante no campo foi a comunicação entre diferentes sistemas. Como nos

TAFs os painéis e os softwares foram testados isoladamente, quando todos foram interligados

foi possível testar as comunicações. Estes testes visavam confirmar que mais de sete mil

pontos de comunicação estavam endereçados corretamente.

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No sistema de automação da REPAR existem comunicação entre o SDCD e os sistemas

de comando de motores (SCMD) em MODBUS, entre o SDCD e os CLPs, quer seja de

segurança ou não, e entre o SDCD e equipamentos em redes como a PROFBUS.

Para os testes do novo SDCD com novos CLPs (de segurança ou não) que estavam

sendo implantados, foram realizados envios de mensagens fim-a-fim, ou seja, um sinal de

saída do SDCD era gerado na tela da estação de controle e observado seu correto

endereçamento e configuração no CLP. Quando o sinal era de entrada no SDCD, este era

gerado no CLP e observado na tela da estação de controle o seu correto endereçamento de

configuração.

Para os SCMDs foram montados sistemas com equipamentos sobressalentes de forma

que estes se aproximassem o máximo possível dos existentes, que estavam ligados às plantas

em funcionamento durante os testes. Estes sistemas foram configurados com os mesmos

programas dos existentes e foram realizados os testes com o SDCD.

A mesma estratégia foi adotada para os CLPs existentes. Como o teste com eles não

poderiam ser executados (com a planta em funcionamento), foram montados sistemas

idênticos com equipamentos sobressalentes e os testes puderam ser realizados.

Estes testes duraram doze dias e muitos erros de configuração foram corrigidos,

garantindo maior confiabilidade para o novo sistema.

4.1.4.2 Testes fase 1

Para buscar o mínimo de erro de montagem, foi estabelecido que seria feito um teste, em

cada um dos mais de cinco mil instrumentos, desde o multicabo de espera até a tela na estação

de operação. Desta forma se garantia que a montagem, ainda na pré-parada, que a montagem

que partia do multicabo de espera, passando pela régua “A” do rearranjo novo, desta para o

cruzamento com a régua “B” no mesmo painel, seguindo para o cartão do SDCD, chegando

então na lógica implementada e sua conexão com o sinóptico na tela, estava correta.

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FIGURA 19 - DETALHAMENTO DO EQUIPAMENTO A SER TESTA DO NA FASE 1, DESDE O MULTICABO DE ESPERA ATÉ AS ESTAÇÕES DE OPERAÇÃO (CONSOLE)

FONTE: Autoria própria

Para facilitar os testes, foi desenvolvida uma giga de testes pela empresa Zylix Sistemas

Inteligentes. Esta giga contém uma régua de bornes de encaixe rápido onde o multicabo

inteiro (vinte pares de cabos) é conectado. Uma série de chaves correspondente a cada par,

seja de entrada ou saída (analógica ou digital), simula o instrumento no campo.

Para a realização do teste, cada multicabo foi conectado a giga e seus sinais simulados

um a um, sendo observado por um operador a correspondente resposta na estação de

operação. Desta forma, os testes foram realizados em bateladas de vinte pontos por vez. Cada

multicabo testado era identificado com: ‘sem pendência’ para aqueles que tinham todos os

vinte pontos corretos; e ‘com pendência’, onde eram gerados documentos relatando os

problemas encontrados e uma equipe de montagem corrigia as falhas, neste caso, os pontos

com falha eram testados novamente e o multicabo era identificado com ‘sem pendência’.

Existiam quatro equipes (compostas de um instrumentista conectando/desconectando o

multicabo e gerando ou lendo sinais na giga e um operador gerando ou lendo sinais na estação

MULTI-CABOESPERA

MULTI-CABOESPERA

RÉGUA "A"

RÉGUA "A"

MULTI-CABO

SDCD NOVOÁREA - 7900

EN

T. A

NA

LOG

ICA

SA

Í. AN

ALO

GIC

AS

AÍ. D

IGIT

AL

MULTI-CABO

MULTI-CABO

RÉGUA "B"

RÉGUA "B"

RÉGUA "B"

REARRANJONOVO 7932

CONTROLADOR

SERVIDOR CONSOLES

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de engenharia) trabalhando simultaneamente e em dois turnos, de forma que os mais de cinco

mil pontos foram testados e corrigidos no período de quarenta e cinco dias aproximadamente.

4.1.4.3 Testes fase 2

Após o período de pré-parada, onde o TAF e a FASE 1 garantiam que as ligações e a

lógica estavam com índices baixos de erro, a planta da refinaria parou para manutenção. Neste

momento começou uma nova fase na montagem. Era necessário desligar as réguas “A” e “B”

do rearranjo antigo e ligar os multicabos de espera.

Após esta montagem, era necessário garantir que os multicabos foram conectados de

maneira correta. A FASE 2 consistiu em atestar que cada par do multicabo de espera estava

ligado corretamente na régua “A” do rearranjo antigo.

Nesta fase não foi possível utilizar a giga de teste. Entretanto, como o intuito é garantir

que a ligação do multicabo foi feita corretamente, um simples teste de liga-desliga para os

sinais digitais e um valor padrão de 50% nos sinais analógicos em cada par de cabo (um por

vez) garante que não houve inversão.

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FIGURA 20 - DETALHAMENTO DO EQUIPAMENTO A SER TESTA DO NA FASE 2, DESDE A RÉGUA “A” DO REARRANJO ANTIGO ATÉ AS ESTAÇÕES DE OP ERAÇÃO (CONSOLE)

FONTE: Autoria própria

MULTI-CABOESPERA

MULTI-CABOESPERA

RÉGUA "A"

RÉGUA "A"

MULTI-CABO

REARRANJO7912

SDCD ÁREA - 7900

RÉGUA "A"

RÉGUA "A"

EN

T. A

NA

LOG

ICA

SA

Í. AN

ALO

GIC

AS

AÍ. D

IGIT

AL

MULTI-CABO

MULTI-CABO

RÉGUA "B"

RÉGUA "B"

RÉGUA "B"

MULTI-CABO

SDCD NOVOÁREA - 7900

EN

T. A

NA

LOG

ICA

SA

Í. AN

ALO

GIC

AS

AÍ. D

IGIT

AL

MULTI-CABO

MULTI-CABO

RÉGUA "B"

RÉGUA "B"

RÉGUA "B"

REARRANJO7932

CAMPO

CAMPO

CONTROLADOR

SERVIDOR CONSOLES

ANTIGO

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Houveram poucos erros de montagem apontados nesta fase, mas a importância dela se

deu em apontar estes poucos erros e garantir que o trabalho atingira a meta de confiabilidade e

segurança, premissas do projeto.

4.1.4.4 Testes fase 3

A FASE 3 diz respeito aos testes com os instrumentos novos, aqueles implantados em

projetos de ampliação ou melhoria durante a parada de manutenção.

A equipe de montagem destes instrumentos era diferente da equipe de montagem e

testes do sistema de automação. Uma parceria foi necessária para a realização destes testes. A

equipe responsável pela montagem dos instrumentos simulava sinais no campo e a equipe de

automação atestava na estação de operação o correspondente sinal.

Esta fase de testes foi mais lenta devido a adição de configurações dos instrumentos

novos, configurações estas que tinham que ser atestadas conforme descrito no projeto.

Em linhas gerais, esta fase também possui procedimento próprio da Petrobras e também

em outras empresas, não sendo alvo deste trabalho. Aqui é citado por ser importante no

sucesso do sistema de automação como um todo, pois os novos instrumentos interferem no

funcionamento das unidades de produção.

4.1.5 Testes de partida da planta

A mudança do SDCD foi concluída antes do prazo e com garantias de funcionamento

dentro do previsto. Quando encerrou a parada de manutenção, o sistema estava pronto para a

partida das unidades de produção.

Devido à complexidade da mudança e da importância do sistema para a refinaria,

qualquer imprevisto pode causar danos materiais, financeiros ou até na saúde das pessoas.

Uma indústria de petróleo fora de controle pode ser nociva por seus produtos tóxicos,

inflamáveis ou explosivos.

Diante de tal cenário, foram montadas equipes de apoio a partida das unidades, com

turnos de revezamento de forma que o apoio existisse vinte e quatro horas por dia, todos os

dias das duas primeiras semanas de operação.

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Testes operacionais, durante a partida das unidades, que levam a planta, em condições

controladas, aonde algumas proteções são acionadas no valor real de parada, fazendo assim a

verificação dos pontos de segurança. Estes testes já existiam no antigo SDCD, mas foram

importantes para verificar a atuação do novo SDCD com a planta operando. Praticamente

todos os testes foram aprovados, com algumas poucas mudanças necessárias para correção de

pequenos erros.

Durante o apoio à partida, poucas ocorrências foram observadas. Alguns poucos cartões

de entrada/saída do SDCD e alguns fusíveis que queimaram foram as ocorrências mais

comuns, sendo sanadas imediatamente pela equipe de apoio. Poucas inversões e erros de

lógica foram percebidos, o que comprova que o projeto, a execução e os testes, conforme

descrito, foram fundamentais para o sucesso do trabalho.

4.2 IMPLANTAÇÃO DOS CLPs DE SEGURANÇA.

Junto com a modernização do SDCD veio a modernização do Sistema Instrumentado de

Segurança da refinaria. Embora os painéis de relés sejam confiáveis, estes não são flexíveis a

mudanças e são de difícil manutenção. Alem disso não são amigáveis no que diz respeito à

geração de relatórios e históricos de eventos.

Uma nova tecnologia tinha que ser implantada. Os passos seguidos para a

implementação do CLP de segurança foram os mesmos usados para a modernização do

SDCD. A seguir segue a descrição da implantação de um CLP de segurança para atender a

substituição dos painéis de relés.

4.2.1 Definição do novo CLP

Atualmente existem CLPs de segurança de vários fabricantes disponíveis no mercado. O

CLP Triconex da Invensys Operations Management foi o equipamento adquirido em processo

de compra pelo sistema Petrobras.

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A REPAR possui vários CLPs de segurança da Invensys Operations Management. O

domínio da equipe de automação nestes equipamentos, somada a disponibilidade de

fornecimento no prazo e ao atendimento às exigências técnicas, facilitaram a implementação

do sistema.

4.2.2 Estratégia de interligação dos instrumentos

A interligação dos instrumentos com os CLPs de segurança seguem a mesma linha do

SDCD. Como os instrumentos do SIS chegavam em armários de rearranjo no CIC, usou-se da

estratégia de manter a régua “A” antiga e interligá-la a régua “A” nova, conforme a figura 15.

A ideia de montar o rearranjo novo, interligá-lo com os CLPs e com os multicabos de

espera, conforme a figura 16, também foi utilizada. Desta forma pode-se testar as ligações do

multicabo de espera até a tela da estação de operação durante o período de pré-parada.

Durante a parada foi necessário apenas desconectar as réguas “A” e “B” antigas e ligar

os multicabos de espera nestas réguas “A” antigas, conforme a figura 20.

4.2.3 Testes de aceitação de fábrica

Os testes de aceitação de fábrica nos CLPs de segurança atendem a procedimentos

específicos do sistema Petrobras. Estes testes são importantes para diminuir as falhas e custos

com remontagem ou problemas nas plantas.

Os TAFs dos CLPs de segurança foram divididos em duas partes. Na primeira foram

testados os painéis e seus hardwares. Os cartões foram testados quanto a sua funcionalidade

especificada e a sua disposição conforme o projeto. Por serem CLPs triplamente redundantes,

todas as possibilidades de falha foram testadas afim de comprovar sua segurança. Testes de

comunicação e alimentação redundantes foram verificados. Alem de exaustivos ensaios,

também foram verificadas as identificações dos painéis e seus acabamentos.

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Nesta primeira parte, os painéis de rearranjo novos do SIS, também de fornecimento da

Invensys Operations Management, foi testado, verificando a ligação entre a régua “A” e “B”,

conforme a figura 21.

FIGURA 21 - LIGAÇÃO ENTRE AS REGUAS “A” E “B” DOS R EARRAJOS DO NOVO SIS

FONTE: Autoria própria

A segunda parte do TAF foi o teste de software. Foi implementada a lógica conforme

estavam nos relés, com exceção dos novos sistemas e de projetos de mudanças em parte das

plantas de processo.

Para a execução destes testes foi desenvolvido, pela Invensys, um simulador que se

aproximava das plantas existentes. Este simulador facilitou o trabalho que, antes previsto para

oito semanas, foram executadas em oito dias.

4.2.4 Testes de aceitação de campo

Realizados os testes de fábrica, os equipamentos são enviados e montados no campo.

Após a instalação destes equipamentos, os testes de aceitação de campo, TAC, são realizados

para garantir que nada foi danificado durante o transporte e que algum erro não identificado

no TAF possa ser encontrado.

RÉGUA "A"

RÉGUA "A"

RÉGUA "B"

RÉGUA "B"

RÉGUA "B"

REARRANJONOVO

INTERLIGAÇÃO ENTRE RÉGUAS "A" E "B"

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Outro motivo para o TAC é que as condições de teste se aproximam mais da realidade

que no TAF. A alimentação elétrica já é a definitiva, a temperatura, suporte dos painéis e

ventilação já são definitivos.

Para atender ao prazo da parada, assim como no caso do SDCD, os testes foram

divididos em três fases, conforme descrito a seguir.

4.2.4.1 Testes fase 1

Os testes da FASE 1 dos CLPs de segurança seguiram a mesma metodologia do SDCD.

Como as funcionalidades dos equipamentos já haviam sido testadas na fábrica, optou-se por

testar apenas as ligações entre o CLP, rearranjo novo e deste para o multicabo de espera.

As réguas “B” do rearranjo novo são espelhos dos cartões dos CLPs de segurança,

facilitando a ligação entre estes painéis, pois os multicabos são numerados e ligados de forma

idêntica no CLP e no rearranjo, diminuindo a possibilidade de erros.

A figura 22 mostra o escopo de teste da FASE 1 dos CLPs de segurança. Vale observar

que os CLPs de segurança não possuem consoles, seu monitoramento é feito através de

comunicação MODBUS com o SDCD, testada no item 4.1.4.1, ou através da estação de

engenharia (EWS) do SIS, dependendo do ponto a ser testado.

FIGURA 22 - DETALHAMENTO DO EQUIPAMENTO A SER TESTA DO NA FASE 1 O CLP DE SEGURANÇA, DESDE O MULTICABO DE ESPERA ATÉ AS ESTAÇÕES DE OPERAÇÃO

FONTE: Autoria própria

MULTI-CABOESPERA

MULTI-CABOESPERA

RÉGUA "A"

RÉGUA "A"

MULTI-CABO

CLP DE SEGURANÇA ÁREA - 7900

EN

T. A

NA

LOG

ICA

SA

Í. AN

ALO

GIC

AS

AÍ. D

IGIT

AL

MULTI-CABO

MULTI-CABO

RÉGUA "B"

RÉGUA "B"

RÉGUA "B"

REARRANJONOVO 7942

SDCD NOVOÁREA - 7900

CONSOLESMODBUS

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4.2.4.2 Testes fase 2

Os testes FASE 2, assim como no SDCD, são importantes para garantir que os

multicabos de espera foram ligados corretamente nas réguas “A” antigas.

Este teste tem início com a parada das plantas de processo. Após a desconexão entre as

réguas “A” e “B” antigas, os multicabos de espera são ligados. Neste caso, por

particularidades de projeto, as réguas “A” do rearranjo novo não são espelho das réguas “A”

do rearranjo antigo. Esta particularidade se deve a alguns instrumentos derivarem no rearranjo

para o SDCD e para o painel de relés (alarme e intertravamento respectivamente), e com o

sistema novo ele vai apenas para o CLP de segurança (o alarme vai por comunicação

MODBUS).

Assim sendo, a ligação dos multicabos de espera do SIS foi mais demorada e mais

delicada que no SDCD. Os testes mostraram que o índice de erro de montagem também foi

maior, devido a complexidade de ligação do multicabo de espera. Os problemas encontrados

foram sanados pela equipe de apoio.

4.2.4.3 Testes fase 3

Poucos instrumentos novos foram instalados no SIS da REPAR durante a modernização

do sistema de automação da refinaria. Entretanto, estes poucos instrumentos foram os mais

testados dada a importância.

Instrumentos de um SIS são geralmente redundantes, e muitas vezes triplamente

redundantes. Cada malha de segurança deve ser testada em todas as suas possibilidades. Para

o teste FASE 3 dos CLPs de segurança foi montada uma equipe de campo e outra de

automação. No campo eram simulados os sinais de emergência nos instrumentos e a lógica

era verificada pela equipe de automação em conjunto com técnicos de operação da planta.

Este procedimento de testes é definido pelo sistema Petrobras e não é objetivo deste

trabalho, apenas é citado devido a sua importância nos resultados do sistema de automação

como um todo.

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4.2.5 Testes de partida da planta

Assim como ocorreu com o SDCD, os trabalhos de implantação dos CLPs de segurança

no SIS da REPAR foram concluídos antes do fim da parada de manutenção. As mesmas

equipes que trabalharam no SDCD trabalharam no SIS, obtendo assim conhecimento para

apoiar a partida das unidades de processo.

As equipes trabalharam em turnos de revezamento e, durante as duas primeiras semanas

de funcionamento das plantas industriais, estiveram presentes vinte e quatro horas por dia.

Com relação aos CLPs de segurança, houveram pouquíssimos erros, e este de pouca

significância. Isto se deve a maior importância deste sistema em relação ao SDCD, cabendo

testes mais elaborados, simulações mais complexas e testes reais durante o processo de

partida das plantas.

Os métodos descritos foram fundamentais para o sucesso do trabalho.

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5 CONCLUSÃO

As maiores dificuldades do trabalho foram as definições iniciais, pois não haviam

registros na Petrobras de uma obra de escopo tão grande realizada num prazo tão curto.

Reuniões com profissionais experientes no sistema Petrobras e com fornecedores, e as

habilidades da equipe responsável pela obra foram determinantes para o acerto nas decisões.

Outra dificuldade foi encontrar profissionais experientes para integrar a equipe. Devido

ao momento de crescimento que passa o Brasil, não há muita disponibilidade de mão-de-obra

qualificada. No auge dos trabalhos, mais de cinquenta profissionais trabalharam no projeto

(obra e testes). A integração de profissionais da Manutenção da REPAR e de profissionais de

outras refinarias foi fundamental para suprir com mão-de-obra qualificada e experiente em

automação.

O próprio prazo, desafiador, foi a dificuldade central. Ele que tornou as definições

iniciais e a quantidade e qualidade de mão-de-obra um desafio a ser superado. Entretanto, as

decisões tomadas ao longo do trabalho, quer seja por ajustes no projeto, quer seja por

mudanças significativas, foram acertadas de forma que a premissa de não errar foi cumprida

do inicio ao fim, concretizando o sucesso do projeto.

Alem deste sucesso de prazo e qualidade do projeto, houve o ganho de se ter um sistema

moderno de automação, com facilidade de peças de reposição e de suporte do fabricante.

Alem disso, é menos dispendioso adquirir estas peças novas do que de sistemas

descontinuados.

Outro ganho se dá pelo fato que as novas tecnologias implantadas oferecem mais

ferramentas de diagnóstico, controles avançados, análises de eventos, conectividade com

outros sistemas e robustez dos seus componentes.

Com relação ao SIS, os ganhos foram a flexibilidade de mudança e ampliação do

sistema, a possibilidade de gerar alarmes confiáveis e cronológicos, históricos de eventos,

diagnósticos do sistema e monitoramento remoto.

Embora todas as decisões de uma forma ou outra foram acertadas, poderiam ter sido

tomadas com mais antecedência se houvesse experiência anterior num projeto desta

magnitude. O que se aprendeu com as dificuldades neste projeto, certamente ajudará nos

projetos futuros que sejam do mesmo porte ou até maior.

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Ao longo do projeto o papel de muitos profissionais foi se ajustando as dificuldades e as

necessidades encontradas. Mais uma vez, a novidade exploratória de um projeto como esse

impediu que estes papéis fossem assumidos com antecedência.

Passados os dois primeiros meses de funcionamento do SDCD e dos CLPs de segurança

implantados, a expectativa de confiabilidade e segurança do sistema, premissas do projeto,

pode ser então determinada como superada.

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