Um novo conceito de idade média

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Do feudalismo ao capitalismo: Uma longa transição Maria Amália Andery  Como em todas transições de regime, no período de transição do sistema feudal para o sistema capitalista, encontramos características pertencentes aos dois modelos.  Essa transição significou a substituição das terras pelo dineiro como símbolo de ri!ue"a. Essa mudança de regimes ocorreu de maneira lenta e gradual, sendo peculiar em cada país. Essa passagem # marcada por di$ersos conflitos !ue ocorreram nos s#culos %&, %&' e %&''.  (a Europa em geral o sistema feudal foi substituído por monar!uias absolutas com  poder centrali"ado. (a 'nglaterra es se processo ocorreu de$ido ao enfra!uecimento da nobre"a, e conse!uentemente do parlamento, em função da )uerra das *uas +osas -ancaster !ue detinar o poder e cuo símbolo era uma rosa $ermela e os /or0s cuo símbolo era uma rosa branca1. Essa guerra se iníciou ap2s a disputa entre as famílias mais  poderosas brit3nicas, ambam !uere ndo o poder.  (a Alemana e na 'tália não a$ia um poder unificado, pois esses países eram formados por di$ersos reinos indepedentes. Mas no caso italiano, durante o s#culo %&', os grandes reinos foram encorporando os menos, tanto !ue no final desse s#culo, 4 grandes reinos á domina$am !uase toda a península itálica.  A construção do imp#rio portugu5s se deu pela necessidade de encontrar uma rota alternati$a para se cegar as 6ndias, á !ue os italianos detinam o mon2polio pelo mediterr3neo. Essa busca le$ou 7ortugal a encontrar no$as terras, principalmente no continente americano, tornando8se um imp#rio com col9nicas na Am#rica, :frica e :sia.  A Espana tamb#m se lançou ao mar, e obte$e territ2rios como Antilas, M#;ico, parte dos EUA, !uase toda a Am#rica do <ul e grandes porções na Am#rica Central.  A =rança e a 'nglaterra s2 iniciaram a po$oação de suas col9nias ap2s terem conseguido consolidar seus Estados (acionais.  A coloni"ação reintrodu"iu um processo !ue á esta$a e;tinto a um bom tempo, a mão8 de8obra escra$a. O Capitalismo:  <2 # considerado capitalismo os modelo econ9micos nos !uais um redentor dos meios de produção produ" seu produto atra$#s da e;ploração de uma mão8de8obra assalariada, retirada de um indi$íduo !ue nada possui.

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Do feudalismo ao capitalismo: Uma longa transição

Maria Amália Andery

  Como em todas transições de regime, no período de transição do sistema feudal para osistema capitalista, encontramos características pertencentes aos dois modelos.

  Essa transição significou a substituição das terras pelo dineiro como símbolo deri!ue"a. Essa mudança de regimes ocorreu de maneira lenta e gradual, sendo peculiar emcada país. Essa passagem # marcada por di$ersos conflitos !ue ocorreram nos s#culos%&, %&' e %&''.

  (a Europa em geral o sistema feudal foi substituído por monar!uias absolutas com poder centrali"ado. (a 'nglaterra esse processo ocorreu de$ido ao enfra!uecimento danobre"a, e conse!uentemente do parlamento, em função da )uerra das *uas +osas-ancaster !ue detinar o poder e cuo símbolo era uma rosa $ermela e os /or0s cuosímbolo era uma rosa branca1. Essa guerra se iníciou ap2s a disputa entre as famílias mais poderosas brit3nicas, ambam !uerendo o poder.

  (a Alemana e na 'tália não a$ia um poder unificado, pois esses países eramformados por di$ersos reinos indepedentes. Mas no caso italiano, durante o s#culo %&',os grandes reinos foram encorporando os menos, tanto !ue no final desse s#culo, 4grandes reinos á domina$am !uase toda a península itálica.

  A construção do imp#rio portugu5s se deu pela necessidade de encontrar uma rotaalternati$a para se cegar as 6ndias, á !ue os italianos detinam o mon2polio pelomediterr3neo. Essa busca le$ou 7ortugal a encontrar no$as terras, principalmente nocontinente americano, tornando8se um imp#rio com col9nicas na Am#rica, :frica e :sia.

  A Espana tamb#m se lançou ao mar, e obte$e territ2rios como Antilas, M#;ico, partedos EUA, !uase toda a Am#rica do <ul e grandes porções na Am#rica Central.  A =rança e a 'nglaterra s2 iniciaram a po$oação de suas col9nias ap2s terem conseguidoconsolidar seus Estados (acionais.

  A coloni"ação reintrodu"iu um processo !ue á esta$a e;tinto a um bom tempo, a mão8de8obra escra$a.

O Capitalismo:

  <2 # considerado capitalismo os modelo econ9micos nos !uais um redentor dos meiosde produção produ" seu produto atra$#s da e;ploração de uma mão8de8obra assalariada,retirada de um indi$íduo !ue nada possui.

 

  (a sociedade capitalista o trabalo # especiali"ado, ou sea, cada indi$íduo produ" umdeterminado produto. 7ortanto, as trocas são ess5nciais para a sobre$i$5ncia nessesistema, á !ue cada pessoa não consegue produ"ir tudo o !ue necessita.  > tr5s pilares desse sistema são? @roca, di$isão social do trabalo e propriedade pri$ada.

Características da sociedade feudal:

  A sociedade feudal # marcada por uma descentrali"ação política, de$ido aos feudosauton9mos, por uma trabalo coleti$o, por uma estratificação social com duas relaçõesfundamentais 7actos de <userania e &assalagem e tamb#m as +elações <er$is1, comeconomia de subsist5ncia, escambo e fortemente rural.

Reesurgimento do Comércio e da mão-de-obra assalariada:

  > com#rcio reesurgiu de$ido a $ários fatores, entre eles, as cru"adas e a produção emmaior escala. As cru"adas, al#m de reinterligaram o ocidente com o oriente, gera$a anecessidade de mercadores para oferecerem os produtos básicos para os cru"ados. A produção em larga escala gerou uma ele$ação nos e;cedentes, !ue passaram a sertrocados.

  A peste negra di"imou uma enorme !uantidade de pessoas na Europa,conse!uentemente, diminui drasticamente o nmero de trabaladores disponí$eis. Essadiminuição gerou uma $alori"ação da mão8de8obra, fa"endo os ser$os ad!uiriremmelores condições de $ida e de trabalo. A necessidade de alimentar as cidades fe" com!ue ou$esse um aumento na !uantidade de terras agrícolas, com isso, muitos senoresfeudais liberaram seus ser$os para !ue eles pudessem plantar para comerciantes, e comisso, o senor feudal ganaria parte dos rendimentos.

  > fortalecimento do com#rcio abriu uma $ariedade de $agas de empregos nas cidades,fa"endo com !ue muitos ser$os fugissem ou se libertassem de seus senores.

A abertura do comércio para o mundo:

  A e;pansão marítima en$ol$eu a Am#rica no com#rcio internacional de$ido a suaimport3ncia no fornecimento de mat#rias8primas e metais preciosos e tamb#m naimportação de produtos manufaturados das metr2poles.

  (esse processo desen$ol$eu8se tamb#m bancos, instituições financeiras, bolsas eempr#stimos com ele$adas ta;as de uros.

  A grande !uantidade de metais preciosos em dese!uilibrio com a produção gerou umainflação generali"ada, fa"endo com !ue os trabaladores e a nobre"a ficassemdependentes dos burgueses.

 

Camponeses expulsos do campo:

  Essa ele$ação dos preços fe" com !ue os senores feudais buscassem alternati$as paraobterem mais recursos. A alternati$a encontrada foi o cercamento dos campos para acriação de o$elas, á !ue com a +e$olução 'ndustrial o preço da lã esta$a ele$ado. Comisso, milares de trabaladores foram e;pulsos do campo, pois poucos foram empregados para esse no$o trabalo.

  Uma outra forma de e;pulsar os camponeses, # a de cercar os manso comunal e at#áreas do manso ser$il, fa"endo com !ue o arrendatário ficasse sem lugar para colocar oseu gado.

  Al#m dos cercamentos, a$ia senores !ue ele$aram as ta;as a serem pagas peloarrendatários, e a!ueles !ue não tinam dineiro para pagar eram obrigados a sair dasterras.

  Esses dois processos cercamentos e ele$ação de ta;as para o arrendatário1 forçarammuitos camponeses a abandonar e campo, e esses, foram absor$idos pela indstria !ueesta$a em e;pansão.

O Absolutismo e o fortalecimento da burguesia:

  > apoio da burguesia com o rei foi criado de$ido a uma troca de fa$ores. A burguesia!ueria uma moeda nica, unificação dos pesos e medidas, dificultar a competição com produtos de outras países, segurança contra bandos armados e uma diminuição deimpostos, como o pedágio cobrado para se ir de um feudo a outro. Bá o rei precisa$a derecursos financeiros para financiar um e;#rcito nacional, criar a má!uina pblica,domesticar a nobre"a e reali"ar as mudanças necessárias.

O desenvolvimento da indústria moderna:

  > desen$ol$imento da indstria moderna foi possí$el, principalmente, de$ido aabund3ncia de mão8de8obra disponí$el cercamentos e ele$ação de arrendamentos1, etamb#m, graças a !uantidade de capital disponí$el !ue fora acumulado durante omercantilismo.

istema doméstico de produ!ão:

  En!uanto a produção de bens abrangia apenas o mercado local, as corporações deofício funciona$am muito mas, entretanto, com o aumento do mercado consumidor para aesfera nacional e at# internacional, ou$e a necessidade de se encontrar um intermediário,o capitalista. Com a entrada do capitalista na produção, foi retirado do mestre8artesão asfunções de negociador compra a mat#ria8prima1 e a de loista $ender o produto1.

Esse sistema de produção # camado de sistema doméstico, á !ue agora, os artesões

 

trabala$am em suas resid5ncias. > capitalista le$a$a a mat#ria8prima e depois busca$a o produto.

A manufatura:

  Com o sistema fabril á um processo de di$isão do trabalo, pois agora o trabalar s2tem acesso a uma parte da produção, ou sea, ele s2 participa da construção de uma parcela do produto, e não do produto todo. Com isso não á a necessidade de uma mão8de8obra muito especiali"ada, e tamb#m, á uma produção mais rápida.

  > problema de acmulo de capital desse modelo, consiste no fato de !ue ainda # otrabalador !ue controla a $elocidade do processo de produção, e como esse trabaladorestá suscetí$el a abalos emocionais e problemas fisiol2gicos , esse modelo ainda não #tão produti$o !uanto o fabril.

  A manufatura não e;tinguiu os outros modelos de produção, como a produçãodom#stica e o artesanto, pelo contrário, em algumas $e"es at# os fortaleceu. 7ois asmanufatuturas ás $e"es produ"iam produtos utili"ados por esses outros dois modelos.

O sistema f"bril:

  A $ontade de aumentar cada $e" mais a produção, as limitações impostas pelo sistemamanufatureiro e a criação de ferramentas especiali"adas, foram determinantes para aconstituição do sistema fábril. Agora # a má!uina !ue # responsá$el pela !ualidade dos produtos e pelo tempo de produção, ou sea, # o ser umano !ue de$e se adaptar amá!uina.

  A má!uina tamb#m destruiu as limitações impostas pelas condições umanas, ou sea,abalos emocionais e problemas fisiol2gicos á não iriam interromper o processo produti$o. A !uebra das limitações aliada a di$isão do trabalo tornou a produção muitomais rapída, ou sea, ele$ação de produti$idade e conse!uentemente redução nos preços.

  (esse no$o modelo não á necessidade de mão8de8obra especiali"ada, portanto, ou$ea contratação de muleres e crianças !ue possuiam salários mais bai;os.

O pensamento no período de transi!ão:

   (esse período de transição ou$e um declínio dos pensamentos e id#ias medie$ais,conse!uentemente, a magia, os mitos e as lendas ganaram forças. Mas de$emos ressaltar!ue o declínio das id#ias medie$ais trou;e a curiosidade de $olta ao omem, agora eledesea descobrir o como as coisas funcionam. Então ou$e uma troca de $alores, ou sea,anteriormente $alia as id#ias entre *eus e o Domem, e agora, entre o Domem e a (ature"a. 7ortanto, o omem nesse período ganou um pápel central, tornando8se amedida de todas as coisas.

 

  A maior parte das descobertas ocorreram para fins práticos, ou sea, a necessidade de se!uebrar limites ou conecer coisas aplicá$eis no período, com e;ceção do mo$imentoumanista, !ue ser$iu como arma política para as forças !ue !ueriam manter ou cegarao poder.

  A +eforma protestanto te$e grande import3ncia nesse processo, pois a$ia muitas pessoas interessadas nessas mudanças. 7or e;emplo? > rei á não !ueria mais di$idir seu poder com o papa, a nobre"a $ia no enfra!uecimento da igrea uma possibilidade de seobter mais ri!ue"as, a burguesia desea$a retirar determinadas limitações para a obtençãode lucro e os trabalores á não !ueriam mais ter !ue sustentar as outras camadas de$idoa $ontade de *eus.

  Uma outra mudança foi a troca da f# pela disputa do empirismo obtenção deconecimento pela e;peri5ncias 1 de Bon -oc0e e o racionalismo obtenção deconecimento atra$#s da ci5ncias 1 de *escartes.

  (esse período á uma grande preocupação com a descoberta de leis naturais para seentender a origem e o funcionamento do uni$erso