Um Retrato da Presença da Educação Ambiental...

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MEC Ministério da Educação INEP Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira Um Retrato da Presença da Educação Ambiental no Ensino Fundamental Brasileiro: o percurso de um processo acelerado de expansão Alinne Veiga * Érica Amorim ** Mauricio Blanco *** * Brasília-DF 2005 * Alinne de Carvalho Veiga, mestre em Estatística Social pela University of Southampton, Inglaterra, e pesquisadora do Instituto de Estudos do Trabalho e Sociedade (Iets). ** Mestranda em Ciências Sociais na Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio) e pesquisadora do Iets. [email protected] *** Doutorando em Ciências Políticas no Instituto Universitário de Pesquisas do Rio de Janeiro (Iuperj) e Diretor de Projeto de Pesquisas do Iets. [email protected]

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MECMinistério da Educação

INEPInstituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira

Um Retrato da Presença da Educação Ambientalno Ensino Fundamental Brasileiro:

o percurso de um processo acelerado de expansão

Alinne Veiga *Érica Amorim **

Mauricio Blanco ***

*

Brasília-DF2005

* Alinne de Carvalho Veiga, mestre em Estatística Social pela University of Southampton, Inglaterra, epesquisadora do Instituto de Estudos do Trabalho e Sociedade (Iets).

** Mestranda em Ciências Sociais na Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio) epesquisadora do Iets. [email protected]

*** Doutorando em Ciências Políticas no Instituto Universitário de Pesquisas do Rio de Janeiro (Iuperj)e Diretor de Projeto de Pesquisas do Iets. [email protected]

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Veiga, Alinne.

Um Retrato da Presença da Educação Ambiental no Ensino Fundamental Brasileiro : opercurso de um processo acelerado de expansão / Alinne Veiga, Érica Amorim, Mauricio Blanco.– Brasília : Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira, 2005.

23 p. : il. – (Série Documental. Textos para Discussão, ISSN 1414-0640 ; 21)

1. Educação ambiental – Brasil. 2. Ensino Fundamental. I. Instituto Nacional de Estudos ePesquisas Educacionais Anísio Teixeira. II. Título. III. Série.

CDU 37.018.2:504

COORDENADORA-GERAL DE LINHA EDITORIAL E PUBLICAÇÕES (CGLEP)Lia Scholze

COORDENADORA DE PRODUÇÃO EDITORIALRosa dos Anjos Oliveira

COORDENADORA DE PROGRAMAÇÃO VISUALMárcia Terezinha dos Reis

EDITOR EXECUTIVOJair Santana Moraes

REVISÃOAntonio Bezerra FilhoMarluce Moreira Salgado

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DIAGRAMAÇÃO E ARTE-FINALCeli Rosalia Soares de Melo

TIRAGEM1.000 exemplares

EDITORIAInep/MEC – Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio TeixeiraEsplanada dos Ministérios, Bloco L, Anexo I, 4º Andar, Sala 418CEP 70047-900 – Brasília-DF – BrasilFones: (61) 2104-8438, (61) 2104-8042Fax: (61) [email protected]

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A exatidão das informações e os conceitos e opiniões emitidos são de exclusiva responsabilidade dos autores.

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira

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SUMÁRIO

Um Retrato da Presença da Educação Ambiental no Ensino Fundamental Brasileiro:o percurso de um processo acelerado de expansão

LISTA DE ILUSTRAÇÕES ......................................................................................................... 5

APRESENTAÇÃO ...................................................................................................................... 7

SUMÁRIO EXECUTIVO ............................................................................................................. 9

OS ELEMENTOS PRINCIPAIS DE UMA EXPANSÃO ACELERADA ........................................ 10

A PRESENÇA DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL EM NÍVEL ESTADUALNO PERÍODO 2001-2004 .......................................................................................................... 15

UM QUADRO SOBRE A EDUCAÇÃO AMBIENTAL E AS SUAS MODALIDADESNO BRASIL (2001-2004) ........................................................................................................... 15

AS CONDIÇÕES QUE ENFRENTAM AS ESCOLAS DO ENSINO FUNDAMENTALQUE OFERECEM EDUCAÇÃO AMBIENTAL NO BRASIL (2001-2004) ................................... 17

O DESTINO FINAL DO LIXO NAS ESCOLAS DO ENSINO FUNDAMENTALQUE OFERECEM EDUCAÇÃO AMBIENTAL ............................................................................ 18

DEPENDÊNCIAS E EQUIPAMENTOS SELECIONADOS NAS ESCOLASDO ENSINO FUNDAMENTAL QUE OFERECEM EDUCAÇÃO AMBIENTAL............................ 20

INSERÇÃO DAS ESCOLAS DO ENSINO FUNDAMENTAL QUE OFERECEMEDUCAÇÃO AMBIENTAL EM ATIVIDADES COMUNITÁRIAS ................................................. 21

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Gráfico 1 – Evolução do número de escolas do ensino fundamental e de escolas queoferecem Educação Ambiental – Brasil – 2001-2004 ........................................................... 11

Gráfico 2 – Evolução do número de matrículas no ensino fundamental e nas escolas doensino fundamental que oferecem Educação Ambiental – Brasil – 2001-2004 .................... 11

Gráfico 3 – Evolução da cobertura de matrículas das escolas que oferecem EducaçãoAmbiental – Brasil – 2001-2004 ............................................................................................ 13

Gráfico 4 – Evolução do número de matrículas no ensino fundamental e nas escolasque oferecem Educação Ambiental – Brasil – 2001-2004 .................................................... 14

Tabela 1 – Evolução da cobertura de matrículas na Educação Ambiental no Brasil,nas Grandes Regiões e nas Unidades da Federação – 2001-2004 ..................................... 12

Tabela 2 – Destinação do lixo nas escolas que oferecem Educação Ambiental – Brasil,Grandes Regiões e Unidades da Federação – 2001-2004 ................................................... 19

Tabela 3 – Inserção das escolas em atividades comunitárias – Brasil, Grandes Regiõese Unidades da Federação – 2004 ......................................................................................... 22

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APRESENTAÇÃO

O Censo Escolar da Educação Básica, que o Inep realiza anualmente, é uma riquíssima fontede dados sobre escolas, alunos e perfil dos professores brasileiros. Tratadas e analisadas, essasinformações têm permitido oferecer subsídios importantes tanto ao ministério da Educação quanto aossistemas educacionais dos Estados e municípios. É o caso da pesquisa sobre “O que fazem as escolasque dizem que fazem Educação Ambiental?”, que será realizada em diversas etapas.

Fruto de uma parceria do Inep com a Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização eDiversidade (Secad/Mec) e a Associação Nacional de Pesquisa em Educação (Anped), seu objetivo éentender melhor como a Educação Ambiental é processada e significada nos diferentes contextosescolares e interpretar qualitativamente a inserção da Educação Ambiental no ensino fundamental. Defato, a partir de 2001, o Censo Escolar do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas EducacionaisAnísio Teixeira (Inep) incluiu no questionário que as escolas respondem anualmente perguntas sobrea oferta da Educação Ambiental no nível de ensino fundamental. No primeiro ano, 61,2% das escolasdeclararam que trabalham a temática no currículo, ou em projetos ou mesmo como disciplina específica,percentual que saltou para 94% em 2004, indicando a universalização de tal prática.

O relatório que ora apresentamos à discussão da comunidade educacional refere-se às principaisconclusões da primeira etapa da pesquisa. Ele apresenta uma análise dos dados disponíveis no CensoEscolar no período 2001/2004, visando definir amostragens representativas para uma pesquisaqualitativa, além de permitir a geração de indicadores sobre a dinâmica da Educação Ambiental nosmunicípios.

Para isso, os autores do trabalho fizeram um levantamento em nível municipal, estadual e regionalsobre a oferta da Educação Ambiental no ensino fundamental, que permitiu propor critérios para aelaboração de um conjunto de indicadores de mensuração dos resultados de tal prática nas escolas.Outro desdobramento dessa fase é a proposição de critérios de avaliação futura da qualidade e doimpacto da Educação Ambiental no Brasil.

Na etapa seguinte, especialistas de universidades federais de cada região do País irãodesenvolver em conjunto uma estrutura metodológica básica para a realização de pesquisas maisaprofundadas em municípios da amostra. A última etapa fomentará estudos de caso, etnografias eoutras pesquisas sobre a práxis em Educação Ambiental.

Esperamos, com esta iniciativa, estar colaborando para aprofundar o conhecimento e o debatesobre tema da mais alta relevância para o futuro do Brasil.

Oroslinda Maria Taranto GoulartDiretora de Tratamento e Disseminação de Informações Educacionais

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Um Retrato da Presença da Educação Ambiental noEnsino Fundamental Brasileiro: o percurso de um

processo acelerado de expansãoAlinne Veiga

Érica AmorimMauricio Blanco

SUMÁRIO EXECUTIVO

A problemática da Educação Ambiental(EA) não se constitui um tema recente nasagendas públicas dos governos, no entantopouco se tem realizado na implementaçãoconcreta de programas, diretrizes e políticas como propósito de incentivá-la e promovê-la, tantono âmbito da educação formal quanto no daeducação informal.

O Brasil vem realizando esforços nestesentido desde a segunda metade dos anos 90 eganhando força na agenda pública no início daatual década; uma prova desta afirmação é oPrograma Nacional de Educação Ambiental(ProNEA), lançado no início do governo dopresidente Luiz Inácio Lula da Silva.

No entanto, para o desenho eimplementação de políticas e programasespecíficos ao setor, faz-se necessário produzirinsumos no que diz respeito ao estado da arteda EA no ensino brasileiro. Por outro lado, comodemonstrará este relatório, é imprescindível eurgente estabelecer um processo abrangente esistemático de avaliação do acesso, dosconteúdos, da qualidade e dos resultados finaisda EA. Neste sentido, o estudo pretendecontribuir para a avaliação quanto ao acesso.

Este relatório tem por objetivo realizar ummapeamento – o mais abrangente possível – dapresença da EA nas escolas brasileiras queoferecem o ensino fundamental, com o propósitode identificar tendências, padrões ecaracterísticas de um processo incipiente, masem andamento, da expansão da EA no País. Paraalcançar este objetivo, adotou-se uma linha muitoclara de pesquisa: a realização de vários recortesempíricos em torno do nosso objeto de estudo.

Com efeito, através da observação e da análisede um conjunto de indicadores possíveis deserem construídos com as bases de dados dosCensos Escolares – elaboradas pelo Inep/MEC– desde diversas óticas ou prismas, é possívelrealizar um mapeamento detalhado da situaçãoda EA no que diz respeito ao seu acesso pormilhões de crianças que freqüentam as escolasbrasileiras.

Por tanto, quando aqui se realizamafirmações e considerações sobre a presençada EA nas escolas ou quando se menciona oacesso à EA, o significado é simples e restrito:acesso à Educação Ambiental – ou a suapresença – significa o número de matrículas emescolas que declaram ter alguma modalidade deEA ou de tratamento da temática do meioambiente como um tema social contemporâneo.

Os recortes estabelecidos nesta pesquisatêm como intuito mostrar as diversas dinâmicasno processo de expansão da presença da EA noensino fundamental.

Um primeiro recorte diz respeito à divisãopolítica do Brasil; isto é, realiza-se uma análisedesde o nível mais agregado (o Brasil como umtodo), passando pelas grandes regiões, Estadose municípios brasileiros. Dado o grande númerode municípios, decidiu-se por agrupá-lossegundo os seus portes populacionais e, alémdisso, seguindo a mesma lógica da divisãopolítica do Brasil, o que significa dividi-los porfaixa populacional para o País como um todo,para as grandes regiões e para os Estados.

Um segundo recorte tenta respeitar asrealidades tão heterogêneas da dinâmica urbanaem contraposição com a dinâmica das áreasrurais do País. A realidade brasileira do ensino

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fundamental em ambas as áreas responde alógicas distintas.

Um terceiro recor te diz respeito aotamanho da escola, que é medido por meio donúmero de matrículas.

Finalmente, o último recorte adotado pelorelatório está relacionado também com a estruturada oferta educacional: a dependência administrativadas escolas. Com efeito, a evolução da expansãoda EA precisa identificar os diferentes padrões deacordo com as gestões federais, estaduais emunicipais no que diz respeito ao setor público.

O segundo objetivo do presente relatórioconsiste em se debruçar analiticamente ao interiorda estrutura da EA em duas dimensões: emprimeiro lugar, encontrar padrões de evolução daexpansão em termos das três modalidades deaplicação da EA – projetos, disciplinas especiaise inserção da temática ambiental nas disciplinas–, aplicando os mesmos recortes descritos nosparágrafos anteriores; em segundo lugar, realizarum levantamento das condições físicasapresentadas pelas escolas que oferecem EA.

O último tema abordado diz respeito àtentativa de identificar a inserção da escola nasua comunidade em relação à temáticaambiental. Deve-se esclarecer mais uma vez queas formas pelas quais a escola contribui para acomunidade são o objeto de pesquisas de carátermais complexo que as desenvolvidas no presentedocumento. Com efeito, a relação escola-comunidade vai além do simples estabelecimentode atividades que a escola promove com acomunidade.

OS ELEMENTOS PRINCIPAIS DE UMAEXPANSÃO ACELERADA

As principais conclusões do presenterelatório revelam a história de uma expansãoagressiva e acelerada do acesso à EA em umbreve período de tempo. Se fosse uma tarefaencontrar um fenômeno semelhante na históriarecente da educação formal brasileira, estaexpansão somente poderia ser comparada aossignificativos avanços obtidos na expansão doacesso ao ensino fundamental na segundametade dos anos 90.

Mais ainda, analisando a evolução dapresença da EA, parece que esta reproduz amesma evolução do ensino fundamental emtermos da sua – praticamente total – universa-lização. Por outro lado, é possível afirmar queum processo tão acelerado e abrangente deexpansão somente poderia ser realizado com aprévia expansão desse nível de ensino.

Este processo de expansão da EA foi detal magnitude que provocou a diminuição dediversos tipos de heterogeneidades e desequi-líbrios que existiam em 2001.

Esta convergência verificada em 2004revela, por exemplo, que os Estados onde acobertura da EA alcançava baixos valoresconseguiram de forma surpreendente diminuir asdistâncias em relação aos Estados que jáapresentavam altas taxas de cobertura. Porém,isto não significa que os Estados que possuíamaltos índices de acesso à EA ficaram estagnados;pelo contrár io, eles também obtiveramdesempenhos satisfatórios. Esta tendência éverificada seja quando se analisam as grandesregiões brasileiras, os portes dos municípios ouas dependências administrativas das escolas.Enfim, o processo de expansão da EA possuidiferentes ritmos e padrões, dependendo doprisma adotado, mas, em geral, pode-se afirmarque, entre 2001 e 2004, o processo foi detamanha abrangência que possibilitou – em geral– a diminuição dos desequilíbrios e dasheterogeneidades existentes.

Como resultado da adoção da análise porrecortes, foi possível identificar a participaçãosignificativa das escolas particulares na EA em2001, nos Estados de Mato Grosso do Sul e doRio de Janeiro. Foi possível também identificaruma expansão impressionante na participaçãorelativa das escolas estaduais no Estado deRoraima e, por conseguinte, uma reduçãodramática da participação das escolas municipaisno que diz respeito ao acesso à EA.

Em 2001, o número de escolas queofereciam EA era de aproximadamente 115 mil,ao passo que, em 2004, este número aumentoupara, aproximadamente, 152 mil escolas (verGráfico 1), apresentando assim uma taxa decrescimento de 32% no período sob análise.

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1 Os dados sobre o número de matrículas para o ano de 2004 devem ser observados com cautela, dado que houve uma modificação napergunta sobre a existência de EA no Censo Escolar deste mesmo ano. Uma discussão detalhada sobre esta modificação se encontra noanexo metodológico.

Em relação ao número de matrículas, estatendência anteriormente mencionada também éverificada tanto no que diz respeito ao númerode escolas que oferecem EA quanto em relaçãoao número de escolas do ensino fundamental.Em 2001, foram registradas aproximadamente35,3 milhões de matrículas no ensinofundamental, ao passo que existiam 25,3 milhõesde matrículas nas escolas que oferecem EA,revelando este fato que cerca de 10 milhões decrianças matriculadas no ensino fundamentalbrasileiro não tinham acesso à EA. No entanto,

em 2004, esta diferença reduziu-se para menosde 1,8 milhão (ver Gráfico 2), mostrando assimtaxas de crescimento completamente diferentes:a taxa de crescimento do número de matrículasnas escolas que oferecem EA foi de 28% noperíodo 2001-2004, aumentando assim de 25,3milhões de matrículas para 32,3 milhões dematrículas.1

Dois indicadores são propostos para analisara presença da EA no ensino fundamental brasileiro:a) a cobertura da EA definida como a porcentagem

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de matrículas das escolas que oferecem EA emrelação ao total de matrículas do ensinofundamental; e b) o número médio de matrículasdas escolas que oferecem EA por escola.

Na Tabela 1, são apresentados os dados paratodas as unidades da Federação em termos dacobertura da EA (medida como a razão entre onúmero de matrículas de escolas que oferecem EAe o número de matrículas para o ensinofundamental). De acordo com essa tabela, acobertura da EA tem aumentado no Brasil de 71,7%

em 2001 para 94,9% em 2004, experimentandoassim uma taxa de crescimento, no que diz respeitoà cobertura, de 32,4% no período sob análise. Comefeito, três elementos de análise surgem a partirda observação dessa tabela:

1. Em primeiro lugar, verifica-se umprofundo processo de convergência rumo àuniversalização da EA: em 2001 a coberturaoscilava entre 15,4% (Acre) e 92% (Ceará), aopasso que, em 2004, a cobertura passou a variarde 85,5% (Maranhão) a 99,9% (Ceará).

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2. Em 2001, apenas três Estadossuperavam o limite de 90% em termos dacobertura: Ceará (91,9%), Espírito Santo (91,4%)e Goiás (91,3%), ao passo que, em 2004, apenasquatro Estados possuem uma cobertura superiora 80% e inferior a 90%: Acre e Maranhão, emtorno de 85%, e Rondônia e Roraima, em tornode 89%. As outras 23 unidades da Federação,em 2004, possuem taxas de cobertura para aEA superiores a 90%.

3. O impressionante desempenho emrelação à cobertura da EA dos Estados de Acre,Roraima, Mato Grosso do Sul, Pará e Piauí. Todosestes Estados mais do que duplicaram acobertura da EA, com menção especial para oAcre, que quadruplicou a cobertura no período2001-2004.

O segundo indicador – número médio dematrículas por escola que oferece EA – atingia ovalor de 220 matrículas por escola em 2001, aopasso que, em 2004, este número foi de 213.

Os dados sobre o número de matrículasda EA para os anos 2001 e 2004 também seapresentam segundo o tamanho dos municípiosonde as escolas estão localizadas. Todas astaxas de crescimento em relação ao número dematrículas apresentaram valores muito elevados:elas variam entre 20,4% (nas escolas localizadasnos municípios com mais de um milhão dehabitantes) e 37% (nas escolas localizadas nos

municípios entre 10 mil e 20 mil habitantes). Éimportante mencionar que, justamente nasescolas localizadas em municípios compopulação inferior a 5 mil habitantes, seencontram tanto o segundo maior valor da taxade crescimento da EA quanto a maior reduçãono que diz respeito à matrícula no ensinofundamental.

O Gráfico 3 apresenta as tendências dacober tura da EA segundo os por tes dosmunicípios. Em primeiro lugar, verifica-se umatendência à convergência quando se compara adispersão em 2001 com a de 2004 (distânciaentre os pontos para os respectivos anos). Em2001, as coberturas oscilaram entre 66,2% (nasescolas localizadas nos municípios entre 10 mile 20 mil habitantes) e 77,6% (nas escolaslocalizadas nos municípios entre 100 mil e 250mil habitantes). Em 2004, essas taxas decobertura apresentaram valores entre 94,1%(nas escolas localizadas nos municípios entre 20mil e 50 mil habitantes) e 96,9% (nas escolaslocalizadas nos municípios entre 100 mil e 250mil habitantes).

O Gráfico 4 apresenta a evolução donúmero de matrículas tanto para o ensinofundamental quanto para as escolas queoferecem EA, segundo as áreas urbanas e rurais.De acordo com este gráfico, é possível verificarque o aumento significativo da presença da EAse concentrou nas áreas urbanas, ao passo que

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a evolução da presença da EA nas áreas ruraisse manteve praticamente estável.

Um segundo comentário em relação aográfico citado consiste na convergência, em 2004,do número de matrículas do ensino fundamentale das escolas que oferecem EA, tanto nas áreasrurais quanto urbanas. Porém, em 2001, adispersão de ambas as matrículas era maior nasáreas urbanas em relação às áreas rurais.

Por outro lado, a convergência mencionadaé também verificada quando se realiza a análisesegundo as grandes regiões do País. Com efeito,as Regiões Norte e Nordeste experimentaram omaior avanço em termos da evolução do númerode matrículas das escolas que oferecem EA emcomparação com as Regiões Centro-Oeste, Sule, em certa medida, com a Região Sudeste.

Em relação à evolução da cobertura nasgrandes regiões do País, pode-se afirmar, maisuma vez, que as Regiões Norte e Nordesteexperimentaram os maiores avanços. Em 2001,a Região Norte apresentava uma cobertura de54,8%, ao passo que, em 2004, estaporcentagem atingiu 92,9%. Em 2001, a RegiãoNordeste apresentava uma cobertura de 64,1%,porcentagem que passou, em 2004, para 92,5%.

Ao utilizar o recorte porte do município,pode-se observar que as maiores taxas decrescimento em relação ao número de matrículas

que oferecem EA encontram-se na Região Norte,principalmente nas escolas localizadas nosmunicípios entre 250 mil e 1 milhão de habitantes(131%), nas escolas localizadas nos municípiosentre 5 mil e 10 mil habitantes (99%) e nas esco-las localizadas nos municípios com menos de 5mil habitantes (91%). Estas escolas localizadasnos por tes de municípios anter iormentemencionadas na Região Norte são as que experi-mentaram a maior taxa de crescimento de todoo Brasil.

Devem ser mencionados os significativosaumentos na taxa de crescimento da cobertura:a) as escolas localizadas nos municípios entre250 mil e 1 milhão de habitantes na Região Norte;b) as escolas situadas nos municípios commenos de 5 mil habitantes na Região Sudeste; ec) as escolas localizadas nos municípios entre250 mil e 1 milhão de habitantes na Região Sul.

Utilizando mais uma vez o recorte tamanhoda escola para as cinco grandes regiões do País,tem-se que a cobertura da EA revela um padrãopeculiar para o ano de 2004. Com efeito, acobertura praticamente tem-se universalizadonas escolas que possuem mais de 150matrículas, ao passo que as escolas com númerode matrículas inferior a 150 encontram-se em umsegundo patamar no que diz respeito à cobertura.Este fato é válido para todas as grandes regiõesdo Brasil. Mais uma vez, as escolas com maisde 500 matrículas das Regiões Sul e Sudeste

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atingem patamares superiores a 97% no que dizrespeito à cobertura da EA.

O último recorte realizado para as grandesregiões do Brasil diz respeito à dependênciaadministrativa das escolas do ensinofundamental. A maior taxa de crescimento, noque diz respeito ao número de escolas queoferecem EA, é verificada nas escolas estaduaisda Região Norte (116% no período 2001-2004).

Ao analisar o número de matrículas dasescolas que possuem EA, mais uma vez éverificada uma forte expansão na Região Norte,principalmente nas matrículas das escolasmunicipais (94%), seguidas das escolasestaduais (52%).

A PRESENÇA DA EDUCAÇÃO AMBIENTALEM NÍVEL ESTADUAL NO PERÍODO2001-2004

Na maior parte dos Estados brasileiros, astendências verificadas para o País como um todoe para as grandes regiões também estãopresentes. As diferenças e heterogeneidadesentre as diversas unidades da Federação dizemrespeito ao ritmo de expansão da EA.

Com efeito, no período 2001-2004, aevolução do número de escolas que oferecemEA apresenta taxas de crescimento muito altas,com exceção dos Estados do Ceará e Goiás(menos de 2 pontos percentuais negativos emambos os casos). O caso do Acre é emblemático:em 2001, apenas 72 escolas ofereciam EA, aopasso que em 2004 este número sobe para 1,3mil escolas. Outros casos de Estados que maisque dobraram o número de escolas que oferecemEA no período sob análise são Pará, Piauí eRoraima. Espírito Santo e Santa Catarina são osEstados com menores taxas de crescimentopositivas, 1% e 2,9%, respectivamente.

No que diz respeito à evolução do númerode matrículas em escolas do ensino fundamentalque oferecem EA, os dados são ainda maisexpressivos: todas as unidades da Federaçãoapresentaram taxas de crescimento positivas noperíodo 2001-2004. No Acre, em Mato Grossodo Sul, no Pará e em Roraima, a presença daEA – medida pelo número de matrículas – mais

do que duplicou entre os anos de 2001 e 2004.Os quatro Estados foram responsáveis pelaincorporação de cerca de 1,2 milhão dematrículas em escolas que oferecem EA, emapenas 4 anos.

Em relação ao número de matrículas dasescolas localizadas no Acre, as maiores taxas decrescimento são verificadas nas escolaslocalizadas nos seguintes tamanhos de municípios:entre 50 mil e 100 mil habitantes (com taxa decrescimento superior a 5.000 %, passando de 265matrículas em 2001 para 14 mil matrículas em2004), entre 5 mil e 10 mil habitantes (com taxa decrescimento superior a 2.000%, passando de 760matrículas em 2001 para 17,3 mil matrículas em2004) e, finalmente, os municípios com menos de5 mil habitantes expandiram a matrícula da EA em6 vezes no período sob análise.

Em síntese, verifica-se na Região Norte umesforço significativo nas escolas localizadas nosmunicípios de pequeno porte para universalizara presença da EA.

UM QUADRO SOBRE A EDUCAÇÃOAMBIENTAL E AS SUAS MODALIDADESNO BRASIL (2001-2004)

A presente seção centra a análise nasprincipais características e dinâmicas das trêsmodalidades de aplicação da EA: Projetos (PR),Disciplinas Especiais (DE) e Inserção daTemática Ambiental nas Disciplinas (ITAD).

Em 2001, aproximadamente 94 mil escolasofereciam ITAD, 33,6 mil escolas, PR e apenas2,9 mil escolas ofereciam DE. Em 2004, osnúmeros são 110 mil escolas, 64,3 mil escolas e5,5 mil escolas, respectivamente.

É importante sublinhar que as taxas decrescimento para o período sob análisealcançaram valores muito elevados para asmodalidades PR e DE – ambas em torno de 90%–, ao passo que a modalidade ITAD obteve umataxa de crescimento de 17%, devido ao elevadonúmero de escolas que ofereciam estamodalidade em 2001.

A afirmação anterior pode ser corroboradapela verificação do expressivo aumento do número

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de matrículas nas escolas que oferecem PR: em2001, 10,2 milhões de matrículas, ao passo que,em 2004, este número aumentou para 18,9milhões de matrículas, o que representou umataxa de crescimento de 85% no período. A taxade crescimento do número de matrículas nasescolas que oferecem DE também aumentousignificativamente, em torno de 75%. Apesar de amodalidade ITAD obter uma taxa de crescimentomoderada de 9,5%, ela ainda continua sendo aque apresenta maior número de matrículas em2004: 21,3 milhões de matrículas.

Como é de se esperar, no Brasil, a coberturados PR cresceu significativamente de 40% em2001 para 58,4% em 2004 (com taxa decrescimento de 45%). A cobertura das DE é baixapara os dois anos (3,2% em 2001 e 4,5% em2004). A cobertura da modalidade ITAD reduziu-se de 76,7% para 65,8% entre 2001 e 2004.

A evolução das coberturas das DE e PRpor tamanho da escola apresenta o seguintepadrão: taxas de cobertura inferiores nas escolascom até 30 matrículas e superiores no outroextremo, ou seja, nas escolas com mais de milmatrículas. Possivelmente, este fato acontecedevido a economias de escalas, já queimplementar projetos e disciplinas especiais podeser viável em escolas de grande porte. Este fatoparece ser confirmado quando se observa quejustamente a maior cobertura da modalidadeITAD se encontra nas escolas com até 30matrículas (79,8%).

Por outro lado, o número de matrículas temcrescido significativamente nas escolasmunicipais, tanto nos PR (105%) quanto namodalidade ITAD (19,7%), ao passo que o maiorcrescimento das matrículas nas DE foi observadanas escolas estaduais (83,1%). No que dizrespeito às escolas particulares, é importantemencionar que o aumento do acesso às DE eaos PR foi de aproximadamente 65%.

Em termos da cobertura por grandesregiões, tem-se que a Região Nordeste mais doque duplicou a cobertura de matrículas para osPR (com uma taxa de crescimento da coberturade 104,4%), seguida das Regiões Norte e Centro-Oeste, ambas com uma taxa de crescimento dacobertura de aproximadamente 85%.

O maior dinamismo na cobertura das DEencontra-se na Região Norte (taxa de crescimentode 63%), seguida pela Região Sudeste (taxa decrescimento de 47%). Finalmente, as taxas decrescimento da modalidade ITAD para todas asregiões do País são negativas, sendo que a maiorqueda aconteceu na taxa de crescimento dacobertura da Região Centro-Oeste (–23%),seguida pela taxa de crescimento da coberturada Região Nordeste (–19,1%).

Em síntese, a análise das regiõesbrasileiras revela que existiu uma expansãosignificativa nas modalidades DE e PR, expansãoesta que se localiza, principalmente, nas escolasde maior porte e, também, nas Regiões Norte,Centro-Oeste e Sudeste do País. Por outro lado,a redução da cobertura no caso da modalidadeITAD deve-se, em grande parte, a dois fatores:a) a cober tura da modalidade ITAD jáapresentava altos valores em 2001; e b) o fortecrescimento da cobertura das outras duasmodalidades quando comparado com ocrescimento da modalidade ITAD.

Quando se analisa a cober tura dasmatrículas em relação às modalidades deaplicação DE e PR da EA, tem-se que, mais umavez, as taxas de crescimento em relação a esteindicador encontram-se mais elevadas nosEstados das Regiões Norte e Nordeste, comexceção da modalidade DE, que no Estado deSanta Catarina passa a ocupar a segundacolocação. No que diz respeito à modalidade PR,verifica-se que a maior taxa de crescimento dacobertura é obtida, mais uma vez, pelo Estadodo Maranhão, que apresentou uma taxa decrescimento em relação à cobertura de 351%(passando de 8,2% em 2001 para 37% em 2004),sendo este seguido por mais dois Estados daRegião Nordeste: em primeiro lugar, o Estado daParaíba (222%, ou seja, passando de 9% em2001 para 29% em 2004) e, em segundo lugar, oEstado do Ceará (206%, isto é, passando de 18%em 2001 para 56% em 2004).

Os Estados do Acre e de Roraima foramos únicos que apresentaram taxas negativas decrescimento da cobertura da modalidade PRquando comparados às outras unidades daFederação, com taxas negativas de –34% e–19%, respectivamente.

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AS CONDIÇÕES QUE ENFRENTAM ASESCOLAS DO ENSINO FUNDAMENTALQUE OFERECEM EDUCAÇÃO AMBIENTALNO BRASIL (2001-2004)

Local de funcionamento e saneamentobásico

Analisando os dados para o Brasil comoum todo, é possível identificar que a amplamaioria das escolas brasileiras que oferecem EAapresenta como local de funcionamento o prédioescolar, tanto para o ano de 2001 quanto para oano de 2004 (90,3% e 92%, respectivamente).O fato de as escolas funcionarem em localexclusivamente destinado para o uso escolar émuito significativo, pois revela uma condiçãofavorável para desenvolver atividades da escola.

É impor tante mencionar que estaprevalência do prédio escolar como localprivilegiado de funcionamento é verificada tantono nível regional quanto no estadual.

No entanto, existe um padrão muito fácilde ser identificado: as regiões consideradasmenos afluentes (Regiões Norte e Nordeste)possuem porcentagens menores quandocomparadas com as regiões consideradas maisafluentes (Regiões Sudeste e Sul). Em 2004, asmaiores proporções são identificadas nasRegiões Sudeste (97,9%) e Sul (98,7%), aopasso que as menores proporções são 84,5%(Norte) e 89,2% (Nordeste).

Quando a análise se concentra nas unidadesda Federação, verifica-se que, em 2004, o Estadodo Rio Grande Sul apresenta a maior porcentagemde escolas com EA funcionando em prédiosescolares (99%), sendo seguido pelo Estado doParaná (98,6%) e pelo Estado de Santa Catarina(98,5%), todos pertencentes à Região Sul.

Em 2004, as maiores proporções deescolas que oferecem EA funcionando emgalpões, ranchos, paióis e barracões sãoidentificadas nos Estados do Maranhão(aproximadamente 24%), do Pará (16,7%) e deRoraima (cerca de 16,3%).

Para analisar as condições de saneamentobásico que apresentam as escolas que oferecemEA, foram selecionadas duas variáveis: a primeira

consiste na identificação da porcentagem deescolas que oferecem EA e possuem sanitáriosdentro ou fora do prédio; a segunda consiste nascondições de esgotamento sanitário. Em relaçãoà segunda, três indicadores foram utilizados:porcentagem de escolas que oferecem EA eutilizam rede pública; porcentagem de escolasque oferecem EA e possuem fossa; eporcentagem de escolas que oferecem EA ondenão existe sistema de esgotamento sanitário.

Em 2004, no Brasil, praticamente 8 de cada10 escolas que oferecem EA possuíam sanitáriosdentro do prédio; 6 de cada 10 escolas queoferecem EA utilizavam a fossa como sistemade esgotamento sanitário; 3 de cada 10 escolasutilizavam rede pública como forma deesgotamento sanitário; e apenas uma de cada10 (9%) das escolas que oferecem EA nãopossuía nenhum tipo de esgotamento sanitário.

Em geral, pode-se afirmar que as melhorescondições de saneamento básico das escolasque oferecem EA variam de acordo com o graude desenvolvimento e de urbanização dasrespectivas regiões brasileiras. Com efeito, em2004, apenas 38,5% das escolas que oferecemEA na Região Norte possuíam sanitários dentrodo prédio, ao passo que, nas Regiões Sudeste eSul, esta porcentagem era de praticamente 95%.

No que diz respeito à porcentagem deescolas que oferecem EA e possuem sanitáriosdentro do prédio, as unidades da Federação commaiores proporções não pertencem às RegiõesSudeste e Sul, mas sim à Região Centro-Oeste– Distrito Federal (99,6%) e Mato Grosso do Sul(99,4%). Somente no terceiro lugar aparece umEstado da Região Sudeste – o Rio de Janeiro(99,3%).

No outro extremo, o Acre – na Região Norte– apresenta a menor porcentagem nesteindicador quando comparado com as outrasunidades da Federação: apenas 27,8% dasescolas que oferecem EA possuem sanitáriosdentro do prédio.

Quanto ao sistema de esgotamentosanitário, as unidades federadas que apresentamas maiores porcentagens de escolas queoferecem EA e utilizam rede pública encontram-se nas Regiões Centro-Oeste e Sudeste: são o

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Distrito Federal (84,6%), São Paulo (83,1%), oRio de Janeiro (72,8%) e Minas Gerais (52,6%).

No outro extremo, verifica-se que asmenores porcentagens de escolas que possuemrede pública de esgotamento sanitárioencontram-se na Região Norte do País: Pará(2,8%), Rondônia (2,6%) e Tocantins (3,6%).

Em relação à utilização de fossa comosistema de esgotamento sanitário, verifica-seque, em 2004, o Estado de Alagoas apresenta amaior proporção de escolas que oferecem EA ea utilizam – 9 de cada 10 –, seguido porRondônia, com 84,9% dessas escolas.

Em síntese, as escolas que oferecem EAapresentam um padrão geral menos favorável,no que diz respeito ao esgotamento sanitário,quando comparados os locais de funcionamento.

Na análise por porte de município, quantoà porcentagem de escolas que oferecem EA epossuem sanitários dentro do prédio, verifica-seque, em 2004, os municípios de maior portepopulacional (mais de 100 mil habitantes)apresentam as maiores porcentagens, sendo queas escolas localizadas em municípios com maisde 1 milhão de habitantes revelam que 98,4%das escolas que oferecem EA atendem essacondição. No entanto, as escolas localizadas nosmunicípios com até 5 mil habitantes superam asescolas situadas nos municípios de porte médio(entre 5 mil e 100 mil habitantes), ocupandoassim a quarta colocação, com cerca de 80%das escolas que oferecem EA possuindosanitário dentro do prédio.

No que diz respeito ao esgotamentosanitário, pode-se confirmar o argumento darelação entre as escolas que utilizam rede públicae o grau de urbanização. Com efeito, ao seobservar este indicador para as escolaslocalizadas nos diferentes portes de municípiosno Brasil como um todo, tem-se que as escolaslocalizadas nos municípios com até 50 milhabitantes em 2004 não alcançam nem 20%neste indicador, ao passo que as escolaslocalizadas nas grandes metrópoles brasileiras(mais de 1 milhão de habitantes) e nas cidadesentre 250 mil e 1 milhão de habitantes são asque possuem as maiores porcentagens: 84,2%e 65,4%, respectivamente.

Os dados sobre a porcentagem de escolasque oferecem EA, de acordo com as condiçõesde saneamento básico e segundo o tamanho dasescolas para o Brasil como um todo e as grandesregiões brasileiras, revelam que a melhoria nascondições de saneamento básico (sanitáriodentro do prédio e rede pública de esgotamentosanitário) está diretamente relacionada com otamanho das escolas, isto é, quanto maior otamanho, melhores serão as suas condições desaneamento básico. Este fato é válido para,praticamente, todas as regiões do País e para oBrasil como um todo.

No entanto, devem ser mencionadas asescolas com até 30 matrículas e que oferecemEA na Região Sul. Essas escolas apresentamas maiores porcentagens quando comparadascom as outras regiões brasileiras no que dizrespeito à utilização de fossa como sistema deesgotamento sanitário (89,8%). Desta forma sedelineia um quadro muito precário das escolascom até 30 matrículas na Região Sul do País emrelação às condições de saneamento básico.

O DESTINO FINAL DO LIXO NAS ESCOLASDO ENSINO FUNDAMENTAL QUEOFERECEM EDUCAÇÃO AMBIENTAL

Segundo as tabulações do Censo Escolar,o lixo produzido pode ter cinco destinos: coletaperiódica, reutilização, queima, reciclagem e serjogado em outra área. No presente relatórioconsidera-se que a coleta periódica, areutilização e a reciclagem são práticasambientalmente corretas, ao passo que a queimae jogar o lixo em outras áreas podem aumentaro risco ambiental.

Segundo a Tabela 2, em 2004, no Paíscomo um todo, 49,3% das escolas que oferecemEA utilizavam a coleta periódica como destinofinal do lixo; lamentavelmente, em segundo lugarencontram-se as escolas que queimam o lixo,com 41,3%; e, em terceiro lugar, as escolas quejogam o lixo em outras áreas, com 11,9%. Aporcentagem de escolas que reutilizam oureciclam o lixo ultrapassa apenas 5% (0,9% e4,6%, respectivamente).

Em termos da evolução temporal, quandose compara com o ano de 2001, tem-se que a

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porcentagem de escolas que utilizam a coletaperiódica do lixo aumentou em três pontospercentuais, pois em 2001 era de 46,4%. Poroutro lado, no período sob análise, existe umadiminuição importante da porcentagem deescolas que oferecem EA e que jogam o lixo emoutras áreas, passando de 20,4% em 2001 para11,9% em 2004. Porém, é preocupante oaumento da porcentagem de escolas queoferecem EA e que queimam o lixo produzido.

Com efeito, em 2001 esta porcentagem era de36,1%, ao passo que, em 2004, era de 41,3%.

Em termos das grandes regiões do País,existem heterogeneidades muito significativas.Nas Regiões Norte e Nordeste, a queima do lixoé a prática mais utilizada pelas escolas queoferecem EA, prática esta que mostroucrescimento no período 2001-2004. Em 2001, naRegião Norte, 64,3% das escolas que oferecem

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EA queimavam o lixo, ao passo que, em 2004,esta porcentagem aumentou para 72,4%. Estatendência crescente também se verifica naRegião Nordeste: em 2001, 37,3% das escolasque oferecem EA queimavam o lixo, ao passoque, em 2004, esta porcentagem foi de 47,1%.

Nas Regiões Nor te e Nordeste, areutilização e reciclagem do lixo são praticamenteinexistentes nas escolas que oferecem EA;somando ambas as porcentagens em cada umadestas regiões, elas não alcançam 1% do total deescolas do ensino fundamental que oferecem EA.

Apenas as escolas da Região Sul, em 2004,possuem um padrão bastante diferenciado no quediz respeito à reutilização do lixo quandocomparadas às das outras regiões do País: 3,7%.Este comportamento também é confirmado sobrea reciclagem do lixo: 19,7% das escolaslocalizadas na Região Sul reciclam o lixo, ao passoque o segundo lugar é ocupado pelas escolas daRegião Sudeste (7,4%), seguidas pelas escolasda Região Centro-Oeste, que ocupam o terceirolugar, com 3,1%, porcentagem esta seis vezesinferior à verificada nas escolas da Região Sul.

Quando esta informação é desagregadapara as unidades da Federação, tem-se que, em2004:

1) Em relação às escolas que oferecem EAe recorrem à coleta periódica de lixo, o DistritoFederal alcança a maior porcentagem (95,7%),seguido por São Paulo (94,4%) e Rio de Janeiro(92,4%). Por outro lado, os níveis mais baixos seencontram nos Estados do Acre (16,3%) e doPará (17,5%);

2) As escolas que mais queimam o lixo noBrasil se encontram localizadas nos Estados daRegião Norte: Rondônia (76,5%), Pará (76,1%)e Amazonas (71,8%). Na Região Nordeste, deve-se mencionar também o Estado de Maranhão,onde 65,3% das escolas apresentam comodestino do lixo a queima;

3) As escolas dos Estados situados naRegião Nordeste são aquelas onde mais se utilizaa opção de jogar o lixo em outras áreas: no Piauí,30,2% das escolas que oferecem EA o fazem;em segundo lugar encontram-se as escolaslocalizadas no Estado de Ceará, com 27,9%; e

4) As escolas que oferecem EA no Estadode Santa Catarina são as que mais reciclam(29,6%); em segundo lugar estão as escolas doParaná (19,9%) e, em terceiro, as do Rio Grandedo Sul (14,5%).

O relatório mostra que as práticasconsideradas ambientalmente corretas seconcentram basicamente nas escolas particularese federais. No caso da coleta periódica do lixo,em 2004, 97% das escolas particulares e federaisque oferecem EA utilizam este serviço. Por outrolado, as escolas par ticulares lideram asporcentagens no que diz respeito à reutilização eà reciclagem do lixo, com 1,04% e 8,6%,respectivamente. Mais uma vez, na reciclagem dolixo, as escolas federais ocupam a segundacolocação, com 8,1%. Por outro lado, as escolasestaduais ocupam o segundo lugar no que dizrespeito à reutilização do lixo, com 1%.

Em síntese, os dados analisados permitemafirmar, com base em evidências robustas, queas escolas particulares e federais possuemclaramente as melhores práticas no que dizrespeito à destinação do lixo. As escolasmunicipais são as que mais utilizam as práticasambientalmente incorretas. Mais do que isto, aevolução temporal – no período 2001-2004 –revela um processo de deterioração crescentenestas práticas por parte das escolas deresponsabilidade dos municípios.

DEPENDÊNCIAS E EQUIPAMENTOSSELECIONADOS NAS ESCOLAS DOENSINO FUNDAMENTAL QUE OFERECEMEDUCAÇÃO AMBIENTAL

Nesta parte do presente relatório, optou-se por uma mudança metodológica significativa:em vez de realizar uma descrição detalhada dasdiversas dependências e equipamentosescolares que uma escola possui e que podemter impacto na qualidade da Educação Ambiental,decidiu-se testar o grau de associação entre, porum lado, estes equipamentos e dependências e,por outro lado, a presença ou não da EA nasescolas do ensino fundamental. Em outraspalavras, o objetivo é testar quais osequipamentos e dependências das escolas queestão associados de forma sistemática com o fatode a escola oferecer ou não EA.

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Em 2004, o resultado mais expressivo dizrespeito à associação sistemática entre ocomputador para uso pedagógico e a existênciaou não da EA nas escolas do ensino fundamental,tanto para o Brasil como um todo quanto para asgrandes regiões e as unidades da Federação.Este resultado robusto também é verificado parao ano de 2001, com exceção de Amazonas,Amapá, Distrito Federal e Espírito Santo.

Em segundo lugar, verifica-se a existênciade uma associação sistemática entre o laboratóriode informática e a presença ou não da EA. Estadependência existente na escola apresentou umaassociação sistemática em 2001, no Brasil comoum todo, em todas as regiões, e, em geral, emtodas as unidades da Federação, com exceçãodos Estados do Amazonas, de Amapá e da Bahia.Em 2004 este quadro se altera, pois Amazonas eBahia passam a apresentar uma associaçãosistemática, ao passo que ao Amapá se unem osEstados do Acre e Piauí.

Finalmente, dois resultados peculiaresguardam relação com a possível associaçãoentre o acesso à Internet e a videoteca e apresença ou não da EA no ensino fundamental.

Em 2001, não foi verificada nenhumaassociação sistemática entre o acesso à Internete a presença ou não da EA nas Regiões Norte eNordeste e em 13 das 27 unidades da Federação(sendo que, destas 13, 10 estão localizadasnessas regiões). Em 2004, esta associação setorna ainda mais fraca, pois em 22 das 27unidades da Federação não foi verificadanenhuma associação sistemática entre o acessoà Internet e a presença ou não da EA. Mas éimportante ressaltar que, em 2004, essasunidades da Federação não se concentram maisnas Regiões Norte e Nordeste, e sim distribuídaspor todas as outras.

O segundo resultado diz respeito àassociação entre videoteca e a presença ou nãoda EA. Em 2001, a existência de videoteca nasescolas apresentava uma expressiva associaçãosistemática com a presença ou não da EA. Comefeito, em apenas cinco unidades da Federaçãoesta associação não foi verificada.

Em 2004, esta associação sistemáticaperde significativamente o seu valor, já que, em

2001, das 27 unidades da Federação, apenascinco não apresentavam associação sistemática,ao passo que, em 2004, o número das quepassaram a não possuir esta associação quasetriplica, chegando a 14.

Em síntese, por meio deste exercício,verificou-se a relevância da associação de umequipamento e uma dependência com apresença ou não da EA: computador para usopedagógico e laboratório de informática, ambosestreitamente relacionados. No entanto, o usodestes computadores para a Internet revela nãoguardar nenhum tipo de associação com apresença ou não da EA.

Finalmente, o videocassete e a televisãoforam mais importantes em 2001 do que em 2004,apesar de, em ambos os anos, estes doisequipamentos possuírem um grau de associaçãosistemática elevado com a presença ou não da EA.

INSERÇÃO DAS ESCOLAS DO ENSINOFUNDAMENTAL QUE OFERECEMEDUCAÇÃO AMBIENTAL EM ATIVIDADESCOMUNITÁRIAS

Uma das funções mais importantes daescola é seu poder de influência e transformaçãoda comunidade em que está inserida. Por outrolado, é na temática ambiental que a escolapoderia apresentar um impacto significativo nasociedade, mediante a criação de canais decomunicação com a população que possibilitema discussão e reflexão sobre o papel doscidadãos quanto ao meio ambiente.

Apesar de ser difícil mensurar esta influênciacom métodos quantitativos, o Censo Escolar de2004 traz informações sobre a participação daescola em diversas atividades comunitárias. Elenada diz sobre a interação efetiva e real entre aescola e a comunidade em relação a certos temase, além disso, não permite avaliar o verdadeiroimpacto dessas atividades comunitáriasdesenvolvidas pela escola. No entanto, é um bomcomeço avaliar o grau em que as escolas queoferecem EA desenvolvem essas atividades.

De acordo com a Tabela 3, apenas 8,8%das escolas que oferecem EA participam daatividade de colaborar na manutenção de hortas,

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pomares e jardins; em termos absolutos, istosignifica, aproximadamente, 13,4 mil escolas, das152 mil que oferecem EA. No Brasil, a atividadecom maior par ticipação das escolas queoferecem EA corresponde ao mutirão de limpezada escola: 17,9% (27,2 mil escolas,aproximadamente). Finalmente, 10,5% dasescolas que oferecem EA (aproximadamente15,9 mil escolas) participam da manutenção daestrutura física da escola.

A Região Sul alcança em duas atividadescomunitárias as maiores proporções, quandocomparada com as demais: 22,6% das escolasque oferecem EA participam da atividade demanutenção de hortas, pomares e jardins, e20,5% par ticipam dos mutirões para amanutenção da estrutura física da escola.

Por outro lado, a Região Norte ocupa oprimeiro lugar no que diz respeito aos mutirões de

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limpeza das escolas, ou seja: cerca de 39% dasescolas que oferecem EA participam desta atividade.Ela também apresenta a segunda maior proporçãode escolas que oferecem EA nos mutirões demanutenção da estrutura física das escolas (18,8%),ficando atrás somente da Região Sul (20,5%).

Um dado verdadeiramente preocupante éa baixa inserção das escolas que oferecem EAem atividades comunitárias na Região Nordeste.Com efeito, nas três atividades comunitáriasestudadas, esta região apresenta as menoresproporções: 3,9% participam da manutenção dehortas, pomares e jardins; 10,6% participam demutirões de limpeza da escola; e 4,7% participamde mutirões para a manutenção da estruturafísica da escola.

Quando se analisa a participação dasescolas em atividades comunitárias segundo asunidades da Federação, são encontradasheterogeneidades ainda maiores. Em relação àatividade comunitária de manutenção de hortas,

pomares e jardins, tem-se que as escolas queoferecem EA onde existem maiores participaçõespertencem aos Estados do Rio Grande do Sul(27,2%) e Santa Catarina (24,8%). Outras duasunidades da Federação apresentam proporçõessignificativas nesta atividade comunitária: Goiás(16,8%) e Distrito Federal (16%).

No outro extremo, tem-se que as escolasque oferecem EA na Paraíba, Piauí e Rio Grandedo Norte atingem as menores porcentagens(1,8%, 1,8% e 1,9%, respectivamente) naatividade comunitária de manutenção de hortas,pomares e jardins, quando comparadas com asde outras unidades da Federação.

Em síntese, pode-se concluir que aparticipação nestas atividades comunitárias aindamuito se tem para avançar. Conforme foi descritonos parágrafos anteriores, as porcentagens departicipações em qualquer uma das três atividadesestudadas são realmente baixas, e, além disso, épossível incrementar essa participação.