UM TRATAMENTO UNIFICADO DO RENDIMENTO DE … · Com o surgimento da válvula triodo (1906), a...

15
Todos os direitos reservados. DIMENSIONAMENTO E AVALIAÇÃO DE ESTÁGIOS DE POTÊNCIA DE AMPLIFICADORES DE ÁUDIO CLASSES A, B, AB, G E H, ASSISTIDO POR ANÁLISE COMPUTACIONAL Rosalfonso Bortoni 1,2 , Sidnei Noceti Filho 1 e Rui Seara 1 1 – LINSE: Circuitos e Processamento de Sinais Universidade Federal de Santa Catarina www.linse.ufsc.br 2 – STUDIO R Eletrônica Ltda. www.studior.com.br Sumário - Este artigo apresenta um procedimento de análise, dimensionamento e avaliação de estágios de potência de amplificadores de áudio operando nas Classes A, B, AB, G e H com cargas reativas. Esse estudo considera um sinal de excitação senoidal e tecnologias BJT, IGBT e MOSFET. São utilizados modelos eletro-mecano-acústicos de alto-falantes e caixas acústicas cujos parâmetros são obtidos pelo modelo Thiele-Small [3], e um modelo eletro-térmico equivalente do sistema transistor-dissipador- ambiente associado às potências média e instantânea dissipadas. 1. INTRODUÇÃO Com o surgimento da válvula triodo (1906), a música pôde ser transmitida pela primeira vez via rádio freqüência (1907). A partir de 1915 começaram a surgir os primeiros sistemas de amplificação de voz e, posteriormente, música para grandes públicos [1]. Surgiu, então, o amplificador de áudio. Desde então, a necessidade de potentes sistemas de reproduções de voz e de música tem levado ao estudo de novas técnicas de sonorização e de concepção de novas estruturas de amplificadores de áudio. Devido à grande quantidade de caixas acústicas [2], de sua baixa eficiência [3], e da grande quantidade de potência elétrica requerida, tem sido procurado obter, cada vez mais, para os amplificadores de potência, maior rendimento, dentre outras melhorias. Desde então, têm surgido diversas classes de operações. As classes de operações são caracterizadas pelo ponto de operação e/ou modo de operação do estágio de saída do circuito amplificador de potência. Neste trabalho serão abordadas as Classes A, B, AB, G e H. Na literatura encontram-se outras classes de operações, como as Classes C, D, E, F, I e S [4,6,7,8]. As classes A, B, AB, G e H serão analisadas e tratadas sob as mesmas considerações de operação, utilizando-se cargas resistivas e reativas (esta última, representando as estruturas de alto-falantes e caixas acústicas usualmente empregadas); nesse caso são utilizados os modelos eletro-mecano-acústicos apresentados em [3]. O objetivo deste trabalho é fornecer os parâmetros de análise do funcionamento do estágio de saída, no que se refere às correntes envolvidas, às tensões do estágio, às potências e ao desempenho térmico da etapa sob diversas situações e condições de operação. Todos esses parâmetros são obtidos, considerando-se um sinal de excitação senoidal, de forma genérica, independentemente da tecnologia do transistor empregada (BJT, IGBT ou MOSFET). Até então, a quase totalidade de estudos realizados são dedicados a classes de operações distintas, sob condições bastante específicas. Para se ter uma visão mais abrangente do estado-da-arte de amplificadores de áudio vamos, agora, fazer uma breve revisão bibliográfica destas estruturas amplificadoras. Os amplificadores Classe A são os de menor rendimento, porém são os que apresentam menor distorção; no entanto, são discutidos apenas para fins de comparação [1,5,6,7,8]. De um modo geral, a maioria das análises são desenvolvidas para cargas resistivas [5,6,7,8,9,11,12, 13,14,15], e quando cargas reativas são consideradas a classe de operação utilizada fica, quase sempre, restrita à Classe B (ou Classe AB, considerando-se pequena corrente de polarização) [16,17,18,19]. Isto se deve por este tipo de classe apresentar um equacionamento mais simples (neste caso é utilizado cargas com o módulo da impedância constante, variando-se apenas a fase). Em alguns casos são também considerados modelos comerciais de caixas acústicas [20,21,22]. As Classes G e H operam com diferentes tensões de alimentações no estágio de potência. Elas foram equacionadas e comumente descritas e analisadas apenas para dois estágios [9,11,12,13,23,24]; não foi encontrado na literatura expressões para as Classes G e H com mais de dois estágios; algumas citações são mencionadas para três e quatro estágios [1,9,10]. Além disso, todas as análises são feitas para tecnologias de transistores distintas (BJT ou MOSFET) e o dimensionamento nessas etapas é superficialmente abordado [10]. Em face à pouca ou insuficiente quantidade de informações e/ou falta de generalização dos tratamentos matemáticos encontrados na literatura, relativos aos estágios de potência, propõe-se neste trabalho: ! uma análise unificada das Classes A, B, AB, G e H, tanto para cargas resistivas quanto para cargas reativas; ! uma expressão genérica para as Classes G e H

Transcript of UM TRATAMENTO UNIFICADO DO RENDIMENTO DE … · Com o surgimento da válvula triodo (1906), a...

  • Todos os direitos reservados.

    DIMENSIONAMENTO E AVALIAÇÃO DE ESTÁGIOS DE POTÊNCIA DEAMPLIFICADORES DE ÁUDIO CLASSES A, B, AB, G E H,

    ASSISTIDO POR ANÁLISE COMPUTACIONAL

    Rosalfonso Bortoni1,2, Sidnei Noceti Filho1 e Rui Seara1

    1 – LINSE: Circuitos e Processamento de SinaisUniversidade Federal de Santa Catarina

    www.linse.ufsc.br2 – STUDIO R Eletrônica Ltda.

    www.studior.com.br

    Sumário - Este artigo apresenta um procedimento deanálise, dimensionamento e avaliação de estágios depotência de amplificadores de áudio operando nasClasses A, B, AB, G e H com cargas reativas. Esseestudo considera um sinal de excitação senoidal etecnologias BJT, IGBT e MOSFET. São utilizadosmodelos eletro-mecano-acústicos de alto-falantes ecaixas acústicas cujos parâmetros são obtidos pelomodelo Thiele-Small [3], e um modelo eletro-térmicoequivalente do sistema transistor-dissipador-ambiente associado às potências média e instantâneadissipadas.

    1. INTRODUÇÃO

    Com o surgimento da válvula triodo (1906), amúsica pôde ser transmitida pela primeira vez viarádio freqüência (1907). A partir de 1915 começarama surgir os primeiros sistemas de amplificação de voze, posteriormente, música para grandes públicos [1].Surgiu, então, o amplificador de áudio.

    Desde então, a necessidade de potentes sistemas dereproduções de voz e de música tem levado ao estudode novas técnicas de sonorização e de concepção denovas estruturas de amplificadores de áudio. Devido àgrande quantidade de caixas acústicas [2], de suabaixa eficiência [3], e da grande quantidade depotência elétrica requerida, tem sido procurado obter,cada vez mais, para os amplificadores de potência,maior rendimento, dentre outras melhorias. Desdeentão, têm surgido diversas classes de operações.

    As classes de operações são caracterizadas peloponto de operação e/ou modo de operação do estágiode saída do circuito amplificador de potência. Nestetrabalho serão abordadas as Classes A, B, AB, G e H.Na literatura encontram-se outras classes deoperações, como as Classes C, D, E, F, I e S [4,6,7,8].

    As classes A, B, AB, G e H serão analisadas etratadas sob as mesmas considerações de operação,utilizando-se cargas resistivas e reativas (esta última,representando as estruturas de alto-falantes e caixasacústicas usualmente empregadas); nesse caso sãoutilizados os modelos eletro-mecano-acústicosapresentados em [3].

    O objetivo deste trabalho é fornecer os parâmetrosde análise do funcionamento do estágio de saída, noque se refere às correntes envolvidas, às tensões doestágio, às potências e ao desempenho térmico da

    etapa sob diversas situações e condições de operação.Todos esses parâmetros são obtidos, considerando-seum sinal de excitação senoidal, de forma genérica,independentemente da tecnologia do transistorempregada (BJT, IGBT ou MOSFET).

    Até então, a quase totalidade de estudos realizadossão dedicados a classes de operações distintas, sobcondições bastante específicas. Para se ter uma visãomais abrangente do estado-da-arte de amplificadoresde áudio vamos, agora, fazer uma breve revisãobibliográfica destas estruturas amplificadoras.

    Os amplificadores Classe A são os de menorrendimento, porém são os que apresentam menordistorção; no entanto, são discutidos apenas para finsde comparação [1,5,6,7,8].

    De um modo geral, a maioria das análises sãodesenvolvidas para cargas resistivas [5,6,7,8,9,11,12,13,14,15], e quando cargas reativas são consideradas aclasse de operação utilizada fica, quase sempre,restrita à Classe B (ou Classe AB, considerando-sepequena corrente de polarização) [16,17,18,19]. Istose deve por este tipo de classe apresentar umequacionamento mais simples (neste caso é utilizadocargas com o módulo da impedância constante,variando-se apenas a fase). Em alguns casos sãotambém considerados modelos comerciais de caixasacústicas [20,21,22].

    As Classes G e H operam com diferentes tensões dealimentações no estágio de potência. Elas foramequacionadas e comumente descritas e analisadasapenas para dois estágios [9,11,12,13,23,24]; não foiencontrado na literatura expressões para as Classes Ge H com mais de dois estágios; algumas citações sãomencionadas para três e quatro estágios [1,9,10]. Alémdisso, todas as análises são feitas para tecnologias detransistores distintas (BJT ou MOSFET) e odimensionamento nessas etapas é superficialmenteabordado [10].

    Em face à pouca ou insuficiente quantidade deinformações e/ou falta de generalização dostratamentos matemáticos encontrados na literatura,relativos aos estágios de potência, propõe-se nestetrabalho:! uma análise unificada das Classes A, B, AB, G

    e H, tanto para cargas resistivas quanto para cargasreativas;! uma expressão genérica para as Classes G e H

  • III AES Brasil Julho de 1999

    Dimensionamento e Avaliação de Estágios de Potência de Amplificadores de Áudio Classes A, B, AB, G e H,Assistido por Análise Computacional.

    2

    de múltiplos estágios;! uma generalização da expressão do rendimento

    para as Classes A, B, AB, G e H;! um equacionamento para as diferentes classes

    levando em conta as tecnologias BJT, IGBT eMOSFET;! uma metodologia para o dimensionamento da

    etapa de potência a partir das potências média einstantânea dissipadas, e do modelo eletro-térmico dosistema transistor-dissipador-ambiente, considerando-se carga reativa.

    2. CARGA RESISTIVA

    2.1 Classes A, B e AB.

    A Fig. 1 mostra o diagrama de uma etapa de saída(estágio complementar), a qual constitui a célulabásica de amplificadores Classes A, B e AB.

    Fig. 1 – Etapa de saída de amplificadoresClasses A, B e AB.

    Para essas classes, a potência média total fornecidapelas duas fontes ( 1CCV e 2CCV ) de alimentação é

    CCCSSS IVPPP ⋅⋅=+= −+ 2 , uma vez que as potênciasmédias fornecidas por cada uma das fontes dealimentação +SP e −SP são iguais. Para a Classe A,

    CI é a corrente quiescente QI no transistor 1Q . Para a

    Classe B, CI é a corrente média, SI , em 1Q , que

    conduz apenas um semi-ciclo por período, e, para aClasse AB, CI é a corrente média )( QSI θ , função da

    corrente de polarização, QI , e da corrente fornecida à

    carga, Li (ver Fig. 3). Nas três classes, tem-se que

    CEsatLCC VVV += max .A Fig. 2 mostra as correntes de coletor e a corrente

    na carga de um estágio de saída Classe A. Nestafigura, manI , definida como corrente de manutenção, é

    a corrente necessária para garantir que o transistoropere na região ativa direta para as condiçõesextremas de excursão do sinal. Nesse caso tem-se que

    , 2max

    manL

    Q II

    I += (1)

    então,

    ( ) . 2

    2 maxmax

    +⋅+⋅= man

    LCEsatLS I

    IVVP (2)

    Fig. 2 - Correntes nos coletores dos transistores

    1Q e 2Q e na carga.

    A potência média na carga, LP , é dada por

    ( )LLL RVP ⋅= 2/2 , sendo LV a tensão de pico na carga.Definindo-se o fator γ como max/ Lman II=γ econsiderando que LLL RVI /maxmax = , pode-se obter orendimento SL PP /=η , por:

    . 21

    1

    )/(1

    1

    2

    1

    max

    2

    max γ+⋅

    +⋅

    ⋅=η

    LCEsatL

    L

    VVV

    V (3)

    A equação (3) nos mostra que o rendimento teóricomáximo para operação em Classe A é 50%, istoconsiderando 0=CEsatV , 0=manI e maxLL VV = . Estaequação é válida também para dispositivos IGBT.Pode ser mostrado que no caso de dispositivosMOSFET, a razão maxLCEsat VV em (3) é agora dada

    por LDSon RR / , onde DSonR é a resistência de condução

    entre dreno e a fonte do MOSFET [15]. Assim,

    . 21

    1

    )/(1

    1

    2

    12

    max γ+⋅

    +⋅

    ⋅=η

    LDSonL

    L

    RRV

    V (4)

    No caso de Classe B, deve-se considerar 0=BIASV .Como π= /LS II e LLL R/VI = , pode-se mostrar que:

    . 12max

    max π⋅

    +⋅⋅= L

    L

    CEsatLS

    I

    V

    VVP (5)

    Sabendo-se que SL P/P=η , obtém-se:

    . )/(1

    1

    4 maxmax LCEsatL

    L

    VVV

    V

    +⋅⋅π=η (6)

    A equação (6) nos mostra que o rendimento teóricomáximo para operação em Classe B é 78,5%, istoconsiderando 0=CEsatV e maxLL VV = . De forma análogaao que foi obtido para os amplificadores Classe A,para dispositivos MOSFET, obtém-se:

    . )/(1

    1

    4 max LDSonL

    L

    RRV

    V

    +⋅⋅π=η (7)

    No caso de Classe AB, deve-se considerar BIASV

    maior do que zero, porém menor do que a necessáriatensão para operação em Classe A (Fig. 1). Na Fig. 3,estão representadas as correntes de polarização, QI , e

    a fornecida à carga, Li , e as correntes nos coletores,

  • III AES Brasil Julho de 1999

    Dimensionamento e Avaliação de Estágios de Potência de Amplificadores de Áudio Classes A, B, AB, G e H,Assistido por Análise Computacional.

    3

    1Ci e 2Ci , função do ângulo θ . Baseando-se nestafigura, pode-se mostrar que a corrente média )( QSI θ é

    dada por:

    , cos2

    )( QL

    QQQSI

    II θ⋅π

    ⋅θ⋅=θ (8)

    Fig. 3 - Correntes nos coletores dos transistorese na carga.

    onde 2maxLQ II < e Qθ é o ângulo de transição entre

    a operação em Classe A e Classe AB. Esse ângulopode ser expresso em função dos parâmetros deprojeto como é mostrado a seguir. Com base na Fig.3, pode-se obter QLQ II θ⋅= sen)2/( max ou,

    alternativamente, )/2(sen max1

    LQQ II−=θ , e, através de

    (8), determinar uma expressão para )( QSI θ em função

    apenas de Qθ e LI . Assim,

    . cossen)( max QL

    QQL

    QSII

    I θ⋅π

    +θ⋅θ⋅π

    =θ (9)

    Para 0=θQ , π=θ LQS II )( , opera-se em Classe B.

    Para 2π=θQ , 2)( maxLQS II =θ , opera-se em Classe

    A (com 0=manI ). Caso 2/0 π

  • III AES Brasil Julho de 1999

    Dimensionamento e Avaliação de Estágios de Potência de Amplificadores de Áudio Classes A, B, AB, G e H,Assistido por Análise Computacional.

    4

    (a)

    (b)

    (c)

    Fig. 5 - Estágio de saída de amplificadores demúltiplos estágios: (a) Classe G e (b,c) Classe H.

    Fig. 6 – Ângulos de transição.

    Com base na Fig. 6, pode-se escrever:

    2 e 0

    2 1,

    1

    0 , sen

    0

    max1

    1max1

    )1(

    π=θ=θ

    ==α=α

    α

  • III AES Brasil Julho de 1999

    Dimensionamento e Avaliação de Estágios de Potência de Amplificadores de Áudio Classes A, B, AB, G e H,Assistido por Análise Computacional.

    5

    onde )1(1 cos)( −− θ⋅α−α= iTiiiD e, para dispositivos

    MOSFET:

    ∑=

    +⋅⋅π=η N

    ii

    L

    DSonL

    L

    ER

    RV

    V

    1

    max

    1

    4 (26)

    onde )1(1 cos)( −− θ⋅α−α= iTiiiE .

    Para 0=CEsatV , as equações (25) e (26) tornam-seidênticas às (20) e (21), respectivamente.

    A Fig. 7 apresenta os rendimentos das Classes G eH para diferentes valores de N, considerandopolarização Classe B.

    0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7 0.8 0.9 10

    10

    20

    30

    40

    50

    60

    70

    80

    90

    100

    PL/PLmax

    Ren

    dim

    ento

    - %

    N=100N=10

    N=4

    N=2 N=1

    Fig. 7 - Classes G e H para múltiplos estágios,com 0=CEsatV e polarização Classe B.

    Consideremos, agora, um caso prático em que0≠CEsatV . As Figs. 8a,b apresentam, respectivamente,

    os rendimentos das Classes G e H para025,0/ max =LCEsat VV e N=4; 015,0/ max =LCEsat VV e N=6.

    0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7 0.8 0.9 10

    10

    20

    30

    40

    50

    60

    70

    80

    90

    100

    PL/PLmax

    Ren

    dim

    ento

    - %

    H - η max = 88.87%

    G - η max = 84%

    VCEsat/VLmax=0,025

    N=4α1=0,5α2=0,707α3=0,866

    (a)

    0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7 0.8 0.9 10

    10

    20

    30

    40

    50

    60

    70

    80

    90

    100

    PL/PLmax

    Ren

    dim

    ento

    - %

    H - η max = 92.17%

    G - η max = 86.9%

    VCEsat/VLmax=0,015

    N=6α1=0,408α2=0,577α3=0,707α4=0,817α5=0,913

    (b)

    Fig. 8 - Exemplos de rendimentos das Classes G e H:(a) N=4 e (b) N=6.

    2.3 Comparação entre os rendimentos

    A Fig. 9 mostra uma comparação entre osrendimentos das diversas classes estudadas. Para essacomparação, foram adotados os seguintes valores dosparâmetros: 03,0/ max =LCEsat VV (para todas asclasses), 10,0=γ (Classes A), 02,0=λ (Classe AB),

    55,0=α (Classes G e H de 2 estágios, polarizaçãoClasse B). O menor rendimento foi obtido para aconfiguração Classe A, com um rendimento máximode 40,6%. O maior foi para a configuração Classe Hcujo valor máximo foi de 82,2%. Os rendimentosmáximos obtidos para as configurações Classes B eAB são aproximadamente 76,2% e 76,1%,respectivamente. A pequena diferença observada entreas curvas é atribuída à pequena corrente depolarização do estágio Classe AB. Como esperado, osrendimentos das Classes G e H são idênticos até oponto de transição. A partir desse ponto, ocorre umadiferença causada pelas topologias particulares. Orendimento máximo para a configuração Classe G foide 80,1%.

    0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7 0.8 0.9 10

    10

    20

    30

    40

    50

    60

    70

    80

    90

    100

    PL/PLmax

    Ren

    dim

    ento

    - %

    HG

    B AB

    A

    Fig. 9 - Comparação entre o rendimentos dasClasses A, B, AB, G e H.

    2.4 Síntese

    Uma expressão unificada para os rendimentos dasClasses A, B, AB, G e H pode ser obtida comparando-se as equações (3), (6), (11), (20) e (25). Assim, pode-se escrever:

    )()()(4 max

    γ⋅⋅θ⋅⋅π=η ZNYXV

    VQ

    L

    L (27)

    onde,

    , cossen

    )(

    max

    max

    QL

    LQQ

    L

    L

    Q

    V

    VV

    V

    Xθ⋅+θ⋅θ

    =θ (28)

    ( ) ∑=

    −−

    θ⋅

    ⋅+α−α+⋅−

    =N

    iiT

    L

    CEsatii

    L

    CEsat

    V

    Vk

    V

    Vk

    NY

    1)1(

    max1

    max

    cos1

    1)( (29)

    e

    . 21

    1)(

    γ+=γZ (30)

    O termo )( QX θ determina a classe de operação em

  • III AES Brasil Julho de 1999

    Dimensionamento e Avaliação de Estágios de Potência de Amplificadores de Áudio Classes A, B, AB, G e H,Assistido por Análise Computacional.

    6

    função da polarização: Classes A, B e AB; o termo)(NY determina a classe de operação em função do

    modo de operação: Classes G ( 1=k ) e H ( 0=k ); otermo )(γZ é função de γ para a polarização Classe Ae igual a 1 para as demais classes.

    Através de (27) obtém-se diretamente as Classes Ge H com polarização Classe A ( 2π=θQ e 0≥γ ) ou

    AB ( 20 π

  • III AES Brasil Julho de 1999

    Dimensionamento e Avaliação de Estágios de Potência de Amplificadores de Áudio Classes A, B, AB, G e H,Assistido por Análise Computacional.

    7

    3.4 Potência instantânea dissipada

    A potência instantânea dissipada em um dos braçosda etapa push-pull, )(tPd , pode ser determinada

    através do produto da corrente instantânea, )(ti , pela

    tensão instantânea, )(tv (ambas no mesmo braço).

    Assim,

    )()()( tvtitPd ⋅= (40)onde

  • III AES Brasil Julho de 1999

    Dimensionamento e Avaliação de Estágios de Potência de Amplificadores de Áudio Classes A, B, AB, G e H,Assistido por Análise Computacional.

    8

    CJCDJ TRPT +⋅= (49)

    Que são as expressões para o cálculo de JT em

    regime permanente de operação, a partir dos dados deprojeto ( DP , JCR , CDR , DAR , CT e AT , onde JCR , CDR e

    DAR são as resistências térmicas entre junção e case,

    case e dissipador, dissipador e ambiente,respectivamente).

    4.3 – Associação de transistores

    A Fig. 13 mostra o circuito da Fig. 12 adaptado para

    TN transistores, para a qual pode-se escrever:

    T

    dd N

    tPtP

    )(2)( ⋅=′ (50)

    TDADA NRR ⋅=′ (51)e

    T

    DD N

    CC =′ (52)

    Onde )(tPd′ é a potência instantânea dissipada emcada transistor, DAR′ e DAC′ são, respectivamente, aresistência térmica e a capacitância térmica dodissipador "vistas" por cada transistor, e TN é o

    número de transistores associados.

    Fig. 13 – Circuito elétro-térmico para um transistor,em associação com TN transistores.

    Aqui, foram considerados transistores casados e aassociação feita de modo a permitir uma distribuiçãouniforme da potência. Na prática, dois procedimentossão usados para promover o casamento entre ostransistores. O primeiro é a seleção prévia dostransistores (parâmetros semelhantes) e o segundo é aintrodução de uma pequena realimentação negativa nocircuito (resistores de emissor/fonte).

    4.4 Cálculo da temperatura instantânea de junção

    A temperatura instantânea de junção, )(tTJ , é

    calculada através do produto convolução entre apotência instantânea dissipada, )(tPd′ , e a resposta aoimpulso do sistema, )(tZT . Desta forma:

    )(*)()( tZtPtT TdJ ′= (53)

    onde )(tZT é a resposta ao impulso do sistema )(sZT

    (Fig. 12 e Apêndice A), obtida pela transformadainversa de Laplace [31].

    Atribuindo valores aos componentes do circuito daFig. 12 ( WCRRR oDACDJC 1=== , CJC

    oJ 01,0= ,

    CJC oC 1= , CJCo

    D 100= , CTo

    A 2= e CTo

    JMAX 3= ),constatou-se que ( ) JADACDJCDJ TTRRRPtT =+++⋅≅)((Fig. 14), e que )(tTJ só será igual à JT em ∞→t ,onde )(tTJ é o valor médio de )(tTJ [32].

    Fig. 14 – Último ciclo de )(tTJ para 1200 s de

    simulação.

    Fig. 15 – Demonstração de )(tTJ calculada a partir

    de (54).

    Portanto, calculando-se )(0 tTJ ( )(tTJ para

    C 0T oA = ) para o primeiro período de )(tPd′ esobrepondo )(0 tTJ à JT , obtida a partir de (48),

    determina-se o valor de )(tTJ para ∞→t (Fig. 15),pois na prática DCJ CCC

  • III AES Brasil Julho de 1999

    Dimensionamento e Avaliação de Estágios de Potência de Amplificadores de Áudio Classes A, B, AB, G e H,Assistido por Análise Computacional.

    9

    5. AVALIAÇÃO

    O objetivo desta Seção é fazer uma comparaçãoentre os esforços de uma etapa de saída quando esta éprojetada considerando-se carga resistiva (métodoconvencional) e carga reativa (proposta destetrabalho).

    Dimensionou-se uma etapa de saída, operando emClasse B, de modo a se obter 100 watts em uma cargaresistiva de valor igual a 8Ω; em seguida, foramcalculadas as potências, o rendimento, as tensões, ascorrentes e as temperaturas envolvidas, considerando-se a carga reativa da Fig. 10 (Apêndice B) (o que,teoricamente, deveria ter em uma impedância nominalde 8Ω). Para efeito de comparação, fez-se o mesmo(carga reativa) para uma etapa de saída operando emClasse H (Fig. 5c) com 4 estágios e α’s iguais aos daFig. 8a.

    Os dados de projeto são: W 100=LP , Ω= 8LR ,

    V 3=CEsatV , A 10=MAXCI , V 140=MAXCEV ,

    W 125=MAXDP , WC 0.1o=JCR , WC 7.0

    o=CDR ,

    WC 2.0 o=DAR , CJ 01.0o=JC , CJ 1

    o=CC ,

    CJ 100 o=DC , C 150o== JpkJ TT MAX e C 40

    o=AT .

    Com esses dados, para respeitar todos os critériosestabelecidos na Seção 4, foi necessário 1 par detransistores (configuração push-pull), resultando numtotal de 2 transistores ( 2=TN ). Na Tabela 1 estãoapresentados os resultados dos esforços das etapas desaída Classes B e H, para cargas resistiva e reativa.

    Classe BResistiva

    Classe BReativa

    Classe HReativa

    TN 2 2 2

    max)(ωDP 46,8 W 56,1 W 39,5 W

    max)(ωLP 100 W 108 W 108 W

    max% )(ωη 73,06 % 73,06 % 84,11 %

    max)(tiC 5,0 A 5,4 A 5,4 A

    max)(tvCE 83,0 V 83,0 V 63,0 V

    max)(tPd′ 57,8 W 126,6 W 70,2 W

    maxJT 84,5 oC 93,3 oC 77,5 oC

    max0 )(tTJ 31,9 oC 66,4 oC 35,9 oC

    max)(tTJ 104,3 oC 142,2 oC 104,4 oC

    maxCT 61,1 oC 65,2 oC 57,8 oC

    1CCV - - 23,0 V

    2CCV - - 31,3 V

    3CCV - - 37,6 V

    4CCV 43,0 V 43,0 V 43,0 V

    Tabela 1 – Resumo comparativo dos esforços paracargas resistiva e reativa.

    Na prática, o dimensionamento de uma etapa depotência é comumente realizado considerando-seapenas carga resistiva; é atribuída uma margem desegurança e testa-se o circuito. Desta forma, não háqualquer garantia de que a etapa de potência seja bem

    dimensionada, podendo tornar o projeto tecnicamenteou comercialmente inviável.

    As Figs 16 a 22 (a,b,c), resumem o que foiapresentado e discutido nesse trabalho: as figuras comíndice "a" ilustram o caso Classe B com carga resistivae as figuras com índice "b" e "c" ilustram os casosClasses B e H com carga reativa, respectivamente.

    Nota-se que, mesmo para valores "médios" (cargaresistiva), o esforço da etapa de potência é bastantesignificativo (predominante) para freqüências abaixode 20 Hz; para valores "instantâneos" (cargasresistivas e reativas), esse esforço é ainda maisacentuado. Garantindo-se que não haverá sinal comfreqüências abaixo de 20 Hz (que teoricamente nãosão audíveis) consegue-se uma otimização nodimensionamento, sem com isso prejudicar aqualidade dos resultados.

    Um outro ponto importante a se comentar são osmínimos existentes na magnitude da impedância dacarga reativa, que atingem valores menores que aimpedância nominal do alto-falante (8Ω). Através deanálises gráficas esses mínimos são prontamentedetectados. Além disso, as próprias cargas (alto-falantes/divisores passivos/caixas acústicas) podem sertestadas (por simulação) antes mesmo de seremefetivamente utilizadas, principalmente, no caso de seter divisores passivos, pois estes, associados com osalto-falantes, podem resultar em sistemas de 16a ordemou maior.

    Pode-se concluir que um correto dimensionamento éobtido quando este é feito considerando-se cargasreativas, e quanto mais dedicado for o projeto (cargasespecíficas) melhor será o desempenho da etapa depotência.

    Em casos genéricos (amplificadores para finsgerais) deve-se testar o maior número possível deconfigurações de cargas para se chegar a um resultadoadequado.

    6. CONCLUSÕES E DISCUSSÕES

    Amplificadores de áudio são dispositivos utilizadosnos mais diferentes e diversos tipos de aplicações.Dimensioná-los é uma tarefa árdua devido às diversasvariáveis envolvidas no projeto: condições climáticas(umidade, temperatura, etc.), tipos de aplicações(instalações fixas, móveis, etc.), tipos transistores(diferentes propriedades, tolerância nas característicaselétricas, etc.) e, principalmente, as estruturas decaixas acústicas utilizadas.

    Foi proposto neste trabalho um procedimento para odimensionamento de etapas de potência deamplificadores Classes A, B, AB, G e H, considerandocarga reativa, qualquer tipo de polarização, modo deoperação e o tipo de dispositivo utilizado (BJT, IGBTe MOSFET). Também foram desenvolvidasexpressões para a determinação de rendimentos paraas Classes G e H para um número arbitrário deestágios.

    Foi demonstrada a importância de se considerar

  • III AES Brasil Julho de 1999

    Dimensionamento e Avaliação de Estágios de Potência de Amplificadores de Áudio Classes A, B, AB, G e H,Assistido por Análise Computacional.

    10

    cargas reativas, e não apenas cargas resistivas, pelofato de as potências dissipadas para cargas reativas(caso real) poderem atingir valores bem maiores doque as potências dissipadas para cargas resistivas. Semenores potências são consideradas no projeto, aetapa de saída fica subdimensionada, fazendo com quea temperatura de junção ultrapasse o valor máximopermitido. Até então, o procedimento usual tem sidoconsiderar cargas resistivas atribuindo-se uma margemde segurança, mas que não garante o bomdimensionamento da etapa de saída, porque podetornar o projeto tecnicamente ou comercialmenteinviável. Os resultados obtidos permitem um criteriosodimensionamento do projeto de etapas de potência,tanto sob o ponto de vista técnico quanto econômico.

    REFERÊNCIAS

    [1] Ben Duncan, High Performance Audio PowerAmplifier, Newnes, 1997;

    [2] Don and Carolin Davis, Sound SystemEngineering, 2nd Edition, Sams, 1994;

    [3] Homero Sette Silva, Análise e Síntese de Alto-falantes & Caixas Acústicas pelo Método deThiele-Small, H. Sheldon Serviços e MarketingLtda., 1996;

    [4] Frederik H. Raab, “High Efficiency AmplificationTechniques,” IEEE Circuits and Systems,December, 1975;

    [5] Adel S. Sedra and Kenneth C. Smith,Microelectronic Circuits, Fourth Edition, OxfordUniversity Press, 1998;

    [6] Jae Hoon Jeong, Nam Sung Jung and GyuHyeong Cho, “A High Efficiency Class AAmplifier with Variable Power Supply,” AudioEngineering Society 100th Convention,Copenhagen, May 11-14, 1996;

    [7] Jae Hoon Jeong, Gue Hong Kim, Byeong RokMin, Che Hong Ahn and Gyu Hyeong Cho, “AHigh Efficiency Class A Amplifier Accompaniedby Class D Switching Amplifier,” IEEE PowerElectronics Specialist Conference, St. Louis,Missouri, June 22-27, 1997;

    [8] Jae Hoon Jeong, “A Novel High Efficiency andWide Bandwidth Power Amplifier by AnalogPower Amplifier and High Dynamic SwitchingPower Supplies,” Audio Engineering Society104th Convention, Amsterdam, May 16-19, 1998;

    [9] Frederik H. Raab, “Average Efficiency of Class-G Power Amplifiers,” IEEE Transactions onConsumer Electronics, Vol. CE-32, No. 2, May,1986;

    [10] Eric Mendenhall, “Computer Aided Design andAnalysis of Class B and Class H Power AmplifierOutput Stages,” Audio Engineering Society 101st

    Convention, Los Angeles, California, November8-11, 1996;

    [11] Saburo Funada and Henry Akiya, “A Study ofHigh-Efficiency Audio Power Amplifiers Using aVoltage Switching Method,” Journal of The

    Audio Engineering Society, Vol. 32, No. 10,October, 1984;

    [12] Harushige Nakagaki, Nobutaka Amada andShigeki Inoue, “A High-Efficiency Audio PowerAmplifier,” Journal of The Audio EngineeringSociety, Vol. 31, No. 6, June, 1983;

    [13] Tohru Sampei, Shinichi Ohashi, Yoshihiro Ohtaand Shigei Inoue, “Highest Efficiency and SuperQuality Audio Amplifier Using MOS Power FETsin Class G Operation,” IEEE Transactions onConsumer Electronics, Vol. CE-24, No. 3,August, 1978;

    [14] Tohru Sampei, Shinichi Ohashi, “100 Watt SuperAudio Amplifier Using New MOS Devices,”IEEE Transactions on Consumer Electronics, Vol.CE-23, No. 3 August, 1977;

    [15] Leonard Baker, “Power Dissipation in Class BAmplifiers,” IRE Transactions on Audio,September/October, 1962;

    [16] Tomlinson Holman, “New Factors in PowerAmplifier Design,” Journal of The AudioEngineering Society, Vol. 29, No. 7/8,July/August, 1981;

    [17] Daniel R. Von Recklinghausen, “Class BAmplifier Dissipation, Instantaneous and SteadyState,” IEEE Transaction on Audio, Vol. AU-13,No. 4, July/August, 1965;

    [18] Gideon F. Inbar, “Thermal and PowerConsiderations in Class B TransistorizedAmplifiers,” IEEE Transaction on Audio, Vol.AU-13, No. 4, July/August, 1965;

    [19] Jeffrey H. Johnson, “Power Amplifiers and TheLoudspeaker Load: Some Problems and a FewSuggestions,” Audio, August, 1977;

    [20] Eric Benjamin, “Audio Power Amplifiers forLoudspeaker Loads,” Journal of The AudioEngineering Society, Vol. 42, No. 9, September,1994;

    [21] Matti Otala and Pertti Huttunen, “Peak CurrentRequirement of Commercial LoudspeakerSystems,” Journal of The Audio EngineeringSociety, Vol. 35, No. 6, June, 1987;

    [22] Ilpo Martikainen and Ari Varla, “AboutLoudspeaker System Impedance With TransientDrive,” Audio Engineering Society 71st

    Convention, Montreux, March 2-5, 1982;[23] Len Feldman, “Class G High Efficiency Hi-Fi

    Amplifier,” Radio Electronics, August, 1976;[24] Len Feldman, “Class H Variproportional

    Amplifier,” Radio Electronics, October, 1977;[25] Kim Gauen, “Designing with TMOS Power

    MOSFETs,” MOTOROLA, AN-913;[26] Ralph Locher, “Introduction to Power MOSFETs

    and Their Applications,” NationalSemiconductors, AN-558, December, 1988;

    [27] Bruce Trump, “Power Amplifiers Stress andPower Handling Limitations,” Burr-Brown, AB-039, 1993;

    [28] MOTOROLA, Bipolar Power Transistor Data,DL111/D, Ver. 7, 1995;

  • III AES Brasil Julho de 1999

    Dimensionamento e Avaliação de Estágios de Potência de Amplificadores de Áudio Classes A, B, AB, G e H,Assistido por Análise Computacional.

    11

    [29] MOTOROLA, TMOS Power MOSFET TransistorDevice Data, DL135/D, Ver. 6, 1996;

    [30] Douglas Self, Audio Power Amplifier DesignHandbook, Newnes, 1996;

    [31] Alan V. Oppenheim, Alan S. Willsky and S.Hamid Nawab, Signals & Systems, SecondEdition, Prentice Hall, 1996;

    [32] Rosalfonso Bortoni, "Análise, Dimensionamentoe Avaliação de Estágios de Potência deAmplificadores de Áudio Classes A, B, AB, G eH," Dissertação de Mestrado, UniversidadeFederal de Santa Catarica, Pós-graduação emEngenharia Elétrica, abril de 1999.

    APÊNDICE A

    A impedância )(sZT vista por )(tPd′ é dada por (Fig.12):

    FsEsDs

    CsBsAsZT +⋅+⋅+

    +⋅+⋅=23

    2

    )(

    onde

    JCA

    1=

    JCCJCDCJDACDDJ

    DACD

    RCCRCCRRCC

    RRB

    ⋅⋅+

    ⋅⋅+

    ′⋅⋅′⋅′+= 11

    DACDJCDCJ

    DACDJC

    RRRCCC

    RRRC

    ′⋅⋅⋅′⋅⋅′++=

    JCJJCCCDCDACDD

    DACD

    RCRCRCRRC

    RRD

    ⋅+

    ⋅+

    ⋅+

    ′⋅⋅′′+= 111

    CDJCCJDACDJCDJ

    DACD

    DACDJCDC

    DACDJC

    RRCCRRRCC

    RR

    RRRCC

    RRRE

    ⋅⋅⋅+

    ′⋅⋅⋅′⋅′+

    +′⋅⋅⋅′⋅

    ′++=

    1

    DACDJCDCJ RRRCCCF

    ′⋅⋅⋅′⋅⋅= 1

    APÊNDICE B

    Para a composição da carga complexa, considerou-se um sistema band-pass de 6a ordem (caixa acústica +alto-falante) [3], cujo circuito equivalente elétrico éapresentado na Fig. B1.

    Os dados do sistema são: Hz 40=sF , 4,0=tsQ ,

    42,0=esQ , lVas 120= , Ω= 4,6ER , Ω⋅×=− 1020 7,03 fRed ,

    H 1010 3,03 −− ⋅×= fLe , lVb 1201 = , Hz 401 =bF , lVb 452 = ,

    Hz 822 =bF e 7=LQ [3].

    Fig. B1 – Circuito elétrico equivalente do sistemaBand-pass de 6a ordem.

    )(

    )()(

    sZ

    sZeedEvc

    eq

    eq

    D

    NLsRRsZ +⋅++=

    Onde:

    ( ) sDsCsBsAsQ

    RNms

    sessZeq

    ⋅+⋅+⋅+⋅+⋅ω⋅= 234)(

    2

    2

    1

    1

    L

    b

    L

    b

    QQA

    ω+ω=

    22

    21

    2121 b

    LL

    bbb

    QQB ω+

    ⋅ω⋅ω+ω=

    1

    122

    2

    221

    L

    bb

    L

    bb QQ

    Cω⋅ω+ω⋅ω=

    22

    21 bbD ω⋅ω=

    JsIsHsGsFsEsD sZeq +⋅+⋅+⋅+⋅+⋅+=23456

    )(

    ms

    s

    L

    b

    L

    b

    QQQE

    ω+ω+ω=2

    2

    1

    1

    )1( 212

    2

    2

    1

    122

    21

    2121 α+α+⋅ω+

    ω+ω⋅ω+ω+⋅ω⋅ω+ω= s

    L

    b

    L

    b

    ms

    sb

    LL

    bbb

    QQQQQF

    α+⋅

    ω+α+⋅

    ω⋅ω+

    ω+

    ⋅ω⋅ω

    +ω⋅ω

    ⋅ω+ω

    ⋅ω= )1()1( 12

    22

    1

    1222

    21

    2121

    1

    122

    2

    221

    L

    b

    L

    bsb

    LL

    bbb

    ms

    s

    L

    bb

    L

    bb

    QQQQQQQG

    ⋅ω⋅ω

    +α+⋅ω+α+⋅ω⋅ω+

    ω⋅ω+

    ω⋅ω⋅

    ω+ω⋅ω=

    21

    211

    222

    21

    2

    1

    122

    2

    221

    22

    21 )1()1(

    LL

    bbbbs

    L

    bb

    L

    bb

    ms

    sbb

    QQQQQH

    ω⋅ω+ω⋅ω⋅ω+ω⋅ω⋅ω=1

    122

    2

    221

    222

    21

    L

    bb

    L

    bbsbb

    ms

    s

    QQQI

    22

    21

    2bbsJ ω⋅ω⋅ω=

    11

    b

    as

    V

    V=α , 2

    2b

    as

    V

    V=α

  • III AES Brasil Julho de 1999

    Dimensionamento e Avaliação de Estágios de Potência de Amplificadores de Áudio Classes A, B, AB, G e H,Assistido por Análise Computacional.

    12

    BIOGRAFIAS

    ROSALFONSO BORTONI, nasceu em SãoLourenço, MG, em 1965. Iniciou seu trabalho noáudio aos treze anos de idade, animando festas doscolegas de escola com “Som e Luz”. Aos dezesseisentrou na Escola Técnica de Eletrônica “F.M.C.”, emSanta Rita do Sapucaí, MG, onde começou suapesquisa em circuitos de áudio; nesse período tambémestudou violão clássico (1982 – 1985). Freqüentou aescola de música CLAM – Centro Livre deAprendizagem Musical, em São Paulo, SP, ondeestudou Harmonia e Improvisação e teve grandeinfluência do Jazz (1986 – 1988); atuou como técnicode som e guitarrista profissional no período de 1987 a1989. Entrou para o curso de Engenharia Elétrica(ênfase em Eletrônica e Telecomunicações) doINATEL – Instituto Nacional de Telecomunicações deSanta Rita do Sapucaí, MG, onde desenvolveu eapresentou vários projetos de áudio (1988 – 1993).Foi professor da Escola Técnica de Eletrônica“F.M.C.” no período de 1990 a 1995, onde tambémfabricou caixas acústicas, amplificadores de potência eo TS-1 - Analisador de Parâmetros Thiele-Small,quando da implantação da Incubadora de Empresas.Em 1996 iniciou seus estudos em pós-graduação naUEL – Universidade Estadual de Londrina, PR, ondeobteve o título de Engenheiro de Segurança (1996) e,posteriormente, fez Mestrado em Engenharia Elétricana UFSC – Universidade Federal de Santa Catarina,Florianópolis, SC, onde obteve o título de Mestre emEngenharia Elétrica com a Dissertação intitulada“Análise, Dimensionamento e Avaliação de Estágiosde Potência de Amplificadores de Áudio Classes A, B,AB, G e H” (1997 – 1999). Em 1999 iniciou seuDoutorado, também na UFSC, com o tema emSistemas de Áudio. Desde 1990 vem atuandoprofissionalmente como consultor e projetista deequipamentos de áudio e é autor de vários artigospublicados em revistas técnicas. Atualmente éconsultor da STUDIO R, colaborador do Instituto deÁudio e Vídeo (IAV) e membro da Audio EngineeringSociety (AES).

    E-mail: [email protected]

    SIDNEI NOCETI FILHO, atualmente é ProfessorTitular do Departamento de Engenharia Elétrica daUniversidade Federal de Santa Catarina, UFSC.Concluiu seu curso de graduação em EngenhariaElétrica na UFSC em 1975 e ingressou na carreiraacadêmica em 1976. Obteve o título de Mestre emCiências em Engenharia Elétrica pela UFSC em 1980e obteve o título de Doutor em Engenharia Elétrica -Área de Eletrônica na COPPE/Universidade Federaldo Rio de Janeiro, RJ em 1985. É pesquisador doCNPq e desenvolve seus trabalhos de pesquisa noLaboratório de Instrumentação Eletrônica: Circuitos eProcessamento de Sinais (LINSE), nas áreas de: filtrosanalógicos contínuos e amostrados, instrumentaçãoeletrônica, processamento de sinais e projeto de

    circuitos integrados. Suas publicações incluem 1 livrointitulado “Filtros Seletores de Sinais”, 1 Dissertaçãode Mestrado, 1 Tese de Doutorado, 55 trabalhos emcongressos nacionais e internacionais e 8 trabalhos emrevistas internacionais.

    E-mail: [email protected]

    RUI SEARA, nasceu em Florianópolis, SC, em1951. Graduou-se em Engenharia Elétrica pelaUniversidade Federal de Santa Catarina (UFSC),Florianópolis, SC, em 1975. Obteve o título de Mestreem Ciências de Engenharia Elétrica pela UFSC, em1980. Especializou-se em Instrumentação-Metrologiapela Ecole Supérieure d'Electricité de Paris, França,em 1982. Obteve o título de Doutor em EngenhariaElétrica pela Université Paris Sud de Paris, França, em1984. Foi Chefe do Laboratório de Eletrônica doDepartamento de Engenharia Elétrica da UFSC de1978 a 1981. Foi Subchefe do Departamento deEngenharia Elétrica da UFSC de 1992 a 1993. FoiCoordenador de Pesquisa do Departamento deEngenharia Elétrica da UFSC de 1992 a 1997.Atualmente é Supervisor do Laboratório deInstrumentação Eletrônica: Circuitos e Processamentode Sinais (LINSE) da UFSC, cargo que ocupa desde1985. É Professor Titular do Departamento deEngenharia Elétrica da UFSC, onde leciona disciplinasde graduação e pós-graduação bem como orientaalunos em dissertações de mestrado e teses dedoutorado. Possui vários artigos publicados emperiódicos nacionais e internacionais bem comoparticipação em diversos congressos nacionais einternacionais. Efetua pesquisas nas áreas de:Processamento de Voz e Imagem, Filtros Digitais,Filtros Adaptativos, Filtragem Analógica eInstrumentação Eletrônica.

    E-mail: [email protected]

  • III AES Brasil Julho de 1999

    Dimensionamento e Avaliação de Estágios de Potência de Amplificadores de Áudio Classes A, B, AB, G e H,Assistido por Análise Computacional.

    13

    PD(ω

    )

    Hz PL

    (a)

    PD(ω

    )

    Hz PL

    (b)

    PD(ω

    )

    Hz PL

    (c)

    Fig. 16 – Potência média dissipada: (a) Classe B, cargaresistiva; (b) Classe B, carga reativa; (c) Classe H, carga

    reativa.

    T J

    Hz PL

    (a)

    TJ

    Hz PL

    (b)

    TJ

    Hz PL

    (c)

    Fig. 21 – Temperatura média de junção: (a) Classe B,carga resistiva; (b) Classe B, carga reativa; (c) Classe H,

    carga reativa.

    η %(ω

    )

    Hz PL

    (a)

    η %(ω

    )

    Hz PL

    (b)

  • III AES Brasil Julho de 1999

    Dimensionamento e Avaliação de Estágios de Potência de Amplificadores de Áudio Classes A, B, AB, G e H,Assistido por Análise Computacional.

    14

    η %(ω

    )

    Hz PL

    (c)

    Fig. 17 – Rendimento: (a) Classe B, carga resistiva; (b)Classe B, carga reativa; (c) Classe H, carga reativa.

    i (t )

    Hz v(t)

    (a)

    i (t )

    Hz v(t)

    (b)

    i (t )

    Hz v(t)

    (c)

    Fig. 18 – Linhas de carga: (a) Classe B, carga resistiva; (b)Classe B, carga reativa; (c) Classe H, carga reativa.

    P’ d

    (t)

    Hz ωt

    (a)

    P’ d

    (t)

    Hz ωt

    (b)

    P’ d

    (t)

    Hz ωt

    (c)

    Fig. 19 – Potência instantânea dissipada: (a) Classe B,carga resistiva; (b) Classe B, carga reativa; (c) Classe H,

    carga reativa.

    T J0(

    t )

    Hz ωt

    (a)

  • III AES Brasil Julho de 1999

    Dimensionamento e Avaliação de Estágios de Potência de Amplificadores de Áudio Classes A, B, AB, G e H,Assistido por Análise Computacional.

    15

    T J0(

    t )

    Hz ωt

    (b)

    T J0(

    t )

    Hz ωt

    (c)

    Fig. 20 – Temperatura instantânea de junção: (a) Classe B,carga resistiva; (b) Classe B, carga reativa; (c) Classe H,

    carga reativa.

    TJ(

    t )m

    ax

    Hz PL

    (a)

    T J(t

    ) max

    Hz PL

    (b)

    T J(t

    ) max

    Hz PL

    (c)

    Fig. 22 – Temperatura máxima de junção: (a) Classe B,carga resistiva; (b) Classe B, carga reativa; (c) Classe H,

    carga reativa.