Uma Abordagem Sobre a Origem do Pato e do Marreco

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Uma Abordagem Sobre a Origem do Pato e do Marreco A Importância Econômica das Espécies para a Agropecuária (Cairina moschata - Linnaeus, 1758) (Anas boschas, Linnaeus, 1758) ou (Anas platyrhynchos, Lönnberg 1906) Por: João Felix Vieira – Técnico em Agropecuária Introdução Os Patos – Muscovy - (Cairina moschata) são aves ainda com característica selvagem, vivem em bandos que habitam rios, lagos e lagoas cercadas de vegetação. Os sexos são bem diferenciados, pelo tamanho mais avantajado do macho e por sua crista ao redor do bico mais volumosa, imperando o seu dimorfismo sexual. Voam em grandes bandos e usam as árvores para nidificar e dormir. Os filhotes são cuidados unicamente pela mãe, que os acompanham até que possam voar. Em seu habitat, alimentam-se de folhagens, sementes, pequenos vermes e insetos. São presas constantes de felinos, raposas e aves de rapina. Os Marrecos – Mallard (Anas boschas) de origem asiática, muitas vezes até, confundido com o Pato. O Marreco que é menor e às vezes chamado de “pato comum”. O corpo dos Patos é "achatado" e fica numa posição mais horizontal. O corpo dos Marrecos é "cilíndrico" e assume uma posição mais empinada. Sobre os Patos (Cairina moschata domesticus L.), segundo alguns autores, a distribuição geográfica ocorre desde o México e parte da America do Sul, como também na Europa, local onde foram, possivelmente, introduzidos e domesticados. No estado de conservação, não é uma espécie ameaçada em virtude do alto grau de domesticação de difusão dessa ave ao longo de vários países, contudo em estado selvagem é bastante raro, uma vez que são amplamente caçados e são vítimas do desmatamento. Para os índios norte-americanos significava o senso de guia e orientação em virtude da sua capacidade se locomover pelos céus e pelas águas. O pato é um dos poucos animais da natureza que pode andar, nadar e voar com razoável competência. É o único animal que consegue dormir com metade do cérebro e manter a outra em alerta. É dotado de perfeito senso de direção e comunidade.

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Patos e Marrecos são animais muito rústicos, resistentes às doenças e que tecnicamente requerem instalações simples e de pouco custo, relativamente às destinadas a galinhas. Podem produzir carne, ovos ou penas, mas são, também, criados como ornamentação ou esporte. Por isso, pode ser divididas em três grupos: para carne, para ovos e ornamentais. Para o gênero Anas, (os Marrecos), não se têm números geograficamente distribuídos ou sua viabilidade comercial, exceto em pequena escala, em alguns países da Ásia. Por tanto, emboramente, se confundem as características selvagem ou de mansidão, é certo os que se domesticaram, quanto tão somente o do gênero “Cairina” (os patos), mesmo sendo algumas espécies erroneamente caracterizadas como raças, inclusive com hibridações não comprovadas cientificamente, são mais comercialmente viáveis. O número de patos criados em todo o mundo ronda os 700 milhões, dos quais 500 milhões somente na Ásia. Apesar desta distribuição desigual no que concerne à criação de patos, claro que também é possível em outras partes do mundo, nomeadamente na África e na América Latina, a ampliação dos planteis domésticos, para que seja mais uma forma de produção de alimentos para a humanidade

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Uma Abordagem Sobre a Origem do Pato e do Marreco

A Importância Econômica das Espécies para a Agropecuária

(Cairina moschata - Linnaeus, 1758)

(Anas boschas, Linnaeus, 1758) ou (Anas platyrhynchos, Lönnberg 1906)

Por: João Felix Vieira – Técnico em Agropecuária

Introdução

Os Patos – Muscovy - (Cairina moschata) são aves ainda com característica selvagem, vivem em bandos que habitam rios, lagos e lagoas cercadas de vegetação. Os sexos são bem diferenciados, pelo tamanho mais avantajado do macho e por sua crista ao redor do bico mais volumosa, imperando o seu dimorfismo sexual. Voam em grandes bandos e usam as árvores para nidificar e dormir. Os filhotes são cuidados unicamente pela mãe, que os acompanham até que possam voar. Em seu habitat, alimentam-se de folhagens, sementes, pequenos vermes e insetos. São presas constantes de felinos, raposas e aves de rapina.

Os Marrecos – Mallard (Anas boschas) de origem asiática, muitas vezes até, confundido com o Pato. O Marreco que é menor e às vezes chamado de “pato comum”.

O corpo dos Patos é "achatado" e fica numa posição mais horizontal. O corpo dos Marrecos é "cilíndrico" e assume uma posição mais empinada.

Sobre os Patos (Cairina moschata domesticus L.), segundo alguns autores, a distribuição geográfica ocorre desde o México e parte da America do Sul, como também na Europa, local onde foram, possivelmente, introduzidos e domesticados. No estado de conservação, não é uma espécie ameaçada em virtude do alto grau de domesticação de difusão dessa ave ao longo de vários países, contudo em estado selvagem é bastante raro, uma vez que são amplamente caçados e são vítimas do desmatamento. Para os índios norte-americanos significava o senso de guia e orientação em virtude da sua capacidade se locomover pelos céus e pelas águas. O pato é um dos poucos animais da natureza que pode andar, nadar e voar com razoável competência. É o único animal que consegue dormir com metade do cérebro e manter a outra em alerta. É dotado de perfeito senso de direção e comunidade.

Sobre os Marrecos (Anas boschas), Não se conhece forma dessa ave na pré-história. Sobre sua domesticação, não se encontra citações nem entre Gregos, Judeus e Egípcios. No entanto, comentado por Domingues (1968), sabe-se que vivia em cativeiro no tempo de Cesar e de Nero. Em “domesticidade”, passou de monógamo a polígamo.

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Origem das espécies

Mesmo antes de ser citado por Carl Linnaeus em sua edição de 1758 no Systema Naturae como Anas moschata, que literalmente significa "almíscar pato", há referencia sobre as espécies em estado selvagem. Domingues (1968), faz relatos, por Padre Belon (1555), aos patos se refere em “Histoire de La nature dês Oiseaux, avec leurs descriptions et naifs portraicts retires Du narerel” (citado por GODRON em 1859), diz que o “Cairina moschata domestico” foi introduzido na França mais ou menos em 1550, certamente mais em estado de mansidão do que domestico”. O Professor Octavio Domingues, conclui ainda, que o raciocínio leva mais facilmente a hipótese de que o Pato (Cairina moschata) chegou a Europa selvagem, ou em estado de cativeiro, havendo depois entrado em domesticidade.

Muito se exige em estudos, sobre a real origem dessas espécies. Para melhor entender a taxonomia, pois, indiscutível, todavia, que o Pato doméstico descende do Pato selvagem, das lagoas e banhados que vivem em várias regiões da America meridional (Domingues, 1968) e os Marrecos de origem asiática, norte americano e até africano.

Por suas classificações científicas, obedecendo: Classe: Aves - Ordem: Anseriformes - Família: Anatidae e suas Subfamílias: Dendrocygninae, Anatinae, Merginae e Oxyurinae, os do Gênero Cairina para os Patos (único e propriamente domesticado) e o Gênero Anas para os Marrecos - e as Espécies: C. moschata, para os Patos e A. querquedula para os Marrecos, pois destes últimos, poderíamos diferenciar as suas reais denominações populares.

Chamam-nos a atenção os gêneros Anas e suas denominações latinas, pois seriam todos Marrecos e não Patos propriamente ditos. Por conseguinte, as denominações de “Pato da Barbaria” e “Pato Turco” (Cairina moschata) seriam inteiramente impróprias, pois estes, originário da América Central, onde Colombo, em sua segunda viagem, o encontrou já domesticado entre as tribos do Haiti, e foi levado para a Europa com o nome de Pato almiscarado, Pato turco, "Muscovy" ou Pato Mudo. Quando levados para a Europa cruzaram facilmente com os outros patos e, também, com os marrecos. Com estes, possivelmente deram produtos híbridos estéreis que os franceses chamam de “patos mulas”.

Para as suas definições, teríamos:

Pato-real (Anas platyrhynchos) – do Gênero: Anas – Seria Marreco; Pato-ferrão (Plectropterus gambensis) – Sem gênero definido; Pato-de-rabo-alçado-americano (Oxyura jamaicensis) - do Genero: Oxyura –

Seria Pato; Pato-do-Labrador (Camptorhynchus labradorius)- do Genero:

Camptorhynchus – extinto – Seria Pato; Pato-de-rabo-alçado (Oxyura leucocephala) - do Genero: Oxyura – Seria Pato; Pato-corredor (Neochen jubata) - do Genero: Neochen, considerado extinto no

Brasil – Seria Pato; Pato-arlequim (Histrionicus histrionicus) - do Genero: Histrionicus – Seria

Pato; Pato-carolino (Aix sponsa) – do Genero: Aix – Seria Pato; Pato-casarca ou Ferrugineo (Tadorna ferruginea) do Genero: Tadorna – Seria

Pato; Pato-colhereiro (Anas clypeata) – do Genero: Anas - Seria Marreco; Pato-colhereiro do Cabo (Anas smithii) – do Genero: Anas – Seria Marreco; Pato-de-bico-vermelho (Netta rufina) do Genero: Netta – Seria Pato; Pato-escuro-americano (Anas rubripes) – do Genero: Anas – Seria Marreco; Pato-falcado (Anas falcata) – do Genero: Anas – Seria Marreco.

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a) Pato-do-Labrador: (Camptorhynchus labradorius) – Extinto (1878 IUCN 3.1) é uma espécie de Pato, extinta desde a costa Este da América do Norte. Foi a primeira espécie de aves a extinguir-se neste continente desde a colonização européia. Foi caçado em grandes números pela sua carne saborosa, mas que apodrecia com rapidez. O desaparecimento deveu-se à caça, mas também provavelmente ao declínio das populações de moluscos de que se alimentava e a degradação do seu habitat. Foi sugerido que se reproduziam muito ao norte ou talvez em ilhas isoladas do Golfo de St. Lawrence.

b) Pato-corredor: (Neochen jubata - Spix, 1825) – Há discordâncias em citações e estudos quanto a naturalidade ou origem dessa espécie de Pato, possível da Venezuela, Bolívia, Paraguai ou Argentina e da região amazônica central;

c) Pato-de-rabo-alçado-americano (Oxyura jamaicensis - Gmelin, 1789) – Esta espécie de Pato foi introduzida na Europa, contando atualmente com populações selvagens no Reino Unido e na Irlanda. Já tem sido observado no sul de Espanha, onde têm sido registrados casos de hibridação com o raro pato-de-rabo-alçado (Oxyura leucocephala), o que constitui uma ameaça às populações desta última espécie. O seu destaque é o bico de cor azul.

d) Pato-de-rabo-alçado (Oxyura leucocephala - Scopoli, 1769) - Este pato distribui-se de forma muito fragmentada pela bacia do Mediterrâneo, pelo Cáucaso e por certas zonas da Ásia Central. O nível europeu, conta com importantes populações na Espanha e na Turquia. Atualmente a espécie encontra-se muito ameaçada, apesar da proximidade dos locais de reprodução situados na vizinha Andaluzia;

e) Pato-real (Anas platyrhynchos - Linnaeus, 1758) - É uma ave que habita áreas temperadas e sub-tropicais das Américas, Europa e Ásia. A espécie tem forte dimorfismo sexual, tendo os machos uma cabeça de cor verde muito característica. É o antecessor da maioria dos patos domesticados atuais. É uma espécie migradora nidificante em Portugal, embora em alguns locais se tenha adaptado às condições climatéricas tornando-se sedentária. É uma das espécies de Marrecos mais comum, cuja distribuição geográfica é muito variada;

f) Pato-ferrão (Plectropterus gambensis) – As suas Sub-famílias Dendrocygninae, Anatinae, Merginae ou Oxyurinae originária da América do Sul, coloca-o, talvez como o mais domesticado dos Patos por sua mansidão. São aves geralmente menores e podem ser encontrados tanto em água doce como salgada, alimentam-se de vegetação aquática, moluscos e pequenos invertebrados e algumas espécies são aves migratórias;

g) Pato-arlequim (Histrionicus histrionicus – Linnaeus 1758) – Espécie migratoria com ampla distribuição geográfica. Relatos de estudos cientificos confusos. O Pato-arlequim, originario da América do Norte, a sua reprodução e habitat é exclusivamente em áreas frias desde o nordeste da América do Norte, Gronelândia, Islândia e no Oeste da Rússia. Eles são migrantes de curta distância e mais perto de inverno sobre a costa rochosa do Atlântico e da costa do Pacífico. Estas aves alimentam e nadam por debaixo da água através de mergulho, comem moluscos, crustáceos e insetos. Na América do Norte população diminui e é considerada ameaçada de extinção. Possíveis causas incluem perda de habitat devido a projetos hidrelétricos e perda de vida, devido a derrames de petróleo perto das zonas costeiras. Hoje, esta é a única espécie do seu

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género. Dois pré-históricos dos patos-arlequim foram descritas a partir de fósseis, apesar de ambos foram inicialmente colocados em um gênero diferente: Histrionicus shotwelli é conhecida desde médio Mioceno, depósitos encontrados no Oregon, E.U.A. Foi considerado como uma forma distinta gênero monotípico, Ocyplonessa.- O Histrionicus ceruttii que viveu na Califórnia durante o Plioceno tardio foi a primeira a ser tomada uma das espécies do gênero Melanitta relacionados. Os dois pré-históricos das espécies foram descritas a partir de fósseis, apesar de ambos foram inicialmente colocados em um gênero diferente: Histrionicus shotwelli é conhecida desde a médio Mioceno considerado como uma forma distinta monotípica do gênero Ocyplonessa;

h) Pato-carolino (Aix spon – Linnaeus 1758) - É encontrado na costa leste da América do Norte a partir de Nova Escócia, Flórida e o Golfo do México, ocupam uma grande variedade de habitats, incluindo zonas florestais ao longo dos lagos, rios, riachos, lagoas;

i) Pato-casarca ou Ferrugineo (Tadorna ferruginea - Pallas 1764) -Lo si osserva durante la migrazione anche in e in . Distribuidos na Asia Central e Norte da Africa. Pode ser visto durante a migração na Grécia e Itália. In Tibet e Mongolia, la Tadorna ferruginea viene considerato un animale sacro dai Buddisti. No Tibete e na Mongólia, essa espécie de Pato é um animal considerado sagrado pelos budistas. Il suo habitat prevede le acque dei fiumi, laghi, paludi ed altri ecosistemi d'acqua dolce, ma frequenta anche zone litoranee riparate. O seu habitat inclui as águas dos rios, lagos, pântanos e outros ecossistemas de água doce, mas também freqüenta zonas costeiras;

j) Pato-colhereiro (Anas clypeata) - Essa espécie de Pato é encontrada em regiões setentrionais da Europa e Ásia também migra para a Australia. Esta espécie foi descrita pela primeira vez por Linnaeus em seu Systema Naturae, em 1758, sob a sua atual denominação científica Normalmente colocado no gênero Anas como a maioria dos Marrecos, ele fica bem além de espécies como o é com os outros de seus familiares do grupo que podem justificar separação como gênero;

k) Pato-colhereiro do Cabo (Anas smithii - Hartert, 1891) – É um Marreco originário da África do Sul, com poucas referencias sobre seu habitat, sabe-se que são gregários, no entanto, quando em reprodução, podem formar grandes bandos;

l) Pato-de-bico-vermelho (Netta rufina - Pallas, 1773) – Especie é extremamente apreciada por sua bela plumagem e destaque por ter bico vermelho ou alaranjado, distribui-se pelo centro e sul da Europa mas a sua distribuição é muito fragmentada, não se tem um historico detalhado de sua caracterisca de habitats, população nidificante desta espécie encontra-se listada no Livro Vermelho dos Vertebrados de Portugal com o estatuto de em Perigo e quase ameaçado de extinção, por sua forma minúscula, são facilmente confundidos como Marrecos;

m) Pato-escuro-americano (Anas rubripes - Brewster , 1902) – Alguns estudiosos afirmam ser uma especie hibrida entre Marrecos e Patas (Anas boscha x Cairina Moschata), considerando uma subespecie: Anas obscura (Mank et al. 2004 ), o que não é afirmado em nenhuma outra citação. Foi revelado em estudos, o experimento em cativeiro, que os filhos desse cruzamento, as femeas hibridas nascidas geralmente morrem antes de atingirem a maturidade sexual (Kirby et al. 2004). Os hibridos não podem ser facilmente distinguidas no campo e consequentemente, isto faz o Pato-escuro-americano uma especie distinta. Ainda alguns ambientalistas, consideram a hibridação devido a sua seleção natural, pois o que prevalece nessa especie é

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adaptação de individuos, durante imigração para locais onde não são caçados, conservando então a especie principal do gênero Anas;

n) Pato-falcado (Anas falcata - Georgi, 1775) - Pelos tons vermelho e verde da cabeça, o macho pode fazer lembrar uma marrequinho comum (Anas boscha), contudo é bastante maior que esta espécie. A fêmea é acastanhada e assemelha-se frisamento nas asas. Este Marreco distribui-se pelo continente asiático (Sibéria oriental, Mongólia e China) e é muito raro na Europa. Apesar da sua vasta distribuição geografica, é colocada como especie em estado de alerta (corre o risco de extinção) em algumas áreas. É gregária fora do acasalamento e então forma grandes bandos;

o) O Pato mandarim (Aix galericulata) é do gênero Aix e não há definição quanto as espécie (Moschata ou Boschas), portanto, é considerado um Marreco pela sua taxonomia.

Dentre as aves conhecidas como patos, existem algumas da Família: Anatidae; Subfamília: Merginae; Género: Melanitta; Subgenero: Oidemia e Espécie: Melanitta nigra, com outras caracterizações de especies ou raças, tais como: Anas discors (Pato-d'asa-azul) - Anas clypeata (Pato-trombeteiro) - Anas bahamensis (Pato-das-Bahamas) - Melanitta nigra (Pato-preto) - Melanitta perspicillata (Pato-careto) - Melanitta fuscus (Pato-fusco) - Clangula hyemalis (Pato-de-cauda-afilada) - Bucephala clangula (Pato-olho-de-ouro) Bucephala albeola (Pato-de-touca-branca), que merecem estudos mais aprofundados e suas devidas citações cientificas.

Importância econômica das espécies

Segundo a FAO/1993, habitualmente, o setor agrícola explora várias espécies zoogéniticas, nomeadamente: ovinos, caprinos, bovinos, equínos, os suínos, as galinhas, coelhos, búfalos, camelos, elefantes, e certas espécies de roedores, são importantes para as diferentes culturas e regiões do mundo.

O termo biodiversidade é habitualmente empregado para designar a diversidade da vida sobre a terra. Engloba todas as formas de vida e os ecossistemas que eles fazem parte, fornecem a matéria prima, as combinações de genes que produzem variedades de plantas e raças de animais que a agricultura necessita (FAO, 1993). No entanto, a FAO (não encontramos registros) não engloba as aves Patos e Marrecos dos gêneros Anas ou Cairina – domésticos - como animais que a agricultura “necessita” e como umas das fornecedoras de fontes de proteínas

. Os animais são recursos zoogenéticos e compreendem todas as raças, espécies e linhas de interesse econômico, cultural, humano e para fins agrícolas. Porque essas aves não são citadas? Será que em setembro de 2007 na Suíça, na Conferência Técnica Internacional da FAO sobre os Recursos Zoogenéticos para a Alimentação e a Agricultura, tratou-se desse assunto? Não encontramos respostas ou outras citações para justificar.

Para alguns produtores rurais o Pato e o Marreco são mais que uma simples aves de fundo de quintal, afirma-se que a venda de carne desses animais tem crescido entre 5% e 10% ao ano, só no Brasil e hoje é possível até encontrar o produto congelado nos principais hipermercados do País. Ora, se a criação do pato e do marreco é pouco praticada no Brasil, exceto nos estados da região Sul, onde a carne é tradicional e já existe nos grandes frigoríficos produzido em escala internacional, então porque o baixo consumo? Para alguns, o principal desafio que os produtores de patos e marrecos encontram hoje no Brasil é a insignificante taxa de consumo da carne pela população Brasileira. Enquanto na China uma pessoa come em média mais de que um quilo dessa carne anualmente, no Brasil essa quantidade não passa de

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20 gramas. Na França, o consumo dessas aves é comum, a média é de um quilo, enquanto nos Estados Unidos é de 450 gramas.

Raças e características

O conceito de raça (Domingues, 1968), diz respeito a um conjunto de animais da mesma espécie, com origem comum apresentando características particulares, que os tornam semelhante entre si, tanto quanto diferentes de outros grupamentos da mesma natureza, assim desaparece duvidas, ao se procurar grupos de animais, dentro de uma mesma espécie, se constituem ou não uma raça.

Várias raças de patos no Brasil são utilizadas em criações domésticas, popularmente conhecidos como caipira ou pato do mato, pato crioulo, o europeu moscovy e o gigante alemão, de cor branca. Há aqueles, com raças erroneamente classificada, que são protegidos pelo IBAMA - Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis e, por isso, precisam da autorização da instituição para a criação em cativeiro. Todos, porem, com características selvagens ou nativas da fauna brasileira, como o Cairina moschata puramente domesticado, preto com a parte de baixo da asa branca, carúncula negra e bico preto com risco branco, e o putrião com as costas verdes, peito branco com pontos pretos e bico coberto com uma carúncula parecida com um chifre de rinoceronte, que se enrijece em períodos de reprodução

. Para além das raças supra descritas existem muitas outras raças assim como cruzamentos, entre elas: Como o pato corredor indiano (proveniente da Índia), Nageswari (também da Índia), O pato chinês (da Indochina), O pato de Java (da Malásia e da Indonésia), Tsaiya Castanho (Brown) (deTaiwan) e o pato Ruão das Américas. Muitas das raças de patos são provenientes da Ásia e são criadas pela sua produção de ovos. Por esta razão as aves destas raças apresentam uma postura grande e são tratadas mais comercialmente. Quanto que para o Marreco, não se tem referências em escala comercial, nem para ovos ou carne.

Sanidade das espécies

Todas as aves são consideradas suscetíveis à infecção por vírus, embora algumas espécies sejam mais resistentes que outras. A doença provoca vários sintomas nas aves, os quais variam de uma forma leve até uma doença altamente contagiosa e extremamente fatal que pode resultar em grandes epidemias. A transmissão entre diferentes espécies de aves dá-se por contatos diretos ou indiretos de aves domésticas ou aquáticas migratórias (principalmente patos selvagens), as quais são reservatórios naturais de vírus e também mais resistentes às infecções, têm sido a principal causa das epidemias. A exposição direta a aves infectadas ou suas fezes (ou à terra contaminada com fezes) pode resultar na infecção humana.

Aves selvagens infectadas podem introduzir vírus em aves comerciais e domésticas (de quintais). O risco de que a infecção transmitida de aves selvagens para aves domésticas é maior quando as aves domésticas estão livres, compartilham o reservatório de água com as aves selvagens ou usam um reservatório de água que pode tornar-se contaminado por excretas de aves selvagens infectadas. A doença pode propagar-se entre países por meio do comércio internacional de aves domésticas. Aves migratórias podem carrear o vírus por longas distâncias, como ocorrido anteriormente na difusão internacional da influenza aviária de alta “patogenicidade”. Aves aquáticas migratórias – principalmente patos selvagens – é o reservatório natural dos vírus da influenza aviária e são mais resistentes à infecção. No entanto, os patos domésticos são suscetíveis a infecções letais.

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Criação e manejo

Parece-nos que o maior consumo é na China, somente para os Patos. Não há relatos sobre a criação intensiva de Patos ou Marrecos no Brasil. O mais comum, no entanto, são criações caseiras com reduzidos planteis, para consumo familiar, em cativeiro (domesticado propriamente). A alimentação é diversificada, além de ração balanceada, que colabora para o desenvolvimento, verduras e hortaliças complementam as refeições diárias. É recomendada ração de engorda às aves destinadas a abate e postura, na fase adulta, para aumentar a produção de ovos. Apesar das facilidades da criação dessas aves, o período de choca é o mais demorado em relação a outras espécies. O tempo de incubação de um ovo de pata é 5 semanas e para incubação de um ovo de marreca é 4 semanas.

No Sudeste asiático em que a Orizicultura é muito praticada, é frequente que se combine a criação de Patos ou Marrecos com a cultura do arroz. É fácil manter um bando dessas aves (domesticadas), dentro de um arrozal. Os patos, nessa cultura, são mais adaptáveis, pois se alimentam de caracóis, insetos, larvas e ervam daninhas dentro do arrozal, ajudando desta maneira a combater pragas. Não obstante aonde se pratica a orizicultura moderna esta forma de criação de patos pode trazer problemas, pois não haverá muita comida para os patos onde se utilizam meios químicos para combater os insetos e as ervas daninhas, além de que os inseticidas e os pesticidas podem envenenar as aves, por isso, caso se utilize produtos químicos (pesticidas, inseticidas) na orizicultura, não se recomenda a criação de patos dentro desses campos.

Na criação de patos ou marrecos integra-se muito bem com a Piscicultura, pois beneficiam os tanques de criação. As aves criadas na água crescem mais rapidamente que os que são criados em terra e conservam-se mais limpos e mais saudáveis. Por sua vez os peixes também se beneficiam da presença das aves; o seu estrume (fezes) fertiliza o tanque e

provoca o aumento da alimentação dos peixes (algas).

Patos e Marrecos são animais muito rústicos, resistentes às doenças e que tecnicamente requerem instalações simples e de pouco custo, relativamente às destinadas a galinhas. Podem produzir carne, ovos ou penas, mas são, também, criados como ornamentação ou esporte. Por isso, pode ser divididas em três grupos: para carne, para ovos e ornamentais.

Conclusão dessa abordagem

Para o gênero Anas, (os Marrecos), não se têm números geograficamente distribuídos ou sua viabilidade comercial, exceto em pequena escala, em alguns países da Ásia. Por tanto, emboramente, se confundem as características selvagem ou de mansidão, é certo os que se domesticaram, quanto tão somente o do gênero “Cairina” (os patos), mesmo sendo algumas espécies erroneamente caracterizadas como raças, inclusive com hibridações não comprovadas cientificamente, são mais comercialmente viáveis. O número de patos criados em todo o mundo ronda os 700 milhões, dos quais 500 milhões somente na Ásia. Apesar desta distribuição desigual no que concerne à criação de patos, claro que também é possível em outras partes do mundo, nomeadamente na África e na América Latina, a ampliação dos planteis domésticos, para que seja mais uma forma de produção de alimentos para a humanidade

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Vieira, J.F – Técnico em Agropecuária

Bibliografia e fontes consultadas

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Organização Mundial de Saúde – Disponível em: www.who.int

Organização Mundial de Saúde Animal – Disponível em: www.oie.int

Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação – Disponível em: www.fao.org

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