UMA ANÁLISE DAS LINHAS MUNICIPAIS DE TRANSPORTE … · São Gonçalo, a partir da identificação...

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Universidade Federal do Rio de Janeiro UMA ANÁLISE DAS LINHAS MUNICIPAIS DE TRANSPORTE COLETIVO DE SÃO GONÇALO POR MEIO DE UM MODELO DE OTIMIZAÇÃO Eduardo de Almeida Lima 2016

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Universidade Federal do Rio de Janeiro

UMA ANLISE DAS LINHAS MUNICIPAIS DE TRANSPORTE

COLETIVO DE SO GONALO POR MEIO DE UM MODELO DE

OTIMIZAO

Eduardo de Almeida Lima

2016

i

UMA ANLISE DAS LINHAS MUNICIPAIS DE TRANSPORTE

COLETIVO DE SO GONALO POR MEIO DE UM MODELO DE

OTIMIZAO

Eduardo de Almeida Lima

Projeto de Graduao apresentado ao

Curso de Engenharia Civil da Escola Politcnica,

Universidade Federal do Rio de Janeiro, como

parte dos requisitos necessrios obteno do

ttulo de Engenheiro.

Orientador: Glaydston Mattos Ribeiro

Rio de Janeiro

Abril de 2016

ii

UMA ANLISE DAS LINHAS MUNICIPAIS DE TRANSPORTE

COLETIVO DE SO GONALO POR MEIO DE UM MODELO DE

OTIMIZAO

Eduardo de Almeida Lima

PROJETO DE GRADUAO SUBMETIDO AO CORPO DOCENTE DO CURSO DE

ENGENHARIA CIVIL DA ESCOLA POLITCNICA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO

RIO DE JANEIRO COMO PARTE DOS REQUISITOS NECESSRIOS PARA A

OBTENO DO GRAU DE ENGENHEIRO CIVIL.

Examinado por:

__________________________________________________

Prof. Glaydston Mattos Ribeiro, D.Sc., COPPE/UFRJ

__________________________________________________

Prof. Respicio Antnio Esprito Santo Jr., D.Sc., Poli/UFRJ

__________________________________________________

Prof. Giovani Manso vila, D.Sc., Poli/UFRJ

RIO DE JANEIRO, RJ - BRASIL

ABRIL 2016

iii

Lima, Eduardo de Almeida

Uma Anlise Das Linhas Municipais De Transporte

Coletivo de So Gonalo Por Meio De Um Modelo De Otimizao

/ Eduardo de Almeida Lima. Rio de Janeiro: UFRJ / Escola

Politcnica, 2016.

X; 79: il; 29,7 cm.

Orientador: Glaydston Mattos Ribeiro

Projeto de Graduao UFRJ / Escola Politcnica / Curso

de Engenharia Civil, 2016.

Referncias Bibliogrficas p. 51-53.

1. Modelo de Otimizao. 2. Sistema de Transportes. 3.

So Gonalo. 4. Matlab.

I. Ribeiro, Glaydston Mattos II. Universidade Federal do

Rio de Janeiro, UFRJ, Engenharia Civil III. Ttulo

iv

Agradecimentos

Neste momento de entrega do projeto de graduo de concluso do curso de

Engenharia Civil, foroso expressar minha mais sincera gratido aos que contriburam

para que esta importante etapa fosse alcanada.

De imediato, aos meus pais, Lenira e Luiz, minha irm Paula, assim como aos

meus avs, parentes mais prximos e querida Ftima; pela sincera abnegao e pelo

incondicional apoio em absolutamente todos os momentos e decises de minha vida.

Por todo o companheirismo, amizade e apoio mtuo nos aparentemente

interminveis estudos, agradeo especialmente Bianca, Bruna, ao Marcos e ao

Isaac, com os quais compartilhei angstias e alvios em inmeras ocasies.

Pelas instrues imprescindveis nestes ltimos perodos do curso, felicito-me

por ter estado ao lado dos professores Respicio e Glaydston, que tiveram forte

participao no processo de elaborao deste projeto, seja inspirando-me a enfrentar

novos desafios ou desvendando problemas matemticos.

Por fim, sinto-me agradecido por todos os professores do curso, funcionrios da

instituio, colegas do grupo de caronas So Gonalo-Fundo e, especialmente, aos

queridos amigos de sempre, que contribuem de forma marcante para que eu me

desenvolva tanto intelectualmente quanto espiritualmente.

v

Resumo do Projeto de Graduao apresentado Escola Politcnica/UFRJ como

parte dos requisitos necessrios para a obteno do grau de Engenheiro Civil.

Uma Anlise Das Linhas Municipais De Transporte Coletivo de So Gonalo Por

Meio De Um Modelo De Otimizao

Eduardo de Almeida Lima

Abril / 2016

Orientador: Glaydston Mattos Ribeiro

Curso: Engenharia Civil

Neste trabalho foi desenvolvido um grafo representando a rede viria do municpio de

So Gonalo, a partir da identificao das principais localidades e ligaes entre elas.

Neste grafo foram inseridas as linhas de transporte pblico coletivo que compem o

sistema de transportes do municpio. Foram apresentados diversos modelos

matemticos propostos por diferentes autores para o problema da configurao das

linhas de transporte pblico em reas urbanas e tambm em regies de maiores

propores. Aps a seleo do modelo, pde ser feito o estudo de otimizao da

configurao das linhas de transporte em trs cenrios distintos, por meio de um

programa computacional em MATLAB, construdo a partir do modelo matemtico, e da

utilizao do LINDO como aplicativo de otimizao. Por fim, so feitas as anlises dos

resultados e a apreciao de possveis trabalhos futuros.

vi

Abstract of Undergraduate Project presented to Escola Politcnica/UFRJ as a

partial fulfilment of the requirements for the degree of Civil Engineering.

An Analysis Of The Transit Lines From The Municipality Of So Gonalo Using

An Optimization Model

Eduardo de Almeida Lima

April / 2016

Advisor: Glaydston Mattos Ribeiro

Course: Civil Engineering

In this work a graph was developed representing the urban network of the municipality

of So Gonalo, starting with the identification of the main localities and the links

connecting them. The transit lines that compose the citys transit system were inserted

in this graph. Many mathematical models proposed by different authors for the problem

of transit lines configuration in urban areas and for major regions are presented. After

the selection of the model, the optimization study for the transit lines configuration could

be done in three distinct scenarios, by means of a computer program in MATLAB, built

from the mathematical model, and the use of LINDO as the optimization app. Lastly, the

results analysis are made, as well as the appreciation of possible future works.

vii

ndice

Lista de Figuras ........................................................................................... ix

Lista de Tabelas ........................................................................................... x

1. Introduo ......................................................................................... 1

1.1. Objetivos Geral e Especficos ...................................................... 2

1.2. Metodologia ................................................................................. 3

1.3. Organizao do Documento ........................................................ 3

2. O Transporte Pblico Coletivo em reas Urbanas ........................ 5

2.1. O Conceito e sua Configurao em reas Urbanas ..................... 5

2.2. O Problema de Configurao de Linhas e Otimizao ................. 7

2.3. Consideraes Finais .................................................................. 9

3. Modelos Matemticos para a Definio de Linhas ....................... 11

3.1. Reviso Bibliogrfica ................................................................. 11

3.2. Modelos Matemticos para Definio de Linhas de Transporte

Pblico .................................................................................................. 13

3.3. Consideraes Finais ................................................................ 17

4. O Municpio de So Gonalo e seu Sistema de Transporte Coletivo

Municipal ......................................................................................................... 18

4.1. So Gonalo e a Formao de sua Rede Viria ........................ 18

4.2. O Sistema de Transporte Coletivo Municipal ............................. 24

4.3. Consideraes Finais ................................................................ 26

5. Anlise dos Dados do Municpio de So Gonalo com um Modelo

Matemtico ........................................................................................................ 27

5.1. Obteno dos Dados do Sistema Virio de So Gonalo .......... 27

5.2. Codificao em MATLAB do Modelo Matemtico ...................... 30

5.3. Descrio de Cenrios para a Anlise da Configurao de Linhas

.................................................................................................. 33

5.4. Execuo do Modelo no LINDO e Anlise dos Resultados. ....... 43

viii

6. Consideraes Finais..................................................................... 49

7. Referncias Bibliogrficas ............................................................. 51

ANEXO I ...................................................................................................... 54

ANEXO II ..................................................................................................... 55

ANEXO III .................................................................................................... 56

ANEXO IV .................................................................................................... 57

ANEXO V ..................................................................................................... 58

ix

Lista de Figuras

Figura 2.1: Linhas e rede de transporte...........................................................................8

Figura 4.1: Localizao de So Gonalo na Regio Metropolitana do Rio de

Janeiro...........................................................................................................................18

Figura 4.2: Mapa de linhas de bondes eltricos de So Gonalo e ferrovias.................20

Figura 4.3: Rodo de So Gonalo.................................................................................21

Figura 4.4: Sistema Virio de So Gonalo...................................................................23

Figura 4.5: Trajetos das linhas municipais de transporte coletivo..................................26

Figura 5.1: Localidades relevantes para traar o grafo da rede viria............................27

Figura 5.2: Grafo da rede simplificada...........................................................................29

Figura 5.3: Conjunto de Linhas X..................................................................................41

Figura 5.4: Conjunto de Linhas Y..................................................................................42

Figura 5.5: Implantao hipottica do novo modo de transporte...................................43

Figura 5.6: Ns Centro, Mutondo e Alcntara ligados pelo eixo destacado em

amarelo..........................................................................................................................44

x

Lista de Tabelas

Tabela 5.1: Identificao dos ns..................................................................................28

Tabela 5.2: Linhas municipais.......................................................................................29

Tabela 5.3: Matriz de distncias...............................................................................35-36

Tabela 5.4: Traado das linhas de transporte................................................................38

Tabela 5.5: Matriz de incidncia....................................................................................39

Tabela 5.6: Matriz de linhas do Conjunto de Linhas X....................................................40

Tabela 5.7: Matriz de linhas do Conjunto de Linhas Y....................................................41

Tabela 5.8: Situao das linhas aps o processo de otimizao...................................45

Tabela 5.9: Otimizao: situao atual e Conjunto de Linhas X.....................................47

Tabela 5.10: Otimizao: situao atual e Conjunto de Linhas Y...................................47

1

1. Introduo

O desenvolvimento de cidades ao longo da histria tem sido produto de uma

complexa interao entre diversas foras. Dentre elas, o transporte sempre teve um

papel relevante (VUCHIC, 2007). Segundo Silva (2011), o transporte urbano deve ser

entendido como um produto e uma condio do prprio urbano, pois ao mesmo tempo

que as relaes socioeconmicas geram a necessidade de circulao intra-urbana, a

disponibilidade de transporte em um territrio o qualifica para receber e expandir suas

atividades econmicas e as relaes sociais.

Essa complexa interao gera um tecido urbano com caractersticas muito

especficas de cada territrio. Inseridos neste contexto esto os sistemas de transporte

que tiveram e tm participao ativa na formao da rede viria de uma cidade. Esses

sistemas esto diretamente sujeitos ao seu traado, principalmente quando o modo

rodovirio considerado.

Os nibus e micro-nibus, muito presentes nos sistemas de transporte pblico

coletivo no Brasil, operam linhas de transporte que podem sofrer superposies entre

si, ocasionando excesso de veculos em operao em determinados trechos, piorando

as condies de trfego em algumas vias urbanas e atestando uma ineficincia

operacional do sistema. Tal situao conduz necessidade de otimizao da

configurao das linhas, como vem ocorrendo na cidade do Rio de Janeiro, por exemplo:

antes da primeira etapa de racionalizao, realizada em outubro de 2015, 64% das

linhas que seriam extintas numa regio da cidade tinham superposio de itinerrios em

cerca de 80% da extenso e os nibus circulavam com ocupao muito abaixo da

capacidade, segundo informado pelo secretrio municipal de Transportes Empresa

Brasil de Comunicao (EBC, 2015) na poca.

Uma das formas de se planejar a racionalizao de linhas por meio da

aplicao de modelos matemticos de otimizao que recebem dados do sistema

existente. Estes modelos, segundo Guan et al. (2006), buscam, basicamente, dois tipos

distintos de abordagem do problema: uma orientada ao passageiro e outra ao custo. No

caso da abordagem orientada ao passageiro, o enfoque segue a premissa de que

importante maximizar a qualidade do servio fornecido ao passageiro. Por outro lado, a

abordagem orientada ao custo busca minimizar os custos operacionais do sistema. Por

outro lado, tais abordagens podem ser unidas para oferecer o melhor servio ao menor

2

custo possvel. Este trabalho considera a primeira abordagem, ou seja, est relacionado

ao problema de otimizao para minimizao dos custos.

Considera-se, para as abordagens citadas, que a rede de transportes em anlise

pode ser representada por um grafo, onde pontos e arcos representam,

respectivamente, intersees do sistema virios e seus segmentos. Os arcos possuem

atributos como tempo e distncia e os pontos podem apresentar, alm de intersees

do sistema virio, o incio e o trmino de cada uma das linhas de transporte coletivo.

Utilizando dados relativos rede viria e s linhas de transporte coletivo

municipal de So Gonalo, buscou-se ento realizar experimentos por meio de um

modelo de otimizao para o problema bsico de configurao de linhas estudado por

Guan et al. (2006) em trs cenrios distintos. Os resultados, mesmo no podendo ser

aplicados de forma imediata no sistema de transportes da cidade, mostram a

capacidade que os modelos de otimizao tm de auxiliar na reorganizao de um

sistema, sendo importantes ferramentas no planejamento de transportes.

1.1. Objetivos Geral e Especficos

O objetivo geral deste trabalho aplicar um modelo matemtico de otimizao

para auxiliar o planejamento de linhas de transporte coletivo tendo como motivao os

dados do municpio de So Gonalo que est localizado na regio metropolitana do Rio

de Janeiro.

Para que este objetivo geral seja alcanado, foram estabelecidos os seguintes

objetivos especficos:

1. Definir os conceitos sobre transporte pblico coletivo em reas urbanas;

2. Realizar uma reviso bibliogrfica sobre modelos matemticos de

otimizao;

3. Construir e apresentar a rede viria de So Gonalo em forma de grafo e

definir os elementos do sistema de transporte pblico para orientar a anlise;

e

4. Aplicar o modelo adotado para realizar experimentos na rede viria de So

Gonalo e avaliar o conjunto de linhas de transporte coletivo.

3

1.2. Metodologia

A metodologia empregada na execuo deste trabalho consiste de seis etapas

que se encontram descritas a seguir:

1. Estudos dos conceitos sobre transporte pblico coletivo em reas urbanas,

para compreenso do surgimento do problema de configurao de linhas e

da necessidade de se buscar otimizar esta configurao;

2. Estudo de modelos matemticos de otimizao para definio de linhas, por

meio de uma reviso bibliogrfica, bem como a determinao do modelo a

ser utilizado no presente trabalho;

3. Apontamento no Google Earth das localidades mais relevantes de So

Gonalo para a construo de um grafo, com o auxlio do AutoCAD 2016

(Autodesk, 2015), representando a rede viria da cidade com seus ns e

arcos. Sobre este grafo, so lanadas as linhas de transporte coletivo

municipais;

4. Elaborao em MATLAB R2013b (MathWorks, 2013) de um modelo

matemtico de otimizao escolhido com base na literatura, considerando os

dados levantados;

5. Realizao de experimentos computacionais com o aplicativo de otimizao

LINDO 6.1 (Lindo Systems, 2003); e

6. Anlise dos resultados obtidos.

1.3. Organizao do Documento

Este trabalho divide-se em seis captulos. O presente captulo apresenta uma

introduo, bem como os objetivos geral e especficos e a metodologia empregada para

se atingir aos objetivos estabelecidos. O Captulo 2 apresenta conceitos de transporte

pblico coletivo em reas urbanas, assim como o problema de configurao de linhas e

sua otimizao. No Captulo 3 feita uma reviso bibliogrfica dos modelos

matemticos utilizados para a definio de linhas e a apresentao do modelo adotado

neste trabalho. A cidade de So Gonalo, seu processo de formao da rede viria e

seu sistema de transportes so apresentados no Captulo 4. O Captulo 5 apresenta a

4

anlise feita por meio do modelo matemtico a respeito do sistema de transporte coletivo

desta cidade em trs cenrios distintos. Por fim, no Captulo 6 so feitas as

consideraes finais.

5

2. O Transporte Pblico Coletivo em reas Urbanas

2.1. O Conceito e sua Configurao em reas Urbanas

O transporte pblico coletivo, segundo Santana (2011), o servio que assegura

o deslocamento do pblico em geral, em que os volumes de passageiros movimentados

so baixos ou mdios, entre 2 e 14 mil passageiros por hora aproximadamente, e

distribudos espacialmente numa rea. Nesta categoria est includo o transporte por

meio de nibus e micro-nibus, considerado neste trabalho.

O transporte coletivo de passageiros preconizado pela Constituio Federal de

1988, Captulo IV, Art. 30, Item V, como um servio essencial, cuja organizao e

prestao direta ou sob regime de concesso ou permisso compete aos municpios.

Silva (apud DEAR e SCOTT, 1981), numa abordagem que considera a

configurao do espao como fator primordial do desenvolvimento urbano, afirma que

o ambiente construdo de uma rea urbana formado por um sistema complexo

composto por trs reas funcionais distintas: espaos de produo (em que os

processos se do majoritariamente no comrcio, nos servios e nas empresas pblicas

e privadas), espaos de reproduo (ocorrida nas esferas social, cultural e biolgica,

onde o lar o principal local de ocorrncia dos processos) e, por fim, espaos de

circulao (onde se d o movimento de pessoas e produtos, nas vias pblicas, vias

frreas, caladas e terminais).

Historicamente, o advento da sociedade industrial e a expanso horizontal das

cidades criaram a necessidade de otimizao da mobilizao da fora de trabalho,

viabilizando o acesso do capital mo-de-obra, antes enclausurada nas vilas industriais

(SILVA, 2011). Os meios de transporte suprem essa necessidade e passam a viabilizar

as relaes econmicas e tambm sociais no espao urbano. O sistema de circulao

e, por conseguinte, o de transporte, segundo Silva (apud CASTELLS, 1983), visto

como expresso dos fluxos de um aglomerado urbano.

Estes fluxos, tomados como o conjunto de deslocamentos pela rede, possuem

mltiplas direes. Para o entendimento destes fluxos, importante a compreenso do

conceito de viagem: o movimento num determinado sentido a partir de um ponto de

6

origem para um ponto de destino (ORTZAR, 2011). A origem de uma viagem o ponto

em que ela se inicia, podendo ser a casa, o local de trabalho ou de estudo de um

indivduo, assim como o local de compras, de servios ou mesmo de lazer em que um

indivduo esteja. Estes mesmos locais so tambm, de acordo com a situao, o ponto

de destino de uma viagem.

Uma das formas de se caracterizar viagens, segundo Ortzar (2011),

justamente pelo seu propsito. Viagens para o trabalho ou com fins educacionais so

geralmente consideradas viagens compulsrias ou mandatrias. As demais so

consideradas discricionrias ou opcionais, como para compras ou para fins culturais. As

viagens podem ainda ser classificadas de acordo com os horrios em que so

realizadas e por tipo de pessoa que o realiza.

Estas variadas formas de se classificar uma viagem denotam utilizaes

diferenciadas dos espaos de produo, de reproduo e tambm de circulao, em

termos de espao, tempo e modo, por parte de cada indivduo de uma sociedade. Desta

forma, observa-se que so necessariamente inmeros os pontos de origem e de destino

em uma rea urbana.

Silva (2011) afirma que, dentro da dinmica funcional de um sistema de

circulao intra-urbano, as pessoas exercem aes conectadas numa teia espao-

temporal, a qual ganha concretude na estruturao fsica do espao urbano. Para

atender necessidade de deslocamentos entre inmeros pontos de origem e destino

por esta teia fsica em que se configurou o espao urbano, veculos operam com

horrios pr-determinados em infraestruturas e servios oferecidos em alinhamentos

fixos, chamados de linhas de transporte (VUCHIC, 2005).

As vias que compem a teia fsica no so uniformemente utilizadas para o

deslocamento entre as regies de um mesmo espao urbano, sendo mais

movimentados os eixos virios que apresentam mais fcil acesso s centralidades de

uma dada regio, onde ocorrem com maior intensidade as atividades de produo e

reproduo social. Pode-se considerar que estas centralidades sejam um nico ponto

de origem/destino (um equipamento urbano de grande porte e um polo gerador de

viagens, tal como um shopping center ou um equipamento cultural, por exemplo) ou

uma concentrao de diversos pontos de origem/destino (o centro de uma metrpole ou

um bairro com forte caracterstica comercial ou residencial, por exemplo).

Essa concentrao de movimentos faz com que, em muitos casos, haja uma

tendncia de sobreposio de servios de transporte nestas centralidades. Esta

7

tendncia pode ser justificada pela preferncia dos passageiros por viagens diretas, o

que acarreta um maior custo operacional do sistema de transporte (GUAN et al., 2006).

Segundo Guan et al. (2006), a configurao das linhas de transporte influencia

o comprimento total das viagens realizadas pelos passageiros e tambm a quantidade

de transferncias necessrias para viajar de diversas origens a diversos destinos, j que

alguns passageiros podem necessitar utilizar mais de uma linha de transporte para

chegarem aos seus destinos. Estas transferncias de passageiros entre veculos

operando diferentes linhas de transporte so conhecidas no Brasil como baldeao.

A possibilidade de baldeao, ainda segundo Guan et al. (2006), reduz a

sobreposio dos servios de transporte e os custos operacionais, mas tambm impe

tempo extra de espera e inconvenientes aos passageiros, bem como penaliza o prprio

sistema de transportes com tempos extras de embarque e desembarque de

passageiros.

A necessidade de suprir a demanda dos passageiros, os custos operacionais do

sistema de transporte e, ao mesmo tempo, a capacidade restrita das vias, faz com que

o planejamento da configurao das linhas de transporte seja um problema complexo

de ser resolvido.

2.2. O Problema de Configurao de Linhas e Otimizao

O servio de transporte, de acordo com Vuchic (2005), precisa ser oferecido da

forma mais eficiente e econmica possvel, de forma que as receitas advindas do valor

cobrado do passageiro cubram o mximo possvel dos custos de transporte. Existem

casos tambm em que o poder pblico subsidia completamente o servio, entendendo

que os benefcios de um transporte gratuito economia municipal compensam a no

cobrana de tarifa. Seja qual for a modalidade econmica adotada, a eficincia

operacional e a economia de custos so vantajosos para o operador e devem, portanto,

ser alcanados em servios de transporte.

Sob este ponto de vista, o plano de linhas de transporte numa dada rede viria

um componente crtico do planejamento operacional de um sistema, j que a

configurao das linhas de transporte determina o comprimento total destas e, assim, o

8

tamanho da frota de veculos necessria para atender a uma determinada frequncia

(GUAN et al., 2006).

Vuchic (2005) aborda ainda dois conceitos relevantes para a compreenso do

problema de configurao de linhas:

Comprimento da rede de transporte: o comprimento total de todos os

alinhamentos servidos por uma ou mais linhas; e

Comprimento total de linhas: a soma de todos os comprimentos de linhas,

independentemente se operam sozinhas ou sobrepostas a outras linhas.

Figura 2.1: Linhas e rede de transporte. Adaptado de Vuchic (2005).

Para compreenso dos conceitos descritos anteriormente, considere a Figura

2.1. Admitindo que a distncia entre cada par de pontos de 1 km, tem-se que:

Comprimento de linhas:

Linha 1 (LAC) = 6 km, Linha 2 (LAD) = 5 km, e Linha 3 (LEF) = 7 km.

Comprimento da rede:

LAC + LBD + LEF = 15 km

Comprimento total de linhas:

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Linha 1 + Linha 2 + Linha 3 = 18 km

A otimizao da configurao de linhas promove uma reduo de custos ao se

considerar que, para um mesmo nvel de servio, o custo para operar qualquer linha de

transporte pblico seja diretamente proporcional ao seu comprimento (GUAN et al.,

2006).

Este conceito pode ser expandido e, ao considerar um determinado sistema de

transportes operado por nibus e micro-nibus como sendo nada menos que um

conjunto de linhas, nota-se que a reduo do comprimento de algumas linhas ou a

prpria desativao de algumas dessas linhas consideradas ineficientes sob o ponto de

vista de conjunto, desde que no deixem passageiros sem acesso ao servio, tende a

reduzir mais significativamente o custo para o operador do sistema.

A anlise feita consiste em manter a abrangncia do sistema de transportes por

meio da manuteno da rede existente, buscando, todavia, uma reduo do

comprimento total de linhas, evitando as superposies de servios e estimulando um

melhor aproveitamento da capacidade dos veculos. Por exemplo, ao considerar a

Figura 2.1, nota-se que linhas de transporte pblico 1 e 3 compreendem os segmentos

virios entre os pontos A e B, representando custos para o operador.

A otimizao de linhas de transporte coletivo busca, por meio de modelos

matemticos, identificar aquelas linhas que seriam suficientes para suprir uma demanda

por transporte. Esses modelos tm como objetivo replicar, de forma simplificada, uma

parte do mundo real, o sistema de interesse, e o seu comportamento por meio de

equaes matemticas baseadas em alguns conceitos tericos (ORTZAR, 2011).

Embora os modelos matemticos possam levar em considerao a demanda por

transportes, alguns deles esto voltados para a topologia da rede, ou seja, ao

atendimento dos arcos de uma rede de transportes. O atendimento de um arco, neste

caso, est associado ao conceito de pelo menos uma linha passar por ele.

2.3. Consideraes Finais

O planejamento de um sistema de transportes algo complexo a ser realizado,

pois o sistema deve suprir da melhor forma possvel, tanto para o passageiro quanto

10

para o operador, as necessidades de deslocamento em uma rea urbana. Em muitos

casos, h a sobreposio de linhas de transporte em determinadas centralidades de

uma regio, que concentram forte fluxo de passageiros, gerando custos para o operador

de transporte.

A otimizao da configurao das linhas de transporte, sob o aspecto

operacional, busca minimizar os custos ao se reduzir o comprimento total das linhas de

transporte, mantendo a mesma cobertura espacial do servio. Uma das formas de se

estudar a otimizao por meio de modelos matemticos. No deve ser adotada, no

entanto, como soluo absoluta para a melhoria do servio de transporte.

Ortzar (2011) afirma que um bom sistema de transportes amplia as

oportunidades de satisfazer as necessidades de trabalho, lazer e sade, enquanto um

sistema congestionado ou fracamente conectado restringe opes e limita o

desenvolvimento econmico e social. Esta afirmativa evidencia, portanto, a necessidade

de se estudar e aprimorar o transporte pblico em seus mltiplos aspectos, dentre eles

a configurao de suas linhas.

11

3. Modelos Matemticos para a Definio de Linhas

3.1. Reviso Bibliogrfica

Idealmente, para se alcanar a melhor configurao de um sistema de

transportes, importante compreender a relao entre as necessidades da demanda e

o custo envolvido na oferta do servio de transporte. Existe uma relao inversamente

proporcional entre a economia do custo operacional para o operador e a qualidade do

servio oferecido ao passageiro (GUAN et al., 2006), que, de um modo geral, possui

preferncia por linhas diretas entre a origem e o destino necessidade de baldeao.

Ou seja, o custo operacional de um sistema com mais ligaes diretas entre os diversos

pares de origem e destino (O-D) maior do que um em que h maior necessidade de

baldeao. O desafio encontrar o equilbrio entre as duas partes.

De forma a elucidar este problema, diversos autores se debruaram sobre o

assunto em busca de um modelo matemtico que possa simplificar a interpretao e a

resoluo do problema, como Ortzar (2011). Este autor aborda o problema sob a

perspectiva do passageiro, tomando como ponto de partida o tempo gasto em cada

deslocamento entre pontos (ns) de uma rede; tempo este que pode ser diferenciado

para cada linha de transporte escolhida para um mesmo deslocamento. Tal fato ocorre

principalmente quando h diferentes modos de transporte, como por exemplo metr,

nibus e veculos leves sob trilhos (VLT) ou diferentes operaes de linhas distintas

(parador, expresso, etc.) entre os ns considerados.

Cipriani et al. (2012) elaboram um modelo de otimizao especfico para o

desenho de uma rede de nibus urbanos que consiste na minimizao de todos os

recursos e custos relacionados ao sistema de transporte pblico com demanda fixa. Em

seu modelo, a funo a ser minimizada definida como a soma dos custos do operador,

dos custos do passageiro e de uma penalidade adicional relacionada a um nvel de

demanda insatisfeita. Para a composio das trs parcelas desta soma, so levados em

considerao, por exemplo, dados relativos quantidade de passageiros que

embarcam em um determinado segmento da rede, penalidade associada baldeao

e tambm ao valor monetrio mdio do tempo dos passageiros.

12

Em seus estudos sobre otimizao da configurao de linhas de transporte

ferrovirio de longa distncia, Bussieck et al. (1996) consideram a maximizao do

nmero de passageiros diretos como caracterstica principal da soluo tima. Eles

consideram que, para distncias longas, pode-se assumir que os passageiros escolhem

sempre os menores caminhos; e afirmam que, para redes locais densas, como uma

rede de transporte por nibus, essa suposio no reflete a realidade. Eles destacam

ainda uma srie de consideraes matemticas a respeito do problema, considerando

a capacidade do veculo, e busca por uma abordagem heurstica para solucionar o

problema de forma rpida.

Claessens et al. (1998), diferentemente dos autores anteriormente citados,

trazem a proposta de abordagem que leva, desta vez, os custos operacionais em

considerao. Os autores esclarecem que as linhas de transporte ferrovirio na

Holanda, local da pesquisa, so planejadas de forma a transportar o mximo possvel

de viajantes diretos, o que resulta em percursos maiores realizados por trens maiores.

Assim, em muitos locais, h uma subutilizao da capacidade e, consequentemente, o

desperdcio de recursos. O resultado da pesquisa um modelo complexo, caracterizado

em Guan et al. (2006) como sendo de soluo extremamente difcil em redes de

tamanho real.

J Guan et al. (2006) evidenciam, logo no incio do artigo, a diferenciao entre

trabalhos que buscam fazer uma abordagem orientada ao passageiro dos que buscam

um modelo de minimizao de custos. O modelo de otimizao proposto pelos autores

busca abordar ambos os problemas simultaneamente, a partir da interpretao

individual de cada subproblema: o de configurao das linhas e a preferncia dos

passageiros por mais linhas diretas.

Baseado nos trabalhos cientficos apresentados, a prxima seo apresenta

alguns dos principais modelos disponveis. Optou-se por seguir o trabalho de Guan et

al. (2006) uma vez que este artigo apresenta diversas citaes.

13

3.2. Modelos Matemticos para Definio de Linhas de

Transporte Pblico

Conforme mencionado no final da Seo 3.1, a seguir so apresentados os trs

modelos matemticos estudados por Guan et al. (2006). O primeiro deles consiste no

problema bsico da configurao de linhas que pressupe a existncia de uma rede de

transportes e um conjunto de linhas. Sendo assim, este modelo busca selecionar um

subconjunto de linhas tal que todos os arcos da rede sejam servidos por pelo menos

uma delas e que o comprimento total das linhas selecionadas seja o menor possvel. O

segundo problema trata da alocao dos passageiros ao longo de um caminho, sendo

este caminho a sequncia de arcos utilizados pelos passageiros para chegarem aos

destinos. Este modelo busca, por meio de algumas consideraes, minimizar o tempo

de viagem dos passageiros no veculo e tambm o nmero total de transferncias. Por

ltimo, o terceiro modelo a unio entre o primeiro e o segundo modelo, com a insero

de um novo fator de ponderao e quatro restries. A funo a ser minimizada

compreende trs componentes: o comprimento total das linhas, o nmero total de linhas

selecionadas e o comprimento total das viagens dos passageiros.

3.2.1. Modelo Matemtico para o Problema Bsico da Configurao de

Linhas

Seja um conjunto com todos os arcos de uma rede e um conjunto com todas

as linhas de transporte disponveis ou planejadas. Cada arco possui um

comprimento 0 associado. Cada linha de transporte formada por um

subconjunto de arcos de . Para representar esse subconjunto de arcos, seja uma

matriz de incidncia. Ento se o arco est presente na linha de transporte ,

o elemento da matriz de incidncia assume valor um, caso contrrio, valor zero.

Assim, seja uma varivel de deciso binria para cada linha de transporte .

Se = 1, a linha de transporte deve ser selecionada para compor o plano de

linhas, caso contrrio, = 0.

14

Aps apresentao dos conjuntos e parmetros descritos anteriormente, o

modelo bsico de configurao de linhas de Guan et al. (2006) apresentado a seguir.

min () =

(3.1)

Sujeito a:

1 (3.2)

{0,1} (3.3)

A Funo Objetivo (3.1) busca minimizar comprimento total das linhas de

transporte selecionadas, pois considera-se que o custo para operar uma linha de

transporte diretamente proporcional ao seu comprimento. As Restries (3.2)

garantem que todos os arcos da rede sero atendidos (ou servidos) por pelo menos

uma linha de transporte. Por ltimo, as Restries (3.3) esto associadas ao domnio

das variveis de deciso.

3.2.2. Modelo Matemtico para a Alocao de Passageiros a Linhas

Seja o conjunto de todos ns (intersees) de uma rede. Seja ainda o

conjunto de caminhos pr-identificados como factveis ligando o n de origem

ao n de destino . Em uma rede simples, os caminhos podem ser identificados

por inspeo e em redes maiores, podem geralmente ser determinadas pelo mtodo do

-simo caminho mais curto, baseado simplesmente no tempo de viagem no arco. A

demanda existente entre dois ns determinada por . A varivel indica se os

passageiros viajando de para escolhem a linha . Neste caso,

assume o valor um, caso contrrio, deve assumir o valor zero. A varivel indica se

os passageiros escolhem o caminho para o mesmo trajeto. Seguindo a mesma lgica,

neste caso assume o valor um, caso contrrio, o valor zero. A matriz de incidncia

caminho-arco formada por elementos binrios que valem um quando o caminho

15

, que possui comprimento , usa o arco para ir no n ao n

, zero, caso contrrio.

Assim, apresenta-se o modelo matemtico em seguida:

min (, ) =

+

(3.4)

Sujeito a:

, , , (3.5)

0 , , (3.6)

= 1 , (3.7)

{0,1} , , (3.8)

{0,1} , , (3.9)

{0,1} (3.10)

A minimizao da Funo Objetivo (3.4) tem por finalidade reduzir o tempo de

viagem dos passageiros e a quantidade de transferncias realizadas por eles. As

Restries (3.5) asseguram que as linhas de transporte utilizadas devem cobrir todos

os arcos do caminho escolhido pelo passageiro, tornando a viagem factvel. As

Restries (3.6) garantem que o passageiro s pode utilizar linhas que foram

selecionadas. As Restries (3.7) determinam que um passageiro viajando de um n

inicial para um n final deve escolhe um, e apenas um, caminho. As Restries (3.8)-

(3.10) esto associadas ao domnio das variveis de deciso.

16

3.2.3. Modelo Matemtico de Integrao

As Funes Objetivo (3.1) e (3.4) podem ser integradas e resolvidas por meio de

uma combinao convexa, com a adio de fatores de ponderao. Assim, com , ,

0 e + + = 1, o sistema combinado pode ser formulado da seguinte forma:

min (, , ) =

+

+

(3.11)

Sujeito a:

1 (3.12)

, , , (3.13)

0 , , (3.14)

= 1 , (3.15)

(3.16)

( min

) 0 (3.17)

( max

) 0 (3.18)

, (3.19)

{0,1} , , (3.20)

{0,1} , , (3.21)

17

{0,1} (3.22)

A Funo Objetivo (3.11) deve ser minimizada, ou seja, todo o problema de

configurao de linhas e de preferncias dos passageiros de forma integrada. Alm das

restries encontradas nas Sees 3.2.1 e 3.2.2, so ainda acrescentadas quatro

novas. As Restries (3.16) limitam a soma das frequncias de todas as linhas que

operam em determinado arco capacidade de veculos neste arco. So considerados

os fatores que a frequncia da linha , e que a capacidade de veculos de

transporte no arco . As Restries (3.17) impem um limite mnimo para o

comprimento de uma linha de transporte e as Restries (3.18) impem um limite

mximo para este mesmo comprimento. Os fatores min e max so o comprimento

mnimo e mximo de cada linha de transporte, respectivamente. Completando assim a

o conjunto, as Restries (3.19) so introduzidas para levar em considerao a

equidade entre todos os passageiros na determinao da configurao de linhas. ,

neste caso, o nmero mximo de linhas de transporte a ser utilizada pelos

passageiros. Assim, o nmero mximo de transferncias ser equivalente a 1.

3.3. Consideraes Finais

Neste trabalho, no se levou em considerao as caractersticas de demanda e

assumiu-se que o servio prestado pelos nibus e micro-nibus possui as mesmas

caractersticas em toda a rede, isto , o tempo utlizado por duas ou mais linhas distintas

entre dois ns imediatamente subsequentes o mesmo.

Desta forma, alguns modelos matemticos estudados apresentam

caractersticas que vo alm das necessidades estabelecidas para a realizao deste

estudo.

Aps analisar os modelos matemticos apresentados, optou-se por trabalhar

com o modelo proposto por Guan et al. (2006) para um dos subproblemas que compe

seu modelo integrado: o modelo matemtico para o problema bsico de configurao

de linhas, descrito na Seo 3.2.1.

18

4. O Municpio de So Gonalo e seu Sistema de

Transporte Coletivo Municipal

4.1. So Gonalo e a Formao de sua Rede Viria

O modelo matemtico para o problema bsico da configurao de linhas foi

aplicado aos dados do municpio de So Gonalo, localizado na Regio Metropolitana

do Rio de Janeiro. Segundo dados do IBGE (2015), a populao de So Gonalo est

estimada em 1.038.081 habitantes e distribuda pelos 247,7 km de seu territrio.

Figura 4.1: Localizao de So Gonalo na Regio Metropolitana do Rio de Janeiro.

(Google, 2016).

O municpio foi um grande produtor agrcola, contando com diversas fazendas e

portos. A atividade porturia se deu principalmente pela necessidade de escoamento da

produo e com o acesso de pessoas e mercadorias ao interior do antigo estado do Rio

de Janeiro (MENDONA apud FERNANDES, 2000). Estas vias de acesso ao interior

19

do estado, percorridas muitas vezes por frotas de animais de carga, formam a origem

de algumas ruas e avenidas que compem a rede viria da cidade na atualidade.

Na segunda metade do sculo XIX foi dado incio construo de estradas de

ferro que atravessaram o territrio de So Gonalo, que na poca estava incorporado

ao territrio da antiga capital do estado, Niteri. A chamada Linha do Litoral da Estrada

de Ferro (EF) Leopoldina, ligando Niteri a Rio Bonito, foi entregue entre 1874 e 1880.

A EF Maric, ligando So Gonalo ao municpio de Cabo Frio, teve seu primeiro trecho

entregue em 1888 (Estaes Ferrovirias do Brasil, 2001a).

Segundo Morrison (1989), em 1885 foi inaugurada a primeira ligao por bondes

trao animal ligando o bairro de Neves estao de barcas em Niteri. A urbanizao

do municpio comeou a ocorrer a partir do final do sculo XIX, mesma poca em que

se emancipa politicamente a cidade de Niteri, fato ocorrido em 1890. Entre os anos de

1892 e 1930, ocorre um surto de industrializao, sendo os portos e as ferrovias

importantes fatores de atratividade industrial (MENDONA, 2007).

Morrison (1989) destaca ainda que So Gonalo contou, a partir de 1899, com

um sistema prprio de bondes operado pela empresa The Tramway Rural Fluminense,

que operou o servio local de bondes a vapor entre Neves e Alcntara, ao longo de vias

paralelas ao traado da EF Leopoldina. Em 1910, a Companhia Cantareira e Viao

Fluminense construiu uma linha de bondes eltricos pela chamada Avenida Dr. March

at encontrar a linha de bondes vapor no Centro de So Gonalo. Em 1925, aps a

aquisio da The Tramway Rural Fluminense pela Companhia Cantareira e Viao

Fluminense (CCVF), todas as linhas de bondes em So Gonalo estavam eletrificadas.

A linha de bondes de 21 km entre Niteri e Alcntara foi uma das mais extensas do

Brasil. O mapa da Figura 4.2 indica os traados operados pelas ferrovias e pelos bondes

no territrio do municpio:

20

Figura 4.2: Mapa de linhas de bondes eltricos de So Gonalo e ferrovias. Adaptado

de Morrison (1989).

No mapa da Figura 4.2 observam-se tambm os dois principais centros de

atividade econmica do municpio, sendo eles o Centro (identificada no mapa como So

Gonalo) e Alcntara. Nestas duas localidades encontravam-se os Rodos,

denominao popular na cidade para os locais onde os bondes faziam o giro para poder

seguir viagem depois no sentido inverso, identificados na Figura 4.2 como Praa Luiz

Palmier e Praa Carlos Gianelli. O Rodo de So Gonalo ilustrado na Figura 4.3. O

Centro o local onde a vila de So Gonalo desenvolveu-se originalmente, no entorno

da igreja matriz. Em Alcntara, a atividade industrial e comercial desenvolveu-se

fortemente, impulsionada pela proximidade com as duas ferrovias e tambm pela

rodovia hoje denominada RJ-104, que at a construo da BR-101, era a principal

ligao rodoviria entre Niteri e o interior do estado. atualmente o mais importante

centro comercial da cidade, apresentando tambm uma alta densidade populacional nos

diversos condomnios construdos nos vazios deixados pela desativao de diversas

indstrias.

21

Figura 4.3: Rodo de So Gonalo. Acervo de Jos Guilherme Moreira Cunha.

(Territrio Gonalense, 2014)

Mendona (apud GEIGER, 1956) descreve o processo de urbanizao de So

Gonalo em meados do sculo XX da seguinte forma. So Gonalo na prtica, um

subrbio do Rio de Janeiro, no qual fazendas e pomares foram e esto sendo loteados

em benefcio do crescimento urbano e da industrializao. (...). Tambm a, as

empresas de nibus tm se multiplicado, mantendo longas linhas de comunicao; o

bonde e os trens suburbanos nas horas do rush so outros veculos coletivos que

servem populao. A rea urbanizada muito extensa, pois grande a disperso do

casario pelas antigas fazendas loteadas.

A partir deste fragmento de texto, pode-se ressaltar uma caracterstica

importante da formao da malha viria do municpio: a criao de bairros a partir do

loteamento de fazendas. Este processo ocorreu de forma pouco planejada, visto que

muitos loteamentos at os dias atuais no so dotados de infraestrutura bsica, como

saneamento bsico, pavimentao e drenagem. Muitos bairros foram criados desta

forma, a partir das principais rodovias e estradas de ferro que passavam pelo municpio.

No perodo em que a ditadura civil-militar (1964-1984) marcava fortemente o

cenrio poltico e econmico brasileiro, a poltica rodoviarista/automobilstica iniciada no

governo de Juscelino Kubitschek (1955-1960) estava em seu auge e veio acompanhada

22

da tendncia progressiva de desativao de ramais e de estradas de ferro (PAULA,

2010).

Conforme Mendona (apud GEIGER, 1956) cita no texto transcrito

anteriormente, na dcada de 50 diversas empresas de nibus so formadas,

multiplicando-se pela cidade os servios ligando principalmente diversos bairros ao

municpio de Niteri, vindo a substituir totalmente os bondes e parcialmente os trens

logo na dcada seguinte. O bonde 521 foi o ltimo a operar em So Gonalo, na linha

via Porto Velho, em julho de 1964 (MORRISON, 1989) e a EF Maric foi completamente

desativada em janeiro de 1966 (Estaes Ferrovirias do Brasil, 2001a).

A inaugurao da Ponte Presidente Costa e Silva, popularmente conhecida

como Ponte Rio-Niteri, na dcada de 70, assim como o trecho norte da rodovia BR-

101, em especial a ligao conhecida como Niteri-Manilha, na dcada de 80,

intensificaram ainda mais a expanso horizontal da rea urbana de So Gonalo e

auxiliaram na substituio quase completa do modo ferrovirio pelo rodovirio no

transporte de passageiros na cidade, restando apenas a EF Leopoldina. A linha de

subrbio foi operada no trecho de via singela entre Niteri e Visconde de Itabora pela

CENTRAL de forma precria at o ano de 2006 (Estaes Ferrovirias do Brasil, 2001b).

A manuteno do servio de transporte de passageiros nessa ferrovia, mesmo

em condies operacionais inadequadas, foi importante para a preservao da maior

parte da extenso deste leito ferrovirio no municpio, apesar de existirem trechos

ocupados por construes ilegais. O mesmo no ocorreu com o trecho da EF Maric no

municpio. Aps a desativao, a faixa de domnio est hoje praticamente

irreconhecvel, seja pela grande quantidade de construes erguidas de forma irregular

dentro desta faixa ou pela prpria incorporao para o uso do leito como ruas e

avenidas, sendo algumas delas atualmente importantes eixos virios do municpio,

como a antiga Avenida Maric.

A cidade durante dcadas padeceu por falta de planejamento urbano

(MENDONA, 2007): alm de eixos virios mal estruturados, a prpria ocupao de

parte do territrio foi feita de forma precria. Neste cenrio, o incio da operao de

servios de transporte coletivo por meio de nibus diretamente a partir dos bairros,

principalmente dos que no eram atendidos pelos bondes e trens, ao mesmo tempo que

ofereceu maior comodidade aos passageiros destes bairros com viagens mais diretas,

intensificou tambm a ocupao das regies mais perifricas, carentes de iniciativas do

poder pblico para fornecer a infraestrutura necessria s novas habitaes.

23

Mendona (2007) afirma ainda que, apesar de o atual momento ser de expanso

da oferta de servios e comrcio, a cidade ainda carece de gerenciamento na conduo

poltica da questo urbana, o que impede o desenvolvimento de novas prticas de

administrao pblica e da ampliao democrtica na participao do processo de

mudana social. um crculo virtuoso em que a cidade ainda no consegue se

desenvolver.

A partir deste breve relato histrico e do mapa adaptado da Figura 4.4,

apresentada no Anexo V da ltima edio do Plano Diretor de So Gonalo (Prefeitura

Municipal de So Gonalo, 2009), pode-se verificar a configurao atual da rede viria

da cidade.

Figura 4.4: Sistema Virio de So Gonalo. Adaptado do Plano Diretor de So

Gonalo (Prefeitura Municipal de So Gonalo, 2009).

Considerando a Figura 4.4, tem-se:

Vias arteriais primrias (estruturais N1 e N2): rodovia federal BR-101 e

rodovias estaduais RJ-104 e RJ-106;

24

Vias arteriais secundrias (estruturais N3): ruas e avenidas estruturantes em

que h grande volume de trfego, principalmente aqueles eixos por onde os

bondes e os trens circulavam no sculo passado;

Vias coletoras: ruas e avenidas que passaram a ter papel importante como

acesso aos bairros a partir das vias arteriais primrias e secundrias e

tambm como vias de comunicao entre bairros; e

Vias locais: vias majoritariamente residenciais de baixo volume de trfego.

4.2. O Sistema de Transporte Coletivo Municipal

O municpio de So Gonalo atendido por linhas de transporte coletivo

intermunicipais e tambm municipais. O mapa da Figura 4.4 apresenta ainda a

localizao preliminar de dois possveis projetos de transporte que realizariam o

deslocamento em massa da populao: a estao hidroviria de barcas e a linha 3 do

sistema de metr do Rio de Janeiro.

Os deslocamentos entre os diversos bairros da cidade so realizados por meio

de nibus que seguem um plano de linhas previamente estabelecidos. Os

deslocamentos entre os diversos bairros e as cidades vizinhas so atendidos pelas

linhas intermunicipais, operadas somente por nibus urbanos e micro-nibus. Estas

linhas no so foco deste trabalho, apesar de algumas delas realizarem a ligao com

as cidades vizinhas de Niteri e Rio de Janeiro.

Mesmo aps a inaugurao da BR-101, que encurtou a distncia de diversos

bairros populosos que margeiam a rodovia com os municpios vizinhos, as linhas

intermunicipais continuam fazendo os mesmos trajetos pelas ruas e avenidas que eram

atendidas pelos bondes e pelas ferrovias. Somente a partir da ltima dcada

comearam a ser implantadas linhas oferecendo o servio rpido para Niteri pela BR-

101.

Desta forma, a preferncia por manterem linhas intermunicipais atravessando

longos trechos pelas vias internas da cidade, onde h significativa demanda, e a

pequena diferena de valores cobrados no servio intermunicipal e no municipal, bem

como a possibilidade do uso do Bilhete nico no servio intermunicipal, faz com que

boa parte dos deslocamentos internos sejam atendidos pelas linhas intermunicipais.

25

As linhas municipais, por outro lado, atendem principalmente aos deslocamentos

internos e tambm servem de integrao aos deslocamentos para outros municpios.

Para fins de simplificao da anlise, somente estas linhas sero consideradas no

mbito deste trabalho.

Em outubro de 2012, conforme publicado no Dirio Oficial do municpio

(Prefeitura Municipal de So Gonalo, 2012), o transporte coletivo terrestre de

passageiros no municpio foi concedido ao Consrcio So Gonalo de Transportes,

composto pelas empresas:

Auto nibus Alcntara S/A

Auto nibus Asa Branca Gonalense Ltda.

Expresso Tangu Ltda.

Icara Auto Transportes S/A (Lder do consrcio.)

Transp. e Turismo Rosana Ltda.

Viao Estrela S/A

Viao Galo Branco S/A

Viao Mau S/A

Viao Rio Ouro Ltda.

O site do consrcio no estava em operao quando da elaborao deste

trabalho. Entretanto, em um vdeo institucional elaborado pelo consrcio

(https://www.youtube.com/watch?v=nd7h4XXX2w4), divulgado em 2014, foram

disponibilizadas algumas informaes relevantes a respeito do servio de transporte

coletivo municipal. Foi informado que a frota total poca contava com 764 veculos

sendo 438 nibus urbanos convencionais e 326 micro-nibus, que realizavam mais de

162 mil viagens por ms e percorriam aproximadamente 4,760 milhes de quilmetros

neste perodo com 72 linhas. O trajeto percorrido por estas linhas est ilustrado na

Figura 4.5 que foi obtida a partir do citado vdeo institucional. Ainda segundo o vdeo, a

demanda diria pelo servio de transporte pblico era de aproximadamente 195 mil

passageiros em 2014.

https://www.youtube.com/watch?v=nd7h4XXX2w4

26

Figura 4.5: Trajetos das linhas municipais de transporte coletivo (vdeo institucional do

Consrcio So Gonalo de Transportes).

4.3. Consideraes Finais

O municpio de So Gonalo apresentou, ao longo de sua histria, diversos

acontecimentos que influenciaram a estruturao de seu territrio. Os antigos portos, as

ferrovias de cargas e de passageiros, as linhas de bondes e, mais recentemente, as

rodovias tiveram papel fundamental no s na formao de sua rede viria, mas tambm

na prpria ocupao do espao urbano do municpio.

Com a forte expanso horizontal da ocupao de seu territrio em relao vila

original, provocada principalmente pelo loteamento de antigas fazendas, a cidade

atendida por linhas municipais e intermunicipais de transporte coletivo, operadas por

nibus e micro-nibus. Destas linhas, aborda-se na anlise, as linhas municipais,

concedidas h poucos anos ao Consrcio So Gonalo de Transporte.

27

5. Anlise dos Dados do Municpio de So Gonalo com

um Modelo Matemtico

5.1. Obteno dos Dados do Sistema Virio de So

Gonalo

Com o objetivo de representar a rede viria de So Gonalo por meio de um

grafo, foram primeiramente levantados os principais bairros e lugares de interesse da

cidade onde haviam importantes entroncamentos virios, locais em que as principais

vias, classificadas como estruturais e coletoras no Plano Diretor do municpio, se

cruzam. Desta forma, foram identificadas, por conhecimento prvio, 40 localidades

relevantes e marcadas no Google Earth, que so consideradas os ns da rede,

conforme Figura 5.1.

Figura 5.1: Localidades relevantes para traar o grafo da rede viria. Elaborao

prpria.

As possveis ligaes entre estes locais foram em seguida identificadas,

levando-se em considerao principalmente as vias arteriais (estruturais N1, N2 e N3)

28

e tambm as coletoras, conforme descrito na Seo 4.1. Considerou-se que essas

ligaes compem os arcos (ou links) da rede. O comprimento de cada arco foi obtido

a partir do Google Earth.

Com estas informaes, um grafo com os ns (apontados na Figura 5.1 e

listados na Tabela 5.1) e os possveis arcos de ligao foi construdo para representar

a rede viria de So Gonalo, disponibilizada no Anexo I.

Tabela 5.1: Identificao dos ns.

Nr. N

1 Alcntara

2 Amendoeira

3 Apolo III

4 Arsenal

5 Boassu

6 Centro

7 Coluband

8 Covanca

9 Engenho Pequeno

10 Guaxindiba

11 Itana

12 Jardim Catarina

13 Jquei

14 Largo da Ideia

15 Marambaia

16 Maria Paula

17 Mutondo

18 Mutu

19 Neves

20 Pacheco

Nr. N

21 Palmeiras

22 Paraso

23 Pita

24 Pontal

25 Porto da Pedra

26 Porto do Rosa

27 Porto Novo

28 Posto Halley

29 Praia da Luz

30 Rio do Ouro

31 Rocha

32 Salgueiro

33 Santa Catarina

34 Santa Izabel

35 Santa Luzia

36 SG Shopping

37 Tribob

38 Trindade

39 Venda da Cruz

40 Vista Alegre

A partir deste grafo, os trajetos simplificados das linhas municipais de transporte

coletivo foram identificados.

Sendo assim, para a realizao desta anlise, foram consideradas 62 linhas

(Tabela 5.2), adaptadas da informao contida no site do Sindicato das Empresas de

Transportes Rodovirios do Estado do Rio de Janeiro

(http://www.setrerj.com.br/linhas/linhas_municipais.html), sindicato que congrega as

http://www.setrerj.com.br/linhas/linhas_municipais.html

29

empresas de nibus que operam nos municpios de Itabora, Maric, Niteri, So

Gonalo e Tangu, em consulta feita no dia 02 de Fevereiro de 2016.

Tabela 5.2: Linhas municipais.

Fonte: Adaptado de SETRERJ (http://www.setrerj.com.br/linhas/linhas_municipais.html)

As adaptaes foram realizadas pelo fato de muitas linhas apresentarem trajetos

desatualizados, operados muitas vezes por empresas que no existem mais, ou ainda

pelo fato de haverem linhas que na representao em grafo se repetiriam, por

apresentarem pouca variao de traado. Por meio do conhecimento da cidade, o autor

deste trabalho pde fazer algumas modificaes em trajetos informados pelo site, para

fazer com que o cenrio estudado ficasse o mais prximo possvel da realidade.

Em consulta recente, entretanto, j no perodo de finalizao deste trabalho, o

autor descobriu que h outro site do sindicato

(http://www.setrerj.org.br/linhas/linhas_municipais.html) semelhante ao anteriormente

citado e paralelamente em funcionamento, com informaes mais atualizadas e

completas. Neste site, conta-se um total de 80 linhas municipais. Algumas delas j esto

Nr. Linha Trajeto

1 01 Santa Izabel x Frum

2 01A Santa Izabel x Alcntara

3 02 Ceasa x Ceasa (Via Prefeitura) (Circular)

4 04 Marambaia x Vrzea das Moas

5 06 Largo da Idia x Frum

6 07 Guaxindiba x Frum

7 07A Guaxindiba x Alcntara

8 08 Engenho do Roado x Alcntara

9 10 Ceasa x Ceasa (Via Prefeitura)

10 11 Luiz Caador x Frum

11 12 Santa Luzia x Neves

12 12A Praa de Santa Luzia x Venda da Cruz

13 12B Santa Luzia x Alcntara

14 13 Jardim Catarina x Neves

15 13A Praa de Santa Luzia x Venda da Cruz (via Neves)

16 13B Jardim Catarina x Alcntara

17 14 Laranjal x Bairro Rosane

18 15 Jquei x Frum

19 15A Jquei x Alcntara (Servio Auxiliar)

20 17 Jardim Catarina x Maria Paula

21 18 Legio x Alcntara (Circular)

22 18A Legio x Frum

23 20 Maria Rita x Alcntara

24 20A Almerinda x Boa Vista

25 21 Jardim Bom Retiro x Frum

26 22 Vrzea das Moas x Frum

27 23 Mundel x Frum

28 23A Mundel x Alcntara

29 25 Jardim Tiradentes x Alcntara (Circular)

30 25A Jardim Tiradentes x Frum

31 26 Capote x Boa Vista

Nr. Linha Trajeto

32 29 Rio Frio x Alcntara

33 30 So Pedro x Frum

34 30B So Pedro x Alcntara

35 31 Praia da Luz x Barreto

36 34 Amendoeira x Frum

37 34A Amendoeira x Frum (Via Candosa)

38 34B Amendoeira x Alcntara

39 34C Amendoeira x Alcntara (Via Candosa)

40 35 Alcntara x Shopping (ViaPrefeitura) (Circular)

41 37 Boassu x Alcntara

42 37A Boassu x Rodo So Gonalo (Circular)

43 38 Jardim So Loureno x Frum

44 39 Marambaia x Frum (Via Coroado)

45 40 Apolo III x Fazenda dos Mineiros

46 42 Pontal x Alcntara

47 43 Frum x Jardim Repblica (Via Arsenal)

48 45 Pontal x Alcntara (via Boa Vista)

49 48A Engenho Pequeno x Alcntara (Via Zumbi)

50 48B Engenho Pequeno x Alcntara (Via Mentor Couto)

51 49 Itaitindiba x Alcntara

52 49A Quinta Dom Ricardo x Alcntara

53 50 Anaia x Frum

54 53 Ipiba x Frum

55 54 Meia Noite x Frum

56 54A Meia Noite x Alcntara

57 55 Conjunto da Marinha x Alcntara (Via Trindade)

58 55A Praa de Itana x Frum

59 55M Conjunto da Marinha x Alcntara (Via Nova Cidade)

60 56 Alcntara x Neves

61 57 Anaia x Frum (Via Lacomba)

62 58 Vrzea das Moas x Frum (Via Maria Paula)

http://www.setrerj.com.br/linhas/linhas_municipais.htmlhttp://www.setrerj.org.br/linhas/linhas_municipais.html

30

com o traado atualizado conforme feito manualmente no incio da pesquisa. Constam

tambm linhas inseridas pelo autor que antes no estavam na relao de linhas.

Esta anlise no possui a pretenso, portanto, de entregar resultados

exequveis, sendo necessria uma verificao mais aprofundada e completa da regio

estudada. Para fins de experimentao acadmica, entretanto, considerou-se que os

dados das 62 linhas mencionados so suficientes para o atendimento dos objetivos

estabelecidos neste trabalho.

5.2. Codificao em MATLAB do Modelo Matemtico

O MATLAB (MathWorks, 2013) foi utilizado para programao e gerao do

modelo matemtico do problema bsico da configurao de linhas de Guan et al. (2006).

Este programa recebe os dados de entrada e, por meio de relaes lgicas, gera a

funo objetivo e todas as restries necessrias. O MATLAB, ferramenta j conhecida

pelo orientador deste projeto, apresenta uma interface intuitiva e uma linguagem de

programao de fcil entendimento, alm de ferramentas que permitem avaliar a criao

do modelo matemtico, etapa por etapa, facilitando a localizao de erros.

A estratgia de codificao no MATLAB contou, inicialmente, com uma rede

pequena, hipottica, composta por trs ns e trs arcos, coberta por trs linhas de

transporte, conforme Figura 5.2. Esta rede simplificada permitiu aprimorar os

conhecimentos de programao e facilitou a identificao de erros lgicos.

31

Figura 5.2: Grafo da rede simplificada, indicando os ns (circunferncias azuis), os

arcos (segmentos verdes) e as linhas (linha 1 com segmentos contnuos amarelos,

linha 2 com segmentos tracejados vermelhos e linha 3 com segmento trao-ponto

magenta). Elaborao prpria.

Neste caso, os ns, os arcos, as linhas e seus comprimentos so:

= 1

= 2

= 3

(, ) = 1

(, ) = 2

(, ) = 3

(, , ) = 1 1 = 7

(, , ) = 2 2 = 8

(, ) = 3 3 = 4

Sendo assim, observa-se que o comprimento total das linhas de transporte de:

1 + 2 + 3 = 19

Com estes dados, as seguintes informaes podem ser obtidas para o modelo

matemtico:

Matriz de distncias: Esta matriz apresenta a distncia entre ns adjacentes.

Desta forma, ela fornece o comprimento dos arcos. Quando dois ns no so

adjacentes, adotou-se valores suficientemente grandes;

Matriz de linhas: Esta matriz apresenta o trajeto de cada linha de transporte

de acordo com a identificao dos ns. Assim, cada linha da matriz

representa uma linha de transporte pblico. Por exemplo, se uma linha de

transporte inicia no n C, passa por A e termina em B, uma linha da matriz

de linhas recebe, sequencialmente, os identificadores dos ns, ou seja, A, B

32

e C; e o identificar -1 que significa que a descrio do trajeto j se encerrou;

e

Matriz de incidncia ( ): Conforme descrita na Seo 3.2, a matriz de

incidncia indica se uma linha passa por um arco.

Considere novamente a Figura 5.2. No exemplo ilustrado, as matrizes

mencionadas esto descritas abaixo.

distancia =

0 5 4

5 0 3

4 3 0

linhas =

1 3 2

1 2 3

1 3 -1

delta =

0 1 1

1 1 0

0 0 1

A partir desses dados, a codificao em MATLAB foi realizada e est

disponibilizada no Anexo II. Com isso, o programa em MATLAB, quando executado com

os dados do exemplo da Figura 5.2, gera a seguinte formulao matemtica:

min + 7 1 + 8 2 + 4 3

Sujeito a:

+ 1 1 + 1 2 + 0 3 1

+ 0 1 + 1 2 + 0 3 1

+ 1 1 + 0 2 + 1 3 1

1, 2, 3 {0,1}

Para se obter a soluo deste problema, foi utilizado o programa LINDO (Lindo

Systems, 2003) que fornece 12 como resultado timo para a funo objetivo. Isto

33

significa que algumas linhas foram selecionadas e o comprimento total delas de 12

unidades.

Neste caso, o programa indica que o valor da varivel 1 igual zero, logo a

linha de transporte = 1 (segmentos tracejados em vermelho na Figura 5.2) deve ser

descartada da rede. Por outro lado, o LINDO indica que as variveis 2 e 3 devem

receber um, logo as respectivas linhas devem ser utilizadas.

Com o programa em MATLAB funcionando adequadamente, os dados da rede

de So Gonalo foram considerados, como definidos na Seo 5.1, e trabalhados em

trs cenrios distintos.

5.3. Descrio de Cenrios para a Anlise da

Configurao de Linhas

De forma a verificar a possibilidade de uso do modelo em diferentes situaes,

e no somente na otimizao da rede de transporte existente, foram criados trs

cenrios em que o modelo foi aplicado. O Cenrio 1 o caso de otimizao direta da

rede existente. Os dados deste cenrio so considerados nos demais cenrios. O

Cenrio 2 considera uma comparao entre dois conjuntos de novas linhas elaborados

pelo autor deste trabalho para o atendimento de todos os arcos da rede viria, definindo

qual seria a melhor opo, sob o ponto de vista do comprimento das linhas e,

consequentemente, do custo operacional. Por fim, no Cenrio 3 feita uma investigao

sobre o comportamento da rede existente quando se admite que, no processo de

otimizao, alguns arcos podem deixar de ser atendidos por linhas de nibus e micro-

nibus sob a prerrogativa de implantao de outro modo de transporte de maior

capacidade num determinado alinhamento.

5.3.1. Cenrio 1 Otimizao da Rede Existente

Para descrever os arcos, foram registradas todas as ligaes entre os ns e suas

respectivas distncias. Ao longo da elaborao dos dados de entrada para o programa

no MATLAB, correlaes foram realizadas entre os cdigos de cada arco com os

34

respectivos ns de incio e fim. Vale ressaltar que, neste grafo, cada arco pode ser

percorrido em ambos os sentidos, sem distino. A tabela de descrio dos arcos

encontra-se no Anexo III.

O prximo passo foi ento construir a Matriz de Distncias, denominada de

distancia no cdigo em MATLAB, apresentada na Tabela 5.3.

As linhas de transporte coletivo listadas na Tabela 5.2, na Seo 5.1, com seus

traados adaptados, foram inseridas no grafo e seu aspecto geral apresentado no

Anexo IV. Os trajetos das linhas no grafo foram registrados na Tabela 5.4 gerando assim

a matriz de linhas para o programa em MATLAB.

Outra informao importante extrada desta tabela o comprimento de cada

linha no grafo, obtido por meio da soma dos comprimentos dos arcos utilizados. Deve-

se lembrar que estes valores so aproximados, pois so considerados de n a n,

percorrendo os trajetos correspondentes aos arcos, que no necessariamente

equivalem aos trajetos realizados pelas linhas realmente. De acordo com os dados, as

linhas mais curtas so a 25, com 4,3 km de extenso, e a linha 34B, com 4,2 km. As

linhas mais extensas so a 12 e a 13, ambas com trajetos que perfazem 38,8 km cada.

O comprimento total das linhas de tranporte de 945,4 km.

A matriz de incidncia pde ser construda, indicando em quais arcos as linhas

de transporte prestam servio. Nesta matriz, elaborada com os dados da Tabela 5.5, as

linhas de transporte esto dispostas nas linhas e os arcos nas colunas.

Com a obteno destes dados, os primeiros experimentos foram realizados. Os

resultados mostravam que havia ainda a necessidade de se fazer algumas alteraes

no modelo matemtico de Guan et al. (2006) para que este funcionasse corretamente

para a situao encontrada.

35

Tabela 5.3: Matriz de distncias.

12

34

56

78

910

1112

1314

1516

1718

1920

N

/ N

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me

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1000010000

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1000010000

1000010000

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1000010000

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1000010000

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1000010000

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1000010000

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1000010000

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1000010000

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Guan et al. (2006) considera em seu modelo que todos os arcos devem ser

atendidos pelo servio de transporte. Como a rede criada de So Gonalo apresenta

arcos no atendidos, foi preciso fazer uma adequao no modelo matemtico para que

as restries impostas pelos autores no inviabilizassem seu uso e tambm para que o

problema de linhas de transporte na Cidade de So Gonalo pudesse ser resolvido.

Assim, como as restries so estabelecidas para cada arco, a soluo

apresentada foi indicar que alguns arcos no devem ser atendidos pelo servio de

transporte. De forma prtica, esta pequena adaptao pode ser representada pela

introduo de um novo con